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- - A UTILIZAÇÃO DA TOXINA BOTULÍNICA TIPO A NO REJUVENESCIMENT FACIAL

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SIMP.TCC/Sem.IC. 2018(14);245-251 FACULDADE ICESP / ISSN: 2595-4210 
245 
CURSO DE BIOMEDICINA 
A UTILIZAÇÃO DA TOXINA BOTULÍNICA TIPO A 
NO REJUVENESCIMENTO FACIAL 
THE USE OF BOTULINUM TOXIN TYPE A IN FA-
CIAL REJUVENATION 
 
Camila Tássia Maciel Chaves 
Fernanda Ramos de Paula 
 
 
 
Resumo 
Introdução: Recentemente um dos métodos mais utilizados para alcançar o rejuvenescimento facial é o uso da toxina botulínica tipo A 
(TBA), o seu emprego ocorre por apresentar resultados rápidos, satisfatórios e com poucos efeitos adversos. Materiais e Métodos: 
Um trabalho baseado em estudos científicos publicados com análise sobre a TBA. Discussão: A satisfação do paciente é obtida pela 
percepção de resultados positivos que foram observados um percentual acima de 50%, além de aumento na utilização dessa técnica 
em comparação com cirurgias plásticas, que foi de 390%. Conclusão: O bom resultado do uso da TBA está relacionado ao 
conhecimento em anatomia e fisiologia, domínio da técnica, manipulação e individualização das características do paciente. 
Palavras-Chave: Toxina Botulínica; toxina botulínica tipo A; rejuvenescimento facial. 
Abstract 
Introduction: Recently, one of the most widely used methods to achieve rejuvenation is the use of botulinum toxin type A (TBA) and its 
use occurs because it presents fast results, satisfactory and with few adverse effects. Materials and Methods: A paper based on pub-
lished scientific studies with analysis on TBA. Conclusion: The good result of the use of TBA requires knowledge in anatomy and 
physiology, mastery of technique, manipulation and individualization of patient characteristics. 
Key words: Botulinum Toxin; botulinum toxin type A; facial rejuvenation. 
Contato: camilatassiamaciel@hotmail.com 
 
Introdução 
 
Em um cenário cada vez mais exigente é 
perceptível notar que a sociedade contemporânea 
estabeleceu um padrão de beleza, do qual está 
associado a juventude (1). Estudos apontam que 
uma pessoa que se considera bonita torna-se 
mais sociável, amável e de bem com a vida (2). 
Assim, homens e mulheres buscam por métodos 
cirúrgicos e não cirúrgicos para alcançar uma 
aparência cada vez mais jovem, melhorando o 
seu amor próprio e sua satisfação diante do 
espelho (3). Nesse contexto, a utilização da 
toxina botulínica do tipo A (TBA) é um dos 
métodos mais baratos e menos invasivo 
comparado com as cirurgias plásticas, passando 
a ser empregado crescentemente no processo de 
rejuvenescimento facial a nível mundial (3). 
O envelhecimento facial ocorre de forma 
gradual com o passar dos anos e pode ser 
causado por fatores intrínsecos ou extrínsecos. 
Os fatores intrínsecos são inerentes a passagem 
do tempo, na qual, a pele inicia um processo de 
perda de água e fibras de colágeno, que tendem 
a diminuir pela redução do número de fibroblastos 
na derme, com isso, o tegumento se torna 
progressivamente enrugado, franzido, fino e fica 
cada vez mais aparente as rugas, que são 
conhecidas como estáticas (4). Os elementos 
extrínsecos são decorrentes da exposição de 
fatores externos como a radiação solar, poluição 
ambiental, uso abusivo de álcool, drogas, 
tabagismo, estresse e alimentação 
desequilibrada, que estimulam a precipitação e a 
degeneração celular pelo processo de produção 
de substâncias, os radicais livres, desencadeando 
o surgimento precoce de rugas, além das 
alterações de pigmentação da pele, atrofia, perda 
do suporte dérmico e lesões cancerosas (5). 
A Toxina Botulínica tipo A, tema deste 
trabalho, é operada pela medicina estética para 
tratar rugas faciais. A principal procura do seu uso 
apresenta o objetivo de diminuir ou prevenir o 
aparecimento dessas rugas, que são ocasionadas 
por contrações intensas dos músculos faciais, 
ocasionando as rugas dinâmicas (6). 
No Brasil, jovens de 20 a 30 anos, estão 
buscando, cada vez mais cedo, por técnicas com 
o uso da TBA para prevenir e amenizar sinais de 
envelhecimento (7). A procura desses jovens no 
rejuvenescimento facial foi comprovada através 
de uma pesquisa realizada pela Sociedade 
Brasileira de Cirurgia Plástica (SBCP) (7). Essa 
pesquisa foi executada no ano de 2016 e 
comparou entre os anos de 2014 e 2016 a 
quantidade de procedimentos estéticos não 
cirúrgicos utilizados nesse período (7). Foi 
relatado que nesses últimos dois anos houve um 
aumento de 390% desses procedimentos sendo 
efetuados, enquanto que para as cirurgias 
plásticas para fins estéticos cresceram apenas 
8% (7). Inclui-se a técnica da toxina botulínica tipo 
A como um desses procedimentos não invasivos. 
Nesse contexto, explica - se o aumento 
acentuado dos procedimentos estéticos não 
invasivos e preventivos, assim como também a 
redução dos custos desses procedimentos, por 
causa da elevação da oferta e maior qualificação 
Como citar esse artigo: 
Chaves CTM, Paula FR. A UTILIZAÇÃO DA TOXINA BOTULÍNICA TIPO A NO 
REJUVENESCIMENTO FACIAL. Anais do 14 Simpósio de TCC e 7 Seminário de IC da 
Faculdade ICESP. 2018(14); 245-251 
 
SIMP.TCC/Sem.IC. 2018(14);245-251 FACULDADE ICESP / ISSN: 2595-4210 
246 
e disponibilidade de especialistas que os 
realizam, como por exemplo, os Biomédicos 
Estetas (7). 
A princípio, a toxina botulínica (TB) foi 
descoberta por Justino Kerner (GER) entre 1817 
e 1822. No final dos anos 60, Alan B. Scott 
(oftalmologista, EUA), com o objetivo de diminuir 
a contração da musculatura intrínseca do olho em 
pacientes com estrabismo, introduziu a TB e 
observou uma melhoria nas linhas das rugas 
orbiculares (8). Nessa mesma época, o casal 
Carruthers, que também utilizavam essa toxina 
para tratar a patologia conhecida como 
blefaroespasmo (contração involuntária da 
pálpebra), obtiveram o mesmo resultado (9). Após 
os relatos satisfatórios comprovados nos estudos 
de de Scott e Carruthers, a TB foi inserida na lista 
de medicamentos seguros e eficazes aprovado 
pela Food and Drug Administration (FDA) para o 
uso em estrabismo, blefaroespasmo e espasmos 
faciais na década de 90 (9). Na estética, a 
utilização da TBA se deu por volta do ano 1992, 
nos EUA e no Brasil, o seu uso foi liberado pela 
ANVISA no ano 2000, e desde então, tem sido 
utilizada com o intuito de atenuar e até mesmo 
prevenir as rugas de expressão (10). 
 
Toxina Botulínica tipo A 
 
A toxina botulínica é uma proteína 
catalisadora derivada de uma bactéria Gram-
positiva, anaeróbia, esporulada, denominada 
Clostridium botulinum. No processo de 
fermentação, a bactéria é capaz de produzir sete 
tipos diferentes de toxina (A, B, C, D, E, F, G), 
sendo o mais usado na área da estética, a toxina 
botulínica do tipo A, devido a sua elevada 
potencialidade e efeito prolongado. (10,11). 
No rejuvenescimento, a TBA age 
bloqueando a condução neuromuscular, 
paralisando a musculatura estriada esquelética e 
atenuando a formação de rugas de forma 
reversível em até 1 cm de diâmetro do ponto de 
aplicação por via intramuscular e subcutânea (10, 
12). Seu emprego pode amenizar as rugas, 
levantar a ponta nasal, sobrancelhas e lábios 
caídos (13). 
Atualmente existem várias marcas para a 
comercialização da TBA, dentro dessas é 
permitido pela ANVISA e FDA apenas 3 para 
serem utilizadas tanto na medicina na terapêutica 
de algumas patologias e na área estética. Dentro 
dessas a mais conhecida e utilizada é a marca 
Botox®, também conhecida como onabotulínica A 
(ONA), fabricada pelo laboratório Allergan nos 
Estados Unidos. As outras marcas são a 
Dysport®, abobotulínica A (ABO), fabricada pela 
Biopharm no Reino Unido e a Xeomin®, 
incobotulínica A que é fabricada na Alemanha 
pela Merz (8). Ao analisar cada produto, observa-
se que se diferem na composição, quantidade da 
toxina e no peso molecular. Quanto à 
composição, o Botox® contém 0,5 mg de 
albumina humana, 4,8ng de toxina e um peso 
molecular de 900 KDa, já a Dysport® possui além 
de 0,125mg de albumina humana, 12,5ng de 
toxina, apresenta 2,5mg de lactose, e um peso de 
500 e 900 KDa, porfim, o Xeomin® contém 
albumina humana 1000mcg, 0,6ng de toxina, 
sucrose 5mg, e pesa cerca de 150KDa (14, 15). 
A toxina incobotulínica A (Xeomin®) tem 
um início mais rápido e maior duração, por 
apresentar o menor peso molecular e apresentar 
uma resistência a variação de temperatura, 
enquanto que a toxina abobotulínica (Dysport®) 
tem uma melhor propagação no tecido, sendo 
indicada o seu uso para relaxamento de rugas 
mais finas e toxina onabotulínica A (Botox®) tem 
maior redução na contração muscular devido ser 
a mais pesada de todas as marcas e é indicada 
para rugas mais profundas. É importante ressaltar 
que todas as marcas comercializadas provocam 
efeitos positivos semelhantes para a auto 
percepção na paralização do músculo atingindo o 
desejo dos pacientes (16). 
Sabe-se que é de fundamental a 
importância de antes da realização da aplicação 
do produto no músculo que será paralisado, cada 
frasco independentemente da marca deverá ser 
diluído com cerca de 2,5ml de solução salina a 
0,9% (15). Depois de ser reconstituído, o material 
deve ser usado dentro de 4 horas e pode ser 
preservado em estado refrigeração em média de 
4°C em até 4 semanas (6). No entanto, é 
importante destacar que ocorre uma redução 
significativa da sua potência, a partir do início da 
1ª semana após a diluição, de acordo com 
(SPOSITO, 2014) ocorre uma perda de 50% de 
potência da TBA, além disso, a marca Botox®, 
pode perder a sua alta eficácia por uma simples 
agitação. Logo a manipulação deve ser realizada 
com cuidado para que não ocorra a sua 
desnaturação (15). 
Relacionando a eficácia da TBA, é 
importante destacar que o Botox® é 3 a 4 vezes 
mais potente do que o Dysport®, sendo que a 
quantidade de Dysport® deve ser 3 ou 4 vezes 
superior à quantidade de Botox®, de forma a 
atingir os mesmos efeitos clínicos(9). 
 
Estrutura e mecanismo de ação 
 
A estrutura da TBA é composta de uma 
única cadeia polipeptídica formada por 1205 
aminoácidos e com peso de 150kDa. Essa cadeia 
se divide em 3 partes, L, Hn e Hc, da qual são 
unidas por uma ponte dissulfeto e forças não 
covalentes. Cada fragmento possui uma 
quantidade de 50kDa (Figura 1) (17). A cadeia L 
tem a função de inibir a liberação dos 
neurotransmissores bloqueando as vesículas de 
fusão pré-sinápticas, representando a porção leve 
 
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da estrutura. A parte pesada apresenta cerca de 
100kDa e contém a cadeia (Hn), encarregada 
pela internalização e translocação e a cadeia (Hc) 
que possui a função de ligação com o neurônio 
motor (10,11,17,29). 
 
Figura 1: Estrutura da TBA 
 
Fonte: Ventura, 2015. 
 
O mecanismo de ação da TBA apresenta 
uma atuação na terminação nervosa motora 
colinérgica, através do bloqueio cálcio-
dependente da liberação do neurotransmissor 
acetilcolina na fase pré-sináptica da junção 
neuromuscular (assim como os outros sorotipos), 
provocando um relaxamento muscular (14,17). 
Esse processo acontece em três fases: ligação, 
internalização e bloqueio. Na primeira etapa, após 
ser injetada, a toxina se liga com os receptores de 
proteínas de superfície nos terminais colinérgicos 
pré-sinápticos através da cadeia pesada (H). Na 
internalização ou translocação, segunda etapa, a 
TBA internaliza a célula nervosa por endocitose, a 
cadeia pesada faz a sua função de transporte e a 
cadeia leve penetra no citoplasma do terminal do 
axônio, fazendo a ligação neural. Na fase de 
finalização, a terceira etapa conhecida como a 
fase do bloqueio, a cadeia leve se liga e cliva a 
proteína SNAP-25 nos aminoácidos Glicina 197- 
Arginina, que são proteínas responsáveis pela 
fusão das vesículas sinápticas com os terminais 
nervosos, com isso inibe a liberação do 
neurotransmissor acetilcolina (Figura 2) (17,18). A 
paralisia parcial do músculo pode ser notada 
entre o terceiro e décimo dia e possuem uma 
duração de 4 a 6 meses, visto que após mais ou 
menos 2 meses o organismo reestabelece as 
proteínas de fusão (20,21,30). 
Figura 2: Mecanismo de ação da TBA, 
ligação, internalização, translocação e 
bloqueio. 
 
Fonte: Ventura, 2015 
 
Aplicação da Toxina Botulínica 
 
Com o intuito de amenizar as linhas 
hipercinéticas é realizada a aplicação da TBA no 
nos principais músculos de expressões faciais 
(Figura 3) que são: frontal, corrugadores, 
orbiculares da lateral do olho e das pálpebras, 
prócero, orbicular da boca, levantador do ângulo 
da boca, levantador do lábio superior, nasal, 
zigomático menor e maior, depressor do ângulo 
da boca, risório, bucinador, depressor do septo 
nasal, mentoniano (6, 22). 
 
Figura 3: Principais músculos de aplicação da 
TBA. 
 
 
Fonte: Silva, 2017; 
https://astrociencianet.wordpress.com/2016/09/24
/musculo-da-mimica-facial/ 
 
Antes de ser feito o procedimento com a 
aplicação da TBA é realizado a anamnese com 
intuito de saber qual o desejo do paciente e 
análise da espessura da cútis, onde uma pele 
mais compacta necessita de uma maior 
quantidade da dose do produto, assim como no 
gênero masculino, por apresenta esse tipo de 
pele mais densa, requer um volume maior que o 
sexo feminino (6). 
Cada músculo ou área a ser tratada com a 
toxina apresenta uma variação em números de 
pontos de aplicação do local e quantidade da 
dose. A quantidade de doses das regiões das 
 
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rugas da frontal e orbicular dos olhos usa-se 
cerca de 3 a 7 pontos de aplicação e o volume 
para homens é de 14 a 40U e para mulheres de 
12 a 30U. Já para tratamento dos pés de galinha 
que é administrado no músculo da orbicular do 
olho, usa-se de 2 a 5 pontos e 12 a 30U, 
igualmente para homens e mulheres, já que esta 
região apresenta uma camada de epitélio mais 
fina. A porção frontal temos o emprego de 4 a 8 
pontos com dose para homens de 12 a 24U e 
para mulheres de 10 a 20U (6). 
 
Indicação e contraindicação 
 
A TBA é indicada para pessoas que 
apresentam contração muscular intensa, que 
geram as rugas dinâmicas (6). Assim como 
também, é usado em rugas estáticas, que são 
aquelas adquiridas pelo envelhecimento natural 
da pele, de acordo com o passar da idade (4). 
Além da atenuação de rugas faciais e cervicais, a 
TBA é empregada também na intervenção de 
patologias como estrabismo, blefaroespasmo, 
espasticidades, distonias, cefaleia, doença de 
Parkinson, bruxismo, vaginismo, mamilo irritável, 
prostatite, bexiga neurogênica, hiperidrose, entre 
outros (11,25,27,30). 
Em contrapartida, não é indicada para 
pessoas que apresentam hipersensibilidade a 
algum componente presente na ampola da TBA, 
como por exemplo a albumina. No frasco da 
Dysport, temos dois constituintes que podem 
gerar alergia, a albumina e a lactose. Também 
não é indicada para pacientes que apresentam 
infecção no local da aplicação, gravidez e 
lactante, doença neuromuscular como a 
miastenia grave (6,11,15, 20, 30). 
O tratamento em questão pode apresentar 
alguns efeitos indesejáveis. Em primeiro lugar um 
paciente pode expor complicações que poderiam 
ser evitadas, da qual podem estar relacionados 
problemas como erros na execução da técnica, 
avaliação do paciente no momento da anamnese 
e o não cumprimento por parte dos pacientes em 
relação as orientações que deverão ser 
recomendadas pelo profissional após o 
procedimento. Esses conselhos para os pacientes 
são não fazer esforços físicos e não abaixar a 
cabeça (10,11). 
Por outro lado, existem as complicações 
que não podem ser evitadas, da qual está 
relacionada a alergia aos excipientes contidos no 
frasco da TBA que faz com que o paciente tenha 
uma produção de anticorpos contra a substância. 
Esses anticorpos antitoxina podem ser evitados 
quando o profissional utiliza o produto com menor 
concentração de componentes alérgicos, assim 
como a utilização do menor volume, um maior 
tempo de retorno da aplicação e evitar o uso de 
marcas diferentes no mesmo paciente,além da 
não utilização da TBA para essas pessoas 
(6,10,11). 
Em relação aos efeitos adversos do uso da 
TBA, os principais sintomas relatados são dor, 
causada pela perfuração cortante da agulha, 
eritema e edema provocado pela vasodilatação e 
acúmulo de líquido no local gerado por uma 
inflamação, equimose quando ocorre rompimento 
de vasos, além de cefaleia e náuseas que pode 
durar de 2 a 4 semanas após a aplicação (6, 9). 
Outra complicação bastante comum 
relacionada ao erro de administração da TBA pelo 
profissional é a ptose da sobrancelha e da 
pálpebra, bem como a elevação de uma 
sobrancelha, ocasionando uma assimetria facial 
(6, 9, 26). A probabilidade desse efeito 
assimétrico diminuir está relacionada ao domínio 
do profissional quanto a anatomia e ação da 
toxina (12). 
De fato, a aplicação da TBA deve ser 
realizada por profissionais da área da saúde, 
como por exemplo, o Biomédico Esteta. Em 1 de 
julho de 2011 a Resolução no 200, o Art. 1 o 
regulamenta a habilitação em Biomedicina 
Estética e o Art. 5 o relata quais os requisitos 
necessários para que o biomédico tenha 
habilitação definitiva que são: certificado e/ou 
diploma com título de especialista em Estética 
que pode ser obtido e/ou reconhecido pela 
Associação Brasileira de Biomedicina – ABBM 
e/ou certificado de pós-graduação ou estágio 
supervisionado com no mínimo de 500 horas 
exercidas (23). 
Partindo do princípio de que o 
conhecimento das particularidades da toxina 
botulínica tipo A contribui para ampliar os lócus de 
atuação do profissional Biomédico e viabilizam 
recursos para o tratamento de pacientes que dela 
necessitam, este estudo possuiu como objetivo 
principal evidenciar as informações atualizadas 
sobre a toxina botulínica do tipo A no 
rejuvenescimento facial, com ênfase na área de 
estética. 
 
Materiais e Métodos 
 
Este trabalho se refere a uma pesquisa de 
revisão bibliográfica baseado em estudos 
científicos publicados em banco de dados como 
Pubmed, Scielo e Lilacs, durante um período de 
2008 a 2018, onde foram pesquisados estudos e 
agrupados resultados nos temas referentes a 
satisfação e insatisfação do paciente após 
procedimento, reações adversas, entre outros, 
nos idiomas Inglês e Português. 
A realização deste trabalho deu-se através 
dos termos: Toxina Botulínica Tipo A, 
harmonização facial, métodos minimamente 
invasivos, rejuvenescimento facial, toxina 
botulínica na musculatura e na estética. 
 
Discussão 
 
SIMP.TCC/Sem.IC. 2018(14);245-251 FACULDADE ICESP / ISSN: 2595-4210 
249 
 
Desde quando foi liberado a execução do 
uso da TBA na área da estética com intuito de 
amenizar e prevenir o rejuvenescimento facial, 
observa-se um crescimento graduado nos últimos 
anos. De acordo com pesquisas realizadas pela 
American Society for Dermatologic Sugery 
cometida no ano de 2013, a utilização da TBA 
teve um aumento de 20% comparado com o ano 
de 2012 (3). No ano de 2014 a Sociedade 
Americana de Cirurgia Plástica Estética elaborou 
uma outra pesquisa e descreveu que houve uma 
utilização da TBA em mais de 3,5 milhões de 
procedimentos, já a Sociedade Internacional de 
Cirurgia Plástica Estética nesse mesmo ano 
informou que foi utilizada a toxina em mais de 4,8 
milhões de procedimentos realizados a nível 
mundial, confirmando o escalonamento dessa 
técnica (3). 
Em um estudo realizado por Gimenez e 
seus colaboradores, onde foi exercido com 24 
mulheres que apresentavam uma idade entre 48 
e 51 anos. Nesse estudo foi utilizado cerca 5 a 7 
aplicações de TBA num prazo de 42 meses, 
sendo reutilizada a TBA a cada 8 meses. Foi 
percebido uma melhora nas rugas estáticas da 
região frontal em 62,5% e da região glabelar em 
47,2% das pacientes, além do progresso das 
rugas dinâmicas, que apresentou um progresso 
da região frontal em 84,7% e da glabelar em 57% 
das pacientes, demonstrando uma eficácia maior 
para as rugas dinâmicas (11). 
Em concordância, outro estudo, agora 
realizado por Ribeiro no ano de 2014, do qual foi 
exercido em 537 pacientes que apresentavam 
rugas nas linhas glabelares, frontais e nas áreas 
lateral orbital. Pôde-se observar e descrever que 
ocorreu uma amenização das rugas dessas 
regiões, do qual alcançou um percentual de 60% 
a 95%, provando o êxito da TBA (11). 
Corroborando, uma pesquisa realizada com 
110 pacientes que apresentavam idade entre 25 a 
65 anos, cujo foi efetuado aplicações de TBA no 
músculo frontal, no corrugador, prócero e na 
orbicular. Teve um desfecho excelente, com 94% 
de satisfação dos pacientes que obtiveram uma 
melhora nas rugas dinâmicas dessas regiões. A 
validação dessa pesquisa foi efetivada através de 
comparação de fotos contendo o antes e o 
depois, eletromiografia e ponto de vista e 
percepção dos pacientes após cerca de 180 dias 
após o procedimento (24). 
A evolução das técnicas e o fácil manuseio 
desta toxina levam a um resultado seguro com 
possíveis resultados positivos, como evidencia a 
maioria dos estudos na área. No entanto, vale 
destacar que é uma toxina potente capaz de levar 
a morte caso ocorra a difusão do produto além do 
sítio de aplicação. Por isso a FDA exige uma 
rotulagem preta na caixa do botox, fundamentada 
em 180 casos nos Estados Unidos de pessoas 
que desenvolveram complicações que variam de 
moderadas a graves (6). 
Nesse contexto, a TBA tem sempre risco 
no seu uso, mas estes podem ser minimizados 
com a realização de aplicações por profissional 
especializado, seguindo as normas dos produtos, 
doses recomendadas, indicação terapêutica, 
aplicação de forma correta nos músculos das 
expressões faciais. Cumprindo todos esses 
pontos, a aplicação da TBA tende a ser vantajosa 
no processo de rejuvenescimento facial. 
 
Conclusão 
 
Diante dos estudos adquiridos e expostos 
nesse trabalho verifica-se que a eficácia da TBA 
supera os efeitos adversos, pois são raros e 
apresentam pouca gravidade. 
 Essa técnica é praticada no mundo inteiro 
e apresenta como principal objetivo de 
amenização e prevenção das rugas faciais, 
principalmente as dinâmicas na região do terço 
superior da face, do qual encontramos os 
músculos da frontal até o nasal. 
A maior procura do uso da TBA na estética 
é acometida pelo gênero feminino, pois é um 
público que está sempre em busca do 
rejuvenescimento facial e elevação da 
autoestima. 
Verificou-se, que esse tratamento também 
tem eficácia em indivíduos mais jovens, pois pode 
atuar de forma preventiva retardando à formação 
das rugas de expressão, visto que quanto maior a 
idade as rugas dinâmicas vão se tornando mais 
profundas, assim necessitando de mais unidades 
da TBA. 
Conclui-se que para alcançar a juventude 
cutânea o procedimento com a TBA tem sido uma 
excelente escolha pela alta aceitação e 
satisfação, deixando em destaque a relevância da 
associação da execução da técnica relatada no 
artigo que deve ser realizada por um bom 
profissional habilitado e de amplo conhecimento 
indispensável em anatomia, bioquímica, rótulos 
das marcas e sua indicação e contraindicação, 
quantidade das doses a serem aplicadas, o 
tempo de paralisação muscular e da reaplicação 
do produto, protocolo de procedimento. 
Pode-se também concluir que a TBA é tem 
sido um recurso satisfatório e consistente para a 
uma variedade de patologias, fundamentado em 
evidências clínicas, contribuindo para os objetivos 
de tratamento e reabilitação. 
 
Agradecimentos 
 
Agradeço a Deus, pela graça alcançada de 
estudar em uma excelente faculdade e por ter me 
dado forças a vencer todos os obstáculos e 
adquirir mais uma conquista, além de todo 
conhecimento obtido. 
 
SIMP.TCC/Sem.IC. 2018(14);245-251 FACULDADE ICESP / ISSN: 2595-4210 
250 
A minha orientadora Fernanda Ramos de 
Paula, por todo apoio e orientação, sempre me 
mostrando o melhor caminho, além de paciência, 
incentivo, além de abrir os meus olhos para o 
conhecimento amplo em ser uma profissional 
diferenciada. 
Aos meus pais, meu sogro, esposo e filha,por compreensão, incentivo e por sempre 
acreditaram no meu potencial, além de estarem 
presentes em todo o percorrer desse processo. A 
todos dedico essa vitória com muita alegria e 
posso afirmar que a conquista não é só minha, 
mas de todos que estavam ao meu redor. 
 
 
 
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