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A (Pré des)-construção do erótico na vídeo performance do projeto, Mundo Flutuante

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A (Pré/des)construção do erótico na vídeo performance do projeto, Mundo Flutuante.
A performance é uma linguagem artística em que se tem como principal objeto, o corpo, e como característica, buscar trazer à tona, temas que estão em dissonância à sociedade e seus padrões. 
A vídeo performance do projeto Mundo Flutuante, do ponto de vista da corporeidade, compõe-se por um corpo em desconforto: se debate, se contorce, bate contra o chão com violência, partes do corpo vão sendo mostradas à medida que esse se revira no solo. O som que se faz presente desde o início é um gemido que também me parece de inquietação.
Pensando o campo semântico trazido até agora, temos: o gemer, a contorção, o mostrar partes do corpo que cotidianamente não são expostas - como a região do tronco quase chegando aos seios - a mudança da face. Todas essas figuras constroem um simulacro ligado ao campo do erotismo, ou pelo menos, do que se pensa ser o erótico. Há também, um simulacro ligado à violência: o se debater, as feições do rosto, e a própria cena final, em que há a transformação de um corpo /animado/ em um corpo /inanimado/. 
Uma leitura primeira, pode-se pensar a cena como uma situação de abuso, de violência contra um corpo: que tenta reagir e escapar. Entretanto, não se vê uma outra corporeidade em cena, então, não podemos dizer que há um contexto de violação por meio do outro. O que se pode pensar é na cena como uma representação do pensamento humano em relação ao erotismo e ao sexual: o jeito de se relacionar baseado no poder e na violência, de forma que, a partir de uma pré-construção do que é erótico (em uma cultura hegemônica de dominação patriarcal), se confunde o que é prazer e o que é abuso. Será que de fato estamos satisfeitos com o que pensamos ser o desejo, ou será que, só se tem tal pensamento por conta de uma estrutura bastante cristalizada sobre como devemos pensar o ato sexual e o desejo carnal? Esse é o cerne do trabalho aqui analisado. 
Referência: Chen, Luciana. Marina Abramović: modos de presença e seus sentidos. 2016. 2016. 340 f. Tese (Doutorado em Comunicação e Semiótica) Link: https://tede2.pucsp.br/handle/handle/19567

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