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DIREITO PROCESSUAL PENAL - PRINCÍPIOS E APLICAÇÃO DA LEI PROCESSUAL PENAL

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DIREITO PROCESSUAL PENAL
DIA 01
SISTEMAS PROCESSUAIS PENAIS
1. Sistema Inquisitivo: É caracterizado pela INEXISTÊNCIA de contraditório e ampla defesa, com a concentração das funções de acusar, defender e julgar em uma única figura (o juiz).
O procedimento é escrito e sigiloso, com início da persecução e prolação da prova e prolação de decisão pelo magistrado. 
No sistema inquisitivo ocorre a mitigação dos direitos e garantias individuais, em favor de um interesse coletivo de ver o acusado punido.
2. Sistema Acusatório: há uma nítida SEPARAÇÃO entre as funções de acusar defender e julgar; o contraditório, a ampla defesa e a publicidade regem todo o processo; o órgão julgador é dotado de imparcialidade; o sistema de apreciação das provas é o de livre convencimento motivado. É o sistema adotado pelo Brasil, com algumas mitigações.
3. Sistema Misto: caracteriza-se por uma instrução preliminar secreta e escrita, a cargo do juiz, com poderes inquisitivos no intuito da colheita de provas e por uma fase contraditória (judicial) em que se dá o julgamento, admitindo-se o exercício da ampla defesa e de todos os direitos dela decorrentes.
FONTES
1. Fonte de Produção ou Material: é aquela que elabora a norma no Brasil, a competência para legislar sobre direito processual penal é da União. Entretanto, o parágrafo único do artigo 22 da CF, permite que, através de lei complementar, seja atribuída aos estados-membros a competência para legislar sobre processo penal, em questões específicas de direito local.
2. Fonte Formal ou de Cognição: é aquela que revela a norma. Pode ser de cognição imediata ou mediata:
2.1. Fonte de Cognição Imediata ou Direta: são as leis e tratados, constituição, medidas provisórias e jurisprudência;
2.2. Fontes de Cognição Mediata ou Indireta: desdobram-se em costumes e princípios gerais do direito.
INTERPRETAÇÃO DA LEI PROCESSUAL PENAL
1. Quanto à ORIGEM:
· Autêntica ou Legislativa: realizada pelo próprio legislador;
· Doutrinária ou cientifica: realizada pelos estudiosos do direito;
· Jurisprudencial: realizada pelos tribunais.
2. Quanto ao MODO:
· Literal: leva-se em conta o texto da lei, a literalidade;
· Teleológica: busca-se a finalidade da norma;
· Lógica: objetiva-se a compreensão do espírito da lei
· Histórica: analisa-se o contexto anterior a lei;
· Sistemática: leva-se em conta a norma como um todo.
3. Quanto ao RESULTADO:
· Declarativa: a norma deixa claro o que quer dizer no texto;
· Restritiva: a norma disse mais do que deseja;
· Extensiva: a norma disse menos do que deseja;
A LEI PROCESSUAL PENAL NO TEMPO
A lei processual penal tem APLICAÇÃO IMEDIATA, pouco importa se gravosa ou não a situação do réu. Destarte, os atos anteriores, em decorrência do princípio do “tempus regit actum”, continuam válidos, ou seja, os atos processuais já praticados são tratados como atos jurídicos perfeitos.
1. Sistema da Unidade Processual: o processo só pode ser regulado por uma única lei.
2. Sistema das fases Processuais: as fases processuais de um mesmo processo podem ser reguladas por leis distintas promulgadas sucessivamente no tempo.
3. Sistema do Isolamento dos Atos Processuais: os atos praticados sob vigência de lei anterior são perfeitos, enquanto os atos ainda não praticados devem ser praticados consoante lei nova, de forma integral.
4. Lei Mista ou Híbrida (norma de conteúdo processual e material): como não pode haver cisão, DEVE PREVALECER o aspecto penal, se este for benéfico, a lei retroage por completo; se for maléfico, a lei não retroage.
LEI PROCESSUAL PENAL NO ESPAÇO
É informada pelo princípio da TERRITORIALIDADE ABSOLUTA “Locus Regit Actum”.
· Exceções:
a) Os tratados, convenções e regras de direito internacional;
b) As prerrogativas do presidente da república, ministros de estado nos crimes conexos com os do presidente da república e dos ministros do STF, nos crimes de responsabilidade;
c) Os processos de competência da justiça militar;
d) Os processos de competência do tribunal especial;
e) Os processos do crime de imprensa.
PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS DO DIREITO PROCESSUAL PENAL
1. Princípios Constitucionais Explícitos
1.1. Princípio da Presunção de Inocência ou da Não Culpabilidade
Consiste de não ser declarado culpado, senão após o trânsito em julgado de sentença penal condenatória.
1.1.1. Dimensões de atuação do princípio da presunção de inocência:
1.1.1.1. Dimensão Interna ao Processo: o princípio da presunção de inocência se manifestando dentro do processo.
a) Regra Probatória (in dubio pro reo): a parte acusadora tem o ônus de demonstrar a culpabilidade do acusado além de qualquer dúvida razoável. Não é o acusado que deve comprovar sua inocência.
b) Regra de Tratamento: o poder público está impedido de agir e de se comportar em relação ao acusado como se ele já houvesse sido condenado.
1.1.1.2. Dimensão Externa ao Processo: o princípio da presunção de inocência se manifestando fora do processo.
1.1.2. Conclusão: é PROIBIDA a execução provisória da pena. Contudo, vale ressaltar que é possível que o réu seja preso antes do trânsito em julgado, no entanto, para isso, é necessário que seja proferida uma decisão judicial individualmente fundamentada na qual o magistrado demonstre que estão presentes os requisitos para a prisão preventiva previstos no art. 312 de CPP.
1.2. Princípio da Igualdade Processual ou Paridade de Armas.
As partes devem ter em juízo as mesmas oportunidades.
1.3. Princípio da Ampla Defesa
A ampla defesa divide-se em autodefesa e defesa técnica:
· Autodefesa: é aquela feita pelo próprio acusado
· Defesa Técnica: é o direito de ser representado por advogado. É INDISPONÍVEL E IRRENUNCIÁVEL.
· A falta de defesa técnica, no processo penal, constitui NULIDADE ABSOLUTA, mas sua deficiência só o anulará se houver prova de prejuízo para o réu. Súmula 523, STF.
1.4. Princípio do In Dubio Pro Reo.
Se houver dúvida na interpretação de determinado artigo de lei processual penal, deve privilegiar a interpretação que beneficie p réu.
1.5. Princípio do Contraditório 
É direito de ser intimado e se manifestar sobre fatos e provas.
1.5.1. Espécies:
· Contraditório para a prova (contraditório real): é o contraditório feito na formação do elemento de prova, sendo indispensável que sua produção ocorra na presença do órgão julgador e das partes; Ex.: prova testemunhal;
· Contraditório sobre a prova (contraditório diferido/postergado): é a atuação do contraditório após a formação da prova; Ex.: interceptação telefônica.
2. Princípios Constitucionais Implícitos
2.1. Princípio do ”Nemo Tenetur Se Detegere” OU Princípio de que Ninguém está obrigado a produzir prova contra si mesmo.
2.1.1. Desdobramentos do Princípio.
a) Direito de não praticar qualquer comportamento ativo que possa incriminá-lo.
b) Direito de não produzir nenhuma prova incriminadora invasiva.

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