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ESTUDO DE CASO CONTRATOS

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INTRODUÇÃO
O presente trabalho tem como objetivo a resolução de estudo de caso da disciplina de Direito Civil acerca do tema Contratos como método avaliativo do primeiro bimestre do 4º período do Curso de Direito UNIASSELVI. Por meio de situação hipotética apresentada pela discente, serão apresentados conceitos, princípios, classificações e posteriormente, jurisprudência da referida disciplina. Para tal será utilizado como referencia o Código Civil Brasileiro (Lei 10.406/2002) a partir de seu título V, Dos Contratos em Geral.
DESENVOLVIMENTO
O caso proposto se refere à formação dos contratos, na fase de oblação, e apresenta a proposta de Vinicius de Morais solicitada por João Gilberto, de realização de prestação de serviço. Em primeira negociação, o proponente oferece opção de pagamento de tal prestação de serviço no valor de R$12.000,00 (Doze Mil Reais) parcelados em três parcelas mensais, com entrada e prazo para aceitação da proposta de cinco dias úteis. No entanto, João Gilberto responde a proposta após dez dias aceitando o valor, porém com opção diferente de pagamento: quatro parcelas mensais com entrada. Dessa forma por ter se exaurido o prazo de aceitação de proposta e deixado esta de ser obrigatória, com base no artigo 428 do Código Civil, inciso III, a replica do oblato é outra proposição, de acordo com o mesmo referido código, em seu artigo 431, que diz que a aceitação fora do prazo, com adições, restrições ou modificações, importará nova proposta. 
Ora, contratos como este acima podem ser classificados de acordo com diversas variáveis, desde quanto à natureza da obrigação assumida, em que se agrupam em unilaterais, que criam obrigações somente para uma das partes, tais como comodato, doação pura e simples, ou bilaterais, que geram obrigações para ambas as partes, tais como no contrato de compra e venda. Os contratos onerosos ou gratuitos, como sugerem, são respectivamente, aqueles em que ambos realizam um sacrifício patrimonial, a exemplo compra e venda de imóveis, e aqueles em que somente uma das partes leva vantagem, significando prejuízo para a outra, a exemplo doação pura e comodato. Os comutativos são os acordos que envolvem prestações certas e determinadas para ambas às partes, que já sabem de antemão quais as vantagens e os riscos do negócio, e os aleatórios, são aqueles em que pelo menos uma das partes não pode antever as vantagens que receberá em troca da contraprestação, a exemplo compra de uma colheita futura.
São classificáveis também quanto à maneira pela qual se aperfeiçoam, sejam consensuais: a depender da vontade das partes, ou reais; em que além do consentimento, há a entrega da coisa para o aperfeiçoamento, a exemplo penhor, depósito. Entre solenes, da forma como a lei determina, e não solenes, que a lei não impõe forma a se seguir. 
Quanto à nomenclatura legal são nominados ou típicos e inominados ou atípicos, sendo este citado no Código Civil em seu artigo 425, em que se considera lícito ás partes o estipularem. Porém, pode haver os chamados contratos mistos, que se formam com a junção de dois contratos típicos formando um novo, assim como contratos combinados, que se formam pela interdependência de um contrato com relação ao outro. 
Acerca da dependência, é definido como: principal, que existe por si só, acessório, em que a existência de sua validade depende de outro contrato, ou derivado, chamados de subcontratos. Como ao tempo em que devem ser executados, há a execução instantânea e a execução futura, que se subdividem em diferido e de trato sucessivo. 
Quanto ao objeto, pode ser preliminar, uma espécie de convenção cujo objeto será o de buscar efetivar um contrato definitivo, gerando assim uma típica obrigação de fazer. Ou definitivo, que se aperfeiçoou e que se encontra pronto e acabado para surtir todos os seus efeitos, seja de transferir, resguardar, modificar ou extinguir direitos. Á forma como se realizam, são paritários; em que em condição igualdade as partes escolhem as cláusulas, e de adesão; cláusulas previamente estipuladas por uma das partes, com condições em bloco, sem direito de debate ou mesmo modificar. 
Acerca dos contratos de adesão, versam dois artigos do Código Civil, no 423, em que quando houver no contrato de adesão cláusulas ambíguas ou contraditórias, dever-se-á adotar a interpretação mais favorável ao aderente, e no 424, em que nos contratos de adesão, são nulas as cláusulas que estipulem a renúncia antecipada do aderente a direito resultante da natureza do negócio. Por fim, quanto aos agentes do contrato, no personalíssimo o devedor assume uma obrigação de fazer infungível. Ao que nos impessoais a obrigação pode ser executada por qualquer pessoa.
Os contratos são norteados por princípios que servem de suporte e garantia de certeza a um conjunto de juízos, dentre estes, podemos destacar o principio da obrigatoriedade descrito como um dos pilares maciços e fundamentais das relações contratuais. O mandamento em questão recebeu diversas denominações, tais como: Pacta Sunt Servanda.
O principio da autonomia da vontade está relacionado às premissas de liberdade e igualdade que abrangem o direito de contratar ou não contratar, de escolher a pessoa com quem firma-lo e de estabelecer o conteúdo do contrato. Segundo Maria Helena Diniz, advogada e doutora em Direito, o princípio no qual se funda a liberdade contratual dos contratantes, constituindo no poder de estipular livremente como melhor lhe convier, mediante acordo de vontades, a disciplina de seus interesses, suscitando efeitos tutelados pela ordem jurídica. Este princípio está atrelado ao da sociabilidade, pois pelo artigo 421, Código Civil, a liberdade contratual será exercida nos limites da função social do contrato. 
Considerado como moderno, o princípio da boa fé objetiva é resguardado pelo artigo 422, CC, em que os contratantes são obrigados a guardar, assim na conclusão do contrato, como em sua execução, os princípios de probidade e boa-fé. Sendo assim, ela está fundada na honestidade, e na consideração para com outros contratantes, especialmente no sentido de não lhe sonegar informações relevantes a respeito do objeto e conteúdo do negócio. A partir disso, pode-se mencionar Melo (2009), ao citar Ruy Rosado de Aguiar, que denomina a concepção que a boa-fé objetiva é:
(...) um princípio geral de Direito, segundo o qual todos devem comportar-se de acordo com um padrão ético de confiança e lealdade. Gera deveres secundários de conduta, que impõem às partes comportamentos necessários, ainda que não previstos expressamente nos contratos, que devem ser obedecidos a fim de permitir a realização das justas expectativas surgidas em razão da celebração e da execução da avença. (MELO/2009)
Quanto ao princípio da função social do contrato ou supremacia da ordem pública, este vem expresso no artigo 421, do CC; a liberdade de contratar será exercida em razão e nos limites da função social do contrato. Portanto o objetivo a ser alcançado está associado à elaboração e realização de um contrato que detenha uma função além da produção de riquezas individuais, mas que também realize um papel social que devera estar voltada à solidariedade, aos valores jurídicos, sociais, econômicos e morais, e ao respeito da dignidade humana.
Em relação ao princípio da relatividade Orlando Gomes, importante jurista brasileiro, ressalta que a formulação desse principio faz-se clara e concisa ao dizer-se que o contrato é “res inter alios acta, aliis neque nocet neque podest” o que significa que seus efeitos se produzem exclusivamente entre as partes, não beneficiando nem prejudicando terceiros. No entanto, existem exceções que permitem a estipulação em favor de terceiros, regulada nos artigos 436 a 438 do Código Civil, como nos seguros de vida e nas separações judiciais consensuais.
Por fim, o princípio do consensualismo diz que o contrato se forma por mero consentimento das partes. Para Maria Helena Diniz é o simples acordo de duas ou mais vontades que basta para gerar contrato valido, pois a maioria dos negócios jurídicos
bilaterais é consensual. 
No presente estudo de caso também é questionada a diferença entre dois institutos do Direito Civil no que se relaciona á contratos, são eles: o vício redibitório e a evicção, presentes no Código Civil a partir do artigo 441 ao 457. Sobre estes se podem mencionar três principais divergências a seguir; quanto ao foco do problema, á responsabilidade do alienante e aos prazos decadenciais. 
Quanto ao foco, em caso de vicio redibitório o problema esta no objeto do contrato, o acompanhando de maneira oculta sem o conhecimento do comprador e que ao se revelar o torna impróprio para o uso e, ou, faz diminuir seu valor monetário. Já no segundo caso, na evicção o problema tange a titularidade do que foi negociado, em que o evicto (aquele que adquiriu o bem), perde a posse ou propriedade após decisão judicial ou ato administrativo que determinarem o direito de um terceiro sobre o bem.
Em relação á responsabilidade do alienante, nos casos de evicção podem as partes, por cláusula expressa, reforçar, diminuir ou excluir a responsabilidade pela evicção, via artigo 448 do CC. No entanto, para que haja a validade das cláusulas o adquirente deve ter conhecimento sobre o risco de evicção do bem. Ademais, estas disposições não excluem a obrigação do alienante em restituir o valor pago, apenas as demais verbas indenizatórias. No que se refere a responsabilidade sobre vícios redibitórios, dita o artigo 443 do mesmo código citado; Se o alienante conhecia o vício ou defeito da coisa, restituirá o que recebeu com perdas e danos; se o não conhecia, tão-somente restituirá o valor recebido, mais as despesas do contrato. 
Acerca dos prazos prescricionais, os vícios redibitórios possuem previsão segundo o artigo 445, caput, do Código Civil, em que o direito a redibição ou abatimento do preço deve ocorrer em até trinta dias se a coisa for móvel, e de um ano se for imóvel, contando da entrega efetiva; se já estava na posse, o prazo conta-se da alienação, reduzido á metade. A exceção está nos parágrafos 1º e 2º e no art. 446. Na evicção não existe tal previsão codificada, porém, o Superior Tribunal de Justiça (STJ), firmou entendimento que o prazo prescricional é de três anos. 
Por fim, concluída a resolução das questões e de estudo de caso acerca o tema Contratos, apresento jurisprudência do STJ acerca do tema, relacionada ao artigo 431 do Código Civil Brasileiro, anteriormente citado no presente texto dissertativo. 
RECURSO ESPECIAL Nº 1.296.074 - RJ (2011/0278626-4) RELATOR : MINISTRO MARCO BUZZI RECORRENTE : COMPANHIA DE BEBIDAS DAS AMÉRICAS - AMBEV ADVOGADOS : ROBERTO FERREIRA ROSAS E OUTRO(S) - DF000848 RUBENS FERRAZ DE OLIVEIRA LIMA E OUTRO(S) - SP015919 PAULO CÉZAR CASTELLO BRANCO ARAGÃO E OUTRO(S) - RJ021560 RECORRIDO : CAIXA DE PREVIDÊNCIA DOS FUNCIONÁRIOS DO BANCO DO BRASIL PREVI E OUTRO ADVOGADOS : CARLOS AUGUSTO SOBRAL ROLEMBERG - DF008282 PEDRO PAULO MUANIS SOBRINHO E OUTRO(S) - RJ082788 PAULO ROBERTO SARAIVA DA COSTA LEITE - DF003333 EMENTA RECURSO ESPECIAL - AÇÃO CONDENATÓRIA - SOCIEDADE ANÔNIMA - BÔNUS DE SUBSCRIÇÃO E OPÇÃO DE COMPRA DE AÇÕES - PRETENSÃO DE INCIDÊNCIA DA CLÁUSULA DE AJUSTE DO PREÇO - IMPOSSIBILIDADE - ACÓRDÃO QUE REFORMOU A SENTENÇA PARA JULGAR PROCEDENTE A AÇÃO PRINCIPAL E IMPROCEDENTE A RECONVENÇÃO - REFORMA QUE SE IMPÕE - PRECEDENTES DESTA CORTE - HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS NO PEDIDO RECONVENCIONAL - EXORBITÂNCIA VERIFICADA - MINORAÇÃO DO PERCENTUAL. INSURGÊNCIA DA DEMANDADA. Hipótese: cinge-se a controvérsia em decidir se o exercício dos direitos previstos nas opções emitidas em 1990 ou nos bônus emitidos em 1993, poder atrair a incidência da "cláusula de ajuste" do preço de subscrição de ações dos bônus emitidos em 1996, de modo a garantir aos investidores bonistas os mesmos direitos previstos nas opções.
CONCLUSÃO
Conforme requisitado nesse presente estudo de caso foram apresentadas as resoluções ás atividades propostas com auxilio de diversos materiais jurídicos que serão a frente referenciados, Pode-se concluir que os conceitos e princípios apresentados ao longo desta dissertação são essenciais á existência e validade dos contratos, pois com estes é possível analisar , elaborar, dissolver e resolver conflitos em casos concretos de maneira aprofundada e eficaz. 
REFERÊNCIAS
BRASIL. Lei nº 10.406, de 10 de janeiro de 2002. Institui o Código Civil. Diário Oficial da União: seção 1, Brasília, DF, janeiro 2002. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/2002/l10406compilada.htm> Acesso em 05 de outubro de 2020.
Contratos: dos princípios fundamentais aos modernos. Jus.com.br. 2014 Disponível em: <https://jus.com.br/artigos/31409/contratos-dos-principios-fundamentais-aos-modernos> Acesso em 05 de outubro de 2020.
DINIZ, Maria Helena. Curso de Direito Civil Brasileiro, volume 3: teoria das obrigações contratuais e extraordinárias – 27ª ed. São Paulo: Saraiva, 2011
GOMES, Orlando. Direito Civil: Contratos -26ª. ed. Rio de Janeiro: Forense, 2008.
MELO, Lucinete Cardoso de. O princípio da boa-fé objetiva no Código Civil. 2004 Disponível no site: <https://www.jornaljurid.com.br/doutrina/civil/o-principio-da-boa-fe-objetiva-no-codigo-civil> Acesso em 05 de outubro de 2020.
STJ. RECURSO ESPECIAL Nº 1.296.074 - RJ (2011/0278626-4). Relator: Ministro Marco Buzzi. DJ: 07/02/2001. JusBrasil, 2016. 
Disponivel em: <https://stj.jusbrasil.com.br/jurisprudencia/450539793/recurso-especial-resp-1296074-rj-2011-0278626-4/relatorio-e-voto-450539821?ref=juris-tabs>. Acesso em: 05 de outubro de 2020
Vício redibitório e evicção: conheça diferenças e semelhanças entre eles. SAJ ADV. 2018 Disponível em: <https://blog.sajadv.com.br/vicio-redibitorio/#:~:text=Diferente%20da%20evic%C3%A7%C3%A3o%2C%20o%20v%C3%ADcio,m%C3%B3veis%20decai%20em%20um%20ano> Acesso em 05 de outubro de 2020.
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