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Contabilidade de Custos 1 Contabilidade de Custos CONCEITO Contabilidade de Custos é a parte da ciência contábil que se dedica ao estudo racional dos gastos feitos para se obter um bem de venda ou de consumo, quer seja um produto, uma mercadoria ou um serviço. Contabilidade de Custos é o ramo da função financeira que acumula, organiza, analisa e interpreta os custos dos produtos, dos inventários, dos serviços, dos componentes da organização, dos planos operacionais e das atividades de distribuição para determinar o lucro, para controlar as operações e para auxiliar o administrador no processo de tomada de decisão. ORIGEM E EVOLUÇÃO DA CONTABILIDADE DE CUSTOS A Contabilidade de Custos nasceu com a Revolução Industrial, e tinha como objetivos: a) Avaliação de inventários de matérias-primas, de produtos fabricados e de produtos vendidos, tudo ao final de um determinado período. Estoques iniciais (+) Compras (-) Estoques finais (=) Custo das Mercadorias Vendidas b) Verificar os resultados obtidos pelas empresas como consequência da fabricação e venda de seus Contabilidade de Custos 2 produtos. Nessa época, as empresas possuíam processos produtivos basicamente artesanais, e conseqüentemente os únicos custos produtivos considerados eram o valor das matérias-primas consumidas e da mão-de-obra utilizada. Como consequência do crescimento das organizações, da intensificação da concorrência e da crescente escassez de recursos, surgiu a necessidade de aperfeiçoar os mecanismos de planejamento e controle das atividades empresariais. Além disso, as inúmeras possibilidades de utilização dos fatores de produção determinam uma variedade quase infinita no comportamento dos custos resultantes. É, então, imprescindível, para qualquer empresa ter um sistema de custos, ainda mais numa economia capitalista e concorrencial como a nossa. É difícil tomar decisões confiáveis e ter uma margem de segurança satisfatória, sem o conhecimento dos custos do modo mais real possível. Nesse sentido, as informações relativas aos custos de produção e/ou comercialização, desde que apropriadamente organizadas, resumidas e relatadas, constituem uma ferramenta administrativa da mais alta relevância. Assim, as informações de custos transformam-se, gradativamente, num verdadeiro sistema de informações gerenciais, de vital importância para a administração das organizações empresariais. Essas informações constituem um subsídio básico para o processo de tomada de decisões, bem como para o planejamento e controle das atividades empresariais. FINALIDADE DA CONTABILIDADE DE CUSTOS A Contabilidade de Custos ocupa-se da classificação, agrupamento, controle e atribuição dos custos, sendo que os custos coletados servem a três finalidades principais: a) Fornecer dados de custos para a medição dos lucros e avaliação dos estoques. b) Fornecer informações aos dirigentes para o controle das operações e atividades da empresa. c) Fornecer informações para o planejamento da direção e a tomada de decisões. Em resumo, a Contabilidade de custos, fornece informações para: 1 - A determinação dos custos dos fatores de produção; 2 - A determinação dos custos de qualquer natureza; 3 - A determinação dos custos dos setores de uma organização 4 - A redução dos custos dos fatores de produção, de qualquer atividade da empresa; 5 -À Administração, quando esta deseja tomar uma decisão, estabelecer planos ou solucionar problemas especiais; 6 - O levantamento dos custos dos desperdícios, do tempo ocioso dos operários, da capacidade ociosa do equipamento, dos produtos danificados, do trabalho necessário para conserto, dos serviços de garantia dos produtos; 7 - A determinação da época em que se deve desfazer de um equipamento, isto é, quando as despesas de manutenção e reparos ultrapassarem os benefícios advindos da utilização do equipamento; 8 - A determinação dos custos dos inventários com a finalidade de ajustar o cálculo dos estoques mínimos, do lote econômico de compra e da época de compra; 9 - estabelecimento dos orçamentos; 10 - A determinação do preço de venda dos produtos ou serviços. CONTABILIDADE FINANCEIRA (GERAL) X CONTABILIDADE DE CUSTOS Contabilidade Financeira (Geral) A Contabilidade Financeira surgiu com o desenvolvimento do comércio. Seu objetivo fundamental é o controle do patrimônio da empresa e suas variações, que são resultantes da Apuração do Resultado das atividades mercantis (lucro ou prejuízo). A Contabilidade Financeira se concentra nos demonstrativos dirigidos ao público externo (acionistas, credores etc.), que são guiados pelos Princípios Fundamentais de Contábilidade. Contabilidade de Custos 3 Contabilidade de Custos Com o advento da Revolução Industrial e a conseqüente proliferação das empresas industriais, a contabilidade viu-se as voltas com o problema de adaptar os procedimentos de apuração do resultado em empresas comerciais (que apenas revendiam mercadorias compradas de outrem) para as empresas industriais, que adquiriam matérias-primas e utilizavam fatores de produção para transformá-las em produtos destinados à venda. A solução natural para o problema foi usar o mesmo esquema para apuração do resultado, substituindo o item “Compras” pelo pagamento dos fatores que entraram na produção: matéria-prima consumida, salário dos trabalhadores da produção, energia elétrica e combustíveis utilizados, enfim, todos os gastos que foram efetuados na atividade Industrial e que foram denominados de Custos de Produção. O ramo da Contabilidade que controlava estes gastos passou a chamar-se de Contabilidade de Custos. A Contabilidade de Custos mensura e relata informações financeiras e não financeiras relacionadas à aquisição e ao consumo de recursos pela organização. Ela fornece informação tanto para a Contabilidade Financeira quanto para a Contabilidade Gerencial. ARTESÕES COMÉRCIO CONSUMIDOR INDÚSTRIAS COMÉRCIO CONSUMIDOR Estoques na atividade comercial O comerciante se limita a revender as mercadorias adquiridas com essa finalidade. O controle dos estoques na empresa comercial é relativamente simples. Basta que se verifique, mediante inventário periódico ou por meio de controles permanentes, o valor de aquisição dos bens em estoque. Com esse recurso, podemos também controlar o custo das mercadorias vendidas e, assim, apurar o resultado. Na apuração do custo das mercadorias vendidas, podemos utilizar o sistema de inventário periódico ou o sistema de inventário permanente. No sistema de inventário periódico, o CMV só é apurado ao fim de um período determinado, normalmente ao fim de cada exercício social: CMV = Estoque Inicial + Compras - Estoque Final No sistema de inventário permanente, o CMV é apurado em cada venda. De forma simplificada, a apuração do resultado na empresa comercial é feita do seguinte modo: Vendas líquidas 10.000,00 ( - ) CMV (6.000,00) Lucro Bruto 4.000,00 ( - ) Despesas operacionais: - de vendas 200,00 - administrativas 300,00 - financeiras 500,00 (1.000,00) Lucro líquido 3.000,00 As mercadorias vendidas e entregues aos clientes têm o valor de aquisição registrado como custo das mercadorias vendidas: Mercadorias em Estoques CMV Contabilidade de Custos 4 Ciclo de negociação das Empresas Comerciais: Compra MercadoriasEstoca Mercadorias Estoque de Mercadorias – são as mercadorias compradas que ainda não foram vendidas. Ao serem vendidas, as mercadorias são baixadas dos estoques pelo valor que foram adquiridas – Custo das Mercadorias Vendidas (CMV). A forma mais simples de se calcular o CMV é através da seguinte equação: CMV = EI + Compras – EF Na atividade comercial permanecem em estoque apenas os valores de aquisição das mercadorias ainda não vendidas. Os valores correspondentes a aluguéis, depreciação, juros, comissões de vendas, honorários, salários etc. são apropriados ao resultado imediatamente quando incorridos. Em regra, são estocados apenas os gastos necessários à aquisição das mercadorias, tais como o preço pago pela mercadoria, o frete, o seguro do frete, os impostos não recuperáveis. Os gastos não relacionados à compra das mercadorias não fazem parte do seu valor de aquisição. A despesa de salários de uma empresa comercial, por exemplo, não é incorporada ao estoque, sendo apropriada ao resultado dentro do período de competência da despesa, mesmo que nesse período não tenham sido realizadas vendas de mercadorias. Estoques na atividade industrial O industrial fabrica os produtos que destina à venda, agregando à matéria-prima uma série de insumos. Na empresa industrial é necessário controlar os fatores que são aplicados à produção (material direto, mão- deobra direta e gastos gerais de fabricação), para se determinar o valor dos estoques de produtos em elaboração, dos estoques de produtos acabados e do custo dos produtos vendidos. De forma simplificada, a apuração do resultado na empresa industrial é feita do seguinte modo: Vendas líquidas 20.000,00 ( - ) CPV (14.000,00) Lucro bruto 6.000,00 ( - ) Despesas operacionais: - de vendas 2.000,00 - administrativas 1.000,00 - financeiras 1.200,00 (4.200,00) Lucro líquido 1.800,00 O CPV, Custo dos Produtos Vendidos, corresponde às matérias-primas utilizadas, embalagens e outros materiais diretos, mão-de-obra direta e gastos gerais de fabricação (ou custos indiretos de fabricação), necessários à fabricação dos produtos vendidos. Ou seja, corresponde ao valor dos fatores de produção aplicados aos produtos comercializados em determinado período. O CPV representa o custo dos produtos que foram transferidos para os clientes, em virtude das vendas. Matérias-primas Produtos em Elaboração Produtos Acabados CPV Ciclo de negociação das Empresas Industriais Vende Mercadorias Contabilidade de Custos 5 - Estoque de Matérias-primas – são matérias-primas em estoques aguardando para serem utilizadas no processo produtivo; - Estoque de Produtos em Processo/Elaboração – são produtos que foram iniciados, mas ainda não estão totalmente acabados; - Estoque de Produtos Acabados – são produtos que foram terminados seu ciclo de produção, mas ainda não foram vendidos. Cálculo do Custo dos Produtos Vendidos: Estoque Inicial de Produtos Industriais (em elaboração e acabados) + Custo de Produção do Período (Matéria-Prima consumida, Salários dos Operários, Energia Elétrica, Combustíveis e demais custos) – Estoque final de Produtos Industriais (em elaboração e acabados). CPV = EIPE + EIPA + CPP –EFPE – EFPA Demonstração do Resultado do Exercício (com as alterações da Lei nº 11.638/07 e MP nº 449/08) Empresa Comercial Receita Bruta de Vendas e Serviços (-) Deduções (devoluções de vendas, abatimentos e impostos) = Receita Líquida de Vendas e Serviços (-) CMV (EI + Compras – EF) = Lucro Bruto Operacional (-) Despesas Operacionais * Com Vendas * Financeiras Líquidas * Administrativas Outras receitas e despesas operacionais = Lucro/Prejuízo Líquido Operacional Outras Receitas e outras Despesas = Resultado do Exercício antes da CSSL e IR (-) Provisão para CSSL (-) Provisão para IR = Lucro Líquido antes das participações (-) Participações de Debêntures, Empregados, Administradores e partes beneficiárias. = Lucro Líquido do Exercício Empresa Industrial Faturamento Bruto (-) IPI s/ Faturamento ESTOCA PRODUTOS ACABADOS COMPRA MATÉRIAS- PRIMAS ESTOCA MATÉRIAS-PRIMAS PRODUZ VENDE PRODUTOS ACABADOS Contabilidade de Custos 6 = Receita Bruta de Vendas (-) Deduções = Receita Líquida de Vendas (-) Custo dos Produtos Vendidos = Lucro Bruto Operacional É a Contabilidade de Custos quem apura o CPV, por meio do controle dos custos de produção. As receitas e as despesas de vendas, administrativas, financeiras etc. são controladas pela Contabilidade Financeira (Comercial) da empresa. Na atividade industrial permanecem em estoque os valores de aquisição das matériasprimas e demais fatores de produção aplicados na fabricação dos produtos mantidos em estoque. São apropriados ao resultado, como custo dos produtos vendidos, apenas os valores aplicados na fabricação dos produtos vendidos. Assim, integram os estoques de produtos os salários, a depreciação, o aluguel, o seguro e demais gastos aplicados à produção, enquanto os produtos não forem vendidos; vale dizer, durante o período em que os produtos forem mantidos em estoque. Se um produto fabricado permanecer em estoque, o seu valor corresponderá aos seguintes custos, necessários à sua produção: Matéria-prima consumida + Embalagem e outros materiais diretos utilizados + Mão-de-obra direta aplicada + Gastos gerais de fabricação (demais gastos envolvidos no processo produtivo) TERMINOLOGIA UTILIZADA EM CONTABILIDADE DE CUSTOS A área de custos possui terminologia própria que, entretanto, muitas vezes é utilizada de forma equivocada. Gasto - sacrifício financeiro com que a entidade arca para a obtenção de um produto ou serviço qualquer, sacrifício esse representado por entrega ou promessa de entrega de ativos (normalmente dinheiro). Pode ser um investimento, custo ou despesa. Conceito extremamente amplo e que se aplica a todos os bens e serviços recebidos/prestados. Exemplos: Gasto com Mão-de-obra Aquisição de Mercadorias para revenda Aquisição de Matéria-prima Aquisição de Máquinas e equipamentos Energia Elétrica Aluguel Só existe gasto no ato da passagem para a propriedade da empresa do bem ou serviço, ou seja, no momento em que existe o reconhecimento contábil da dívida assumida ou da redução do ativo dado em pagamento. Não estão aqui incluídos todos os sacrifícios com que a entidade acaba por arcar, já que não são incluídos o custo de oportunidade ou os juros sobre o capital próprio, uma vez que estes não implicam a entrega de ativos. Note que o gasto implica, às vezes, em desembolso, mas são conceitos distintos. Desembolso - pagamento resultante de aquisição do bem ou serviço. Caracteriza-se pela entrega de numerário. Investimento - gasto ativado em função de sua vida útil ou de benefícios atribuíveis a períodos futuros. Pode se transformar em custo, despesa ou perda. Todos os sacrifícios havidos pela aquisição de bens ou serviços (gastos) que são "estocados" nos Ativos da empresa para baixa ou amortização quando de sua venda, de seu consumo, de seu desaparecimento ou de sua desvalorização são especificamente chamados de investimentos. Podem ser de diversas naturezas e de períodos de ativação variados: a matéria-prima é um gasto contabilizado temporariamente como investimento circulante; a máquina é um gasto que se transforma num investimento permanente; as ações adquiridas de outras empresas são gastos classificados como investimentos circulantesou permanentes, dependendo da intenção que levou a sociedade à aquisição. Custo - gasto relativo ao bem ou serviço utilizado na produção de outros bens ou serviços. Este gasto só é reconhecido como custo no momento de utilização dos fatores de produção, para fabricação de um produto ou execução de um serviço. Contabilidade de Custos 7 O Custo é também um gasto, só que reconhecido como tal, isto é, como custo, no momento da utilização dos fatores de produção (bens e serviços), para a fabricação de um produto ou execução de um serviço. Exemplos: a matéria-prima foi um gasto em sua aquisição que imediatamente se tornou investimento (Ativo Circulante), e assim ficou durante o tempo de sua Estocagem, sem que aparecesse nenhum custo associado a ela; no momento de sua utilização na fabricação de um bem, surge o Custo da matéria-prima como parte integrante do bem elaborado. Este, por sua vez, é de novo um investimento, já que fica ativado até sua venda. A energia elétrica utilizada na fabricação de um item qualquer é gasto (na hora de seu consumo) que passa imediatamente para custo, sem transitar pela fase de investimento. A máquina provocou um gasto em sua entrada, tornado investimento e parceladamente transformado em custo à medida que é utilizada no processo de produção. Exemplos: Matéria-Prima: foi um gasto na aquisição, que imediatamente se tornou um investimento durante sua estocagem, e quando consumido se tornou Custo. A Energia Elétrica é um gasto que quando consumido, passa imediatamente para Custo. Salários do pessoal da produção. Manutenção das Máquinas e Equipamentos de produção. Depreciação das Máquinas e Equipamentos de produção. Despesa - Gasto com bens e serviços não utilizados nas atividades produtivas e consumidos com a finalidade de obtenção de receitas. Em termos práticos, nem sempre é fácil distinguir CUSTOS e DESPESAS. Pode-se, entretanto, propor uma regra simples do ponto de vista didático: todos os gastos realizados com o produto até que este esteja pronto são CUSTOS; a partir daí, são despesas. Por exemplo: gastos com embalagem individual de sabonetes, são custos (realizados no âmbito do processo produtivo – este é vendido somente embalado); se a empresa resolve vender em embalagens com 4, 6 ou 8 sabonetes, esse gasto adicional com essas embalagens extras são DESPESAS (são realizadas após o ciclo de produção do produto). As despesas representam saídas de recursos, causando redução no patrimônio líquido. Exemplos: salários e encargos do pessoal de vendas e administrativo, energia elétrica do escritório, aluguéis e seguros do prédio da administração, depreciação dos equipamentos do escritório etc. Observações: todo o produto vendido e todo o serviço ou utilidade transferidos provocam despesas. Costuma- se chamar de Custo dos Produtos Vendidos/Custo dos Serviços Prestados/Custo das Mercadorias Vendidas e assim faz–se aparecer na Demonstração de Resultados; o significado mais correto seria Despesa. Cada componente que fora custo no processo de produção agora, na baixa, torna-se despesa. Exemplo: a mercadoria adquirida pela loja comercial provoca um gasto (genericamente), um investimento (especificamente), que se transforma numa despesa no momento do reconhecimento da receita quando trazida pela venda, sem passar pela fase de custo. Logo, segundo Eliseu Martins, o nome Custo das Mercadorias Vendidas não é, em termos genéricos, rigorosamente correto. Logo, todas as despesas são ou foram gastos. Porém, alguns gastos muitas vezes não se transformam em despesas (por exemplo, terrenos que não são depreciados) ou se transformam quando vendidos. Todos os Custos que são ou foram gastos se transformam em despesas quando da entrega dos bens ou serviços a que se referem. Muitos gastos são automaticamente transformados em despesas, outros passam primeiro pela fase de custos e outros ainda fazem a “via sacra” completa passando por investimento, custo e despesa. Custo e Despesa não são a mesma coisa ! Usaremos o termo “custo”, referindo-se à produção de bens. Perda - é um gasto não intencional decorrente de fatores externos fortuitos ou da atividade normal da empresa. No primeiro caso, são considerados da mesma natureza que as DESPESAS são jogadas diretamente contra o resultado do período. Exemplo: enchentes, desabamentos, obsoletismo de estoques, sinistros etc. No segundo caso, onde se enquadram, por exemplo, as perdas normais de matérias-primas na produção industrial, integram o Custo de Produção do Período. Exemplo: aparas de chapas de aço. Definição de Preço - valor estabelecido e aceito pelo vendedor para transferir a propriedade de um bem ou para prestar um serviço. Custo ou despesa para o adquirente é o preço para o vendedor. Gerencialmente não se faz distinção entre custo e despesa. O preço e o custo podem ser iguais, o preço sob a ótica do vendedor e Contabilidade de Custos 8 o custo sob a ótica do comprador. Considerando-se apenas o vendedor, o custo é menor e o preço é a maior porque contém o lucro. Definição de Receita - a receita de um bem é o seu preço de venda multiplicado pela quantidade vendida e a receita de vários bens é o somatório das multiplicações dos diferentes preços de venda pelas respectivas quantidades vendidas. Exemplo: A matéria prima, que é uma receita para o vendedor, é para o comprador um gasto com investimento no ato da compra, um desembolso no ato do pagamento que pode ser a vista ou a prazo, um custo no ato de sua aplicação na produção e uma despesa no ato da venda do produto que ela integra. ELEMENTOS DE CUSTOS OU FATORES DE PRODUÇÃO Basicamente, os componentes de custo industrial podem ser resumidos em três elementos: - Materiais (matéria prima, material secundário, embalagens) - Mão-de-obra (MOD / MOI - Mão de obra Direta e Indireta) - Gastos Gerais de Fabricação (GGF) ou Custos Indiretos de Fabricação (CIF) (energia elétrica, aluguéis, seguros, telefone, manutenção, lubrificantes etc). Materiais Os materiais utilizados na fabricação podem ser classificados em: Matérias-primas: são os materiais principais e essenciais que entram em maior quantidade na fabricação do produto. A matéria-prima para uma indústria de móveis de madeira é a madeira; para uma indústria de confecções é o tecido; para uma indústria de massas alimentícias é a farinha etc; Materiais Secundários: são os materiais que entram em menor quantidade na fabricação do produto. Esses materiais são aplicados juntamente com a matéria-prima, complementando-a ou até mesmo dando o acabamento necessário ao produto. Os materiais secundários para uma indústria de móveis de madeira são: pregos, cola, verniz, dobradiças, fechos etc; para uma indústria de confecções são: botões, zíperes, linha etc; para uma indústria de massas alimentícias são: ovos, manteiga, fermento, açúcar etc. Materiais de Embalagem: são os materiais destinados a acondicionar ou embalar os produtos, antes que eles saiam da área de produção. Os materiais de embalagem, em uma indústria de móveis de madeira podem ser caixas de papelão, que embalam os móveis desmontados; em uma indústria de confecções caixas ou sacos plásticos; em uma indústria de massas alimentícias caixas ou sacos plásticos etc. Podemos encontrar, ainda, outras nomenclaturas a respeito dos materiais secundários como: materiais auxiliares, materiais acessórios, materiais complementares, materiais de acabamento etc. Dependendo do interesse da empresa, essas subdivisões poderão ser utilizadas. Para efeito didático, consideraremos todos esses materiais como secundários. Mão-de-obra Compreende os gastos com o pessoal envolvidos na produção da empresa industrial, englobandosalários, encargos sociais, 13º Salário, Férias, refeições e estadas, seguros etc. Gastos Gerais de Fabricação ou Custos Indiretos de Fabricação. Compreendem os demais gastos necessários para a fabricação dos produtos, como por exemplo: aluguéis, energia elétrica, serviços de terceiros, manutenção da fábrica, depreciação, seguros diversos, material de limpeza, óleos e lubrificantes para as máquinas, pequenas peças para reposição, telefones e comunicações etc. Definição de objeto de custo ou objeto de custeio Como já tivemos oportunidade de mencionar, Custo se define como um recurso sacrificado ou de que se abre mão para um determinado fim (sempre voltado para a área de produção). Para guiar decisões, os gestores sempre desejam saber quanto custa uma determinada coisa, como por exemplo, um novo produto, uma nova máquina, um serviço etc. Chamamos essa coisa de OBJETO DE CUSTO. Isto significa dizer que objeto de custo é qualquer coisa para a qual se deseja uma mensuração de custo; é o nome técnico que designa a finalidade para a qual os custos estão sendo apurados. Exemplos: MARLON HighLight MARLON HighLight MARLON HighLight Contabilidade de Custos 9 OBJETO DE CUSTO ILUSTRAÇÃO PRODUTO Uma bicicleta de 21 marchas SERVIÇO Um vôo Rio-SP PROJETO Um avião montado pela embraer para a FAB ATIVIDADE Um teste para determinar o nível de qualidade de um lote de televisores DEPARTAMENTO Um departamento (manutenção) Controle de estoques Os estoques representam um dos ativos mais importantes do capital circulante e da posição financeira da maioria das companhias industriais e comerciais. Sua correta determinação no início e no fim do período contábil é essencial para uma apuração adequada do lucro líquido do exercício. Todos os itens são registrados através de código de produto, sendo o critério mais utilizado, o custo médio. Todas entradas são feitas quando da chegada do material ao almoxarifado, através da NF e as saídas são feitas através de Requisição de material. As Fases (contas) do Estoque (Ativo) são: Matéria-Prima Produtos em Elaboração Produtos Acabados Material de Consumo Mercadoria para Revenda Material para Embalagem Importação em andamento Provisão de estoque obsoleto (redutora) Provisão para ajuste ao valor de mercado (redutora) Devem ser programados Inventários Periódicos e Anuais, sendo que as diferenças verificadas devem ser analisadas e justificadas através de relatórios gerenciais. Estoque de Materiais: os estoques de materiais podem ser classificados em: Materiais Diretos: compreendem a matéria prima e outros que possam ser perfeitamente identificados ao objeto de custo. Materiais Indiretos: são os materiais empregados na fabricação do produto, mas, devido à dificuldade de cálculo, quanto à quantidade utilizada em cada produto fabricado, são considerados materiais indiretos. Estoques de Produtos em Elaboração: o saldo da conta estoque de produtos em elaboração ou estoque de produtos em processo representam o valor dos produtos em processo, em fabricação, os produtos que ainda não estão acabados para serem vendidos. Estoques de Produtos Acabados: essa conta representa o saldo dos produtos disponíveis para venda em estoque, no depósito de produtos acabados da empresa. Fases do Produto até Custo: Estoque de Matéria -Prima Produto em Elaboração (incluiu demais custos de produção) Produto Acabado (matéria-prima + demais custos de produção) Custo de Produtos Vendidos Custos de Produção – Podem ser separados em: Material Direto (MD), Mão-de-Obra Direta (MOD) e Custos Indiretos de Fabricação (CIF) ou Gastos Gerais de Fabricação (GGF). Corresponde ao Custo de Produção do Período ou Custo Fabril: é a soma dos custos incorridos no período dentro da fábrica em determinado período. CPP = MD (EI + C – EF) + MOD + CIF Contabilidade de Custos 10 Custo da Produção Acabada ou Custos dos Produtos Fabricados: nem sempre o total de custos aplicados na produção durante o período é totalmente transformado em produtos acabados. Pode permanecer alguma parcela ainda em elaboração no final do período. O Custo dos Produtos Fabricados ou Custo dos Produtos Acabados é resultante do custo fabril somado à parcela do Custo Fabril do período anterior ainda não transformado (no período atual chama-se EIPE) diminuído da parcela desse mesmo Custo Fabril que não se transformou (EFPE). Resumindo, o Custo dos Produtos Fabricados é o custo que efetivamente ocorreu sobre as unidades que foram totalmente acabadas naquele período. CPA = EIPE + CPP - EFPE Custo dos Produtos Vendidos – é a soma dos custos incorridos na fabricação dos bens que só agora estão sendo vendidos. Pode conter Custos de Produção também de períodos anteriores existentes em unidades que só foram acabadas no presente período. CPV = EIPA + CPA - EFPA Outros conceitos utilizados na contabilidade de custos Custos Primários – são os custos principais do produto em si, ou seja, a matéria-prima e a mão-de-obra Direta. Representam os primeiros custos a ocorrerem no processo produtivo. Custos de transformação: corresponde a soma de todos os custos de produção, exceto os relativos a matériasprimas e outros eventuais adquiridos e empregados sem nenhuma modificação pela empresa (componentes adquiridos prontos, embalagens compradas etc.). Representam esses Custos de Transformação o valor do esforço da própria empresa no processo de elaboração de um determinado item. Ou seja, constitui- se da mão-de-obra apropriada e dos custos indiretos de fabricação. Contabilidade de Custos 11 Separação entre custos e despesas O professor Eliseu Martins cita em seu livro que, teoricamente, a separação entre custos e despesas é fácil. Como nós já citamos: os gastos relativos ao processo de produção são CUSTOS; e os relativos à administração, às vendas e aos financiamentos são DESPESAS. Na prática, entretanto, uma série de problemas aparece pelo fato de não ser possível a separação de forma clara e objetiva. Somente devem ser “separados” e/ou “diferenciados” entre custos e despesas valores que sejam significativos e que vão influenciar sobremaneira o processo. Por exemplo, é comum encontrarmos uma única administração, sem a separação da que realmente pertence à fabrica; surge daí a prática de se ratear o gasto geral da administração, parte para despesa e parte para custo, rateio esse sempre arbitrário, pela dificuldade prática de uma divisão científica. Normalmente, a divisão é feita em função da proporcionalidade entre número de pessoas na fábrica e fora dela, ou com base nos demais gastos, ou simplesmente em porcentagens fixadas pela Diretoria. Outros exemplos mais específicos: gasto com o Departamento de Recursos Humanos ou Pessoal; por haver comumente um único departamento que cuida tanto do pessoal da fábrica como do pessoal da administração, faz-se a divisão de seu gasto total em custo e despesa. Ou também o Departamento de Contabilidade, que engloba a Contabilidade Financeira e a de Custos, e por essa razão tem, às vezes, seu gasto total de funcionamento dividido parte para despesa (Contabilidade Financeira) e parte para custo (Contabilidade de Custos). Os mesmos problemas existem para outros setores, tais como Departamento de Compras, que efetua aquisições tanto para a área de produção quanto para a administração, vendas, etc.; ou Almoxarifado, que presta serviços à produção e também ao resto da empresa; Manutenção, idem, etc. Como tentativa de solução ou pelo menos de simplificação, algumas regras básicas podem serseguidas: Fluxograma da Apuração do Resultado Industrial + (-) (-) + Materiais diretos consumidos (MD, MP etc) EI + C - EF Mão de obra direta MOD) ( GGF ou CIF Custo de Produção do Período ou Custo Fabril EIPE EFPE EIPA EFPA Custos dos Produtos Acabados ou Custo dos Produtos Fabricados Custos dos Produtos Vendidos Contabilidade de Custos 12 a) valores irrelevantes dentro dos gastos totais da empresa não devem ser rateados. Se, exemplificativamente, o gasto com o Departamento de Pessoal for de 0,3% dos gastos totais, dever-se-á tratá- lo como despesa integralmente, sem rateio para a fábrica (Conservadorismo e Materialidade); b) valores relevantes, porém repetitivos a cada período, que numa eventual divisão teriam sua parte maior considerada como despesas, não devem também ser rateados, tornando-se despesa por seu montante integral (Conservadorismo também). Por exemplo, a administração é centralizada, incluindo a da produção, que representa 67% dos gastos totais da empresa; numa eventual distribuição, 2/3 destes gastos ficariam como despesas. Logo, o melhor critério é tratá-los totalmente como despesa; c) valores cujo rateio é extremamente arbitrário devem ser evitados para apropriação aos custos (idem). Por exemplo, a apropriação dos honorários da diretoria só seria relativamente adequada se houvesse um apontamento do tempo e esforço que cada diretor devotasse ao processo de administração e vendas e ao de produção. Como isso é praticamente impossível e já que é extremamente arbitrário qualquer critério de rateio (porcentagem prefixada, proporcionalidade com a folha de pagamento, etc), o mais indicado é seu tratamento como despesa no período em que foram ocorridos. Em suma, só devem ser rateados e ter uma parte atribuída aos custos de produção e outra às despesas do período, os valores relevantes que visivelmente contêm ambos os elementos e podem, por critérios não excessivamente arbitrários, ser divididos nos dois grupos. Onde terminam os custos de produção? É bastante fácil a visualização de onde começam os custos de produção; mas nem sempre é da mesma maneira simples a verificação de onde eles terminam. É relativamente comum a existência de problemas de separação entre custos e despesas de venda. A regra é simples, bastando definir-se o momento em que o produto está pronto para a venda. Até aí, todos os gastos são custos. A partir desse momento, todos os gastos serão tratados como despesas necessárias para a realização da venda. CUSTOS DESPESAS Por exemplo, os gastos com embalagens podem tanto estar numa categoria como noutra, dependendo de sua aplicação; quando um produto é colocado para venda tanto a granel quanto em pequenas quantidades, seu custo terminou quando do término de sua produção. Como a embalagem só é aplicada após as vendas, deve ser tratada como despesa. Isso implica a contabilização do estoque de produtos acabados sem a embalagem e esta é ativada num estoque à parte. Se, por outro lado, os produtos já são colocados à venda embalados de forma diferente, então seu custo total inclui o de seu acondicionamento, ficando ativados por esse montante. EXERCÍCIOS 1) Indique se as afirmações estão certas ou erradas. a) A Contabilidade de Custos é a área da Contabilidade que trata dos gastos incorridos na produção de bens e serviços. b) A Contabilidade Industrial é a área da Contabilidade de Custos que trata dos gastos incorridos nos setores de produção e venda. c) A Contabilidade de Serviços é a área da Contabilidade de Custos que trata dos gastos incorridos na prestação de serviços. d) A Contabilidade de Custos é aplicada ao setor de produção. e) A Contabilidade de Custos controla os custos e despesas dos diversos departamentos de uma empresa industrial. Produtos Acabados VENDAS Contabilidade de Custos 13 2- Indique se as afirmações estão certas ou erradas. a) A depreciação dos equipamentos da fábrica é custo. b) O seguro dos equipamentos de produção é custo. c) Os salários dos vendedores são custos. d) O frete sobre vendas é custo. e) Os honorários da diretoria do departamento de administração são custos. 3- Indique se as afirmações estão certas ou erradas. a) Na empresa comercial, os estoques podem ser controlados mediante sistema de inventário permanente ou periódico. b) O custo das mercadorias vendidas de uma empresa comercial é correspondente ao valor de aquisição das mercadorias que foram vendidas e entregues ao cliente. c) Na atividade comercial, os valores dos aluguéis, depreciação, juros e comissões dos vendedores são apropriados ao resultado imediatamente quando incorridos. d) Na atividade comercial, são registrados como valor de aquisição dos estoques de mercadorias os gastos necessários à compra, inclusive frete, seguro do frete e impostos recuperáveis. e) Na atividade comercial, a despesa de salários dos vendedores não é incorporada ao valor de aquisição das mercadorias. 4 - Indique se as afirmações estão certas ou erradas. a) A Contabilidade de Custos controla o custo dos fatores de produção. b) Por meio da Contabilidade de Custos, podem ser determinados os valores dos estoques de produtos em elaboração, dos produtos acabados e do custo dos produtos vendidos. c) Os estoques de produtos em elaboração e acabados correspondem às matérias-primas utilizadas, embalagens e outros materiais diretos, mão-de-obra direta e custos indiretos já aplicados na fabricação desses produtos. d) O CPV representa o custo dos produtos que permanecem em estoque ao fim de um determinado período. e) As receitas e despesas das empresas industriais são controladas pela Contabilidade Comercial. 5- Indique se as afirmações estão certas ou erradas. a) Na atividade industrial, são mantidos nos estoques os valores das matérias-primas utilizadas e dos demais fatores de produção, enquanto os produtos correspondentes não forem vendidos e entregues aos clientes. b) Na atividade industrial, são apropriados ao resultado os valores aplicados na fabricação dos produtos vendidos e entregues aos clientes. c) Integram os estoques da indústria os salários, depreciação, aluguel e demais gastos de produção. d) A energia elétrica consumida no setor de produção é um custo. e) As indústrias possuem um elevado grau de imobilizações. 6- Marque a alternativa correta. Podemos identificar como funções principais da contabilidade de custos: a) a avaliação dos estoques e o cálculo das participações dos acionistas b) o auxílio ao controle e à tomada de decisões no processo administrativo c) o levantamento do balanço patrimonial e a avaliação de estoques d) colocar o contador em papel de destaque e aumentar o lucro empresarial e) a apuração dos custos e despesas das atividades de produção e comercialização 7- Indique a alternativa que não representa custo. a) Salários dos operadores das máquinas de fabricação. b) Depreciação das máquinas de fabricação. c) Honorários do diretor industrial e respectivos encargos sociais. d) Salários dos funcionários do departamento de vendas. e) Energia elétrica consumida pelas máquinas de fabricação. Contabilidade de Custos 14 8- Não integram o custo de produção das indústrias os valores correspondentes a: a) matérias-primas utilizadas na produção b) materiais indiretosutilizados na produção c) despesas de vendas dos produtos d) mão-de-obra aplicada à produção e) gastos gerais de fabricação dos produtos 9- (AFTN / ESAF) Um apartamento, adquirido e alugado por empresa industrial, é bem: a) do ativo diferido; b) fixo; c) numerário; d) de renda; e) de venda. 10- (AFTN / ESAF) Máquina destinada à produção de calçados é, para a indústria calçadista, um bem: a) de renda, produzindo bens de venda; b) fixo, produzindo bens de renda; c) fixo, porque é utilizado mais tempo que o bem de renda; d) fixo de renda; e) fixo, produzindo bens de venda 11 - (AFC / ESAF) Entre as afirmativas seguintes, apenas uma está incorreta. Assinale-a. a) A contabilidade gerencial tem por objetivo adaptar os procedimentos de apuração do resultado das empresas comerciais para as empresas industriais. b) A contabilidade de custos presta duas funções dentro da contabilidade gerencial, fornecendo os dados de custos para auxílio ao controle e para a tomada de decisões. c) Os custos de produção reúnem o custo do material direto, o custo da mão-de-obra e os demais custos indiretos de fabricação. d) O objetivo básico da contabilidade gerencial é o de fornecer à administração instrumentos que a auxiliem em suas funções gerenciais. e) O custo pode ser entendido como o gasto relativo a bem ou serviço utilizado na produção de outros bens ou serviços. 12. (Eletrobrás – 2007) O único valor considerado como custo na Contabilidade de Custos de empresa manufatureira é o desembolso em: a) propaganda; b) comissões de vendas; c) depreciação do automóvel do presidente da empresa; d) seguro da fábrica; e) dividendos pagos. 13 - Assinale com um ‘X’ a classificação correta de cada fato, se é: custo, despesa, investimento, desembolso ou perda: Fato Gasto Custo Desp Invest Desemb Perda Pagou a fatura do anúncio que colocou no jornal deste fim de semana. Colocou anúncio no jornal desta semana, mas só vai pagar no fim do mês. Comprou matéria prima a prazo. Transferiu a matéria prima do almoxarifado para a fábrica para iniciar a produção. Energia elétrica da fábrica consumida este mês. “Perda” normal de matéria prima no processo de fabricação. Deterioração de matéria prima em razão de greve dos operários. Obsoletismo de estoques de materiais. 14. (Perito – SSP) Um componente do Ativo Permanente se transforma em custo ou despesa: a) pela depreciação, amortização ou exaustão; b) pelo pagamento à vista ou a prazo; Contabilidade de Custos 15 c) pelo registro pelo seu valor d custo ou mercado; d) somente pela depreciação. 15. Assinale a alternativa correta: a) Material Direto + Mão-de-Obra Direta = Custo de Fabricação; b) Mão-de-Obra Direta + Gastos de Fabricação = Custo Primário; c) Material Direto + Gastos Gerais de Fabricação = Custo Total; d) Mão-de-Obra Direta + Custo Primário = Custo Total; e) Custo Primário + Gastos Gerais de Fabricação = Custo de Fabricação. 16. Compõem o chamado Custo Primário: a) Custo do Material Direto + Custo de Mão-de-Obra Direta; b) Custo do Material Direto - Custo de Mão-de-Obra Direta + Gastos Gerais de Fabricação; c) Custo do Material Direto + Gastos Gerais de Fabricação; d) Custo da Mão-de-Obra Direta + Gastos Gerais de Fabricação; e) Custo do Material Direto e Indireto + Gastos Gerais de Fabricação. 17. Observe as informações abaixo, extraídas de escrituração de uma empresa industrial, relativas a um determinado período de produção: Materiais requisitados do almoxarifado: Diretos............................................................. R$ 300.000,00 Indiretos.......................................................... R$ 50.000,00 Mão-de-Obra apontada: Direta............................................................... R$ 200.000,00 Indireta............................................................ R$ 30.000/00 Aluguel da Fábrica........................................ R$ 40.000,00 Seguro da Fábrica ........................................ R$ 20.000,00 Depreciação das máquinas .......................... R$ 60.000,00 O custo de fabricação, o custo primário e o custo de transformação têm, respectivamente, os valores de: a) R$ 700.000,00, R$ 500.000,00 e R$ 400.000,00; b) R$ 580.000,00, R$ 500.000,00 e R$ 120.000,00; c) R$ 700.000,00, R$ 580.000,00 e R$ 230.000,00; d) R$ 500.000,00, R$ 580.000,00 e R$ 400.000,00; e) R$ 580.000,00, R$ 350.000,00 e R$ 230.000,00. GABARITO 01 CECCE 02 CCEEE 03 CCCEC 04 CCCEC 05 CCCCC 06 ECECC 07 CCCEE 08 CEECE 06 B 07 D 08 C 09 D 10 B 11 A 12 D 13 ** 14 A 15 E 16 A 17 A 13** Gasto /Despesa/Desembolso; Gasto/Despesa; Gasto/Investimento; Gasto/Custo; Gasto/Custo; Gasto/Custo; Gasto/Despesa/Perda; Gasto/Despesa/Perda. CLASSIFICAÇÕES E NOMENCLATURAS DE CUSTOS Contabilidade de Custos 16 2.1 Classificação dos custos em relação ao produto A maior questão com relação aos custos é saber quando eles têm um relacionamento direto ou indireto com um determinado objeto de custo. Com isso, classificaremos os custos em relação ao produto em DIRETO e INDIRETO. CUSTOS DIRETOS – são aqueles que podem ser apropriados diretamente aos produtos fabricados, porque há uma medida objetiva de seu consumo nesta fabricação. Complementando, são os custos que estão relacionados a um determinado objeto de custo e que podem ser identificados de maneira economicamente viável (custo efetivo). Genericamente, os custos diretos são aqueles que podem ser apropriados diretamente a uma função de acumulação de custos, seja esta função um produto, um serviço, uma ordem de produção, um centro de custo, uma atividade ou um órgão da empresa. Exemplos: Matéria-prima direta, Mão-de-obra direta, material de embalagem (dentro do processo produtivo); energia elétrica das máquinas quando é possível saber quanto foi consumido na produção de CADA produto. Casos Especiais Em algumas condições especiais, todos os custos podem ser classificados como diretos. Assim, se determinada empresa só fabrica um tipo de produto (não havendo variação de qualidade ou de tamanho ou qualquer outra) ou executa somente um tipo de serviço, só vão existir custos diretos para essa empresa. O aluguel de um galpão pode ser classificado como custo direto se, neste local, apenas um tipo de produto for elaborado. Todo custo cuja parcela pertencente a uma função de custo possa ser separada e medida no momento da sua ocorrência classifica-se como direto. CUSTOS INDIRETOS – são os custos que dependem de cálculos, rateios ou estimativas para serem apropriados em diferentes produtos, portanto, são os custos que só são apropriados INDIRETAMENTE aos produtos. O parâmetro utilizado para as estimativas é chamado de BASE ou CRITÉRIO de rateio. Complementando, são os CUSTOS que estão relacionados a um determinado objeto de custo, mas que não podem ser identificados com este de maneira economicamente viável (custo efetivo). Exemplos: depreciação de equipamentos que são utilizados na fabricação de mais de um produto; salários dos chefes de supervisão de equipes de produção; aluguel da fábrica; gastos com limpeza da fábrica, energia elétrica que não pode ser associada ao produto. Observações importantes: - Se a empresa produz somente UM produto, todos os seus CUSTOS são DIRETOS; - Às vezes o custo é direto por natureza, mas é detão pequeno valor que não compensaria o trabalho de associá-lo a cada produto, sendo tratado como indireto (Materialidade e Conservadorismo). Exemplos: cola e verniz na indústria de móveis. CLASSIFICAÇÃO DOS CUSTOS EM RELAÇÃO À PRODUÇÃO (VOLUME) Para estudo do comportamento dos custos, as mesmas contas que antes foram classificadas em Custos Diretos e Indiretos, agora serão classificadas em Custos Fixos e Variáveis. Essa classificação ocorre em função do comportamento dos elementos de custo em relação às mudanças que possam ocorrer no volume de produção. Alguns autores ainda utilizam a classificação de Custos SEMIVARIÁVEIS ou MISTOS. Eliseu Martins prefere mencionar aos custos que se enquadram nesta última classificação em: custos que tem uma parcela fixa e uma parcela variável. Estas classificações também poderão ser utilizadas para as DESPESAS. CUSTOS FIXOS e VARIÁVEIS Nesta classificação os custos são estudados em função das variações que podem ocorrer no volume de atividade, ou seja, na quantidade produzida pela empresa no período (leva sempre em consideração a relação entre os custos e o volume de atividade numa unidade de tempo). Contabilidade de Custos 17 Os CUSTOS FIXOS são aqueles cujos valores são os mesmos quaisquer que seja o volume de produção da empresa (dentro de uma faixa que interessa de acordo com o orçamento). Exemplos: aluguel da fábrica. Independente do volume de produção (dentro da faixa que interessa) a empresa arcará com esse custo. Outros exemplos: imposto predial do prédio da fábrica, depreciação de equipamentos da fábrica, salários de vigias, salário de supervisores, salário de porteiros, prêmio de seguros. Note que os CUSTOS FIXOS são fixos em relação ao nível de produção, mas nada impede que esses custos sofram reajustes em determinados meses em função da política econômica do país. Por exemplo, o caso do aluguel da fábrica que pode ser renegociado semestralmente. Outro exemplo seria o dissídio coletivo da categoria de trabalhadores que não está envolvida diretamente no processo produtivo. Resumindo: os CUSTOS FIXOS são custos de estrutura da empresa, que não guardam qualquer relação com o volume de atividade. Eles permanecem inalterados em relação ao volume da produção, dentro de uma certa faixa. Representação gráfica: Custo Fixo em termos Totais: R$ Q Custos Fixos em termos unitários: R$ Q Observação: alguns Custos Fixos se apresentam sob a forma de degraus, isto é, eles permanecem constantes até certo ponto do volume da atividade (faixa de produção ou faixa relevante) e, nesse momento, eles sobem para uma plataforma onde permanecem constantes até chegar a um ponto crítico de volume da atividade. São também chamados de SEMI-FIXOS. Exemplo: Supondo que uma determinada empresa, hoje, opere com 50 % da sua capacidade instalada, fabricando 100.000 unidades de um determinado produto. Caso essa empresa queira ampliar os seus negócios, aumentando sua produção e venda para 150.000 unidades do produto, precisará aumentar suas condições de trabalho, como por exemplo, o aluguel de um novo galpão, aquisição de alguns equipamentos (gerando assim a depreciação), contratar mais supervisores, vigias etc. FAIXA RELEVANTE: é a banda do nível ou volume normal de atividade em que há um relacionamento específico entre o nível de atividade ou volume e o custo em questão. Outro exemplo: CF CFu Contabilidade de Custos 18 Volume de Produção Quantidade Necessária de Supervisores Custo em R$ (Salários + Encargos) 0 - 20.000 20.001 - 40.000 40.001 - 60.000 60.001- 80.000 1 2 3 4 120.000 240.000 360.000 480.000 Representação gráfica: Q Os CUSTOS VARIÁVEIS são aqueles cujos valores se alteram em função do volume de produção da empresa. Ou seja, quanto maior a produção, maior será o consumo; quanto menor a produção, menor será o consumo. Exemplos: energia elétrica, salários dos operários, matérias-primas, materiais secundários, embalagens, depreciação dos equipamentos quando esta for em função das horas/máquinas trabalhadas ou quantidades produzidas etc. Observação: existem correntes que defendem que a mão-de-obra direta seria, também, um custo fixo, pois a legislação brasileira garante uma percepção salarial mínima, independente das horas trabalhadas ou do volume de produção. O professor Eliseu Martins cita que a mão-de-obra direta, aquela que é apontada perfeitamente no processo produtivo, é classificada como CUSTO VARIÁVEL DIRETO. Caso haja ociosidade por motivos de falta de material, de energia, quebra de máquinas etc, dentro de limites normais, esse tempo não utilizado será transformado em Custo Indireto FIXO, a ser rateado aos diversos produtos. Caso a ociosidade seja de valor relevante, ocorrendo de forma anormal, esse tempo será transferido para PERDA do período. Portanto, custo da mão-de-obra direta não se confunde com o valor TOTAL da folha de pagamento paga à produção. Corresponde aquela mão-de-obra que foi apontada diretamente na fabricação dos produtos. Representação Gráfica do Custo Variável, em termos totais: CVt R$ Q Representação gráfica do Custo Variável em termos Unitários: R$ R$ CF Contabilidade de Custos 19 CVu Q Existe ainda a classificação dos custos em SEMIVARIÁVEIS ou MISTOS. Estes são custos que variam com o nível de produção, mas que, entretanto, tem uma parcela fixa e uma parcela variável. É o caso, por exemplo, da Energia Elétrica da fábrica, na qual a concessionária cobra uma taxa mínima mesmo que nada seja gasto no período, embora o total da conta dependa do número de Kwh consumidos e, portanto, do volume de produção da empresa. Outros exemplos: aluguel de copiadoras na qual se cobra uma parcela fixa, mesmo que nenhuma cópia seja tirada, e mais um valor por cópia (parte variável); gasto com combustível para aquecimento de uma caldeira que varia de acordo com o nível de atividade, mas que existirá, mesmo que seja num valor mínimo, quando nada se produza, já que a caldeira não pode esfriar; conta de água etc. Observação Importante: necessário se torna mencionar que a classificação em Fixos e Variáveis tem uma distinção fundamental com relação à classificação em Diretos e Indiretos: esta última se aplica somente a CUSTOS. Mas a de Fixo e Variável também se aplica, perfeitamente, às DESPESAS. Assim, por exemplo, como cita o Professor Eliseu Martins, podemos ter despesas de vendas Fixas (propaganda, saláriosda administração das vendas, parte fixa da remuneração dos vendedores etc) e Variáveis (comissão de vendedores, despesas de entregas etc), tudo em relação à quantidade de produtos que são comercializados. As Despesas Administrativas serão sempre classificadas como DESPESAS FIXAS. As despesas financeiras seguem as mesmas regras das Despesas Administrativas. GRÁFICO CLÁSSICO DOS CUSTOS TOTAIS (CT) Valor CT CV Esquema básico da contabilidade de custos Nesse ponto, o esquema básico da contabilidade de custos se resume a: a. separação entre custos e despesas; b. apropriação dos custos diretos diretamente aos produtos; c. rateio dos custos indiretos. Quantidade Contabilidade de Custos 20 Exemplo: Suponhamos que estes sejam os gastos de determinado período da Empresa X: Gastos $ Comissão de vendedores 80.000 Salários da fabrica 120.000 Matéria-prima consumida 350.000 Salários da administração 90.000 Depreciação na fábrica 60.000 Seguros da fábrica 10.000 Despesas financeiras 50.000 Honorários da diretoria 40.000 Honorários diversos – fábrica 15.000 Energia elétrica da fábrica 85.000 Manutenção da fábrica 70.000 Despesas de entrega 45.000 Correios, telefones e telex 5.000 Material de consumo do escritório 5.000 Total dos gastos 1.025.000 Passo 1: Separação entre custos e despesas $ Total 140.000 Total 50.000 As despesas que totalizaram $ 315.000 serão contabilizadas diretamente no resultado do período. Não Custos de Produção: Salários da fabrica 120.000 Matéria-prima consumida 350.000 Depreciação na fábrica 60.000 Seguros da fábrica 10.000 Materiais diversos – fábrica 15.000 Energia elétrica da fábrica 85.000 Manutenção da fábrica 70.000 DESPESAS CUSTOS CUSTOS INDIRETOS CUSTOS DIRETOS PRODUTO A PRODUTO B PRODUTO C RATEIO CPV RESULTADO DO EXERCÍCIO VENDAS Contabilidade de Custos 21 serão alocadas aos produtos. Passo 2: Apropriação dos custos diretos aos produtos Suponhamos que nossa empresa fabrique três produtos: A, B e C e mantenha um controle do consumo de custos diretos utilizados em cada produto. Sabe-se que neste exemplo parte da mão-de-obra e da energia elétrica é direta e outra parte indireta. Custos Produto A Produto B Produto C Indiretos Totais Salários 22.000 47.000 21.000 30.000 120.000 Matéria-prima 75.000 135.000 140.000 350.000 Depreciação 60.000 60.000 Seguros 10.000 10.000 Materiais diversos 15.000 15.000 Energia elétrica 18.000 20.000 7.000 40.000 85.000 Manutenção 70.000 70.000 Total 115.000 202.000 168.000 225.000 710.000 Os custos diretos já estão alocados aos produtos, mas os custos indiretos, no valor de $ 225.000, ainda precisarão ser alocados aos produtos. Passo 3: Apropriação dos custos indiretos aos produtos No exemplo, a alocação dos custos indiretos aos produtos será proporcional ao que cada um já recebeu de custos diretos. Teremos então: Produtos Custos Diretos Custos Indiretos Custo Total A 115.000 23,71% 53.351 23,71% 168.351 B 202.000 41,65% 93.711 41,65% 295.711 C 168.000 34,64% 77.938 34,64% 245.938 Totais 485.000 100,00% 225.000 100,00% 710.000 LEMBRETE: CONTABILIZAÇÃO DOS CUSTOS MATÉRIA PRIMA: é debitada pelas aquisições e creditada pelas requisições quando do início da produção; PRODUTOS EM ELABORAÇÃO: é debitada pelas matérias-primas requisitadas, pelo valor da mão- deobra direta e pelos valores dos CIF’s consumidos durante a produção; é creditada pela transferência dos produtos prontos para a conta Estoque de Produtos Acabados. PRODUTOS ACABADOS: é debitada pelo valor dos produtos que ficaram prontos e creditada pelo Custo dos Produtos Vendidos quando os mesmos são comercializados. Total 710.000 Despesas Administrativas: Salários da administração 90.000 Honorários da diretoria 40.000 Correios, telefones e telex 5.000 Material de consumo do escritório 5.000 Despesas de Vendas: Comissão de vendedores 80.000 Despesas de entrega 45.000 Total 125.000 Despesas Financeiras: Despesas financeiras 50.000 Contabilidade de Custos 22 EXERCÍCIOS 1. Apure os totais dos custos e das despesas da Empresa MM S.A, de acordo com os gastos apresentados a seguir: Salários da administração.......................... $110.000 Matéria-prima consumida na produção: $ 40.000 Mão-de-obra dos operários....................... $ 90.000 Comissões aos vendedores........................$ 6.000 Frete (para entrega de produtos vendidos) $4.000 Depreciação de máquinas da fábrica........ $3.500 Energia elétrica consumida na produção..$30.000 Propaganda................................................... $25.000 2. Considerando-se a apuração de custo ao nível de cada produto diferente, preencher os espaços entre os parênteses com as letras "D" para Custo direto ou "I" para Custo indireto. ( ) Aluguel mensal de um galpão para depósito dos produtos "X" e "Y". ( ) Linha utilizada, indistintamente, nos diferentes tipos de roupa "X", "Y" e "Z", em pequenas indústrias de confecções. ( ) Salário do Supervisor de uma seção que se ocupa apenas do produto "X". ( ) Depreciação (linha reta) de equipamento de informática utilizado no controle geral dos estoques de uma indústria que elabora os produtos "X" e "Y". ( ) Água consumida na higiene pessoal dos empregados, ocupados na elaboração dos produtos "X" e "Y". ( ) Energia consumida para manter forno permanentemente aquecido a uma determinada temperatura, onde se produzem os diferentes tipos de produtos "X", "Y" e "Z", ao mesmo tempo. ( ) Embalagem plástica, apenas com a marca da empresa, envolvendo diferentes camisetas "X", "Y" e "Z", sendo uma embalagem para cada unidade. ( ) Taxa de água e esgoto paga periodicamente por empresa produtora dos produtos "X", "Y" e "Z". ( ) Salário do supervisor da fábrica onde são produzidos os produtos "X" e "Y". ( ) Aluguel mensal de uma fábrica onde é produzido apenas o produto "X". ( ) Embalagem (caixa de papelão) envolvendo, ao mesmo tempo, camisetas diferentes "X" e "Y" na seção de expedição. 3. Classifique os gastos abaixo em Despesa (De), Custo (C), se esses custos são DIRETOS (D) ou INDIRETOS (I), Fixos (F) e Variáveis (V): 1 ( ) salário do eletricista de manutenção da fábrica 2 ( ) depreciação de veículos da administração 3 ( ) consumo de aço numa indústria metalúrgica 4 ( ) salário dos vendedores 5 ( ) comissão dos vendedores 6 ( ) salário de vigilante da fábrica 7 ( ) salário dos operários da fábrica, perfeitamente apontada aos diversos produtos 8 ( ) salário do supervisor da fábrica 9 ( ) embalagem dentro do processo produtivo 10 ( ) gastos de alimentação do pessoal da fábrica 11 ( ) transporte do pessoal da fábrica 12 ( ) material de limpeza da fábrica GABARITO 01) Custos= 163.500; Despesas: 145.000; 02) I, I, D, I, I, I, D, I, I, D, I; 03) 1.CIF, 2. DF, 3. CDV, 4. DF, 5. DV, 6. CIF, 7. CDV, 8. CIF, 9. CDV, 10. CIF, 11. CIF, 12. CIF Contabilidade de Custos23 ELEMENTOS DE CUSTOS OU FATORES DE PRODUÇÃO Material direto As matérias-primas, os componentes adquiridos prontos, as embalagens e os outros materiais diretos utilizados no processo de produção são apropriados aos produtos e serviços por seu valor histórico de aquisição. Podemos dividir todos os problemas existentes numa empresa com relação a material em três campos: a) avaliação qual o montante a atribuir quando vários lotes são comprados por preços diferentes, como tratar os impostos incidentes sobre as vendas, contabilização de sucatas etc. b) controle como distribuir as funções de compra, pedido, recepção e uso por pessoas diferentes, como desenhar as requisições e planejar seu fluxo, como fazer inspeção para verificar o efetivo consumo nas finalidades para as quais foram requisitados etc.; e c) programação quanto comprar, quando comprar, fixação de lotes econômicos de aquisição, definição de estoques mínimos de segurança etc. O uso das matérias-primas na produção envolve várias etapas, desde a sua aquisição até o consumo direto na produção. COMPRAS ESTOQUES CONSUMO AVALIAÇÃO Custo do Material Direto - é o custo de qualquer material diretamente identificável com o produto e que se torne parte integrante dele. Exemplo: matéria-prima, embalagens, entre outros que sejam perfeitamente identificados aos produtos. O custo de material é obtido por meio da seguinte fórmula: MD = EI + C - EF Onde: MD = materiais diretos EI = estoque inicial C = compras EF = estoque final Os materiais indiretos, ou secundários, têm o mesmo tratamento em termos de avaliação e baixa no estoque. O registro das compras será feito pelo valor constante na nota fiscal. O valor a ser registrado será líquido, isto é, deduzido dos impostos recuperáveis e acrescido dos fretes e seguros. Ex: COMPRAS BRUTAS - IMPOSTOS – DEVOLUÇÕES – ABATIMENTOS – DESCONTOS INCODICIONAIS + FRETES E SEGUROS = COMPRAS LÍQUIDAS Ao serem requisitadas para a produção, as matérias primas serão avaliadas conforme o critério adotado: - PEPS - primeiro que entra e primeiro que sai - UEPS - Último que entra e primeiro que sai (*) - Preço médio móvel ou Custo Médio (*) A legislação vigente não admite a utilização do critério UEPS. Caso a indústria não utilize o inventário permanente, a apuração do custo dessas matérias-primas é efetuada pelo método do Inventário Periódico (*CMP=EI + C – EF) – equivalente ao PEPS no inventário permanente. *CMP= Custo das Matérias Primas. Classificação: A mão-de-obra pode ser DIRETA ou INDIRETA: A mão-de-obra Direta é aquela relativa ao pessoal que trabalha diretamente sobre o produto em elaboração, que pode ser facilmente identificada em relação aos produtos, desde que seja possível a mensuração do tempo despendido e a identificação de quem executou o trabalho, como por exemplo, o salário do torneiro mecânico, do tecelão, do carpinteiro, os quais trabalham diretamente na transformação das matérias-prima. Compreende os gastos com pessoal que trabalha diretamente na fabricação dos produtos. A mão-de-obra Indireta compreende os gastos com pessoal que trabalha na empresa sem interferir Contabilidade de Custos 24 diretamente na fabricação dos produtos. Sempre que não for possível identificar o gasto com pessoal em relação às unidades produzidas, esse gasto será considerado Mão de Obra Indireta. Como exemplo de mão-de-obra Indireta, podemos citar: salário dos supervisores da fábrica, dos chefes de seção, dos faxineiros, dos eletricistas e mecânicos que fazem manutenção nas máquinas e equipamentos industriais etc. Esse pessoal não age diretamente na fabricação deste ou daquele produto, porém os serviços que prestam beneficiam toda a produção em conjunto, sendo, portanto necessário que esses gastos sejam rateados, por critérios estimados ou arbitrados, para os diversos produtos fabricados. Mão-de-obra Direta: Custo Fixo ou Variável? Mesmo que a remuneração do operário seja contratada por hora, o que ocorre com o seu pagamento no fim do mês? A legislação trabalhista brasileira, diferente de inúmeros outros países, garante um mínimo de 220 horas de trabalho por mês. Mesmo que só tenha trabalhado metade disso, mas se teve à disposição da empresa todo o tempo exigido contratual e legalmente, fará jus àquele mínimo. O contrato acabou por produzir um gasto fixo mensal com esse operário. Será por isso a Mão-de-obra Direta um custo fixo também? Convém aqui distinguirmos entre o que seja custo de Mão-de-obra Direta e gastos com Folha de Pagamento. No caso acima, a folha é um gasto fixo (pelo menos quando não excede às 220 horas), mas a Mão- deobra Direta não. E isso devido ao fato de só poder ser considerada como Mão-de-obra Direta a parte relativa ao tempo realmente utilizado no processo de produção, e de forma direta. Se alguém deixa, por qualquer razão, de trabalhar diretamente o produto, esse tempo ocioso ou usado em outras funções deixa de ser classificado como Mão-de-obra Direta. Se, por exemplo, houver uma ociosidade por razões tais como falta de material, de energia, quebra de máquinas etc., dentro de limites normais, esse tempo não utilizado será transformado em custo indireto para rateio à produção. Se, por outro lado, tais fatos ocorrerem de forma anormal e o valor envolvido for muito alto será esse tempo transferido diretamente para perda do período (como no caso de greve prolongada, grandes acidentes etc.). Portanto, custo de Mão-de-obra Direta não se confunde com valor total pago à produção, mesmo aos operários diretos. Só se caracteriza como tal a utilizada diretamente sobre o produto. Portanto, o custo de Mão-de-obra Direta varia com a produção, enquanto a Folha relativa ao pessoal da própria produção é fixa. Essa distinção é de absoluta importância para inúmeras finalidades. Contabilização da Mão-de-obra indireta (MOI): A mão-de-obra Indireta, por corresponder a Custo Indireto de Fabricação, evidentemente terá que ser rateada (dividida) para cada produto, adotando-se para isso alguma base de rateio. Inicialmente, como ocorreu com a contabilização da mão-de-obra Direta, registram-se os gastos com a folha de pagamento nas contas da mão-de-obra Indireta para registrar, em conjunto, os referidos gastos. Depois, faz-se a contabilização do rateio para cada produto separadamente. Gastos gerais de fabricação (GGF) ou Custos Indiretos de Fabricação (CIF) Os GGF compreendem todos os gastos decorrentes do processo de fabricação que não correspondam à mão de obra e aos gastos com materiais. Também são chamados de Custos Indiretos de Fabricação (CIF). Alguns autores costumam utilizar a nomenclatura de CIF se referindo a todos os CUSTOS INDIRETOS DE FABRICAÇÃO. Os GGF mais comuns são: aluguel da fábrica, energia elétrica, depreciação, combustíveis e lubrificantes, seguro contra incêndios etc. Contabilização dos gastos gerais de fabricação A maior parte dos GGF não tem relação direta com os produtos fabricados, pois ocorrem mensalmente e independem do volume produzido. Tendo em vista o Regime Contábil da Competência, esses gastos devem ser incorporados ao Custo da Produção do Período em que forem gerados (Fato Gerador). O procedimento mais correto é que esses gastos sejam apropriados mensalmente. Em obediência a esse Princípio Fundamental de Contabilidade, devem ser apropriados no mês em que forem gerados, tenham ou não sido pagos (mais uma vez o Fato Gerador). Exemplo: Energia elétrica referente ao mês de julho que será paga no 2º dia do mês de agosto. O fato gerador ocorreu no mês de julho. Com a redução gradativa do custo da mão-de-obra direta pela eliminação de postos de trabalho e sua substituiçãopor atividades automatizadas, os CIF/GGF vêm aumentando sua participação nos custos totais das empresas e, conseqüentemente, nos seus produtos. Esse agrupamento contempla todos os elementos de custos que não têm medição de consumo nos produtos, e por Contabilidade de Custos 25 isso mesmo são apropriados por intermédio de rateios. Exceto a matéria-prima e a mão-de-obra direta, praticamente todos os demais custos são tratados como indiretos. - Representam o terceiro elemento de custo. - Todos os custos de fabricação que não podem ser diretamente mensurados a cada produto. - Representam a utilização dos outros recursos da fábrica: equipamentos, instalações, mão-de-obra indireta, materiais secundários, energia elétrica, água, aluguéis, benefícios a empregados, combustíveis, imposto predial, lubrificantes, outros materiais, manutenção etc. Composição dos custos indiretos de fabricação Podemos subdividir em três grupos os custos indiretos: a) materiais indiretos: correspondem aos materiais auxiliares empregados no processo de produção, que não integram fisicamente os produtos; e aqueles economicamente inviáveis de medição de consumo. b) mão-de-obra indireta: corresponde à mão-de-obra que não trabalha diretamente na transformação da matéria-prima em produto ou da qual não há condições de apontar o tempo gasto nos produtos; c) outros custos indiretos: todos os demais custos indiretos incorridos na fábrica, que não são possíveis medir ou quantificar o consumo nos produtos. Contabilidade de Custos 26 Representação gráfica da Integração da Contabilidade Geral com a Contabilidade de Custos Contas da Contabilidade Geral Contas da Contabilidade de Custos Caixa/Bancos/Contas a Pagar Material Direto Produtos em Elaboração Materiais Folha de Pgto. Pessoal da Fábrica Demais Gastos de Fabricação: Mão de Obra Direta - Energia Combustíveis Salários e encar- - Limpeza gos do pessoal - Manutenção diretamente liga- - Aluguéis dos à produção - etc. - GGF ou CIF Despesas Antecipadas Mão-de-obra Prod. Acabados Indireta Demais Gastos Seguros da Fá- brica Depreciação Acumulada Depreciação do prédio, Máquinas e equipamentos da fábrica Custos dos Produtos Vendidos Contabilidade de Custos 27 CUSTOS INDIRETOS: Critérios de Rateio de CIF – Departamentalização – Taxa de Aplicação de CIF Os Custos Indiretos são aqueles que não há como fazer a associação direta dos custos aos produtos fabricados. Ou, ainda, aqueles itens que não são economicamente viáveis fazer o seu controle. Geralmente são utilizados em menores quantidades e necessitam OBRIGATORIAMENTE de uma base ou critério de rateio para serem apropriados aos produtos. Entende-se por CRITÉRIO DE RATEIO ou BASE DE RATEIO como uma divisão PROPORCIONAL pelos valores de uma base conhecida. Esses valores devem estar distribuídos entre os diferentes produtos ou funções dos quais se deseja apurar o custo e devem ser conhecidos e estarem disponíveis no final do período de apuração do custo. Exemplos: o imposto predial da fábrica, geralmente, é rateado pelo metro quadrado ocupado por cada departamento ou linha de produção. A melhor base de rateio para determinado custo é aquela que se supõe que o custo ocorra na mesma proporção dela, ou seja, o custo indireto deve guardar estreita correlação com os dados escolhidos como base de rateio (causa x efeito). Algumas considerações Desejando-se apurar custos em nível de produto diferente, um custo que é comum a dois produtos, sem possibilidade de segregação da parcela deste custo pertencente a cada um dos produtos, será classificado como indireto. Porém, se a apuração de custo for em nível de Departamento e estes dois produtos pertencerem apenas a um único Departamento, este custo passará a ser classificado como direto ao departamento. Portanto, quanto mais elevado for o nível hierárquico de apuração, maior será o número de custos diretos e, ao contrário, quanto mais baixo for o nível de apuração, maior será o número de custos indiretos. Dificuldades para estabelecer as bases de rateio A dificuldade que se encontra para alocar custos indiretos reside na definição das bases de rateio a serem utilizadas, pois é uma tarefa que envolve aspectos subjetivos e arbitrários. Se o critério adotado não for bem consistente, o resultado de custos ficará por certo deficiente para atender aos fins que se propõe. Tendo em vista que o montante dos custos indiretos será absorvido pela produção por qualquer base que se venha a ser empregada, alguns produtos podem ficar subavaliados, enquanto outros, superavaliados. O que se procura ao definir uma base de rateio é minimizar tais distorções. Distorções na Alocação O número de unidades produzidas, o número de horas de máquinas, o número de horas de mão-de- obra direta, o valor da matéria-prima direta e outros, todos eles sempre relacionados diretamente com o volume da produção, eram os dados mais comumente usados como base de rateio. Esta sistemática provocava muitas distorções, tendo em vista o raciocínio, muito simplista, de que o produto de maior volume de produção deveria ser o mais penalizado com as cargas de custos indiretos. Sem uma análise mais acurada da forma de ocorrência de cada um dos diferentes custos indiretos e nem da efetiva participação de cada uma das funções de custos naquele custo indireto, a alocação das suas parcelas fica muito aleatória. Qualquer base que venha a ser utilizada por certo permitirá que se chegue ao custo dos produtos. No entanto, precisa-se ter coerência na escolha dessa, a fim de não serem obtidos resultados distorcidos. O que precisa ficar bem claro é que todo e qualquer critério que venha a ser empregado deve ser escolhido em função de uma base que represente uma relação lógica, procurando aproximar-se daquilo que seria o custo perfeito. Bases Mais Adequadas de Rateio Com o desenvolvimento dos processos de produção, utilizando-se das técnicas mais avançadas, como o JIT - Just in Time, o TQC - Total Quality Control, entre outros, que permitem a execução de uma variedade muito grande de produtos com alto grau de eficiência e qualidade, praticamente eliminando os tempos entre as etapas de produção, desde a encomenda de matéria-prima até a entrega do produto final ao cliente, novos conceitos estão sendo usados para a escolha dos dados mais adequados para uso como base de rateio dos custos indiretos. Devido às exigências cada vez maiores do mercado, quanto à qualidade e à eficiência dos produtos, Contabilidade de Custos 28 bem como da sua maior adaptação aos hábitos e comodidades de cada usuário, as empresas têm de diversificar cada vez mais o número de itens da sua produção para atender a estas exigências aumentando, significativamente, o número de produtos diferentes produzidos. Com isto, a quantidade de custos indiretos
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