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A-HISTÓRIA-E-OS-MARCOS-DA-MICROBIOLOGIA

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2 
 
SUMÁRIO 
1 INTRODUÇÃO ................................................................................... 5 
2 A MICROBIOLOGIA .......................................................................... 6 
3 ASPECTOS HISTÓRICOS DA MICROBIOLOGIA ............................ 7 
3.1 História da evolução da Microbiologia ......................................... 7 
3.1 Quem foi Robert Hooke? ............................................................. 7 
3.2 Quem descobriu os microrganismos? ......................................... 8 
3.3 Quem foi Louis Pasteur? ........................................................... 11 
3.4 Félix Archimède Pouchet ........................................................... 12 
3.5 A Microbiologia como ciência .................................................... 14 
4 OS MICROSCÓPIOS....................................................................... 15 
4.1 Quanto aumenta um microscópio óptico? ................................. 16 
4.2 O limite de resolução ................................................................. 16 
4.3 Os diferentes microscópios ópticos ........................................... 16 
4.4 Princípios de funcionamento dos microscópios eletrônicos ...... 19 
4.5 O microscópio eletrônico de transmissão .................................. 20 
4.6 O microscópio eletrônico de varredura ...................................... 23 
5 CLASSIFICAÇÃO DOS MICROORGANISMOS .............................. 25 
5.1 Os seres vivos ........................................................................... 25 
5.2 A célula ...................................................................................... 26 
5.3 Citoplasma ................................................................................ 27 
5.4 Organelas citoplasmáticas ........................................................ 28 
5.1 Classificação dos 5 reinos ......................................................... 30 
5.2 Principais características dos grupos de microrganismos ......... 31 
6 BACTÉRIAS ..................................................................................... 32 
6.1 Morfologia .................................................................................. 32 
 
3 
 
6.2 Estruturas externas da célula bacteriana .................................. 33 
6.3 Estruturas internas da célula bacteriana ................................... 36 
6.4 Reprodução, nutrição e crescimento das bactérias ................... 37 
6.5 Divisão das bactérias ................................................................ 40 
7 FUNGOS .......................................................................................... 41 
7.1 Características dos fungos em relação às bactérias ................. 42 
7.2 Tipos de alimentação dos Fungos ............................................. 43 
7.3 Leveduras .................................................................................. 44 
7.4 Reprodução, nutrição e crescimento. ........................................ 47 
8 VÍRUS .............................................................................................. 50 
8.1 Características dos vírus ........................................................... 51 
8.2 Estrutura viral ............................................................................ 51 
8.3 Classificação morfológica .......................................................... 52 
8.4 Multiplicação de bacteriófagos .................................................. 52 
9 METABOLISMO E CINÉTICA DOS MICRORGANISMOS .............. 53 
9.1 Cinética dos processos fermentativos ....................................... 56 
9.2 Crescimento microbiano-tempo de geração .............................. 56 
9.3 Métodos para quantificação do crescimento ............................. 56 
9.4 Fatores que regulam o crescimento dos microrganismos ......... 57 
10 PROVAS BIOQUÍMICAS E CULTURA DE MICRORGANISMOS 57 
11 MEIOS DE CULTIVO .................................................................... 60 
11.1 Classificação dos meios de cultivo ......................................... 60 
12 TÉCNICAS DE SEMEADURA ...................................................... 61 
13 RELAÇÃO ENTRE AGENTE X HOSPEDEIRO............................ 62 
13.1 Multiplicação nos tecidos do hospedeiro ................................ 62 
14 NORMAS EM LABORATÓRIO DE MICROBIOLOGIA ................. 64 
 
4 
 
14.1 Processo de esterilização, desinfecção e preparo do 
material...........................................................................................................64 
15 ETAPAS DE PREPARAÇÃO DO MATERIAL............................... 65 
15.1 Lavagem ................................................................................ 65 
15.2 Acondicionamento .................................................................. 66 
15.3 Esterilização ........................................................................... 66 
15.4 Contagem total de microrganismos em placas ...................... 67 
16 MICROBIOTA CORPORAL NORMAL .......................................... 67 
16.1 Benefícios da microbiota humana .......................................... 69 
16.2 Variação da microbiota ao longo da vida ............................... 69 
16.3 Fatores que afetam a composição da microbiota humana ..... 71 
17 CONSIDERAÇÕES ...................................................................... 72 
18 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ............................................. 74 
19 BIBLIOGRAFIAS SUGERIDAS .................................................... 77 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
5 
 
1 INTRODUÇÃO 
Prezado aluno! 
O Grupo Educacional FAVENI, esclarece que o material virtual é 
semelhante ao da sala de aula presencial. Em uma sala de aula, é raro – 
quase improvável - um aluno se levantar, interromper a exposição, dirigir-se ao 
professor e fazer uma pergunta , para que seja esclarecida uma dúvida 
sobre o tema tratado. O comum é que esse aluno faça a pergunta em voz alta 
para todos ouvirem e todos ouvirão a resposta. No espaço virtual, é a mesma 
coisa. Não hesite em perguntar, as perguntas poderão ser direcionadas ao 
protocolo de atendimento que serão respondidas em tempo hábil. 
Os cursos à distância exigem do aluno tempo e organização. No caso da 
nossa disciplina é preciso ter um horário destinado à leitura do texto base e à 
execução das avaliações propostas. A vantagem é que poderá reservar o dia da 
semana e a hora que lhe convier para isso. 
A organização é o quesito indispensável, porque há uma sequência a ser 
seguida e prazos definidos para as atividades. 
 
Bons estudos! 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
6 
 
2 A MICROBIOLOGIA 
 
Fonte: cursodefarmacia.net 
A microbiologia é a ciência que estuda os organismos microscópicos e 
suas atividades. Preocupa-se com a forma, estrutura, reprodução, fisiologia, 
metabolismo e identificação dos microrganismos. Assim a microbiologia envolve 
o estudo de organismos procariotos (bactérias, archaeas) e eucariotos (algas, 
protozoários, fungos). 
Esta ciência teve início com o polimento de lentes, feitas a partir de peças 
de vidro combinadas até produzir aumentos suficientemente grandes que 
possibilitassem a visualização dos microrganismos. Os relatos de Robert Hooke 
e Antony Van Leeuwenhoek possibilitaram as primeiras observações de 
bactérias e outros microrganismos. Embora não tenha sido, provavelmente, o 
primeiro a ver as bactérias e os protozoários, o holandês Antony van 
Leeuwenhoek (1632-1723) foi o primeiro a relatar suas observações, com 
descrições precisas e desenhos. Antony Van Leeuwenhoek é considerado o 
“pai” da microbiologia, porém os relatos de Hooke, descrevendo a estrutura de 
um bolor, foram publicados anteriormente aos de Leeuwenhoek. Assim, esses 
dois pesquisadores são considerados os pioneirosnessa ciência. 
 
 
 
7 
 
3 ASPECTOS HISTÓRICOS DA MICROBIOLOGIA 
3.1 História da evolução da Microbiologia 
A Microbiologia é uma ciência que foi impulsionada com a descoberta 
microscópio por Leeuwenhoek (1632-1723). A partir da descoberta do 
microscópio e a constatação da existência dos microrganismos, os cientistas 
começaram a indagar sua origem, surgindo então, as teorias da abiogênese ou 
geração espontânea e a biogênese. Após os experimentos de Spallanzani que 
provaram que infusões quando aquecidas, esterilizadas e fechadas 
hermeticamente para evitar recontaminacao impediam o aparecimento de 
microrganismos, a abiogênese foi descartada. 
Acredita-se que os microrganismos apareceram na terra há bilhões de 
anos a partir de um material complexo de águas oceânicas ou de nuvens que 
circulavam a terra. 
Os microrganismos são antigos, porém a microbiologia é uma ciência 
jovem, uma vez que os microrganismos foram evidenciados há 300 anos e só 
foram estudados e compreendidos 200 anos depois. 
3.1 Quem foi Robert Hooke? 
No século XVII, foram construídos os primeiros microscópios. Com um 
deles, Robert Hooke observou lâminas de cortiça, chamando de células os 
pequenos espaços regulares da sua estrutura. Mais tarde, tanto Hooke quanto 
outros pesquisadores da época observaram que as células vivas não eram ocas 
como a cortiça, mas o nome original permanece até hoje. Não seria injusto ou 
incorreto dizer que o estudo da Biologia Celular começou nessa época. 
O inglês Robert Hooke foi, em pleno século XVII, o que hoje chamamos 
de “homem dos sete instrumentos”, atuando com contribuições 
relevantes nos campos da Física, Astronomia, Química, Biologia, 
Geologia, Arquitetura e Tecnologia Naval. Foi colaborador de cientistas 
como Isaac Newton, seu grande rival da época, e Robert Boyle, a quem 
auxiliou na determinação das leis dos gases. Correspondeu-se com 
Antony van Leeuwenhoek confirmando suas observações ao 
microscópio. (ATTIAS, 2010, apud MARTINS, 2011, p. 2). 
 
8 
 
Entre outras criações, inventou e melhorou instrumentos como o 
barômetro e o anemômetro e um mecanismo que tornou os relógios mais 
precisos. A Lei de Hooke, equação que descreve a elasticidade, é empregada 
até hoje. 
Suas contribuições nos campos da Biologia e Paleontologia não foram 
menos importantes. A reputação de Hooke na história da Biologia se deve em 
grande parte a sua obra Micrographia, publicada em 1665. Hooke desenvolveu 
o microscópio composto e o sistema de iluminação, utilizando-o para descrever 
detalhadamente uma grande variedade de organismos como insetos, esponjas, 
penas e aquela que parece ser sua maior contribuição, finas lâminas de cortiça. 
Em desenhos detalhados, Hooke descreveu a estrutura como pequenos 
poros, semelhantes a favos de mel, dando-lhes o nome de células. Embora estas 
estruturas observadas correspondessem apenas às paredes celulares de células 
vegetais já mortas, o nome prevaleceu e dele derivaram os termos Citologia e, 
mais modernamente, a Biologia Celular. Sua obra permanece até hoje, embora 
não exista nenhum registro de sua própria aparência. 
3.2 Quem descobriu os microrganismos? 
 
 Fonte: thefamouspeople.com 
 
 
9 
 
Antony Van Leeuwenhoek (1632-1723) era um homem comum que 
possuía um armazém, era zelador da prefeitura e servia como provador oficial 
de vinhos para a cidade de Delft na Holanda. Tinha como hobby polir lentes de 
vidro, as montava entre finas placas de bronze ou prata para inspecionar fibras 
e tecelagem de roupas, flores, folhas e pingos d’água. Na época, era comum o 
interesse pelo mundo natural, mas Leeuwenhoek tinha o cuidado de descrever, 
detalhadamente, tudo o que fazia e o que observava com suas lentes. 
Usando seu precário microscópio, observava águas de rios, infusões de 
pimenta, saliva, fezes e outros materiais; até que verificou nestes, a presença de 
um grande número de pequeníssimos objetos móveis e de formas diferentes, 
que não poderiam ser vistos sem a ajuda das lentes, e os chamou de animaculos 
por acreditar que seriam pequenos animais vivos. 
A invenção do microscópio, atribuída a Galileu, foi na verdade fruto do 
aperfeiçoamento realizado pelo naturalista holandês Antony van 
Leeuwenhoek, que o utilizou na observação de seres vivos. Dotado de 
apenas uma lente de vidro, o microscópio primitivo inventado pelo 
pesquisador permitia aumento de percepção visual de até 300 vezes e 
com razoável nitidez. E tudo aquilo que se encontrava invisível aos 
olhos tornou-se visível o suficiente para que fosse pesquisado. Este 
primitivo microscópio foi construído em 1674 e com ele conseguiu-se 
observar bactérias de 1 a 2 micra (medida equivalente a um milésimo 
de milímetro). (LEAL, 2000 apud VIEIRA, 2008, p. 12). 
Leeuwenhoek fez observações magníficas sobre a estrutura microscópica 
das sementes e embriões de vegetais, animais invertebrados, espermatozoides, 
sangue e células sanguíneas, dentre outras. Todos os tipos principais de 
microrganismos que hoje conhecemos (protozoários, algas, fungos e bactérias) 
foram primeiramente descritos por Leeuwenhoek. 
Embora tenha feito descobertas fundamentais em Biologia, como as 
bactérias e os protozoários (parasitas e de vida livre), Leeuwenhoek não era um 
cientista convencional para seu tempo. Ser filho de comerciantes, sem fortuna, 
sem educação universitária e sem dominar outros idiomas senão o holandês já 
seria o bastante para excluí-lo do ambiente acadêmico da época. 
Ainda assim, com habilidade extraordinária para polir lentes, uma grande 
curiosidade e uma mente aberta e livre dos dogmas científicos de sua época, 
Leeuwenhoek foi o primeiro a descrever as hemácias, os espermatozoides e 
outros microrganismos. 
 
10 
 
Acredita-se que, inspirado pelo livro de Hooke, Micrographia, 
Leeuwenhoek começou a polir lentes e a fabricar seus microscópios, tendo 
montado mais de 500 deles. Seus microscópios, embora dotados de uma única 
lente, eram capazes de aumentar até em 200 vezes os objetos. Por outro lado, 
a iluminação era deficiente e sua manipulação bastante desconfortável para o 
observador. 
Em 1673, Leeuwenhoek começou a enviar cartas com suas observações 
à recém-criada Royal Society of London. Em 1680 foi eleito Membro Titular da 
mesma, juntando-se a Robert Hooke, Isaac Newton, Henry Boyle e outros 
cientistas de renome marcantes até nossos dias. 
 
Biogênese e Abiogênese 
Após a revelação ao mundo da presença dos microrganismos, os 
cientistas começaram a indagar a origem desses seres e se dividiram em duas 
correntes de pensamento: 
Biogênese: Alguns cientistas acreditavam inclusive Leeuwenhoek, que 
as sementes destas criaturas microscópicas estavam sempre presentes no ar, 
de onde ganhavam acesso aos materiais e ali cresciam desde que as condições 
fossem adequadas ao seu desenvolvimento. 
Abiogênese: Outros cientistas acreditavam que os microrganismos se 
formavam espontaneamente a partir da matéria orgânica em decomposição ou 
putrefação. A abiogênese também ficou conhecida como geração espontânea. 
A ideia da geração espontânea teve origem na Grécia Antiga, que acreditava 
que rãs e minhocas surgiam, espontaneamente, de um pequeno lago ou lama. 
Outros acreditavam que larvas de insetos e moscas eram produzidas a 
partir de carne em decomposição. Pouco a pouco, essas ideias foram perdendo 
força, por demonstrações científicas como a do médico italiano Francesco Redi 
(1626-1697), que demonstrou que as larvas encontradas na carne em putrefação 
eram larvas de ovos de insetos e não um produto da geração espontânea. 
Essa era uma questão muito importante, no século XIX. Recordemos 
que foi ao longo do século XIX que surgiram as primeiras teorias sobre 
evolução dos seres vivos - a proposta de Lamarck foi apresentada no 
início do século, e a primeira versão da teoria de Charles Darwin foi 
publicada em 1858. Jean-Baptiste Lamarck defendeu que todos os 
fenômenosbiológicos são puramente naturais e que a vida deve ter 
surgido a partir de forças físicas e químicas, sem processos 
 
11 
 
sobrenaturais. Darwin preferiu não tocar nesse assunto, ou seja, nem 
afirmou que os primeiros seres vivos surgiram naturalmente, nem que 
foram criados diretamente por Deus. (ALLCHIN, 2007 apud MARTINS, 
2009, p. 67). 
Convencer os que apoiavam a abiogênese de que um ser não poderia 
surgir apenas da matéria orgânica, tornou-se bem mais difícil, principalmente, a 
partir do experimento de Heedham em 1749, que demonstrou que, de muitos 
tipos diferentes de infusões, invariavelmente, emergiam criaturas microscópicas, 
independentemente do tratamento que recebiam, protegidas ou não, fervidas ou 
não. Hoje, sabe-se que os experimentos de Heedham foram falhos, pois este 
não tomava precauções higiênicas para proteger seus experimentos do ar 
circundante, permitindo dessa forma a contaminação de suas infusões. 
Cinquenta anos após os experimentos de Heedham, Spallanzani 
evidenciou em centenas de experiências, que o aquecimento das infusões até 
esterilização, podia impedir a contaminação por microrganismos. 
Posteriormente, Spallazani concluiu que poderia haver recontaminacao 
das infusões por condução dos microrganismos pelo ar, desde que o frasco que 
a continha não estivesse hermeticamente fechada ou apresentasse rachaduras, 
propiciando na infusão, o aparecimento de colônias de microrganismos. 
3.3 Quem foi Louis Pasteur? 
Louis Pasteur (1822-1895) foi um químico francês respeitado na época 
por seus inúmeros trabalhos científicos, o qual dedicou seus consideráveis 
talentos ao estudo dos microrganismos. Interessou-se pela indústria de vinhos 
franceses e pela função dos microrganismos na produção de álcool. 
Este interesse incentivou-o a continuar o debate sobre a origem dos 
microrganismos, uma vez que ainda persistiam alguns defensores da geração 
espontâneas ou abiogênese, a exemplo do naturalista francês Felix Archimede 
Pouchet (1800-1872). Pasteur fez uma série de experimentos definitivos. Um dos 
principais processos foi o uso de frascos de colo longo e curvado, semelhante 
ao pescoço de cisnes, que foram preenchidos com caldo nutritivo e aquecidos. 
O ar podia passar livremente através dos frascos abertos, mas nenhum 
microrganismo surgiu na solução. 
 
12 
 
A poeira e os microrganismos depositavam-se na área sinuosa em forma 
de V do tubo e, portanto, não atingiam o caldo. Seus resultados foram 
comunicados com entusiasmo na Universidade de Sorbonna, em Paris, em 7 de 
abril de 1864. 
Pasteur deu um grande impulso na tecnologia de alimentos. O processo 
de preservação dos alimentos pela pasteurização foi criado por esse ilustre 
cientista, e o nome do processo de pasteurização foi dado em sua homenagem. 
 
 
Fonte: livescience.com 
3.4 Félix Archimède Pouchet 
Em 1856 o médico e naturalista francês Félix Archimède Pouchet (1800-
1876), diretor do Museu de História Natural de Rouen, iniciou a publicação de 
uma série de pesquisas favoráveis à geração espontânea de organismos 
microscópicos. Realizou vários experimentos nos quais procurava 
primeiramente destruir todos os organismos existentes no material estudado, e 
depois de algum tempo notava o aparecimento de novos microrganismos. 
Como exemplo, ele fervia água, a fechava hermeticamente em um 
recipiente, deixando esfriar; então introduzia oxigênio puro (produzido 
quimicamente) e feno que havia sido aquecido em um forno a uma temperatura 
de 100º durante meia hora. Depois de uma semana, observando o líquido ao 
microscópio, Pouchet constatou a presença de uma grande quantidade de 
 
13 
 
seres vivos microscópicos e concluiu que estes haviam sido gerados 
espontaneamente. 
Os experimentos de Pouchet produziram forte repercussão na Academia 
de Ciências de Paris. Pareciam ter sido bem realizados, e o naturalista, que 
tinha então 56 anos de idade, era uma pessoa bem conhecida e respeitada na 
época; mas a crença na geração espontânea, nesse momento, estava já 
enfraquecida. Alguns pesquisadores franceses importantes, como Henri Milne 
Edwards, Armand de Quatrefages e Claude Bernard, criticaram os 
experimentos, alegando que os microrganismos observados poderiam ter vindo 
do ar, ou então no próprio feno, apesar de seu aquecimento no forno. 
No entanto, esses autores não procuraram repetir os experimentos. 
Pouchet refez suas observações, tomando novas precauções, e os 
microrganismos continuavam a aparecer. Um fisiólogo italiano, Paolo 
Mantegazza, confirmou pouco depois as observações de Pouchet. 
Depois de três anos de pesquisas, Pouchet publicou um livro sobre o 
assunto, denominado Hétérogénie ou traité de la génération 
spontanée. Essa obra tem um longo histórico da questão, seguido por 
uma discussão filosófica sobre o tema. Depois discute a questão da 
origem da vida na Terra, defendendo que os primeiros organismos se 
formaram espontaneamente, mas esclarecendo que isso não era uma 
concepção antirreligiosa. Por fim, o livro apresenta um grande número 
de experimentos nos quais parecia estar ocorrendo geração 
espontânea de microrganismos. (FARLEY 2007, apud MARTINS 2009, 
p. 70). 
Pouchet concluiu que sempre nasceriam “pequenos animais” 
microscópicos (animaculos) quando houvesse água, ar e alguma substância 
orgânica em decomposição, mesmo quando fossem tomados cuidados 
aquecendo fortemente essas substâncias e evitando a entrada de 
microrganismos do exterior. As pessoas que criticavam a geração espontânea 
afirmavam que, nesses experimentos, deveriam ter permanecido alguns 
microrganismos no material aquecido, ou então eles teriam entrado pelo ar, 
reproduzindo-se na infusão e produzindo todos os seres microscópicos 
observados. Afirmava-se, por exemplo, que a poeira do ar estaria cheia de 
germes capazes de produzir os microrganismos observados. 
Pouchet analisou também a poeira coletada de diversas formas, e não 
encontrou microrganismos ou esporos que justificassem a grande quantidade de 
microrganismos que apareciam nas infusões. Em 1860, dois químicos de 
 
14 
 
Toulouse, Nicolas Joly e Charles Musset, também fizeram análises 
microscópicas do ar e da poeira, sem achar os microrganismos ou esporos que 
se esperava encontrar. 
Assim, as pesquisas de Pouchet, confirmadas por outros investigadores, 
pareciam trazer fortes evidências a favor da geração espontânea dos pequenos 
seres presentes nessas infusões. 
 
Fonte: alchetron.com 
3.5 A Microbiologia como ciência 
Muitos curiosos e cientistas contribuíram para o estudo da Microbiologia 
como ciência. Seu início se deu na segunda metade do século XIX, quando os 
cientistas provaram que os microrganismos se originaram de pais iguais a eles 
próprios e não de causas sobrenaturais ou de plantas e animais em putrefação, 
como na teoria de geração espontânea. 
A Microbiologia preocupa-se com o estudo dos microrganismos e de suas 
atividades, estuda a forma, a estrutura, a reprodução, a fisiologia, o metabolismo 
e a identificação dos seres microscópicos. Estuda também sua distribuição 
natural, relações recíprocas e com outros seres vivos, efeitos benéficos e 
prejudiciais sobre os homens e as alterações físicas e químicas que provocam 
em seu meio ambiente. 
Em sua maior parte, a Microbiologia trata com organismos microscópicos 
unicelulares. Nos indivíduos unicelulares todos os processos vitais são 
 
15 
 
realizados numa única célula. Independentemente da complexidade de um 
organismo, a célula é, na verdade, a unidade básica da vida. 
No processo de reprodução, os organismos vivos mantem uma identidade 
de espécie, possuindo potencialidades de alterações, buscando encontrar um 
modo especial de sobreviver. 
A tarefa dos microrganismos na natureza é algo sensacional, 
especialmente, quando se lembra de seu papel como regulador do equilíbrio 
entre seres vivos e mortos. 
4 OS MICROSCÓPIOS 
 
Fonte: mundoeducacao.bol.uol.com.brEm todos os microscópios ópticos, atuais e antigos, teremos uma fonte de 
luz que é concentrada por um sistema de lentes condensadoras em uma amostra 
montada sobre uma lâmina. O feixe luminoso atravessa a amostra e é captado 
por uma lente objetiva que produz uma primeira imagem ampliada do objeto, que 
será em seguida captada pela lente ocular que projetará a imagem final na retina 
do observador. 
 
16 
 
4.1 Quanto aumenta um microscópio óptico? 
 O aumento final é o resultado da multiplicação do aumento dado pela 
lente objetiva pelo aumento da lente ocular. Como existem várias lentes objetivas 
num mesmo microscópio, uma grande variedade de aumentos pode ser 
facilmente atingida, bastando girar o revólver. 
Assim, se utilizamos uma objetiva de 20x e uma ocular de 10x, o aumento 
final será de 200x (10x20=200). Hoje em dia não é mais necessário desenhar as 
imagens observadas (como Hooke e seus contemporâneos faziam). A imagem 
final pode ser capturada por uma câmara fotográfica, de vídeo ou ainda por um 
sistema de computação. 
Uma ampliação suplementar pode ser obtida ampliando uma fotografia da 
imagem observada. Entretanto, de nada adiantaria ampliar a imagem além de 
determinado ponto, pois nenhuma informação suplementar será obtida. Este é o 
princípio do limite de resolução. 
4.2 O limite de resolução 
Se dependesse apenas dos olhos, não se conseguiria enxergar nada que 
medisse menos de 0,2mm. Este é o limite de resolução de nossos olhos. Graças 
aos microscópios ópticos, pôde-se distinguir objetos que medem até 1 milésimo 
desse valor, isto é, o limite de resolução dos microscópios ópticos é de 0,2µm. 
Naturalmente, isso depende da qualidade das lentes, mas também 
principalmente, do comprimento de onda da luz utilizada. 
Aumento e resolução são coisas distintas, e o aumento que não traz 
informações adicionais sobre a amostra é chamado aumento vazio. Por que será 
que isso acontece? Tudo é consequência da luz. 
4.3 Os diferentes microscópios ópticos 
Além de pequenas, as células possuem outras características que tornam 
difícil sua observação. Em geral, são transparentes, muito hidratadas e frágeis e 
quando em órgãos ou tecidos, precisam ser cortadas em lâminas finas que 
permitam a passagem do feixe luminoso. 
 
17 
 
Por conta disso, foram sendo desenvolvidas ao longo dos anos tanto 
novas técnicas de preparo das amostras, que lhes conferissem maior resistência 
e contraste, quanto novas tecnologias na construção de microscópios que 
permitissem a observação de células vivas. 
A microscopia envolve conceitos tais como magnificação, resolução e 
foco, e o domínio desses conceitos é de fundamental importância para 
o microscopista. A magnificação de um microscópio é o grau de 
aumento da imagem obtida em comparação com o objeto analisado, 
enquanto seu poder de resolução é definido como a menor distância 
entre dois pontos, os quais podem ser diferenciados na amostra em 
análise. Por fim, o conceito de foco diz respeito à distância da lente (ou 
espelho) onde os raios de luz convergem. O foco é importante, pois é 
necessário colocar a amostra nessa distância para que a sua imagem 
ampliada se apresente de forma definida. (SOUZA 2010, apud TELES, 
2017, p.1). 
O preparo de amostras para o microscópio óptico de campo claro, para 
que possam ser guardadas por muito tempo, precisam em geral de um 
tratamento químico que garanta sua preservação. Esse tratamento inclui várias 
etapas: 
Fixação: É o tratamento da amostra com substâncias químicas, como o formol, 
que preservam sua forma original. 
Desidratação: É a substituição da água presente dentro e fora das células por 
um solvente orgânico, como o etanol ou metanol. Esse solvente tanto pode ser 
removido deixando a lâmina secar quanto pode ser substituído por parafina ou 
outra resina que torne o tecido rígido, permitindo que seja fatiado. 
Microtomia: Tecidos como fígado ou músculo são muito espessos e precisam 
ser cortados em fatias mais finas, que permitam a passagem parcial da luz. Uma 
vez embebidos em parafina, deixa-se solidificar, e o tecido pode ser cortado 
(fatiado). 
Coloração: Como a maioria das células e seus componentes não são 
naturalmente coloridos, uma série de corantes foram testados e, devido a sua 
afinidade química por determinados componentes celulares, são empregados, 
ajudando na identificação dos diferentes compartimentos celulares. O azul de 
metileno é um desses corantes. 
O resultado disso é que existe hoje uma grande família de microscópios 
ópticos, cada um com suas vantagens e limitações sobre os demais. Dentre os 
de uso mais corriqueiro, destacam-se: 
 
18 
 
Microscópio de campo claro ou microscópio simples: É o microscópio 
“padrão”. Em geral, requer que a amostra seja fixada e corada antes da 
observação. Entretanto, desde que a iluminação seja ajustada fechando-se um 
pouco mais a passagem de luz pela condensadora, é possível observar células 
a fresco, isto é, sem coloração prévia. 
Microscópio de contraste de fase: Dispensa o uso de corantes, permitindo a 
observação de células vivas. Um sistema de filtros (anéis de fase) interfere no 
trajeto da luz, criando um contorno claro/escuro em torno das estruturas 
celulares. Esse contraste permite a observação de células vivas, mas se elas 
estiverem muito aglomeradas, a imagem se torna confusa, requerendo um 
sistema óptico mais elaborado. 
Microscópio de contraste interferencial: Também utiliza filtros para criar 
contraste a partir de diferenças no trajeto da luz. A imagem final é mais agradável 
para o observador, mas o sistema é menos comum, pois é mais caro que o 
contraste de fase; também permite observar células vivas. Quando essas células 
estão dispostas em camadas, pode-se focalizar apenas um plano, obtendo-se 
assim cortes ópticos sem que o tecido seja cortado. 
Microscópio de fluorescência: Utiliza uma fonte de luz ultravioleta e requer o 
uso de corantes fluorescentes que se ligam a componentes específicos das 
células. Esses corantes são capazes de absorver luz de um determinado 
comprimento de onda (ultravioleta, por exemplo) e emitir num outro, dentro do 
espectro visível. 
Em algumas situações, as células podem ser observadas vivas; em 
outras, não. O mais comum é que um modelo possa ter seus jogos de lentes e 
fontes de luz alternada (intercambiados) para que se possam observar amostras 
pelos três métodos. 
Os microscópios de fluorescência permitem ver estruturas normalmente 
muito finas para serem observadas com os comprimentos de onda da luz visível. 
Microscópio confocal de varredura a laser: A conjugação da ciência da 
computação aos microscópios de fluorescência trouxe uma nova dimensão à 
microscopia óptica. O microscópio confocal possui, além de uma fonte de luz 
visível, uma fonte de luz ultravioleta e uma fonte de raio laser. O feixe de laser 
incide sobre a amostra; um sistema de filtros e aberturas especiais captura 
sucessivamente a fluorescência emitida de vários planos focais. Este conjunto 
 
19 
 
de imagens é capturado digitalmente e são geradas em programas específicos 
de computador. 
Os microscópios ópticos começaram a ser construídos no século XVII, e 
com eles foram observadas e batizadas as primeiras células. O aperfeiçoamento 
na construção de lentes, filtros e sistemas de iluminação deu origem a uma 
grande variedade de microscópios ópticos. 
O microscópio confocal a laser inaugurou uma nova era na microscopia 
óptica, mas a observação da maior parte das estruturas que compõem a célula 
só é possível com um instrumento de maior poder de resolução: o microscópio 
eletrônico. 
4.4 Princípios de funcionamento dos microscópios eletrônicos 
Os microscópios eletrônicos são instrumentos fundamentais no estudo da 
célula. Foram desenvolvidos na primeira metade do século XX, sendo 
contemporâneos da televisão e dos aparelhos de raios-X. 
 O século XX evidenciou uma verdadeira"febre" a partir da descoberta 
dos elétrons, feita por Thompson, em 1897. Tanto os cálculos feitos pelos físicos 
teóricos, quanto os experimentos feitos nos "tubos de raios catódicos" vieram a 
provar a natureza ondulatória dos elétrons. Esses pioneiros provavelmente não 
faziam a menor ideia de onde aquelas observações iriam levar, mas o estudo do 
comportamento ondulatório dos elétrons resultou tanto na invenção dos 
aparelhos de televisão quanto na de um dos instrumentos fundamentais no 
estudo da Biologia Celular: o microscópio eletrônico. 
No ano de 1926, Bush provou que era possível focalizar um feixe de 
elétrons utilizando uma lente eletromagnética circular, estabelecendo assim os 
fundamentos da óptica eletrônica. Com base nesses princípios, foi iniciada em 
1931 a construção do primeiro microscópio eletrônico por um grupo liderado por 
Ruska. Pelo enorme avanço que a microscopia eletrônica trouxe para as 
ciências, Ernst Ruska recebeu o Prêmio Nobel na década de 80. 
Em 1939, a Siemens construía o primeiro modelo comercial de 
microscópio eletrônico. 
Por volta de 1939, iniciou-se a produção em escala comercial do 
microscópio eletrônico de transmissão pela empresa Siemens e 
 
20 
 
Halske, em Berlin. Os pesquisadores da Siemens que iniciaram os 
trabalhos, principalmente na área biológica, foram Ernst Ruska e Bodo 
Von Borries. Nessa época, já atingia uma resolução em torno de 2nm, 
representando uma qualidade de resolução 100 vezes superior ao 
microscópio óptico. O microscópio eletrônico de transmissão, além de 
seu grande poder de resolução, oferece outras duas vantagens 
positivas em relação ao microscópio ótico: a possibilidade de observar 
o interior de amostras biológicas ou inorgânicas e a facilidade de 
observação dos detalhes da microestrutura. (KESTENBACH 1989, 
apud RAMOS 2013, p.11). 
 O microscópio eletrônico, na verdade se refere a uma família de 
instrumentos que utiliza um feixe de elétrons para produzir uma imagem 
ampliada de um objeto. Essa família é composta por dois tipos de microscópios: 
Os microscópios eletrônicos de transmissão e os de varredura. Os primeiros se 
baseiam na capacidade do feixe de elétrons de atravessar a amostra, enquanto 
nos segundos o feixe de elétrons percorre a superfície da amostra gerando um 
sinal que será visualizado num monitor. 
Três séculos de microscopia óptica serviram para acelerar os progressos 
na interpretação das imagens da microscopia eletrônica. Ao microscópio óptico 
não é difícil determinar o formato geral da célula e a localização do núcleo, mas 
não é muito fácil identificar estruturas dentro da célula. Mesmo assim, grande 
parte das estruturas intracelulares, as organelas, já haviam sido descritas ao 
microscópio óptico. 
Naturalmente, as funções e a estrutura detalhada dessas organelas só 
foram esclarecidas mais tarde. O grande salto conferido à Biologia Celular depois 
da invenção desse instrumento reside no poder de resolução que suas imagens 
possuem. Isto é, não é apenas uma questão de aumentar mais as células e sim 
de permitir que sejam observadas estruturas menores dentro delas. 
4.5 O microscópio eletrônico de transmissão 
O microscópio eletrônico de transmissão é idêntico ao microscópio óptico 
na montagem de seus itens básicos, apenas é maior e invertido. O que os 
diferencia fundamentalmente é: 
A fonte: Luz visível no microscópio óptico e feixe de elétrons no microscópio 
eletrônico de transmissão. 
O vácuo na coluna do microscópio eletrônico de transmissão. 
 
21 
 
As lentes: De vidro no microscópio óptico e eletromagnetos no microscópio 
eletrônico de transmissão. 
A espessura da amostra: da ordem de micrômetros (µm) no microscópio óptico 
e de nanômetros (nm) no microscópio eletrônico. 
O feixe de elétrons é gerado por um filamento de tungstênio que é 
aquecido; podemos comparar ao que observamos numa lâmpada em que o 
filamento aquecido emite o feixe luminoso. O vácuo, que também existe dentro 
do bulbo da lâmpada, é necessário não apenas para impedir a combustão do 
filamento na presença de oxigênio como também para impedir a colisão do feixe 
de elétrons com moléculas do ar. Por outro lado, esse é um dos fatores que 
impossibilita a observação de células vivas no microscópio eletrônico de 
transmissão. 
As lentes magnéticas desviam e orientam o feixe de elétrons da mesma 
forma que as lentes de vidro desviam e orientam o feixe de luz; lembre-se de 
que elétrons são uma radiação de carga negativa, sendo, portanto, atraídos por 
cargas opostas e repelidos por cargas semelhantes. 
Já a amostra precisa ser cortada em fatias muito finas para ser 
atravessada pelos elétrons. Mesmo a lâmina de vidro mais fina barraria o feixe 
de elétrons. Por esse motivo são usadas telas de cobre para servir de suporte 
para os cortes ultrafinos. 
 
Como se forma a imagem num microscópio eletrônico de transmissão? 
Ao interagir com a amostra, os elétrons do feixe podem passar entre os 
átomos sem colidir com eles, barrados por um átomo desviando-se num grande 
ângulo (desvio elástico) e serem levemente desviados de sua rota por outro 
átomo (desvio inelástico). 
Destas possibilidades de interação resultará a imagem no microscópio 
eletrônico de transmissão: Os elétrons barrados ou desviados serão excluídos 
da imagem final, resultando em pontos escuros, enquanto os elétrons que 
atravessarem a amostra irão colidir com uma tela fluorescente, dando origem a 
pontos claros. 
 
Preparo de amostras para observação ao MET 
 
22 
 
O ambiente no interior da coluna do microscópio eletrônico – vácuo feixe 
de elétrons – não é nem um pouco favorável à preservação da estrutura celular. 
Além disso, a composição química das células, basicamente átomos leves, 
também não é propícia à formação de imagens no MET. Por esses motivos, 
assim como o microscópio foi se aperfeiçoando desde sua invenção, 
paralelamente toda uma metodologia de preparação de amostras para 
observação ao microscópio eletrônico de transmissão foi sendo desenvolvida. 
As etapas desse processo são as seguintes: 
Fixação: Em geral é feita mergulhando as células ou tecidos em soluções que 
estabilizam as membranas e os constituintes celulares na forma a mais próxima 
possível da in vivo. Os mais utilizados são o formaldeído e o Glutaraldeido, 
superior ao formol e por isso mais utilizado. Essas substâncias, chamadas 
fixadores, são empregadas diluídas em tampões, que ajudam a manter o pH e a 
osmolaridade da solução fixadora o mais próximo possível das condições vitais. 
Dessa maneira evita-se a deformação ou o rompimento das estruturas celulares. 
Pós-fixação e contrastação: Como os seres vivos são compostos basicamente 
por átomos leves que desviam pouco ou nada a passagem do feixe de elétrons, 
são utilizadas soluções de sais de metais pesados, que, além de melhorarem a 
preservação das células, aumentam o contraste das amostras quando 
observadas ao microscópio eletrônico de transmissão. Esses sais se impregnam 
seletivamente nas membranas (caso do ósmio e do chumbo), no DNA (caso do 
urânio) ou em outros componentes celulares, facilitando a visualização dessas 
estruturas. 
O tetróxido de ósmio impregna-se nas membranas funcionando como um 
fixador e conferindo simultaneamente maior contraste às mesmas. Por ser 
utilizado depois do Glutaraldeido, é um pós-fixador. Já os sais de chumbo e 
urânio geralmente são utilizados na última etapa de preparação da amostra, logo 
antes da observação ao microscópio eletrônico. 
Desidratação, inclusão e Microtomia: A fixação confere preservação às 
células; entretanto, o fato de serem em geral muito espessas e hidratadas para 
que o feixe de elétrons possa atravessá-las também é um obstáculo a ser 
superado. Para isso as amostras têm toda sua água substituída, inicialmente por 
um solvente orgânico como álcool etílico ou acetona, e em seguida por uma 
resina que, inicialmente, é líquida,mas nas condições adequadas que 
 
23 
 
geralmente ao ser aquecida endurece, permitindo que as amostras sejam 
cortadas em fatias finas o suficiente para que os elétrons possam passar nas 
áreas em que não se impregnaram os metais pesados. 
A microscopia eletrônica de transmissão permite a observação do interior 
da célula e de suas estruturas e organelas. Infelizmente, como a observação é 
feita em fatias muito finas das células, tem-se sempre imagens bidimensionais 
de objetos que, na realidade, são tridimensionais. Essa dificuldade foi, ao menos 
parcialmente contornada pela microscopia eletrônica de varredura, onde a 
resolução de detalhes da célula se combina à observação da sua estrutura 
tridimensional. 
4.6 O microscópio eletrônico de varredura 
No microscópio de varredura um filamento de tungstênio aquecido gera 
um feixe de elétrons, que também incide sobre a amostra, mas ao invés de 
atravessá-la varre a superfície ponto a ponto; porém, interage com a amostra, 
extraindo da superfície destes outros elétrons, chamados elétrons secundários, 
que geram um sinal luminoso que é convertido numa imagem 
O feixe de elétrons passeia sobre a amostra, como o feixe de laser sobre 
o CD que você ouve. Assim como de cada ponto do CD é extraído um sinal 
sonoro diferente, cada ponto da amostra interage de modo diferente com o feixe 
de elétrons e dessas diferenças são gerados pontos mais ou menos brilhantes 
que formarão a imagem. Essa imagem é observada num monitor de TV e pode 
ser registrada em fotografia ou num computador. 
 
O MEV é uma ferramenta bastante utilizada, tanto por pesquisadores 
das áreas biológicas, quanto das áreas de materiais. Ele pode fornecer 
rapidamente informações sobre a morfologia e identificação de 
elementos químicos de uma amostra sólida, portanto, sua utilização é 
comum em biologia, odontologia, farmácia, engenharia, química, 
metalurgia, física, medicina e geologia [...]. Paralelamente com o 
desenvolvimento do microscópio eletrônico, o desenvolvimento dos 
computadores, softwares e imagens digitais facilitou bastante a análise 
e publicação de resultados. (MACHADO, 2007 apud RAMOS 2013, p. 
18). 
Preparo da amostra para microscopia de varredura 
 
24 
 
 Como, em geral, o objetivo do pesquisador ao utilizar o microscópio 
eletrônico de varredura é obter informações sobre a forma externa das amostras 
não cortadas em fatias, seu processamento envolve, após o tratamento com 
soluções fixadoras, a secagem do material e seu revestimento com ouro ou outro 
elemento condutor, para geração do sinal. 
 
Outros microscópios eletrônicos 
Os microscópios eletrônicos formam uma verdadeira família. De acordo 
com os acessórios de que são dotados ou ainda conforme as amostras sejam 
preparadas, diferentes tipos de imagem e de informação são obtidos. 
O microscópio eletrônico de alta voltagem: Enquanto no microscópio 
eletrônico de transmissão convencional o feixe de elétrons é acelerado de 50 a 
80 KV, permitindo a observação de amostras até 100-150 nm de espessura, no 
microscópio eletrônico de transmissão de alta voltagem a aceleração do feixe é 
de até 1.000 KV. Isso permite a observação de amostras bem mais espessas 
(até 2 µm). A maioria das células é mais espessa do que isso (5-20 µm), mas 
mesmo assim aspectos importantes das células foram observados nesse 
microscópio eletrônico de transmissão. 
Microanálise: De acordo com a natureza dos átomos presentes na 
amostra, a colisão com os elétrons do feixe gera raios-X e outras radiações que 
podem ser captadas por detectores especiais, dando informações sobre a 
composição química da amostra. Esses detectores são acessórios que podem 
ser adaptados ao microscópio eletrônico de transmissão ou ao microscópio 
eletrônico de varredura. 
Varredura de alta resolução: Nesse microscópio o feixe emitido é muito 
fino, varrendo áreas muito menores da amostra. Assim, detalhes que passam 
despercebidos na varredura convencional podem ser resolvidos. Organelas e 
filamentos do citoesqueleto, que normalmente não são visíveis ao microscópio 
eletrônico de varredura, podem ser vistas a partir desta tecnologia. 
Varredura de pressão variável (ambiental): Nesse modelo de 
microscópio eletrônico de varredura, a pressão na coluna é variável, sendo 
possível observar amostra frescas, isto é, sem nenhum tratamento químico e 
sem o processo de secagem. Potencialmente, podem ser observadas amostras 
vivas nesse microscópio, mas o poder de resolução é ainda bastante limitado. 
 
25 
 
5 CLASSIFICAÇÃO DOS MICROORGANISMOS 
5.1 Os seres vivos 
 
Fonte: tecnico.ulisboa.pt 
Os seres vivos são constituídos de unidades microscópicas chamadas de 
células que formam, em conjunto, estruturas organizadas. As células são 
compostas de núcleo e citoplasma. Quando o núcleo celular é circundado por 
uma membrana nuclear ou carioteca, os organismos que as possuem são 
chamados de eucarióticos, os que não possuem células com carioteca são os 
procarióticos a exemplo das bactérias. 
Baseado na maneira pela qual os organismos obtêm alimentos, Robert H. 
Whittaker classificou os organismos vivos em Cinco reinos: reino Monera, reino 
Protista, reino Plantae, reino Animalia e reino Fungi. 
Os microrganismos pertencem a três dos cinco reinos: As bactérias são 
do reino Monera, os protozoários e algas microscópicas são Protistas e os 
fungos microscópicos como leveduras e bolores pertencem ao reino Fungi. 
 
26 
 
5.2 A célula 
 
Fonte: engenhariae.com.br 
A célula e uma estrutura típica microscópica comum a todos os seres 
vivos. Com os avanços da microscopia eletrônica na década de 1940, foi 
possível a visualização de muitas estruturas da célula que seria impossível no 
microscópio ótico. 
Todas as células se compõem de duas regiões internas principais 
conhecidas como núcleo e citoplasma. O núcleo, que é circundado pelo 
citoplasma, contém todas as informações genéticas do organismo, sendo 
responsável pela hereditariedade. O citoplasma é a sede primária dos processos 
de síntese e o centro das atividades funcionais em geral. 
Em contraste, as bactérias e o pequeno grupo de algas azul-verdes se 
caracterizam por células menores procarióticas por não apresentarem 
membrana nuclear. Nas plantas e microrganismos, a parede celular é a única 
estrutura limitante. 
Seu único papel parece ser o de proteção contra injurias mecânicas e 
impedem, principalmente, a ruptura osmótica quando a célula e colocada em 
ambiente com alto teor de agua. 
A célula é a unidade estrutural e funcional dos organismos vivos, ou seja, 
todos os seres vivos são formados por células. Os menores são constituídos por 
uma única célula, os maiores por bilhões. A percepção de que todos os 
organismos são compostos por células foi um dos mais importantes avanços 
 
27 
 
científicos. A palavra célula no sentido biológico foi usada, pela primeira vez, pelo 
cientista inglês Robert Hooke no século XVII. 
As células surgem de outras células preexistentes. As formas mais 
simples de vida são células solitárias (organismos unicelulares), enquanto as 
formas superiores contêm associações de células, constituindo colônias de 
organismos unicelulares ou constituindo organismos pluricelulares mais 
complexos, podendo apresentar estruturas e formas variadas. 
Todas as células compartilham dois aspectos essenciais. O primeiro é 
uma membrana externa, a membrana plasmática. O outro é o material genético 
que regula a atividade da célula, possibilitando a sua reprodução e a passagem 
das suas características para a sua descendência. 
A organização do material genético é uma das características que separa 
as células procariontes das células eucariontes. Nas células procariontes, o 
material genético (DNA) está na forma de uma grande molécula circular, 
conhecida como cromossomo. Em células eucariontes, o DNA é linear e 
fortemente ligado a proteínas especiais, conhecidas comohistonas, formando 
certo número de cromossomos complexos. 
As células dos microrganismos podem ser divididas em duas categorias: 
Células Eucarióticas apresentam um núcleo separado do citoplasma por uma 
membrana nuclear (carioteca); Células Procarióticas apresentam material 
nuclear sem membrana. 
Células eucarióticas, em geral, são maiores e mais elaboradas do que 
as Bactérias e Archaea. Algumas vivem vidas independentes, como 
organismos unicelulares, como as amebas e as leveduras; outras 
vivem em agrupamentos multicelulares. Todos os organismos 
multicelulares mais complexos – incluindo plantas, animais e fungos – 
são formados a partir de células eucarióticas. Por definição, todas as 
células eucarióticas possuem um núcleo. Mas a posse de um núcleo 
significa possuir também uma variedade de outras organelas, 
estruturas subcelulares que realizam funções especializadas. A 
maioria dessas é igualmente comum a todos os organismos 
eucarióticos. (ALBERTS 2011 apud TREVISAN 2013 p.5). 
5.3 Citoplasma 
O citoplasma é o espaço intracelular preenchido por uma matriz semifluida 
que tem a consistência de gel, denominada hialoplasma, na qual está 
“mergulhado” tudo o que se encontra dentro da célula, tal como moléculas e 
 
28 
 
organelas. O citoplasma é constituído principalmente de água (80%), mas 
também contém íons, sais minerais e moléculas, tais como proteínas, 
carboidratos e o RNA, que correspondem aos 20% restantes. 
5.4 Organelas citoplasmáticas 
Os organismos procariontes não possuem núcleo organizado e 
geralmente são pequenos. Caracterizam-se por não possuírem organelas 
envoltas por membranas, tais como o retículo endoplasmático, o complexo de 
Golgi, as mitocôndrias e os plastos. 
As células eucariontes são mais complexas e são típicas de protozoários, 
fungos, animais e vegetais. Uma organela citoplasmática pode ser definida como 
uma determinada parte do citoplasma responsável por uma ou mais funções 
especiais. 
As organelas mais importantes são: 
Ribossomos: Responsáveis pela síntese de proteínas, não são limitados por 
membranas e, portanto, ocorrem tanto em procariontes quanto em eucariontes. 
Os ribossomos de eucariontes são ligeiramente maiores que os de procariontes. 
Eles são compostos por duas subunidades de tamanhos diferentes. 
Bioquimicamente, o ribossomo consiste em RNA ribossômico (RNAr) e 
aproximadamente 50 proteínas estruturais. 
Mitocôndrias: São formadas por duas membranas, uma externa e outra interna. 
A membrana externa é lisa, e a interna possui inúmeras pregas, chamadas 
cristas mitocondriais. A cavidade interna das mitocôndrias é preenchida por um 
fluido, denominado matriz mitocondrial, que contém grande quantidade de 
enzimas dissolvidas, necessárias para a extração de energia dos nutrientes. 
 As mitocôndrias são de fundamental importância no processo de 
respiração celular e no fornecimento de energia a partir da quebra da glicose. 
 
Junior
Realce
 
29 
 
 
Fonte: emforma.net 
Complexo de Golgi: São estruturas membranosas, formadas por bolsas 
achatadas e empilhadas cuja função é elaborar e armazenar proteínas advindas 
do retículo endoplasmático. É abundante em células secretoras. 
Centríolo: É formado por um par de cilindros cuja parede é constituída por nove 
conjuntos de três microtúbulos cada, e, geralmente, ocorrem aos pares nas 
células. Os centríolos são desprovidos de membrana, sua constituição é de 
natureza proteica. 
Dos centríolos originam estruturas locomotoras, denominadas cílios e 
flagelos, que diferem entre si quanto ao comprimento e número por célula. 
Lisossomo: São pequenas bolsas portadoras de enzimas digestivas. Elas são 
liberadas pelo complexo de Golgi, com a finalidade de promover a digestão de 
substâncias englobadas pelas células. Pode também digerir componentes da 
própria célula, promovendo a morte celular para uma contínua renovação. 
Retículo endoplasmático liso: É uma rede de estruturas tubulares e 
vesiculares achatadas e interligadas formada por uma membrana dupla, 
amplamente distribuída pela célula e em comunicação com a membrana 
plasmática ou com a carioteca. Não apresenta ribossomos aderidos à membrana 
externa. É responsável pela síntese de todos os lipídios que constituem a 
membrana plasmática, incluindo fosfolipídios e colesterol. 
Retículo endoplasmático rugoso: Estrutura de formato achatado e com 
ribossomos aderidos, está presente em maior número nas células 
especializadas na secreção de proteínas. 
Junior
Realce
Junior
Realce
Junior
Realce
 
30 
 
Cloroplastos: São delimitadas por duas membranas lipoprotéicas, uma externa 
lisa e outra interna que forma dobras para o interior da organela. Esse conjunto 
bem organizado de membranas formam pilhas unidas entre si, chamadas de 
grana. Cada elemento da pilha, que tem o formato de moeda, é o tilacóides. Todo 
esse conjunto de membranas encontra-se mergulhado em um fluído gelatinoso 
que preenche o cloroplasto, o estroma, onde há enzimas, DNA, pequenos 
ribossomos e amido. 
As moléculas de clorofila localizam-se nas membranas dos tilacóides, tal 
sistema é, portanto, a sede das reações fotoquímicas responsáveis pela 
captação e transformação da energia luminosa em energia química. 
Flagelos: Os flagelos das bactérias (procariontes) são compostos por uma 
proteína chamada flagelina, e dos eucariontes, são extensões filamentosas 
citoplasmática, frequentes em protozoários, esponjas e gametas móveis. O 
flagelo tem a mesma função em todas as células que é criar movimentos. 
5.1 Classificação dos 5 reinos 
A classificação dos organismos, mais recente, proposta por Robert H. 
Whittaker em 1969 foi baseada a partir da maneira pela qual o organismo obtém 
nutrientes de sua alimentação. Sendo estes: 
Fotossíntese: Processo pelo qual a luz fornece energia para converter o dióxido 
de carbono em água e açúcares. 
Absorção: A captação de nutrientes químicos dissolvidos em água. 
Ingestão: Entrada de partículas de alimentos não dissolvidas. 
Nesse esquema de classificação, os procariotos que normalmente obtém 
alimentos só por absorção constituem o reino Monera. 
O reino Protista inclui os microrganismos eucarióticos unicelulares, que 
representam os três tipos nutricionais: as algas são fotossintéticas, os 
protozoários podem ingerir seu alimento e os fungos limosos somente absorvem 
os nutrientes. 
Os organismos eucarióticos superiores são colocados no reino Plantae 
(plantas verdes fotossintéticas e algas superiores), Animalia (animais que 
ingerem alimentos) e Fungi, organismos que tem parede celular, mas não 
apresentam o pigmento clorofila encontrado em outras plantas para promover a 
Junior
Realce
Junior
Realce
Junior
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Junior
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Junior
Realce
Junior
Realce
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Junior
Realce
Junior
Realce
Junior
Realce
Junior
Realce
 
31 
 
fotossíntese, portanto eles absorvem os nutrientes. Como pode se observar, os 
microrganismos pertencem a três dos cinco reinos. 
5.2 Principais características dos grupos de microrganismos 
Protozoários: São microrganismos eucarióticos unicelulares. Como os animais 
ingerem partículas alimentares, não apresentam parede celular rígida e não 
contem clorofila. Movem-se através de cílios, flagelos ou pseudopode. Estes 
microrganismos são estudados na ciência da Parasitologia. 
O termo protozoário não tem valor taxonômico, mas ele é 
frequentemente utilizado quando se quer referir a um organismo 
unicelular eucarioto heterotrófico que pode ocorrer em diversos 
habitats onde há água. Os protozoários são encontrados sob a forma 
livre ou em associação com outros organismos e, neste último caso, 
são denominados de epibiontes, comensais, simbiontes ou parasitas. 
(ESTEBAN 1998, apud REGALI-SELEGHIM, 2011, p. 390). 
São amplamente distribuídos na natureza, principalmente, em ambientes 
aquáticos. Muitos são nocivosao homem como a ameba e a giárdia. 
Algas: São semelhantes as plantas por possuírem clorofila que participa do 
processo de fotossíntese e apresentam uma parede celular rígida. São 
eucariotos e pode ser unicelular ou multicelular com vários metros de 
comprimento, podendo ser nocivas por produzirem toxinas, obstruir caixas 
d’agua ou crescerem em piscinas. Entretanto, algumas espécies são usadas nas 
indústrias de alimentos, farmacêuticas, cosméticos e para o uso em laboratório. 
Fungos: Podem ser unicelulares ou multicelulares. São eucariotos e possuem 
parede celular rígida. Os fungos não ingerem alimentos e obtêm os nutrientes do 
ambiente através de absorção. 
Bactérias: São seres unicelulares aclorofilados, microscópicos, que se 
produzem por divisão binária. São chamadas de procarióticas porque não 
possuem um núcleo organizado e são morfologicamente mais simples que as 
células dos organismos “superiores”. Compreende os domínios: Bacteria e 
Archae. 
Vírus: Representam o limite entre as formas vivas e as sem vida. Não são 
células como as descritas anteriormente, contém somente um tipo de ácido 
nucleico, RNA ou DNA que é circundado por um envelope proteico ou capa. 
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Devido à ausência de componentes celulares necessários para o 
metabolismo ou reprodução independente, o vírus pode multiplicar-se somente 
dentro de células vivas, por isso não são considerados seres vivos por não 
possuírem vida própria. 
6 BACTÉRIAS 
 
Fonte: quantamagazine.org 
São organismos unicelulares que podem ser encontrados de forma 
isolada ou em colônias; são constituídos por uma célula (unicelulares), não 
possuem núcleo celular definido (procariontes) e não possuem organelas 
membranosas. 
As bactérias, como representantes dos seres procarióticos, foram 
selecionadas na natureza pela sua elevada capacidade de adaptar-se 
ao ambiente que as cerca, em virtude de sua grande taxa de 
multiplicação, bem como por sua elevada taxa metabólica. Desta 
forma, estes seres peculiares foram e ainda são utilizados no estudo 
de técnicas genético-moleculares e análises bioquímicas, que vêm 
sendo empregadas nos diferentes campos da microbiologia. (BECK 
2000, apud MOREIRA, 2015, p. 13). 
6.1 Morfologia 
As bactérias são variáveis quanto ao tamanho e quanto às formas que 
apresentam. Invisíveis a olho nu, só podendo ser visualizada com o auxílio do 
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microscópio, as bactérias são normalmente medidas em micrometros (µm), que 
são equivalentes a 1/1000mm (10-3mm). A grande maioria tem aproximadamente 
de 0,5 a 1µm de diâmetro ou largura. 
Embora existam milhares de espécies bacterianas, elas podem ser 
agrupadas em três tipos morfológicos gerais: cocos, bacilos e espiralados. 
Formas de cocos (esféricas): É o grupo de bactérias mais homogêneo em 
relação ao tamanho. Os cocos tomam denominações diferentes de acordo com 
o seu arranjo. 
• Micrococos – cocos. 
• Diplococos – cocos agrupados aos pares. 
• Tétrades – agrupamentos de quatro cocos. 
• Sarcina – agrupamentos de oito cocos em forma cúbica. 
• Estreptococos – cocos agrupados em cadeias. 
• Estafilococos – cocos agrupados em grupos irregulares, lembrando cachos de 
uva. 
Forma de bacilos: São células cilíndricas em forma de bastonete; apresentam 
grande variação na forma e no tamanho entre gêneros e espécies. 
Formas espiraladas: Caracterizadas por células em espiral; dividem-se em: 
Espirilos: Possuem corpo rígido e movem-se à custa de flagelos externos. Ex.: 
Gênero Aquaspirillium. 
Espiroquetas: São flexíveis e locomovem-se geralmente por contrações do 
citoplasma, podendo dar várias voltas completas em torno do próprio eixo. Ex.: 
Gênero Treponema 
Além desses três tipos morfológicos, existem algumas formas de 
transição. 
• Bacilos muito curtos: cocobacilo. 
• Unidades celulares que se assemelham a uma vírgula: vibrião. 
6.2 Estruturas externas da célula bacteriana 
 O tamanho, a forma e o arranjo das bactérias constituem sua morfologia, 
sua aparência externa. A observação interna das estruturas celulares permite 
conhecer um pouco o funcionamento da bactéria no ambiente. 
 
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Treponema Palidum (Sifilis)
 
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Parede celular 
A parede celular é uma estrutura rígida que está presente em quase todas 
as bactérias e localiza-se acima da membrana citoplasmática. Ela contém 
polímeros complexos conhecidos como peptideoglicano, que são responsáveis 
pela sua rigidez. Esta impede que a célula estoure em decorrência do grande 
turgor e atua como uma barreira de proteção contra determinados agentes 
químicos e físicos externos e funciona como suporte de antígenos somáticos 
bacterianos. 
As bactérias podem ser divididas em dois grandes grupos, com base na 
capacidade de suas paredes celulares fixarem o corante violeta cristal: as Gram-
positivas (que coram em roxo) e as Gram-negativas (que coram em vermelho). 
A parede bacteriana é a principal implicada na diferenciação da 
coloração de Gram, e este comportamento reflete a diferença na 
composição química da parede das bactérias Gram-positivas e Gram-
negativas. A parede das bactérias Gram-positivas caracteriza-se por 
uma espessa camada de peptideoglicano, também conhecido como 
mureína ou mucopeptídeo, enquanto nas bactérias Gram-negativas a 
camada de peptidoglicano é muito delgada; entretanto, a estrutura da 
parede das Gram negativas é bem mais complexa do ponto de vista 
químico. (DAUR 2004, apud MOREIRA 2015, p.15). 
A parede celular de bactérias Gram-positivas é composta basicamente 
por peptideoglicano, que constitui uma espessa camada ao redor da célula. 
Outros polímeros, tais como ácidos lipoteicóicos e polissacarídeos, também 
podem estar presentes nessa camada. 
Nas bactérias Gram-negativas o peptideoglicano constitui uma camada 
basal delgada, sobre a qual se encontra outra camada, denominada membrana 
externa que é composta por lipoproteínas, fosfolipídios, proteínas e 
lipopolissacarídeos. 
O processo de coloração de Gram consiste basicamente em tratar 
bactérias sucessivamente com cristal violeta, lugol, álcool e fucsina. O cristal 
violeta e o lugol penetram tanto nas bactérias Gram-positivas quanto nas Gram-
negativas, formando um complexo de cor roxa. O tratamento com álcool é a 
etapa diferencial; nas Gram-positivas, o álcool não retira o complexo cristal 
violeta+lugol, pois a sua ação desidratante faz com que a espessa camada de 
peptideoglicano torne-se menos permeável, retendo o corante. Nas Gram-
negativas, devido à pequena espessura da camada de peptideoglicano, o 
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O peptidoglicano é um polímero constituído por açúcares e aminoácidos que originam uma espécie de malha na região exterior à membrana celular das bactérias (excepto Archaea) – a parede celular. O polissacárido que constitui o peptidoglicano consiste em resíduos alternados de N-acetilglucosamina (NAG) e ácido N-acetilmurâmico (NAMA), unidos por ligações β-(1,4). Associada ao ácido N-acetilmurâmico está uma cadeia peptídicos de 4 a 5 resíduos de aminoácido. O péptido estabelece ligações cruzadas com outra cadeia peptídica, formando uma malha tridimensional. Algumas Archaea possuem estruturas similares de pseudopeptidoglicano, onde existem ligações β-(1,3) entre N-acetilglucosamina e ácido N-acetilalosaminurónico (daí as Archaea serem insensíveis à lizosima).
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exceto archeas
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distenção da camada
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Fina
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Os peptídios, peptídeos ou péptidos são biomoléculasformadas pela ligação de dois ou mais aminoácidos atrávés de ligações peptídicas, estabelecidas entre um grupo amina de um aminoácido, e um grupo carboxilo do outro aminoácido. Os peptídios são resultantes do processamento de proteínas e podem possuir na sua constituição 2 ou mais aminoácidos.
 
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complexo corado é extraído pelo álcool, deixando as células descoradas. O 
tratamento com fucsina não altera a cor roxa das Gram-positivas, ao passo que 
as Gram-negativas descoradas pelo álcool se tornam avermelhada. A coloração 
de Gram é amplamente utilizada para identificar e classificar bactérias. 
Essa classificação é importante, pois as bactérias Gram-positivas são 
mais sensíveis à penicilina e à sulfa. Este processo de coloração é um dos mais 
importantes métodos realizados em laboratório de microbiologia. 
 
Flagelos 
De acordo com o número e distribuição dos flagelos, as bactérias podem 
ser classificadas como: atríquias (sem flagelos), monotríquias (um único flagelo), 
anfitríquias (um flagelo em cada extremidade), lofotríquias (um tufo de flagelos 
em uma, ou ambas as extremidades) e peritríquias (apresentando flagelos ao 
longo de todo o corpo bacteriano). 
Algumas bactérias movimentam-se por outros meios, diversos da 
atividade flagelar, tais como o deslizamento provocado pelo fluxo 
protoplasmático ou pela resposta táxica (fototaxia, quimiotaxia). 
 
Pelos (fímbrias) 
São apêndices finos, retos e curtos que estão presentes em muitas 
bactérias Gram-negativas. São encontrados tanto nas espécies móveis como 
nas espécies imóveis e, portanto, não desempenham papel relativo à 
mobilidade. Os pelos originam-se de corpúsculos basais na membrana 
citoplasmática e sua função parece estar relacionada com a troca de material 
genético durante a conjugação bacteriana (fímbria sexual) com a aderência às 
superfícies mucosas. As fímbrias podem ser removidas sem comprometimento 
da viabilidade celular e regeneram-se rapidamente. 
 
Glicocálice 
 É formado por uma substância mucilaginosa ou gelatinosa e fica ligada à 
parede celular como um revestimento externo. Se o Glicocálice estiver 
organizado de maneira definida e acoplado firmemente à parede celular, recebe 
o nome de cápsula, se estiver desorganizado e sem qualquer forma frouxamente 
acoplada à parede celular, recebe o nome de camada limosa. 
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 familia de farmaco sulfanilamida combate infecções bacterianas
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O Glicocálice pode ser de natureza polissacarídica (um ou vários tipos de 
açúcares) ou polipeptídica (ácido glutâmico). Desempenha papel importante na 
infecção, permitindo que a bactéria patogênica se ligue a tecidos específicos do 
hospedeiro. Acredita-se que o Glicocálice possa proteger as bactérias da 
dessecação. 
 
Membrana plasmática (modelo mosaico fluido) 
 É uma membrana que separa a parede celular do citoplasma. Sua 
espessura é da ordem de 7,5 nanômetros e é composta principalmente por uma 
bicamada de fosfolipídios e proteínas, desempenha importante papel na 
permeabilidade seletiva da célula. 
A membrana é o sítio da atividade enzimática específica e do transporte 
de moléculas para dentro e para fora da célula. Ela difere da membrana 
plasmática das células eucarióticas por não apresentar esteroides em sua 
composição; ser sede de numerosas enzimas do metabolismo respiratório das 
bactérias e controlar a divisão bacteriana através dos mesossomos. 
Os mesossomos são invaginações da membrana plasmática que podem 
ser simples dobras ou estruturas tubulares ou vesiculares. Alguns autores 
associam ainda aos mesossomos o valor funcional das mitocôndrias, atribuindo 
a eles o papel na respiração bacteriana. 
6.3 Estruturas internas da célula bacteriana 
Citoplasma 
 É composto pela porção fluida e contém substâncias dissolvidas e 
partículas, tais como ribossomos, e material nuclear ou nucleóide, rico em DNA. 
 
Inclusões citoplasmáticas 
As inclusões são formações não vivas existentes no citoplasma, como 
grãos de amido, gotas de óleo, chamadas de grânulos, e podem servir como 
fonte de material de reserva ou energia. 
 
Nucleóide e plasmídeos 
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As células bacterianas não contêm o núcleo típico das células animais e 
vegetais. O cromossomo bacteriano consiste de um cromossomo único e circular 
e ocupa uma posição próxima ao centro da célula. Pode ser chamado de 
nucleóide. Várias bactérias apresentam também moléculas de DNA 
extracromossomal, denominadas plasmídeos, as quais são geralmente 
circulares, contendo muitas vezes genes que conferem características 
adaptativas vantajosas ao microrganismo. 
As bactérias são importantes nos processos biotecnológicos, na indústria, 
agricultura e na medicina. 
6.4 Reprodução, nutrição e crescimento das bactérias. 
Geralmente reproduzem-se assexuadamente por fissão binária ou 
cissiparidade. Nesse processo reprodutivo ocorre à replicação do cromossomo 
e uma única célula divide-se em duas; em seguida ocorre a divisão do 
cromossomo bacteriano replicado e o desenvolvimento de uma parede celular 
transversal. A fissão binária não é o único método reprodutivo assexuado entre 
as bactérias. Também pode ocorrer esporulação e brotamento. Embora não 
ocorra reprodução sexuada, pode ocorrer troca de material genético entre as 
bactérias. Tal recombinação genética pode ocorrer por transformação, 
conjugação ou transdução. 
Transformação: Incorporação de fragmentos de DNA perdidos por outra 
bactéria que se rompeu. Esse mecanismo demonstra formalmente que o DNA é 
a base química da hereditariedade. 
Conjugação: Duas células bacterianas geneticamente diferentes trocam DNA 
através de pelo sexual. 
Transdução: Moléculas de DNA são transferidas de uma bactéria para outra 
usando os vírus como vetores (bacteriófagos). Quando o bacteriófago entra 
numa célula bacteriana, o DNA do vírus mistura-se com uma parte do DNA 
bacteriano, de modo que o vírus passa a carregar essa parte do DNA. Se o vírus 
infecta uma segunda bactéria, o DNA da primeira pode misturar-se com o DNA 
da segunda. Essa nova informação genética é então replicada a cada nova 
divisão 
 
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Fímbrias
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Tempo de geração 
É o tempo necessário para que uma célula bacteriana se divida ou para 
que a população duplique. Esse tempo pode variar de 15 a 20 minutos ou até 
algumas horas. O tempo de geração depende da espécie bacteriana e das 
condições ambientais, ou seja, as bactérias são capazes de crescer numa ampla 
faixa de condições físicas, podendo utilizar alimentos muito diferentes. Contudo, 
seu crescimento requer condições específicas para uma dada espécie. 
 
Endósporos (esporos) 
Formas dormentes de células bacterianas são produzidas por certas 
espécies de bactérias em situações de escassez de nutrientes. Os esporos 
representam uma fase latente (repouso) da célula: são extremamente 
resistentes aos agentes físicos e químicos adversos, demonstrando uma 
estratégia de sobrevivência. O endósporo resiste até que as condições 
melhorem e muitos resistem até mesmo à água fervente. A indústria de alimentos 
preocupa-se em tomar providências para que os endósporos não estejam 
presentes durante o processo de acondicionamento dos alimentos. Todas as 
bactérias dos gêneros Bacillus e Clostridium produzem endósporos, por isso são 
mais resistentes. 
Alguns gêneros bacterianos, como por exemplo, Bacillus e Clostridium 
(bacilos Gram-positivos), podem passar por um processo de 
diferenciação celular chamado esporulação que resulta na 
transformação da célula vegetativa em esporo, o qual é química e 
morfologicamente diferente da célula mãe. Este processo geralmente 
ocorre quando a bactéria está submetida a “stress” físico (calor) ou 
químico (carência de nutrientes).É um processo geneticamente 
coordenado que se inicia com a desrepressão do gene que leva à 
síntese de RNAm e que vai dar início à produção do esporo. (PICOLI 
2007, apud MOREIRA 2015, p.24). 
Nutrição das bactérias 
 Do ponto de vista nutricional, as bactérias podem ser divididas em 
classes fisiológicas dependendo da forma de obtenção de fontes de energia e 
carbono para a realização de suas atividades vitais: 
Fototróficos: São organismos que utilizam a energia radiante (luz) como fonte. 
Quimiotróficos: São organismos incapazes de utilizar a energia radiante; 
dependem da oxidação de compostos químicos para a obtenção de energia. 
 
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Crescimento das bactérias 
 É um somatório dos processos metabólicos progressivos, que 
normalmente conduz à divisão (reprodução – divisão binária ou brotamento) com 
produção de duas células-filhas a partir de uma bactéria. Dessa forma, o 
crescimento é exponencial (crescimento logarítmico). Em microbiologia, o termo 
crescimento refere-se a um aumento do número de células e não ao aumento 
das dimensões celulares. 
 
Fatores limitantes do crescimento bacteriano 
A oferta de nutrientes é o principal fator que limita o crescimento 
bacteriano. Outros fatores importantes no crescimento bacteriano são: 
Temperatura: Algumas bactérias crescem melhor em temperaturas baixas, 
outras em temperaturas intermediárias e outras em temperaturas altas. A 
temperatura ótima de crescimento é aquela em que o microrganismo cresce mais 
rapidamente. Em temperaturas mais favoráveis para o crescimento, o número 
de divisões celulares por hora, chamada de taxa de crescimento, dobra para 
cada aumento de temperatura de 10ºC. Há três temperaturas importantes a 
conhecer: mínima, ótima e máxima (nessa última as enzimas são danificadas 
pelo calor e a célula para de crescer). 
De acordo com a temperatura de crescimento, é possível distinguir, pelo 
menos, três grupos fisiológicos de bactérias: as psicrófilas têm temperatura 
ótima de crescimento entre 15 - 25ºC; as mesófilas têm temperatura ótima de 
crescimento entre 25 - 45ºC; e as termófilas têm temperatura ótima de 
crescimento entre 45 - 80ºC. 
pH: Quanto à tolerância ao pH, as bactérias podem ser acidófilas, neutrofílicas 
e alcalófilas. Normalmente, o pH ótimo é bem definido para cada espécie e a 
maioria das bactérias não cresce em valores de pH acima ou abaixo de seu pH 
ótimo. 
Oxigênio: Quanto à respiração, as bactérias podem ser: aeróbias estritas 
(necessitam de O2 para crescer), anaeróbias estritas (só crescem na ausência 
de O2), microaerofílicas (precisam de O2, mas em pressão inferior à atmosférica) 
e anaeróbias facultativas ou aerotolerantes (crescem na presença ou ausência 
de O2). 
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Água: Essencial a qualquer microrganismo; embora a necessidade seja variada, 
somente endósporos bacterianos podem sobreviver sem água. 
6.5 Divisão das bactérias 
 
Fonte: brasilescola.uol.com.br 
As bactérias são divididas em dois grandes grupos: As eubactérias 
apresentam composição da parede celular diferente das arqueobactérias, que 
frequentemente aparecem aos pares, em cadeias, formando tétrades ou 
agrupadas. Algumas apresentam flagelos, favorecendo seu deslocamento 
rapidamente em líquidos. São de grande importância na natureza e na indústria, 
sendo essenciais na reciclagem de lixo orgânico e na produção de antibiótico 
como a streptomicina. As infecções causadas pelas eubactérias incluem as 
streptococica de garganta, tétano, peste, cólera e tuberculose. 
As arqueobactérias assemelham-se as eubactérias quando observadas 
por meio de um microscópio, mas existem diferenças importantes quanto a sua 
composição química, a atividade e ao meio ambiente em que se desenvolvem 
tais como em elevada concentração de salina ou acidez elevada e altas 
temperaturas a exemplo de piscinas térmicas e lagoas salinas. 
 
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7 FUNGOS 
 
Fonte: melhorcomsaude.com.br 
Os fungos são organismos eucariontes, aclorofilados, heterotróficos e 
absorve componentes orgânicos como fonte de energia. São aeróbicos em sua 
grande maioria, mas alguns são anaeróbicos estritos e facultativos. 
Podem ser unicelulares ou multicelulares e reproduzem-se sexuada ou 
assexuadamente. Possuem parede celular rígida que pode ser composta de 
celulose, glicanas, mananas ou quitina e membrana celular com esteróis 
presentes. Seu principal material de reserva é o glicogênio. 
O glicogênio tem função preponderante de armazenamento energético 
nas células animais. Possui cadeia nas quais as unidades de glicose 
se unem mediante ligações (α1→ 4). Amido e glicogênio são altamente 
hidratados devido à quantidade de hidroxilas que formam ligações de 
hidrogênio com a água. A estrutura do glicogênio é similar à 
amilopectina. A diferença é a frequência de ramificações, as quais 
aparecem de 8 a 12 unidades de glicose. (MARCONDES 2003, apud 
FRANCISCO 2008, p. 2). 
Os fungos, em sua maioria, são constituídos por filamentos microscópicos 
e ramificados, as hifas. O conjunto de hifas de um fungo constitui o micélio. Os 
fungos têm nutrição heterotrófica porque necessitam de matéria orgânica, 
provenientes dos alimentos, para obtenção de seus nutrientes. Os mais 
conhecidos são os bolores, os cogumelos, as orelhas-de-pau e as leveduras 
(fermentos). 
 
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A maioria vive no solo, alimentando-se de cadáveres de animais, de 
plantas e de outros seres vivos. Esse modo de vida dos fungos causa o 
apodrecimento de diversos materiais e por isso são chamados de saprofágicos. 
Certas espécies de fungos são parasitas e outras vivem em associações 
harmoniosas com outros organismos, trocando benefícios. 
Os fungos estudados em microbiologia compreendem as leveduras e os 
bolores. As leveduras são unicelulares, não filamentosas, apresentam em média 
de 1 a 5 µm de diâmetro e de 5 a 30 µm de comprimento. Elas são geralmente 
ovais, podendo apresentar morfologia alongada ou esférica. As leveduras não 
possuem flagelos, são imóveis. 
Os bolores são organismos pluricelulares, que se apresentam 
filamentosos ao microscópio óptico a fresco com baixa ampliação. Ao exame 
macroscópico apresentam crescimento característico com aspecto aveludado ou 
cotonoso (algodão) ou como borra de café (Aspergillus niger). 
7.1 Características dos fungos em relação às bactérias 
Os fungos são geralmente adaptados a ambientes que poderiam ser 
hostis às bactérias. São encontrados na superfície de alimentos formando 
colônias algodonosas e coloridas. 
Todavia, diferem das bactérias em determinadas necessidades 
ambientais e nas características estruturais e nutricionais apresentadas a seguir: 
• Apresentam a parede celular com presença de substâncias quitinosa e células 
com organelas membranosas (mitocôndrias, complexo de golgi, vacúolo). 
• Não possuem células móveis em todos os estágios do ciclo de vida. 
• Reserva de energia na forma de glicogênio. 
• Os fungos normalmente crescem melhores em ambientes em que o pH é muito 
ácido, o qual são desfavoráveis para o crescimento da maioria das bactérias 
comuns. 
• Quase todos possuem forma aeróbica. Algumas leveduras são anaeróbicas 
facultativas. 
• A maioria dos fungos é mais resistente à pressão osmótica que as bactérias; 
muitos, consequentemente, podem crescer em altas concentrações de açúcar 
ou sal. 
 
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• Podem crescer sobre substâncias com baixo grau de umidade, geralmente tão 
baixo que impede o crescimento de bactérias. 
• Necessitam de menos nitrogênio para um crescimento equivalente ao das 
bactérias. 
• São capazes de metabolizar carboidratos complexos, tais como lignina 
(madeira), que as bactérias não podem utilizar como nutriente. 
As características citadas, anteriormente, mostram que os fungos se 
desenvolvem em substratos diversos como paredes de banheiro, couro de 
sapatos e jornais velhos. 
7.2 Tipos de alimentação

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