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1 KARATE DÔ O VERDADEIRO CAMINHO PARA APRENDER É A BUSCA PELO CONHECIMENTO. Sensei: Agnaldo Souza - Faixa Preta 4º Dan 2 ÍNDICE CAPITULO 1.-A ORIGEM.........................................................................................................................3 1.0.-Bodhidharma e o Templo Shaolin.....................................................................................................3 1.1.-o okinawa te....................................................................................................................................4 CAPITULO 2.-INICIO DO SHOTOKAN- MESTRE GICHIN FUNAKOSHI.........................................................4 2.1.-Os primeiros contatos com o Karate..................................................................................................5 2.2.-O Karate começa a ser ensinado nas escolas de Okinawa...................................................................5 2.3.-O Karate chega ao Japão...................................................................................................................6 2.4.-O primeiro livro.................................................................................................................................6 a 9 CAPITULO 3.- KATAS ..............................................................................................................................9 3.1.- katas do estilo shotokan..................................................................................................................9 3.2.- Significado dos katas do estilo shotokan...........................................................................................10 a 12 CAPITULO 4.- KIHON..............................................................................................................................12 4.1.-entres eles os mas basicos são.......................................................................................................13 a 16 CAPITULO 5.- KUMITE.............................................................................................................................16 5.1.-kihon ippon kumite.........................................................................................................................16 5.2.- ippon kumite..................................................................................................................................17 5.3.- sanbon kumite...............................................................................................................................17 5.4.- gohon kumite.................................................................................................................................17 5.5.- jyu ippon kumite............................................................................................................................17 5.6.- jyu kumite.....................................................................................................................................17 5.7.-shiai kumite....................................................................................................................................17 CAPITULO 6.- DOJO-KUN (LEMA DO DOJO)..............................................................................................18 a 20 CAPITULO 7.- NIJU-KUN (20 ENSINAMENTOS DE FUNAKOSHI).................................................................20 a 25 CAPITULO 8.- A PALAVRA OSS................................................................................................................25 CAPITULO 9.-NUMERAÇÃO USADA NO DOJO..........................................................................................26 CAPITULO 10.- DOJO............................................................................................................................26 10.1.- a limpeza do dojo........................................................................................................................27 10.2 os principais elementos.................................................................................................................27 10.3.-o cumprimento............................................................................................................................27 10.4.- conduta durante as aulas.............................................................................................................28 10.5.-os personagens do dojo...............................................................................................................28 10.6.-o obi (faixa).................................................................................................................................29 CAPITULO 11.-GRADUAÇÃO.................................................................................................................29 11.1.-graduações..................................................................................................................................30 CAPITULO 12.-TERMOS.........................................................................................................................30 a 39 CAPITULO 1.-A ORIGEM 1.0.-Bodhidharma e o Templo Shaolin 3 Não existem registros escritos precisos sobre a origem das artes marciais, no entanto, acredita-se que elas tenham suas raízes mais remotas na Índia, há mais de dois mil anos atrás. Há indícios de que nessa época tenha surgido a primeira forma de luta organizada, chamada de Vajramushti, que seria um sistema de luta de guerreiros indianos. A história das artes marciais começa a tomar uma forma mais concreta a partir do século VI, no ano 520 A.D. um indiano chamado Bodhidharma - deixou seu país e viajou da Índia para a China, pernoitando nos templos que encontrava pelo caminho. Depois de ter perambulado por boa parte do território chinês, o destino o conduziu ao Templo Shaolin, localizado na província de Honan. Diz a lenda que, ao penetrar no velho mosteiro, Bodhidharma deparou- se com a precária condição de saúde dos monges, fruto de sua inatividade. Foi então que ele iniciou os monges na prática de uma série de exercícios físicos, ao mesmo tempo em que lhes transmitia os fundamentos de lutas, com o objetivo de reabilitá-los tanto física quanto mentalmente. Os exercícios ensinados eram baseados em métodos de respiração profunda e yoga, e seus movimentos se assemelhavam a técnicas de combate. A prática desses exercícios logo se tornou uma tradição no templo, vindo mais tarde a atingir um estado de evolução tal que pôde ser considerada como um verdadeiro e completo sistema de autodefesa: o Shaolin Kung Fu, que no Japão é conhecido como Shorinji Kenpo. Esta arte marcial em ascensão logo mostrava sua eficiência, primeiro com relação à restabelecida saúde dos praticantes, e segundo como método de defesa pessoal propriamente dito, posto em prática contra bandoleiros que por vez ou outra saqueavam o templo, de quem em outros tempos eram considerados presas fáceis. A reputação dos monges lutadores logo se espalhou pela China, fazendo com que o Shaolin Kung Fu se difundisse amplamente pelo país, principalmente durante a Dinastia Ming (1368-1644), vindo mais tarde a conquistar outros países da Ásia e a dar origem a outros estilos de artes marciais, como o Karate em Okinawa. 1.1.-o okinawa te A história conta que o rei Hasshi, para evitar as revoltas, proibiu o uso de armas aos habitantes de Ryu Kyu1. Tal proibição não impediu que o povo da pequena ilha de Okinawa improvisasse armas de artefatos agrícolas: NUNCHAKU; TONFA; JO; BO. Mais tarde Shimazu conquistou a ilha e proibiu mais uma vez o uso de as armas novamente. Dado que Ryu Kyu pertencia à China, sob a dinastia Ming, havia uma crescente imigração da corte imperial e sem se aperceberem, eles introduziram astécnicas de lutas chineses na ilha. Com a nova proibição, os treinos se tornaram secretos e os alunos passaram a ser escolhido com muito cuidado, treinando-se firmemente fazendo com que as mãos e os pés se tornassem armas eficazes contra espadas, facas e armaduras. O nome genérico dado às formas de luta na ilha foi “TE”, que significa mão. Havia três principais núcleos de “Te” em Okinawa, estes eram nas cidades de Shuri, Naha e Tomari. Conseqüentemente os três estilos básicos tornaram-se conhecidos como: Shurite; Nahate e Tomarite. E todos eram conhecidos como Okinawa Te. O Shurite veio a ser ensinado por Sakugawa, que ensinou a Matsumura Sokon que por sua vez transmitiu esses ensinamentos a Itosu Anko. O Shurite foi o precursor dos estilos japoneses que eventualmente vieram a se chamar: SHOTOKAN; SHITO RYU; ISSHIN RYU. O Nahate tornou-se popular devido aos esforços de Higaonna Kanryo, tendo este aprendido a arte com Arakaki Seisho e o seu aluno mais ilustre foi Miyagi Chojun,1 Ryu Kyu – Antiga denominação do arquipélago do qual Okinawa faz parte, que também estudou na China e mais tarde desenvolveu um estilo conhecido atualmente como Goju Ryu. O Tomarite foi desenvolvido juntamente por Matsumora Kosaku e Oyadomari Kosaku, sendo que os dois professores mais famosos desta época Motobu Chokki e 4 Kyan Chotoku foram discípulos dos dois anteriores respectivamente. Até então o Tomarite era largamente ensinado e influenciou tanto Shurite como Nahate. Azato Yasutsume orientou os primeiros passos de Funakoshi Gichin e posteriormente o companheiro e amigo Itosu foi quem ficou responsável pelo aprendizado do jovem Funakoshi mas a frente fundador do estilo shotokan. CAPITULO 2.-INICIO DO SHOTOKAN- MESTRE GICHIN FUNAKOSHI Gichin Funakoshi (1868-1957) 2.1.-Os primeiros contatos com o Karate Gichin Funakoshi nasceu em Shuri, Okinawa, em 1868, o mesmo ano da Restauração Meiji. Funakoshi era filho único e logo após seu nascimento foi levado para a casa dos avós maternos, onde foi educado e aprendeu poesia clássica chinesa. Algum tempo depois ele começou a freqüentar a escola primária, onde conheceu outro garoto de quem ficou muito amigo. Esse garoto era filho de Yasutsune Azato, um dois maiores especialistas de Okinawa na arte do Karate, e membro de uma família das mais respeitadas. Logo Funakoshi começou a tomar suas primeiras lições de Karate. Como na época a prática de artes marciais era proibida em Okinawa, os treinos eram realizados à noite, no quintal da casa de mestre Azato. Lá ele aprendia a socar, chutar e mover-se conforme os métodos praticados naqueles dias. O treinamento era muito rigoroso. Mestre Azato tinha uma filosofia de treinamento que se chamava "Hito Kata San Nen", ou seja, "um kata em três anos". Funakoshi estudava cada kata a fundo e, só então quando autorizado pelo seu mestre, seguia para o próximo... Enquanto praticava no quintal de Azato com outros jovens, outro gigante do Karate, mestre Itosu, amigo de Azato, aparecia e observava-os treinando kata, fazendo comentários sobre suas técnicas. Era uma rotina dura que terminava sempre de madrugada sob a disciplina rígida de mestre Azato, do qual o melhor elogio se limitava a uma única palavra: "Bom!". Após os treinos, já quase ao amanhecer, Azato falava sobre a essência do Karate. Após vários anos, a prática do Karate deu grande contribuição para a saúde de Funakoshi, que fora uma criança muito frágil e doentia. Ele gostava muito do Karate, mas como não pensava que pudesse fazer dele uma profissão, inscreveu-se e foi aceito como professor de uma escola primária em 1888, aos 21 anos, aproveitando toda a cultura adquirida desde a infância quando seus avós lhe ensinavam os Clássicos Chineses. Esta deveria ser sua carreira a partir de então. 2.2.-O Karate começa a ser ensinado nas escolas de Okinawa Em 1902, durante a visita de Shintaro Ogawa, que era então inspetor escolar da prefeitura de Kagoshima, à escola de Funakoshi em Okinawa, foi feita uma demonstração de Karate. Funakoshi impressionou bastante devido ao seu status de educador. Ogawa ficou tão entusiasmado que escreveu um relatório ao Ministério da Educação elogiando as virtudes da arte. Foi então que o treinamento de Karate passou a ser oficialmente autorizado nas escolas. Até então o Karate só era praticado atrás de portas fechadas, o que no entanto não significava que fosse um "segredo". 5 As casas em Okinawa eram muito próximas umas das outras, e tudo que era feito numa casa era conhecido pelas casas adjacentes. Enquanto muitos autores pregam o Karate como sendo um segredo àquela época, não era exatamente isso o que se encontrava na prática. O Karate era "oficialmente" secreto... Contra os pedidos de muitos dos mestres mais antigos de Karate que não eram a favor da divulgação da arte, Funakoshi trouxe o Karate até o sistema público de ensino, com a ajuda de Itosu. Logo as crianças de Okinawa estavam aprendendo kata como parte das aulas de Educação Física. A redescoberta da herança étnica em Okinawa virou moda, e as aulas de Karate em Okinawa eram vistas como uma coisa legal. Alguns anos depois, o Almirante Rokuro Yashiro assistiu a uma demonstração de kata. Essa demonstração foi feita por Funakoshi junto com uma equipe composta por seus melhores alunos. Enquanto ele narrava, os outros executavam kata, quebravam telhas, e geralmente chegavam ao limite de seus pequenos corpos. Funakoshi sempre enfatizava o desenvolvimento do caráter e a disciplina nas suas narrações durante essas demonstrações. Quando ele participava, gostava de executar o kata Kanku Dai, o maior do Karate, e talvez o mais representativo. Yashiro ficou tão impressionado que ordenou a seus homens que iniciassem o aprendizado na arte. Em 1912, a Primeira Esquadra Imperial da Marinha ancorou na Baía de Chujo, sob o comando do Almirante Dewa, que selecionou doze homens da sua tripulação para estudarem Karate durante uma semana. Foi graças a esses dois oficiais da Marinha que o Karate começou a ser comentado em Tokyo. Os japoneses que viam essas demonstrações levavam as histórias sobre o Karate consigo quando voltavam ao Japão. Pela primeira vez na sua história, o Japão acharia algo na sua pequena possessão de Okinawa além de praias bonitas e o ar puro. 2.3.-O Karate chega ao Japão Em 1921, o então Príncipe Herdeiro Hirohito, em viagem para Europa, fez escala em Okinawa e assistiu uma demonstração de Karate, liderada por Funakoshi, e ficou muito impressionado. Por causa disso, no final desse mesmo ano, Funakoshi foi convidado para fazer uma demonstração de Karate em Tokyo, numa Exibição Atlética Nacional. Ele aceitou imediatamente, acreditando ser esta uma ótima oportunidade para divulgar sua arte. Sua demonstração de kata foi um sucesso. Funakoshi pretendia retornar logo para Okinawa mas, depois da exibição, ele foi cercado de pedidos para ficar no Japão ensinando Karate. Uma das pessoas que pediu para que ele ficasse foi Jigoro Kano (foto ao lado), o fundador do Judo e presidente do Instituto Kodokan. Funakoshi resolveu ficar mais alguns dias para fazer demonstrações de suas técnicas no próprio Kodokan. Algum tempo depois, quando se preparava novamente para retornar à Okinawa, foi visitado pelo pintor Hoan Kosugi, que já tinha assistido a uma demonstração de Karate em Okinawa e pediu que ele lhe ensinasse a arte. Mais uma vez sua volta foi adiada. Funakoshi percebeu então que se ele quisesse ver o Karate propagado por todo o Japão ele mesmo teria que fazê-lo. Por isso resolveu ficar em Tokyo até que sua missão fosse cumprida. No Japão, Funakoshi foi ajudado por Jigoro Kano, o homem que reuniu vários estilos diferentes de Jujutsu para fundar o Judo. Kano tornou-se amigo íntimo de Funakoshi, e sem sua ajuda nunca teria havido Karate no Japão. Kano o introduziu às pessoas certas, levou-o às festas certas, caminhou com ele através dos círculos sociais da elite japonesa. Maistarde naquele ano, as classes mais altas dos japoneses se convenceram do valor do treinamento do Karate. Funakoshi fundou um dojo de Karate num dormitório para estudantes de Okinawa, em Meisei Juku. Ele trabalhou como jardineiro, zelador e faxineiro para poder se alimentar enquanto ensinava Karate à noite. 2.4.-O primeiro livro Em 1922, a pedido do pintor Hoan Kosugi, Funakoshi publicou seu primeiro livro: "Ryukyu Kenpo Karate", um tratado nos propósitos e prática do Karate. Na introdução daquele livro ele já dizia que "...a pena e a espada são inseparáveis como duas rodas de uma carroça". O grande terremoto de Kanto em 1º de 6 setembro de 1923 destruiu as placas de seu livro, e levou alguns de seus alunos com ele. Ninguém morreu com o tremor, os incêndios que provocaram as mortes. O terremoto ocorreu durante a hora do almoço, no momento em que cada fogão a gás no Japão estava ligado. Os incêndios que ocorreram a seguir eram monstruosos, e maioria da vidas perdidas se deveu ao fogo. Este livro teve grande popularidade e foi revisado e reeditado quatro anos após o seu lançamento, com o título alterado para: "Rentan Goshin Karate Jutsu". Em 1925, Funakoshi começou a pegar alunos dos vários colégios e universidades na área Metropolitana de Tokyo e nos anos seguintes esses alunos começaram a fundar seus próprios clubes e a ensinar Karate a estudantes destas escolas. Como resultado, o Karate começou a se espalhar por Tokyo. No início da década de 30 haviam clubes de Karate em cada universidade de prestígio de Tokyo. Mas por que estava Funakoshi conseguindo tantos jovens interessados em Karate desta vez? O Japão estava fazendo uma Guerra de Colonização na Bacia do Pacífico. Eles invadiram e conquistaram a Coréia, Manchúria, China, Vietnã, Polinésia, e outras áreas. Jovens a ponto de irem para a guerra vinham a Funakoshi para aprender a lutar, assim eles poderiam sobreviver ao recrutamento nas Forças Armadas Japonesas. O seu número de alunos aumentou bastante. Por volta de 1933, Funakoshi desenvolveu exercícios básicos para prática das técnicas em duplas. Tanto o ataque de cinco passos (Gohon Kumite) como o de um (Ippon Kumite) foram usados. Em 1934, um método de praticar esses ataques e defesas com colegas de um modo levemente mais irrestrito, semi- livre (Ju Ippon Kumite), foi adicionado ao treinamento. Finalmente, em 1935, um estudo de métodos de luta livre (Ju Kumite) com oponentes finalmente tinha começado. Até então, todo Karate treinado em Okinawa era composto basicamente de kata. Isso era tudo. Agora, os alunos poderiam experimentar as técnicas dos kata uns com os outros sem causar danos sérios. Neste mesmo ano de 1935, foi publicado seu próximo livro: "Karate-Do Kyohan". Este livro trata basicamente dos kata. 2.5.-Uma reforma no Karate Funakoshi era Taoísta, e ele ensinava Clássicos Chineses, como o Tao Te Ching de Lao Tzu, enquanto ele estava vivendo em Okinawa. Funakoshi era profundamente religioso. Ele tinha muito medo de que o Karate se tornasse um instrumento de destruição, e provavelmente queria eliminar do treinamento algumas aplicações mortais dos kata. Então, ele parou de fazer essas aplicações. Ele também começou a desenvolver estilos de luta que fossem menos perigosos. Funakoshi teve sucesso ao remover do Karate técnicas de quebras de juntas, de ossos, dedos nos olhos, chaves de cotovelo, esmagamento de testículos, criando um novo mundo de desafios e luta em equipe onde somente umas poucas técnicas seriam legais. Ele fez isso baseado nos seus propósitos e com total conhecimento dos resultados. Em 1936, Funakoshi mudou os caracteres Kanji utilizados para escrever a palavra Karate. O caracter "Kara" significava "China", e o caracter "Te" significava "Mão". Para popularizar mais a arte no Japão, ele mudou o caracter "Kara" por outro, que significa "Vazio". De "Mãos Chinesas" o Karate passou a significar "Mãos Vazias", e como os dois caracteres são lidos exatamente do mesmo jeito, então a pronúncia da palavra continuou a mesma. Além disso, Funakoshi defendia que o termo "Mãos Vazias" seria o mais apropriado, pois representa não só o fato de o Karate ser um método de defesa sem armas, mas também representa o espírito do Karate, que é esvaziar o corpo de todos os desejos e vaidades terrenos. Com essa mudança, Funakoshi iniciou um trabalho de revisão e simplificação, que também passou pelos nomes dos kata, pois ele também acreditava que os japoneses não dariam muita atenção por qualquer coisa que tivesse a ver com o dialeto caipira (interiorano) de Okinawa. Por isso ele resolveu mudar não só nome da arte mas também os nomes dos kata. Ele estava certo, e seus número cresceram mais ainda. Funakoshi tinha 71 anos em 1939, e foi quando ele deu o primeiro passo dentro de um Dojo de Karate em 29 de Janeiro. O prédio foi feito de doações particulares, e uma placa foi pendurada sobre a entrada e dizia: "Shotokan". "Sho" significa pinheiro. "To" significa ondas ou o som que as árvores fazem quando o vento bate nelas. "Kan" significa edificação ou salão. "Shoto" era o pseudônimo que Funakoshi usava para assinar suas caligrafias quando jovem, pois quando ele ia escrevê-las se recolhia em um lugar mais afastado, onde pudesse buscar inspiração, ouvindo apenas o barulho do pinheiros ondulando ao vento. Esse nome dado ao Shotokan Karate Dojo foi uma homenagem de seus alunos. 7 2.6.-A Segunda Guerra Mundial Com a eminência de uma guerra pairando no ar, a necessidade de treinamento nas artes militares estava em crescimento. Jovens estavam se amontoando nos dojos, vindos de todas as partes do Japão. O Karate foi de carona nessa onda de militarismo e estava desfrutando de uma aceitação acelerada como resultado. Finalmente, no dia 7 de dezembro de 1941, o Japão comete seu grande erro. O bombardeio das forças navais americanas em Pearl Harbor fora a gota d'água. Numa tentativa de prevenir que as embarcações americanas bloqueassem a importação japonesa de matéria-prima, os japoneses tentaram remover a frota americana e varrer a influência ocidental do próprio Oceano Pacífico. O plano era bombardear os navios de guerra e os porta-aviões que estavam no território do Hawaii. Isto deixaria a força da América no Pacífico tão fraca que a nação iria pedir a paz para prevenir a invasão do Hawaii e do Alasca. Infelizmente, o pequeno Japão não tinha os recursos, força humana, ou a capacidade industrial dos Estados Unidos. Com uma mão nas costas, os americanos destruíram completamente os japoneses na Ásia e no Pacífico. Uma das vítimas dos ataques aéreos foi o Shotokan Karate Dojo que havia sido construído em 1939. Com a América exercendo pressão em Okinawa, a esposa de Funakoshi finalmente iria deixar a ilha e juntar-se a ele em Kyushu no Sul do Japão. Eles ficaram lá até 1947. Os americanos destruíram tudo que estava em seu caminho. As ilhas foram bombardeadas do ar, todas as cidades queimadas até o fim, as colinas crivadas de balas pelos cruzadores de guerra de longe da costa, e então as tropas varreram através da ilha, cercando todo mundo que estivesse vivo. A era dourada do Karate em Okinawa tinha acabado. Todas as artes militares haviam sido banidas rapidamente pelas forças americanas. Primeiro uma, depois outra bomba atômica explodiram sobre as cidades de Hiroshima e Nagasaki. Três dias depois, bombardeiros americanos sobrevoaram Tokyo em tal quantidade que chegaram a cobrir o Sol. Tokyo foi bombardeada com dispositivos incendiários. Descobrindo que o governo do Japão estava a ponto de cometer um suicídio virtual sobre a imagem do Imperador, cartas secretas foram passadas para os japoneses garantindo sua segurança se eles assinassem sua "rendição incondicional". O Japão estava acabado, a Guerra do Pacífico também, mas o pesadelo de Funakoshi ainda havia de acabar. 2.7.-A morte de Yoshitaka Foi então que Gigo (foto ao lado), também conhecido como Yoshitaka, dependendo como se pronuncia os caracteres de seu nome,filho de Funakoshi, um jovem e promissor mestre de Karate no seu próprio direito, aquele que Funakoshi estava contando para substituí-lo como instrutor do Shotokan, pegou tuberculose em 1945 e veio a falecer enquanto teimosamente recusa-se a comer a ração americana dada ao povo faminto. Funakoshi e sua esposa tentaram viver em Kyushu, uma área predominantemente rural, sob a ocupação americana no Japão mas, em 1947, ela morre, deixando Funakoshi retornar a Tokyo para reencontrar seus alunos de Karate que ainda viviam. Depois que a guerra havia acabado, as artes militares haviam sido completamente banidas. Entretanto, alguns dos alunos de Funakoshi tiveram sucesso em convencer as autoridades que o Karate era um esporte inofensivo. As autoridades americanas concederam, mais por causa que naquela época eles não tinham idéia do que Karate fosse. Além disso, alguns homens estavam interessados em aprender as artes militares secretas do Japão, então as proibições foram eliminadas completamente em 1948. Em maio de 1949, os alunos de Funakoshi movem-se para organizar todos os clubes de Karate universitários e privados numa simples organização, e eles a chamaram de Nihon Karate Kyokai (Associação Japonesa de Karate). Eles nomearam Funakoshi seu instrutor chefe. Em 1955, um dos alunos de Funakoshi consegue arranjar um dojo para a NKK. 2.8.-Uma lição para o mundo Em 1957, Funakoshi tinha 89 anos de idade. Ele foi um professor de escola primária e um professor de Karate. Ele se mudou para o Japão em 1922 (o que não é um pequeno ato de coragem) e trouxe consigo o Karate, dando ao Japão algo de Okinawa com seu próprio jeito pacifista. No processo, ele perdeu um filho, sua esposa, o prédio que seus alunos fizeram para ele, seu lar, e qualquer esperança de uma vida 8 pacífica. Ele suportou uma Guerra Mundial que resultou em calamidade nacional, e ele treinou seus jovens amigos e conheceu suas famílias apenas para vê-los irem lutar e serem mortos pelas forças invencíveis dos Estados Unidos. Ele viu o Japão queimar, ele viu os antigos templos e santuários serem totalmente aniquilados, ele viu bombardeiros enegrecerem o Sol, e ele viu como um pilar de fumaça negra subia de cada cidade no Japão e envenenava o ar que ele respirava. Ele viu o Japão cair da glória para uma nação miserável, dependendo de suprimentos de comida e roupas dos seus conquistadores. O cheiro da fumaça e o cheiro dos mortos, os berros daqueles que foram deixados para morrer lentamente, o choro das mães que perderam seus filhos e esposas que nunca mais iriam ver seus maridos, o medo, o ruído ensurdecedor dos B-29's voando sobre sua cabeça aos milhares, os clarões como os de trovões por todo o país quando as bombas explodiam em áreas residenciais, os flashes de luz na escuridão, a espera no rádio para poder ouvir a voz do Imperador pela primeira vez, somente para anunciar a rendição, a humilhação de implorar comida aos soldados. Intermináveis funerais, famílias arruinadas e lares destruídos... A lição mais importante que ele nos ensinou está expressa na história do modo que ele passou pelo dojo principal de Jigoro Kano, o fundador do Judo. Caminhando pela rua, ele parou e fez uma pequena prece quando passou pelo Kodokan. E, se estivesse dirigindo um carro, ele tiraria seu chapéu quando passasse pelo Kodokan. Seus alunos não entenderam porque ele estaria rezando pelo sucesso do Judo. Ele explicou: "Eu não estou rezando pelo Judo. Eu estou oferecendo uma prece em respeito ao espírito de Jigoro Kano. Sem ele, eu não estaria aqui hoje". Gichin Funakoshi, o "Pai do Karate Moderno", faleceu no dia 26 de abril de 1957. No seu túmulo está gravada sua célebre frase: "Karate Ni Sente Nashi". O monumento (foto ao lado) está localizado no Templo Engakuji na cidade de Kamakura, Japão. CAPITULO 3.- KATAS O kata ou forma no karate é um conjunto de golpes realizados numa seqüência previamente definida e que durante anos foi à única maneira de se praticar karate. Cada kata tem uma especificidade e se destina a desenvolver determinadas habilidades. 3.1.- katas do estilo shotokan HEIAN SHODAN HEIAN NIDAN HEIAN SANDAN São esses SHITEI HEIAN YONDAN HEIAN GODAN TEKKI SHODAN BASSAI DAI KANKU DAI JION São esses SENTEI EMPI HANGETSU TEKKI NIDAN TEKKI SANDAN BASSAI SHO KANKU SHO JITTE JIIN GANKAKU GOJUSHIHO SHO São esses TUKUI GOJUSHIHO DAI NIJUSHIHO UNSU 9 SOCHIN CHINTE MEIKYO WANKAN 3.2.- Significado dos katas do estilo shotokan 1 HEIAN SHODAN 21 Kyodos Paz e Tranquilidade (Nível inicial) TAIKYOKU (A Criação): Este representa, na verdade, três Kata, na ordem Shodan, Nidan e Sandan. Deve ser a forma para os iniciantes, já que é a mais fácil dos kata para ser aprendida. Consiste nos bloqueios e ataques mais úteis na prática das técnicas básicas. Este Kata e o Ten No Kata (descrito adiante) são o produto de muitos anos de pesquisas sobre a arte do Karate. Quando praticados regularmente resultam no desenvolvimento equilibrado do corpo e na estável habilidade para suportar o corpo corretamente. Além disso, o aluno que adquiriu proficiência nas técnicas básicas e compreende a essência do Kata Taikyoku, irá valorizar o real significado deste princípio: "No karate não há vantagem no primeiro ataque". HEIAN (A Mente Tranqüila): Há cinco formas de Heian contendo uma grande variedade de técnicas, sendo quase todas relacionadas a posturas básicas. Alguém que tenha aprendido estas cinco formas pode estar seguro que é capaz de defender-se com muita habilidade na maioria das situações. O significado do nome deve ser levado em consideração neste contexto. Observa-se que as formas indicadas aqui como Shodan (primeira) e Nidan (segunda) estão inversas em relação à sua ordem tradicional. Esta mudança foi introduzida após considerar seus vários pontos de dificuldade e facilidade para o ensinamento. 2 HEIAN NIDAN 26 Kyodos Paz e Tranquilidade (Nível dois) 3 HEIAN SANDAN 20 Kyodos Paz e Tranquilidade (Nível três) 4 HEIAN YONDAN 27 Kyodos Paz e Tranquilidade (Nível quatro) 5 HEIAN GODAN 23 Kyodos Paz e Tranquilidade (Nível cinco) 6 TEKKI SHODAN 29 Kyodos Cavaleiro de Ferro (Nível inicial) TEKKI (Andar A Cavalo): O nome refere-se a característica distinta deste Kata que é sua postura Kiba-dachi, como montar a cavalo. Neste as pernas são fortemente posicionadas bem abertas, como se fosse para sentar no dorso de um cavalo, e a tensão é aplicada nas bordas externas das solas dos pés com a sensação de concentrar a força em direção ao centro. 7 TEKKI NIDAN 24 Kyodos Cavaleiro de Ferro (Nível dois) 8 TEKKI SADAN 36 Kyodos Cavaleiro de Ferro (Nível três) 9 BASSAI-DAÍ 42 Kyodos Romper a Fortaleza BASSAI (Entrar Em Uma Fortaleza): Esta forma de Kata contém repetidas mudanças dos braços de bloqueio, movimentos que representam a sensibilidade para alterar uma posição de desvantagem para uma vantajosa, uma sensação que sugere uma determinação, como se fosse aquela necessária para invadir a fortaleza inimiga. 10 BASSAI-SHO 29 Kyodos Romper a Fortaleza 11 KANKU-DAÍ 65 Kyodos Contemplar o Céu KANKU (Olhar Para O Céu): O nome deste Kata derivou-se originariamente do mesmo introduzido por Ku Shanku, integrante do exército Chinês. O nome refere-se ao primeiro 10 12 KANKU-SHO 47 Kyodos Contemplar o Céu movimento do Kata, no qual levanta-se as mãos e olha-se para o céu. 13 JITTE 24 Kyodos Dez Mãos (ou dez técnicas) JITTE (Dez Mãos): Nas formas remanescentes pertencem ao estilo Shorei, os movimentos são um tanto mais pesados quando comparados àqueles do estilo Shorin.A postura é bastante audaz. Proporcionam um bom condicionamento físico, embora sejam difíceis para iniciantes. O nome Jutte sugere que alguém que tenha aprendido este Kata é tão eficiente como dez homens de uma só vez. 14 HANGUETSU 41 Kyodos Meia Lua HANGETSU (Meia-Lua): Nos movimentos para frente, neste Kata, são descritos semicírculos com as mãos e os pés de maneira característica, sendo seu nome derivado deste fato. 15 EMPI 37 Kyodos Vôo da Andorinha EMPI (O Vôo Da Andorinha): A movimentação característica deste Kata é o ataque a um nível mais acima do solo. Na seqüência segura-se o opoente e o induz a permanecer em uma posição específica, simultaneamente avançando e atacando novamente. O movimento representa o vôo rápido e ágil da andorinha. 16 GANKAKU 42 Kyodos Grou (tsuru) Sobre a Rocha GANKAKU (A Garça Pousada Na Pedra): A característica deste Kata é a postura em uma só perna que ocorre repetidamente. Representa a visão esplêndida de uma garça pousada em total equilíbrio em uma pedra, prestes a lançar-se sobre a sua vítima. 17 JION 47 Kyodos Amor e gratidão JION: Este é o nome original e tem aparecido freqüentemente na literatura chinesa desde os tempos antigos. O Jionji é um famoso velho templo Budista, e há um santo Budista bastante conhecido chamado Jion. O nome sugere que o Kata tenha sido introduzido por alguém identificado com o Templo Jion, assim como o nome Shorin-ji Kempo deriva de uma relação com o Templo Shorin. 18 CHINTE 34 Kyodos Mãos Estranha ou Técnicas Estranhas Possui este nome por conta de técnicas não tanto comuns, (dedo nos olhos) e coisas do género. Este trata de uma situação que o oponente tem uma vantagem física, tornando necessário atacar em ponto do corpo onde não haja vantagem física. 19 UNSU 53 Kyodos Mãos de Nuvens UNSU: O Kata com o estilo do Dragão por Mestre Aragaki. Onde ele o treinou não se tem conhecimento, mas as grandes influências Chinesas neste Kata sugerem que tenha sido certamente em continente chinês. O nome usado em Okinawa é Unshou e significa "Defesa Contra A Nuvem", ou seja, mesmo se seus inimigos cercarem você como uma nuvem, com certeza você os vencerá se tiver aprendido o Unsu. 20 SOCHIN 37 Kyodos Espírito Inabalável Este nome sugere que o praticante que o domine não temerá nada. É um kata de bases bastante pesadas primando para um bom desenvolvimento da base, postura e força. 21 NIJUSHIHO 25 Kyodos Vinte e quatro passos Um kata bem complexo apesar da pouca quantidade de movimentos. Este faz um rápida mudança de direção e um grande variação de técnicas de defesa e contra-ataque. 22 GOJUSHIHO- DAÍ 62 Kyodos Cinquenta e quatro passos Há duas formas de Gojushiho (Dai e Shô)sendo estes uns dos maiores katas do estilo shotokan. Neles existem técnicas bem singulares não sendo vistas em nenhum outro kata shotokan. 23 GOJUSHIHO- SHO 65 Kyodos Cinquenta e quatro passos Há duas formas de Gojushiho (Dai e Shô)sendo estes uns dos maiores katas do estilo shotokan. Neles existem técnicas bem singulares não sendo vistas em nenhum outro kata shotokan. 11 24 MEIKYO 33 Kyodos Espelho Limpo MEIKYO: Este é um Kata muito misterioso. Presume-se que os japoneses o conheciam muito antes que Mestre Funakoshi tenha introduzido o Karate de Okinawa no Japão. Há até mesmo uma lenda japonesa a respeito de Ameratsu, a deusa do sol. Ela havia perdido seu espelho e não podia admirar-se, ficando muito aborrecida. Desta maneira, o mundo ficou nas trevas. Finalmente os outros deuses decidiram que alguma coisa deveria ser feita, então enviaram um grande guerreiro para realizar a "Dança da Guerra" do lado de fora da caverna. A "Dança Da Guerra" foi nomeada Meikyo. Meikyo é traduzido como "O Espelho da alma". O nome antigo para Meikyo era Rohai. 25 JIIN 34 Kyodos Amor e Proteção Este segue o mesmo principio do JION, sendo um kata de base pesadas e sempre visando uma melhor postura do praticante. 26 WANKAN 16 Kyodos Coroa Real Esta Kata era conhecida no passado pelo nome de Shiofu e Hito que significava a Coroa do Rei. É a Kata mais curta do Karatê Shotokan, só com um Kiai. Como não fazia parte do grupo inicial de katas introduzidas por Gigin Funakoshi no Japão, é geralmente aceito que foi o filho Yoshitaka Funakoshi que a introduziu no Shotokan, numa nova versão, por si trabalhada e modernizada. Devido a sua dimensão existe a ideia que é uma kata inacabada, cujo desenvolvimento foi interrompido com a morte precoce de Yoshitaka Funakoshi. Esta tese ganha significado já que as versões actualmente existentes em outros estilos de Okinawa, são bastante mais compridas. Um kata sem duvida singular, contendo técnicas básicas e avançadas como torções. É o menor do estilo shotokan CAPITULO 4.- KIHON Os fundamentos técnicos do karate são passados aos alunos através dos treinamentos de kihon, porém, no início, tais princípios eram repassados por intermédio dos kata. É no kihon que o praticante irá desenvolver todo o seu potencial para a arte marcial, bem como preparar o seu corpo para as agruras que virão com o passar dos anos de treino. É também no kihon que o praticante desenvolve o espírito de karateca, pois este é o momento onde os princípios do dojo kun são postos à prova real e o corpo irá padecer caso o espírito seja fraco ou o desejo de ser karateca não seja verdadeiro. O caminho do karate é vislumbrado pela primeira vez durante os exercícios de kihon e o sentimento de dever cumprimento se manifesta com maior intensidade, mesmo quando o corpo está exausto e quase sem forças para andar. 4.1.-Entres eles os mas basicos são : TÉCNICAS DE BRAÇO GIAKU-ZUKI OI-ZUKI AGE-UKE GEDAN-BARAI UTHI-UKE SOTO-UKE MOROTE-UKE SHUTO-UKE 12 TATE-ZUKI JODAN-JUJI-UKI URA-ZUKI GEDAN-JUJI-UKE YAMA –SUKI HEIKO-SUKI MAWASHI-ZUKI AGE-ZUKI URA-ZUKI KAGI-ZUKI MAWASHI-EMPI USHIRO-EMPI OTOSHI-EMPI AGE-EMPI SHUTO-UKE HAITO TÉCNICAS DE PERNAS MAE -GERI YOKO- GERI USHIRO- GERI MAWASHI -GERI YOKO TOBI -GERI MAE TOBI- GERI 13 BASES HEISOKU-DACHI MUSUBI-DACHI HEIKO-DACHI HACHIJI-DACHI/SHIZENTAI ZENKUTSU-DACHI SOCHIN-DACHI KOKUTSU-DACHI KIBA-DACHI SHIKO-DACHI RENOJI-DACHI HANGETSU-DACHI SANCHIN-DACHI NEKOASHI-DACHI KOSA-DACHI/KAKE-DACHITSURU-ASHI-DACHI/SAGIASHI-DACHI GOLPES 14 CAPITULO 5.- KUMITE No karate existem diferentes formas de se fazer combate – kumite significa combate de mãos – e todas têm sua importância no desenvolvimento do karateca. É a aplicação prática das técnicas do Karatê diante de um adversário real.Seu objetivo é demonstrar a efetividade tanto das técnicas de ataque como de defesa. Os pontos importantes a se observar no trabalho do Kumite são: distância, velocidade, reação, antecipação, controle e correta aplicação de ataque e defesa.O kumite permite desenvolver a tática e a estratégia. 5.1.-kihon ippon kumite: Combate básico. 5.2.- Ippon kumite Combate a um passo, tendo por objetivo criar no praticante a idéia de vencer com um único golpe para isso é necessário o desenvolvimento de habilidades acessórias, como observação, para análise das situações. A noção de espaço e tempo (maai em japonês) torna-se fator preponderante, bem como o conhecimento real do próprio corpo e de seus limites físicos e mentais. Ataque e defesa em 1 passo predeterminado. 5.3.- Sanbon kumite Combate a três passos, tendo por objetivo aumentar a agilidade de quem ataca e de quem defende. Deve ser executado com a máxima intensidade e velocidade de movimentos, pois só assim o controle necessário ao domínio das técnicas utilizadas poderá ser alcançado. O corpo deverá trabalhar como uma unidade que se desloca pela area de combate. Ataque e defesa em 3 passos predeterminados. 15 5.4.- Gohon kumite Combate a cinco passos tem por objetivo fortalecer o vigor dos praticantes através de seqüências de ataca e defesa. O gohon kumite deve ser praticado a exaustão, procurando realizar cada movimento com a maior precisão e fidelidade possível. Ataque e defesa em 5 passos predeterminados 5.5.- Jyu ippon kumite Combate semilivre a um único golpe, tendo por objetivo favorecer o desenvolvimento de vivências corporais nas situações de luta real e assim preparar o corpo e a mente para as mesmas. porém apenas com zonas de ataque definidas. 5.6.- jyu kumite Combate livre, onde o praticante deve dispor de um bom repertório de golpes, bem com ter táticas e estratégias que possam enfrentar um ou mais oponentes em combate real. Esta forma de combate é a que mais se assemelha ao kata, pois é para esta situação que nos preparamos arduamente. sem regras, uso livre de todo o tipo de técnica, tanto de braços como de pernas, luxações, projeções, estrangulamentos 5.7.-Shiai kumite Combate com regras oficiais e tempo definido (luta de competição). CAPITULO 6.- DOJO-KUN (LEMA DO DOJO DOJO é local de treinamento, local onde se busca alcançar o equilíbrio (físico + espiritual) através da prática do Karate-do. Os Dojo de Karate possuem regras (lemas = "kun") que são preceitos práticos que devem guiar o karateca na sua busca de autocontrole. O karateca se lembra deles todos os dias ao terminar e iniciar os treinamentos . DOJO KUN (CÓDIGO DO DOJO) HITOTSU! JINKAKU KANSEI NI TSUTOMURU KOTO. Esforçar-se para formação do caráter HITOTSU! MANOTO NO MICHI O MAMURO KOTO. Fidelidade para com verdadeiro caminho da razão HITOTSU! DORYOKU NO SEISHIN O YASHINAU NOTO. Criar o intuito de esforço HITOTSU! REIGI O OMONZURU KOTO. Respeito acima de tudo HITOTSU! KEKKI NO YU O YMASHIMURU KOTO. Conter o espírito de agressão 1)Esforçar-se para formação do caráter Ser uma pessoa conhecida por ser tratável é mais importante que ser conhecido por ter força ou conseguir dar chutes e socos bonitos. Ser querido é melhor que ser temido. Tornar-se uma boa pessoa é mais importante que tudo para o karateka.Praticar o karate para obter principalmente paciência, perseverança, concentração e humildade. Em combate, desenvolver a humildade, a piedade, o controle. 2)Fidelidade ao verdadeiro caminho da razão A razão é a faculdade de avaliar, julgar, estabelecer relações lógicas e entender, e é um atributo exclusivo da 16 espécie humana. O karateca busca tornar-se cada vez mais humano e, ao mesmo tempo que combate o lado animal, cultiva o espiritual. Tenta assim buscar os motivos, entender as consequências, refletir as atitudes, compreender o mundo e a vida enfim. O que distingue um aluno de um mestre ou sensei é que o sensei "nasceu antes" para a vida de reflexão em torno dos motivos que regem a vida. 3)Criar o intuito de esforço Mesmo quando não se está dando conta é importantíssimo estar tentando sempre de modo a desenvolver em si a habilidade que não possui. Quando se tem pouca paciência, é suportando um pouco mais que se a aumenta. Quando se é fraco, é suportando uma carga um pouco maior que se vai conseguir fortalecer. Esforçar implica em ir além dos limites sejam eles físicos ou espirituais. Este ítem deve ser treinado principalmente fora do DOJO: esforçar mais na escola(no estudo e no comportamento), em casa (no respeito e na obediência)e no trabalho. 4)Respeitar acima de tudo A essência do karate-do é a cortesia, porque seu propósito é aprimoramento pessoal ("Não aprimoramos para lutar mas lutamos para aprimorar."), e este aprimoramento deve se revelar em todos os aspectos da pessoa. A pessoa deve pensar de modo mais correto, sentir de modo mais harmonioso, conseguir movimentar-se com mais equilíbrio e precisão e relacionar-se com os outros de modo mais sensato. Não devem importar os motivos mas o nosso comportamento final. Por isto o "acima de tudo". Quem segue verdadeiramente este preceito não vai justificar depois uma conduta desrespeitosa, mas vai sempre demonstrar nas atitudes a idéia que abraça. 5)Conter o espírito de agressão As pessoas possuem em si o instinto animal que as impele a comportar-se como tal, e o animal agride quando ferido, acuado ou quando seu espaço pessoal é invadido e neste comportamento ele muitas vezes se expõe à morte. O homem, por ser superior (potencialmente superior) se ofendido, tem a opção de revidar ou procurar uma situação mais confortável longe do ofensor, provocado, pode procurar uma visão diferente que o permita entender o seu caluniador. Só quem busca conter o lado animal é que realmente pode alcançar toda a dimensão do karate-do, porque vazio de todo pensamento e intenção premeditado pode refletir o mínimo impulso que sobre ele se projeta. Vocabulário DOJO (DOUJOU) local onde se pratica uma arte marcial; academia KUN mandamento; obrigação HITOTSU um; uma unidade JINKAKU caráter; personalidade KANSEI formação; conclusão; término; acabamento TSUTOMURU esforçar-se; empenhar-se; tentar arduamente MAKOTO verdade; sinceridade; honestidade MICHI caminho MAMORU obedecer; respeitar; guardar; cumprir; defender DORYOKU esforço; empenho SEISHIN espírito; alma; vontade; intenção; mentalidade YASHINAU alimentar; sustentar; manter; criar 17 REIGI etiqueta; cortesia; civilidade; boa educação; respeito OMONZURU respeitar; ter muita consideração em; apreciar; estimar; venerar; honrar KEKKI (KE'KI) impetuosidade; arrebatamento; violência YU (YUU) vigor; coragem IMASHIMURU repreender; proibir; reprimir; conter KOTO sufixo que transforma a expressão em uma ordem CAPITULO 7.- NIJU-KUN (20 ENSINAMENTOS DE FUNAKOSHI) NIJU-KUN HITOTSU - KARATEDO WA REI NI HAJIMARI REI NI OWARU KOTO WO WASURUNA Não se esqueça que o Karatê deve iniciar com saudação e terminar com saudação. HITOTSU - KARATE NI SENTE NASHI No Karatê não existe atitude ofensiva. HITOTSU - KARATE WA GI NO TASUKE O Karatê é um assistente da justiça. HITOTSU - MAZU JIKO WO SHIRE SHIKOSHITE TAO WO SHIRE Conheça a si próprio antes de julgar os outros. HITOTSU - GIJUTSU YORI SHINJUTSU O espírito é mais importante do que a técnica. HITOTSU - KOKORO WA HANATAN WO YOSU Evitar o descontrole do equilíbrio mental. HITOTSU - WAZAWAI WA GETAI NI SHOZU Os infortúnios são causadospela negligência. HITOTSU - DOJO NO MI NO KARATE TO OMOUNA Karatê não se limita apenas à academia. HITOTSU - KARATE NO SHUGYO WA ISSHO DE ARU O aprendizado do Karatê deve ser perseguido durante toda a vida. HITOTSU - ARAI YURU MONO WO KARATEKA SEYO SOKO NI MYOMI ARI O Karatê dará frutos quando associado à vida cotidiana. HITOTSU - KARATE WA YU NO GOTOSHI TAEZU NETSUDO WO ATAEZAREBA MOTO NO MIZU NI KAERU O Karatê é como água quente. Se não receber calor constantemente torna-se água fria. HITOTSU - KATSU KANGAE WA MOTSUNA MAKENU KANGAE WA HITSUYO Não pense em vencer, pense em não ser vencido. 18 HITOTSU - TEKI NI YOTTE TENKA SEYO Mude de atitude conforme o adversário. HITOTSU - TATAKAI WA KYOJITSU NO SOJU IKAN NI ARI A luta depende do manejo dos pontos fracos (KYO) e fortes (JITSU). HITOTSU - HITO NO TEASHI WO KEN TO OMOU Imagine que os membros de seus adversários são como espadas. HITOTSU - DANSHIMON WO IZUREBA HYAKUMAN NO TEKI ARI Para cada homem que sai do seu portão, existem milhões de adversários. HITOTSU - KAMAE WA SHOSHINSHA NI ATO WA SHIZENTAI No início seus movimentos são artificiais, mas com a evolução tornam-se naturais. HITOTSU - KATA WA TADASHIKU JISSEN WA BETSUMONO A prática de fundamentos deve ser correta, porém na aplicação torna-se diferente. HITOTSU - CHIKARA NO KYOJAKU KARADA NO KANKYU WAZA NO SHINSHUKU WO WASURUNA Não se esqueça de aplicar corretamente: alta e baixa intensidade da força, expansão e contração corporal, técnicas lentas e rápidas. HITOTSU - TSUNE NI SHINEN KUFU SEYO Estudar, praticar e aperfeiçoar-se sempre. 1) É preciso não esquecer que o karatê começa com a saudação e termina com a saudação. Noutras versões: “Rei no princípio, Rei no fim”. É preciso não esquecer que “sem a cortesia, a essência do Karatê-Dô perde-se” (Funakoshi, 1922:6). Não é, portanto, por acaso que este é o primeiro dos 20 preceitos. É ele que permite distinguir uma pessoa civilizada dum brutamontes, um karateka de um arruaceiro. Mais que pela espetacularidade das técnicas, os karatekas devem distinguir-se na vida quotidiana e no Dojo pela boa educação, correção e respeito pelos outros. 2) Em karatê, não se toma a iniciativa do ataque. “A perfeição, para aquele que quer vencer, é não lutar”. O karatê é, assim, como um sabre que tem todo o seu poder enquanto embainhado e pode, se incorretamente utilizado, envergonhar o seu proprietário, a sua família, a sua escola e o seu mestre. 3) O karatê é um complemento da justiça. Cuidado, no entanto, com as campanhas mediáticas tipo CNN que nos procuram convencer da justiça dos seus patrões. O famoso massacre de Seravejo que vitimou dezenas de muçulmanos inocentes e desencadeou a intervenção ocidental foi, na verdade, provocado por uma granada lançada intencionalmente pelos próprios muçulmanos! “Em todas as coisas, o homem deve manter o espírito claro” (Funakoshi), isto é, não deve nunca renunciar à sua própria análise lúcida e informada dos acontecimentos ou acabará a fazer o papel de marionete manipulada pelos grupos de pressão que vão 19 desde os governos até organizações “insuspeitas” tipo Green Peace, por vezes envolvidas em negócios menos claros. 4) Conhece-te primeiro a ti próprio, em seguida conhece os outros. 5) Em arte, o espírito é mais importante que a técnica. Ou seja, como diz uma máxima do sabre, deves vencer antes de teres golpeado o adversário. Ninguém ignora que o essencial do combate de sobrevivência depende da componente mental e não da condição física ou da técnica, que até pode ser rudimentar. Mas espírito e corpo são um só e é a técnica que os adestra, prepara e dá a confiança necessária para enfrentar as dificuldades da vida e do combate. 6) O importante é manter o espírito aberto sobre o exterior. Não andar a dormir na vida e procurar antecipar o perigo antes de acontecer para o poder evitar, como fazem muitos animais. Compare-se a forma atenta como um animal selvagem se movimenta no campo com o aspecto alheio ou aparvalhado dos nossos transeuntes que são assaltados ou atropelados sem saber como! 7) A infelicidade provém da preguiça.O nosso azar e nossa sorte dependem em boa parte do nosso esforço. Se estamos acordados, atentos, preparados, evitamos mais facilmente os acidentes, o sucesso é mais freqüente e as coisas difíceis tendem a parecer fáceis. De que nos serve a sorte se não estivermos preparados para dela tirar proveito? 8) Não penses que o karatê se faz apenas no Dojo. É por isso que vale a pena investir tanto tempo, dinheiro e esforço no karatê. Tem aplicação direta na vida e deve dar os seus frutos. 9) O treino de karatê prossegue durante toda a vida. É preciso nunca esquecer este preceito! “Mestres” famosos em termos mediáticos confessavam que não treinavam, apenas davam treinos! 10) Vê todos os fenômenos através do karatê e encontrarás a subtileza. 11) O karatê é como a água quente, arrefece desde que se deixe de a aquecer. Se não encontrarmos formas de permanentemente estimularmos o nosso interesse pelo karatê, depressa desistiremos ou nos acomodaremos. Neste último caso, mesmo vestindo o quimono e freqüentando o meio, recebendo até dans e títulos honoríficos, como nos poderemos considerar karatekas? É preciso suar como os principiantes, suar com os principiantes, fazer o combate constantemente, sem receio de perder com os mais novos, com os melhores ou mesmo com os piores. É preciso ter sempre a mentalidade do principiante que sabe que tem um longo caminho a percorrer e não a do “mestre” que já sabe tudo ou está velho para aprender coisas novas e que só pode, portanto, ser técnico ou árbitro. 12) Não penses em ganhar, mas pensa em não perder. Noutra versão: “não pensar ganhar, não pensar perder”. Creio que o preceito não apela ao derrotismo mas à importância da sobrevivência em combate real. Assim, penso que no jyu-kumitê (que, 20 inevitavelmente, viola o 2 preceito) se podem tomar várias atitudes: procurar não perder com os melhores, aceitar freqüentemente a derrota com os menos avançados. 13) Muda constante o teu adversário. 14) O essencial em combate é de jogar entre o falso e o verdadeiro. A finta subtil, o engodo, a distração do adversário ( o falso) combinados com um conhecimento de nós próprios e, tanto quanto possível, do adversário (o verdadeiro) são essenciais para a construção de uma estratégia de combate 15) Considera os membros do adversário como se fossem sabres. Como todos os preceitos, este visa especificamente o combate real. No Dojo, para permitir que os outros treinem eficazmente as suas técnicas de ataque, devemo-nos deixar tocar freqüentemente. Esta atitude reforça o corpo, mas não pode, evidentemente, ser tomada se o parceiro, descontrolado ataca “à doida”, caso em que deve ser imediatamente parado, seja com palavras seja com uma técnica adequada, se tal for possível (parada dura, projeção, contra-ataque fulminante...) 16) Desde que um homem atravessa a porta de uma casa, pode-se encontrar face a um milhão de inimigos. A vigilância (não confundir com paranóia) é fundamental. Devemos andar constantemente acordados e atentos ao que se passa à nossa volta. 17) Toma a guarda como um principiante, depois tu podes manter-te naturalmente. Creio que o preceito procura desenvolver a vigilância na iminência de um ataque. Treinando (enquanto principiante) a partir de uma posição de guarda poderemos mais tarde esperar confiantemente um ataque, reagindo espontaneamente com a guarda adequada. A guarda deve oferecer proteção e capacidade de resposta eficaz. Uma atitude natural, “guarda sem guarda”, apenas parece adequada perante leigos ou adversários de nível inferior, funcionando como um engodo que convida a atacar, expondo o adversário a um contra-ataque fulminante. Mas, a curta distancia, perante um adversário de bom nível, esperar o ataque em posição natural, não me parece atitudesensata. 18) É preciso executar corretamente as kata, estas são diferentes do combate. Noutra versão: “as katas são diferentes do combate real”. É possível que o mestre tenha modificado o preceito para criticar a atitude dos seus alunos que começavam o combate livre e chegavam a misturar boxe e karatê. De qualquer forma, as katas modernas não são apenas diferentes do combate: são completamente inadequadas para o combate. O meu mestre, Kenji Tokitsu, tem vários artigos escritos sobre o assunto e criou ele próprio várias katas de combate e modificou velhas katas do Shôrin-Ryu para que as suas técnicas façam sentido em combate As primeiras distinguem-se das katas de Karatê pela estratégia envolvida, o jogo da distância, a posição do corpo, a utilização simultânea das duas mãos ou das mãos e dos pés, o ritmo, as mudanças constantes da direção do movimento... 19) Não esqueças a variação da força, a flexibilidade do corpo e o ritmo nas técnicas. Infelizmente tudo isto é freqüentemente esquecido no karatê moderno. Quem duvidar, veja uma kata de competição, Unsu , por exemplo. Os movimentos são todos realizados em força, o ritmo é o de uma marcha militar (ou, em 21 piores exibições, de um boneco de corda articulado). O karatê moderno tende a ser quase exclusivamente Yang quando deveria manifestar um equilíbrio entre o Yin e o Yang. 20) Pensa e elabora constantemente. É o mais difícil. A minha escola é a melhor, o meu mestre sabe tudo, “pensar incomoda como andar à chuva” (Caeiro), todas as outras escolas, mestres e estilos nada valem, só têm erros, que poderia eu aprender nelas ou com elas? Por isso, quando alguns karatekas escrevem, reproduzem freqüentemente lugares-comuns e mesmo disparates, chegando a dizer o contrário daquilo que o próprio fundador da escola escreveu, mas que eles ignoram. CAPITULO 8.- A PALAVRA OSS OSS OSS (cuja a transcrição exata do japonês é OSU) é uma expressão fonética formada por dois caracteres. O primeiro caracter "osu" significa literalmente "pressionar", e determina a pronúncia de todo o termo. O segundo caracter "shinobu" significa literalmente "suportar".A espressão OSS foi criada na Escola Naval Japonesa, e é usada universalmente para expressões do dia-a-dia como "sim", "por favor", "obrigado", "entendi", "desculpe-me", para cumprimentar alguém, etc., bem como no mundo do Karate para quase qualquer situação onde uma resposta seja requerida. Para um karateka, OSS é a palavra mais importante.A palavra OSS implica em pressionar a si mesmo ao limite de sua capacidade e suportar. OSS significa, de uma maneira mais simples, "perseverança sob pressão". É uma palavra que por si só resume a filosofia do Karate. Um bom praticante de Karate é aquele que cultiva o "espírito de OSS".OSS não deve ser dito de forma relaxada, usando apenas a garganta, mas, como tudo no Karate, deve ser pronunciado usando o "hara" (tanden). Pronunciado durante o cumprimento, OSS expressa respeito, simpatia e confiança no colega. OSS também diz ao Sensei que as intruções foram compreendidas, e que o estudante irá fazer o melhor para seguí-las. CAPITULO 9.-NUMERAÇÃO USADA NO DOJO Termo Significado ICHI Um NI Dois SAN Três SHI (YON) Quatro GO Cinco ROKU Seis SHICHI (NANA) Sete HACHI Oito KU (KYU) Nove JU Dez HYAKU Cem SEM Mil MAN dez mil 22 CAPITULO 10.- DOJO O lugar onde se pratica Artes Marciais é denominado “Dojo”, esta palavra foi emprestada do Zen Budismo, significando “Lugar de Iluminação” (onde os monges praticavam a meditação, a concentração, a respiração, os exercícios físicos e outros mais). A palavra dojo significa literalmente: DO – Caminho, estrada ou trilha (sentido espiritual); JO – Lugar (espaço físico). Algumas pessoas referem-se à academia de karate como um dojo, porém as duas coisas são diferentes. A palavra dojo somente se refere ao espaço físico onde ocorre o treino de karate (leia-se arte marcial japonesa), enquanto academia se refere ao local onde se pratica karate. Portanto, o dojo é o lugar onde se pratica o “caminho”.Alguns podem perguntar sobre qual o caminho que se pratica em um dojo, a resposta vem, mais uma vez, do Budismo (mais precisamente do Zen); O homem deve despertar em meio às questões de todos os dias, vivendo intensamente no presente e concedendo atenção integral às coisas do cotidiano, para, desta maneira, retornar à naturalidade de sua natureza, conforme ditado Zen: “Antes de estudar Zen, as montanhas são montanhas e os rios são rios. Enquanto estuda Zen, as montanhas deixam de ser montanhas, os rios deixam de ser rios. Uma vez alcançada a iluminação, as montanhas voltam a ser montanhas e os rios voltam a ser rios”. Isto quer dizer que um pintor alcança a felicidade pintando, um médico realizando cirurgias e um karateca praticando karate. 10.1.- A limpeza do dojo O dojo é limpo através do uso de panos úmidos empurrados sobre o piso pelos estudantes, fazendo com que a sujeira seja removida e não esfregada. Isto é importante, pois limpar o chão é um exemplo de humildade (não um castigo) que faz bem para o desenvolvimento do indivíduo. JO – Mesmo tendo a mesma pronúncia de bastão (jo), seu ideograma japonês é diferente. A limpeza deve ser executada antes do treinamento e será precedida por uma boa varrida do piso. Os estudantes limpam o chão, enquanto o professor e alguns alunos geralmente não participam da limpeza. 10.2 Os principais elementos O dojo tem em cada um de seus cantos um significado diferente: SHIMOZA - Local onde ficam os alunos durante os treinamentos; SHIMOZEKI - Local onde ficam os alunos que desejam falar com o professor; JOZEKI - Local onde fica o aluno mais graduado; KAMIZA - Lugar de Honra reservado ao professor e convidados; SHOMEN – É a parede da frente do dojo; NAFUDA – Quadro na parede do dojo que contém plaquetas com o nome dos membros da academia; HATA – É a bandeira da academia 23 10.3.- O cumprimento Uma demonstração tradicional de cortesia é o cumprimento, isto tanto é verdade que ele é realizado no início e no final da aula de frente para o Shomen (forma de agradecimento àqueles que desenvolveram a arte). Ao cumprimentar, você deverá olhar para baixo e não na face do seu oponente – olhar na face de alguém durante um cumprimento é sinal de falta de confiança. O cumprimento pode ser feito de duas maneiras distintas: RITSU REI – cumprimento em pé ZAREI – cumprimento sentado (SEIZA) A maneira correta de se cumprimentar é, partindo-se da posição natural (SHIZENTAI), curvar o corpo apenas em 30o e segurá-la por meio segundo e retornar a posição ereta (ritsu rei). O cumprimento deve acontecer nas situações a seguir: -Quando entramos ou saímos do dojo; -Quando o professor entra ou sai do dojo; -No início e final de um combate; -No início e final da aula; -No início e final de um kata; -No início e final de um exercício com um companheiro. O Zarei é realizado a partir da posição Seiza (o praticante senta-se sobre seus calcanhares e quando o fizer deverá abaixar sua perna esquerda e em seguida a direita, colocando o dedão do pé esquerdo sobre o do direito, ao levantar-se ocorre à inversão), inclinando-se o corpo e as mãos descem suavemente das coxas para o chão, formando um triângulo onde a testa tocará. 10.4.- Conduta durante as aulas O treinamento inicia com uma saudação e após este momento, as conversas paralelas deixam de existir e toda a atenção é voltada para o professor e os seus ensinamentos devem serexecutados com a máxima concentração possível para poder alcançar-se a perfeição dos movimentos. Quem ensina durante a aula é o professor. Um praticante, que não seja designado pelo professor, não pode instruir ou corrigir ninguém; é considerado falta de respeito para com o professor corrigir alguém, se ele não for seu parceiro de treinamento. As perguntas devem ser dirigidas sempre ao professor ou ao aluno mais graduado que conduz o treino, que na ausência do professor, deve receber as mesmas considerações. Jamais, na ausência do professor, um karateca deve contestar o aluno mais graduado que comanda o treino. Caso ache que a técnica está errada, deve recorrer posteriormente ao professor e deixar que ele corrija o aluno mais graduado. CUMPRIMENTO – O cumprimento é feito com a cintura e não com o pescoço. É dever do estudante mostrar uma ética apropriada no dojo e ter respeito pelo seu professor, isto é feito, geralmente: -Não argumentando com o professor durante a aula; -Quando ele corrige sua técnica; 24 -Quando assinala algum defeito no seu desempenho. 10.5.-Os Personagens do dojo SENSEI A palavra Sensei (SEN - antes e SEI - vida) significa aquele que ensina e refere- se somente ao instrutor e nunca pelo instrutor, ou seja, o professor deve ser chamado de sensei, mas jamais deverá se referir a ele por sensei. A palavra tem conotação de respeito e denota todo o respeito que o aluno tem pelo professor. SENPAI O Senpai será o aluno mais graduado de faixa preta (YUDANSHA) e que com o consentimento do sensei poderá instruir e corrigir os alunos menos graduados (assistente). KOHAI O aluno menos graduado de uma aula é considerado o Kohai e geralmente é o responsável pela limpeza do dojo antes de iniciar a aula. O DOGI Para se treinar karate, bem como a maioria das artes marciais, é necessário usar um uniforme especial denominado Dogi (criado por Jigoro Kano para os utilizarem durante os treinamentos de Judo). O dogi é chamado erroneamente de “quimono”, GI quer dizer vestimenta, portanto, dogi significa a vestimenta para a prática do caminho. Ele deve está sempre limpo e, preferencialmente, sem nenhum detalhe especial que o diferencie dos demais, exceto pelo distintivo da academia. O dogi usado para praticar karate é o karate-gi. QUIMONO – Tipo de vestimenta usada pelos japoneses. 10.6.- O obi (faixa) O Obi é um cinturão ou faixa que serve para manter o dogi fechado, embora o seu significado seja bem maior que um mero cinto. Como o karate gi, o obi tem um significado simbólico. Esse aspecto simbólico são as cores. Tradicionalmente, quando alguém começa a praticar karate, recebe a faixa branca. Após anos de treinamento, a faixa tende a escurecer assumindo uma coloração marrom. Se continuar praticando, ela vai se tornando preta. A faixa preta significa que a pessoa esteve treinando karate por muitos anos.Quando o karateca realmente se dedica ao karate, sua faixa, após a preta, começa a ficar branca novamente, depois de muitos anos. Assim se completa o ciclo (conforme ditado Zen, citado anteriormente). A seguir o significado das cores do Obi: BRANCO – é a cor da inocência. Indica quem tem a mente e o espírito “vazios”, alguém que é leigo nos aspectos espirituais do karate. Também indica que esse praticante ainda não conhece bem as técnicas do karate; MARROM – é a cor da terra, é a cor da solidificação. A faixa marrom indica que o praticante já se tornou competente, que sua mente é fértil e que seu espírito está firme. PRETO – é a fusão de todas as cores. Ela indica quem passou por todos os desafios e dificuldades necessárias para superar os obstáculos encontrados nos primeiros anos de karate. Preto é a cor da noite. Ela mostra que o primeiro “dia” que começou com a faixa branca, acabou e que agora realmente começa a jornada de um karateca em busca do seu aprendizado interior. 25 CAPITULO 11.- GRADUAÇÃO A evolução técnica do karateca é percebida pelo kyu ou nível e cada um é representado por uma cor de obi. O sistema de faixas (obi) adotado por Funakoshi foi uma das muitas modificações feitas após encontro com Jigoro Kano (criador do judô), como também adotou uma indumentária própria à prática o dogi. A mudança de kyu é realizada em um ritual chamado “exame de faixa” e durante o qual o praticante demonstra sua perícia técnica a uma banca de avaliadores, os quais deverão analisar não apenas o conhecimento técnico do praticante, mas também sua conduta como karateca além de sua capacidade intelectual. O grau de dificuldade dos exames é proporcional ao kyu. Atualmente, para evitar injustiças, foi estabelecida uma nota mínima (formada pela média das notas dos avaliadores) que o praticante deve alcançar para fazer jus à nova faixa e com ela advêm novas responsabilidades, pois a partir deste momento os erros anteriores, considerados não graves, não poderão ser mais cometidos, além de uma mudança de comportamento no sentido de servir como modelo para as futuras gerações de karateca, incorporando os ideais do mestre Funakoshi. 11.1.-Graduações No karate existem sete faixas cada uma associada a uma cor representativa do kyu. A faixa representa o amadurecimento e conhecimento individual de cada praticante, e a função do professor é de guiá-lo nesta estrada, indicando os aspectos básicos de cada etapa. As faixas no karate, em ordem, são: -Branca – 7º kyu; -Amarela – 6º kyu; -Vermelha – 5º kyu; -Laranja – 4º kyu; -Verde – 3º kyu; -Roxa – 2º kyu; -Marrom – 1º kyu. Há uma oitava faixa que indica o grau (Dan) de conhecimento do praticante e esta é a preta, a qual cresce com o passar dos anos indo do primeiro ao décimo (pós-morte). CAPITULO 12.-TERMOS A Age – Acção de erguer, levantar Age tsuki – Murro em direcção ascendente Age uke – Defesa contra um ataque a nível alto, com o punho fechado em direcção ascendente Ashi barai – Varrimento com o pé B Barai – Varrimento Bassai – Nome de um grupo de katas superiores de Karate-do Bo – Pau longo Budo – Via do guerreiro, artes marciais 26 C Chinte – Nome de uma kata superior de Karate-do Choku – Directo Choku-tsuki – Batimento direto Chudan – Nível médio (do pescoço até à cintura) Chukoken – Punho fechado com o dedo médio dobrado e ligeiramente saído (o mesmo que "nakadaka ken") D Dachi – Posição Dan – Nível, grau (cinto negro) Do – Via, caminho Dojo – Local de treino de Budo E Embusen – Diagrama de uma kata Empi – Cotovelo, o mesmo que "hiji" Empi – Nome de kata superior de Karate-do Empi-uchi – Golpe dado com o cotovelo (o mesmo que "hiji-ate") Empi-uke – Defesa com o cotovelo Eri – Gola F Fudo-dachi – Posição semelhante a "kiba-dachi" mas com os pés ligeiramente virados para dentro Fumi – Esmagar Fumikomi – Técnica de Karate-do que consiste em dar um pontapé de cima para baixo com a planta do pé G Gankaku – Nome de uma kata superior de Karate-do Gedan – Nível baixo (da cintura para baixo) Gedan kake-uke – Defesa de ataque de pernas com o pulso em gancho Gedan tsuki – Murro em direcção à zona baixa do adversário Gedan barai – Defesa com o braço a um ataque a nível baixo Geri – Pontapé Geri waza – Técnicas de pontapé Gi – Fato para a prática de Budo (Judogi, Karategi, Aikidogi, etc.), composto de Uwagi (casaco), Zubon 27 (calça) e Obi (cinto) Goju-ryu – Estilo de Karate-do Gojushiho – Nome de uma kata superior de Karate-do Gyaku – Contrário, inverso Gyaku-hanmi – Posição relativa de dois praticantes, com as pernas contrárias à frente Gyaku-tsuki – Murro dado com a mão do lado oposto à perna que está à frente H Hachiji-dachi – Posição do início e fim de grande número de katas em que os pés formam o kanji “Hachi” (oito) Haishu – Costas da mão Haishu-uchi – Ataque com as costas da mão aberta Haishu-uke – Defesa com as costas da mão aberta Haisoku – Parte anterior do peitodo pé Haito-uchi – Golpe dado com a mão aberta e com o lado do polegar Hajime – Iniciar, começar Hakama – Calça larga usada sobre o gi nas artes marciais tradicionais (Kyudo, Kendo, Iaido, Aikido, etc.) Hangetsu – Nome de uma kata superior de Karate-do Hangetsu-dachi – Posição intermédia entre "zenkutsu-dachi" e "zanshin-dachi" Hara – Abdómen Heian – Nome de 5 katas básicas de Karate-do (shodan, nidan, sandan, yodan e godan) Heiko – Paralelo Heiko-dashi – Posição de pé com os pés paralelos Heisoku – Pés juntos e paralelos Heisoku-dachi – Posição de pé com os pés juntos Hidari – Esquerda Hiji – Cotovelo Hiji-ate – Golpe dado com o cotovelo (o mesmo que "empi-uchi") Hiji-uke – Acção de bloqueio com o cotovelo Hiki-te – Recuo do punho até à anca Hikiwake-uke – Defesa com os dois antebraços à frente do corpo Hiza – Joelho Hiza-geri – Golpe dado com o joelho Hiza-uke – Defesa com o joelho Horan-no-kamae – Posição de início de alguns katas em que a mão cobre o punho fechado I Ippon – Um (ponto, passo, ataque, etc.) Ippon-ken – Dedo indicador dobrado e saído 28 Ippon-kumite – Exercícios com parceiro com 1 ataque 1 defesa Irimi – Movimento de entrada (no círculo do adversário) J Ji'in – Nome de uma kata superior de Karate-do Jion – Nome de uma kata superior de Karate-do Jitte (Jutte) – Nome de uma kata superior de Karate-do Jiyu – Livre Jiyu-ippon-kumite – Combate livre (controlado) com um só ataque Jiyu-kumite – Exercícios controlados com parceiro em que as formas de combate são livres Jo – Alto Jo – Pau de comprimento médio Jodan – Nível alto (do pescoço para cima) Jodan age-uke – Bloqueio para a frente ao nível alto com o antebraço Jodan oi-tsuki – Murro dirigido à cara com o braço do lado da perna que avança Jodan shuto barai – Defesa com o sabre da mão varrendo ao nível alto Joseki – Lado superior, lugar de honra (no dojo, a parede sul, à direita da parede principal) Ju – Suavidade, suave Judo – Via da suavidade Judoka – Praticante de Judo Juji-uke – Defesa com os braços cruzados, para cima ou para baixo Ju-kumite – Combate em suavidade Jutte (jitte) – Nome de uma kata superior de Karate-do K Kaeshi – Torção, contra ataque Kaeshi-waza – Técnicas de contra-ataque Kaette – Virar, voltar Kaisho-waza – Técnicas com mão aberta Kaiten – Rotação Kakato – Calcanhar Kakato-geri – Pontapé dado com o calcanhar Kamae – Posição de defesa Kamaete – Ordem para tomar a posição Kamiza – Parede principal do dojo, do lado este, onde se encontra o Tokonoma Kangeiko – Treino intensivo de Inverno Kanku – Nome de katas superiores de Karate-do ("kanku-dai" e "kanku-sho") Kansetsu – Articulação Kansetsu-waza – Técnicas de luxação 29 Kara – Vazio Karate-do – A Via das mãos vazias Karateka – Praticante de Karate Kata – Forma de treino, com ou sem parceiro, com sequências de técnicas predeterminadas Kata – Ombro Katame (Gatame, em composição) – Imobilização, controle Katana – Espada Katate-dori – Agarrar o pulso do adversário com uma mão Keage – Movimento ascendente rápido Keiko – Treino Kekomi – Movimento penetrante Ken – Sabre, espada Kendo – Arte da esgrima japonesa Keri (Geri, em composição) – Pontapé Keri-waza – Técnicas de pontapé Ki – Energia, força vital, espírito Kiai – Exteriorização da energia através de grito Kiba-dachi – Posição de cavaleiro Kihon – Técnicas de base Kihon-ippon-kumite – Treino básico de Karate-do com um ataque e uma defesa Kime – Concentração de energia física e mental, decisão Kin-geri – Pontapé para a frente dado com o peito do pé (literalmente, pontapé de ouro) Kiritsu – Levantar Kiza – Posição de joelhos em que os dedos dos pés estão virados para a frente Kohai – Praticante mais novo, o contrário de Sempai Kokoro – Espírito, coração Kokutsu-dachi – Posição em que o corpo está apoiado na perna de trás, ligeiramente flectida Kokyu – Força respiratória Kosa-dori – Agarrar com uma mão o pulso do lado oposto do adversário Koshi (goshi, em composição) – Anca Kote – Pulso Kote gaeshi – Torção do pulso na direcção do antebraço, técnica de Aikido Kubi – Pescoço Kumite – Combate Kanku – Nome de katas superiores de Karate-do Kyu – Grau de aluno M Maai – Distância correcta 30 Mae – Frente Mae geri – Pontapé para a frente Mae ukemi – Enrolamento frontal Mae-tobi-geri – Pontapé para a frente em salto Maki – Enrolar Maki-komi – Técnica de Judo que consiste em projectar o adversário por meio de enrolamento Makiwara – Alvo tradicionalmente de palha enrolada para treino de Karate-do ou Kyudo Mata – Parte interior da coxa Mawashi – Movimento circular Mawashi-empi – Técnica de batimento circular com o cotovelo Mawashi-geri – Técnica de pontapé circular Meikyo – Nome de uma kata superior de Karate-do Migi – Direita Mikazuki – Lua em quarto crescente Mikazuki-geri – Ataque com a sola do pé descrevendo um círculo Mokuso – Literalmente: não pensar. Atitude de concentração executada durante o cerimonial de início e final da prática de Budo Morote – Ambas as mãos Morote-dori – Agarrar os pulsos com ambas as mãos Morote-tsuki – Murro com os dois punhos Morote-uke– Defesa reforçada com o punho ou a mão de trás junto ao cotovelo do braço da frente Musubi-dachi – Posição de calcanhares juntos N Neko-ashi-dachi – Posição de pernas de gato, parecida com "kokutsu-dachi" mas mais curta, em que o peso do corpo está quase totalmente na perna de trás Nijushiho – Nome de uma kata superior de Karate-do Nukite – Ataque com os dedos juntos e esticados O Obi – Cinto Oi-tsuki – Murro com o punho do lado da perna da frente, directo Okuri – Deslizar Osae – Imobilização Otagai-ni-rei – Saudação mútua Otoshi – Movimento de cima para baixo Otoshi-empi-uchi – Golpe dado com o cotovelo de cima para baixo, o mesmo que "otoshi-hiji-ate" Otoshi-hiji-ate – O mesmo que "otoshi-empi-uchi" 31 Otoshi-uke – Defesa com antebraço em movimento descendente P Pinan – Nome antigo (chinês) das katas Heian R Randori – Combate livre Rei – Saudação Ritsu-rei – Saudação de pé Ryu – Estilo, escola S Sabaki – Esquiva Sado – Via do chá Sai – Arma em forma de tridente originária de Okinawa Samurai – Guerreiro japonês Sanbon-Kumite – Combate com três ataques Sanchin – Nome de kata superior originária do Goju-ryu Sanchin-dachi – Posição semelhante a "zenkutsu-dachi" mas mais curta e com o pé da frente ligeiramente virado para dentro Sankukai – Estilo de Karate-do Seiza – Sentar na posição de joelhos Sempai – Aluno mais graduado, mais antigo Sen-no-sen – Antecipação Sensei – Professor Sensei-ni-rei – Saudação ao professor Sensei-ni-taishi-rei – Saudação em direcção ao professor Shihan – Professor de grau elevado Shito-ryu – Estilo de Karate-do Shizentai – Posição natural do corpo, de pé Shomen-tsuki – Ataque frontal directo Shomen-uchi – Ataque frontal de cima para baixo Shomen-ni-rei – Saudação para a parede principal do dojo Shomen-ni-taishi-rei – Saudação em direção à parede principal do dojo Shotokai – Estilo de Karate-do Shotokan – Estilo de Karate-do Shukokai – Estilo de Karate-do Shuto – Sabre da mão (lado do dedo mínimo) Shuto-barai – Defesa de Karate-do, com varrimento efectuado com o sabre da mão 32 Shuto-uchi – Golpe de Karate-do dado com o lado da mão em cutelo Shuto-uke – Defesa de Karate-do feita com o lado da mão em cutelo Sochin – Nome de uma kata superior de Karate-do Sode – Manga Sokuto – Sabre do pé, lado do dedo mínimo Soto – Exterior Soto-uke – Defesa feita com o lado exterior do antebraço Sumo – Luta tradicional japonesa T Taikyoku – Nome de katas básicas de Karate-do Tai-sabaki – Esquiva do corpo Tanto – Punhal Tatami – Tapete japonês que cobre o chão, e onde se pratica Judo e Aikido Tate
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