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Regime Jurídico de Cargos Públicos na Administração Pública Federal

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Explicar detalhadamente o regime jurídico infraconstitucional que rege os cargos públicos no âmbito da Administração Pública direta e indireta federal, notadamente:
O regime de cargo, também denominado de regime jurídico único, está previsto no artigo 39 da Constituição, o qual dispõe que “a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios instituirão, no âmbito de sua competência, regime jurídico único e planos de carreira para os servidores da administração pública direta, das autarquias e das fundações públicas”.
A Administração Pública tem suas ações baseadas em lei e, portanto, estão em conformidade com a garantia dos direitos do cidadão, no sentido de garantir igualdade de acesso e permanência em cargos públicos. Desse modo, para que a lei se cumpra, é preciso respeitar alguns requisitos, a saber:
a) os requisitos para investidura em cargo público;
A investidura em cargo ou emprego público, de acordo com o artigo 37 da CF/88 depende de aprovação prévia em concurso público de provas ou de provas e títulos, de acordo com a natureza e a complexidade do cargo ou emprego (ressalvadas as nomeações para cargo em comissão declarado em lei de livre nomeação e exoneração).
Salienta-se que o concurso, tem prazo de validade, de até dois anos, prorrogável uma vez, por igual período e, conforme o, durante o prazo improrrogável previsto no edital de convocação. (incisos II e IV)
b) as formas de provimento de cargo público (ver alterações insertas através da EMC 103/2019);
“Provimento” pode ser definido como o “ato administrativo por meio do qual é preenchido cargo público, com a designação de seu titular”, ou seja, trata-se da forma pela qual um cargo público será ocupado.
A doutrina comumente divide o provimento em dois grupos: o originário e o derivado. Como observa Maria Sylvia Zanella Di Pietro, o provimento originário é aquele que “vincula inicialmente o servidor ao cargo, emprego ou função”, do qual a nomeação é o único caso.
Assim, como explica Hely Lopes Meirelles, “tanto é provimento inicial a nomeação de pessoa estranha aos quadros do serviço público quanto a de outra que já exercia função pública como ocupante de cargo não vinculado àquele para o qual foi nomeada”. Já o provimento derivado, no qual se encaixam todas as demais modalidades legalmente previstas, ocorre nas situações em que o “cargo público será atribuído a um servidor que já tem uma anterior relação com a Administração Pública, mais especificamente, já se encontra exercendo funções na carreira em que pretende assumir novo cargo”.
De acordo com a legislação, o provimento poderá se dar mediante nomeação, promoção, readaptação, reversão, aproveitamento, reintegração e recondução. 
A EC 103/19, no tocante à cargos, traz a seguinte alteração:
· O servidor público titular de cargo efetivo poderá ser readaptado para exercício de cargo cujas atribuições e responsabilidades sejam compatíveis com a limitação que tenha sofrido em sua capacidade física ou mental, enquanto permanecer nesta condição, desde que possua a habilitação e o nível de escolaridade exigidos para o cargo de destino, mantida a remuneração do cargo de origem.
c) a natureza da nomeação para efeitos de provimento de cargos públicos;
Nomeação é a forma de investidura em cargo público, que se oficializa com a publicação do correspondente decreto ou portaria e se completa com a posse e o exercício. Em função da natureza do cargo a ser provido, a nomeação será feita:
· em caráter efetivo, condicionada à aprovação prévia em concurso público de provas ou de provas e títulos.
· em caráter temporário, quando se tratar de cargo ou função de direção, chefia, assistência e assessoramento superior e intermediário, que constem formalmente da estrutura de cargos em comissão ou de funções comissionadas ou de confiança do órgão ou entidade. Nesses casos, a nomeação independe de aprovação em concurso público, se tais cargos forem considerados de livre nomeação e exoneração. Conquanto declarados de provimento livre, pode a lei ou regulamento estabelecer requisitos que devem ser preenchidos por eventuais ocupantes. 
· em caráter vitalício, que expressa natureza de provimento constitucionalmente estabelecido para certos cargos, como reforço de garantia da permanência do ocupante, que somente poderá ser desligado mediante processo judicial. São vitalícios; os magistrados, investidos através concurso e após dois anos de exercício; os membros do Ministério Público, que também são nomeados através de concurso e os Conselheiros dos Tribunais de Contas, em seguida à posse por nomeação direta.
Nas nomeações antecedidas de concurso público, o edital de abertura das inscrições além de estabelecer o prazo de validade deste, as condições de sua realização, os critérios de classificação e convocação, entre os outros, definirá, também, os requisitos especiais previstos em lei ou regulamento para provimento do cargo. Normalmente, os requisitos básicos para ingresso são verificados pelo órgão encarregado da realização do concurso, à exceção da comprovação de sanidade física e mental, que poderá ser produzida tanto antes, como depois da nomeação. A publicação é formalidade essencial à validade do ato de nomeação e, a partir dela é que são contados os prazos para realização dos atos complementares de investidura.
d) posse, exercício e efetividade;
POSSE, é o ato de aceitação expressa pelo nomeado das atribuições, deveres e responsabilidades inerentes ao cargo, no qual assume, também, o compromisso de bem servir. Com a posse complementa-se a investidura do nomeado no cargo e, a partir dela, passa o mesmo à condição de servidor, sujeito de direitos e deveres funcionais, por isso mesmo que a nomeação regular só pode ser desfeita antes da posse do nomeado.
Alguns critérios são adotados para efetivar a Posse:
1º Publicado em Diário Oficial o ato de nomeação, o nomeado tem o prazo de 30 (trinta) dias, contados dessa publicação, para tomar posse; esse prazo poderá ser prorrogado por mais 30 (trinta) dias, se o nomeado requerer essa prorrogação, antes de vencido o prazo inicial.
2º Quando o nomeado já ocupar outro cargo público, e dele estiver afastado legalmente ou em gozo de licença, o prazo para posse será contado a partir do término do impedimento.
3ºA posse pode ser dada pessoalmente ao nomeado ou à representante deste; nesse último caso, deverá o credenciamento do representante ser feito por procuração específica, com indicação expressa do objeto do mandato.
4º Para ser empossado no cargo, o nomeado deverá apresentar declaração dos bens e valores que constituem o seu patrimônio e declaração sobre exercício ou não de outro cargo, emprego ou função pública. Caso o nomeado não possua bens ou valores, ainda assim deverá apresentar declaração negativa formal.
5º Não poderá ser empossado o nomeado que for julgado inapto, física e/ou mentalmente, para o exercício do cargo.
EXERCÍCIO, é o efetivo desempenho das atribuições do cargo. Com a posse, o servidor passa a desempenhar legalmente as suas funções, adquirindo direito às vantagens do cargo e à contraprestação pecuniária devida pelo Poder Público.
O prazo para o servidor entrar em exercício é de 30 (trinta) dias; nos casos de provimento originário (nomeação), este prazo é contado da data da posse; estando o servidor legalmente afastado, o prazo será contado a partir do termino do afastamento.
Há formas de provimento em que a posse não é exigida, a exemplo da promoção de cargo; nessas hipóteses, o prazo de 30 (trinta) dias para entrada do servidor em exercício é contado a partir da data da publicação oficial do ato respectivo.
Caso o servidor não entre em exercício funcional no prazo legalmente assinalado, caberá a sua exoneração de oficio.
A EFETIVIDADE diz respeito ao servidor aprovado em concurso público e é um pressuposto necessário para ser adquirida a estabilidade, que somente é alcançada após três anos de efetivo exercício.
e) estágio probatório e estabilidade;
Estas duas etapas da efetivação do funcionário ao cargo, estão interligadas, ou seja, é precisocumprir estágio probatório para adquirir a estabilidade no cargo. 
Estágio Probatório é um dever do servidor, e tem como sustentação a avaliação, para o desempenho do cargo, dos seguintes fatores: assiduidade, disciplina, capacidade de iniciativa, produtividade e responsabilidade, diante do próprio serviço público e da coletividade. Tem, portanto, caráter subjetivo. A duração é de 24 (vinte e quatro) meses.
A Estabilidade possui características objetivas. É um direito, uma garantia constitucional de permanência no serviço público, no exercício das atribuições do cargo público. Só entra no período de estabilidade, após o período de estágio probatório. O servidor só adquirirá estabilidade no serviço público ao completar 3 (dois) anos de efetivo exercício.
f) dos direitos e vantagens: vencimento e remuneração; diferença entre vantagens, indenização e ajuda de custo;
Vencimento é o valor a que um servidor público recebe, relativo ao exercício de seu cargo. Esse valor é fixado em lei, e não compreende vantagens adicionais, percebido aos Funcionários públicos, não conta com as vantagens e tem valor fixo, não compreendendo vantagens pecuniárias.
A remuneração é um termo mais amplo do que o salário e o vencimento, pois consiste em bônus, incentivos, opções de ações, regalias, entre outros, além do salário básico do empregado, e quem recebe são empregados de empresa privada ou funcionários públicos. Compreende o salário ou vencimento, mais as vantagens pecuniárias, como bônus, gratificações e premiações e seu valor pode ser variável.
Ambos são regulamentados pela lei 8112/90, nos artigos 40 e41 e no §5, respectivamente.
g) Diferença entre gratificações e adicionais;
Ambas são vantagens pecuniárias concedidas pela Administração, mas vantagens distintas, com finalidades diversas e concedidas por motivos diferentes.
A gratificação é uma vantagem pecuniária atribuída precariamente ao servidor que está prestando serviços comuns da função em condições anormais de segurança, salubridade ou onerosidade, ou concedida como ajuda aos servidores que reúnam as condições pessoais que a lei especifica.
As gratificações são concedidas pela Administração a seus servidores em razão das condições excepcionais em que está sendo prestado um serviço comum (as chamadas gratificações propter laborem) ou em face de situações individuais do servidor (propter personam), diversamente dos adicionais, que são atribuídos em face do tempo de serviço (ex facto officii).
A gratificação não é vantagem inerente ao cargo ou à função, sendo concedida em face das condições excepcionais do serviço ou do servidor, é portanto, vantagem transitória e contingente.
O adicional é uma vantagem que a Administração concede ao servidor em razão do tempo de exercício ou em face da natureza peculiar da função, que exige conhecimento especializado ou um regime próprio de trabalho. O adicional relaciona-se com o tempo ou com a função. Por ter natureza perene, o adicional, em princípio, adere aos vencimentos, sendo de caráter permanente.
h) Diferença entre licenças e afastamento;
Os dois conceitos são semelhantes, mas produzem resultados diferentes na vida funcional do servidor. Estas previsões legais para que o servidor não compareça em serviço são diferentes: primeiramente porque nos períodos dos afastamentos o servidor tem direito a receber sua remuneração normalmente e ter este período contado como efetivo exercício. Já nas licenças, isso pode ou não ocorrer.
Em segundo lugar, o interesse a ser observado também é diferente, pois nas licenças há o interesse do servidor público em se ausentar do seu serviço, enquanto que nos afastamentos o interesse observado é o da Administração Pública.
i) Do regime disciplinar: deveres e proibições;
De acordo com o Art. 116. da lei 8112/90, são deveres do servidor: exercer com zelo e dedicação as atribuições do cargo, ser leal às instituições a que servir, observar as normas legais e regulamentares, cumprir as ordens superiores, exceto quando manifestamente ilegais, atender com presteza, ao público em geral, prestando as informações requeridas, ressalvadas as protegidas por sigilo, à expedição de certidões requeridas para defesa de direito ou esclarecimento de situações de interesse pessoal, às requisições para a defesa da Fazenda Pública, levar ao conhecimento da autoridade superior as irregularidades de que tiver ciência em razão do cargo, zelar pela economia do material e a conservação do patrimônio público, guardar sigilo sobre assunto da repartição, manter conduta compatível com a moralidade administrativa, ser assíduo e pontual ao serviço, tratar com urbanidade as pessoas, representar contra ilegalidade, omissão ou abuso de poder
Pelo Art. 117, ao servidor é proibido: ausentar-se do serviço durante o expediente, sem prévia autorização do chefe imediato, retirar, sem prévia anuência da autoridade competente, qualquer documento ou objeto da repartição, recusar fé a documentos públicos, opor resistência injustificada ao andamento de documento e processo ou execução de serviço, promover manifestação de apreço ou desapreço no recinto da repartição, cometer a pessoa estranha à repartição, fora dos casos previstos em lei, o desempenho de atribuição que seja de sua responsabilidade ou de seu subordinado, coagir ou aliciar subordinados no sentido de filiarem-se a associação profissional ou sindical, ou a partido político,manter sob sua chefia imediata, em cargo ou função de confiança, cônjuge, companheiro ou parente até o segundo grau, valer-se do cargo para lograr proveito pessoal ou de outrem, em detrimento da dignidade da função pública, participar de gerência ou administração de sociedade privada, personificada ou não personificada, exercer o comércio, exceto na qualidade de acionista, cotista ou comanditário, atuar, como procurador ou intermediário, junto a repartições públicas, salvo quando se tratar de benefícios previdenciários ou assistenciais de parentes até o segundo grau, e de cônjuge ou companheiro, receber propina, comissão, presente ou vantagem de qualquer espécie, em razão de suas atribuições, aceitar comissão, emprego ou pensão de estado estrangeiro, praticar usura sob qualquer de suas formas, proceder de forma desidiosa, utilizar pessoal ou recursos materiais da repartição em serviços ou atividades particulares, cometer a outro servidor atribuições estranhas ao cargo que ocupa, exceto em situações de emergência e transitórias, exercer quaisquer atividades que sejam incompatíveis com o exercício do cargo ou função e com o horário de trabalho, recusar-se a atualizar seus dados cadastrais quando solicitado.
 Há ainda, situações de proibição, previstas na Lei nº 11.784, de 2008.
j) Das responsabilidades: civil, administrativa e criminal.
O servidor Público, elemento importante da organização administrativa, está sujeito à responsabilidade Civil, administrativa e Criminal, decorrente do exercício do cargo, emprego ou função.
No que concerne à responsabilidade Civil, esta é de ordem patrimonial e decorre do art. 186 do CC, segundo a qual todo aquele que causa dano a outrem é obrigado a repará-lo. 
Quando o dano é causado por servidor público, é necessário, distinguir duas hipóteses: se o dano é causado ao Estado ou a terceiros. Se a sua responsabilidade é apurada pela própria administração, por meio de processo administrativo, cercado de todas as garantias de defesa do servidor. Quando se trata de dano causado a terceiros, aplica-se o art. 37 § 6◦ da CF, em decorrência da qual o Estado responde objetivamente, ou seja independente de culpa ou dolo, podendo haver o direito de regresso.
O servidor responde administrativamente pelos ilícitos administrativos definidos na legislação estatutária e que apresentam os mesmos elementos da responsabilidade Civil.
Nesse caso, a infração será apurada pela própria administração pública, que deverá instaurar procedimento adequado a esse fim, assegurado ao servidor o contraditório e a ampla defesa. Os meios de apuração previstos nas leis estatutárias são os sumários,e o processo administrativo disciplinar.
Na esfera Federal, a lei 8112/90 prevê as penas de advertência, destituição de cargo em comissão, destituição de função comissionada, suspensão, demissão e cassação de aposentadoria. Como medidas preventivas, a lei 8.112/90 estabelece o afastamento do servidor por 60 dias, prorrogáveis por igual tempo, para que não haja influências na apuração.
O servidor responde penalmente quando pratica crime ou contravenção, possui os mesmos elementos que as responsabilidades anteriores, porém acrescidas de peculiaridades como: a ação ou omissão deve ser antijurídica e típica; dolo ou culpa sem possibilidade de responsabilidade objetiva; relação de causalidade; dano ou perigo de dano.
A responsabilidade criminal do servidor é apurada pelo poder judiciário. À família do servidor é assegurado o auxilio- reclusão caso este venha a ser afastado por motivo de prisão ou em virtude de condenação.
	
	
Quais são os regimes jurídicos adotados pela Administração Pública direta e indireta para e
Descreva de forma detalhada as principais diferenças entre o regime de cargo e o regime de emprego público.feitos de provimento de cargos e empregos?
Explique de forma detalhada o regime jurídico-constitucional que rege os cargos e empregos públicos, notadamente: acessibilidade aos cargos, empregos e funções públicas; investidura em cargos e empregos públicos; concurso público; cargos em comissão e funções de confiança; os direitos; o regime remuneratório e regime previdenciário.

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