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Biblia e Historia de Israel 6

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Prévia do material em texto

EA
D
De Nabucodonosor a 
Alexandre
6
1. OBJETIVOS
•	 Reconhecer	as	potências	no	mundo	antigo	sob	as	quais	os	
judeus	se	viram	subordinados.
•	 Reconhecer	 as	 estratégias	 usadas	 pelos	 conquistadores	
em	relação	aos	conquistados.
•	 Identificar	elementos	de	transição	cultural	e	religiosa.	
•	 Identificar	elementos	que	conferiram	 identidade	aos	 ju-
deus	na	sucessão	de	processos	e	de	projetos	dominató-
rios.
2. CONTEÚDOS
•	 Histórias	da	história	do	cativeiro	dos	judeus	na	Babilônia.
•	 A	hegemonia	persa	e	o	retorno	dos	judeus	a	Jerusalém.
•	 Judá	ou	Judeia	na	era	helenística.
•	 A	dinastia	dos	asmoneus.
© Introdução Geral à Bíblia e História de Israel174
 Claretiano - REDE DE EDUCAÇÃO
3. ORIENTAÇÕES PARA O ESTUDO DA UNIDADE
Antes	de	 iniciar	o	estudo	desta	unidade,	é	 importante	que	
você	leia	as	orientações	a	seguir:
1)	 Os	conceitos	a	serem	abordados	podem	ser	assimilados	
mais	 facilmente	 a	 partir	 de	 debates,	 questionamentos	
e	cooperação.	Desse	modo,	discuta	os	temas	com	seus	
colegas.
2)	 Se	você	se	 interessar	pelas	maravilhas	do	mundo	anti-
go,	consulte	a	obra	As sete maravilhas do mundo anti-
go, de	autoria	de	Peter.	A.	Clayton	e	Martin	J.	Price,	da	
Ediouro,	datada	de	2003.	Além	de	ser	uma	obra	muito	
interessante	sobre	o	assunto,	ela	revela	os	detalhes	das	
célebres	 construções	 monumentais	 da	 Antiguidade.	 E	
quais	foram	essas	maravilhas?	Além	dos	Jardins	Suspen-
sos	da	Babilônia,	há,	ainda,	a	grande	Pirâmide	de	Gizé,	
a	estátua	de	Zeus	em	Olímpia,	o	templo	de	Ártemis	em	
Éfeso,	o	Mausoléu	de	Halicarnasso,	o	Colosso	de	Rodes	
e	o	Farol	de	Alexandria.	Leitura	altamente	recomendá-
vel,	especialmente	para	aqueles	que	se	 interessam	em	
conhecer	o	que	significaram	e	significam	essas	constru-
ções,	das	quais,	hoje,	resta,	apenas,	a	Pirâmide	de	Gizé.
4. INTRODUÇÃO À UNIDADE
Após	um	"sobrevoo"	sobre	a	formação	e	dissolução	das	mo-
narquias	 em	 Israel	 e	 Judá,	 colocamos	nossos	pés	na	Unidade	6,	
que	continua	o	tema	da	unidade	anterior	e	trata,	principalmente,	
da	história	política	de	Israel.
A	partir	deste	momento,	chegamos	a	etapas	muito	especiais	
nessa	história,	pois	trataremos	de	quando	os	israelitas,	por	meio	
de	uma	sucessão	de	 impérios	esplêndidos,	viveram	experiências	
diversificadas,	principalmente	no	campo	cultural.	
As	 perguntas	 que	 nos	 conduzirão	 ao	 longo	 desta	 unidade	
são:	
175© De Nabucodonosor a Alexandre
1)	 Quais	as	consequências	da	destruição	do	reino	próprio	
para	o	povo	israelita	ou	judeu?	
2)	 A	quem	as	políticas	internas	e	externas	beneficiavam?	
3)	 Quais	 interesses	 se	escondiam	por	detrás	das	benevo-
lências	dos	conquistadores?	
4)	 Quais	 eram	 os	 interesses	 judaicos	 expressos	 em	 suas	
ações	político-religiosas?	
Para	 o	 estudo	desta	 disciplina,	 apresentaremos	 uma	 visão	
geral	dos	judeus	sob	o	domínio	dos	babilônios,	que	culminou	com	
o	exílio	da	elite.	
Estudaremos,	 também,	 sobre	o	 poder	 do	magnífico	 Impé-
rio	Persa,	que	usou	estratégias	inéditas	e	diferentes	das	potências	
anteriores	 para	manter	 os	 israelitas	 conformados.	 Para	 finalizar,	
verificaremos	qual	foi	sua	situação	por	ocasião	da	dominação	dos	
soberanos	helênicos	e,	às	vésperas	da	era	romana,	como	se	porta-
ram	num	sistema	de	governo	próprio.
Para	iniciar	o	estudo	desta	unidade,	confira,	no	tópico	a	se-
guir,	um	pouco	da	história	de	Nabucodonosor.
5. NABUCO QUEM?
Nabucodonosor	era	o	filho	mais	velho	e	sucessor	de	Nabo-
polassar,	que	iniciou	o	domínio	caldeu	sobre	a	Babilônia	em	626	
a.C.	Durante	seu	reinado	(605-562	a.C.),	o	Império	Babilônico	co-
nheceu	seu	período	de	glória	e	teve	sua	majestade	descrita	alguns	
séculos	mais	tarde	pelo	famoso	historiador	grego	Heródoto.	
Nabucodonosor	esteve	ao	lado	de	seu	pai	no	comando	das	
tropas	contra	os	assírios	(607-606	a.C.)	e,	após	assumir	o	trono,	em	
605	a.C.,	rumou	para	a	Síria,	a	fim	de	continuar	a	guerra	contra	o	
Egito,	a	qual	Nabopolassar	houvera	iniciado.	
Líder	nato	e	brilhante,	Nabucodonosor	derrotou	os	egípcios,	
aniquilou	os	fenícios,	tomou	a	Palestina	e	obteve	o	controle	total	
do	Oriente	Médio.	Ao	lado	de	suas	vitórias	militares,	outro	de	seus	
© Introdução Geral à Bíblia e História de Israel176
 Claretiano - REDE DE EDUCAÇÃO
grandes	feitos	foi	reconstruir	a	Babilônia	com	fortificações,	embe-
lezando	os	templos,	construindo	fossos,	abrindo	canais	e	fazendo	
construções	deslumbrantes,	como	os	famosos	Jardins Suspensos,	
reconhecidos	por	nós	como	uma	das	sete	maravilhas	do	mundo	
antigo.	
Os	Jardins	Suspensos	da	Babilônia	foram	uma	das	sete	ma-
ravilhas	 do	mundo	 antigo.	 Talvez,	 uma	das	maravilhas	 relatadas	
sobre	que	menos	se	sabe.	Muito	se	especula	sobre	suas	possíveis	
formas	e	dimensões,	mas	nenhuma	descrição	detalhada	ou	ves-
tígio	 arqueológico já foram encontrados, além de um poço fora 
do comum,	 que	parece	 ter	 sido	usado	para	bombear	 água.	 Seis	
montes	de	terra	artificiais,	com	terraços	arborizados	apoiados	em	
colunas	de	25	a	100	metros	de	altura,	construídos	pelo	rei	Nabu-
codonosor	para	 agradar	e	 consolar	 sua	esposa	preferida	Amitis,	
que	nascera	na	Média,	um	reino	vizinho,	e	vivia	com	saudades	dos	
campos	e	florestas	de	sua	terra	(SAID,	2012).	
Figura	1	Representação dos Jardins Suspensos da Babilônia.	
6. ORIGEM DA HISTÓRIA DO CATIVEIRO DOS JUDEUS 
NA BABILÔNIA
Na	época	das	campanhas	de	Nabucodonosor	e	da	tomada	
do	poder	assírio,	os	reinos	vassalos	da	Assíria	continuaram	vassa-
los	da	Babilônia.	E,	entre	eles,	Judá,	um	pequeno	Estado,	vindo	de	
uma	conturbada	e	desastrosa	cisão,	que	já	havia	passado	pelo	se-
gundo	estágio	da	dominação	assíria	e	que	agora	era	,praticamen-
te,	composto	por	sua	capital,	Jerusalém,	e	seus	arredores.	
177© De Nabucodonosor a Alexandre
Como	 vimos	 na	 Unidade	 4,	 enquanto	 Jeoaquim	 foi	 rei	 de	
Judá,	Nabucodonosor	não	se	preocupou	em	invadi-lo.	Entretanto,	
as	coisas	não	seguiram	do	mesmo	modo	quando	Jeoaquim	mor-
reu.	Assim,	seu	filho	Jeconias	mal	teve	tempo	de	começar	a	reinar,	
pois,	dentro	de	alguns	meses,	o	soberano	babilônico	procedeu	ao	
primeiro	cerco	sobre	Jerusalém,	que	culminou	com	a	deportação	
do	rei	e	de	sua	corte	no	ano	597	a.C.	
Contudo,	esse	ainda	não	foi	o	fim	de	Judá.	Ao	invés	de	sim-
plesmente	anexá-lo,	Nabucodonosor	decidiu	deixar	que	o	peque-
no	estado	continuasse	a	existir	como	vassalo	e	como	governante	
próprio.	
Desse	modo,	ele	mesmo	instituiu	Zedequias	como	rei.	Nessa	
época,	o	profeta	Jeremias	pregava	a	inteligência,	ou	seja,	ele	ad-
vertia	ao	povo	de	 Judá	que	permanecesse	sob	a	Babilônia,	que,	
segundo	ele,	estava	sendo	usada	como	instrumento	de	Iahweh	(cf.	
Jr	27-29).	
Jeremias	foi	taxado	como	traidor,	e	não	demorou	para	que	
Zedequias	cedesse	às	vozes	que	lhe	diziam	que	ele	deveria	romper	
com	sua	condição	de	vassalo	babilônico.
Diante	da	rebelião	de	seu	dependente,	em	represália,	o	rei	
babilônico	sitiou	Jerusalém	pela	segunda	vez,	a	fim	de,	primeiro,	
abrir	brechas	em	sua	defesa;	depois,	reduzi-la	a	ruínas;	e,	por	fim,	
levar	a	elite	de	seus	habitantes	ao	desterro.	
Dessa	forma,	teve	início	o	tempo	do	cativeiro	dos	judeus	na	
Babilônia	de	Nabucodonosor.	A	invasão	e	a	destruição	de	Jerusa-
lém	são	detalhadas	já	pelo	final	do	segundo	Livro	de	Reis.
De	certo,	a	tomada	de	cidades	e	de	estados	na	Antiguidade	
vai	além	do	que	entendemos	como	trágico.	Especialmente	no	caso	
dos	israelitas,	a	tragédia	ganha	proporções	também	religiosas,	afi-
nal,	a	terra	perdida	era	a	mesma	terra	da	promessa	originadora	do	
êxodo.	Era	a	herança	especial	de	Israel	dada	por	Iahweh	e	conquis-
tada	com	muitas	lutas.	
© Introdução Geral à Bíblia e História de Israel178
 Claretiano - REDE DE EDUCAÇÃO
Nesse	momento,	Judá,	o	último	representante	da	totalidade	
de	Israel,	por	causa	da	dissolução	do	reino	do	norte	no	tempo	da	
Assíria,	também	havia	sido	eliminado	como	unidade	política.	Nos	
tempos	 do	 episódio,	 a	 Babilônia	 era	 bastante	 próspera:	 possuía	
seus	Jardins	Suspensos,	tinha	suas	ruas	asfaltadas,	possuía	gran-
diosos	palácios	e	templos	suntuosos;	tudo	o	que	uma	grande	ci-
vilizaçãopodia	produzir	lá	se	encontrava	nessa	época.	De	acordo	
com	Heródoto,	a	cidade	tinha	cerca	de	380km2,	muralhas	duplas,	
100	portas	de	bronze	(sendo	25	de	cada	lado)	e	o	Rio	Eufrates,	que	
passava	pelo	meio	da	cidade.	O	povo	levado	cativo	teve	permis-
são	para	viver	em	colônias,	o	que	impediu	sua	dispersão	total.	A	
preocupação	evidente	nos	escritos	dos	profetas	contemporâneos	
em	relação	ao	exílio	diz	respeito	à	permanência	da	identidade	re-
ligiosa,	étnica	e	cultural,	mesmo	longe	da	Terra	Prometida	(LOPES,	
2007).
A	destruição	do	templo	representou,	ainda,	um	impacto	par-
ticular.	Segundo	a	tradição,	o	templo	era	a	habitação	de	Iahweh,	
e,	de	acordo	com	a	 lei	 judaica,	somente	ali	os	sacrifícios	de	ani-
mais	podiam	ser	aceitos;	não	havia	e	não	podia	haver	outro	lugar.	
Contudo,	os	guerreiros	inimigos	entraram,	invadiram	o	lugar	mais	
sagrado,	no	qual	somente	o	sumo	sacerdote	podia	entrar,	saquea-
ram	seus	tesouros	e	incendiaram	o	que	sobrou.
Seguiu-se,	então,	uma	sequência	de	três	deportações	rela-
cionadas	aos	membros	da	classe	dominante	e	da	nobreza,	restan-
do	na	terra	apenas	classes	inferiores,	constituídas	de	agricultores.	
Para	 evitar	 futuros	 movimentos	 de	 independência,	 Nabu-
codonosor	executou	sacerdotes,	oficiais,	 funcionários	da	corte	e	
membros	da	nobreza.	O	 livro	Lamentações	de Jeremias oferece-
-nos	uma	visão	do	que	aconteceu	naquela	época:	a	fome	veio	aos	
moradores	da	cidade,	as	mulheres	foram	violentadas,	era	necessá-
rio	pagar	para	ter	água	e	lenha,	havia	trabalho	forçado	e	mesmo	a	
colheita	era	feita	sob	constante	risco	de	vida,	já	que	a	terra	havia	
se	tornado	exposta	aos	beduínos.	
179© De Nabucodonosor a Alexandre
Nesse	contexto,	 formaram-se	três	grupos	da	população	de	
Judá:	
•	 O	primeiro	é	aquele	dos	deportados,	que	mantinha	suas	
expectativas	em	Jeconias,	que	estava	preso	com	eles.	
•	 O	segundo	é	composto	por	aqueles	que	fugiram	para	re-
giões	como	Amon	e	Egito,	sobre	cujos	projetos	políticos	
não	existem	registros.	
•	 O	terceiro	refere-se	àqueles	que	apoiavam	o	projeto	de	
Godolias,	sob	a	proteção	da	Babilônia.	Esse	Godolias,	um	
funcionário	sem	parentesco	com	a	casa	de	Davi,	foi	cons-
tituído	sobre	Judá	por	Nabucodonosor,	logo	após	a	queda	
de	Zedequias.	Do	segundo	grupo	saiu	certo	Ismael,	que,	
mais	tarde,	assassinaria	Godolias	(Jr	41,1-3).
O	que	impediu	a	dispersão	total	do	grupo	levado	cativo	foi	
a	obtenção	de	permissão	para	viver	em	colônias,	enquanto	seguia	
sonhando	com	um	retorno	a	Jerusalém.	Sua	saudade	é	registrada	
de	forma	bela	no	triste	canto	recolhido	no	Salmo	137:
À	beira	dos	rios	da	Babilônia,	ali	ficávamos	sentados,
Desfeitos	em	prantos,	pensando	em	Sião.
Nos	salgueiros	da	vizinhança
Havíamos	pendurado	as	nossas	cítaras.
Ali	os	conquistadores	nos	pediam	canções
E	os	nossos	raptores,	melodias	alegres:
"Cantai	para	nós	algum	canto	de	Sião".
Como	cantar	um	canto	do	Senhor	em	terra	estrangeira?
Se	eu	te	esquecer,	Jerusalém,	que	a	minha	direita	esqueça...!
Que	a	minha	língua	se	me	cole	ao	céu	da	boca
Se	eu	não	pensar	mais	em	ti,
Se	eu	não	preferir	Jerusalém	a	qualquer	outra	alegria	(vv.	1-6).
De	 fato,	muitos	 recomeçaram	a	vida	na	Babilônia	e	 jamais	
regressaram	à	Palestina,	de	modo	que	a	cidade	do	exílio	acabou	
por	se	tornar	um	importante	centro	do	judaísmo.	É	muito	provável	
© Introdução Geral à Bíblia e História de Israel180
 Claretiano - REDE DE EDUCAÇÃO
que	vários	livros	do	Antigo	Testamento,	entre	os	quais	o	Deutero-
nômio,	tenham	chegado	à	sua	redação	final	na	Babilônia.	Deute-
ronômio,	por	exemplo,	narra	a	libertação	de	Jeconias	da	prisão. 
Como	não	havia	mais	templo	e	não	se	podiam	oferecer	sa-
crifícios	em	terra	impura,	dois	elementos	rituais	que	não	estavam	
ligados	a	locais	cúlticos	foram	especialmente	destacados:	a	circun-
cisão	e	a	observação do sábado.	Esses	costumes,	aos	quais,	mais	
tarde,	a	oração	com	os	olhos	voltados	para	Jerusalém	foi	acrescen-
tada	(1Rs	8,48;	Dn	6,10),	passaram	a	constituir	sinais	da	aliança	e	
de	filiação	a	Iahweh	(Ez	20,12	e	20;	Gn	17,11).
Dessa	forma,	são	nessas	terras	que	surgem	duas	expectati-
vas	para	a	restauração	de	Israel:	
•	 A	primeira	delas	se	dá	com	o	profeta	Ezequiel,	cujo	pro-
grama	gira	em	torno	da	reconstrução	e	reorganização	do	
serviço	do	templo	(Ez	40-48).	
•	 A	segunda	pode	ser	verificada	com	um	profeta	anônimo	
que	costumamos	chamar	de	Segundo	ou	Deutero-Isaías	
(Is	40-55),	cujo	objetivo	era	animar	o	povo	abatido.	Israel,	
o	servo	castigado,	já	havia	pago	suas	culpas	(Is	40,1-2),	e	
seu	sofrimento	possuía	funções	salvíficas,	pois,	por	meio	
dele,	as	nações	acreditavam	em	Iahweh	(Is	52,13	e	53,12).
A	tragédia	da	destruição	de	Jerusalém	e	a	consequente	de-
portação	 da	 elite	 conduziram	 a	 uma	 nova	 reflexão	 nos	 círculos	
que	se	mantinham	fiéis	a	Iahweh.	As	perguntas	emergidas	da	crise	
questionavam	a	duração	do	reino	de	Davi	e	o	templo	como	local	da	
habitação	de	Iahweh	e	de	seu	nome.	
As	respostas	a	elas	estão	reunidas	nas	Lamentações	de	Jere-
mias	e	na	obra	historiográfica	deuteronomista	(Josué,	Juízes,	1	e	2	
Samuel	e	1	e	2	Reis).	Segundo	esses	corpos	literários,	a	desgraça	
de	 Israel	 foi	 um	 juízo	 de	 Iahweh	 sobre	 seus	 pecados	 (Lm	2,6ss;	
4,17;	Sl	89,39-46).	Por	isso,	também,	toda	a	esperança	deveria	ser	
depositada	nele,	o	único	capaz	de	restaurar	a	glória	de	antes.	
181© De Nabucodonosor a Alexandre
Nesse	sentido,	o	chamado	ao	arrependimento	e	as	confis-
sões	eram	os	elementos	centrais	da	liturgia	das	Festas	de	Lamen-
tação	 celebradas	 no	 santuário	 arrasado,	 uma	 imagem	 bastante	
forte	e	triste.	
7. VÃO-SE OS BABILÔNIOS, VÊM OS PERSAS
A	sucessão	ao	trono	babilônico	após	a	morte	Nabucodono-
sor	em	562	a.C.	deu	início	ao	declínio	do	império,	que	agora	se	via	
à	mercê	de	golpes	de	estado.	Esse	enfraquecimento	era	propício	
para	o	surgimento	de	uma	nova	potência:	a	Pérsia.	
Em	meados	do	século	6º,	os	persas	estavam	submetidos	aos	
medos,	assim	como	outros	povos	 iranianos,	dos	quais	cobravam	
impostos.	Essa	situação	se	estendeu	até	o	ano	550	a.C.,	quando	
um	príncipe	persa	chamado	Ciro	liderou	uma	revolta	contra	o	rei	
medo	Ciaxerxes	e	saiu	vitorioso.	Ciro,	o	Grande	(560-530	a.C.),	tor-
nou-se	rei	dos	medos	e	persas	após	haver	conquistado	Ecbátana	e	
destronado	Astíages	(555	a.C.).	Conquistou,	também,	a	Babilônia	
(539	a.C.).	O	 império	 ia	desde	o	Helesponto	até	as	 fronteiras	da	
Índia.
Desse	modo,	Ciro	tornou-se	o	senhor	do	império	medo,	que	
incluía	o	 Irã,	 a	Armênia,	 a	Ásia	Menor	e	parte	da	Mesopotâmia	
Setentrional.	Em	546	a.C.,	derrotou	o	rei	da	Lídia,	fazendo	que	seu	
reino	se	estendesse	para	a	Ásia	Menor	Ocidental.	
Alguns	anos	mais	tarde,	em	539	a.C.,	derrotou	Nabonido	e	
anexou	o	reino	babilônico	ao	qual	pertencia	a	Palestina-Síria.	Em	
525	a.C.,	o	sucessor	de	Ciro,	seu	filho	Cambises,	expandiria	o	do-
mínio	persa	até	o	Egito	e	teria	para	si	o	mérito	de	ser	o	governante	
do	primeiro	império	a	se	deitar	por	todo	o	Oriente	Próximo	(toda	
a	Mesopotâmia,	Irã,	Egito,	Ásia	Menor	e	Palestina-Síria).	
O	 império	 persa	 atingiu	 seu	 auge	 em	 termos	de	 território	
com	Dario	 I,	quando	 foram	conquistados	o	Vale	do	Rio	 Indo,	no	
leste,	e	a	Trácia,	no	oeste.	Em	seu	esquema	administrativo,	Dario	
© Introdução Geral à Bíblia e História de Israel182
 Claretiano - REDE DE EDUCAÇÃO
I	 dividiu	 o	 império	 em	províncias,	 para	 as	 quais	 nomeou	 gover-
nadores	de	 confiança,	 os	denominados	 sátrapas.	 Também	cons-
truiu	grandes	estradas	 (a	 famosa	Estrada	Real	 ligava	seu	 imenso	
império),	o	que	facilitou	o	deslocamento	de	tropas	e	o	movimento	
comercial. 
Foi	durante	o	reinado	de	Ciro,	o	Grande,	que	o	cativeiro	babi-
lônico	dos	judeus	chegou	ao	fim,	pois	o	soberano	permitiu	a	volta	
deles	a	 Jerusalém,	bem	como	a	 reconstrução	do	 templo	no	ano	
538	a.C.,	com	as	despesas	às	expensas	da	reserva	do	Estado	persa.	
Por	isso,	Ciro	é	visto	pelo	Segundo	Isaías	como	um	libertador	aben-
çoado	por	Deus,	e	sua	ação,	como	um	novo	êxodo.
Sentimentos	religiosos	das	nações	conquistadas	eram	tolera-
dos	pelo	soberano,	queviu	nessa	estratégia	a	forma	para	conseguir	
a	lealdade	dos	vassalos.	Após	a	tomada	da	Babilônia,	ele	decretou	
a	devolução	aos	seus	respectivos	templos	das	estátuas	cúlticas	to-
madas	dos	povos	conquistados	por	Nabonido.	Esse	decreto	signi-
ficava	a	retomada	dos	utensílios	sagrados	e,	possivelmente,	frag-
mentos/rolos	de	sua	tradição	religiosa.	O	decreto	reativo	à	volta	
dos	judeus	a	Jerusalém	com	a	permissão	de	reconstrução	do	seu	
templo	está	preservado	no	texto	bíblico	em	2Cr	36,22-23	e	em	Ed	
1,1-5.	
No	primeiro	ano	de	Ciro,	rei	da	Pérsia,	para	cumprir	a	palavra	
de	Iahweh,	pronunciada	por	Jeremias,	Iahweh	suscitou	o	espírito	
de	Ciro,	rei	da	Pérsia,	que	o	mandou	proclamar	a	viva	voz	e	por	
escrito,	em	todo	o	seu	reino,	o	seguinte:	
Assim	fala	Ciro,	rei	da	Pérsia:	Iahweh,	o	Deus,	o	céu,	entregou-me	
todos	os	reinos	da	terra;	ele	me	encarregou	de	construir	para	ele	
um	Templo	em	Jerusalém,	na	terra	de	Judá.	Todo	aquele	que,	den-
tre	vós,	pertence	a	todo	o	seu	povo,	que	seu	Deus	esteja	com	ele	e	
que	se	dirija	para	lá!	(2Cr	36,22-23).	
A	condução	dos	utensílios	do	templo	foi	colocada	sob	a	res-
ponsabilidade	de	certo	Sesbazar,	que	pode	se	tratar	do	mesmo	Se-
nasser	listado	na	genealogia	de	1	Crônicas	3,17ss	como	filho	do	rei	
Jeconias.	Se	for	assim,	os	persas	não	lhe	estavam	devolvendo	o	rei-
183© De Nabucodonosor a Alexandre
no	de	seu	pai,	mas	apenas	lhe	conferindo	uma	missão:	reconduzir	
os	utensílios	do	templo	e	reconstruí-lo.	A	história	bíblica	não	nos	
relata	o	fim	de	Sesbazar,	mas	nos	deixa	saber	que	ele	só	conseguiu	
completar	a	primeira	parte	da	missão.
[...]	Além	disso,	o	rei	Ciro	retirou	do	santuário	de	Babilônia,	os	uten-
sílios	de	ouro	e	de	prata	do	Templo	de	Deus,	que	Nabucodonosor	
retirara	do	 santuário	de	 Jerusalém	e	 transportara	para	o	 templo	
de	Babilônia;	e	mandou	entregá-los	a	Sesabassar,	que	ele	nomeou	
governador;	e	disse-lhe:	-	Toma	esses	utensílios,	vai	depositá-los	no	
santuário	em	Jerusalém	e	que	o	Templo	seja	reconstruído	em	seu	
lugar	primitivo	(Esd	5,14-15).	
Ao	mesmo	tempo,	em	Jerusalém,	haviam	assentadas	algu-
mas	situações	que	minaram	o	interesse	pela	construção	do	santu-
ário,	dentre	as	quais	podemos	citar	as	magras	condições	de	vida	
na	cidade	e	no	resto	da	 terra	cultivada,	provocadas	pela	seca	e,	
consequentemente,	 pela	má	 colheita.	 A	 situação	 toda	 levou	 ao	
consenso:	"[...]	não	veio	ainda	o	tempo	em	que	a	casa	de	Iahweh	
deve	ser	edificada" (Ag	1,2).
A	construção	iniciada	por	Sesbazar	foi	retomada	somente	no	
tempo	de	Dario	 I,	 sob	a	supervisão	de	um	descendente	de	Davi	
chamado	Zorobabel	(Ed	3,2;	1Cr	3,19).	Ainda	que	os	profetas	Ageu	
e	Zacarias	tenham	ligado	esperanças	messiânicas	a	ele	(Ag	2,23),	o	
comissionamento	seguiu	sendo	muito	específico,	sem	representar	
restituição	do	antigo	reino,	e	sempre	sob	a	supervisão	do	governo	
de	Samaria,	do	qual	Jerusalém	se	tornara	província.
No	ano	515	a.C.,	o	novo	templo	foi	concluído	e	inaugurado.	
Ao	contrário	dos	assírios	e	babilônios,	que	buscavam	desintegrar	o	
elemento	cúltico	dos	povos	dominados,	receando	que	ele	pudesse	
ser	força	geradora	de	revolta,	os	persas	não	 interferiram	na	reli-
gião.	Dario	não	fez	intervenções	no	culto	e	no	sacerdócio	judaico,	
e	sua	orientação	explícita	era	de	que	o	templo	de	Jerusalém	fosse	
dedicado,	exclusivamente,	à	celebração	de	Iahweh.	O	único	acrés-
cimo	feito	por	ele	era	a	prática	de	uma	oração	diária	em	favor	do	
rei.
© Introdução Geral à Bíblia e História de Israel184
 Claretiano - REDE DE EDUCAÇÃO
É	 importante	observar	que	o	templo	foi	devolvido	a	 Israel.	
Porém,	o	nome	"Israel"	sofreu	redução	de	sentido;	ele	não	servia	
mais	para	designar	a	coligação	das	extintas	tribos,	bem	como	para	
nomear	um	estado.	Diante	da	nova	realidade,	o	termo	"Israel"	pas-
sou	a	ser	usado	para	designar	a	comunidade	cúltica	que	se	reunia	
no	novo	santuário	de	Jerusalém	e	que	se	manteve	unida	por	meio	
do	culto	a	Iahweh	(METZGER,	1978).
Já	na	época	do	rei	Ataxerxes	(445	a.C.),	mais	dois	grupos	de	
desterrados	chegaram	a	Jerusalém.	
•	 O	primeiro	deles	estava	comandado	por	Esdras	(458	a.C.),	
que	se	dedicou	à	restauração	do	culto.	
•	 O	segundo	estava	com	Neemias	(455	a.C.),	a	quem	o	rei	
enviou	a	 Jerusalém	com	uma	missão	sobremaneira	am-
pla:	reconstruir-lhe	os	muros,	povoá-la	e	consolidar	a	re-
gião.	
Desse	modo,	 Neemias,	 mais	 tarde,	 instituiu	 uma	 série	 de	
normativas	que	incluíam	o	compromisso	de	entrega	pontual	dos	
dízimos	ao	santuário,	observação	do	sábado	e	o	não	casamento	
com	estrangeiros.	
Nesse	sentido,	com	administração	independente,	Judá	fica-
va	separado	da	Samaria,	que	perdia	parte	de	seu	território,	incluin-
do	o	templo.
A	autonomia	de	Judá	encontrou	oposição	entre	outras	pro-
víncias.	Como	consequência	do	seu	estabelecimento	como	provín-
cia,	durante	o	século	4º,	o	 inevitável	aconteceu:	a	edificação	de	
um	centro	religioso	em	Samaria,	o	templo	de	Garizim,	o	"monte	da	
bênção"	(Dt	11,29).	Os	habitantes	de	Samaria	souberam	se	apro-
veitar	dessa	referência	 fora	de	propósito	no	Deuteronômio	 (que	
preconiza	um	único	 lugar	de	culto),	alegando	que	estavam	cum-
prindo	a	vontade	de	Moisés	ao	firmar	o	culto	no	lugar	em	que	ele	
teria	querido.	
185© De Nabucodonosor a Alexandre
Os	habitantes	da	Samaria	eram	os	descendentes	da	popula-
ção	mista	israelita	e	pagã	que	ocupou	aquele	território	depois	do	
exílio	dos	Samaritanos	para	Nínive	(711	a.C.).	Eles	somente	admi-
tiam	como	livros	canônicos	o	Pentateuco	(tal	como	os	Saduceus)	
e	tinham	um	templo	no	monte	Garizim	(2Rs	17,24-28;	Esd	4,1-4).	
Por	esse	motivo,	os	Judeus	(habitantes	da	Judeia,	ao	sul)	rejeita-
vam-nos,	como	se	fossem	pagãos	(Lc	10,25-37;	Jo	4,19-22).
Do	ponto	de	vista	das	elites	de	Samaria,	era	imprescindível	
ter	 "seu"	 templo.	Era	uma	necessidade	política.	Porém,	o	efeito	
na	fé	do	povo	foi	de	criar	um	cisma	religioso.	Tratava-se	de	duas	
interpretações	contraditórias	de	um	mesmo	texto	relevado,	o	Pen-
tateuco.	Fazer	peregrinações	a	Garizim	era	rechaçar	a	legitimidade	
do	templo	de	Jerusalém	e	vice-versa,	já	que	Moisés	dissera	clara-
mente	(em	Lv	17,1-7	e	Dt	12,1-14)	que	pode	haver	somente	um	
lugar	de	culto,	o	lugar	escolhido	por	Javé.	De	um	problema	político	
das	elites,	surgiu	um	problema	de	fé	para	as	bases	populares,	pro-
blema	ainda	não	resolvido	nos	tempos	de	Jesus	(cf.	Jo	4)	(PIXLEY,	
1990).	
Na	 outra	 ponta,	 os	 sacerdotes	 de	 Jerusalém	 procuravam	
manter	a	identidade	de	maneira	bastante	drástica	por	meio	de	ob-
servância	rigorosa	da	 lei,	das	tradições	religiosas	e	da	pureza	de	
raça.	Por	esse	motivo,	pronunciavam-se	ferozmente	contra	à	união	
de	judeus	com	estrangeiros,	chegando	ao	ponto	de	colocar	fim	a	
essas	uniões	quando	tinham	a	chance	(cf.	Ed	9-10).	
Provavelmente,	o	tempo	de	exílio	não	transcorreu	sem	pro-
vocar	alterações	na	política	judaica	secular	e	religiosa.	Dentre	elas,	
podemos	mencionar:	
a)	 o	abandono	da	ideia	monárquica	e	o	retorno	ao	princí-
pio	da	 teocracia,	 o	único	 capaz	de	 conjugar	 judeus	na	
Palestina	com	aqueles	que	estavam	dispersos;	
b)	 a	rejeição	definitiva	do	politeísmo;	
c)	 a	adoção	do	aramaico	como	língua	popular;	
d)	 o	estabelecimento	de	sinagogas	em	diversos	centros	de	
população	judaica.	
© Introdução Geral à Bíblia e História de Israel186
 Claretiano - REDE DE EDUCAÇÃO
8. SAI A PÉRSIA, ESTABELECE-SE O PERÍODO HELE-
NÍSTICO
Vamos	observar,	agora,	a	decadência	do	magnífico	império	
dos	persas	com	a	expansão	do	território	na	tomada	do	estreito	de	
Bósforo	e	Darnelos,	no	Mar	Negro.
Essa	situação	prejudicou	o	intenso	comércio	grego	na	região,	
e	o	clima	de	conflito	entre	algumas	cidades	gregas	e	o	império	per-
sa	desembocou	em	uma	longa	guerra.	Em	490	a.C.,	Dario	tentou	
invadir	a	Grécia,	mas	foi	derrotado	pelos	gregos.	Após	sua	morte,	
seu	filho	Xerxes	deu	sequência	à	luta	contra	a	Grécia,	mas	foi	ven-
cido	entre	480	e	479	a.C.	
Após	sucessivas	derrotas,	os	persas	não	tiveram	escolha	se-
não	reconhecer	a	hegemonia	grega	no	Mar	Egeu	e	na	Ásia	Menor.	
Com	o	enfraquecimento	do	império,	várias	das	satrapias	(provín-cias	em	que	estava	dividido	o	antigo	império	persa)	revoltaram-se	
contra	o	domínio	persa,	e,	no	plano	interno,	a	luta	pelo	poder	foi	
se	tornando	cada	vez	mais	violenta.
Dessa	forma,	durante	o	século	4º	a.C.,	o	império	foi	se	esfa-
celando	como	resultado	de	abundantes	revoltas.	Contudo,	o	golpe	
final	foi	dado	por	Alexandre	da	Macedônia,	que	anexou	o	império	
dos	persas	após	vencer	as	tropas	de	Dario	III	numa	série	de	bata-
lhas	entre	334	e	331	a.C.	Esse	é	o	começo	do	chamado	período	
helenístico	para	vários	territórios,	inclusive	Judá.	
Mas	o	que	é	helenismo?
Helenismo	é	o	termo	usado	quando	nos	referimos	à	cultura	
e	a	um	modo	de	vida	que	se	seguiram	às	conquistas	de	Alexandre.	
Para	alguns,	M.	Hengel	e	J.	G.	Droysem,	por	exemplo,	o	helenis-
mo	define-se	como	o	sincretismo	(mistura)	entre	culturas	gregas	e	
orientais.	De	fato,	a	definição	do	conceito	é	mais	complexa	do	que	
a	sua	abstração.	Por	ora,	 importa-nos	apenas	ter	em	mente	que	
o	helenismo	tinha	essencialmente	a	ver	com	questões	de	cunho	
cultural	e	o	que	decorre	delas	(para	as	discussões	em	torno	desse	
conceito,	veja	COLLINS;	STERLING,	2001).	
187© De Nabucodonosor a Alexandre
Alexandre Magno
Alexandre	III	Magno	ou	Alexandre,	o	Grande,	rei	da	Macedô-
nia	(336-323	a.C.),	foi	um	dos	mais	importantes	militares	do	mun-
do	antigo.	Nascido	em	Pela,	antiga	capital	da	Macedônia,	era	filho	
do	rei	Felipe	II.
Seu	tutor	foi	ninguém	menos	que	o	grande	filósofo	Aristóte-
les,	que	lhe	ensinou	literatura,	retórica	e	instigou	seu	interesse	pe-
las	ciências,	filosofia	e	medicina.	Nos	anos	de	336	a.C.,	Felipe	II	foi	
assassinado	e	Alexandre	ascendeu	ao	trono	da	Macedônia,	dando	
início	a	uma	trajetória	marcante	na	história	do	mundo	antigo.
Seu	 sucesso	 extraordinário	 originava-se	 da	 sua	 habilidade	
como	estrategista	e	da	superioridade	tática	de	suas	forças,	prin-
cipalmente	a	cavalaria.	Ele	sabia	como	ninguém	o	que	fazer	para	
inspirar	seus	homens	a	seguirem-no	nas	campanhas	mais	ousadas	
e	improváveis,	como	foi	o	caso	daquela	na	Índia.	
Como	político	e	dirigente,	 traçou	planos	grandiosos,	 como	
o	projeto	de	unificar	Oriente	e	Ocidente	em	um	grande	 império	
mundial.	Se,	de	fato,	esse	plano	existiu,	é	certo	que	jamais	se	con-
cretizou.	Entretanto,	suas	conquistas	foram	notáveis:	Pérsia,	Egito,	
Palestina-Síria,	Mesopotâmia.	Enfim,	 todo	o	Oriente	acabou	sob	
seu	domínio.
Para	 consolidar	 suas	 conquistas,	 Alexandre	 edificou	 várias	
cidades	ao	longo	de	seus	territórios,	muitas	das	quais	se	chama-
ram	Alexandria	em	sua	homenagem.	Tais	cidades	eram	bem	loca-
lizadas,	ladrilhadas	e	contavam	com	abastecimento	de	água.	Eram	
independentes,	mas	sujeitas	aos	editos	do	rei.	
Os	gregos	mais	velhos	de	seu	exército,	bem	como	os	guerrei-
ros	mais	jovens,	mercadores,	comerciantes	e	eruditos	alojaram-se	
nessas	cidades,	levando	consigo	a	cultura	e	a	língua	gregas.	Assim,	
Alexandre	estendeu	largamente	a	influência	da	cultura	grega,	pre-
parando	o	caminho	para	os	reinos	do	período	helenístico	e	para	a	
posterior	expansão	de	Roma.
© Introdução Geral à Bíblia e História de Israel188
 Claretiano - REDE DE EDUCAÇÃO
Figura	2	Extensão do império de Alexandre Magno.
9. DEPOIS DE ALEXANDRE
Na	realidade,	o	domínio	de	Alexandre	foi	muito	breve,	pois	
ele	morreu	na	Babilônia,	em	323	a.C.,	antes	dos	40	anos	de	idade.	
Após	sua	morte,	o	reino	que	conquistou	foi	dividido	entre	três	de	
seus	generais,	da	seguinte	maneira:
•	 A	Ásia	Menor	com	Antígono.
•	 A	Mesopotâmia	e	a	Síria	Setentrional	com	Seleuco.
•	 O	Egito	com	Ptolomeu.
De	acordo	com	essa	divisão,	entre	301	e	203	a.C.,	a	Palesti-
na,	que	fazia	parte	da	província	da	Síria	e	Fenícia,	ficou	submetida	
aos	reis	helenísticos	instalados	no	Egito,	isto	é,	aos	ptolomeus:	por	
ordem,	Ptolomeu	I	Soter,	Ptolomeu	II	Filadelfo,	Ptolomeu	III	Ever-
getes	e	Ptolomeu	IV	Filopátor.
Durante	 o	 tempo	 em	que	 os	 ptolomeus	 reinaram	 sobre	 a	
Palestina,	ela	esteve	em	paz,	embora	não	a	tenham	isentado	da	
exploração	econômica.	Os	judeus	de	então	puderam	praticar	livre-
mente	o	 culto	a	 Iahweh,	mas	não	 tiveram	história	própria.	 Pelo	
189© De Nabucodonosor a Alexandre
menos	não	existem	relatos	que	nos	informem	sobre	uma.	
Contudo,	 temos	 um	 fato	 importante	 nesse	 período:	 a	 tra-
dução	 das	 escrituras	 hebraicas	 para	 o	 grego,	 que	 gradualmente	
tornava-se	a	língua	corrente.	Diz	a	lenda	que,	sob	o	patrocínio	de	
Ptolomeu	II,	setenta	sábios	foram	reunidos	na	cidade	de	Alexan-
dria	 para	 operarem	 esse	 trabalho,	 que	 ficou	 conhecido	 como	 a	
Tradução dos Setenta ou	Septuaginta (LXX).
Inicialmente,	a	província	da	Síria	e	Fenícia	foi	objeto	de	de-
sejo	 tanto	dos	ptolomeus	quanto	dos	 seleucidas,	que	 levaram	a	
pior	nas	disputas.	Eles,	entretanto,	jamais	ficaram	tranquilos	com	
a	perda	da	Síria	e	Fenícia	para	os	ptolomeus,	de	modo	que,	em	vá-
rias	ocasiões,	tentaram	resgatar	essa	província.	Quem	conseguiu	
reavê-la	foi	Antíoco	III,	quando	derrotou	os	homens	de	Ptolomeu	
V	Epífanes.	E	a	situação	permaneceu	assim	até	o	levante	de	Ma-
tatias	e	seus	filhos	em	167	a.C.,	que	conhecemos	como	a	Guerra 
dos Macabeus.	
Durante	os	conflitos	entre	o	soberano	seleucida	e	o	ptolo-
meu,	a	comunidade	cultual	de	Jerusalém	colocou-se	do	lado	dos	
seleucidas.	Por	essa	razão,	ao	vencer	a	disputa,	Antíoco	III	conce-
deu	a	Jerusalém	privilégios	de	várias	naturezas,	num	decreto	que	é	
citado	no	livro	III	das	Antiguidades Judaicas	de	Flávio	Josefo.	Entre	
as	 regalias	conseguidas	por	 Jerusalém,	estavam	abonos	estatais,	
isenção	de	certos	 impostos	e	o	direito	de	viver	segundo	as	suas	
próprias	leis	(METZGER,	1978).
10. REVOLTA DOS MACABEUS
Antíoco	III	deu	início	a	uma	série	de	campanhas	anexatórias	
nos	 territórios	 dominados	 pelas	 famílias	 dos	 outros	 generais	 de	
Alexandre.	Estava	empolgado	com	as	novas	conquistas,	pensando	
que	poderia	anexar	Roma	também,	mas	"deu	com	a	cara	na	por-
ta".	Além	de	derrotado,	acabou	afundado	em	dívidas	de	guerra	e	
morreu	pouco	tempo	depois.	
© Introdução Geral à Bíblia e História de Israel190
 Claretiano - REDE DE EDUCAÇÃO
Em	175	a.C.,	Antíoco	IV	assumiu	o	poder,	bem	como	as	mui-
tas	dívidas	do	pai,	e	passou	a	dirigir	Jerusalém	de	olho	nos	impos-
tos	 arrecadados	 pelo	 templo	 da	 cidade.	 Conforme	 demonstrou,	
brevemente,	a	Unidade	2,	foi	durante	seu	reinado	que	se	estabe-
leceu	um	tempo	de	tensões	com	a	comunidade	cultual	de	Jerusa-
lém,	ao	que	 tudo	 indica,	provocadas	pelo	antagonismo	entre	os	
grupos	fiéis	à	lei	e	os	de	disposições	helênicas	que	deram	as	costas	
para	as	tradições.	Os	relatos	do	conflito	estão	recolhidos	em	1	e	2	
Macabeus.
Vale	ressaltar	que,	desde	169	a.C.,	quando	o	rei	invadiu,	pro-
fanou	e	saqueou	o	 templo	de	 Jerusalém,	vários	costumes	 judai-
cos	 foram	comprometidos:	 a	observação	do	 sábado,	 a	oferenda	
de	sacrifícios	no	templo,	as	festas	tradicionais	e	mesmo	os	rituais	
de	circuncisão	haviam	sido	suspensos	por	tempo	indeterminado.	
Assim,	os	judeus	que	se	mantinham	fiéis	às	tradições	apesar	das	
ordens	reais	estavam	na	zona	de	perigo.
Dentre	aqueles	que	propunham	alguma	resistência,	estava	o	
sacerdote	Matatias,	que	recebeu	uma	séria	advertência	de	Antío-
co	IV:	ele	e	seus	seguidores	seriam	punidos	se	não	se	conformas-
sem	às	normativas	reais.	Dessa	forma,	para	mostrar	que	estava	de	
acordo	com	as	exigências,	o	sacerdote	deveria	oferecer	um	sacrifí-
cio	a	Zeus,	deus	supremo	dos	gregos.	
Visto	que	Matatias	não	aceitou	as	exigências,	passou	a	sofrer	
perseguições	da	parte	do	rei.	Como	não	podia	mais	ficar	em	sua	
cidade,	Modin,	mudou-se	com	a	família	e	mais	alguns	partidários	
para	o	deserto	da	Judeia,	de	onde	organizou	um	pequeno	exército	
para	combater	os	gregos	e	judeus	apóstatas.	No	entanto,	Matatias	
morreu	apenas	alguns	meses	depois,	sendo	substituído	na	chefia	
da	revolta	por	seu	filho	Judas	Macabeu,	que,	a	partir	dos	anos	166	
a.C.,	deu	início	a	uma	série	de	conflitos	contra	o	poderio	militar	de	
Antíoco	e	acabou	vencendo	seu	oponente. 
Embora	o	número	de	homens	de	Judas	fosse	muito	menor	
que	o	do	adversário	(primeiroGeorgias,	em	Emaús,	e	depois	Lísias,	
191© De Nabucodonosor a Alexandre
em	Bete-Sur,	ambos	os	governadores	de	províncias	encarregados	
por	Antíoco),	a	surpreendente	vitória	dos	insurgentes	deveu-se	à	
perspicácia	das	 táticas	de	 Judas	e,	 é	 claro,	 aos	esforços	de	 seus	
partidários,	para	os	quais	essas	batalhas	eram	decisivas.
Após	as	duas	vitórias,	Judas	assumiu	o	controle	da	situação	
na	Judeia,	podendo	iniciar	e	concluir	a	purificação	e	reconsagração	
do	santuário	profanado	por	Antíoco	IV	(1Mc	4,36ss).	Encorajadas	
por	 essa	 grande	 vitória,	 as	 forças	 judaicas	 seguiram	em	 campa-
nhas,	destruindo	cidades	helenísticas	e	 trazendo	terror	sobre	os	
judeus	que	tinham	deixado	de	reverenciar	Iahweh.
Mais	 tarde,	 os	 judeus	 foram	 derrotados	 em	 Bet-Zacarias,	
mas	o	rei	ofereceu-lhes	um	acordo	de	paz	e	propôs	a	retirada	das	
normativas	que	originaram	a	revolta,	que	foi	aceito	posteriormen-
te	(1Mc	6,60).	No	entanto,	os	objetivos	iniciais	da	insurreição	fo-
ram	atingidos,	e	a	solução	pôs	fim	à	primeira	parte	da	guerra,	de	
cunho	religioso.	
© Introdução Geral à Bíblia e História de Israel192
 Claretiano - REDE DE EDUCAÇÃO
 Figura	3	Representação da revolta dos macabeus.
O	rei	instituiu	Alcimo,	um	membro	da	família	sacerdotal	aa-
rônica,	como	sumo	sacerdote.	Os	piedosos	(assideus)	não	tiveram	
nenhum	 problema	 em	 aceitar	 a	 atividade	 sacerdotal	 de	 Alcimo	
(1Mc	7,12-14).	Contudo,	 Judas	e	seus	 irmãos	não	estavam	satis-
feitos.	Além	do	objetivo	religioso,	corria	em	paralelo	um	objetivo	
político:	libertar	os	judeus	do	domínio	seleucida	e	promulgar	a	in-
dependência,	que	veio	em	142,	mas	Judas	já	estava	morto	desde	
160.
Após	a	morte	de	Judas,	Jonatas	e	depois	Simão,	seus	irmãos,	
assumiram	o	poder	e	iniciaram	a	dinastia	dos	asmoneus,	uma	fa-
mília	de	sacerdotes	levitas	(não	aaronitas)	que	se	conservaram	du-
rante	decênios	na	liderança	política	e	religiosa	dos	judeus.	
193© De Nabucodonosor a Alexandre
O	 governo	 asmoneu	 promoveu	 o	 desenvolvimento	 do	 co-
mércio	e	da	manufatura,	o	que	prejudicou	muito	a	agricultura.	Em	
consequência,	a	classe	dos	pequenos	proprietários	foi	reduzida	à	
penúria	e	alguns	ricos	comerciantes	compraram	suas	terras.	Sur-
giram,	assim,	uma	classe	de	grandes	latifundiários	e	outra	de	pes-
soas	miseráveis.
Tanto	 Jonatas	 quanto	 Simão	 assumiram	 para	 si,	 além	 das	
funções	de	governantes,	o	posto	de	sumo	sacerdotes.	No	entanto,	
essa	última	autoatribuição	dos	asmoneus	se	manteve	como	motivo	
de	querelas	internas,	afinal,	eles	não	eram	da	linhagem	sacerdotal	
de	Sadoc,	condição	necessária	para	assumir	o	sumo	sacerdócio.	
Como	política	e	religião	sempre	estiveram	bem	unidas	desde	
a	época	das	tribos,	a	situação,	toda	provocada	pelos	poderes	que	
os	asmoneus	se	atribuíram,	gerou	interpretações	diversas,	conten-
das	e	a	formação	de	partidos:	os	fariseus,	saduceus	e	essênios,	que	
tão	bem	conhecemos	das	narrativas	neotestamentárias.
Mais	à	frente,	nos	anos	de	66	a.C.,	Pompeu	foi	hábil	para	as-
segurar	a	soberania	romana	sobre	a	Ásia	Menor.	Com	a	deposição	
do	seleucida	Antíoco	XIII,	uma	nova	época	inicia-se	para	Israel	e	os	
asmoneus,	representados	pelos	irmãos	Aristóbulo	e	Hircano,	bus-
cam	conquistar	a	simpatia	dos	romanos,	inclusive	levando	presen-
tes	caros	pessoalmente	a	Pompeu.	Enquanto	isso,	alguns	círculos	
de	fariseus	enviaram	uma	mensagem	a	Pompeu,	na	qual	pediam	
que	ele	colocasse	fim	ao	poderio	dos	asmoneus.	
Em	vista	da	demora	de	Pompeu	em	dar	alguma	posição	aos	
irmãos	asmoneus,	Aristóbulo	retirou-se	cheio	de	indignação	e	re-
solveu	estabelecer	seu	poderio	por	esforço	próprio.	
O	governante	romano	não	deixou	esse	insulto	barato	e	saiu	
com	o	exército	em	perseguição	ao	asmoneus	pela	Judeia.	Quando	
Pompeu	chegou	diante	de	Jerusalém,	Aristóbulo	submeteu-se	aos	
romanos,	mas	seus	partidários,	não.
© Introdução Geral à Bíblia e História de Israel194
 Claretiano - REDE DE EDUCAÇÃO
Foram	necessários	três	meses	para	que	Pompeu	conseguisse	
tomar	a	área	do	templo,	que	era	fortificada,	e,	quando	conseguiu,	
o	 romano	saboreou	a	vingança	adentrando	com	seus	homens	o	
espaço	mais	santo	do	templo.
Portanto,	com	a	prisão	de	Aristóbulo	e	de	seus	filhos,	a	sobe-
rania	asmoneia	encontrou	um	fim	nada	célere	e	carente	de	qual-
quer	glória	no	ano	63	a.C.	A	partir	de	então,	a	Palestina	nada	mais	
foi	do	que	uma	entre	muitas	outras	províncias	romanas.	Para	com-
pletar	a	humilhação,	em	37	a.C.,	os	romanos	coroaram	um	estran-
geiro	para	reinar	sobre	os	judeus,	Herodes, originário	da	Idumeia,	
que,	tempos	antes,	havia	sido	conquistada	pelos	macabeus.
Leitura complementar –––––––––––––––––––––––––––––––––
A História da Terra Santa
Da promessa até o cativeiro
2126 a.C. - Deus chama Abrão para a terra de Canaã (Gn 12.1-3).
1913 a.C. - Deus estabelece uma aliança incondicional com Abraão e revela-lhe 
os limites da terra prometida a ele e aos seus descendentes para sempre (Gn 
15).
1800 a.C. - Deus confirma a aliança abraâmica com Isaque (Gn 26.1-5).
1760 a.C. - Deus confirma a aliança com Jacó (Gn 28.13-15).
1728 a.C. - José é vendido como escravo no Egito (Gn 37.36).
1706 a.C. - Jacó (agora chamado Israel, Gn 32.28) e seus filhos mudam-se para 
o Egito (Gn 46.1-26).
1446 a.C. - O êxodo do Egito (Êx 14).
1406 a.C. - Início da conquista israelita de Canaã.
1375 a.C. - Começa o período dos juízes.
1050-930 a.C. - O reino unido (Saul, Davi e Salomão). Em 1000 a.C., Davi con-
quista Jerusalém e a torna a capital de Israel.
930-732 a.C. - O reino dividido (Norte = Israel; Sul = Judá). Jerusalém é a capital 
de Judá.
722 a.C. - A Assíria conquista o Reino do Norte (Israel).
605-586 a.C. - A Babilônia conquista o Reino do Sul (Judá) e destrói o Templo de 
Salomão. Início do cativeiro babilônico.
Do retorno até Herodes, o Grande
539 a.C. - Queda da Babilônia diante da Média-Pérsia (Dn 5).
538 a.C. - Ciro, o rei persa, permite o retorno dos judeus à sua terra (Esdras 1).
537 a.C. - Judeus retornam a Jerusalém sob Zorobabel.
516 a.C. - A reconstrução do Segundo Templo é concluída.
195© De Nabucodonosor a Alexandre
458 a.C. - Nova leva de judeus retorna a Israel sob Esdras.
445 a.C. - Artaxerxes I envia Neemias a Jerusalém para reconstruir os muros 
(Ne 2).
430 a.C. - Malaquias, a última voz profética; depois dele, 400 anos de "silêncio".
333 a.C. - Alexandre, o Grande, conquista a Pérsia, iniciando o período helenís-
tico (grego).
323 a.C. - Morre Alexandre, o Grande. Seu reino é dividido entre seus quatro 
generais (Ptolomeu, Seleuco, Cassandro e Lisímaco).
167 a.C. - Antíoco IV (Epifânio) profana o Templo.
165 a.C. - Judas Macabeu lidera a revolta contra Antíoco, purifica o Templo e 
restabelece a independência sob a dinastia hasmoneana.
63 a.C. - O general romano Pompeu entra em Jerusalém, pondo fim à indepen-
dência judaica; Júlio César é assassinado.
37 a.C. - Os romanos apontam Herodes, o Grande, como "rei dos judeus" e 
outorgam-lhe autoridade sobre a Judéia, Samaria e Galiléa.
De Herodes até Maomé
20 a.C. - Herodes inicia a reconstrução do Templo.
6-5 a.C. - Jesus nasce em Belém.
4 a.C. - Morre Herodes; César Augusto divide o território: Arquelau recebe a 
Judéia, Herodes Antipas, a Galiléia e Filipe, a Ituréia e Traconites (Nordeste da 
Galiléia – Lc 3.1).
26-36 d.C. - Pôncio Pilatos governa a Judéia.
30 d.C. - Jesus, o Messias, é crucificado, ressuscita dentre os mortos e ascende 
ao céu. Começa a era da Igreja no Dia de Pentecostes (Shavuot).
66-73 d.C. - Primeira insurreição judaica. Os romanos destroem Jerusalém e o 
Templo (70 d.C.), e atacam Massada, onde 960 judeus preferem cometer suicídio 
a se renderem (73 d.C.).
132-135 d.C. - Segunda insurreição judaica. O imperador Adriano reconstrói Je-
rusalém como uma cidade pagã e a denomina Aelia Capitolina. Rabbi Akiva lide-
ra a rebelião e proclama como messias o líder militar Simon Bar Kochba. O povo 
judeu, que não tinha acesso apenas a Jerusalém, é disperso por toda a terra. 
Roma renomeia Judá, Samaria e Galiléia de Siria Palaestina, conhecida mais 
tarde como Palestina.
200 d.C. -Muitos judeus dispersos retornam.
312-313 d.C. - O imperador Constantino abraça o cristianismo.
330 d.C. - Constantino muda-se para Bizâncio, e dá-lhe o nome de Constantino-
pla (hoje Istambul, Turquia), mantendo o controle sobre a Palestina.
570 d.C. - Muhammad ibn Abd Allah [Maomé] nasce em Meca (Arábia Saudita).
De Maomé aos turcos otomanos
610 - Maomé declara que o anjo Gabriel mostrou-lhe uma tabuinha determinando 
que ele se tornaria um mensageiro de Deus [Alá]. Daí até sua morte ele passou 
a ter "visões". Assim começou a religião muçulmana, o islamismo, que significa 
"submissão a Alá".
622 - Maomé foge de Meca para Yathrib (que passou a ser chamada de Medina 
= Cidade do Profeta). Sua retirada é conhecida como Hégira ("hijrah", em árabe 
© Introdução Geral à Bíblia e História de Israel196
 Claretiano - REDE DE EDUCAÇÃO
= emigração). O calendário muçulmano começa nessa data – 1 d.H. (primeiro 
ano depois da Hégira).
630 - Os árabes omíadas tornam-se os primeiros muçulmanos presentes em 
Jerusalém.
632 - Morre Maomé.
639-661 - Governo árabe muçulmano. Apenas neste período de 22 anos a Terra 
Santa foi governada pelos árabes – mesmo então, como parte de um grande 
império.
661-1099 - Muçulmanos governam a Palestina. No entanto, não se trata de 
árabes, e sim dos abássidas, vindos de Bagdá, dos fatímidas, procedentes do 
Cairo, e dos seljúcidas, da Turquia.
1099-1187 - As cruzadas católicas, sob o papa Urbano II, conquistam Jerusalém 
e massacram judeus e muçulmanos.
1187 - Saladino, um muçulmano curdo de Damasco, recaptura Jerusalém e gran-
de parte da Palestina.
1244-1303 - Os mongóis da Ásia destituem a dinastia de Saladino. Os mame-
lucos muçulmanos e os mongóis lutam pelo poder. A presença dos cruzados 
termina em 1291 d.C.
1513-1517 - Os muçulmanos turco-otomanos conquistam a Palestina.
Dos turcos otomanos até os britânicos
1517 - Os muçulmanos turco-otomanos governam a Palestina como parte de 
seu império.
1840 - Governo turco completamente restaurado. Líderes ingleses começam a 
discutir a possibilidade de restabelecer o povo judeu em sua própria terra.
1822 - Judeus fazem aliyah (imigração) da Romênia para a Palestina.
1890-1891 - Uma grande massa de judeus proveniente da Rússia desembarca 
em Israel.
1894-1895 - Na França, o capitão Alfred Dreyfus é condenado por espionagem, 
em meio a um feroz anti-semitismo.
1896 - Theodor Herzl escreve Der Judenstaat ("O Estado Judeu").
1897 - O Primeiro Congresso Sionista, convocado por Herzl, é realizado em Ba-
siléia (Suíça). Mais de 200 participantes, de 17 países, criaram a Organização 
Sionista Mundial, que buscava "estabelecer uma pátria para o povo judeu em 
Eretz-Israel (a terra de Israel), assegurada pela lei". O Congresso Sionista se 
reuniu todos os anos, de 1897 a 1901, e desde então se reúne a cada dois anos, 
até os dias de hoje.
1901 - O Congresso Sionista criou o Fundo Nacional Judaico (FNJ), destinado 
a levantar recursos para a aquisição de terras em Eretz Israel. O FNJ é o maior 
proprietário de terras em Israel (12,5% do território), tendo adquirido mais da 
metade dessa extensão antes do estabelecimento da nação.
1904 - Segunda onda de imigração de judeus, provenientes principalmente da 
Rússia e da Polônia.
1906 - A primeira escola judaica de ensino médio é fundada em Haifa e uma 
escola de artes é fundada em Jerusalém.
1908-1914 - Segunda aliyah de judeus vindos do Iêmen.
1909 - Tel Aviv, a primeira cidade totalmente judaica, é fundada na Palestina.
197© De Nabucodonosor a Alexandre
1910 - Fundação do kibbutz Degania.
1914-1918 - Primeira Guerra Mundial.
1917 - O general britânico Edmund Allenby conquista a Palestina, a leste e a 
oeste do Jordão, pondo fim ao domínio otomano. Em novembro, os britânicos 
publicam a Declaração Balfour, apoiando o estabelecimento de "uma pátria para 
os judeus".
1920 - A Liga das Nações dá aos britânicos um mandato sobre a Palestina, com 
ordens de implementação da Declaração Balfour. (Israel My Glory - http://www.
beth-shalom.com.br)
Publicado anteriormente na revista Notícias de Israel, em maio de 2003. Dispo-
nível em: <http://www.beth-shalom.com.br/artigos/terrasanta.html>. Acesso em: 
16 fev. 2012.
––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––
11. QUESTÕES AUTOAVALIATIVAS
Confira,	a	seguir,	as	questões	propostas	para	verificar	o	seu	
desempenho	no	estudo	desta	unidade:
1)	 Identifique	e	elenque	as	potências	do	mundo	antigo	sob	as	quais	os	judeus	
padeceram	subordinação.
2)	 Quais	foram	as	estratégias	empregadas	pelos	povos	que	tomaram	Israel	e	o	
fizeram	subordinado?
3)	 Quais	elementos	podem	ser	apontados	como	marcadores	que	conferiram	
identidade	aos	 judeus	na	 sucessão	de	processos	e	de	projetos	dominató-
rios?
12. CONSIDERAÇÕES 
A	história	política	de	Israel	é	tão	conturbada	e	entrelaçada	
por	artimanhas	de	todos	os	gêneros	e	níveis	quanto	às	histórias	de	
outros	povos	na	iminência	de	subjugação	ou	daqueles	que	já	ha-
viam	sido	subjugados	à	mesma	época.	Era	necessário	se	mover	en-
tre	as	novidades	do	vaivém	dos	soberanos	e	as	próprias	tradições,	
para	não	ter,	além	do	território,	também	a	memória	anexada.
Enquanto	o	reino	do	norte	(Israel)	foi	dissolvido	em	meio	às	
medidas	assírias,	Judá	encontrou	formas	de	"durar",	porém,	a	falta	
de	jeito	e	estratégias	pouco	inteligentes	de	alguns	dos	seus	líderes	
colocaram	a	perder	todo	o	esforço	anterior.
© Introdução Geral à Bíblia e História de Israel198
 Claretiano - REDE DE EDUCAÇÃO
À	medida	que	os	artifícios	correm	de	um	lado	para	o	outro	e	
poderes	externos	e	internos	se	alternam	no	governo	da	vida	coti-
diana,	as	pessoas	contadas	entre	as	classes	mais	baixas	da	popu-
lação	sofriam	todos	os	tipos	de	reveses,	sendo	as	últimas	a	serem	
consideradas	no	pensamento	político	até	então.	Fazia-se	política	
para	certas	classes,	mas	não	para	todas.
No	entanto,	nessa	conjuntura	 toda,	 chama-nos	atenção	as	
condições	da	identidade	cultural	e	religiosa	estabelecidas	(as	cri-
ses)	e	a	luta	para	que	ela	não	fosse	engolida	pelas	ondas	babilô-
nica,	persa	e,	depois,	helenística,	que	estendiam	seu	alcance	para	
cada	vez	mais	longe.	E	surgem,	desses	tempos	conturbados	ao	ex-
tremo,	aqueles	elementos	que	nos	permitem	reconhecer	o	caráter	
ritual	e	cultural	judaicos	até	o	tempo	presente.
Embora	a	dinâmica	religiosa	tenha	cedido	lugar	aos	anseios	
de	poder	em	dado	momento	dessa	história,	o	fato	é	que	ela	foi	a	
mola	propulsora	de	ação	no	sentido	da	preservação	das	tradições	
e	da	retomada	da	pátria.	Nesse	sentido,	estrategicamente	falando,	
não	podemos	dizer	que	os	assírios	dos	 tempos	 longínquos	esta-
vam	errados	em	diluir	as	tradições	religiosas	de	seus	conquistados,	
podemos?
Lembre-se	de	que	estaremos	à	disposição	para	ajudá-lo	em	
suas	dificuldades	e	para	aprender	com	seus	progressos.	Acesse	a	
Sala	de	Aula	Virtual	e	participe!
13. E-REFERÊNCIAS
Lista de figuras
Figura 1 Representação dos Jardins Suspensos da Babilônia.	Disponível	em:	<http://www.
rocklin.ca/socials.htm>.	Acesso:	4	set.	2007.	
Figura 2	 Extensão do império de Alexandre Magno. Disponível	 em:	 <http://faq.
macedonia.org/history/alexander.the.great.html>.	Acesso	em:	15	set.	2007.
Figura 3	 Representação da revolta dos macabeus.	 Disponível	 <http://roma-antiga.
blogspot.com/2006_08_01_archive.html>	Acesso	em:	16	fev.	2012.
199© De Nabucodonosor a Alexandre
Sites pesquisados
BETH-SHALOM.	Maquete do Segundo Templo.	Disponível	em:	<http://www.beth-shalom.
com.br/artigos/terrasanta.shtml>.	Acesso	em:	17	set.	2007.
CAPUCHINHOS.	Novo testamento.	Disponível	em:	<http://www.capuchinhos.org/biblia/
index.php/Novo_Testamento>.	Acesso	em:	9	fev.	2012.
DIGITAL	ATTIC.	Representação de Alexandre e seu cavalo de guerra, Bucéfalo.	Disponível	
em:	<http://www.pvv.ntnu.no/~madsb/home/war/alex/>.	Acesso	em:	9	fev.	2012.
FARIA,	 E.	 L.	 Pérsia.	 Disponível	 em:	 <http://www.nomismatike.hpg.ig.com.br/Grecia/
Persia.html>.	Acesso	em:	6	set.	2007.
FARIA,	M.	A.	R.	G.	Período interbíblico em seu contexto histórico e significado.	Disponível	
em:	 <http://www.icegob.com.br/marcos/Mapas/Apostila_per_interbiblico_nova.htm>.Acesso	em:	8	set.	2007.
GAARDER,	 J.	 O mundo de Sofia (excertos).	 Disponível	 em:	 <http://br.geocities.com/
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INTERNEXT.	 Império Persa.	 Disponível	 em:	 <http://www.internext.com.br/valois/
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LOPES,	 F.	 L.	 B.	 Judeus:	 exílio	 babilônico.	 Disponível	 em:	 <http://www.milenio.com.br/
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macedonia.org/history/alexander.the.great.html>.	Acesso	em:	15	set.	2007.
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&catid=3:historia&Itemid=57>.	Acesso	em:	16	fev.	2012.
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grandesmomentos/conteudo_religioes_62232.shtml>.	Acesso	em:	8	set.	2007.
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Acesso	em:	9	jan.	2012.
UNIVERSIDADE	 METODISTA	 DE	 SÃO	 PAULO.	 O contexto da atuação de Neemias.	
Disponível	 em:	 <http://www.metodista.br/fateo/materiais-de-apoio/estudos-biblicos/
o-contexto-da-atuacao-de-neemias>.	Acesso	em:	9	fev.	2012.
14. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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COLLINS,	J.	J.;	STERLING,	G.	E.	(Ed.).	Hellenism in the land of Israel.	Notre	Dame:	University	
of	Notre	Dame	Press,	2001.
© Introdução Geral à Bíblia e História de Israel200
 Claretiano - REDE DE EDUCAÇÃO
DONNER,	H.	História de Israel e dos povos vizinhos:	da	época	da	divisão	do	Reino	até	
Alexandre	Magno.	2.	ed.	São	Leopoldo,	RS;	Petrópolis,	RJ:	Sinodal/Vozes,	2000.	v.	2.
GARLAND,	J.	The Greek way of life.	Ithaca:	Cornell	University	Press,	1985.
KIPPENBERG,	H.	G.	Religião e formação de classes na antiga Judéia.	São	Paulo:	Paulinas,	
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LEMCHE,	N.	P.	The Israelites in history and tradition.	Louisville:	Kentucky/Westminster	
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METZGER,	M.	História de Israel.	2.	ed.	São	Leopoldo,	RS:	Sinodal,	1978.	
PEREGO,	 G.	 Atlas bíblico interdisciplinar:	 escritura,	 história,	 geografia,	 arqueologia,	
teologia	–	análise	comparativa.	Aparecida,	SP;	São	Paulo:	Paulus/Santuário,	2001.	
PIXLEY,	J.	A história de Israel a partir dos pobres.	2.	ed.	Petrópolis:	Vozes,	1990.	(Coleção	
Deus	Conosco).
SCHWANTES,	M.	Sofrimento e esperança no exílio:	história	e	teologia	do	povo	de	Deus	no	
século	VI	a.C.	São	Leopoldo,	RS;	São	Paulo,	SP:	Sinodal/Paulinas,	1987.
THOMPSON,	T.	L.	Early history of the Israelite people from the written and archaeological 
sources.	Leiden:	Brill,	1992.
VAUX,	R.	Instituições de Israel no Antigo Testamento.	São	Paulo:	Teológica,	2003.

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