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Profa. Dra. Fernanda Araujo UNIDADE II Estudos Disciplinares: Museus Diante do contexto atual, de mundo globalizado, conectado e informatizado, faz-se oportuno analisar as possibilidades para o universo das instituições museológicas. Com o advento da internet nos anos 1990 e sua posterior popularização multiplicaram-se, em todo o mundo, websites de museus, permitindo ao usuário da internet “visitar” museus localizados fisicamente em diferentes continentes. Espelhamentos das instituições, surgiram inúmeros debates a respeito, inclusive quanto ao possível desaparecimento dos museus físicos, substituídos por seus equivalentes digitais. Os museus virtuais já são uma realidade na internet há mais de 10 anos! Websites de museus As primeiras experiências com a tecnologia digital de alguns museus apresentavam informações de uma obra tal como eram catalogadas nos sistemas informacionais da instituição, na forma de um catálogo online. Coleções online Fonte: Adaptado de: Fitzwilliam Museum (2015) VISÃO ESQUEMÁTICA Identificação (controle interno do sistema) Dados da obra Dados do autor Imagem VISÃO ESQUEMÁTICA Identificação (controle interno do sistema) Dados da obra Dados do autor Imagem As primeiras experiências de digitalização de coleções consideravam uma coleção digital satisfatória quando ao menos representava novas capacidades institucionais, mesmo de mínima utilidade para o público da instituição. Com o amadurecimento dos ambientes digitais, possibilidades de comunicação e aproximação público-instituição, os esforços começaram então a se deslocar para a criação de coleções úteis e relevantes para os usuários. Coleções online Uma das primeiras ações da instituição que deseja digitalizar sua coleção é clarificar as razões para um projeto desta natureza. As motivações devem estar alinhadas às estratégias da instituição, isto é, alinhadas ao plano estratégico da instituição. O planejamento estratégico de um museu, assim como de uma instituição de qualquer natureza, é um recurso gerencial de formulação de objetivos para seleção de programas de ação e execução, levando em conta as condições internas e externas à instituição e seu crescimento e evolução esperados. Representa um guia para as políticas e atividades da instituição durante período estipulado. A digitalização de coleções Exemplo: o Van Gogh Museum lançou o primeiro website em 1999 e teve um sucessor em 2006. Quando ultrapassado em funcionalidades, conteúdo e tecnologia, já não refletia mais a identidade e missão da instituição, o museu lançou, em agosto de 2014, o segundo Plano Estratégico 2014 - 2017: o novo site redesenhado. Página inicial do site do Van Gogh Museum, lançado em 2014. A digitalização de coleções Fonte: https://www.vangoghmuseum.nl/ A coleção é hoje amplamente acessível, com imagens em tela cheia que também podem ser “baixadas” (isto é, pode ser feito o download) e compartilhadas nas redes sociais. A busca por obras está também integrada às histórias, o que permite que os visitantes entrem, naveguem e aprendam sobre a coleção. “Shoes” A digitalização de coleções Fonte: https://www.vangoghmuseum.nl/en/ collection/s0011V1962?v=1 Download “Shoes”: Vincent van Gogh (1853 - 1890) Paris, September-November 1886 Óleo sobre tela, 38.1 cm x 45.3 cm Imagem JPEG (230KB) A digitalização de coleções Fonte: https://www.vangoghmuseum.nl/en/ collection/s0011V1962?v=1 Após seis meses do lançamento do novo site (de agosto de 2014 a janeiro de 2015), foram apresentados, na Conferência Museums and the Web 2015, os seguintes resultados em comparação com o mesmo período do ano anterior (de agosto de 2013 a janeiro de 2014): a visualização de páginas aumentou 51,6%; o número de páginas por sessão aumentou 46%; a duração média da sessão aumentou 24%; o retorno do visitante aumentou 21%; a taxa de rejeição diminuiu 24,9%; o tráfego de canais sociais aumentou 93%. A digitalização de coleções Os passos para um projeto de digitalização, independentemente da natureza do acervo, podem ser organizados em um fluxo de trabalho no qual uma fase preparatória anterior à conversão digital trata: 1. dos objetivos da digitalização; 2. das condições de direitos autorais; 3. da seleção, análise e preparação dos objetos a serem digitalizados; 4. da definição dos parâmetros de qualidade do processo técnico da digitalização; 5. do conteúdo informacional adequado e satisfatório para que o objeto digital seja encontrável, confiável e completo (perpassa todo o fluxo de trabalho); 6. o arquivamento; 7. a disponibilização online do conteúdo; 8. posteriores cuidados de manutenção. Digitalização de coleções Objetivos da digitalização: As razões para digitalização de coleções de obras de arte mostram-se fortemente embasadas no acesso e na preservação. Tornar a coleção acessível para quem não pode visitar o museu fisicamente e reduzir o manuseio de originais em condições de fragilidade como parte de um projeto de preservação são objetivos ainda hoje frequentemente motivadores. A digitalização de coleções A obra ”Young Hare” é raramente exposta. Após um período máximo de três meses a obra volta às instalações controladas, com umidade inferior a 50% para o papel “descansar”. Em 2014 foi exibida após dez anos de reclusão e há a previsão de uma breve exposição em 2018, voltando então para o “esconderijo”. A digitalização de coleções “Young Hare”, de Albrecht Dürer, desenho em aquarela e guache. Albertina Museum, Viena. Fonte: https://artsandculture.google.com/as set/feldhase/1QHEnzUGYMDG_w? hl=pt-BR) A digitalização de coleções “Young Hare”, de Albrecht Dürer, desenho em aquarela e guache. Albertina Museum, Viena Fonte: ttps://artsandculture.google.co m/asset/feldhase/1QHEnzUGY MDG_w?hl=pt-BR) Direitos autorais: O fato de a instituição ter a propriedade da obra não significa que também detém os direitos autorais. Condições perante o autor (artista), herdeiros legais ou organizações gestoras representantes do autor ou dos herdeiros devem ser observadas, clarificadas e respeitadas. No Brasil e em diversos outros países como Portugal, Espanha e França, a validade do direito de autor é de 70 anos após o falecimento do autor. A proteção aos direitos autorais independe do registro, mas o autor pode registrar sua obra conforme sua natureza, por exemplo, na Biblioteca Nacional (registro de obras literárias, desenhos e músicas), na Escola de Belas-Artes da Universidade do Rio de Janeiro (registro de obras de artes visuais). A digitalização de coleções Seleção dos objetos a serem digitalizados: condições de direitos autorais; condições físicas das obras e quão frágeis são/estão para suportar o processo de digitalização sem danos; a existência de conteúdo informacional consistente. A digitalização de coleções Análise: condições de limpeza e conservação da obra de arte; se a obra é bidimensional ou tridimensional, considerando os possíveis ângulos a digitalizar; dadas as dimensões da obra de arte, avaliar se será digitalizada no local ou movida para outro lugar (como um estúdio de fotografia). “Still Life with Checked Tablecloth”, Paris (1915) Óleo e grafite sobre tela (116.5 x 89.2 cm) Juan Gris, frente e verso. A digitalização de coleções Fonte: Metropolitan Museum of Art https://www.metmuseum.org/art/collec tion/search/646469 Preparação: organização e rotulação das obras de arte (especialmente se forem transferidas das instalações da instituição); catalogação da obra que será digitalizada; se a obra selecionada ainda não tiver sido catalogada, isto deverá ocorrer ao longo do projeto de digitalização. A digitalização de coleções O fato de uma instituição ter a propriedade de uma obra de arte não significa que também detémos direitos autorais. No Brasil e em diversos outros países como Portugal, Espanha e França, a validade do direito de autor é de: a) 10 anos após o falecimento do autor. b) 35 anos após o falecimento do autor. c) 50 anos após o falecimento do autor. d) 70 anos após o falecimento do autor. e) 100 anos após o falecimento do autor. Interatividade O fato de uma instituição ter a propriedade de uma obra de arte não significa que também detém os direitos autorais. No Brasil e em diversos outros países como Portugal, Espanha e França, a validade do direito de autor é de: a) 10 anos após o falecimento do autor. b) 35 anos após o falecimento do autor. c) 50 anos após o falecimento do autor. d) 70 anos após o falecimento do autor. e) 100 anos após o falecimento do autor. Resposta O Rijksmuseum abriu suas portas em 1808. Ao longo dos anos, com o crescimento das coleções, o museu passou por várias expansões. Na atual reforma, que aconteceu de 2003 a 2013 (período no qual ficou fechado), o edifício foi completamente modernizado e ao mesmo tempo restaurado, pinturas e história passaram a formar um único circuito cronológico que conta a história da arte holandesa. Em 2013, na ocasião da reabertura, disponibilizou mais de 125 mil imagens em alta resolução para download através do seu website. Atualmente disponibiliza mais de 600 mil objetos de seu acervo na coleção online. Coleções digitais A navegação na coleção digital do museu é baseada em imagens, o visitante tem como recursos de busca os tradicionais filtros por: artista, obra de arte, assunto e estilo, podendo, refinar a pesquisa por período, local, material e cor. Exemplo: busca por cor e material. Coleções digitais Fonte: Rijksmuseum (2015) https://www.rijksmuseum.nl/en/ Rijksstudio – estúdio virtual: lançado em 2012 pelo Rijksmuseum. Premiado na conferência Museums and Web 2013 nas categorias: inovação, o melhor da web e escolha popular. Uma plataforma está disponível no site da instituição, que em 13 de abril de 2013 já atingia 100 mil perfis criados. Coleções digitais Fonte: https://www.rijksmuseum.nl/en/rijkss tudio/105161--fernanda- araujo/collections Coleções digitais Fonte: https://www.rijksmuse um.nl/en/rijksstudio/1 05161--fernanda- araujo/collections Coleções digitais Fonte: https://www.rijksmuseum.nl/ en/my/collections/ 105161--fernanda- araujo/estudo/objecten#/RP-P- 1939-883,0 Pode-se afirmar que com a digitalização do acervo o Rijksmuseum passou por três grandes adaptações: 1. a adaptação sistêmica; 2. a adaptação organizacional, com os novos cargos e departamentos criados para atendimento da demanda da tecnologia digital; 3. e a adaptação funcional, isto é, um reposicionamento das funções museológicas em direção à democratização da informação, ao acesso e à liberdade de expressão de sua audiência. Coleções digitais Com ferramentas mais potentes e popularização da conexão (internet) em escolas e casas, os acervos começaram a migrar do simples armazenamento com uma interface amigável para possibilidades de conexões mais complexas e esteticamente pensadas. O Google Arts & Culture, lançado em 2011, disponibiliza, em alta resolução, inúmeros acervos de variados museus. Através do recurso Zoom, por exemplo, é possível visualizar detalhes das obras. Possibilidades digitais Fonte: https://artsandculture.google.com/ A obra “No Woman, No Cry” de Chris Ofili. Possibilidades digitais Fonte: https://artsandculture.google.com/ story/VgVRiDcm4LVA6w Google Arts & Culture Fonte: https://artsandculture.google.com/partner/m useu-de-arte-moderna-de-sao-paulo Fonte:https://artsandculture.google.com/part ner/museu-da-casa-brasileira Fonte: https://artsandculture.google.com/partner/museu-paulista Segundo o documento Guia dos Museus Brasileiros (Ibram, 2011) as tipologias das coleções de bens culturais que compõem os acervos dos museus brasileiros foram classificadas em: Antropologia e Etnografia, Arqueologia, Artes Visuais, Ciências Naturais e História Natural, Ciência e Tecnologia, História, Virtual, Biblioteconômico, Documental e Arquivístico. Ainda, segundo o documento, os museus classificados como virtuais, isto é, coleções que existem somente em meio digital, representam 3,9% dos museus categorizados. O levantamento não aborda coleções digitais, restringe-se a levantar se o acervo é registrado/documentado e, quando registrado, se através de: ficha de catalogação, livro de registro, documentação fotográfica ou software/programa informatizado. Panorama Brasil Observa-se que: 78,7% dos museus brasileiros pesquisados têm acervo registrado, dos quais 44,5% através de livro de registro, 42,6% por ficha de catalogação, 34,7% via documentação fotográfica 26,1% utiliza software de catalogação Panorama Brasil Fonte: Adaptado de: Cadastro Nacional de Museus – IBRAM / MinC, 2010. 21,3 78,7 Registrado Não registrado Livro de registro Ficha de catalogação Documentação fotográfica Software de catalogação 44,5 42,6 34,7 26,1 0,0 10,0 20,0 30,0 40,0 50,0 Museu da Pessoa: Fundado em 1991 com o objetivo de preservar e valorizar a história de pessoas de todos os segmentos sociais. No início, suas atividades eram desenvolvidas exclusivamente no espaço virtual, até que, em 2006, fundou uma sede no bairro da Vila Madalena, em São Paulo. Panorama Brasil Fonte: https://www.museudapessoa.net/pt/home A CASA, Museu do objeto Brasileiro: Inaugurada em 1997, A Casa era uma associação sem fins lucrativos que visava a promoção e integração de diferentes expressões culturais brasileiras. Promovia palestras, encontros, cursos, oficinas, apresentações e exposições. No ano 2000, visando tornar-se um centro de referência da produção do objeto brasileiro, inaugurou seu museu virtual, onde disponibiliza seu acervo e promove exposições desenvolvidas para ambientes virtuais. Panorama Brasil Fonte: http://www.acasa.org.br/ As primeiras experiências em projetos de informatização de acervos no Brasil, anteriores ao contexto da internet e da digitalização, datam dos anos 1980. Uma das primeiras iniciativas foi o documento “Thesaurus para acervos museológicos”, publicado em 1987 pelo Museu Histórico Nacional (MHN) com o objetivo de tornar a indexação do conteúdo temático de documentos e objetos mais consistente para garantir maior precisão na recuperação de informações. Posteriormente, nos anos 1990, surgem iniciativas isoladas de construção de sistemas de catalogação como, por exemplo, estes três sistemas: Sistema de Controle do Acervo Museológico (SCAM), Villa-Info do Museu Villa-Lobos, Donato. Panorama Brasil O SCAM (Sistema de Controle do Acervo Museológico), foi criado pelo Museu da Inconfidência e teve sua primeira versão desenvolvida em 1991. A sua segunda versão foi produzida em parceria com a Universidade Federal de Ouro Preto, em 1996, e a terceira em 1999. Em 2010 chegou a sua quarta versão em plataforma web. Panorama Brasil Fonte: A CASA (2019) O Villa-Info foi desenvolvido pelo Museu Villa-Lobos em 1994, com o objetivo de organização e informatização de seu acervo documental, principalmente de imagens e de som. Em junho de 2003 foi implementado um banco de dados multimídia para o acervo do Museu, dentro de uma nova plataforma tecnológica que, finalmente, permitiu a inclusão do acervo audiovisual da instituição. Panorama Brasil Fonte: A CASA (2019) O Donato, criado em 1992 por meio do projeto Sistema de Informação do Acervo do Museu Nacional de Belas Artes (projeto SIMBA) tinha como objetivo inicial a catalogação do acervo de obras de arte do Museu Nacional de Belas Artes (MNBA), permitindo a consulta e cruzamento de informações para o controle e segurança do acervo. Desde 2012 o Donato está sob a gestão do IBRAM eopera em mais de 100 museus do país com tipologias diversas de acervo como “arte sacra” ou “artes visuais”. Panorama Brasil Fonte: A CASA (2019) Em 1995 o Museu de Arte Contemporânea da Universidade de São Paulo (MAC-USP) criou um site que disponibilizava fotografias de seu acervo físico na internet. Panorama Brasil Fonte: MAC-USP (2019) http://www.mac.usp.br/mac/ Ainda mantém características das fichas catalográficas. Panorama Brasil Fonte: https://acervo.mac.usp.br/acervo/ index.php/Detail/objects/18627 No exterior, principalmente nos Estados Unidos, as primeiras iniciativas de automação em museus datam do final dos anos 1960, quando se começam a explorar os benefícios de gerenciamento de coleções com sistemas computadorizados. O Metropolitan Museum of Art de Nova Iorque (EUA), o Met, foi um dos primeiros museus a fazer uso dos mainframes para disponibilizar informações de sua coleção aos profissionais da instituição. Mais tarde, na década de 1980, os computadores pessoais (PCs) ou desktops (computadores de mesa) provocaram mudanças na automação dos museus. Com o advento da internet e sua popularização nos anos 1990, os sistemas de gerenciamento das coleções passam a ter um novo papel: o de disponibilização da informação ao usuário de forma domiciliar e não apenas ao pesquisador especializado e sua instituição. Panorama Internacional Fonte: A CASA (2019) Nos anos 2000, o cenário de adaptações tecnológicas se intensifica, com a explosão das imagens digitais, demandando o surgimento dos novos gêneros de sistemas, como os sistemas de gerenciamento de ativos digitais. Ao longo dos últimos 70 anos houve um crescimento exponencial da capacidade de processamento dos computadores, marcado por inovações tecnológicas, consolidando-se, nos dias de hoje, com as quase “infinitas” possibilidades de processamento da computação em nuvem (cloud computing), que se refere a aplicações por meio da internet com a mesma facilidade de tê-las instaladas em computadores locais, em qualquer lugar e independentemente de plataforma. Panorama Internacional Fonte: A CASA (2019) ARAUJO, F. M. O. Digitalização de obras de arte: da reprodução à visualização. Dissertação de mestrado ao Programa de Pós-Graduação em Educação, Arte e História da Cultura da Universidade Presbiteriana Mackenzie, como requisito à obtenção de título de Mestre em Educação, Arte e História da Cultura. São Paulo, 2015. Disponível em: http://tede.mackenzie.br/jspui/handle/tede/1939 IBRAM, Guia dos Museus Brasileiros. Brasília (DF): Instituto Brasileiro de Museus, 2011. Disponível em: http://www.museus.gov.br/guia-dos-museus-brasileiros/ Sugestão de leitura Em 1995, o primeiro museu brasileiro a disponibilizar um website com fotografias de seu acervo físico na internet foi: a) O Museu de Arte Moderna de São Paulo (MAM-SP). b) O Museu de Arte de São Paulo Assis Chateaubriand (Masp). c) A Pinacoteca do Estado de São Paulo. d) O Museu Paulista da USP. e) O Museu de Arte Contemporânea da USP (MAC-USP). Interatividade Em 1995, o primeiro museu brasileiro a disponibilizar um website com fotografias de seu acervo físico na internet foi: a) O Museu de Arte Moderna de São Paulo (MAM-SP). b) O Museu de Arte de São Paulo Assis Chateaubriand (Masp). c) A Pinacoteca do Estado de São Paulo. d) O Museu Paulista da USP. e) O Museu de Arte Contemporânea da USP (MAC-USP). Resposta O que é curadoria? substantivo feminino 1. ato, processo ou efeito de curar; cuidado. 2. DIREITO CIVIL: função, atributo, cargo, poder de curador; curatela. No cenário das artes visuais/Museus/Instituições culturais, o conceito de curadoria e a existência do curador foram definindo-se aos poucos e de maneira orgânica na contemporaneidade. Curadoria O que faz um curador? É o profissional que determina o que encontraremos ao buscar contato com a arte, seja em um museu, em uma galeria ou em qualquer outro espaço. A palavra curador vem do latim curare que, por sua vez, chega à nossa língua como curar – na acepção de “cuidar” e “conservar”, tomar conta das obras de arte. Walter Hopps, um dos maiores curadores do século XX compara o trabalho de mostrar uma exposição ao de reger uma orquestra sinfônica. Curadoria É uma profissão “jovem”, remonta ao século passado apenas. A arte de fins dos séculos XIX e início do século XX está profundamente ligada à história de suas exposições. Há 100 anos era muito difícil expor um trabalho novo. As exposições oficiais montadas anualmente foram dominadas por grupo de artistas que se autoperpetuavam. À medida que avançamos no século XX, a história das exposições parece inseparável das grandes coleções da modernidade. Uma profissionalização progressiva da posição do curador já se tornava evidente. Curadoria Alfred Barr (1902 - 1981), primeiro diretor do Museu de Arte Moderna (MoMA), NY (EUA). Em 1935 organizou uma grande exibição do artista Van Gogh (de 4 de novembro de 1935 a 5 de janeiro de 1936). 45 pinturas a óleo e 46 aquarelas e desenhos. As obras foram selecionadas por Alfred Barr. Curadoria Fonte: https://www.moma.o rg/calendar/exhibitio ns/1996?locale=en Catálogo da exposição: Dividido em duas partes: 1. Pinturas a óleo. 2. Desenhos, aquarelas e retratos. Apresentação cronológica, referências às obras nas cartas para Theo (seu irmão). Curadoria Fonte: https://www.moma.org/documents/moma_catalogue_1996_300061887.pdf Curadoria Eu estou trabalhando novamente naqueles camponeses ao redor da mesa jantando batatas... Eu o pintei em uma grande tela... Eu acho que há alguma vida nele... (Carta 399) Fonte: https://www.moma.org/documents/moma_catalogue_1996_300061887.pdf Um curador olha a arte e pensa sobre suas relações com o mundo. Procura identificar as vertentes e comportamentos do presente para enriquecer a compreensão da existência estética. Busca passar ao público o sentimento de descoberta provocado pelo encontro face a face com uma obra de arte. O público recebe um produto pronto, onde tudo está em seu lugar, da iluminação ao prego na parede. Inúmeras e difíceis decisões foram tomadas, desde a escolha das obras à posição e ao conteúdo de uma simples etiqueta. A boa exposição é feita com inteligência e inventividade. Curadoria Curadores brasileiros: Walter Zanini (1925 - 2013) historiador, crítico de arte e curador. É considerado o primeiro curador da Bienal Internacional de São Paulo (16a e 17a edições (1981 e 1983). Nestas duas edições desenvolveu uma nova forma de organizar e exibir a arte moderna e contemporânea. Aboliu espaços separados por país e inovou ao agrupar as obras por “analogia de linguagem” (técnicas e temas). Curadoria 16a Bienal Internacional de São Paulo (1981): curador Walter Zanini. Curadoria Segmento de Arte Postal na 16ª Bienal Fonte: http://www.bienal.org.br/exposicoes/16bienal Curadores brasileiros: Aracy Abreu Amaral (1930) é uma crítica e curadora de arte, professora-titular de História da Arte pela Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo. Foi diretora da Pinacoteca do Estado de São Paulo (1975 - 1979) e do Museu de Arte Contemporânea da Universidade de São Paulo (1982 - 1986). Em 2006 ganhou o prêmio Fundação Bunge (antigo prêmio Moinho Santista) por sua contribuição à área de Museologia. Além de ter organizado diversas exposições importantes foi coordenadora-geral do Projeto “Rumos” do Itaú Cultural (2005 - 6). Realizou também a curadoria da 8ª Bienal do Mercosul e da Trienal do Chile. Curadoria Algumas curadorias de Aracy Amaral: 1972: Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, Brasil – Alfredo Volpi: pintura 1914 - 1972 (1972: Rio de Janeiro, RJ) – Museu de Arte Moderna (Rio de Janeiro, RJ). 1993: Belo Horizonte, Minas Gerais, Brasil – Mário de Andrade: carta aos mineiros (1993: BeloHorizonte, MG) – Museu de Arte de Belo Horizonte (MG). Ouro Preto, Minas Gerais, Brasil – Mário de Andrade: carta aos mineiros (1993: Ouro Preto, MG) – Museu da Inconfidência (Ouro Preto, MG). 2003: São Paulo, São Paulo, Brasil – Arte e Sociedade (2003: São Paulo, SP) – Itaú Cultural (São Paulo, SP). 2009: São Paulo, São Paulo, Brasil – Ocupação Abraham Palatnik (2009: São Paulo, SP) – Itaú Cultural (São Paulo, SP). 2011: Porto Alegre, Rio Grande do Sul, Brasil – Além-Fronteiras (2011: Porto Alegre, RS) – Museu de Arte do Rio Grande do Sul Ado Malagoli (Porto Alegre, RS). Curadoria Conheça mais sobre Aracy Amaral. Ocupação Aracy Amaral no Itaú Cultural (2017). Fonte: https://www.itaucultural.org.br/ocupacao/aracy-amaral/ Curadoria Vista geral da exposição retrospectiva Tarsila – 50 Anos de Pintura, no Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro (MAM/RJ), em 1969 | foto: Marco Antonio Amaral Resende/ reprodução | acervo Aracy Amaral. “Uma curadoria não é tarefa fácil de ser concebida. Sobretudo se o número de participantes for extenso, o espaço difícil, e grande a relutância em deixar de lado tudo o que poderia ser selecionado. Em especial quando se enfoca uma exposição como À Nordeste, atualmente no SESC 24 de maio. Região vasta em criatividade, o anseio, percebe-se, foi incluir tudo! Mesmo se com dificuldade de apreensão pelos visitantes daquilo que está exposto. A ideia que passa é que nada deveria poder escapar aos curadores, mesmo se não digerível pelo visitante. Que se sente envolvido num redemoinho que lhe empurra olhos e ouvidos abaixo todas as expressões de criadores nordestinos não distinguindo nenhum em particular. Assim, expressões populares, cordel, pintura figurativa, pintura concreta, arte conceitual, vídeo, em todos os níveis e dimensões envolvem violentamente o visitante. Que se sente física e visualmente tragado pela dificuldade do espaço atravancado em tentar – em vão – privilegiar um ou outro criador com olhar que se perde pela montagem labiríntica que nos é proposta”. “Uma Curadoria”, por Aracy Amaral Curadoria Fonte: Revista Arte!Brasileiros https://artebrasileiros.com.br/arte/uma-curadoria/ Iniciativa da Galeria OMA, o 1º Edital OMA de Curadoria abrangeu todo o território nacional. A excelente oportunidade para jovens curadores premiou “Métricas da cidade de Brasília”, de Gisele Lima. A brasiliense é graduada em Teoria, Crítica e História da Arte pela Universidade de Brasília. Sua proposta é uma mostra coletiva com outros artistas brasilienses, Gustavo Silvamaral, Guilherme Moreira e João Trevisan. Gisele destaca o pensamento em torno da matemática do sensível, as cores e formas singulares na arquitetura da capital brasileira. Além disso, chama atenção à reverberação na noção de pertencimento a um cenário marcado pelo modernismo e a convivência política. Curadoria 1º Edital OMA de Curadoria premia curadora de Brasilia Fone: Revista Arte!Brasileiros https://artebrasileiros.com.br/arte/1o-edital-oma-de-curadoria-premia-jovem-curadora-de-brasilia/ 1. Hans Ulrich Olbrist. “Uma breve história da curadoria” (2010) A função do curador parece, para muitos, nebulosa. Quem é esse profissional que determina o que será encontrado pela busca de um contato com a arte, seja num museu, numa galeria ou em qualquer outro espaço? Em “Uma breve história da curadoria”, as conversas de Hans Ulrich Obrist com nomes do ofício estabelecem um desenho de como o conceito de curadoria e a existência da figura do curador foram se consolidando na contemporaneidade. Em onze entrevistas, Obrist percorre a trajetória de profissionais que foram pioneiros e moldaram a função do curador. Nelas, é possível ver os diferentes caminhos pelos quais críticos de arte, teóricos, arquitetos e profissionais de diferentes formações se encaminharam para essa maneira específica de pensar a arte e seu lugar na sociedade. O elenco de entrevistados, que inclui de diretores de museus europeus a críticos norte-americanos com enfoque político, é formado por Anne d'Harnoncourt, Werner Hofmann, Jean Leering, Franz Meyer, Seth Siegelaub, Walter Zanini, Johannes Cladders, Lucy Lippard, Walter Hopps, Pontus Hultén e Harald Szeemann. Ao reunir perfis diferentes de profissionais neste volume, Hans Ulrich Obrist coleta diversas maneiras de abordar a mesma questão – o que é e como mostrar um conjunto de obras de arte? Sugestão de leitura 2. Hans Ulrich Olbrist. “Caminhos da curadoria” (2014) O curador de arte Hans Ulrich Obrist, a partir de suas próprias experiências e inspirações ― desde a montagem de sua primeira exposição em sua pequena cozinha em Zurique, aos 23 anos, até os encontros e conversas com artistas, curadores e pensadores consagrados ― busca, com Caminhos da Curadoria, inspirar todos aqueles engajados na produção de cultura. Discutindo desde a criação dos primeiros museus públicos no século XVIII até os encontros com os artistas que mais o inspiraram, o livro percorre os momentos emblemáticos da história da curadoria. Transitando por séculos, exposições (do próprio Obrist e outras) e continentes, o autor afirma que a curadoria está longe de ser uma prática estática e que, impulsionada pela curiosidade, ela nos permite, em seu melhor, criar o futuro. Sugestão de leitura Sobre o curador, indique a alternativa incorreta. a) O curador é um diretor de museu. b) O curador olha a arte e pensa sobre suas relações com o mundo. c) O curador procura identificar as vertentes e comportamentos do presente para enriquecer a compreensão da existência estética. d) O curador busca passar ao público o sentimento de descoberta, provocado pelo encontro face a face com uma obra de arte. e) Inúmeras e difíceis decisões são tomadas, desde a escolha das obras à posição e ao conteúdo de uma simples etiqueta. Interatividade Sobre o curador, indique a alternativa incorreta. a) O curador é um diretor de museu. b) O curador olha a arte e pensa sobre suas relações com o mundo. c) O curador procura identificar as vertentes e comportamentos do presente para enriquecer a compreensão da existência estética. d) O curador busca passar ao público o sentimento de descoberta, provocado pelo encontro face a face com uma obra de arte. e) Inúmeras e difíceis decisões são tomadas, desde a escolha das obras à posição e ao conteúdo de uma simples etiqueta. Resposta Historicamente, o que hoje conhecemos como museu era antes um lugar para a reunião (por vezes caóticas) de peças e objetos. Os chamados gabinetes de curiosidades, que reuniam uma multiplicidade de objetos e espécies raras (animal, vegetal e mineral) trazidas das grandes explorações ocorridas no século XVI e XVII. Séculos mais tarde, tais coleções começaram a ganhar força e antigos palácios transformaram suas circulações em extensas e contínuas galerias. Posteriormente, no século XIX, o surgimento de pavilhões dedicados essencialmente à exposição de artefatos trouxe proximidade à ideia mais próxima do que hoje são os museus. Como são projetadas as exposições? Quem define o que será exposto? Como será exposto? Por quanto tempo? Exposições Curadoria: A curadoria é a primeira etapa de uma exposição. O curador/equipe de curadoria tem ampla função em uma exposição – desde formular a plataforma expositiva (de longa, curta e média duração) até mesmo definir o objetivo e público-alvo desta, sintetizando o caráter adequado à apresentação do conteúdo. E a primeira tarefa da equipe de curadoria é a seleção do conteúdo a ser apresentado ao público. Segundo o ICOM, “há, no Brasil, diferentes concepções de curadoria e, consequentemente, de curador. Uma delas entende curadoria como pesquisa de coleção e curador como o pesquisador de coleção e, em consequência, aquele que define o conteúdo da exposição. Outra, mais recente, considera curadoria como o processo que integra todas asações em torno da coleção ou do objeto museológico: aquisição, pesquisa, conservação, documentação, comunicação (exposição e educação).” Exposições Tipologia: É também papel da equipe de curadores a definição da tipologia expositiva. Isto é, quanto tempo durará a temporada. Essencialmente, existem três tipologias expográficas: permanente, temporária e itinerante. Exemplo: a obra mais popular do mundo, a “Mona Lisa”, pintada no começo do século XVI por Leonardo Da Vinci, exposta no Museu do Louvre, em Paris. Se a obra que compõe a coleção permanente da instituição fosse apresentada em curtos períodos ou temporadas, ocasionaria uma série de problemas, tanto na privação artística, quanto na superlotação do museu que anualmente recebe um público médio de 8,1 milhões de visitantes, quase que integralmente em prol da visualização da obra em questão. Exposições Aglomeração para ver “Mona Lisa” no Louvre. Exposições Fonte: https://www.theguardian.com/art anddesign/2019/oct/21/mona- lisa-leonard-da-vinci-louvre- exhibition#img-3 Exposição permanente: A exposição permanente é aquela cujo acervo museográfico é apresentado em constância durante toda a jornada da vida da instituição. É comum ocorrer ao menos uma vez ao ano a substituição de algumas das peças expostas por outras do acervo (também permanente). Isso ocorre por dois aspectos fundamentais, tanto pela quantidade de obras existentes na coleção de um museu – às vezes com milhares de peças; ou pela restauração da obra após longo período exposta ao público. Exposições A exposição permanente reúne obras de duas coleções específicas do maior acervo de arte de uma companhia privada da América Latina: Brasiliana Itaú e Itaú Numismática. Exposições Fonte: https://www.itaucultural.org.br/espaco-olavo-setubal Exposição temporária: A exposição temporária é de média duração, em geral, por dois motivos principais: 1. pelo empréstimo temporário de obras pertencentes à coleção de outros museus/galerias (nacionais ou internacionais); 2. pelo ineditismo de uma obra com fragilidades físicas devido à ação do tempo. Portanto, todo projeto de exposição deve considerar a rápida montagem e desmontagem, uma vez que a instituição terá inacessível parte de suas salas ou espaços. Exposições Exposição Alphonse Mucha: O Legado da Art Nouveau: Obras e objetos provenientes da Fundação Mucha, em Praga, e de outras coleções internacionais compõem a primeira exposição do artista tcheco no Brasil. (De 18 de setembro a 15 de dezembro de 2019). Exposições Fonte: http://centroculturalfiesp .com.br/evento/exposic ao-alfonse-mucha-o- legado-da-art-nouveau Exposições itinerantes: As exposições itinerantes são de curta duração. Exposição “Galeria Circular”, do artista paulistano Eduardo Kobra, (setembro de 2019). Exposições Fonte: https://www.prefeit ura.sp.gov.br/cida de/secretarias/sub prefeituras/cidade _tiradentes/noticia s/?p=98241 Layout: Um bom layout é fundamental para a apresentação das obras ao público, caso contrário, pode levar ao desinteresse e não clareza dos objetivos da exposição. A tríade espaço-obra-público é ponto-chave para uma exposição de sucesso. A princípio há três principais disposições de layout usualmente empregadas nos museus: enfilade, galeria e contínuo. Exposições Enfilade (enfileirado): há uma sequência de salas sucedidas pelas extremidades e circulação principal num eixo marcado. Esta disposição apresenta relação com os palácios do século XVI. Como fragilidade deste layout destacam-se a estrutura de circulação sempre muito marcada, dispondo certas interrupções espaciais e, sobretudo, psicológicas, ao conteúdo apresentado, quebrando a ideia de continuidade. Exemplo: Museu do Louvre. Exposições ENFILADE Galeria: o espaço é compartimentado de modo a criar uma sucessão de pequenas salas individuais. Exemplo: Tate Britain. Por fim, o layout contínuo é uma tipologia contemporânea de apresentação do conteúdo frequentemente empregado nas Bienais, onde se dispõe uma série de elementos – de painéis a paredes – buscando a fluidez na interação entre expectador e obra, sem hierarquizar o conteúdo. Exemplo: 26a Bienal Internacional do Livro de São Paulo. Exposições INTER-MEZZO STREET GRID “Cavaletes de cristal” Lina Bo Bardi MASP Exposições Fonte: https://www.archdaily.com.br/br/892838/masp-coloca-a-venda-edicao-limitada-de- cem-cavaletes-de-cristal-de-lina-bo-bardi/5ad75af9f197ccb98e00005a-masp-coloca-a- venda-edicao-limitada-de-cem-cavaletes-de-cristal-de-lina-bo-bardi-foto Superfícies: Pensar em como as obras serão dispostas pelo espaço é sempre trabalho árduo. Isso porque há uma gama de possibilidades a partir da combinação dos elementos expográficos e do modo como o público realizará a leitura do conjunto. O primeiro ponto a ser considerado no desenvolvimento do projeto de uma exposição é o exame das propriedades físicas do espaço e das obras. Dimensões; materialidade das superfícies; fragilidades. Em linhas gerais há quatro superfícies principais: paredes, bancadas, pódios e cavaletes. Para cada um dos elementos é importante destacar que é imprescindível avaliar como as peças se comportarão nestes e se o artista detém alguma consideração. Exposições Museu do Pão, Brasil Arquitetura. Image © Nelson Kon. Distribuição das peças Exposições Fonte: https://www.archdaily.com.br/br/894949/gu ia-de-expografia-o-que-levar-em-conta-ao- montar-uma-exposicao Museu da Mineração Allmannajuvet / Peter Zumthor. Image © Aldo Amoretti. Segurança Exposições Fonte: https://www.archdaily.com.br/br/89494 9/guia-de-expografia-o-que-levar-em- conta-ao-montar-uma-exposicao Exposição “Museu Infinito”/ Miguel Vieira Baptista. Image © Fernando Guerra FG+SG. Condução do visitante Exposições Fonte: https://www.archdaily.com.br/br /894949/guia-de-expografia-o- que-levar-em-conta-ao- montar-uma-exposicao 32a Bienal de Arte de São Paulo. Image © Ricardo Amado. Apresentação do conteúdo Exposições Fonte: https://www.archdaily.com.br/br/894949 /guia-de-expografia-o-que-levar-em- conta-ao-montar-uma-exposicao Iluminação: É a responsável por fundamentar certos pontos de interesse numa superfície. Além do sistema de iluminação do espaço destinando à exposição sempre haverá a necessidade de sistemas de iluminação complementares. Mesmo que o espaço contenha trilhos eletrificados para correto posicionamento da luz na obra, certos espaços não obtém o mesmo e demandam o desenvolvimento de sistemas alternativos: bancadas iluminadas; luminárias desenhadas especialmente para fixação nas paredes, de modo que ilumine determinada tela; balizadores, etc. Exposições Sempre adote lâmpadas coerentes à aplicação nos espaços expositivos, pois certas lâmpadas tendem a deteriorar as obras pela ação do tempo expostas a elas. Luz difusa, pontual, ou de efeito são alguns dos exemplos a projeção da luz sobre as peças. Pense-as em cada caso. Ainda é importante considerar se o espaço sofrerá a interferência da iluminação natural ou não. Sombras ou mesmo a temperatura solar podem ocasionar danos a determinadas obras. Exposições Exposição: “BOTY 2017”. Image © Ilya Ivanov. Exposições Fonte: https://www.archdaily.com.br/br/894949/gui a-de-expografia-o-que-levar-em-conta-ao- montar-uma-exposicao Museu da Mineração Image © Aldo Amoretti. Exposições Fonte: https://www.archdaily.com.br/br/894949 /guia-de-expografia-o-que-levar-em- conta-ao-montar-uma-exposicao 1. Dra. Vera Pugliese. “A expografia de Lina Bo Bardi como mesa de montagem: transparências, opacidades e genealogias” (2017). Publicado na Revista MODOS (Unicamp) Disponível em: https://www.publionline.iar.unicamp.br/index.php/mod/article/view/747/821 O artigo investiga a relação entre a fisiologiae a eficácia da epigrafia da pinacoteca do Museu de Arte de São Paulo – MASP (1968), confrontando a montagem da exposição com outros discursos com os quais o projeto expográfico dialoga. Sua hipótese é que a concepção do projeto de Lina Bo Bardi constitua um ponto de inflexão de diferentes noções de genealogia e historicidade, entre os pensamentos historiográfico-artístico e expográfico. Para tal, o texto discute a possibilidade de compreender este projeto como mesa de montagem, segundo a acepção de Georges Didi-Huberman e quais seriam os possíveis desdobramentos e implicações desta associação. Sugestão de leitura 2. Isabel Abreu. “Expografia brasileira contemporânea: Rio São Francisco navegado por Ronaldo Fraga” (2014). Dissertação de Mestrado da FAUUSP Disponível em: https://teses.usp.br/teses/disponiveis/16/16136/tde-27062014- 151154/publico/BEBEL_ABREU_MESTRADO.pdf Exposições culturais são produtos de consumo de massa na programação de entretenimento das cidades. No Brasil das últimas duas décadas, essas exposições têm atraído crescentes recursos financeiros, públicos e privados. Na análise dos processos de concepção, projeto e realização de exposições narrativas é necessário considerar os papéis de seus principais autores: o curador (ou organizador) e o cenógrafo (ou arquiteto ou designer) – no contexto do deslocamento do foco das exposições do acervo para o público, da ampliação e diversificação de temas de interesse para as mostras e de sua transformação em atividade transdisciplinar. Esta dissertação pretende contribuir para os estudos das exposições culturais brasileiras, enquanto instrumento de informação, educação e entretenimento. Traz um histórico da atividade no mundo e no Brasil, e apresenta um panorama do cenário nacional contemporâneo. Aborda os elementos constitutivos da linguagem narrativa inerente às exposições e faz a análise da mostra Rio São Francisco navegado por Ronaldo Fraga, reconhecendo-a como exemplo significativo desta manifestação cultural. Sugestão de leitura A exposição temporária é de média duração, em geral, por dois motivos principais. O primeiro é o empréstimo temporário de obras pertencentes à coleção de outros museus/galerias (nacionais ou internacionais). Indique a alternativa que apresente o segundo motivo das exposições temporárias: a) Por necessidade de restauração de algumas obras. b) Pelo calendário de exposições da instituição. c) Por fragilidades físicas de algumas obras devido à ação do tempo. d) Pela manutenção do espaço expositivo. e) Por disponibilidade de tempo da equipe da instituição na montagem/desmontagem da exposição. Interatividade A exposição temporária é de média duração, em geral, por dois motivos principais. O primeiro é o empréstimo temporário de obras pertencentes à coleção de outros museus/galerias (nacionais ou internacionais). Indique a alternativa que apresente o segundo motivo das exposições temporárias: a) Por necessidade de restauração de algumas obras. b) Pelo calendário de exposições da instituição. c) Por fragilidades físicas de algumas obras devido à ação do tempo. d) Pela manutenção do espaço expositivo. e) Por disponibilidade de tempo da equipe da instituição na montagem/desmontagem da exposição. Resposta ABREU, Bebel. Expografia brasileira contemporânea: Rio São Francisco navegado por Ronaldo Fraga. 2014. Dissertação (Mestrado em Projeto, Espaço e Cultura) – Faculdade de Arquitetura e Urbanismo, Universidade de São Paulo, São Paulo, 2014. doi:10.11606/D.16.2014.tde-27062014-151154. Acesso em: 2019-12-05. Disponível em: https://teses.usp.br/teses/disponiveis/16/16136/tde-27062014- 151154/publico/BEBEL_ABREU_MESTRADO.pdf ARAUJO, Fernanda Maria Oliveira. Digitalização de obras de arte: da reprodução à visualização. 2015. 135 f. Dissertação (Mestrado em Educação, Arte e História) - Universidade Presbiteriana Mackenzie, São Paulo, 2015. Disponível em http://tede.mackenzie.br/jspui/handle/tede/1939 Acesso em 05 dez. 2019. IBRAM, Guia dos Museus Brasileiros. Brasília (DF): Instituto Brasileiro de Museus, 2011. Disponível em: http://www.museus.gov.br/guia-dos-museus-brasileiros/ Referências bibliográficas PUGLIESE, V. A expografia de Lina Bo Bardi como mesa de montagem: transparências, opacidades e genealogias. MODOS. Revista de História da Arte. Campinas, v. 1, n.2, p. 145- 168, mai. 2017. Disponível em: ˂http://www.publionline.iar.unicamp.br/index. php/mod/article/view/747˃; DOI: https://doi.org/10.24978/mod.v1i2.747 OLBRIST, H. U. Caminhos da curadoria. São Paulo: Cobogó, 2014. OLBRIST, H. U. Uma breve história da curadoria. Trad. Ana Resende. São Paulo: BEI Comunicação, 2010. Referências bibliográficas ATÉ A PRÓXIMA!
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