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ESTRATÉGIAS DE MANEJO PARA DIFERENTES FORRAGEIRAS BASEADO NO NÚMERO DE FOLHAS Roclécio Maciel SOUZA*1, Emerson ALEXANDRINO2, Joaquim José de PAULA NETO3, Ana Carla Sousa MARTINS4, Marcos Vinicius Lima FREITAS4; Matheus da Silva SANTOS4 *autor para correspondência: roclecioms@gmail.com Universidade Federal do Tocantins, Araguaína, Tocantins, Brasil. 2Professor Adjunto do curso de Zootecnia, Universidade Federal do Tocantins. 3Doutor em Ciência Animal Tropical 1,4Graduando em Zootecnia Abstract: The objective was to evaluate the best management strategy based on the productive and structural characteristics of three Urochloa and Marandu hybrids submitted to three rest periods based on the number of leaves after cutting (2,5, 3,5 and 4, 5 sheets). The highest height was when evaluated with 4.5 leaves, as well as with forage 172. The forage mass (MF) was higher with 4.5 leaves (4995.0 kg DM / ha), but with no accumulated difference for different strategies. Hybrid 171 showed higher MF (4189.6 kg MS / ha) and AcF (15906.3 kg MS / ha). The highest percentage of leaf blades (FPL) was for the 2.5-leaf strategy (80.3%) and the forage 172 and 171 (80.0% and 77.4%, respectively). The highest proportion of leaves was reached in the 2.5 leaf strategy (9.4) and in the forage plant 171 (9.0). The lowest population density was found for forage 172 with 597.4 profiles / m2. The best management strategy is the appearance of 2.5 leaves and forage of 171 presents greater productive potential of forage with high proportion of leaves. Palavras-chave: Acúmulo de forragem, híbridos, Marandu, perfilhos Introdução A eficiência da produção de forragem é dependente do manejo da desfolhação, sendo o tempo de rebrotação um fator importante que interfere no crescimento da forrageira, por isso, deve ser considerado na determinação do manejo da pastagem (Alexandrino et al. 2004). Assim, a cada lançamento de novas essências forrageiras é preciso encontrar o melhor momento da colheita para contribuir com o aumento de produtividade do sistema. Assim, objetivou-se avaliar as características produtivas e estruturais de três híbridos de Urochloa e do Marandu sob desfolhação intermitente baseada no tempo de aparecimento de novas folhas no perfilho. Material e Métodos O experimento foi conduzido na Universidade Federal do Tocantins – Campus de Araguaína. O solo da área é classificado como Neossolo Quartzarênico Órtico típico (EMBRAPA. 2013) e o clima da região, segundo a classificação de Koppen é AW-Tropical de verão úmido. O período experimental foi de 03 de janeiro a 31 de maio de 2018, obtendo um acumulado de chuva de 1068 mm. Os tratamentos foram distribuídos em delineamento em blocos ao acaso, em esquema de parcela subdivididas, distribuindo nas parcelas quatro forrageiras (Marandu e os híbridos 171, 172 e 173), e nas subparcelas, três tempos de descanso (2,5; 3,5 e 4,5 folhas surgidas após o corte), com quatro repetições, totalizando-se área total de 480 m². Os híbridos são oriundos do programa de melhoramento genético da empresa Barenbrug do Brasil. O estabelecimento das forrageiras foi em outubro de 2017 após preparo do solo e calagem com 3 t/ha de calcário dolomítico. A semeadura foi realizada em linha com espaçamento de 0,40 m, sendo 15 kg/ha de sementes incrustadas. No plantio realizou-se adubação com 80 kg/ha de P2O5, via superfosfato simples. No dia 03 de janeiro de 2018 foi iniciado o período experimental com o corte de uniformização na altura de 20 cm do solo. Foram realizadas três adubações durante o experimento, com sulfato de amônia e cloreto de potássio, totalizando 180 e 120 kg/ha de N e K2O respectivamente. O momento das avaliações foi realizado quando a média de 15 perfilhos por tratamento atingisse o número de folhas pretendido (2,5; 3,5 e 4,5 folhas surgidas). Para tanto, mensurou a altura do dossel utilizando uma régua graduada em centímetros, realizando sete medidas dentro de cada unidade experimental. Foi estimada a massa de forragem (MF) utilizando uma moldura metálica com área de 0,4 m2 (0,8 m x 0,5 m) coletando toda forragem acima de 20 cm do solo. As amostras foram identificadas, pesadas, separadas e secadas em estufa de ventilação foçada a 55º C por 72 horas, onde foi possível determinar a massa total, o percentual de lâminas foliares e a relação lâmina foliar/colmo (RFC). Com a massa total de cada ciclo, foi obtido o acúmulo total (AcF) representado pelo somatório da massa de todos os ciclos realizadas para cada tratamento. A densidade populacional de perfilhos (DPP - perfilhos/m2) foi determinada através da média de perfilhos por planta multiplicado pelo número de plantas por metro quadrado. Os dados foram submetidos à análise de variância, e quando significativo, as médias foram comparadas pelo teste de Scott-Knott a 5% de significância. Resultados e Discussão O número de folhas surgidas obtido ficou próximo do pretendido, com valores de 2,4; 3,2 e 4,2 folhas para os tratamentos de 2,5; 3,5 e 4,5 folhas, respectivamente. A altura do dossel foi modificada pelo manejo de desfolhação (Tabela 1), mas essa resposta foi dependente da forrageira, sendo a maior altura observada em todas forrageiras para o maior descanso, e a menor altura para o menor descanso somente para o capim Marandu, assim como a forrageira 172 apresentou maior altura na maior frequência de cortes (2,5 folhas/perfilho), fato que parcialmente pode ser explicado pela arquitetura da planta, apresentando crescimento ereto e precoce. A massa de forragem (MF) apresentou valores crescentes com a redução da frequência de corte, e foi superior para a forrageira 171 (Tabela 1). Porém, o acumulo de forragem (AcF) não foi alterado em função do manejo, pois o manejo permitiu diferentes número de ciclos, com 5, 4 e 3 ciclos, respectivamente, do maior para a menor frequência de colheita. Já o híbrido 171 apresentou maior MF (4189,6 kg MS/ha) e AcF (1,59 Ton MS/ha), com produção 11% superior ao capim Marandu no período das águas. Tabela 1. Características produtivas e estruturais de três híbridos de Urochloa e do Marandu sob três estratégias de manejo baseada no número de folhas surgidas Variável Temp o Forrageira Média CV (%) 171 172 173 Marand u Altura (cm) 2,5 32,95Bb 37,29Ba 32,70Bb 31,47Cb 33,69c 7,49 3,5 36,03Ba 39,20Ba 36,20Ba 36,28Ba 36,93b 4,5 44,26Ab 50,40Aa 44,73Ab 47,72Aa 46,77a Média 37,75b 42,30a 37,88b 38,49b 39,10 MF (kg MS/ha/ciclo) 2,5 2960,4 2772,6 2472,7 2760,5 2741,5c 15,89 3,5 4092,3 3380,0 3337,6 3582,9 3598,2b 4,5 5516,6 5011,7 4512,8 4939,5 4995,0a Média 4189,6a 3721,4b 3441,0b 3760,9b 3778,2 AcF (ton MS/ha) 2,5 14,8 13,9 12,4 13,8 13,7ª 14,52 3,5 16,3 13,5 13,4 14,3 14,4ª 4,5 17,5 15,0 13,6 14,8 15,0a Média 15,9a 14,1b 13,1b 14,3b 14,4 PLF (%) 2,5 83,1 82,0 77,0 79,1 80,3ª 4,47 3,5 79,3 81,5 69,3 73,8 76,0b 4,5 69,9 76,4 65,6 71,5 70,9c Média 77,4a 80,0a 70,6c 74,8b 75,7 RFC 2,5 16,5Aa 6,8Ab 7,1Ab 7,3Ab 9,4ª 41,58 3,5 6,7Ba 7,0Aa 3,6Aa 4,7Aa 5,5b 4,5 3,7Ba 5,0Aa 3,5Aa 3,9Aa 4,0b Média 9,0a 6,3b 4,7b 5,3b 6,3 DPP (perfilhos/m2) 2,5 672,6 546,2 717,3 782,2 679,6b 12,52 3,5 634,5 579,2 655,5 641,2 627,6b 4,5 766,6 666,7 825,1 700,2 739,6ª Média 691,2a 597,4b 732,6a 707,9a 682,3 Médias seguidas de letras iguais, maiúsculas na coluna e minúsculas na linha não diferem pelo teste SK com 5% de probabilidade. Altura (cm), MF - massa de forragem (kg MS/ha/ciclo), AcF - acúmulo de forragem (ton MS/ha), PLF - porcentagem de lâmina foliar (%), RFC - relação folha/colmo, DPP - densidade populacional de perfilhos (perfilhos/m2) A relação folha colmo (RFC) das forrageiras foi modificada em funçãodo manejo de desfolhação, mas essa resposta variou com a forrageira (Tabela 1). A forrageira 171 apresentou maior valor de RFC na maior frequência de colheita, entretanto, foi a única forrageira que alterou o valor de RFC com a alternação do manejo da colheita, indicando a diferenciação morfológica mais precoce dessa forrageira. A forrageira 172 apresentou menor valor de densidade populacional de perfilhos (DPP), com 597,4 perfilhos/m2, o que pode ser devido à arquitetura da planta, de porte alto, como já demonstrado pela altura do dossel (Tabela 1). Em relação às estratégias, o maior valor de DPP foi para o momento 4,5 folhas surgidas, o que não era previsto, já que normalmente com a elevação da altura do dossel ocorre redução da luminosidade que chega na base da planta, reduzindo o estímulo para o surgimento de novos indivíduos (Difante et al. 2011). Conclusão A melhor estratégia de manejo é com o surgimento de 2,5 folhas e a forrageira 171 apresenta maior potencial produtivo de forragem com elevada proporção de folhas. Referências ALEXANDRINO, E.; NASCIMENTO JR, D.; MOSQUIM, P. R.; REGAZZI, A. J.; ROCHA, F. C. Características morfogênicas e estruturais na rebrotação da Brachiaria brizantha cv. Marandu submetida a três doses de nitrogênio. Revista Brasileira de Zootecnia v.33:n.6, p.1372-2004, 2004. EMBRAPA. Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária. Sistema Brasileiro de Classificação de Solos. 3Ed. Brasília: Embrapa Solos. p353, 2013. DIFANTE, G. S.; NASCIMENTO JR, D.; SILVA, S. C.; EUCLIDES, V. P. B.; MONTAGNER, D. B.; SILVEIRA, M. C. T.; PENA, K. S. Características morfogênicas e estruturais do capim-marandu submetido a combinações de alturas e intervalos de corte. Revista Brasileira de Zootecnia v40:n.5, p955- 963,2011.
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