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SIMP.TCC/Sem.IC. 2018(14);245-251 FACULDADE ICESP / ISSN: 2595-4210 245 CURSO DE BIOMEDICINA A UTILIZAÇÃO DA TOXINA BOTULÍNICA TIPO A NO REJUVENESCIMENTO FACIAL THE USE OF BOTULINUM TOXIN TYPE A IN FA- CIAL REJUVENATION Camila Tássia Maciel Chaves Fernanda Ramos de Paula Resumo Introdução: Recentemente um dos métodos mais utilizados para alcançar o rejuvenescimento facial é o uso da toxina botulínica tipo A (TBA), o seu emprego ocorre por apresentar resultados rápidos, satisfatórios e com poucos efeitos adversos. Materiais e Métodos: Um trabalho baseado em estudos científicos publicados com análise sobre a TBA. Discussão: A satisfação do paciente é obtida pela percepção de resultados positivos que foram observados um percentual acima de 50%, além de aumento na utilização dessa técnica em comparação com cirurgias plásticas, que foi de 390%. Conclusão: O bom resultado do uso da TBA está relacionado ao conhecimento em anatomia e fisiologia, domínio da técnica, manipulação e individualização das características do paciente. Palavras-Chave: Toxina Botulínica; toxina botulínica tipo A; rejuvenescimento facial. Abstract Introduction: Recently, one of the most widely used methods to achieve rejuvenation is the use of botulinum toxin type A (TBA) and its use occurs because it presents fast results, satisfactory and with few adverse effects. Materials and Methods: A paper based on pub- lished scientific studies with analysis on TBA. Conclusion: The good result of the use of TBA requires knowledge in anatomy and physiology, mastery of technique, manipulation and individualization of patient characteristics. Key words: Botulinum Toxin; botulinum toxin type A; facial rejuvenation. Contato: camilatassiamaciel@hotmail.com Introdução Em um cenário cada vez mais exigente é perceptível notar que a sociedade contemporânea estabeleceu um padrão de beleza, do qual está associado a juventude (1). Estudos apontam que uma pessoa que se considera bonita torna-se mais sociável, amável e de bem com a vida (2). Assim, homens e mulheres buscam por métodos cirúrgicos e não cirúrgicos para alcançar uma aparência cada vez mais jovem, melhorando o seu amor próprio e sua satisfação diante do espelho (3). Nesse contexto, a utilização da toxina botulínica do tipo A (TBA) é um dos métodos mais baratos e menos invasivo comparado com as cirurgias plásticas, passando a ser empregado crescentemente no processo de rejuvenescimento facial a nível mundial (3). O envelhecimento facial ocorre de forma gradual com o passar dos anos e pode ser causado por fatores intrínsecos ou extrínsecos. Os fatores intrínsecos são inerentes a passagem do tempo, na qual, a pele inicia um processo de perda de água e fibras de colágeno, que tendem a diminuir pela redução do número de fibroblastos na derme, com isso, o tegumento se torna progressivamente enrugado, franzido, fino e fica cada vez mais aparente as rugas, que são conhecidas como estáticas (4). Os elementos extrínsecos são decorrentes da exposição de fatores externos como a radiação solar, poluição ambiental, uso abusivo de álcool, drogas, tabagismo, estresse e alimentação desequilibrada, que estimulam a precipitação e a degeneração celular pelo processo de produção de substâncias, os radicais livres, desencadeando o surgimento precoce de rugas, além das alterações de pigmentação da pele, atrofia, perda do suporte dérmico e lesões cancerosas (5). A Toxina Botulínica tipo A, tema deste trabalho, é operada pela medicina estética para tratar rugas faciais. A principal procura do seu uso apresenta o objetivo de diminuir ou prevenir o aparecimento dessas rugas, que são ocasionadas por contrações intensas dos músculos faciais, ocasionando as rugas dinâmicas (6). No Brasil, jovens de 20 a 30 anos, estão buscando, cada vez mais cedo, por técnicas com o uso da TBA para prevenir e amenizar sinais de envelhecimento (7). A procura desses jovens no rejuvenescimento facial foi comprovada através de uma pesquisa realizada pela Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica (SBCP) (7). Essa pesquisa foi executada no ano de 2016 e comparou entre os anos de 2014 e 2016 a quantidade de procedimentos estéticos não cirúrgicos utilizados nesse período (7). Foi relatado que nesses últimos dois anos houve um aumento de 390% desses procedimentos sendo efetuados, enquanto que para as cirurgias plásticas para fins estéticos cresceram apenas 8% (7). Inclui-se a técnica da toxina botulínica tipo A como um desses procedimentos não invasivos. Nesse contexto, explica - se o aumento acentuado dos procedimentos estéticos não invasivos e preventivos, assim como também a redução dos custos desses procedimentos, por causa da elevação da oferta e maior qualificação Como citar esse artigo: Chaves CTM, Paula FR. A UTILIZAÇÃO DA TOXINA BOTULÍNICA TIPO A NO REJUVENESCIMENTO FACIAL. Anais do 14 Simpósio de TCC e 7 Seminário de IC da Faculdade ICESP. 2018(14); 245-251 SIMP.TCC/Sem.IC. 2018(14);245-251 FACULDADE ICESP / ISSN: 2595-4210 246 e disponibilidade de especialistas que os realizam, como por exemplo, os Biomédicos Estetas (7). A princípio, a toxina botulínica (TB) foi descoberta por Justino Kerner (GER) entre 1817 e 1822. No final dos anos 60, Alan B. Scott (oftalmologista, EUA), com o objetivo de diminuir a contração da musculatura intrínseca do olho em pacientes com estrabismo, introduziu a TB e observou uma melhoria nas linhas das rugas orbiculares (8). Nessa mesma época, o casal Carruthers, que também utilizavam essa toxina para tratar a patologia conhecida como blefaroespasmo (contração involuntária da pálpebra), obtiveram o mesmo resultado (9). Após os relatos satisfatórios comprovados nos estudos de de Scott e Carruthers, a TB foi inserida na lista de medicamentos seguros e eficazes aprovado pela Food and Drug Administration (FDA) para o uso em estrabismo, blefaroespasmo e espasmos faciais na década de 90 (9). Na estética, a utilização da TBA se deu por volta do ano 1992, nos EUA e no Brasil, o seu uso foi liberado pela ANVISA no ano 2000, e desde então, tem sido utilizada com o intuito de atenuar e até mesmo prevenir as rugas de expressão (10). Toxina Botulínica tipo A A toxina botulínica é uma proteína catalisadora derivada de uma bactéria Gram- positiva, anaeróbia, esporulada, denominada Clostridium botulinum. No processo de fermentação, a bactéria é capaz de produzir sete tipos diferentes de toxina (A, B, C, D, E, F, G), sendo o mais usado na área da estética, a toxina botulínica do tipo A, devido a sua elevada potencialidade e efeito prolongado. (10,11). No rejuvenescimento, a TBA age bloqueando a condução neuromuscular, paralisando a musculatura estriada esquelética e atenuando a formação de rugas de forma reversível em até 1 cm de diâmetro do ponto de aplicação por via intramuscular e subcutânea (10, 12). Seu emprego pode amenizar as rugas, levantar a ponta nasal, sobrancelhas e lábios caídos (13). Atualmente existem várias marcas para a comercialização da TBA, dentro dessas é permitido pela ANVISA e FDA apenas 3 para serem utilizadas tanto na medicina na terapêutica de algumas patologias e na área estética. Dentro dessas a mais conhecida e utilizada é a marca Botox®, também conhecida como onabotulínica A (ONA), fabricada pelo laboratório Allergan nos Estados Unidos. As outras marcas são a Dysport®, abobotulínica A (ABO), fabricada pela Biopharm no Reino Unido e a Xeomin®, incobotulínica A que é fabricada na Alemanha pela Merz (8). Ao analisar cada produto, observa- se que se diferem na composição, quantidade da toxina e no peso molecular. Quanto à composição, o Botox® contém 0,5 mg de albumina humana, 4,8ng de toxina e um peso molecular de 900 KDa, já a Dysport® possui além de 0,125mg de albumina humana, 12,5ng de toxina, apresenta 2,5mg de lactose, e um peso de 500 e 900 KDa, porfim, o Xeomin® contém albumina humana 1000mcg, 0,6ng de toxina, sucrose 5mg, e pesa cerca de 150KDa (14, 15). A toxina incobotulínica A (Xeomin®) tem um início mais rápido e maior duração, por apresentar o menor peso molecular e apresentar uma resistência a variação de temperatura, enquanto que a toxina abobotulínica (Dysport®) tem uma melhor propagação no tecido, sendo indicada o seu uso para relaxamento de rugas mais finas e toxina onabotulínica A (Botox®) tem maior redução na contração muscular devido ser a mais pesada de todas as marcas e é indicada para rugas mais profundas. É importante ressaltar que todas as marcas comercializadas provocam efeitos positivos semelhantes para a auto percepção na paralização do músculo atingindo o desejo dos pacientes (16). Sabe-se que é de fundamental a importância de antes da realização da aplicação do produto no músculo que será paralisado, cada frasco independentemente da marca deverá ser diluído com cerca de 2,5ml de solução salina a 0,9% (15). Depois de ser reconstituído, o material deve ser usado dentro de 4 horas e pode ser preservado em estado refrigeração em média de 4°C em até 4 semanas (6). No entanto, é importante destacar que ocorre uma redução significativa da sua potência, a partir do início da 1ª semana após a diluição, de acordo com (SPOSITO, 2014) ocorre uma perda de 50% de potência da TBA, além disso, a marca Botox®, pode perder a sua alta eficácia por uma simples agitação. Logo a manipulação deve ser realizada com cuidado para que não ocorra a sua desnaturação (15). Relacionando a eficácia da TBA, é importante destacar que o Botox® é 3 a 4 vezes mais potente do que o Dysport®, sendo que a quantidade de Dysport® deve ser 3 ou 4 vezes superior à quantidade de Botox®, de forma a atingir os mesmos efeitos clínicos(9). Estrutura e mecanismo de ação A estrutura da TBA é composta de uma única cadeia polipeptídica formada por 1205 aminoácidos e com peso de 150kDa. Essa cadeia se divide em 3 partes, L, Hn e Hc, da qual são unidas por uma ponte dissulfeto e forças não covalentes. Cada fragmento possui uma quantidade de 50kDa (Figura 1) (17). A cadeia L tem a função de inibir a liberação dos neurotransmissores bloqueando as vesículas de fusão pré-sinápticas, representando a porção leve SIMP.TCC/Sem.IC. 2018(14);245-251 FACULDADE ICESP / ISSN: 2595-4210 247 da estrutura. A parte pesada apresenta cerca de 100kDa e contém a cadeia (Hn), encarregada pela internalização e translocação e a cadeia (Hc) que possui a função de ligação com o neurônio motor (10,11,17,29). Figura 1: Estrutura da TBA Fonte: Ventura, 2015. O mecanismo de ação da TBA apresenta uma atuação na terminação nervosa motora colinérgica, através do bloqueio cálcio- dependente da liberação do neurotransmissor acetilcolina na fase pré-sináptica da junção neuromuscular (assim como os outros sorotipos), provocando um relaxamento muscular (14,17). Esse processo acontece em três fases: ligação, internalização e bloqueio. Na primeira etapa, após ser injetada, a toxina se liga com os receptores de proteínas de superfície nos terminais colinérgicos pré-sinápticos através da cadeia pesada (H). Na internalização ou translocação, segunda etapa, a TBA internaliza a célula nervosa por endocitose, a cadeia pesada faz a sua função de transporte e a cadeia leve penetra no citoplasma do terminal do axônio, fazendo a ligação neural. Na fase de finalização, a terceira etapa conhecida como a fase do bloqueio, a cadeia leve se liga e cliva a proteína SNAP-25 nos aminoácidos Glicina 197- Arginina, que são proteínas responsáveis pela fusão das vesículas sinápticas com os terminais nervosos, com isso inibe a liberação do neurotransmissor acetilcolina (Figura 2) (17,18). A paralisia parcial do músculo pode ser notada entre o terceiro e décimo dia e possuem uma duração de 4 a 6 meses, visto que após mais ou menos 2 meses o organismo reestabelece as proteínas de fusão (20,21,30). Figura 2: Mecanismo de ação da TBA, ligação, internalização, translocação e bloqueio. Fonte: Ventura, 2015 Aplicação da Toxina Botulínica Com o intuito de amenizar as linhas hipercinéticas é realizada a aplicação da TBA no nos principais músculos de expressões faciais (Figura 3) que são: frontal, corrugadores, orbiculares da lateral do olho e das pálpebras, prócero, orbicular da boca, levantador do ângulo da boca, levantador do lábio superior, nasal, zigomático menor e maior, depressor do ângulo da boca, risório, bucinador, depressor do septo nasal, mentoniano (6, 22). Figura 3: Principais músculos de aplicação da TBA. Fonte: Silva, 2017; https://astrociencianet.wordpress.com/2016/09/24 /musculo-da-mimica-facial/ Antes de ser feito o procedimento com a aplicação da TBA é realizado a anamnese com intuito de saber qual o desejo do paciente e análise da espessura da cútis, onde uma pele mais compacta necessita de uma maior quantidade da dose do produto, assim como no gênero masculino, por apresenta esse tipo de pele mais densa, requer um volume maior que o sexo feminino (6). Cada músculo ou área a ser tratada com a toxina apresenta uma variação em números de pontos de aplicação do local e quantidade da dose. A quantidade de doses das regiões das SIMP.TCC/Sem.IC. 2018(14);245-251 FACULDADE ICESP / ISSN: 2595-4210 248 rugas da frontal e orbicular dos olhos usa-se cerca de 3 a 7 pontos de aplicação e o volume para homens é de 14 a 40U e para mulheres de 12 a 30U. Já para tratamento dos pés de galinha que é administrado no músculo da orbicular do olho, usa-se de 2 a 5 pontos e 12 a 30U, igualmente para homens e mulheres, já que esta região apresenta uma camada de epitélio mais fina. A porção frontal temos o emprego de 4 a 8 pontos com dose para homens de 12 a 24U e para mulheres de 10 a 20U (6). Indicação e contraindicação A TBA é indicada para pessoas que apresentam contração muscular intensa, que geram as rugas dinâmicas (6). Assim como também, é usado em rugas estáticas, que são aquelas adquiridas pelo envelhecimento natural da pele, de acordo com o passar da idade (4). Além da atenuação de rugas faciais e cervicais, a TBA é empregada também na intervenção de patologias como estrabismo, blefaroespasmo, espasticidades, distonias, cefaleia, doença de Parkinson, bruxismo, vaginismo, mamilo irritável, prostatite, bexiga neurogênica, hiperidrose, entre outros (11,25,27,30). Em contrapartida, não é indicada para pessoas que apresentam hipersensibilidade a algum componente presente na ampola da TBA, como por exemplo a albumina. No frasco da Dysport, temos dois constituintes que podem gerar alergia, a albumina e a lactose. Também não é indicada para pacientes que apresentam infecção no local da aplicação, gravidez e lactante, doença neuromuscular como a miastenia grave (6,11,15, 20, 30). O tratamento em questão pode apresentar alguns efeitos indesejáveis. Em primeiro lugar um paciente pode expor complicações que poderiam ser evitadas, da qual podem estar relacionados problemas como erros na execução da técnica, avaliação do paciente no momento da anamnese e o não cumprimento por parte dos pacientes em relação as orientações que deverão ser recomendadas pelo profissional após o procedimento. Esses conselhos para os pacientes são não fazer esforços físicos e não abaixar a cabeça (10,11). Por outro lado, existem as complicações que não podem ser evitadas, da qual está relacionada a alergia aos excipientes contidos no frasco da TBA que faz com que o paciente tenha uma produção de anticorpos contra a substância. Esses anticorpos antitoxina podem ser evitados quando o profissional utiliza o produto com menor concentração de componentes alérgicos, assim como a utilização do menor volume, um maior tempo de retorno da aplicação e evitar o uso de marcas diferentes no mesmo paciente,além da não utilização da TBA para essas pessoas (6,10,11). Em relação aos efeitos adversos do uso da TBA, os principais sintomas relatados são dor, causada pela perfuração cortante da agulha, eritema e edema provocado pela vasodilatação e acúmulo de líquido no local gerado por uma inflamação, equimose quando ocorre rompimento de vasos, além de cefaleia e náuseas que pode durar de 2 a 4 semanas após a aplicação (6, 9). Outra complicação bastante comum relacionada ao erro de administração da TBA pelo profissional é a ptose da sobrancelha e da pálpebra, bem como a elevação de uma sobrancelha, ocasionando uma assimetria facial (6, 9, 26). A probabilidade desse efeito assimétrico diminuir está relacionada ao domínio do profissional quanto a anatomia e ação da toxina (12). De fato, a aplicação da TBA deve ser realizada por profissionais da área da saúde, como por exemplo, o Biomédico Esteta. Em 1 de julho de 2011 a Resolução no 200, o Art. 1 o regulamenta a habilitação em Biomedicina Estética e o Art. 5 o relata quais os requisitos necessários para que o biomédico tenha habilitação definitiva que são: certificado e/ou diploma com título de especialista em Estética que pode ser obtido e/ou reconhecido pela Associação Brasileira de Biomedicina – ABBM e/ou certificado de pós-graduação ou estágio supervisionado com no mínimo de 500 horas exercidas (23). Partindo do princípio de que o conhecimento das particularidades da toxina botulínica tipo A contribui para ampliar os lócus de atuação do profissional Biomédico e viabilizam recursos para o tratamento de pacientes que dela necessitam, este estudo possuiu como objetivo principal evidenciar as informações atualizadas sobre a toxina botulínica do tipo A no rejuvenescimento facial, com ênfase na área de estética. Materiais e Métodos Este trabalho se refere a uma pesquisa de revisão bibliográfica baseado em estudos científicos publicados em banco de dados como Pubmed, Scielo e Lilacs, durante um período de 2008 a 2018, onde foram pesquisados estudos e agrupados resultados nos temas referentes a satisfação e insatisfação do paciente após procedimento, reações adversas, entre outros, nos idiomas Inglês e Português. A realização deste trabalho deu-se através dos termos: Toxina Botulínica Tipo A, harmonização facial, métodos minimamente invasivos, rejuvenescimento facial, toxina botulínica na musculatura e na estética. Discussão SIMP.TCC/Sem.IC. 2018(14);245-251 FACULDADE ICESP / ISSN: 2595-4210 249 Desde quando foi liberado a execução do uso da TBA na área da estética com intuito de amenizar e prevenir o rejuvenescimento facial, observa-se um crescimento graduado nos últimos anos. De acordo com pesquisas realizadas pela American Society for Dermatologic Sugery cometida no ano de 2013, a utilização da TBA teve um aumento de 20% comparado com o ano de 2012 (3). No ano de 2014 a Sociedade Americana de Cirurgia Plástica Estética elaborou uma outra pesquisa e descreveu que houve uma utilização da TBA em mais de 3,5 milhões de procedimentos, já a Sociedade Internacional de Cirurgia Plástica Estética nesse mesmo ano informou que foi utilizada a toxina em mais de 4,8 milhões de procedimentos realizados a nível mundial, confirmando o escalonamento dessa técnica (3). Em um estudo realizado por Gimenez e seus colaboradores, onde foi exercido com 24 mulheres que apresentavam uma idade entre 48 e 51 anos. Nesse estudo foi utilizado cerca 5 a 7 aplicações de TBA num prazo de 42 meses, sendo reutilizada a TBA a cada 8 meses. Foi percebido uma melhora nas rugas estáticas da região frontal em 62,5% e da região glabelar em 47,2% das pacientes, além do progresso das rugas dinâmicas, que apresentou um progresso da região frontal em 84,7% e da glabelar em 57% das pacientes, demonstrando uma eficácia maior para as rugas dinâmicas (11). Em concordância, outro estudo, agora realizado por Ribeiro no ano de 2014, do qual foi exercido em 537 pacientes que apresentavam rugas nas linhas glabelares, frontais e nas áreas lateral orbital. Pôde-se observar e descrever que ocorreu uma amenização das rugas dessas regiões, do qual alcançou um percentual de 60% a 95%, provando o êxito da TBA (11). Corroborando, uma pesquisa realizada com 110 pacientes que apresentavam idade entre 25 a 65 anos, cujo foi efetuado aplicações de TBA no músculo frontal, no corrugador, prócero e na orbicular. Teve um desfecho excelente, com 94% de satisfação dos pacientes que obtiveram uma melhora nas rugas dinâmicas dessas regiões. A validação dessa pesquisa foi efetivada através de comparação de fotos contendo o antes e o depois, eletromiografia e ponto de vista e percepção dos pacientes após cerca de 180 dias após o procedimento (24). A evolução das técnicas e o fácil manuseio desta toxina levam a um resultado seguro com possíveis resultados positivos, como evidencia a maioria dos estudos na área. No entanto, vale destacar que é uma toxina potente capaz de levar a morte caso ocorra a difusão do produto além do sítio de aplicação. Por isso a FDA exige uma rotulagem preta na caixa do botox, fundamentada em 180 casos nos Estados Unidos de pessoas que desenvolveram complicações que variam de moderadas a graves (6). Nesse contexto, a TBA tem sempre risco no seu uso, mas estes podem ser minimizados com a realização de aplicações por profissional especializado, seguindo as normas dos produtos, doses recomendadas, indicação terapêutica, aplicação de forma correta nos músculos das expressões faciais. Cumprindo todos esses pontos, a aplicação da TBA tende a ser vantajosa no processo de rejuvenescimento facial. Conclusão Diante dos estudos adquiridos e expostos nesse trabalho verifica-se que a eficácia da TBA supera os efeitos adversos, pois são raros e apresentam pouca gravidade. Essa técnica é praticada no mundo inteiro e apresenta como principal objetivo de amenização e prevenção das rugas faciais, principalmente as dinâmicas na região do terço superior da face, do qual encontramos os músculos da frontal até o nasal. A maior procura do uso da TBA na estética é acometida pelo gênero feminino, pois é um público que está sempre em busca do rejuvenescimento facial e elevação da autoestima. Verificou-se, que esse tratamento também tem eficácia em indivíduos mais jovens, pois pode atuar de forma preventiva retardando à formação das rugas de expressão, visto que quanto maior a idade as rugas dinâmicas vão se tornando mais profundas, assim necessitando de mais unidades da TBA. Conclui-se que para alcançar a juventude cutânea o procedimento com a TBA tem sido uma excelente escolha pela alta aceitação e satisfação, deixando em destaque a relevância da associação da execução da técnica relatada no artigo que deve ser realizada por um bom profissional habilitado e de amplo conhecimento indispensável em anatomia, bioquímica, rótulos das marcas e sua indicação e contraindicação, quantidade das doses a serem aplicadas, o tempo de paralisação muscular e da reaplicação do produto, protocolo de procedimento. Pode-se também concluir que a TBA é tem sido um recurso satisfatório e consistente para a uma variedade de patologias, fundamentado em evidências clínicas, contribuindo para os objetivos de tratamento e reabilitação. Agradecimentos Agradeço a Deus, pela graça alcançada de estudar em uma excelente faculdade e por ter me dado forças a vencer todos os obstáculos e adquirir mais uma conquista, além de todo conhecimento obtido. SIMP.TCC/Sem.IC. 2018(14);245-251 FACULDADE ICESP / ISSN: 2595-4210 250 A minha orientadora Fernanda Ramos de Paula, por todo apoio e orientação, sempre me mostrando o melhor caminho, além de paciência, incentivo, além de abrir os meus olhos para o conhecimento amplo em ser uma profissional diferenciada. Aos meus pais, meu sogro, esposo e filha,por compreensão, incentivo e por sempre acreditaram no meu potencial, além de estarem presentes em todo o percorrer desse processo. A todos dedico essa vitória com muita alegria e posso afirmar que a conquista não é só minha, mas de todos que estavam ao meu redor. Referências 1. CORDEIRO, Ruane Pereira et. al. Velha é a vovozinha: uma análise interpretativa do consumo e estigma associado à identidade de idade de mulheres após 65 anos. Revista ADM. MADE , Rio de Janeiro, v. 21, n. 1, p. 1-16, jan. / abr., 2017. 2. HARRAR, Harpal; MYERS, Simon; GHANEM, Ali. M. Art or Science? 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