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Curso de Licenciatura em Ciências Biológicas - CEDERJ Disciplina: Legislação Ambiental Coordenadora: Profa. Elvira Carvajal Tutor: Leandro Laurindo Aula 4 Espaços Especialmente Protegidos Espaços Territoriais Especialmente Protegidos são aqueles que merecem um tratamento diferenciado e especial por serem dotados de atributos ambientais que por suas características e peculiaridades devem ser preservados. Compete ao Poder Público definir os espaços territoriais e seus componentes a serem especialmente protegidos, e vedar a utilização desses espaços de forma incompatível com a integridade de seus atributos. Definição Espaços Protegidos na Constituição O artigo 225, § 4º, declara que são patrimônio nacional a Floresta Amazônica brasileira, a Mata Atlântica, a Serra do Mar, o Pantanal Mato-Grossense e a Zona Costeira. Importante lembrar que a proteção constitucional deve alcançar outros ecossistemas específicos, como o Cerrado, apesar de não estarem positivados. Apesar da previsão constitucional de proteção de determinadas áreas territoriais, essas disposições são muito amplas e trazem somente os princípios gerais aplicáveis ao tema. Assim. cabe às normas infraconstitucionais disciplinar de forma aprofundada e específica as características dos espaços. Proteção no Novo Código Florestal – Lei nº 12.650/2012 A Lei nº 12.651 de 2012 possui um campo de abrangência menor do que o Código Florestal antigo, a lei nº 4.771/65, e até mesmo do Decreto nº 23.793/34. Uma possível explicação é o fenômeno da descodificação que consiste na criação de diversas leis especiais sobre uma dada questão. Com isso o novo código possui lacunas por não tratar de forma unificada do respectivo tema. Área de Preservação Permanente (APP) As Áreas de Preservação Permanente – APPs são áreas protegidas, cobertas ou não por vegetação nativa, com a função ambiental de preservar os recursos hídricos, a paisagem, a estabilidade geológica e a biodiversidade, facilitar o fluxo gênico de fauna e flora, proteger o solo e assegurar o bem-estar das populações humanas. Área de Preservação Permanente (APP) Cont. O artigo 4º da Lei 12.650/2012 enuncia os casos de APP Legal, ou seja, os casos em que a área, rural ou urbana, é protegida pelo simples fato de possuir as características elencadas em seus incisos. Estes são: I - as faixas marginais de qualquer curso d’água natural perene e intermitente, excluídos os efêmeros, desde a borda da calha do leito regular, em largura mínima de .....: III - as áreas no entorno dos reservatórios d’água artificiais; VI - as restingas, como fixadoras de dunas ou estabilizadoras de mangues; VII - os manguezais, em toda a sua extensão; X - as áreas em altitude superior a 1.800 (mil e oitocentos) metros, qualquer que seja a vegetação; Algumas definições do artigo 3º da referida Lei Curso d’água perene: São os que correm o ano inteiro. Curso d’água intermitente: São os rios cujos leitos secam ou congelam durante um período do ano. Curso d’água efêmero: Existem somente quando ocorrem fortes chuvas. São as chamadas torrentes. Área de Preservação Permanente (APP) Cont. -Exceções: Não será exigida Área de Preservação Permanente no entorno de reservatórios artificiais de água que não decorram de barramento ou represamento de cursos d’água naturais. É admitido, para a pequena propriedade ou posse rural familiar, o plantio de culturas temporárias e sazonais de vazante de ciclo curto na faixa de terra que fica exposta no período de vazante dos rios ou lagos, desde que não implique supressão de novas áreas de vegetação nativa, seja conservada a qualidade da água e do solo e seja protegida a fauna silvestre. Nos imóveis rurais com até 15 (quinze) módulos fiscais, é admitida, nas áreas de que tratam os incisos I e II, a prática da aquicultura e a infraestrutura física diretamente a ela associada, desde que: I - sejam adotadas práticas sustentáveis de manejo de solo e água e de recursos hídricos, garantindo sua qualidade e quantidade, de acordo com norma dos Conselhos Estaduais de Meio Ambiente; II - esteja de acordo com os respectivos planos de bacia ou planos de gestão de recursos hídricos; III - seja realizado o licenciamento pelo órgão ambiental competente; IV - o imóvel esteja inscrito no Cadastro Ambiental Rural – CAR. V - não implique novas supressões de vegetação nativa. Área de Preservação Permanente (APP) Cont. O artigo 6º da Lei 12.650/2012 enuncia a possibilidade de criação de Áreas de Preservação Permanente por ato do Chefe do Poder Executivo (Presidente, Governador, Prefeito) pela declaração de interesse social baseada em uma ou mais finalidades trazidas pelo legislador: • Conter a erosão do solo e mitigar riscos de enchentes e deslizamentos de terra e de rocha; • Proteger as restingas ou veredas; • Proteger várzeas; • Abrigar exemplares da fauna ou da flora ameaçados de extinção; • Proteger sítios de excepcional beleza ou de valor científico, cultural ou histórico; • Formar faixas de proteção ao longo de rodovias e ferrovias; • Assegurar condições de bem-estar público; • Auxiliar a defesa do território nacional, a critério das autoridades militares. • Proteger áreas úmidas, especialmente as de importância internacional. Área de Preservação Permanente – Fluxos d'água (fonte: http://www.flaviocheim.com.br) Área de Reserva Legal É a área localizada no interior de uma propriedade ou posse rural, com a função de assegurar o uso econômico de modo sustentável dos recursos naturais, de auxiliar a conservação e a reabilitação dos processos ecológicos e promover a conservação da biodiversidade, bem como a de propiciar a proteção de fauna silvestre e da flora nativa. Áreas de Reserva Legal (cont.) Percentuais mínimos: - Na Amazônia Legal, deverão ser reservados: a) 80% (oitenta por cento), no imóvel situado em área de florestas; b) 35% (trinta e cinco por cento), no imóvel situado em área de cerrado; c) 20% (vinte por cento), no imóvel situado em área de campos gerais. - Caso localizados nas demais regiões do país, a reserva é de 20% (vinte por cento). -A Reserva Legal deve ser conservada com cobertura de vegetação nativa pelo proprietário do imóvel rural Livre a coleta de produtos florestais não madeireiros, tais como frutos, cipós, folhas e sementes, desde que se observe os ciclos naturais Área de Reserva Legal Esquematizada (fonte: http://player.slideplayer.com.br/3/1267449/#) Sistema Nacional de Unidades de Conservação – Lei nº 9.985/2000 A Lei nº 9.985/2000 institui o Sistema Nacional de Unidades de Conservação da Natureza – SNUC, e estabelece critérios e normas para a criação, implantação e gestão das unidades de conservação. Definição de Unidades de Conservação As Unidades de Conservação são espaços territoriais e seus recursos ambientais, incluindo as águas jurisdicionais, com características naturais relevantes, legalmente instituído pelo Poder Público, com objetivos de conservação e limites definidos, sob regime especial de administração, ao qual se aplicam garantias adequadas de proteção. Unidades de Conservação Integral O objetivo básico das Unidades de Proteção Integral é preservar a natureza, sendo admitido apenas o uso indireto dos seus recursos naturais. Estação Ecológica Objetivo: preservação da natureza e pesquisa científica; Posse e domínios públicos. É proibida a visitação pública, exceto com objetivo educacional; Permite-se alterações dos ecossistemas somente para restauração. Unidades de Conservação Integral Reserva Biológica Objetivo: Preservação integral da biota e demais atributos naturais; Posse e domínios públicos. Proibida Visitação Pública, exceto com objetivo educacional e de pesquisas; Alterações dos ecossistemas somente para restauração. Parque Nacional Objetivo: Preservação de ecossistemasnaturais de grande relevância ecológica e beleza cênica. Possibilita a recreação em contato com o meio ambiente e o ecoturismo. Posse e domínios públicos. Quando criadas pelo Estado ou Município, serão denominadas, respectivamente, Parque Estadual e Parque Natural Municipal. Unidades de Conservação Integral Monumento Natural Objetivo: Preservar sítios naturais raros, singulares ou de grande beleza cênica. Pode ser constituído em áreas particulares, havendo compatibilidade. A visitação está sujeita às condições e restrições do Plano de Manejo. Refúgio de Vida Silvestre Objetivo: proteger ambientes naturais onde se asseguram condições para a existência ou reprodução de espécies ou comunidades da flora local e da fauna residente ou migratória. Pode ser constituído em áreas particulares, havendo compatibilidade. A visitação está sujeita às condições e restrições do Plano de Manejo. Exemplos de Unidades de Conservação Integral no Estado do Rio de Janeiro Unidades de Uso Sustentável O objetivo básico das Unidades de Uso Sustentável é compatibilizar a conservação da natureza com o uso sustentável de parcela dos seus recursos naturais. Área de Proteção Ambiental Objetivo: É uma área em geral extensa, certo grau de ocupação humana, dotada de atributos abióticos, bióticos, estéticos ou culturais especialmente importantes para a qualidade de vida e o bem-estar das populações humanas e tem como objetivos básicos proteger a diversidade biológica. Pode haver limitação na propriedade particular. Unidades de Uso Sustentável Área de Relevante Interesse Ecológico Objetivo: É uma área em geral de pequena extensão, com pouca ou nenhuma ocupação humana, com características naturais extraordinárias ou que abriga exemplares raros da biota regional, e tem como objetivo manter os ecossistemas naturais de importância regional ou local. Pode haver limitação na propriedade particular. Floresta Nacional Objetivo: é uma área com cobertura florestal de espécies predominantemente nativas e tem como objetivo básico o uso múltiplo sustentável dos recursos florestais e a pesquisa científica Posse e domínios públicos, devendo ser desapropriadas. Populações tradicionais Unidades de Uso Sustentável Reserva Extrativista Objetivos: A Reserva Extrativista é uma área utilizada por populações extrativistas tradicionais, É de domínio público, com uso concedido às populações extrativistas tradicionais sendo que as áreas particulares incluídas em seus limites devem ser desapropriadas. Reserva de Fauna Objetivo: A Reserva de Fauna é uma área natural com populações animais de espécies nativas, terrestres ou aquáticas, residentes ou migratórias, adequadas para estudos técnico-científicos sobre o manejo econômico sustentável de recursos faunísticos. Ainda não há registros de criação de REFAUs nem no Estado do Rio de Janeiro e nem pelo ICMBio Posse e domínios públicos, devendo ser desapropriadas. A visitação pública pode ser permitida, desde que compatível com o manejo da unidade. Unidades de Uso Sustentável Reserva de Desenvolvimento Sustentável A Reserva de Desenvolvimento Sustentável é uma área natural que abriga populações tradicionais, cuja existência baseia-se em sistemas sustentáveis de exploração dos recursos naturais, desenvolvidos ao longo de gerações. Objetivo: Preservar a natureza e, ao mesmo tempo, assegurar as condições e os meios necessários para a reprodução e a melhoria dos modos e da qualidade de vida. Posse e domínios públicos, devendo ser desapropriadas. É permitida e incentivada a visitação pública. Reserva Particular do Patrimônio Natural A Reserva Particular do Patrimônio Natural é uma área privada, gravada com perpetuidade, com o objetivo de conservar a diversidade biológica. O gravame de que trata este artigo constará de termo de compromisso assinado perante o órgão ambiental, que verificará a existência de interesse público, e será averbado à margem da inscrição no Registro Público de Imóveis. Exemplos de Unidades de Uso Sustentável no Estado do Rio de Janeiro Reservas Particulares do Patrimônio Natural RJ lFonte: http://institutonascente.org.br/wp-content/uploads/2015/08/INEA-RobertaGuagliardi-Apresentacao__itamonte_14_08_15.pdf Dúvidas? Entre em contato por e-mail utilizado a plataforma ou pelo telefone 0800 com os tutores da disciplina e/ou a coordenadora da disciplina Referências – ver o texto da respectiva aula
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