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Cartas Paulinas 5

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EA
D
Cartas aos Colossenses 
e aos Efésios – o 
Bilhete a Filêmon 5
1. OBJETIVOS
•	 Compreender	e	conhecer	as	Cartas	aos	Colossenses	e	aos	
Efésios,	bem	como	o	bilhete	a	Filêmon.
•	 Reconhecer	e	analisar	os	argumentos	fundamentais	des-
sas	Cartas.		
•	 Compreender	e	analisar	os	diversos	argumentos	utiliza-
dos	nessas	obras.		
•	 Interpretar	e	valorizar	os	textos	mais	importantes	dessas	
obras.	
•	 Analisar	os	argumentos	paulinos	presentes	nessas	cartas.	
2. CONTEÚDOS
•	 Introdução	à	Carta	aos	Colossenses.
•	 Introdução	à	Carta	aos	Efésios.
•	 Introdução	ao	Bilhete	a	Filêmon.
© Cartas Paulinas164
 Claretiano - REDE DE EDUCAÇÃO
3. ORIENTAÇÕES PARA O ESTUDO DA UNIDADE
Antes	de	 iniciar	o	estudo	desta	unidade,	é	 importante	que	
você	leia	as	orientações	a	seguir:
1)	 Afirmamos	algumas	vezes	que	a	questão	da	autenticida-
de	das	Cartas	paulinas	não	é	unanimidade	da	parte	dos	
estudiosos.	 Assim,	 não	 levamos	 muito	 em	 conta	 esse	
elemento,	conscientes	de	que	ele	não	interfere	substan-
cialmente	 na	 abordagem	 da	 doutrina	 e	 da	mensagem	
de	Paulo	expressas	em	suas	Cartas.	De	fato,	a	questão	
da	autenticidade	das	Cartas	está	relacionada	a	diversas	
questões,	 mas,	 de	 modo	 especial,	 à	 cronologia.	 Para	
uma	abordagem	da	questão,	 sugerimos	que	você	con-
sulte:	 MURPHY-O'CONNOR,	 J.	 Paulo.	 Biografia crítica.	
Tradução	de	Bárbara	Theoto	Lambert.	São	Paulo:	Loyola,	
2000.	p.	17-46.			
2)	 "Os	 gnósticos	 eram	 seguidores	 de	 uma	 variedade	 de	
movimentos	 religiosos	que	 ressaltavam	a	 salvação	por	
meio	da	gnosis,	ou	 'conhecimento',	 isto	é,	das	origens	
da	pessoa"	(HAWTHORNE;	MARTIN;	REID,	2008,	p.	603).	
Isso	podia	deixar	a	Cristo,	pregado	pela	 Igreja,	 apaixo-
nadamente	 apresentado	 por	 Paulo	 e	 vivenciado	 nas	
contradições	do	mundo	por	tantos	discípulos,	ofuscado	
ou	desfigurado.	Paulo	escreve	a	Carta	 (na	hipótese	de	
protopaulinismo),	 ou	 alguém	a	 escreve,	 atribuindo-lhe	
autoria	paulina	 (no	caso	deuteropaulinismo),	 intentan-
do	deixar	clara	a	soberania	de	Cristo	Jesus	sobre	tudo	e	
todos.	
3)	 Para	maiores	informações	a	respeito	da	gnose	e	do	Gnos-
ticismo,	 recomendamos	 a	 consulta	 da	 seguinte	 obra:	
HAWTHORNE,	G.	F.;	MARTIN,	R.	P.;	REID,	D.	G.	Dicioná-
rio de Paulo e suas cartas.	Tradução	de	Bárbara	Theoto	
Lambert.	São	Paulo:	Paulus,	Vida	Nova,	Loyola,	2008.	p.	
603-607.	 Recomendamos,	 ainda:	 ABBAGNANO,	 N.	 Di-
cionário de filosofia.	São	Paulo:	Martins	Fontes,	1998.	p.	
485-486.
165© Nome da unidade
4)	 Em	todo	o	estudo	do	"corpus paulinum",	é	 importante	
que	você	leia	previamente	o	texto	bíblico	em	análise.	As-
sim,	recomendamos	que	a	presente	unidade	seja	acom-
panhada	do	texto	das	Cartas	em	questão.	
5)	 Tendo	em	vista	a	questão	dos	elementos	míticos,	suge-
rimos	a	consulta	da	seguinte	obra:	CERFAUX,	L.	O cristão 
na teologia de São Paulo.	São	Paulo:	Paulinas,	1978.	p.	
445-483.	
6)	 A	respeito	das	questões	ligadas	às	forças	naturais	e	ou-
tras	 perspectivas	 próprias	 dos	 colossenses,	 você	 pode	
consultar:	BRUCE,	F.	F.	Paulo, o apóstolo da graça.	Sua	
vida,	cartas	e	teologia.	Tradução	de	Hans	Udo	Fuchs.	São	
Paulo:	Shedd	Publicações,	2003.	p.	397-412.
7)	 Para	conhecer	mais	sobre	a	antiga	cidade	de	Éfeso,	su-
gerimos	que	você	consulte	o	interessante	site	disponível	
em:	<http://www.bibleplaces.com/ephesus.htm>.	Aces-
so	em:	07	abr.	2012.	
8)	 Para	uma	maior	compreensão	dos	temas	relativos	à	au-
tenticidade	da	Carta	aos	Efésios	e	outros	aspectos	de	sua	
própria	redação,	sugerimos	que	você	consulte:	CARREZ,	
M.	et	al.	As cartas de Paulo, Tiago, Pedro e Judas.	São	
Paulo:	Paulinas,	1987.	p.	226-228.
9)	 Relativamente	à	questão	da	escravidão	e	a	todo	o	con-
junto	da	carta/bilhete	a	Filêmon,	sugerimos	a	consulta	
de:	CARREZ,	M.	et	al.	As cartas de Paulo, Tiago, Pedro e 
Judas.	São	Paulo:	Paulinas,	1987.	p.	235-239.	
10)	Confira,	também,	a	pequena,	mas	interessante	reflexão	
de:	CROSSAN,	J.	D.;	REED,	J.	Em busca de Paulo.	Como	o	
Apóstolo	de	Jesus	Cristo	opôs	o	Reino	de	Deus	ao	Impé-
rio	Romano.	São	Paulo:	Paulinas,	s.d.	p.	106-110.	
11)	Finalmente,	 para	 um	 comentário	 oportuno	 quanto	 ao	
bilhete	 a	 Filêmon	 e	 às	 questões	 ligadas	 à	 escravidão,	
confira:	BRUCE,	F.	F.	Paulo, o apóstolo da graça.	Sua	vida,	
cartas	e	teologia.	Tradução	de	Hans	Udo	Fuchs.	São	Pau-
lo:	Shedd	Publicações,	2003.	p.	383-396.
© Cartas Paulinas166
 Claretiano - REDE DE EDUCAÇÃO
4. INTRODUÇÃO À UNIDADE
Na	unidade	anterior,	você	conheceu	a	Carta	aos	Romanos,	
considerada	um	dos	primeiros	tratados	teológicos	do	Cristianismo.	
Você	obteve	 informações	 importantes	 sobre	a	 Igreja	de	Roma	e	
sobre	o	contexto	em	que	tal	Carta	foi	escrita.
Agora,	 o	 desafio	 é	 aprofundar	 o	 pensamento	 de	 Paulo	 na	
Carta	aos	Colossenses,	na	Carta	aos	Efésios	e	no	Bilhete	a	Filêmon.	
É	uma	oportunidade	para	conhecer	as	antigas	igrejas	de	Colossos	
e	de	Éfeso	e	o	contexto	sociocultural	em	que	surgiu	o	Cristianismo.
Bom	estudo!
5. CARTA AOS COLOSSENSES
O contexto da Carta
A	Carta	 aos	 Colossenses	 é	 considerada,	 como	 Filipenses	 e	
Efésios,	uma	carta	de	cativeiro.	Paulo	encontra-se	preso	ou	em	Ce-
sareia,	entre	os	anos	de	58	e	60,	ou	em	Éfeso,	entre	54	e	57,	ou,	
finalmente,	em	Roma,	entre	os	anos	de	61	e	63,	no	primeiro	cati-
veiro,	se	considerarmos	que	houve	um	segundo	cativeiro,	poste-
rior	ao	relato	de	Atos	dos	Apóstolos	28,30–31.	É	complicado	datar	
essa	carta,	tanto	mais	que,	sobre	ela,	pesam	dúvidas	a	respeito	da	
autenticidade	paulina.	Ela	é	 incluída	na	 lista	das	Cartas	deutero-
paulinas	e,	assim,	é	frequentemente	apresentada.	Mas	não	con-
vém	observá-la	apenas	sob	esse	critério.
A	igreja	de	Colossas,	ou	Colossos	(as	duas	formas	são	possí-
veis),	não	era	de	origem	paulina,	mas,	sim,	fora	fundada	por	Epa-
fras,	zeloso	e	empenhado	colaborador	do	Apóstolo.	É	uma	comu-
nidade	marcada	por	intensas	buscas	de	sinais,	sentimentos,	ideias	
e	crenças	marcadas	por	elementos	cósmicos,	naturais	(os	quatro	
elementos),	zodiacais,	místicos.	É	difícil	reconhecer,	em	um	caldo	
tão	espesso	de	crenças	e	noções	vagas	e	afetivas,	um	traço	preciso	
167© Nome da unidade
de	uma	ou	outra	corrente	de	pensamento.	O	que	mais	é	possível	
de	se	enxergar	é	um	latente	Gnosticismo,	com	forte	acentuação	de	
elementos	filosóficos	gregos.	
Não	nos	parece	difícil	reconhecer	a	índole	protopaulina	des-
sa	Carta.	Por	exemplo,	os	períodos	longos	da	Carta	e	seu	desen-
volvimento	são	difíceis	de	coadunarem-se	com	a	realidade	de	um	
texto	escrito	por	um	secretário.	Na	redação	desse	tipo,	a	tendên-
cia	é	dividir	o	pensamento	em	períodos	mais	compreensíveis,	não	
obstante	algumas	dificuldades	 relativas	à	 linguagem	e	aos	argu-
mentos.	Paulo	não	precisava	se	repetir	constantemente	na	argu-
mentação!	Pelo	contrário,	se	ele	escrevia	em	função	das	situações	
concretas	das	igrejas	com	as	quais	se	comunicava,	é	de	se	esperar	
que	os	argumentos	mudassem.	As	questões	vocabulares	são,	tam-
bém,	anexas	a	essa	circunstância	e	ao	conhecimento	do	secretário	
que	se	empenhava	na	escrita.	
A	despeito	das	alegadas	dificuldades,	respeitando,	contudo,	
as	posições	muito	difundidas	do	deuteropaulinismo,	 tudo	 indica	
que	a	Carta	aos	Colossenses	deva	ser	datada	do	primeiro	cativeiro	
romano,	entre	os	anos	de	61	e	63.	Se	é	uma	Carta	deuteropaulina,	
ela	poderia	ter	sido	escrita	pelo	ano	80,	em	Éfeso.	
Estrutura e comentários à Carta aos Colossenses 
Façamos	uma	breve	análise	da	Carta	aos	Colossenses	e	de	
sua	estrutura	observando	o	Quadro	1.	
Quadro 1	Carta	aos	Colossenses.
CARTA AOS COLOSSENSES – ESTRUTURA
1,1–14	
1,14—2,5
1,15–20
1,21–23
1,24—2,5
Prólogo
Primeira parte:	doutrina
Hino	cristológico	
Os	colossenses	em	Cristo	
Paulo	e	os	gentios
© Cartas Paulinas168
 Claretiano - REDE DE EDUCAÇÃO
CARTA AOS COLOSSENSES – ESTRUTURA
2,6—3,4
2,6–8	
2,9–15	
2,16–23
3,1–4
Segunda parte:	consequências	doutrinárias
"Não"	às	doutrinas	vãs,	"sim"	a	Cristo	
Cristo	é	o	principal	
Costumes	e	atitudes	falsas	
Em	Cristo,	a	vida	nova
3,5—4,6
3,5–17	
3,18—4,1
4,2–6		
4,7–18	
Terceira parte:ética
Comportamento	cristão	
Moral	doméstica	
Comportamento	apostólico	
Conclusão	
Prólogo (1,1–14)
Paulo	escreve	a	Carta	junto	a	Timóteo,	que	ele	chama,	aqui,	
de	irmão.	Afirma	que	conhece	a	fama	da	fé	da	Igreja	de	Colossas	
e	ora	por	ela.	Afirma,	também,	que	o	Evangelho,	tendo	chegado	
até	 lá,	está	em	todo	o	mundo	produzindo	 frutos.	O	apóstolo	de	
Colossas	foi	Epafras,	chamado	de	querido	companheiro	de	serviço	
de	Paulo	(1,8).	
Paulo	declara,	também,	que	o	conhecimento	de	Deus,	de	sua	
sabedoria,	conduz	à	herança	dos	santos.	Eles	podem	entrar	na	luz,	
em	contrapartida	a	viver	nas	trevas.	Certamente,	aqui,	iniciam-se	
os	argumentos	que	devem,	depois,	 ser	desenvolvidos.	Os	 colos-
senses	estão	muito	relacionados	a	elementos	mistéricos	e	míticos,	
não	olhando	de	frente	a	Cristo.	Por	isso	vem	a	perícope	seguinte.
Primeira parte: doutrina (1,14—2,5)
A	primeira	parte	tem	acento	na	doutrina,	especialmente	na	
compreensão	do	mistério	de	Cristo	Jesus.	É	mais	fácil	olhar	e	se-
guir	os	sentimentos	sensíveis	da	natureza	e	da	mitologia	do	que	
compreender	o	mistério	de	Cristo	Salvador.	
169© Nome da unidade
Hino cristológico (1,15–20)
O	hino	cristológico	é	uma	pérola	teológica	inserida	por	Pau-
lo.	Ele	identifica	Cristo	como	cabeça	da	Igreja	e	vai	muito	além	do	
hino	a	Cristo	em	Filipenses.	Em	Colossenses	1,15,	Jesus	é	declara-
do	imagem	do	Deus	invisível	e	primeiro	das	criaturas.	A	ele	é	atri-
buída	uma	identidade	divina,	a	preexistência	sobre	tudo	e	todos.	
Isso	é	essencial	para	a	compreensão	do	pensamento	da	Car-
ta	aos	Colossenses.	As	ideias	sobre	diversos	elementos	mistéricos	
desviavam	da	graça	nascida	do	encontro	com	Cristo	Jesus	e	da	vida	
em	comunhão	com	sua	vontade.	Paulo	insere	em	sua	Carta	esse	
hino	para	dar	o	tom,	apresentar	o	princípio	 fundamental	da	sua	
argumentação.	
É oportuno que você retome o hino cristológico de Filipenses 2,5–
11 e faça uma comparação com o hino de Colossenses 1,15–20. 
Semelhanças, diferenças e perspectivas podem ser evidenciadas. 
Os colossenses em Cristo (1,21–23)
Os	colossenses	estão	em	Cristo	pela	sua	morte.	Eles	são	res-
gatados	em	Cristo	desde	as	obras	más	e	pensamentos	inadequa-
dos.	Isso	os	tornava	inimigos	da	verdade.	Agora,	eles	estão	alicer-
çados	e	firmes	na	fé.	Tudo	no	céu	e	na	terra,	toda	criatura	deve	a	
ele,	Jesus	Cristo,	sua	existência	e	sentido.	Paulo	declara	ser	minis-
tro,	isto	é,	servidor,	dessa	verdade	e	do	sentido	de	tudo.	
Paulo e os gentios (1,24—2,5)
Paulo	inicia	uma	ação	de	graças	e	declaração	de	sua	própria	
identidade.	Ele	se	associa	aos	sofrimentos	de	Cristo	na	medida	em	
que	o	dá	a	conhecer	aos	povos	gentios.	Ele	se	reconhece	Apóstolo	
dos	gentios:
A	estes	quis	Deus	dar	a	conhecer	a	riqueza	e	glória	deste	mistério	
entre	os	gentios:	Cristo	em	vós,	esperança	da	glória!	A	ele	é	que	
anunciamos,	 admoestando	 todos	os	 homens	 e	 instruindo-os	 em	
© Cartas Paulinas170
 Claretiano - REDE DE EDUCAÇÃO
toda	a	sabedoria,	para	tornar	todo	homem	perfeito	em	Cristo.	Eis	a	
finalidade	do	meu	trabalho,	a	razão	por	que	luto	auxiliado	por	sua	
força	que	atua	poderosamente	em	mim	(1,27–29).
Por	 isso,	Paulo,	 embora	não	 tenha	 fundado	diretamente	a	
igreja	de	Colossas,	preocupa-se	e	empenha-se	por	ela,	bem	como	
pela	igreja	de	Laodiceia,	que	também	não	o	conhece.	Certamen-
te,	 Paulo	 insiste	 nessa	 situação	 de	 interesse	 pelas	 igrejas	 que	o	
desconhecem	pessoalmente	em	função	dos	constantes	ataques	e	
calúnias	de	judaizantes	e	outros	seus	inimigos.	
Segunda parte: consequências doutrinárias (2,6—3,4)
"Não"	às	doutrinas	vãs,	"sim"	a	Cristo	(2,6–8).	Os	colossen-
ses	devem	andar	em	Cristo	Jesus,	não	nos	caminhos	errados	das	
doutrinas	da	"filosofia".	
Por	"filosofia",	não	se	devem	entender	os	sistemas	filosófi-
cos	gregos	e	os	instrumentos	de	pensamento	que	eles	propõem,	
mas,	sim,	as	especulações	mais	próprias	do	Esoterismo,	que	en-
contram,	no	conhecimento	dos	elementos	físicos,	a	razão	da	exis-
tência.	É	um	conjunto	de	ideias	mais	relacionadas	a	um	início	de	
Gnosticismo.
Cristo é o principal (2,9–15)
Em	seguida,	 Paulo	 irrompe	uma	 série	de	 frases	de	grande	
efeito,	relativas	a	Cristo	e	sua	identidade,	sua	missão	e	sua	pessoa.	
Ele	é	o	Ressuscitado	que	dá	vida,	que	conduz	à	verdade	e	ao	per-
dão	dos	pecados.	Tudo	está	a	ele	submetido,	os	"principados"	e	
as	"autoridades".	Essas	são	categorias	de	seres	espirituais,	cheios	
de	poder	e	ciência	("éons"),	que	marcam	a	vida	e	a	conduta	das	
pessoas.	
Costumes e atitudes falsas (2,16–23)
Paulo	liberta	os	colossenses	dos	limites	e	padrões	alimenta-
res	ligados	a	correntes	de	pensamentos	e	comportamentos.	Conti-
nua	anunciando	a	superação	de	costumes	relacionados	às	práticas	
171© Nome da unidade
religiosas	míticas	e	supersticiosas.	Ele	concentra	tudo	em	Cristo.	
Nele,	os	colossenses	morreram	para	tornar	tudo	vivo	nele.	Todas	
as	preocupações	e	relações	com	a	superstição	e	misticismo	deixam	
de	ter	sentido	em	Cristo.	Tudo	deixará	de	existir	pela	ação	de	Cris-
to	na	história	e	na	vida.	
Em Cristo, a vida nova (3,1–4)
Paulo	continua	com	o	ímpeto	que	lhe	é	próprio	quando	fala	
de	Cristo.	Anuncia	aos	colossenses	o	Cristo	e	as	"coisas	do	alto",	
seguramente	os	valores	do	Evangelho.	Apresenta,	aqui,	uma	es-
pécie	de	dicotomia:	 as	 coisas	do	 alto	 e	 as	 coisas	da	 terra	 como	
contrapostas.	São	os	valores	do	mundo,	da	terra,	e	os	valores	do	
Evangelho,	como	dissemos.	A	vida	dos	colossenses	deve	estar	em	
Cristo,	em	Deus.	A	ele	se	chega	buscando	os	valores	do	Evangelho.	
Terceira parte: ética (3,5—4,6)
Comportamento	cristão	(3,5–17).	O	Apóstolo	indica	compor-
tamentos	para	todos	os	colossenses,	como	ira,	exaltação,	malda-
de,	 conversas	 indecentes.	Essas	 coisas	 são	apresentadas	por	ele	
como	inadequadas	ao	fiel.	
Paulo	 insiste,	 também,	 na	 situação	 da	 pessoa	 tocada	 pela	
graça	de	Cristo:	ele	está	renovado,	transformado.	Independente-
mente	se	for	judeu	ou	grego,	circunciso	ou	incircunciso,	escravo	ou	
livre:	o	que	importa	é	que	Cristo	está	em	todos.	É	a	plenitude	de	
Cristo,	conforme	podemos	ver	na	passagem	a	seguir:
[…].	Vós	vos	despistes	do	homem	velho	com	os	seus	vícios,	e	vos	
revestistes	do	novo,	que	se	vai	restaurando	constantemente	à	ima-
gem	daquele	que	o	criou,	até	atingir	o	perfeito	conhecimento.	Aí	
não	 haverá	mais	 grego	 nem	 judeu,	 nem	bárbaro	 nem	 cita,	 nem	
escravo	nem	 livre,	mas	 somente	Cristo,	que	 será	 tudo	em	 todos	
(3,9–11).	
Moral doméstica (3,18—4,1)
A	moral	doméstica	é	a	indicação	de	comportamentos	casei-
ros.	Paulo	indica-os	às	mulheres,	aos	maridos,	aos	filhos	e	aos	pais.	
São	elementos	práticos	e	absolutos,	fundamentais.	
© Cartas Paulinas172
 Claretiano - REDE DE EDUCAÇÃO
Em	seguida,	dirige-se	aos	servos,	parte	integrante	da	socie-
dade	da	época.	Ele	fundamenta	tudo	em	Cristo	Jesus.	Os	senhores	
devem,	também,	ser	justos	com	seus	servos,	pois	há,	na	realidade,	
apenas	um	Senhor,	que	é	Cristo.	
Comportamento apostólico (4,2–6)
Para	seguir	como	discípulos	de	Cristo,	Paulo	indica	os	princi-
pais	comportamentos,	que	são	a	oração,	a	vigilância,	a	sabedoria,	
a	sensibilidade	e	a	coerência.	
Conclusão (4,7–18)
As	notícias	do	Apóstolo	são	muitas.	Ele	envia	Tíquico	como	
portador	da	Carta.	Onésimo,	motivo	da	Carta	a	Filêmon,	também	
é	citado.	Outros	são	citados:	Aristarco,	que	parece	estar	com	Paulo	
na	prisão,	o	que	lhe	vale	a	identidade	de	"companheiro	da	prisão";	
e	Marcos,	primo	de	Barnabé,	que,	depois,	será	lembrado	na	2	Ti-
móteo.	Além	disso,	é	citado	um	tal	Jesus,	o	justo;	e	Epafras,	identi-
ficado	como	de	Colossas.	Paulo	cita,	ainda,	Lucas	e	Demas.	
Depois,	Paulo	manda	saudações	aos	da	 igreja	de	Laodiceia	
e	aos	que	se	 reúnem	na	casa	de	Ninfas.	Todas	as	saudações	ex-
pressam	uma	proximidade	muito	grande	do	Apóstolo	e	um	círculo	
grande	de	conhecimento.	Talvez	esse	seja	o	 testemunho	de	que	
essa	Carta	não	é	deuteropaulina,	mas	protopaulina.	
No	final,	há	a	menção	de	sua	assinatura,	feita	de	próprio	pu-
nho	(4,18)	e	o	convite	à	lembrança	da	prisão	ou	"das	prisões"	de	
Paulo.	
6. CARTA AOS EFÉSIOSA cidade de Éfeso
A	cidade	de	Éfeso	acolheu	Paulo	por	bem	três	anos,	quan-
do	de	sua	passagem	pela	Ásia.	Recebeu	do	Apóstolo,	certamente,	
uma	atenção	especial.	Era	uma	cidade	muito	grande,	com	intenso	
173© Nome da unidade
afluxo	de	pessoas	de	todos	os	cantos	do	Império.	Com	isso,	havia	
muitas	ideias	e	religiões	em	choque.
O	Cristianismo	anunciado	por	Paulo	e	por	seus	colaborado-
res	era	uma	das	muitas	vozes	que	se	apresentavam	como	porta-
doras	da	verdade.	De	fato,	a	proposta	cristã	era	muito	diferente	
das	demais	e	é	essa	sua	apresentação	única	que	poderia	atrair	os	
efesinos.	
Não	há	muitas	notícias	da	cidade	fora	das	Cartas	paulinas.	O	
que	há	é	a	questão	da	origem	da	própria	Carta	e	o	sentido	teoló-
gico	que	ela	expõe.	
Características da Carta aos Efésios
A	primeira	 observação	 quanto	 à	 Carta	 aos	 Efésios	 é	 justa-
mente	sua	 identidade.	O	primeiro	versículo,	na	apresentação	do	
endereço,	apresenta-se	diversamente	entre	os	manuscritos	anti-
gos.	Lemos,	em	muitas	bíblias,	a	tradução:	"Paulo,	apóstolo	de	Je-
sus	Cristo,	pela	vontade	de	Deus,	aos	cristãos	de	Éfeso	e	aos	que	
creem	 em	 Jesus	 Cristo"	 (1,1).	Mas	 a	 localização	 "de	 Éfeso"	 não	
consta	em	muitos	manuscritos	antigo,	 inclusive	nos	mais	atesta-
dos.	Assim,	o	título	deveria	ser:	"Paulo,	apóstolo	de	Jesus	Cristo,	
pela	vontade	de	Deus,	aos	santos	e	que	creem	em	Jesus	Cristo".	
Tirando-se	a	menção	a	Éfeso,	tudo	o	mais	continua	sem	mudanças.	
O	que	seria,	então,	essa	Carta?	Muitos	opinam	ser	ela	uma	
carta	circular,	o	que	a	tornaria	uma	obra	não	dirigida	a	uma	igreja	
em	particular,	mas	a	todas	as	igrejas	da	Ásia	menor,	visitadas	ou	
não	pelo	Apóstolo.	Outros	indicam	que	deveria	ser,	originalmente,	
uma	carta	aos	laodicenses.	Um	terremoto	destruidor	de	Laodiceia	
teria	 forçado	 seus	 habitantes	 a	 ir	 até	 Éfeso.	Deram,	 assim,	 uma	
nova	identidade	à	Carta	do	Apóstolo.	São	hipóteses	não	de	todo	
impossíveis,	mas	difíceis	de	constatar,	especialmente	a	segunda.
O	fato	é	que	a	Carta	não	apresenta	pormenores	da	igreja	de	
Éfeso,	como	era	de	costume	nas	Cartas	de	Paulo:	ele	citava	situa-
ções	das	igrejas	para	onde	dirigia	suas	Cartas;	nessa	carta,	porém,	
© Cartas Paulinas174
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eles	não	existem.	As	frases,	as	afirmações	e	as	ideias	de	Paulo	re-
velam	que	não	estão	 familiarizados	com	a	vida	e	a	situação	dos	
efesinos.	Faltam,	também,	saudações	a	pessoas	e	a	grupos	da	co-
munidade.	Entretanto,	em	Efésios	1,15,	 lê-se	isto:	"por	 isso	tam-
bém	eu,	tendo	ouvido	falar	da	vossa	fé	no	Senhor	Jesus,	e	do	amor	
para	com	todos	os	cristãos	[…]",	o	que	sugere	que	o	autor	está	se	
dirigindo	a	um	grupo	específico	de	pessoas,	as	quais	manifestam	
uma	notável	expressão	de	fé.	
Ainda	em	Efésios	6,21s,	lê-se:	
E	para	que	também	vós	estejais	a	par	da	minha	situação	e	do	que	
faço	aqui,	Tíquico,	o	irmão	muito	amado	e	fiel	ministro	no	Senhor,	
vos	informará	de	tudo.	Eu	vo-lo	envio	precisamente	para	isto:	para	
que	sejais	informados	do	que	se	passa	conosco	e	para	que	ele	con-
forte	os	vossos	corações.
Aqui,	é	mencionado	o	nome	de	Tíquico,	colaborador	de	Pau-
lo,	enviado	por	ele.	Na	carta,	menciona-se	que	ele	"[…]	vos	infor-
mará	de	tudo".	Quem	ele	informará?	O	contexto	supõe	um	grupo,	
uma	igreja!	Mas	onde	estão	os	nomes,	conhecidos	e	participantes	
dessa	igreja,	que	pode	ser	de	Éfeso,	de	Laodiceia	ou	de	outro	local?
Assim,	a	questão	dos	destinatários	da	Carta	aos	Efésios	con-
tinua	em	aberto.	A	questão	do	seu	conteúdo	é	outro	tema	interes-
sante.	Essa	carta	tem	índole	acentuadamente	eclesiológica.	Além	
disso,	apresenta	extensos	textos	em	que	o	comportamento	cristão	
é	apresentado	de	modo	a	fazer	compreender	uma	relação	de	vir-
tudes	e	condutas	necessárias	para	o	viver	cristão.	
Os	temas	de	Colossenses	repetem-se	com	muita	frequência	
em	Efésios,	quase	que	fazendo	supor	que	aquela	Carta	serviu	de	
base	para	esta.	As	palavras	e	o	sentido	do	pensamento	do	autor	de	
Efésios	é,	também,	muito	próximo	do	autor	de	Colossenses.	
Estrutura e comentário à Carta aos Efésios
Veremos,	agora,	a	estrutura	da	Carta	aos	Efésios;	para	isso,	
inicialmente,	observe	o	Quadro	2.	
175© Nome da unidade
Quadro 2	Carta	aos	Efésios.
ESTRUTURA DA CARTA AOS EFÉSIOS
1,1–2	
1,3—3,21
1,3–14	
1,15–23
2,1–10	
2,11–22
3,1–14	
3,15–21
Saudação
Primeira parte:	Cristo	na	Igreja
Hino	a	Cristo
Glorificação	do	Senhor
Ação	de	Cristo	na	história
Reconciliação	dos	gentios
Os	gentios	e	Paulo
Oração
4,1—6,20
4,1–8	 	
4,9–16	 	
4,17—5,20
5,21—6,9
6,10–20	
6,21–24	
Segunda parte:	Exortações	e	comportamento
Unidade	em	Cristo
Identidade	dos	cristãos
Vida	em	Cristo
Comportamento	em	família
Combate	espiritual
Saudações	finais	
Saudação (1,1–2)
A	saudação	é	de	Paulo,	que	se	identifica	como	Apóstolo	de	
Cristo	Jesus	pela	vontade	de	Deus.	Os	destinatários,	ou	o	endere-
ço,	não	existem,	conforme	nossa	opção	de	seguir	a	tendência	dos	
manuscritos	que	não	apresentam	essas	informações.	
Primeira parte: Cristo na Igreja (1,3—3,21)
Na	primeira	parte,	Paulo	insiste,	de	modo	muito	poético,	na	
ação	da	graça	em	seus	ouvintes	e	nele	próprio.	Cristo	realiza	tudo	
em	todos	e	marca	todos	com	a	sua	graça.	Se	a	recebemos,	é	por	
pura	gratuidade	de	Deus.	
© Cartas Paulinas176
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Hino a Cristo (1,3–14)
O	hino	a	Cristo	é	semelhante	àquele	de	Colossenses,	mas	é	
mais	bem	elaborado	em	vista	do	conteúdo	parenético	(exortativo	
moral)	que	se	seguirá.	Ele	é	dirigido	a	gentios	que,	não	conhecendo	
as	promessas	a	seu	respeito,	acabam	por	entrar	na	sua	intimidade.	
Todos	são	"filhos	adotivos"	(versículo	5),	abençoados	(versí-
culo	3),	escolhidos	(versículo	4),	redimidos	(versículo	7),	conhece-
dores	da	vontade	de	Deus	(versículo	9),	predestinados	(versículo	
11),	feitos	herança	(versículo	11)	etc.	
O	hino	 faz	 a	 constante	 ligação	do	dom	que	é	Cristo	 e	 sua	
ação	nas	pessoas,	 em	 "nós",	 independentemente	da	 identidade	
e	da	expectativa	anterior	de	quem	está	ouvindo	ou	lendo	a	Carta.	
Glorificação do Senhor (1,15–23)
Em	seguida,	Paulo	apresenta	Cristo	como	objetivo	do	conhe-
cimento	dos	 leitores.	Ele	mesmo	deve	 iluminar	a	 inteligência	de	
quem	está	vivenciando	tudo	o	que	a	Carta	reflete.	Paulo	faz	votos	
de	que	seus	leitores	saibam	e	conheçam	a	ação	de	Deus,	realizada	
de	modo	intenso	e	pleno.	
[…]	que	ilumine	os	olhos	do	vosso	coração,	para	que	compreendais	
a	que	esperança	fostes	chamados,	quão	rica	e	gloriosa	é	a	herança	
que	ele	reserva	aos	santos,	e	qual	a	suprema	grandeza	de	seu	po-
der	para	conosco,	que	abraçamos	a	fé.	É	o	mesmo	poder	extraordi-
nário	que	ele	manifestou	na	pessoa	de	Cristo,	ressuscitando-o	dos	
mortos	e	fazendo-o	sentar	à	sua	direita	no	céu,	acima	de	todo	prin-
cipado,	potestade,	virtude,	dominação	e	de	todo	nome	que	possa	
haver	neste	mundo	como	no	futuro	(1,18–20).
Os	 leitores	devem	ficar	alegres,	pois	receberam	a	graça	da	
presença	de	Cristo	Jesus	de	modo	gratuito.	Tudo	o	que	pode	tocar	
as	pessoas	e	interferir	em	sua	vida	é	tomado	por	Cristo,	inclusive	
os	elementos	míticos	e	mistérios,	como	já	afirmado	em	Colossen-
ses.	E	isso	tudo	está	na	cabeça	da	Igreja,	dando-lhe	identidade	e	
segurança.	
177© Nome da unidade
Ação de Cristo na história (2,1–10)
Aqui,	Paulo	trata	da	conversão	operada	por	Cristo	nos	ouvin-
tes	da	Carta.	A	situação	anterior	deles	é	de	morte,	por	conta	dos	
pecados.	Sem	Cristo,	antes	de	seu	conhecimento,	todos	andavam	
nas	trevas,	mas	sua	presença	tornou	tudo	salvo,	resgatado.	Tudo	
pela	 graça,	 de	modo	 espontâneo,	 sem	 condições	 prévias.	 Deus	
manifestou	assim	sua	bondade	absoluta	em	Cristo.	
Essa	escolha	é	uma	predestinação:	todos	podem	e	serão	to-
mados	pela	graça	de	Cristo,	independentemente	de	sua	origem	ou	
condição.	Mas	é	necessário	aceitar	tudo	isso.	
Reconciliação dos gentios (2,11–22)
Paulo	cita	os	"circuncisos",	no	sentido	de	 judeus,	e	os	"in-
circuncisos",	no	sentido	de	gentios.	Os	incircuncisos	não	tinham	a	
herança	de	Israel,	mas,	agora,	tudo	mudou.	Todos,	pelo	sangue	de	
Cristo,	se	tornaram	próximos	de	Deus.
Em	2,14–18,temos	mais	um	hino,	no	qual	Cristo	é	destacado	
como	criador	do	"homem	novo".	Ele	faz	judeus	e	gentios	possíveis	
de	encontrar	o	Espírito	(versículo	19).
Os	ouvintes	da	Carta	 já	não	são	estrangeiros	em	relação	a	
Cristo.	Estão	íntimos	da	herança	de	Deus,	sendo	sua	família.	É	em	
Cristo	que	essa	nova	situação,	que	se	assemelha	a	um	edifício,	se	
eleva.	
Os gentios e Paulo (3,1–13)
Paulo	fala	de	si	e	de	seu	ministério.	Ele	conhece	o	mistério	
revelado	em	Cristo	e	apresenta-o	a	todos	os	gentios,	que	podem,	
assim,	participar	dele.	Da	leitura	do	texto,	nota-se	a	altíssima	esti-
ma	que	Paulo	expressa	pela	sua	identidade	de	Apóstolo,	apresen-
tador	ou	anunciador	do	Evangelho.	
A	Igreja,	comunidade	dos	que	creem	em	Cristo,	tem,	agora,	a	
possibilidade	de	dar	a	conhecer	a	vontade	de	Deus.	
© Cartas Paulinas178
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No	final	dessa	passagem,	Paulo	alega	"tribulações"	a	seu	res-
peito.	Seus	ouvintes	não	se	devem	abater	por	isso.	Estará	falando	
ele	do	cativeiro,	das	perseguições	ou	das	dificuldades	comuns	de	
seu	ministério?	Talvez	seja	do	cativeiro;	possivelmente	(segundo	
nossa	opinião),	do	cativeiro	romano.	
Oração (3,14–21)
Paulo	ora	pela	realidade	que	vivencia.	Pelo	dom	que	é	vivê-la	
e	pela	situação	que	seus	ouvintes,	agora,	podem	conhecer	na	ade-
são	ao	mistério	de	Cristo.	Na	sua	ação	de	graças,	ele	usa	palavras	
e	expressões	curiosas,	que	criam	uma	ideia	de	construção,	confor-
me	podemos	ler	na	passagem	a	seguir:	
[...].	Que	 Cristo	 habite	 pela	 fé	 em	 vossos	 corações,	 arraigados	 e	
consolidados	na	caridade,	a	fim	de	que	possais,	com	todos	os	cris-
tãos,	compreender	qual	seja	a	largura,	o	comprimento,	a	altura	e	
a	profundidade,	isto	é,	conhecer	a	caridade	de	Cristo,	que	desafia	
todo	o	conhecimento,	e	sejais	cheios	de	toda	a	plenitude	de	Deus	
(3,17–19).	
Segunda parte: exortações e comportamento (4,1—6,20)
Unidade	em	Cristo	(4,1–8). Paulo	exorta	à	unidade	em	Cristo	
Jesus.	Diz-se	prisioneiro,	certamente	indicando	seu	cativeiro.	Isso	
causa	uma	importância	maior	às	suas	afirmações	e	indicações.	
Ele	 insiste	 na	 necessidade	 de	 unidade,	 falando	 que	 existe	
uma	única	cabeça	e	um	só	Espírito,	isto	é,	um	Cristo	e	um	Espírito,	
que	 inspira	e	elege	a	todos	para	que	todos	estejam	na	vida.	Por	
isso,	há,	também,	um	só	batismo,	uma	só	esperança,	um	só	Senhor	
e	Deus.	
A	unidade	dos	fiéis	é	segurança	de	sua	adesão	ao	mistério	de	
Cristo.	Por	isso	a	insistência	nesse	ponto.	
Identidade dos cristãos (4,9–16)
Todos	estão	em	Cristo,	embora	cada	um	tenha	uma	identida-
de,	uma	maneira	de	ser	e	de	viver.	Paulo	elenca	os	carismas	breve-
mente:	apóstolos,	profetas,	evangelistas,	pastores	e	mestres.	Cada	
um	está	a	serviço	da	comunidade	em	nome	do	Senhor.	
179© Nome da unidade
Todos	podem	crescer	em	Cristo	e	experimentar	a	realidade	
de	uma	vida	marcada	pela	graça	e	pela	ação	de	Cristo-Cabeça,	do	
qual	seus	ouvintes,	que	formam	a	igreja,	são	os	membros.	
Vida em Cristo (4,17—5,20)
Descoberto	tudo	isso,	o	que	é	importante	é	a	vida	nova	em	
Cristo	Jesus.	Os	gentios	devem	conhecer	essa	situação	e	vivenciá-
-la,	pois	é	ele	quem	dá	vida.	Todo	o	longo	período	é	uma	insistente	
apresentação	da	imitação	de	Cristo,	da	adesão	a	seu	mistério	e	da	
vida	que	daí	emana.	
Comportamento em família (5,21—6,9)
Bem	articulada	a	longa	passagem	anterior,	surge,	agora,	essa	
passagem,	também	longa	e	bem	articulada,	que	exorta	à	vida	nova	
de	modo	concreto,	na	 família	e	nas	relações	humanas.	Maridos,	
esposas,	 filhos	e	pais	 têm	uma	palavra	de	exortação	e	de	alerta	
a	respeito	de	sua	conduta.	Tudo	deve	estar	em	Cristo	Jesus.	São	
incluídos,	também,	os	servos	e	os	senhores.	
Combate espiritual (6,10–20)
Por	 combate	 espiritual,	 entende-se	 a	 capacidade	 de	 viver	
em	meio	às	crises	e	às	contradições	da	vida	a	partir	da	intimida-
de	com	Cristo.	Mais	uma	vez,	surge,	como	em	Efésios,	a	ideia	de	
poderes	míticos,	 como	autoridades,	 potestades	 etc.	 Paulo	 deixa	
isso	de	lado	em	função	da	ação	de	Cristo	Jesus	sobre	tudo	e	sobre	
todos.	É	necessário	revestir-se	de	Cristo.	Para	tanto,	deve-se	orar	e	
suplicar	a	coerência	da	vida	e	a	adesão	constante	ao	Senhor.	
Paulo	pede	que	seus	ouvintes	orem	por	ele	também,	pois	ele	
deseja,	ainda,	anunciar	o	Evangelho.	
Saudações finais (6,21–24)
As	saudações	finais	não	têm	o	colorido	de	outras	Cartas.	Sua	
simplicidade	dá	a	entender	o	caráter	mais	amplo	dessa	Carta.	Não	há	
menção	de	recordações.	É	mencionado	Tíquico,	portador	da	Carta.	
© Cartas Paulinas180
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7. CARTA (BILHETE) A FILÊMON
Questões introdutórias
Carta	ou	bilhete?	Chamar	esse	interessante	escrito	paulino	
de	"Carta"	a	Filêmon	talvez	não	seja	o	melhor	modo	de	identificá-
-lo.	É	um	texto	bem	reduzido,	com	apenas	25	versículos,	mas	ex-
pressa	muitos	elementos.	Quanto	ao	status	do	escrito,	se	o	con-
siderarmos	"bilhete",	ficam	de	fora	algumas	ideias	fundamentais.	
Primeiramente,	Paulo	não	se	dirige	apenas	a	Filêmon,	mas	tam-
bém	à	igreja	que	se	reunia	em	sua	casa:
Paulo,	prisioneiro	de	Jesus	Cristo,	e	seu	irmão	Timóteo,	a	Filêmon,	
nosso	muito	 amado	 colaborador,	 a	 Ápia,	 nossa	 irmã,	 a	 Arquipo,	
nosso	companheiro	de	armas,	e	à	igreja	que	se	reúne	em	tua	casa.	
A	vós,	graça	e	paz	da	parte	de	Deus,	nosso	Pai,	e	da	parte	do	Senhor	
Jesus	Cristo!	(1–3).	
Para	ser	apenas	um	bilhete,	ideia	de	um	texto	sem	maiores	
pretensões,	não	seriam	nomeados	esses	outros	elementos.
Se	considerarmos	o	 texto	uma	carta,	ele	parece	 ser	muito	
reduzido	para	tanto.	Há	um	conteúdo	específico,	embora	diluído	
no	conjunto.	A	questão	da	escravidão	é	o	pano	de	fundo.	O	Cris-
tianismo,	que,	no	dizer	de	Paulo,	rompe	as	barreiras,	como	vai	se	
portar	perante	 a	 escravidão?	 "Já	não	há	 judeu	nem	grego,	 nem	
escravo	nem	livre,	nem	homem	nem	mulher,	pois	todos	vós	sois	
um	em	Cristo	Jesus"	(Gálatas	3,28).
Escravidão e liberdade
Se,	para	o	cristão,	não	há	mais	diferenças,	como	encarar	a	re-
alidade	concreta	que	se	apresenta	aqui:	um	escravo	fugitivo,	Oné-
simo,	busca	refúgio	junto	ao	Apóstolo	que	marcou	sua	conversão.	
E	o	mesmo	Apóstolo	marcou,	também,	a	conversão	de	seu	senhor,	
Filêmon.	
O	Cristianismo	e	o	próprio	Paulo	não	trataram	diretamente	
do	tema	da	servidão.	Mas	ele	estava	lá	presente,	pois	grande	parte	
181© Nome da unidade
da	população	das	cidades	 romanas	era	 formada	por	escravos.	A	
igreja,	como	se	pode	imaginar,	era	composta,	em	sua	grande	maio-
ria,	por	escravos	e,	quem	sabe,	por	alguns	libertos.	
Os	escravos	não	o	eram	em	função	da	 raça,	mas,	 sim,	por	
motivos	 econômicos:	 dívidas	 e	 outros	 problemas.	Outro	motivo	
eram	as	guerras:	os	prisioneiros	de	guerra	eram	reduzidos	à	es-
cravidão.	
A	liberdade	poderia	ocorrer.	O	escravo	poderia	adquirir	sua	
própria	 liberdade	 mediante	 algum	 dinheiro	 que	 ele,	 de	 algum	
modo,	podia	acumular.	Não	era	fácil,	mas	era	possível.	Nessa	cir-
cunstância,	um	ex-escravo	podia	ascender	até	à	cidadania	romana.	
Porcio	Festo,	governador	romano	que	substituiu	Félix	em	Cesareia	
e	que	mandou	Paulo	para	Roma,	era	um	liberto!	
Para	 o	 Cristianismo,	 o	 importante	 era	 a	 criação	 de	 novas	
relações	humanas.	A	liberdade	e	a	escravidão	não	têm	lugar,	em	
função	da	eleição	em	Jesus	Cristo.	O	Cristianismo	não	podia,	cons-
cientemente,	lutar	contra	a	escravidão	de	modo	aberto,	pois	seria	
tornar	a	sociedade	romana	um	caos.	Toda	ela	se	baseava	no	tra-
balho	servil.	Assim,	o	que	o	Cristianismo	fez	foi	estabelecer	essas	
novas	relações	humanas,	inspiradas	em	Jesus	Cristo.	Isso	é	muito	
evidente	na	Carta	a	Filêmon.	
Filêmon	 deve	 ser	 um	 convertido	 por	 Paulo,	 certamente	
quando	de	sua	permanência	em	Éfeso,	que	habitava	em	Colossos.	
Quanto	a	Onésimo,	há	informação	de	que	teria	sido	bispo	de	Éfe-
so,	o	que	dá	a	esse	pequeno	bilhete	um	significado	sem	par.	
Paulo	fala,	em	vários	momentos,	que	está	preso.	A	Carta	ou	
Bilhete	a	Filêmon	faz	parte	daquele	grupo	amplo	de	cartas	do	ca-
tiveiro,	prescindindo	da	questão	do	protopaulinismo	e	do	deute-
ropaulinismo.	Em	outras	palavras,	sem	levar	em	conta	essaclassi-
ficação	moderna,	consideram-se	cartas	do	cativeiro	as	Cartas	aos	
Efésios,	aos	Colossenses,	aos	Filipenses	e	a	Filêmon.
© Cartas Paulinas182
 Claretiano - REDE DE EDUCAÇÃO
Estrutura e comentário à Filêmon
Veremos,	no	Quadro	3,	a	estrutura	da	Carta	ou	Bilhete	a	Fi-
lêmon.
Quadro 3	Carta	ou	Bilhete	a	Filêmon.
ESTRUTURA DA CARTA/BILHETE
1–3		
4–7	
8–20		
8–11	
12–16	
17–20	
21–22	
23–25		
Endereço	e	destinatários
Ação	de	graças
Pedidos
Situação	de	Onésimo
Filho	espiritual	de	Paulo
Paulo	e	Filêmon:	devedores
Paulo	confia	na	situação	
Saudações
Endereço e destinatários (1–3)
Paulo	está	com	Timóteo,	seu	fiel	colaborador.	Dirige-se	a	Fi-
lêmon,	que	chama	de	"nosso	amado	colaborador",	sugerindo,	com	
isso,	que	Filêmon	foi	companheiro	de	Paulo	em	algum	momento	
de	suas	missões.	A	Filêmon,	Paulo	acrescenta	"nossa	irmã	Ápia",	
"nosso	 companheiro	 de	 armas	Arquipo"	 e,	 finalmente,	 "a	 igreja	
que	se	reúne	na	tua	casa";	esse	"tua"	se	refere	à	casa	de	Filêmon.	
Assim,	a	Carta	não	é	um	texto	pessoal,	dirigido	apenas	a	uma	pes-
soa.	O	assunto	é,	a	princípio,	com	uma	pessoa,	mas,	dirigindo-se	a	
mais	pessoas,	Paulo	amplia	suas	possibilidades.	
Provavelmente,	Árquipo	é	o	mesmo	que	foi	citado	em	Colos-
senses	4,17:	"Finalmente,	dizei	a	Árquipo:	vê	bem	o	ministério	que	
recebeste	em	nome	do	Senhor,	e	desempenha-o	plenamente".	Sa-
bemos,	então,	que,	por	um	tempo,	Árquipo	esteve	em	Colossos.	
Dessa	forma,	Filêmon	também	pode	residir	ali.	
183© Nome da unidade
Ação de graças (4–7)
Paulo	 dirige-se	 a	 Filêmon,	 reconhecendo	 nele	 um	 notável	
colaborador.	Ele	agradece	a	Deus	pelo	amor	de	Filêmon	e	pela	fé	
que	ele	manifesta.	Ao	que	tudo	indica,	Filêmon	foi	anteriormente	
colaborador	de	Paulo	ou	alguém	que	permitiu	que	a	igreja	pudes-
se	crescer.	
Pedidos (8–20)
Depois	desses	períodos	 introdutórios,	Paulo	 inicia	seus	pe-
didos.	
Situação de Onésimo (8–11)
Paulo	declara-se	um	velho;	podemos	considerar	que	isso	indi-
que	uma	idade	entre	os	50	e	60	anos.	Ele	está	prisioneiro	de	Jesus	
Cristo,	isto	é,	conduzido	pelo	Espírito	para	a	missão	da	Evangelização.	
É	 lembrada	a	situação	de	Onésimo,	um	"filho	que	gerei	na	
prisão"	(versículo	10).	Onésimo	foi,	seguramente,	batizado	em	al-
gum	momento	de	prisão	de	Paulo.	Ele	está	próximo	de	Paulo,	e	
este	o	manda	de	volta	a	Filêmon.	
Filho espiritual de Paulo (12–16) 
O	filho	espiritual	de	Paulo,	Onésimo,	mandado	de	volta	a	Fi-
lêmon,	é	como	se	fosse	o	próprio	coração	do	Apóstolo.	Paulo	suge-
re	que	desejava	mantê-lo	consigo,	mas	não	o	fez	sem	antes	obter	
a	permissão	de	Filêmon.	Ele	espera,	justamente,	essa	decisão	de	
seu	amigo.	
Onésimo	foi	"retirado"	de	seu	senhor,	Filêmon,	certamente	
com	a	permissão	de	Deus,	para	o	auxílio	de	Paulo.	Agora,	seu	se-
nhor	poderá	reavê-lo,	não	como	escravo,	mas,	sim,	como	irmão.	
Paulo	compara	Onésimo	a	si	mesmo	em	relação	a	Filêmon.	É	uma	
situação	 interessante:	Paulo	 reconhece	os	direitos	de	 senhor	da	
parte	 de	 Filêmon,	mas	 indica	 que	 o	modelo	 de	 relacionamento	
cristão	é	mais	necessário	e	oportuno.	Ao	mesmo	tempo,	confia	na	
oferta	de	Filêmon:	que	Onésimo	possa	servir	a	Paulo.	
© Cartas Paulinas184
 Claretiano - REDE DE EDUCAÇÃO
Paulo e Filêmon: devedores (17–20)
Filêmon	 deve	 receber	 a	 Onésimo	 gentilmente.	 Quaisquer	
prejuízos	que	ele	pode	ter	causado	correrão	por	conta	de	Paulo.	
O	Apóstolo	indica	que	ele	e	Filêmon	se	tornam,	assim,	devedores	
mútuos.	Mas,	acima	de	tudo,	está	a	bondade	esperada	de	Filêmon	
e	o	coração	de	Paulo.	
Paulo confia na situação (21–22)
Paulo	 fala	 da	obediência	 usando	um	 interessante	 artifício:	
a	obediência	é	exigida	de	um	escravo,	e	Onésimo	é	escravo.	Mas	
Filêmon	também	deve	obedecer,	certamente,	ao	Evangelho,	que	é	
maior	que	a	relação	entre	escravo	e	senhor.	
O	 Apóstolo	 ainda	 anuncia	 que	 necessitará	 de	 um	 abrigo	
quando	estiver	com	Filêmon.	
Saudações (23–25)
Por	último,	seguem	os	cumprimentos.	São	citados	Epafras,	
"companheiro	de	prisão	em	Cristo	Jesus",	Marcos,	Aristarco,	De-
mas	e	Lucas,	colaboradores	do	Apóstolo.	Ele	conclui	com	a	dedica-
ção	da	graça	de	Jesus	Cristo	ao	espírito	de	Filêmon.			
8. QUESTÕES AUTOAVALIATIVAS
Confira,	a	seguir,	as	questões	propostas	para	verificar	o	seu	
desempenho	no	estudo	desta	unidade:
1)	 Como	posicionar	a	Carta	aos	Colossenses	dentro	do	corpus	paulinum?	
2)	 Quais	são	os	argumentos	principais	da	Carta	aos	Colossenses?	
3)	 Como	Cristo	é	apresentado	na	Carta	aos	Colossenses?
4)	 Quais	são	as	consequências	éticas	ou	práticas	que	a	Carta	aos	Colossenses	
apresenta	em	sua	argumentação?
5)	 Quais	são	as	características	principais	da	Carta	aos	Efésios	e	quais	aspectos	
estão	ainda	em	aberto	na	compreensão	dessa	Carta	e	de	sua	origem?
185© Nome da unidade
6)	 Qual	é	o	destaque	que	é	dado	a	Cristo	nessa	Carta	e	a	quê	ele	é	relacionado?
7)	 Paulo	cita	circunstâncias	particulares	a	seu	respeito.	Como	considerar	essa	
citação	e	quais	as	possíveis	soluções?
8)	 Em	Efésios,	bem	como	em	outras	Cartas,	Paulo	aborda	a	questão	da	iden-
tidade	cristã:	o	ser	cristão,	com	base	em	Jesus	Cristo	diante	do	mundo,	em	
especial	ao	mundo	pagão.	Quais	elementos,	relativos	a	esses	argumentos,	
são	próprios	da	Carta	aos	Efésios?
9)	 Como	identificar	a	Carta	a	Filêmon?
10)	Quais	os	argumentos	fundamentais	da	Carta	a	Filêmon	e	como	posicioná-la	
perante	todo	o	corpus	paulinum?	
9. CONSIDERAÇÕES
As	Cartas	analisadas	aqui	contêm	muito	material	interessan-
te,	que	deixa	à	mostra	uma	riqueza:	as	circunstâncias	e	situações	
das	igrejas	das	origens,	especialmente	as	que	têm	algum	tipo	de	
influência	paulina.	Em	Colossenses	e	Efésios,	vemos	argumentos	
insistentes	na	identidade	de	Jesus	Cristo	e	na	necessidade	de	bus-
cá-lo	sem	as	mediações	gnósticas.	Já	em	Filêmon,	o	Apóstolo	fala	
a	um	amigo	com	a	confiança	que	somente	uma	amizade	intensa	e	
baseada	em	Cristo	Jesus	pode	oferecer.	
As	Cartas	de	Paulo,	embora	episódicas	e	não	 sistemáticas,	
são	um	retrato	substancioso	de	aspectos	importantes	da	Igreja	pri-
mitiva.	Paulo	soube	intervir	na	história	das	igrejas	particulares,	no	
sentido	de	torná-las	inseridas	no	mistério	de	Deus,	que	se	revela	
em	Jesus	Cristo.	Sem	esse	esforço,	é	provável	que	o	Cristianismo	
se	tornasse	mais	uma	proposta	original	e	até	surpreendente,	mas	
sem	uma	adequada	continuidade	e	influência	na	vida	e	na	história	
da	sociedade	da	época	e	na	posteridade.	
10. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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© Cartas Paulinas186
 Claretiano - REDE DE EDUCAÇÃO
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CROSSAN,	 J.	D.;	REED,	 J.	Em busca de Paulo.	Como	o	Apóstolo	de	 Jesus	Cristo	opôs	o	
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1992.	p.	35-128;	129-208.
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de	Bárbara	Theoto	Lambert.	São	Paulo:	Paulus,	Vida	Nova,	Loyola,	2008.	p.	247-255;	421-
439;	543-548;	603.
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Rossi.	São	Paulo:	Paulus,	2009.	p.	137-140.	(Coleção	Bíblia	e	Sociologia).
MURPHY-O'CONNOR,	 J.	Paulo. Biografia	 crítica. Tradução	de	Bárbara	Theoto	Lambert.	
São	Paulo:	Loyola,	2000.	p.	17-46;	169-194.
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Stein.Petrópolis:	Vozes,	1971.	colunas	280-282;	423-425;	576-577.

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