Buscar

Estudos Disciplinares Unidade II

Prévia do material em texto

Profa. Dra. Fernanda Araujo
UNIDADE II
Estudos Disciplinares:
Museus
 Diante do contexto atual, de mundo globalizado, conectado e informatizado, faz-se oportuno 
analisar as possibilidades para o universo das instituições museológicas.
 Com o advento da internet nos anos 1990 e sua posterior popularização multiplicaram-se, 
em todo o mundo, websites de museus, permitindo ao usuário da internet “visitar” museus 
localizados fisicamente em diferentes continentes.
 Espelhamentos das instituições, surgiram inúmeros debates a respeito, inclusive quanto ao 
possível desaparecimento dos museus físicos, substituídos por seus equivalentes digitais.
 Os museus virtuais já são uma realidade na internet há mais 
de 10 anos!
Websites de museus
 As primeiras experiências 
com a tecnologia digital 
de alguns museus 
apresentavam 
informações de uma obra 
tal como eram 
catalogadas nos sistemas 
informacionais da 
instituição, na forma de 
um catálogo online.
Coleções online
Fonte: Adaptado de: Fitzwilliam Museum (2015)
VISÃO ESQUEMÁTICA
Identificação (controle 
interno do sistema)
Dados da obra
Dados do autor
Imagem
VISÃO ESQUEMÁTICA
Identificação (controle 
interno do sistema)
Dados da obra
Dados do autor
Imagem
 As primeiras experiências de digitalização de coleções consideravam uma coleção digital 
satisfatória quando ao menos representava novas capacidades institucionais, mesmo de 
mínima utilidade para o público da instituição.
 Com o amadurecimento dos ambientes digitais, possibilidades de comunicação 
e aproximação público-instituição, os esforços começaram então a se deslocar para 
a criação de coleções úteis e relevantes para os usuários.
Coleções online
 Uma das primeiras ações da instituição que deseja digitalizar sua coleção é clarificar as 
razões para um projeto desta natureza.
 As motivações devem estar alinhadas às estratégias da instituição, isto é, alinhadas ao plano 
estratégico da instituição.
 O planejamento estratégico de um museu, assim como de uma instituição de qualquer 
natureza, é um recurso gerencial de formulação de objetivos para seleção de programas 
de ação e execução, levando em conta as condições internas e externas à instituição e seu 
crescimento e evolução esperados.
 Representa um guia para as políticas e atividades da instituição durante período estipulado.
A digitalização de coleções
 Exemplo: o Van Gogh Museum lançou o primeiro website em 1999 e teve um sucessor em 
2006. Quando ultrapassado em funcionalidades, conteúdo e tecnologia, já não refletia mais 
a identidade e missão da instituição, o museu lançou, em agosto de 2014, o segundo Plano 
Estratégico 2014 - 2017: o novo site redesenhado.
 Página inicial do site
do Van Gogh Museum, 
lançado em 2014.
A digitalização de coleções
Fonte: 
https://www.vangoghmuseum.nl/
 A coleção é hoje amplamente acessível, com imagens em tela cheia que também podem 
ser “baixadas” (isto é, pode ser feito o download) e compartilhadas nas redes sociais. 
 A busca por obras está também integrada às histórias, o que permite que os visitantes 
entrem, naveguem e aprendam sobre a coleção.
“Shoes”
A digitalização de coleções
Fonte: https://www.vangoghmuseum.nl/en/
collection/s0011V1962?v=1
 Download
“Shoes”:
 Vincent van Gogh (1853 - 1890)
 Paris, September-November 1886
 Óleo sobre tela, 38.1 cm x 45.3 cm
 Imagem JPEG (230KB)
A digitalização de coleções
Fonte: https://www.vangoghmuseum.nl/en/
collection/s0011V1962?v=1
Após seis meses do lançamento do novo site (de agosto de 2014 a janeiro de 2015), foram 
apresentados, na Conferência Museums and the Web 2015, os seguintes resultados em 
comparação com o mesmo período do ano anterior (de agosto de 2013 a janeiro de 2014):
 a visualização de páginas aumentou 51,6%;
 o número de páginas por sessão aumentou 46%;
 a duração média da sessão aumentou 24%;
 o retorno do visitante aumentou 21%;
 a taxa de rejeição diminuiu 24,9%;
 o tráfego de canais sociais aumentou 93%.
A digitalização de coleções
Os passos para um projeto de digitalização, independentemente da natureza do acervo, podem 
ser organizados em um fluxo de trabalho no qual uma fase preparatória anterior à conversão 
digital trata:
1. dos objetivos da digitalização;
2. das condições de direitos autorais;
3. da seleção, análise e preparação dos objetos a serem digitalizados;
4. da definição dos parâmetros de qualidade do processo técnico da digitalização;
5. do conteúdo informacional adequado e satisfatório para que o objeto digital seja 
encontrável, confiável e completo (perpassa todo o fluxo de trabalho);
6. o arquivamento;
7. a disponibilização online do conteúdo;
8. posteriores cuidados de manutenção.
Digitalização de coleções
Objetivos da digitalização:
 As razões para digitalização de coleções de obras de arte mostram-se fortemente 
embasadas no acesso e na preservação.
 Tornar a coleção acessível para quem não pode visitar o museu fisicamente e reduzir 
o manuseio de originais em condições de fragilidade como parte de um projeto de 
preservação são objetivos ainda hoje frequentemente motivadores.
A digitalização de coleções
 A obra ”Young Hare” é raramente exposta.
 Após um período máximo de três meses a obra 
volta às instalações controladas, com umidade 
inferior a 50% para o papel “descansar”.
 Em 2014 foi exibida após dez anos de reclusão 
e há a previsão de uma breve exposição em 2018, 
voltando então para o “esconderijo”.
A digitalização de coleções
“Young Hare”,
de Albrecht Dürer,
desenho em aquarela e guache. 
Albertina Museum, Viena.
Fonte: 
https://artsandculture.google.com/as
set/feldhase/1QHEnzUGYMDG_w?
hl=pt-BR)
A digitalização de coleções
“Young Hare”, 
de Albrecht Dürer, desenho em 
aquarela e guache. 
Albertina Museum, Viena
Fonte:
ttps://artsandculture.google.co
m/asset/feldhase/1QHEnzUGY
MDG_w?hl=pt-BR)
Direitos autorais:
 O fato de a instituição ter a propriedade da obra não significa que também detém 
os direitos autorais. 
 Condições perante o autor (artista), herdeiros legais ou organizações gestoras 
representantes do autor ou dos herdeiros devem ser observadas, clarificadas e respeitadas.
 No Brasil e em diversos outros países como Portugal, Espanha e França, a validade do 
direito de autor é de 70 anos após o falecimento do autor.
 A proteção aos direitos autorais independe do registro, mas 
o autor pode registrar sua obra conforme sua natureza, por 
exemplo, na Biblioteca Nacional (registro de obras literárias, 
desenhos e músicas), na Escola de Belas-Artes da 
Universidade do Rio de Janeiro (registro de obras 
de artes visuais).
A digitalização de coleções
Seleção dos objetos a serem digitalizados:
 condições de direitos autorais;
 condições físicas das obras e quão frágeis são/estão para suportar o processo 
de digitalização sem danos;
 a existência de conteúdo informacional consistente.
A digitalização de coleções
Análise:
 condições de limpeza e conservação da obra de arte;
 se a obra é bidimensional ou tridimensional, 
considerando os possíveis ângulos a digitalizar;
 dadas as dimensões da obra de arte, avaliar se será 
digitalizada no local ou movida para outro lugar 
(como um estúdio de fotografia).
 “Still Life with Checked Tablecloth”, Paris (1915)
 Óleo e grafite sobre tela
(116.5 x 89.2 cm)
 Juan Gris,
 frente e verso.
A digitalização de coleções
Fonte: Metropolitan Museum of Art
https://www.metmuseum.org/art/collec
tion/search/646469
Preparação:
 organização e rotulação das obras de arte (especialmente se forem transferidas 
das instalações da instituição);
 catalogação da obra que será digitalizada;
 se a obra selecionada ainda não tiver sido catalogada, isto deverá ocorrer ao longo 
do projeto de digitalização.
A digitalização de coleções
O fato de uma instituição ter a propriedade de uma obra de arte não significa que também 
detémos direitos autorais. No Brasil e em diversos outros países como Portugal, Espanha 
e França, a validade do direito de autor é de:
a) 10 anos após o falecimento do autor.
b) 35 anos após o falecimento do autor.
c) 50 anos após o falecimento do autor.
d) 70 anos após o falecimento do autor.
e) 100 anos após o falecimento do autor.
Interatividade
O fato de uma instituição ter a propriedade de uma obra de arte não significa que também 
detém os direitos autorais. No Brasil e em diversos outros países como Portugal, Espanha 
e França, a validade do direito de autor é de:
a) 10 anos após o falecimento do autor.
b) 35 anos após o falecimento do autor.
c) 50 anos após o falecimento do autor.
d) 70 anos após o falecimento do autor.
e) 100 anos após o falecimento do autor.
Resposta
 O Rijksmuseum abriu suas portas em 1808.
 Ao longo dos anos, com o crescimento das coleções, o museu passou por várias expansões.
 Na atual reforma, que aconteceu de 2003 a 2013 (período no qual ficou fechado), o edifício 
foi completamente modernizado e ao mesmo tempo restaurado, pinturas e história passaram 
a formar um único circuito cronológico que conta a história da arte holandesa.
 Em 2013, na ocasião da reabertura, disponibilizou mais 
de 125 mil imagens em alta resolução para download
através do seu website.
 Atualmente disponibiliza mais de 600 mil objetos de seu acervo 
na coleção online.
Coleções digitais
 A navegação na coleção digital do museu é baseada em imagens, o visitante tem como 
recursos de busca os tradicionais filtros por: artista, obra de arte, assunto e estilo, podendo, 
refinar a pesquisa por período, local, material e cor.
Exemplo:
 busca por cor e material.
Coleções digitais
Fonte: Rijksmuseum (2015)
https://www.rijksmuseum.nl/en/
 Rijksstudio – estúdio virtual: lançado em 2012 pelo Rijksmuseum.
 Premiado na conferência Museums and Web 2013 nas categorias: inovação, o melhor 
da web e escolha popular.
 Uma plataforma está disponível no site da instituição, que em 13 de abril de 2013 já atingia 
100 mil perfis criados.
Coleções digitais
Fonte: 
https://www.rijksmuseum.nl/en/rijkss
tudio/105161--fernanda-
araujo/collections
Coleções digitais
Fonte: 
https://www.rijksmuse
um.nl/en/rijksstudio/1
05161--fernanda-
araujo/collections
Coleções digitais
Fonte: 
https://www.rijksmuseum.nl/
en/my/collections/
105161--fernanda-
araujo/estudo/objecten#/RP-P-
1939-883,0
Pode-se afirmar que com a digitalização do acervo o Rijksmuseum passou 
por três grandes adaptações:
1. a adaptação sistêmica;
2. a adaptação organizacional, com os novos cargos e departamentos criados 
para atendimento da demanda da tecnologia digital;
3. e a adaptação funcional, isto é, um reposicionamento das funções museológicas 
em direção à democratização da informação, ao acesso e à liberdade de expressão 
de sua audiência.
Coleções digitais
 Com ferramentas mais potentes e popularização da conexão (internet) em escolas e casas, 
os acervos começaram a migrar do simples armazenamento com uma interface amigável 
para possibilidades de conexões mais complexas e esteticamente pensadas.
 O Google Arts & Culture, lançado em 2011, disponibiliza, em alta resolução, inúmeros 
acervos de variados museus. Através do recurso Zoom, por exemplo, é possível visualizar 
detalhes das obras.
Possibilidades digitais
Fonte: 
https://artsandculture.google.com/
 A obra “No Woman, No Cry” 
de Chris Ofili.
Possibilidades digitais
Fonte: https://artsandculture.google.com/
story/VgVRiDcm4LVA6w
Google Arts & Culture
Fonte: 
https://artsandculture.google.com/partner/m
useu-de-arte-moderna-de-sao-paulo
Fonte:https://artsandculture.google.com/part
ner/museu-da-casa-brasileira
Fonte: https://artsandculture.google.com/partner/museu-paulista
 Segundo o documento Guia dos Museus Brasileiros (Ibram, 2011) as tipologias das 
coleções de bens culturais que compõem os acervos dos museus brasileiros foram 
classificadas em: Antropologia e Etnografia, Arqueologia, Artes Visuais, Ciências Naturais 
e História Natural, Ciência e Tecnologia, História, Virtual, Biblioteconômico, Documental 
e Arquivístico.
 Ainda, segundo o documento, os museus classificados como virtuais, isto é, coleções que 
existem somente em meio digital, representam 3,9% dos museus categorizados.
O levantamento não aborda coleções digitais, restringe-se 
a levantar se o acervo é registrado/documentado e, quando 
registrado, se através de:
 ficha de catalogação,
 livro de registro,
 documentação fotográfica ou software/programa informatizado.
Panorama Brasil 
Observa-se que:
 78,7% dos museus brasileiros pesquisados 
têm acervo registrado, dos quais 44,5% 
através de livro de registro,
 42,6% por ficha de catalogação, 
 34,7% via documentação fotográfica 
 26,1% utiliza software de catalogação
Panorama Brasil
Fonte: Adaptado de: Cadastro Nacional de Museus – IBRAM / MinC, 2010.
21,3
78,7
Registrado
Não registrado
Livro de registro
Ficha de catalogação
Documentação fotográfica
Software de catalogação
44,5
42,6
34,7
26,1
0,0 10,0 20,0 30,0 40,0 50,0
Museu da Pessoa:
 Fundado em 1991 com o objetivo de preservar e valorizar a história de pessoas de todos 
os segmentos sociais.
 No início, suas atividades eram desenvolvidas exclusivamente no espaço virtual, até que, 
em 2006, fundou uma sede no bairro da Vila Madalena, em São Paulo.
Panorama Brasil
Fonte: 
https://www.museudapessoa.net/pt/home
A CASA, Museu do objeto Brasileiro:
 Inaugurada em 1997, A Casa era uma associação sem fins lucrativos que visava a promoção 
e integração de diferentes expressões culturais brasileiras. Promovia palestras, encontros, 
cursos, oficinas, apresentações e exposições.
 No ano 2000, visando tornar-se um centro de referência da produção do objeto brasileiro, 
inaugurou seu museu virtual, onde disponibiliza seu acervo e promove exposições 
desenvolvidas para ambientes virtuais.
Panorama Brasil
Fonte: http://www.acasa.org.br/
 As primeiras experiências em projetos de informatização de acervos no Brasil, anteriores 
ao contexto da internet e da digitalização, datam dos anos 1980.
 Uma das primeiras iniciativas foi o documento “Thesaurus para acervos museológicos”, 
publicado em 1987 pelo Museu Histórico Nacional (MHN) com o objetivo de tornar a 
indexação do conteúdo temático de documentos e objetos mais consistente para garantir 
maior precisão na recuperação de informações.
Posteriormente, nos anos 1990, surgem iniciativas isoladas de construção de sistemas 
de catalogação como, por exemplo, estes três sistemas:
 Sistema de Controle do Acervo Museológico (SCAM),
 Villa-Info do Museu Villa-Lobos,
 Donato.
Panorama Brasil
 O SCAM (Sistema de Controle do Acervo Museológico), foi criado pelo Museu 
da Inconfidência e teve sua primeira versão desenvolvida em 1991.
 A sua segunda versão foi produzida em parceria com a Universidade Federal de Ouro Preto, 
em 1996, e a terceira em 1999.
 Em 2010 chegou a sua quarta versão em plataforma web.
Panorama Brasil
Fonte: A CASA (2019)
 O Villa-Info foi desenvolvido pelo Museu Villa-Lobos em 1994, com o objetivo de organização 
e informatização de seu acervo documental, principalmente de imagens e de som.
 Em junho de 2003 foi implementado um banco de dados multimídia para o acervo do Museu, 
dentro de uma nova plataforma tecnológica que, finalmente, permitiu a inclusão do acervo 
audiovisual da instituição.
Panorama Brasil
Fonte: A CASA (2019)
 O Donato, criado em 1992 por meio do projeto Sistema de Informação do Acervo do Museu 
Nacional de Belas Artes (projeto SIMBA) tinha como objetivo inicial a catalogação do acervo 
de obras de arte do Museu Nacional de Belas Artes (MNBA), permitindo a consulta 
e cruzamento de informações para o controle e segurança do acervo.
 Desde 2012 o Donato está sob a gestão do IBRAM eopera em mais de 100 museus 
do país com tipologias diversas de acervo como “arte sacra” ou “artes visuais”.
Panorama Brasil
Fonte: A CASA (2019)
 Em 1995 o Museu de Arte Contemporânea da Universidade de São Paulo (MAC-USP) criou 
um site que disponibilizava fotografias de seu acervo físico na internet.
Panorama Brasil
Fonte: MAC-USP (2019)
http://www.mac.usp.br/mac/
 Ainda mantém características das fichas catalográficas.
Panorama Brasil
Fonte: https://acervo.mac.usp.br/acervo/
index.php/Detail/objects/18627
 No exterior, principalmente nos Estados Unidos, as primeiras iniciativas de automação em 
museus datam do final dos anos 1960, quando se começam a explorar os benefícios de 
gerenciamento de coleções com sistemas computadorizados.
 O Metropolitan Museum of Art de Nova Iorque (EUA), o Met, foi um dos primeiros museus 
a fazer uso dos mainframes para disponibilizar informações de sua coleção aos profissionais 
da instituição.
 Mais tarde, na década de 1980, os computadores pessoais (PCs) ou desktops
(computadores de mesa) provocaram mudanças na automação dos museus.
 Com o advento da internet e sua popularização nos anos 1990, 
os sistemas de gerenciamento das coleções passam a ter um 
novo papel: o de disponibilização da informação ao usuário 
de forma domiciliar e não apenas ao pesquisador especializado 
e sua instituição.
Panorama Internacional
Fonte: A CASA (2019)
 Nos anos 2000, o cenário de adaptações tecnológicas se intensifica, com a explosão 
das imagens digitais, demandando o surgimento dos novos gêneros de sistemas, 
como os sistemas de gerenciamento de ativos digitais.
 Ao longo dos últimos 70 anos houve um crescimento exponencial da capacidade 
de processamento dos computadores, marcado por inovações tecnológicas, 
consolidando-se, nos dias de hoje, com as quase “infinitas” possibilidades de processamento 
da computação em nuvem (cloud computing), que se refere a aplicações por meio da internet 
com a mesma facilidade de tê-las instaladas em computadores locais, em qualquer lugar e 
independentemente de plataforma.
Panorama Internacional
Fonte: A CASA (2019)
 ARAUJO, F. M. O. Digitalização de obras de arte: da reprodução à visualização. Dissertação 
de mestrado ao Programa de Pós-Graduação em Educação, Arte e História da Cultura 
da Universidade Presbiteriana Mackenzie, como requisito à obtenção de título de Mestre 
em Educação, Arte e História da Cultura. São Paulo, 2015.
 Disponível em: http://tede.mackenzie.br/jspui/handle/tede/1939
 IBRAM, Guia dos Museus Brasileiros. Brasília (DF): Instituto Brasileiro de Museus, 2011. 
Disponível em: http://www.museus.gov.br/guia-dos-museus-brasileiros/
Sugestão de leitura
Em 1995, o primeiro museu brasileiro a disponibilizar um website com fotografias 
de seu acervo físico na internet foi:
a) O Museu de Arte Moderna de São Paulo (MAM-SP).
b) O Museu de Arte de São Paulo Assis Chateaubriand (Masp).
c) A Pinacoteca do Estado de São Paulo.
d) O Museu Paulista da USP.
e) O Museu de Arte Contemporânea da USP (MAC-USP).
Interatividade
Em 1995, o primeiro museu brasileiro a disponibilizar um website com fotografias 
de seu acervo físico na internet foi:
a) O Museu de Arte Moderna de São Paulo (MAM-SP).
b) O Museu de Arte de São Paulo Assis Chateaubriand (Masp).
c) A Pinacoteca do Estado de São Paulo.
d) O Museu Paulista da USP.
e) O Museu de Arte Contemporânea da USP (MAC-USP).
Resposta
O que é curadoria?
 substantivo feminino
1. ato, processo ou efeito de curar; cuidado.
2. DIREITO CIVIL: função, atributo, cargo, poder de curador; curatela.
 No cenário das artes visuais/Museus/Instituições culturais, 
 o conceito de curadoria e a existência do curador foram definindo-se aos poucos 
e de maneira orgânica na contemporaneidade.
Curadoria
O que faz um curador?
É o profissional que determina o que encontraremos ao buscar contato com a arte, 
seja em um museu, em uma galeria ou em qualquer outro espaço.
 A palavra curador vem do latim curare que, por sua vez, chega à nossa língua 
como curar – na acepção de “cuidar” e “conservar”, tomar conta das obras de arte.
 Walter Hopps, um dos maiores curadores do século XX 
compara o trabalho de mostrar uma exposição ao de reger 
uma orquestra sinfônica.
Curadoria
 É uma profissão “jovem”, remonta ao século passado apenas.
 A arte de fins dos séculos XIX e início do século XX está profundamente ligada à história 
de suas exposições.
 Há 100 anos era muito difícil expor um trabalho novo. As exposições oficiais montadas 
anualmente foram dominadas por grupo de artistas que se autoperpetuavam.
 À medida que avançamos no século XX, a história 
das exposições parece inseparável das grandes coleções 
da modernidade.
 Uma profissionalização progressiva da posição do curador 
já se tornava evidente.
Curadoria
 Alfred Barr (1902 - 1981), primeiro diretor do Museu de Arte Moderna (MoMA), NY (EUA).
 Em 1935 organizou uma grande exibição do artista Van Gogh (de 4 de novembro de 1935 
a 5 de janeiro de 1936).
 45 pinturas a óleo e 46 aquarelas e desenhos.
 As obras foram selecionadas por Alfred Barr.
Curadoria
Fonte: 
https://www.moma.o
rg/calendar/exhibitio
ns/1996?locale=en
Catálogo da exposição:
Dividido em duas partes:
1. Pinturas a óleo.
2. Desenhos, aquarelas 
e retratos.
 Apresentação cronológica,
referências às obras 
nas cartas para Theo 
(seu irmão).
Curadoria
Fonte: 
https://www.moma.org/documents/moma_catalogue_1996_300061887.pdf
Curadoria
Eu estou trabalhando novamente 
naqueles camponeses ao redor da 
mesa jantando batatas...
Eu o pintei em uma grande tela...
Eu acho que há alguma vida nele...
(Carta 399)
Fonte: 
https://www.moma.org/documents/moma_catalogue_1996_300061887.pdf
 Um curador olha a arte e pensa sobre suas relações com o mundo.
 Procura identificar as vertentes e comportamentos do presente para enriquecer 
a compreensão da existência estética.
 Busca passar ao público o sentimento de descoberta provocado pelo encontro 
face a face com uma obra de arte.
 O público recebe um produto pronto, onde tudo está 
em seu lugar, da iluminação ao prego na parede.
 Inúmeras e difíceis decisões foram tomadas, desde a escolha 
das obras à posição e ao conteúdo de uma simples etiqueta.
 A boa exposição é feita com inteligência e inventividade.
Curadoria
Curadores brasileiros:
 Walter Zanini (1925 - 2013) historiador, crítico de arte e curador.
 É considerado o primeiro curador da Bienal Internacional de São Paulo 
(16a e 17a edições (1981 e 1983).
 Nestas duas edições desenvolveu uma nova forma de organizar e exibir a arte moderna 
e contemporânea.
 Aboliu espaços separados por país e inovou ao agrupar as obras por “analogia 
de linguagem” (técnicas e temas).
Curadoria
 16a Bienal Internacional de São Paulo (1981): curador Walter Zanini.
Curadoria
Segmento de Arte Postal na 16ª Bienal
Fonte: 
http://www.bienal.org.br/exposicoes/16bienal
Curadores brasileiros:
 Aracy Abreu Amaral (1930) é uma crítica e curadora de arte, professora-titular de História 
da Arte pela Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo.
 Foi diretora da Pinacoteca do Estado de São Paulo (1975 - 1979) e do Museu de Arte 
Contemporânea da Universidade de São Paulo (1982 - 1986).
 Em 2006 ganhou o prêmio Fundação Bunge (antigo prêmio Moinho Santista) por sua 
contribuição à área de Museologia. Além de ter organizado diversas exposições importantes 
foi coordenadora-geral do Projeto “Rumos” do Itaú Cultural (2005 - 6).
 Realizou também a curadoria da 8ª Bienal do Mercosul e da Trienal do Chile.
Curadoria
Algumas curadorias de Aracy Amaral:
 1972: Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, Brasil – Alfredo Volpi: pintura 1914 - 1972 (1972: Rio 
de Janeiro, RJ) – Museu de Arte Moderna (Rio de Janeiro, RJ).
 1993: Belo Horizonte, Minas Gerais, Brasil – Mário de Andrade: carta aos mineiros (1993: 
BeloHorizonte, MG) – Museu de Arte de Belo Horizonte (MG). Ouro Preto, Minas Gerais, 
Brasil – Mário de Andrade: carta aos mineiros (1993: Ouro Preto, MG) – Museu da 
Inconfidência (Ouro Preto, MG).
 2003: São Paulo, São Paulo, Brasil – Arte e Sociedade (2003: São Paulo, SP) – Itaú Cultural 
(São Paulo, SP).
 2009: São Paulo, São Paulo, Brasil – Ocupação Abraham 
Palatnik (2009: São Paulo, SP) – Itaú Cultural (São Paulo, SP).
 2011: Porto Alegre, Rio Grande do Sul, Brasil – Além-Fronteiras 
(2011: Porto Alegre, RS) – Museu de Arte do Rio Grande do Sul 
Ado Malagoli (Porto Alegre, RS).
Curadoria
 Conheça mais sobre Aracy Amaral.
 Ocupação Aracy Amaral no Itaú Cultural (2017).
Fonte: https://www.itaucultural.org.br/ocupacao/aracy-amaral/
Curadoria
Vista geral da exposição retrospectiva Tarsila –
50 Anos de Pintura, no Museu de Arte Moderna 
do Rio de Janeiro (MAM/RJ), em 1969 | foto: 
Marco Antonio Amaral Resende/ reprodução | 
acervo Aracy Amaral.
 “Uma curadoria não é tarefa fácil de ser concebida. Sobretudo se o número de participantes for 
extenso, o espaço difícil, e grande a relutância em deixar de lado tudo o que poderia ser 
selecionado. Em especial quando se enfoca uma exposição como À Nordeste, atualmente 
no SESC 24 de maio. Região vasta em criatividade, o anseio, 
percebe-se, foi incluir tudo! Mesmo se com dificuldade de 
apreensão pelos visitantes daquilo que está exposto. A ideia que 
passa é que nada deveria poder escapar aos curadores, mesmo 
se não digerível pelo visitante. Que se sente envolvido num 
redemoinho que lhe empurra olhos e ouvidos abaixo todas as 
expressões de criadores nordestinos não distinguindo nenhum em 
particular. Assim, expressões populares, cordel, pintura figurativa, 
pintura concreta, arte conceitual, vídeo, em todos os níveis e 
dimensões envolvem violentamente o visitante. Que se sente física 
e visualmente tragado pela dificuldade do espaço atravancado em 
tentar – em vão – privilegiar um ou outro criador com olhar que se 
perde pela montagem labiríntica que nos é proposta”.
“Uma Curadoria”, por Aracy Amaral
Curadoria
Fonte: Revista Arte!Brasileiros
https://artebrasileiros.com.br/arte/uma-curadoria/
 Iniciativa da Galeria OMA, o 1º Edital OMA de Curadoria 
abrangeu todo o território nacional. A excelente 
oportunidade para jovens curadores premiou “Métricas 
da cidade de Brasília”, de Gisele Lima.
 A brasiliense é graduada em Teoria, Crítica e História da 
Arte pela Universidade de Brasília. Sua proposta é uma 
mostra coletiva com outros artistas brasilienses, Gustavo 
Silvamaral, Guilherme Moreira e João Trevisan.
 Gisele destaca o pensamento em torno da matemática 
do sensível, as cores e formas singulares na arquitetura 
da capital brasileira. Além disso, chama atenção à 
reverberação na noção de pertencimento a um cenário 
marcado pelo modernismo e a convivência política.
Curadoria
1º Edital OMA de Curadoria premia curadora de Brasilia
Fone: Revista Arte!Brasileiros
https://artebrasileiros.com.br/arte/1o-edital-oma-de-curadoria-premia-jovem-curadora-de-brasilia/
1. Hans Ulrich Olbrist. “Uma breve história da curadoria” (2010)
A função do curador parece, para muitos, nebulosa. Quem é esse profissional que determina o que 
será encontrado pela busca de um contato com a arte, seja num museu, numa galeria ou em 
qualquer outro espaço? Em “Uma breve história da curadoria”, as conversas de Hans Ulrich Obrist
com nomes do ofício estabelecem um desenho de como o conceito de curadoria e a existência da 
figura do curador foram se consolidando na contemporaneidade. Em onze entrevistas, Obrist
percorre a trajetória de profissionais que foram pioneiros e moldaram a função do curador. Nelas, é 
possível ver os diferentes caminhos pelos quais críticos de arte, teóricos, arquitetos e profissionais 
de diferentes formações se encaminharam para essa maneira específica de pensar a arte e seu 
lugar na sociedade. O elenco de entrevistados, que inclui de diretores de museus europeus a 
críticos norte-americanos com enfoque político, é formado por Anne 
d'Harnoncourt, Werner Hofmann, Jean Leering, Franz Meyer, Seth 
Siegelaub, Walter Zanini, Johannes Cladders, Lucy Lippard, Walter 
Hopps, Pontus Hultén e Harald Szeemann. Ao reunir perfis diferentes 
de profissionais neste volume, Hans Ulrich Obrist coleta diversas 
maneiras de abordar a mesma questão – o que é e como mostrar um 
conjunto de obras de arte?
Sugestão de leitura
2. Hans Ulrich Olbrist. “Caminhos da curadoria” (2014)
 O curador de arte Hans Ulrich Obrist, a partir de suas próprias experiências e inspirações ― 
desde a montagem de sua primeira exposição em sua pequena cozinha em Zurique, aos 23 
anos, até os encontros e conversas com artistas, curadores e pensadores consagrados ― 
busca, com Caminhos da Curadoria, inspirar todos aqueles engajados na produção de 
cultura. Discutindo desde a criação dos primeiros museus públicos no século XVIII até os 
encontros com os artistas que mais o inspiraram, o livro percorre os momentos emblemáticos 
da história da curadoria. Transitando por séculos, exposições (do próprio Obrist e outras) e 
continentes, o autor afirma que a curadoria está longe de ser uma prática estática e que, 
impulsionada pela curiosidade, ela nos permite, em seu melhor, criar o futuro.
Sugestão de leitura
Sobre o curador, indique a alternativa incorreta.
a) O curador é um diretor de museu.
b) O curador olha a arte e pensa sobre suas relações com o mundo.
c) O curador procura identificar as vertentes e comportamentos do presente para enriquecer 
a compreensão da existência estética.
d) O curador busca passar ao público o sentimento de descoberta, provocado pelo encontro 
face a face com uma obra de arte.
e) Inúmeras e difíceis decisões são tomadas, desde a escolha das obras à posição 
e ao conteúdo de uma simples etiqueta.
Interatividade
Sobre o curador, indique a alternativa incorreta.
a) O curador é um diretor de museu.
b) O curador olha a arte e pensa sobre suas relações com o mundo.
c) O curador procura identificar as vertentes e comportamentos do presente para enriquecer 
a compreensão da existência estética.
d) O curador busca passar ao público o sentimento de descoberta, provocado pelo encontro 
face a face com uma obra de arte.
e) Inúmeras e difíceis decisões são tomadas, desde a escolha das obras à posição 
e ao conteúdo de uma simples etiqueta.
Resposta
 Historicamente, o que hoje conhecemos como museu era antes um lugar para a reunião (por 
vezes caóticas) de peças e objetos. Os chamados gabinetes de curiosidades, que reuniam 
uma multiplicidade de objetos e espécies raras (animal, vegetal e mineral) trazidas das 
grandes explorações ocorridas no século XVI e XVII. Séculos mais tarde, tais coleções 
começaram a ganhar força e antigos palácios transformaram suas circulações em extensas 
e contínuas galerias. Posteriormente, no século XIX, o surgimento de pavilhões dedicados 
essencialmente à exposição de artefatos trouxe proximidade à ideia mais próxima 
do que hoje são os museus.
Como são projetadas as exposições?
Quem define o que será exposto? Como será exposto?
Por quanto tempo?
Exposições
Curadoria:
 A curadoria é a primeira etapa de uma exposição.
 O curador/equipe de curadoria tem ampla função em uma exposição – desde formular 
a plataforma expositiva (de longa, curta e média duração) até mesmo definir o objetivo 
e público-alvo desta, sintetizando o caráter adequado à apresentação do conteúdo.
 E a primeira tarefa da equipe de curadoria é a seleção do conteúdo
a ser apresentado ao público.
 Segundo o ICOM, “há, no Brasil, diferentes concepções de 
curadoria e, consequentemente, de curador. Uma delas entende 
curadoria como pesquisa de coleção e curador como 
o pesquisador de coleção e, em consequência, aquele que 
define o conteúdo da exposição. Outra, mais recente, considera 
curadoria como o processo que integra todas asações em torno 
da coleção ou do objeto museológico: aquisição, pesquisa, 
conservação, documentação, comunicação (exposição 
e educação).”
Exposições
Tipologia:
 É também papel da equipe de curadores a definição da tipologia expositiva. Isto é, quanto 
tempo durará a temporada.
 Essencialmente, existem três tipologias expográficas: permanente, temporária e itinerante.
 Exemplo: a obra mais popular do mundo, a “Mona Lisa”, pintada no começo do século 
XVI por Leonardo Da Vinci, exposta no Museu do Louvre, em Paris.
 Se a obra que compõe a coleção permanente da instituição 
fosse apresentada em curtos períodos ou temporadas, 
ocasionaria uma série de problemas, tanto na privação artística, 
quanto na superlotação do museu que anualmente recebe um 
público médio de 8,1 milhões de visitantes, quase que 
integralmente em prol da visualização da obra em questão.
Exposições
 Aglomeração para ver
“Mona Lisa” no Louvre.
Exposições
Fonte: 
https://www.theguardian.com/art
anddesign/2019/oct/21/mona-
lisa-leonard-da-vinci-louvre-
exhibition#img-3
Exposição permanente:
 A exposição permanente é aquela cujo acervo museográfico é apresentado em constância 
durante toda a jornada da vida da instituição.
 É comum ocorrer ao menos uma vez ao ano a substituição de algumas das peças expostas 
por outras do acervo (também permanente). Isso ocorre por dois aspectos fundamentais, 
tanto pela quantidade de obras existentes na coleção de um museu – às vezes com milhares 
de peças; ou pela restauração da obra após longo período exposta ao público.
Exposições
 A exposição permanente reúne obras de duas coleções específicas do maior acervo de arte 
de uma companhia privada da América Latina: Brasiliana Itaú e Itaú Numismática.
Exposições
Fonte: https://www.itaucultural.org.br/espaco-olavo-setubal
Exposição temporária:
A exposição temporária é de média duração, em geral, por dois motivos principais:
1. pelo empréstimo temporário de obras pertencentes à coleção de outros museus/galerias 
(nacionais ou internacionais);
2. pelo ineditismo de uma obra com fragilidades físicas devido à ação do tempo.
 Portanto, todo projeto de exposição deve considerar a rápida montagem e desmontagem, 
uma vez que a instituição terá inacessível parte de suas salas ou espaços.
Exposições
Exposição Alphonse Mucha: O Legado 
da Art Nouveau:
 Obras e objetos provenientes da Fundação 
Mucha, em Praga, e de outras coleções 
internacionais compõem a primeira 
exposição do artista tcheco no Brasil.
 (De 18 de setembro a 15 de dezembro 
de 2019).
Exposições
Fonte:
http://centroculturalfiesp
.com.br/evento/exposic
ao-alfonse-mucha-o-
legado-da-art-nouveau
Exposições itinerantes:
 As exposições itinerantes são de curta duração. 
 Exposição “Galeria Circular”, do artista 
paulistano Eduardo Kobra, (setembro 
de 2019).
Exposições
Fonte: 
https://www.prefeit
ura.sp.gov.br/cida
de/secretarias/sub
prefeituras/cidade
_tiradentes/noticia
s/?p=98241
Layout:
 Um bom layout é fundamental para a apresentação das obras ao público, caso contrário, 
pode levar ao desinteresse e não clareza dos objetivos da exposição.
 A tríade espaço-obra-público é ponto-chave para uma exposição de sucesso.
 A princípio há três principais disposições de layout usualmente empregadas nos 
museus: enfilade, galeria e contínuo.
Exposições
 Enfilade (enfileirado): há uma sequência de salas sucedidas pelas extremidades e circulação 
principal num eixo marcado.
 Esta disposição apresenta relação com os palácios do século XVI.
 Como fragilidade deste layout destacam-se a estrutura de circulação sempre muito marcada, 
dispondo certas interrupções espaciais e, sobretudo, psicológicas, ao conteúdo apresentado, 
quebrando a ideia de continuidade. Exemplo: Museu do Louvre.
Exposições
ENFILADE
 Galeria: o espaço é compartimentado de modo a criar uma sucessão de pequenas salas 
individuais. Exemplo: Tate Britain.
 Por fim, o layout contínuo é uma tipologia contemporânea de apresentação do 
conteúdo frequentemente empregado nas Bienais, onde se dispõe uma série de elementos –
de painéis a paredes – buscando a fluidez na interação entre expectador e obra, 
sem hierarquizar o conteúdo. Exemplo: 26a Bienal Internacional do Livro de São Paulo.
Exposições
INTER-MEZZO
STREET GRID
 “Cavaletes de cristal”
 Lina Bo Bardi
 MASP
Exposições
Fonte: https://www.archdaily.com.br/br/892838/masp-coloca-a-venda-edicao-limitada-de-
cem-cavaletes-de-cristal-de-lina-bo-bardi/5ad75af9f197ccb98e00005a-masp-coloca-a-
venda-edicao-limitada-de-cem-cavaletes-de-cristal-de-lina-bo-bardi-foto
Superfícies:
 Pensar em como as obras serão dispostas pelo espaço é sempre trabalho árduo. Isso 
porque há uma gama de possibilidades a partir da combinação dos elementos expográficos 
e do modo como o público realizará a leitura do conjunto.
 O primeiro ponto a ser considerado no desenvolvimento do projeto de uma exposição 
é o exame das propriedades físicas do espaço e das obras. Dimensões; materialidade 
das superfícies; fragilidades.
 Em linhas gerais há quatro superfícies principais: paredes, bancadas, pódios e cavaletes.
 Para cada um dos elementos é importante destacar 
que é imprescindível avaliar como as peças se comportarão 
nestes e se o artista detém alguma consideração.
Exposições
 Museu do Pão, Brasil
Arquitetura. 
 Image © Nelson Kon.
 Distribuição das peças
Exposições
Fonte: 
https://www.archdaily.com.br/br/894949/gu
ia-de-expografia-o-que-levar-em-conta-ao-
montar-uma-exposicao
 Museu da Mineração 
Allmannajuvet / 
Peter Zumthor. 
 Image © Aldo Amoretti.
 Segurança
Exposições
Fonte: 
https://www.archdaily.com.br/br/89494
9/guia-de-expografia-o-que-levar-em-
conta-ao-montar-uma-exposicao
 Exposição “Museu Infinito”/ 
Miguel Vieira Baptista. 
 Image © Fernando Guerra FG+SG.
 Condução do visitante
Exposições
Fonte: 
https://www.archdaily.com.br/br
/894949/guia-de-expografia-o-
que-levar-em-conta-ao-
montar-uma-exposicao
 32a Bienal de Arte 
de São Paulo.
 Image © Ricardo Amado.
 Apresentação do conteúdo
Exposições
Fonte: 
https://www.archdaily.com.br/br/894949
/guia-de-expografia-o-que-levar-em-
conta-ao-montar-uma-exposicao
Iluminação:
 É a responsável por fundamentar certos pontos de interesse numa superfície.
 Além do sistema de iluminação do espaço destinando à exposição sempre haverá a 
necessidade de sistemas de iluminação complementares. Mesmo que o espaço contenha 
trilhos eletrificados para correto posicionamento da luz na obra, certos espaços não obtém 
o mesmo e demandam o desenvolvimento de sistemas alternativos: bancadas iluminadas; 
luminárias desenhadas especialmente para fixação nas paredes, de modo que ilumine 
determinada tela; balizadores, etc.
Exposições
 Sempre adote lâmpadas coerentes à aplicação nos espaços expositivos, pois certas 
lâmpadas tendem a deteriorar as obras pela ação do tempo expostas a elas.
 Luz difusa, pontual, ou de efeito são alguns dos exemplos a projeção da luz sobre as peças. 
Pense-as em cada caso.
 Ainda é importante considerar se o espaço sofrerá a interferência da iluminação natural ou 
não. Sombras ou mesmo a temperatura solar podem ocasionar danos a determinadas obras.
Exposições
 Exposição: “BOTY 2017”. 
 Image © Ilya Ivanov.
Exposições
Fonte: 
https://www.archdaily.com.br/br/894949/gui
a-de-expografia-o-que-levar-em-conta-ao-
montar-uma-exposicao
 Museu da Mineração
 Image © Aldo Amoretti.
Exposições
Fonte: 
https://www.archdaily.com.br/br/894949
/guia-de-expografia-o-que-levar-em-
conta-ao-montar-uma-exposicao
1. Dra. Vera Pugliese. “A expografia de Lina Bo Bardi como mesa de montagem: 
transparências, opacidades e genealogias” (2017).
 Publicado na Revista MODOS (Unicamp)
 Disponível em: https://www.publionline.iar.unicamp.br/index.php/mod/article/view/747/821
 O artigo investiga a relação entre a fisiologiae a eficácia da 
epigrafia da pinacoteca do Museu de Arte de São Paulo –
MASP (1968), confrontando a montagem da exposição com 
outros discursos com os quais o projeto expográfico dialoga. 
Sua hipótese é que a concepção do projeto de Lina Bo Bardi 
constitua um ponto de inflexão de diferentes noções de 
genealogia e historicidade, entre os pensamentos 
historiográfico-artístico e expográfico. Para tal, o texto discute 
a possibilidade de compreender este projeto como mesa 
de montagem, segundo a acepção de Georges Didi-Huberman
e quais seriam os possíveis desdobramentos e implicações 
desta associação.
Sugestão de leitura
2. Isabel Abreu. “Expografia brasileira contemporânea: Rio São Francisco navegado por Ronaldo 
Fraga” (2014).
 Dissertação de Mestrado da FAUUSP
 Disponível em: https://teses.usp.br/teses/disponiveis/16/16136/tde-27062014-
151154/publico/BEBEL_ABREU_MESTRADO.pdf
 Exposições culturais são produtos de consumo de massa na programação de entretenimento das 
cidades. No Brasil das últimas duas décadas, essas exposições têm atraído crescentes recursos 
financeiros, públicos e privados. Na análise dos processos de concepção, projeto e realização de 
exposições narrativas é necessário considerar os papéis de seus principais autores: o curador (ou 
organizador) e o cenógrafo (ou arquiteto ou designer) – no contexto do deslocamento do foco das 
exposições do acervo para o público, da ampliação e diversificação de temas de interesse para as 
mostras e de sua transformação em atividade transdisciplinar. Esta 
dissertação pretende contribuir para os estudos das exposições culturais 
brasileiras, enquanto instrumento de informação, educação e 
entretenimento. Traz um histórico da atividade no mundo e no Brasil, e 
apresenta um panorama do cenário nacional contemporâneo. Aborda os 
elementos constitutivos da linguagem narrativa inerente às exposições e 
faz a análise da mostra Rio São Francisco navegado por Ronaldo Fraga, 
reconhecendo-a como exemplo significativo desta manifestação cultural.
Sugestão de leitura
A exposição temporária é de média duração, em geral, por dois motivos principais. O primeiro 
é o empréstimo temporário de obras pertencentes à coleção de outros museus/galerias 
(nacionais ou internacionais). Indique a alternativa que apresente o segundo motivo 
das exposições temporárias:
a) Por necessidade de restauração de algumas obras.
b) Pelo calendário de exposições da instituição.
c) Por fragilidades físicas de algumas obras devido à ação do tempo.
d) Pela manutenção do espaço expositivo.
e) Por disponibilidade de tempo da equipe da instituição 
na montagem/desmontagem da exposição.
Interatividade
A exposição temporária é de média duração, em geral, por dois motivos principais. O primeiro 
é o empréstimo temporário de obras pertencentes à coleção de outros museus/galerias 
(nacionais ou internacionais). Indique a alternativa que apresente o segundo motivo 
das exposições temporárias:
a) Por necessidade de restauração de algumas obras.
b) Pelo calendário de exposições da instituição.
c) Por fragilidades físicas de algumas obras devido à ação do tempo.
d) Pela manutenção do espaço expositivo.
e) Por disponibilidade de tempo da equipe da instituição 
na montagem/desmontagem da exposição.
Resposta
 ABREU, Bebel. Expografia brasileira contemporânea: Rio São Francisco navegado por 
Ronaldo Fraga. 2014. Dissertação (Mestrado em Projeto, Espaço e Cultura) – Faculdade de 
Arquitetura e Urbanismo, Universidade de São Paulo, São Paulo, 2014. 
doi:10.11606/D.16.2014.tde-27062014-151154. Acesso em: 2019-12-05. Disponível em: 
https://teses.usp.br/teses/disponiveis/16/16136/tde-27062014-
151154/publico/BEBEL_ABREU_MESTRADO.pdf
 ARAUJO, Fernanda Maria Oliveira. Digitalização de obras de arte: da reprodução à 
visualização. 2015. 135 f. Dissertação (Mestrado em Educação, Arte e História) -
Universidade Presbiteriana Mackenzie, São Paulo, 2015. Disponível em 
http://tede.mackenzie.br/jspui/handle/tede/1939 Acesso em 05 dez. 2019.
 IBRAM, Guia dos Museus Brasileiros. Brasília (DF): Instituto 
Brasileiro de Museus, 2011. Disponível em: 
http://www.museus.gov.br/guia-dos-museus-brasileiros/
Referências bibliográficas
 PUGLIESE, V. A expografia de Lina Bo Bardi como mesa de montagem: transparências, 
opacidades e genealogias. MODOS. Revista de História da Arte. Campinas, v. 1, n.2, p. 145-
168, mai. 2017. Disponível em: ˂http://www.publionline.iar.unicamp.br/index. 
php/mod/article/view/747˃; DOI: https://doi.org/10.24978/mod.v1i2.747
 OLBRIST, H. U. Caminhos da curadoria. São Paulo: Cobogó, 2014.
 OLBRIST, H. U. Uma breve história da curadoria. Trad. Ana Resende. São Paulo: 
BEI Comunicação, 2010.
Referências bibliográficas
ATÉ A PRÓXIMA!

Continue navegando

Outros materiais