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Projeto de Edificações
Responsável pelo Conteúdo:
Prof. Dr. Antonio Carlos da Fonseca Bragança Pinheiro
Revisão Textual:
Prof. Me. Luciano Vieira Francisco
Generalidades Sobre Projetos na Construção Civil
Generalidades Sobre Projetos 
na Construção Civil
 
 
• Conhecer as características de concepção dos projetos na área de construção civil;
• Entender o processo de concepção de projetos e as interfaces de compatibilização entre as 
disciplinas, o projeto legal e a acessibilidade nas edificações;
• Conhecer a gestão de projetos.
OBJETIVOS DE APRENDIZADO 
• Introdução;
• Racionalização;
• Construtibilidade;
• Coordenação de Projetos;
• Processo de Concepção do Projeto;
• Projeto Simultâneo;
• Interfaces de Compatibilização entre Disciplinas;
• Projeto Legal;
• Acessibilidade nas Edificações;
• Gestão de Projetos.
UNIDADE Generalidades Sobre Projetos na Construção Civil
Introdução
Neste início de século XXI existe a preocupação crescente dos profissionais en-
volvidos em operações construtivas com o processo de projeto, com a intenção de 
melhorar o desempenho das obras a partir da gestão do processo de projetos. 
Mesmo realizando adequada gestão do projeto, ainda não é possível quantificar 
os resultados obtidos de forma exata, em termos de desempenho ou custo. Alguns 
pesquisadores indicam que uma adequada gestão do processo de projetos poderia 
causar redução de 6% do custo direto das obras. 
Um dos objetivos da gestão do projeto é a racionalização de recursos e, para 
isso, podem ser empregados os conceitos de construtibilidade, sistemas de gestão da 
qualidade e coordenação de projetos, entre outras ferramentas de gestão (Figura 1).
Conceitos
empregados para
a racionalização 
de recursos
Racionalização
Coordenação
de Projetos
Construtibilidade
Figura 1
Racionalização
A racionalização é um conceito intrínseco ao conjunto de ações na racionalização 
de recursos, que pode ser aplicada ao setor construtivo e para as técnicas construti-
vas envolvidas.
A intenção desse conceito é aplicar ações que otimizem o uso dos recursos mate-
riais, humanos, organizacionais, energéticos, temporais e financeiros disponíveis no 
processo construtivo (Figura 2). 
Otimização dos recursos
Objetivos da
racionalização aplicada
ao setor construtivo
Organizacionais Temporais
Financeiros
Materiais
Humanos Energéticos
Figura 2
8
9
Construtibilidade
A construtibilidade na racionalização dos recursos é o uso ótimo do conhecimento 
e da experiência compartilhada em construção aplicada ao planejamento, projeto, à 
contratação e ao trabalho no canteiro de obras, com a intenção de atingir os objeti-
vos gerais dos empreendimentos.
Assim, a construtibilidade nos projetos é o detalhamento adequado dos elementos 
de projeto com o objetivo de atender aos requisitos técnicos e financeiros dos empre-
endimentos, levando em conta a relação projeto versus construção, para melhorar 
a efetividade do projeto e, com isto, possibilitar a constituição de subsídios para o 
processo de construção no canteiro de obras. 
A construtibilidade é relacionada à adequada utilização do conhecimento e da 
experiência técnica em vários níveis, com a intenção de racionalizar a execução dos 
empreendimentos, enfatizando a inter-relação entre as etapas de projeto e de execu-
ção da obra (Figura 3). 
Adequada utilização
do conhecimento e da
experiência técnica
Enfatizando a inter-relação
entre as etapas de
projeto e de execução
Construtibilidade
Racionalizar a
execução dos
empreendimentos
Figura 3 – Construtibilidade para a racionalização de recursos
A construtibilidade no projeto pode ser considerada como a aplicação desse co-
nhecimento e experiência durante o desenvolvimento dos projetos, junto às diretrizes 
gerais que permitam racionalizar a execução dos empreendimentos. 
Coordenação de Projetos
A coordenação de projetos na racionalização dos recursos pode ser definida como 
o processo que compreende a organização das etapas do projeto, a análise, o con-
trole e a compatibilização das soluções técnicas, a elaboração de projetos executivos 
e o acompanhamento de seus desempenhos (Figura 4). 
9
UNIDADE Generalidades Sobre Projetos na Construção Civil
Coordenação 
de projetos
Processo de
Organização das
etapas de projeto
Análise, controle e
compatibilidade de
soluções técnicas
Elaboração de
projetos executivos
Acompanhamento 
do desempenho
dos projetos
Figura 4 – Coordenação de projetos na racionalização de recursos
Pode-se dizer que a aplicação do conceito de construtibilidade está implicitamente 
inserida na coordenação de projetos, tendo como objetivo específico racionalizar 
os recursos para melhorar o desempenho do empreendimento, sendo ligados a um 
sistema de gestão da qualidade.
As principais fases de um projeto de construção civil são as seguintes (Figura 5):
1. Análise do local da obra e levantamento de informações;
2. Concepção do projeto arquitetônico;
3. Concepção dos demais projetos;
4. Elaboração dos desenhos;
5. Revisão e aprovação dos projetos;
6. Legalização da obra;
7. Definição de prazos; 
8. Orçamentação de materiais, mão de obra e equipamentos;
9. Execução e gerenciamento;
10. Entrega, ocupação e operação da obra.
Preliminar
Análise do Local
da Obra e Levantamento
de Informações
Projetos
Concepção dos
Demais Projetos
Elaboração 
dos Desenhos
Revisão e
Aprovação
dos Projetos
Execução
Execução e
Gerenciamento
Entrega, Ocupação e 
Operação da Obra
Planejamento Legalização
da Obra
De�nição
de Prazos
Orçamentação de
Materiais, Mão de Obra
e Equipamentos
Concepção
do Projeto
Arquitetônico
Figura 5 – Principais fases de projeto de construção civil
10
11
Processo de Concepção do Projeto
O processo de projeto na construção de edifícios é composto por várias espe-
cialidades de projeto como, por exemplo, projeto de arquitetura, projeto estrutural, 
projeto de sistemas prediais, entre outros, que desenvolvem diferentes soluções tec-
nológicas e que devem ser interligadas nas diferentes etapas de projeto (Figura 6).
Especialidades de
projetos na construção
de edifícios
Projeto Estrutural
Projeto de
Sistemas Prediais
Outros
Projetos
Projeto de
Arquitetura
Figura 6 – Especialidades de projetos na construção de edifícios
O processo de projeto acontece através de diferentes etapas sucessivas, em que a 
escolha entre as possíveis alternativas é feita com base nos resultados e no desenvol-
vimento das soluções adotadas. 
Na construção de edifícios existe relação hierárquica entre a arquitetura e todos os 
demais projetos que compõem os projetos das edificações. O projeto de arquitetura 
é o responsável pelas indicações a serem seguidas pelos demais projetos. 
No processo de projeto geralmente utilizado no setor da construção civil, é co-
mum que o início de uma etapa de projeto de determinada especialidade dependa 
do término de uma etapa de diferente especialidade, cujo grau de aprofundamento e 
maturação das decisões é equivalente ao grau da etapa (da outra especialidade) que 
se inicia. Por exemplo, a etapa de anteprojeto de estruturas tem como pré-requisito 
a etapa de anteprojeto de arquitetura. 
Assim, a fase de concepção das edificações ocorre de forma separada do desen-
volvimento do projeto, isto é, o trabalho do projetista de arquitetura ocorre previa-
mente e, geralmente, sem a interação com os demais projetistas das outras especia-
lidades relativas às edificações. 
O projeto de arquitetura comumente é desenvolvido a partir da pesquisa de mer-
cado e aquisição do terreno onde será feita a edificação. Na sequência, o projeto de 
arquitetura é aprovado nos órgãos competentes, para a obtenção de recursos finan-
ceiros e o lançamento do empreendimento no mercado. 
Em geral, somente após a etapa de lançamento dos edifícios é feita a contratação dos 
demais projetistas que participarão do desenvolvimento dos projetos das outras discipli-
nas. Desta maneira, é possível perceber que a atuação dos diversos projetistasenvolvidos 
11
UNIDADE Generalidades Sobre Projetos na Construção Civil
no processo não ocorre de maneira conjunta. O projeto é elaborado sem a efetiva contri-
buição de todos os participantes ao longo das diferentes etapas do processo de projeto. 
Igualmente, é possível verificar que, durante o desenvolvimento do projeto, pra-
ticamente não existe a participação das construtoras e dos futuros usuários, sendo 
significativa a influência dos incorporadores. 
Algumas das dificuldades com relação à implantação do fluxo do processo de 
projeto podem ser relacionadas a seguir (Figura 7): 
• Baixo grau de comprometimento com o projeto: profissionais e empresas de 
arquitetura têm baixo compromisso com a estratégia e metas dos contratantes 
(custos, prazos, atendimento ao usuário final);
• Falta de estratégia de produto: baixa estratégia de produto por parte 
dos contratantes;
• Ausência de metodologias adequadas de marketing: ausência de metodo-
logias para o levantamento das necessidades dos clientes, tanto do investidor 
como do usuário final;
• Excesso de retrabalho no processo de desenvolvimento do projeto: excesso 
de retrabalho em função de alterações por parte do contratante e da falta de 
integração entre os diversos agentes participantes;
• Falta de controle da qualidade no processo de projeto: falta ou baixo con-
trole de qualidade durante o processo de projeto;
• Ausência de sistematização na troca de informações: não existe troca siste-
mática de informações entre os escritórios de projeto e as obras em execução, 
não promovendo, assim, a aplicação dos princípios de racionalização e constru-
tibilidade desde a etapa inicial do processo de projeto;
• Ausência de coordenação do processo de projeto da edificação: não há 
um trabalho conjunto entre a construtora, os demais projetistas e o escritório de 
arquitetura durante o processo de projeto do edifício. 
Exemplos de
fatores para a falta de
qualidade do projeto
Baixo grau de
comprometimento
com o projeto
Falta de estratégia
de produto
Falta de controle 
da qualidade no
processo de projeto
Ausência de metodologias
adequadas de marketing
Excesso de
retrabalho no processo de 
desenvolvimento do projeto
Ausência de
coordenação do processo
de projeto da edi�cação
Ausência de
sistematização na
troca de informações
Figura 7 – Exemplos de Fatores para Falta de Qualidade do Projeto
Esses fatores contribuem para a falta da qualidade do projeto como um todo, pois 
esse é desenvolvido sem uma visão sistêmica, na qual todas as necessidades e exi-
gências dos diversos clientes do processo deveriam ser consideradas. 
12
13
Projeto Simultâneo 
A técnica do projeto simultâneo é uma alternativa que pode ser utilizada para a 
melhoria do desempenho dos projetos em relação ao atendimento das necessidades 
dos usuários das edificações e dos clientes intermediários que são envolvidos no pro-
cesso de produção.
O projeto simultâneo é a aplicação da metodologia de desenvolvimento de produ-
tos com Engenharia Simultânea (ES), que é amplamente utilizada nas indústrias de 
transformação (são aquelas que transformam um material primário em um produto 
finalizado ou em um produto intermediário e destinado à outra indústria de transfor-
mação) – por exemplo, temos as indústrias de transformação:
• De alimentos;
• Automobilística;
• De bebidas;
• Farmacêutica;
• De máquinas e equipamentos;
• Metalúrgica;
• De plásticos e borrachas;
• Química;
• Têxtil.
O projeto simultâneo possibilita o desenvolvimento de produtos com ganhos em 
termos de redução do tempo de lançamento de novos produtos no mercado, obtido 
através do compartilhamento de informações com todos os envolvidos no processo 
de projeto e a consequente redução do tempo global de desenvolvimento do produto. 
A engenharia simultânea proporciona a redução de problemas de produção e 
de uso decorrentes do projeto, o que é potencializado pela maior interação entre as 
fases de projeto e a consideração antecipada das necessidades dos vários envolvidos 
no ciclo de vida do produto. 
As bases do projeto simultâneo, provenientes da engenharia simultânea, são 
as seguintes: 
• Realização simultânea de várias etapas do processo de desenvolvimento de produto, 
em especial, desenvolvimento conjunto de projetos do produto e para produção; 
• Integração no projeto de visões de diferentes agentes do processo de produção, 
através da formação de equipes multidisciplinares;
• Incentivo à interatividade entre os participantes da equipe multidisciplinar com 
ênfase para o papel do coordenador de projetos como facilitador do processo;
• Forte orientação para a satisfação dos clientes e usuários (transformação das 
aspirações dos clientes em especificações de projeto). 
13
UNIDADE Generalidades Sobre Projetos na Construção Civil
Do ponto de vista operacional, o projeto simultâneo está associado à realiza-
ção simultânea de atividades de projeto de forma a trazer para a concepção do 
produto a participação de vários especialistas envolvidos em diferentes etapas do 
ciclo de produção dos empreendimentos, procurando prever as necessidades e 
visões dos clientes. 
Interfaces de Compatibilização 
entre Disciplinas
A compatibilidade de um projeto é definida como um atributo de um projeto, cujos 
componentes dos sistemas ocupam espaços que não conflitam entre si, bem como 
possui dados compartilhados com consistência e confiabilidade até o final do processo 
de projeto e execução das obras. 
O projeto pode ser conceituado como a descrição gráfica e escrita das proprie-
dades de um serviço ou obra de engenharia, que define os seus atributos técnicos, 
econômicos, legais e financeiros. 
A atividade de compatibilização de projetos é a ação que torna os projetos com-
patíveis, proporcionando soluções integradas entre as diversas áreas que tornam 
possíveis os empreendimentos.
Para realizar a compatibilização de projetos é necessária a sobreposição dos vá-
rios projetos e identificar as interferências. Devem ser feitas reuniões entre os proje-
tistas das diversas disciplinas ou especialidades com a coordenação, com a intenção 
de solucionar possíveis interferências dos projetos. 
A compatibilização dos projetos deve ocorrer em todas as etapas como, por exemplo, 
estudos preliminares, anteprojeto, projetos legais e projeto executivo. Deve integrar as 
diversas soluções, identificando interferências como, por exemplo, aquelas relacionadas 
às geometrias dos diversos elementos componentes dos projetos das edificações.
Ademais, para a compatibilização de projetos é possível utilizar técnicas como, 
por exemplo:
• Sobreposição de projetos bidimensionais (2D) com a utilização de softwares 
de Computer Aided Design (CAD): desenho assistido por computador;
• Integração de modelos tridimensionais (3D): maquetes físicas ou eletrônicas;
• Aplicação do método Failure Mode and Effect Analysis (FMEA): análise 
do modo e efeito de falha. Este método tem a intenção de detectar interferências 
físicas, utilizando controles (checklists) para compatibilizar informações de projeto.
Já a sobreposição de projetos pode ser realizada em pares de disciplinas para facili-
tar a visualização e interpretação das interferências como, por exemplo, os projetos de: 
• Arquitetura e de estruturas;
• Arquitetura e de ar-condicionado;
14
15
• Estruturas e de ar-condicionado;
• Estruturas e de instalações hidráulico-sanitárias;
• Estruturas e de instalações elétricas;
• Instalações hidráulico-sanitárias e de instalações elétricas.
Os controles (checklists) realizados em cada uma das disciplinas de projeto têm 
como objetivo auxiliar na consistência das informações entre os projetos, através do 
cruzamento das informações entre os diferentes projetos (Tabela 1). 
Tabela 1 – Exemplo de checklist de especialidade
3 Checklist de instalações elétricas (térreo)
Item Descrição Quantidade Unidade
3.1 Quadro de Luz 2 Unidades
3.2 Eletrodutos 12 mm 100 Metros
3.3 Eletrodutos 25 mm 50 Metros
3.4 Interruptoressimples 10 Unidades
3.5 Interruptores paralelos 20 Unidades
3.6 Tomadas 30 Unidades
3.7 Caixas 4 × 2 30 Unidades
3.8 Caixas 4 × 4 30 Unidades
As informações do briefing, das diretrizes e dos requisitos são inseridos em um 
quadro denominado matriz de informação (Tabela 2). No decorrer do desenvol-
vimento dos projetos essa matriz é ampliada com informações de acordo com as 
necessidades das interdependências dos projetos das edificações.
Tabela 2 – Exemplo de matriz de informação
Destino Origem
Projeto Arquitetura Estruturas
Instalações de 
ar-condicionado
Arquitetura –
Estrutura convencional 
ou diferenciada no 
desenvolvimento 
preliminar do projeto 
de arquitetura.
Espaços adequados 
para o sistema de 
resfriamento do 
ar-condicionado.
Estruturas
Plano de compartimen-
talização dos ambientes 
para avaliação das 
cargas na estrutura
–
Peso do sistema 
de resfriamento 
para o dimensiona-
mento estrutural
Instalações de 
ar-condicionado
Dimensões dos dutos 
de ar-condicionado 
para a determinação do 
rebaixamento do forro
Vigas que poderão 
ser furadas para a 
passagem dos dutos de 
ar-condicionado
–
A matriz de informação deve ser disponível a todos os envolvidos nas diversas 
disciplinas, sendo que somente o coordenador poderá editar as informações – esta 
condição é necessária para evitar a inconsistência das informações. 
15
UNIDADE Generalidades Sobre Projetos na Construção Civil
Outro instrumento de gestão integrada de projetos é a matriz de interferências 
físicas, a qual serve para relatar as interferências físicas encontradas no processo de 
compatibilização (Tabela 3).
Tabela 3 – Exemplo de matriz de interferências físicas
Destino Origem
Projeto Arquitetura Estruturas
Instalações de 
ar-condicionado
Arquitetura – Pilar na posição da porta
Duto de ar-condicionado 
interferindo na rampa de 
acesso de veículos
Estruturas – – Furo do duto de ar-condicionado em elementos estruturais
Instalações de 
ar-condicionado – – –
Os cuidados apresentados nas matrizes de informação e de interferências físicas 
têm como base que os principais problemas que surgem ainda na etapa de projeto 
são os seguintes (Figura 8): 
• Incompatibilidades entre os diferentes projetos;
• Erros ou diferenças de cotas, níveis e alturas;
• Falta de detalhamento dos projetos;
• Detalhamento inadequado dos projetos;
• Falta de especificação de materiais e componentes.
Principais problemas
na fase de projetos
Erros ou diferenças de
cotas, níveis e alturas
Falta de detalhamento
dos projetos
Detalhamento inadequado
dos projetos
Incompatibilidade entre
os diferentes projetos
Falta de especi�cação de
materiais e componentes
Figura 8 – Principais problemas na fase de projetos
Com a necessidade de novas ferramentas de compatibilização de projetos, a cria-
ção da tecnologia da plataforma Building Information Modeling (BIM) – modelagem 
de informações de construção – pode ser considerada um grande avanço na resolu-
ção de diferentes problemas na construção civil.
A tecnologia BIM permite a construção digital de um modelo virtual preciso de 
uma edificação; assim como possibilita a interação de diversos projetos, facilitando a 
análise tridimensional e a sua organização, fazendo com que não haja um elemento 
construtivo no mesmo espaço que outro – é o seu diferencial em comparação à 
16
17
plataforma CAD, esta que desenvolve apenas uma representação em linhas do dese-
nho, não sendo orientado ao objeto (como no caso do BIM). 
Ademais, o BIM incorpora a representação visual do objeto, a sua geometria e os 
seus atributos, possibilitando a validação da viabilidade construtiva das soluções de 
projeto, permitindo a previsão de desempenho, evitando erros e desperdícios.
A principal característica do BIM é a combinação de seu sistema de modelagem 
3D com uma gestão, compartilhamento e troca de dados durante a vida útil da edi-
ficação, tendo como resultado um modelo com imagens gráficas tridimensionais em 
tempo real, onde cada linha e objeto apresentam dados físicos reais.
A plataforma BIM tem as seguintes camadas:
• 3D: representa a arquitetura, estrutura e as instalações do projeto;
• 4D: representa a variável tempo, possibilitando definir prazos de execução, e 
identificar falhas de planejamento;
• 5D: representa o fator custo, indicando quantitativamente as quantidades e as-
sociando aos valores unitários, gerando orçamentos;
• 6D: representa a sustentabilidade do empreendimento, realizando simulações 
térmicas e de iluminação, otimizando os processos para a redução de custos;
• 7D: representa o gerenciamento, a manutenção e operação dos empreendi-
mentos, indicando as datas de instalações, os manuais e as alterações das medi-
das dos ambientes realizadas ao longo da obra;
• 8D: representa a segurança do trabalho nas obras, identificando antecipada-
mente diferentes problemas.
Na fase de orçamentação da obra, os profissionais orçamentistas precisam de 
informações dos materiais e o quantitativo que será utilizado para, posteriormente, 
dar continuidade ao orçamento. A plataforma BIM informa automaticamente os va-
lores quantitativos, facilitando a orçamentação, pois reduz os erros quantitativos e o 
tempo de serviço. 
Projeto Legal
O projeto legal é um instrumento jurídico que comprova que o projeto a ser cons-
truído está elaborado conforme as leis de cada município. É possível, assim, solicitar 
financiamento para construção, ou realizar empréstimo para o investimento de re-
formas, ou para outros fins.
O projeto legal é um conjunto de documentos que será submetido à análise e 
aprovação de órgãos públicos e/ou privados. 
A prefeitura municipal é um exemplo de órgão público que analisa um projeto de 
construção de edificações, uma vez que é a sua atribuição fiscalizar o uso e a ocupa-
ção do solo municipal. 
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UNIDADE Generalidades Sobre Projetos na Construção Civil
Podem haver outros órgãos interessados no projeto legal como, por exemplo, 
órgãos de proteção ambiental, se a edificação estiver próxima a um manancial de 
água, tais como represas e cursos de água. 
Como exemplo de órgão privado que normalmente analisa projetos de edifica-
ções residenciais estão as associações de moradores em condomínios onde há regras 
mais restritivas para o uso e a ocupação dos lotes.
O projeto legal é um conjunto de documentos que inclui desenhos feitos em es-
cala 1:100. Apresentam a planta dos pavimentos das edificações, as suas fachadas e 
cortes. A apresentação permite a avaliação da conformidade da solução proposta à 
legislação local. 
Os desenhos do projeto legal são acompanhados de memorial descritivo de aca-
bamentos e requerimentos que comporão o processo de aprovação. 
O projeto legal é feito a partir do projeto arquitetônico completo e definido. For-
mata-se as plantas, fachadas e os cortes do projeto dentro do que a legislação vigente 
exige em cada localidade.
A função do projeto legal é permitir que o projeto esteja dentro de um padrão 
para que os fiscais possam analisá-lo e verificar o cumprimento das leis vigentes.
Após a aprovação do projeto legal é concedido o alvará de construção, que é o 
documento fundamental para que se possa executar a obra legalmente.
O projeto legal deve ser apresentado conforme as determinações estabelecidas 
por cada prefeitura e deve conter, no mínimo, os seguintes elementos:
• Implantação;
• Plantas de todos os andares e ático da edificação;
• Cortes (um transversal e um longitudinal, no mínimo);
• Elevações;
• Detalhes considerados necessários à perfeita compreensão do projeto;
• Quadro de áreas detalhado por andar, indicando as áreas computáveis e não 
computáveis.
Os documentos necessários podem variar de acordo com o tipo de processo, 
havendo alguns documentos necessários para todos os casos como, por exemplo:
• Requerimento padrão;
• Cópia do título de propriedade de todos os lotes envolvidos;
• Cópia das duas primeiras folhas da notificação-recibo do Imposto Predial e Ter-
ritorial Urbano (IPTU);• Levantamento planialtimétrico do terreno, elaborado porprofissional legal- 
mente habilitado;
• Peças gráficas representando o projeto;
• Guia quitada de arrecadação da taxa e preço público devidos ao órgão municipal.
18
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Os principais tipos de processos junto a prefeituras municipais são os seguintes:
• Obra nova: construção de nova edificação em lote totalmente vago, ou que terá 
a demolição total do existente;
• Reforma: alteração de edificação existente por supressão ou acréscimo na área 
construída, modificação na estrutura, na compartimentação vertical ou volume-
tria, com ou sem mudança de uso;
• Reconstrução: obra destinada à recuperação ou recomposição de uma edifica-
ção, motivada pela ocorrência de incêndio ou objeto de outro sinistro fortuito, 
mantendo-se as características anteriores;
• Regularização: licenciamento de edificação que foi construída ou reformada 
sem aprovação, mas que atende às disposições da legislação vigente na época 
de sua construção;
• Pequena reforma: reforma com ou sem mudança de uso, na qual não haja su-
pressão ou acréscimo de área, nem alteração do número de unidades autônomas;
• Mudança de uso: alteração da atividade de uma edificação regularmente exis-
tente que atenda às disposições do zoneamento, desde que não haja necessidade 
de alteração física do imóvel;
• Projeto modificativo: aprovação de alterações do projeto aprovado, desde que 
o alvará de execução da obra encontre-se em vigor. O projeto modificativo tam-
bém pode ser solicitado junto ao alvará de execução da obra;
• Certificado de conclusão: após a execução da obra e antes de sua ocupação, 
deve ser solicitado o respectivo certificado de conclusão (habite-se). Caso contrá-
rio, a edificação será considerada irregular perante a Prefeitura.
Os documentos necessários para o projeto legal podem variar para cada município:
• Certidão de uso: descrição da atividade; planta de situação;
• Regularização de obra: planta de situação; projeto arquitetônico; projeto sanitário; 
laudo de obra existente; comprovante de antiguidade; memorial descritivo da obra;
• Carta de habite-se: cópia aprovada da planta de situação; cópia aprovada do 
projeto arquitetônico; cópia aprovada do projeto sanitário;
• Alvará de construção: planta de situação; projeto arquitetônico; projeto sanitá-
rio; memorial descritivo da obra;
• Alvará de reforma e ampliação: planta de situação; projeto arquitetônico; pro-
jeto a demolir/construir; projeto sanitário; memorial descritivo da obra; laudo de 
obra existente.
Acessibilidade nas Edificações
A acessibilidade nas edificações está relacionada ao conceito de desenho uni-
versal. Esse termo foi criado em 1963, nos Estados Unidos, sendo inicialmente 
chamado de desenho livre de barreiras. A intenção era a de eliminar as barreiras 
arquitetônicas nos projetos de edifícios, equipamentos e áreas urbanas. 
19
UNIDADE Generalidades Sobre Projetos na Construção Civil
O conceito de desenho livre de barreiras evoluiu posteriormente para a concep-
ção de desenho universal, porque passou a considerar não só o projeto, mas a di-
versidade humana, de forma a respeitar as diferenças existentes entre as pessoas e a 
garantir a acessibilidade a todos os componentes dos ambientes.
O desenho universal deve ser concebido como potencialmente gerador de am-
bientes, serviços, programas e tecnologias acessíveis, utilizáveis equitativamente, de 
forma segura e autônoma por todas as pessoas, sem que tenham que ser adaptados 
ou readaptados especificamente.
Os sete princípios que sustentam o desenho universal são os seguintes (Figura 9):
1. Uso equiparável: ambientes para pessoas com diferentes capacidades;
2. Uso flexível: construções com possibilidades amplas de preferências 
e habilidades;
3. Simples e intuitivo: ambientes de fácil compreensão;
4. Informação perceptível: comunicação eficaz através da visão, audição, 
do tato e/ou olfato;
5. Tolerante ao erro: ambientes receptivos aos riscos de ações involuntárias;
6. Pouca exigência de esforço físico: construções facilitadoras da mobilidade;
7. Tamanho e espaço adequados para o acesso e uso: dimensões ade-
quadas, inclusive para pessoas com deficiência e mobilidade reduzida.
Princípios do
desenho universal
Uso equiparável Uso �exível
Simples e intuitivoTamanho e espaço para o
acesso e o uso inclusive para
pessoas com de�ciência e 
mobiidade reduzida Informação
perceptível
Tolerante ao erro
Pouca exigência
de esforço físico
Figura 9 – Princípios do desenho universal
Na concepção de projetos arquitetônicos e urbanísticos, assim como no dese-
nho de mobiliários, é importante considerar as diferentes potencialidades e limita-
ções do homem. 
As pessoas com mobilidade reduzida se deslocam, em geral, com a ajuda de 
equipamentos auxiliares, tais como bengalas, muletas, andadores, cadeiras de rodas, 
ou até mesmo com o auxílio de cães especialmente treinados, como nos casos de 
pessoas cegas. 
Nos projetos urbanísticos e de arquitetura deve ser considerado o espaço de circu-
lação das pessoas com mobilidade reduzida, juntamente com os equipamentos que 
as acompanham. Essas dimensões variam conforme o apoio utilizado.
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Neste início de século XXI a sociedade está sob intensa urbanização, verticaliza-
ção arquitetônica e interiorização dos espaços. O homem produz os seus próprios 
ambientes e interfere diretamente no comportamento social. 
No mundo globalizado a comunicação se tornou veloz e a diversidade humana 
tornou-se evidenciada através dos meios de comunicação.
A economia procura expandir horizontes, buscando diferentes tipos de mercado. 
Agora, o ser humano mostra, de maneira significativa, as suas diferenças e conquista 
os seus direitos e espaços. 
Por isso, é necessário planejar ambientes e produtos com base na diversidade do 
homem – e não mais para um tipo único denominado homem padrão. 
A acessibilidade nas edificações tem a intenção de assegurar condições de cir-
culação e o uso dos ambientes por todas as pessoas, independentemente de suas 
características físicas, sensoriais e cognitivas.
Como exemplo de legislação que contemple a acessibilidade, tem-se as posturas 
do Município de São Paulo, para edificações de usos privado e coletivo:
Considera-se edificação residencial nessa cidade aquela que apresenta:
• Uma habitação por lote (R1);
• Um conjunto de duas ou mais habitações agrupadas horizontalmente ou super-
postas (R2h), tais como casas geminadas, sobrepostas ou vilas;
• Um conjunto de duas ou mais unidades habitacionais agrupadas verticalmente 
(R2v), tais como edifícios ou conjuntos residenciais. 
E nas edificações residenciais é obrigatório: 
• Percurso acessível que una as edificações à via pública, aos serviços anexos de 
uso comum e aos edifícios vizinhos;
• Rampas ou equipamentos eletromecânicos para vencer os desníveis existentes 
nas edificações;
• Circulação nas áreas comuns com largura livre mínima recomendada de 1,50 m e 
admissível mínima de 1,20 m e inclinação transversal máxima de 2% para pisos 
internos e de 3% para pisos externos;
• Elevadores de passageiros em todas as edificações com mais de cinco andares;
• Cabina do elevador e respectiva porta de entrada acessíveis para pessoas com 
deficiência ou mobilidade reduzida;
• Previsão de vagas reservadas para veículos conduzidos ou conduzindo pessoas 
com deficiência ou mobilidade reduzida nos estacionamentos;
• Previsão de via de circulação de pedestre dotada de acesso para pessoas com 
deficiência ou mobilidade reduzida.
As edificações paulistanas de uso coletivo como edifícios públicos ou privados de 
uso não Residencial (nR), tais como escolas, bibliotecas, postos de saúde, bares, res-
taurantes, clubes, agências dos Correios e bancárias, por exemplo, precisam oferecer 
garantia de acesso a todos os usuários. A construção, ampliação ou reforma desses 
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UNIDADE Generalidades Sobre Projetos na Construção Civil
edifícios devem ser executadas de modo que sejam observados os seguintes requisi-tos de acessibilidade:
• Todas as entradas devem ser acessíveis, bem como as rotas de interligação às 
principais funções do edifício;
• No caso de edificações existentes, deve haver, ao menos, um acesso a cada 50 m, no 
máximo, conectado, através de rota acessível, à circulação principal e de emergência;
• Ao menos um dos itinerários que comuniquem horizontal e verticalmente todas as 
dependências e os serviços do edifício, entre si e com o exterior, deverá cumprir 
os requisitos de acessibilidade; 
• Garantir sanitários e vestiários adaptados às pessoas com deficiência ou mobili-
dade reduzida, possuindo 5% do total de cada peça ou obedecendo ao mínimo 
de uma peça;
• Nas áreas externas ou internas da edificação destinadas à garagem e ao estacio-
namento de uso público é obrigatório reservar as vagas próximas aos acessos de 
circulação de pedestres, devidamente sinalizadas, para veículos que transportem 
pessoas com deficiência física ou com dificuldade de locomoção;
• Entre o estacionamento e acesso principal deve existir uma rota acessível. Caso 
não seja possível, deve haver vagas de estacionamento exclusivas para as pesso-
as com deficiência ou mobilidade reduzida próximas ao acesso principal;
• Em shopping centers, aeroportos ou áreas de grande fluxo de pessoas, reco-
menda-se um sanitário acessível que possa ser utilizado por ambos os sexos 
(sanitário familiar).
A garantia de acessibilidade às edificações, tal como determinam a Associação Bra-
sileira de Normas Técnicas (ABNT) e leis municipais, depende da eliminação completa 
de barreiras arquitetônicas. Nas edificações, esses obstáculos ocorrem principalmente 
em acessos, áreas de circulação horizontal e vertical, aberturas (portas e janelas), sani-
tários, vestiários, piscinas e mobiliários (telefones, balcões, bebedouros etc.). De modo 
que para a construção de edificações a ABNT apresenta as seguintes Normas Brasilei-
ras de Regulamentação (NBR):
• 16537:2018 – acessibilidade – sinalização tátil no piso – diretrizes para elabo-
ração de projetos e instalação;
• 9050:2015 – acessibilidade a edificações, mobiliário, espaços e equipamentos urbanos;
• 9386-1:2013 – plataforma de elevação motorizada para pessoas com mobilida-
de reduzida – requisitos para segurança, dimensões e operação funcional. Parte 
1: plataformas de elevação vertical;
• 15599:2008 – acessibilidade – comunicação na prestação de serviços;
• NM 313:2007 – elevadores de passageiros – requisitos de segurança para a 
construção e instalação. Requisitos particulares para a acessibilidade das pesso-
as incluindo pessoas com deficiência;
• 15250:2005 – acessibilidade em caixa de autoatendimento bancário;
• 16001: 2012 – responsabilidade social – sistema de gestão – requisitos.
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Gestão de Projetos
A planificação e gestão de projetos de arquitetura e de engenharia nas obras de 
construção civil são objetos de estudos e discussões, principalmente nas empresas 
que elaboram e executam grandes construções. 
A indústria da construção civil, neste início de século XXI, tem se diferenciado dos 
demais setores produtivos por suas características particulares quanto à elaboração 
de seus produtos. 
Entre as dificuldades na elaboração dos produtos da construção civil tem-se o 
seguinte (Figura 10):
• Produto artesanal: produto feito no canteiro de obras, onde também será utilizado;
• Pouco controle da mão de obra: emprego de recursos humanos em grande 
escala;
• Desperdício de materiais: causado por intempéries e variações ambientais 
atmosféricas;
• Fluxo de produção próprio: fluxo da produção tende a se convergir exclusiva-
mente para dentro da própria área que será utilizada. 
Di�culdades na
elaboração dos
produtos na
construção civil
Produto Artesanal
Desperdício
de Materiais
Fluxo de
Produção Próprio
Pouco Controle 
da Mão de Obra
Figura 10 – Difi culdades na elaboração dos produtos da construção civil
Para o sucesso de qualquer empreendimento no setor da construção civil é funda-
mental garantir a sua viabilidade econômica e a aplicação de metodologia qualitativa 
que possa gerar informações atualizadas e precisas através de diagnósticos e estudos.
A globalização econômica tem gerado dentro do mercado da construção civil a 
necessidade de fazer com que as empresas sejam capazes de dominar com segurança, 
além do investimento e aporte de capital, o controle no tempo de execução. 
A sobrevivência das empresas no mercado da construção civil depende da integra-
ção da gestão da organização com a gestão de custos da obra.
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UNIDADE Generalidades Sobre Projetos na Construção Civil
A quantidade de recursos necessários para um empreendimento é determinada 
em função de itens como:
• Prazo de execução;
• Volume de trabalho (que depende da atividade desempenhada);
• Níveis de produtividade dos recursos atribuídos.
Para os projetos que incluem em seu planejamento, atividades de produção, como 
no caso da construção civil, o cálculo da quantidade de recursos necessários deverá 
ser feito através da quantidade de recursos a serem utilizados. 
Em projetos com atividades administrativas, legais e de serviços, tais como pro-
tocolos, adoção de regras e desenvolvimento de soluções técnicas, normalmente se 
adotam e estimam os recursos necessários. 
Existem diferentes tipos de informações que podem variar em função da atividade 
e necessidade de cada recurso. Em alguns casos, é importante realizar uma avaliação 
mais rigorosa antes da tomada de decisão financeira, social ou técnica. 
Uma das dificuldades nos orçamentos está associada à quantificação do tempo 
que será consumido com a mão de obra. Os maiores erros sempre estão nas horas 
estimadas de trabalho. 
A elaboração do cronograma, especificando a quantidade de mão de obra e o 
tempo necessário para realizar cada serviço, depende da experiência e vivência de 
obra da equipe de planejamento.
O diagnóstico correto das informações e do planejamento possibilita ao gestor de 
projetos o aperfeiçoamento do desenvolvimento do próprio projeto, otimizando os 
recursos, de forma a proporcionar melhor desempenho e ganhos para a empresa. 
Qualquer que seja o tipo de planejamento adotado é importante destacar que se 
não for bem elaborado afetará diretamente a disponibilidade de recursos para a ela-
boração ou execução da obra. 
Em alguns casos, os recursos são limitados e bem definidos como, por exemplo, 
os materiais de construção. Neste caso específico, as edificações são bem definidas, 
as necessidades materiais não mudam significativamente de função, bem como não 
sofrem alterações de prazos ou de reprogramações das atividades já planejadas. 
Entretanto, se os materiais não forem capazes de possibilitar o reaproveitamento 
em épocas variadas, a geração de perdas e prejuízos será maior. Problemas como 
desperdícios, ausência de qualidade nos processos que já se encontram comprome-
tidos como, por exemplo, transporte, aplicação, execução e preparação, são fatores 
que prejudicam a qualidade da obra. 
A análise dos recursos humanos empregados nas construções (mão de obra) é 
mais difícil, pois apesar de essenciais para o processo construtivo, geralmente são 
mais complexos que a análise dos materiais. 
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Na maioria das vezes os operários da construção civil são pouco instruídos, capa-
citados e especializados. Nesse sentido, o empreendedor necessita encontrar meios 
para administrar e dimensionar todas essas necessidades profissionais para conse-
guir finalizar com excelência a execução de uma obra. 
Assim, é importante controlar o fluxo e a quantidade de operários dentro do can-
teiro de obras em horários isolados, pois isso interfere na qualidade, produtividade e 
capacidade de realização das atividades, elevando o custo do investimento. 
Deve-se, também, utilizar tecnologias disponíveis, que são aplicáveis conforme o 
volume de trabalho, não apenas pelos prazos que são previamente estipulados, mas 
também pelas condições físicas do próprio local onde será executada a obra.Os custos podem variar em função do tempo e antes das tomadas de decisões é 
necessário que os investidores avaliem e considerem, também, os recursos monetá-
rios a serem empregados e a durabilidade dos materiais disponíveis. O mesmo acon-
tece com as instalações onde são realizados os trabalhos de preparação, reparação 
ou verificação. A falta de um planejamento funcional poderá comprometer e causar 
variáveis que podem mudar em função do tempo.
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UNIDADE Generalidades Sobre Projetos na Construção Civil
Material Complementar
Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade:
 Livros
Análise estrutural
KASSIMALI, A. Análise estrutural. São Paulo: Cengage Learning, 2016.
 Leitura
NBR 6118: Projeto de estruturas de concreto – procedimentos
https://bit.ly/2OfUCrW
NBR 6122: Projeto execução de fundações
https://bit.ly/3j4tGcp
NBR 6123: Forças devidas ao vento em edificaçõe
https://bit.ly/2W8bzsZ
NBR 6120: Cargas para o cálculo de estruturas de edificações
https://bit.ly/3iTEUQA
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Referências
PORTO, T. B.; FERNANDES, D. S. G. Curso básico de concreto armado: confor-
me NBR 6118/2014. São Paulo: Oficina de Textos, 2015.
NEVILLE, A. M. Propriedades do concreto. 5. ed. Porto Alegre, RS: Bookman, 2016.
________. Tecnologia do concreto. 2. ed. Porto Alegre, RS: Bookman, 2013.
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Outros materiais