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Civil III

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Civil III - Execução
Unidade 1
Introdução à execução e cumprimento de sentença
Nesta seção teremos a oportunidade de conhecer noções introdutórias do cumprimento de sentença, que consiste em uma metodologia processual com forte influência do processo civil italiano e que ganhou força no Brasil no final do século XX, ainda sob a vigência do Código de Processo Civil de 1973. O processo civil, como conhecemos hoje, passou por muitas fases para sua maturação, então conheceremos esse panorama histórico e, ainda, as espécies de cumprimento de sentença e os princípios gerais da execução.
Panorama histórico do cumprimento de sentença
1973
Até o Código de Processo Civil de 1973, existia basicamente a execução enquanto processo autônomo em relação à fase instrutória. 
2005
Em um movimento que no Brasil se fortaleceu a partir de 1990, foi promulgada a Lei n. 11.232/2005, que passou a desconsiderar a característica de autonomia na execução. Esta passou a se constituir como uma fase do processo de conhecimento, sendo este denominado ”sincrético”.
2015
O Código de Processo Civil de 2015 absolutamente acolheu a tendência mencionada e consolidou no Livro II – Do processo de execução esta metodologia de trabalho, em que a execução é tratada como uma fase processual e não mais um procedimento a ele autônomo.
Sentença condenatória
A sentença condenatória é o resultado de uma soma de acontecimentos documentados no processo que resulta em duas situações: 
· Em sendo um ato estatal, gera um título executivo judicial.
· Antes de pacificar o conflito, gera uma decisão de um terceiro (imparcial) e a caminhada processual não se encerrará, já que para o início do cumprimento de sentença se faz necessário que haja uma sentença e que o título não seja pago por quem de direito. 
Publicada a sentença, cabe ao exequente requerer que seja dado ao devedor um prazo de 15 (quinze) dias para que efetue voluntariamente o pagamento. Cumprida voluntariamente, encerra-se a demanda. Caso contrário, teremos o início da fase de cumprimento de sentença, expedindo-se, com multa respectiva, o mandado de penhora e avaliação em desfavor do executado.
Portanto, temos este fluxo:
1. Fase instrutória
2. Sentença
3. Fase de cumprimento de sentença
Execução e cumprimento de sentença
Dada a sentença condenatória, o credor terá, nos termos do art. 523 do CPC, o prazo de 15 (quinze) dias para pagar o montante constante no título judicial, sob pena de pagamento de multa de 10% sobre o valor e honorários advocatícios. Não ocorrendo tal situação, caberá ao credor a iniciativa de propulsão da fase de cumprimento de sentença. Para tanto e nos termos do art. 524 do CPC, ele deverá instruir seu pedido conforme os requisitos da petição inicial (art. 319 do CPC) e instruir com o montante atualizado do débito. 
Espécies de cumprimento de sentença
Aqui destacamos três das cinco espécies de cumprimento de sentença, quais sejam: 
Obrigação de fazer e não faz.r (art. 497 do CPC)
Obrigação de entrega de coisa (art. 498 do CPC)
Obrigação de pagar (art. 523 e ss. do CPC)
As demais, quais sejam, obrigação de pagar quantia certa à Fazenda Pública, bem como a que regula a exigibilidade de prestar alimentos, são objeto do estudo de procedimentos especiais, razão pela qual nos concentraremos nas três primeiras. 
· Saiba mais
O cumprimento de sentença que reconheça a exigibilidade de obrigação de pagar quantia certa pela Fazenda Pública é regulado pelos arts. 534 e 535 do CPC. Caberá ao requerente apresentar comprovante do débito atualizado com os requisitos previstos nos incisos do art. 534 do CPC, tais como:
I - o nome completo e o número de inscrição no Cadastro de Pessoas Físicas ou no Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica do exequente; 
II - o índice de correção monetária adotado; 
III - os juros aplicados e as respectivas taxas; 
IV - o termo inicial e o termo final dos juros e da correção monetária utilizados; 
V - a periodicidade da capitalização dos juros, se for o caso; 
VI - a especificação dos eventuais descontos obrigatórios realizados. 
BRASIL, 2015, [s.p.].
Observa-se que não se aplica a multa prevista de 10% prevista no art. 523, par. 1º, à Fazenda Pública. 
Já o cumprimento de sentença que envolve a exigibilidade de prestar alimentos está previsto entre os arts. 528 a 533 do CPC. 
Panorama geral do sistema executivo no atual Código de Processo Civil
Temos o seguinte panorama:
· Fundamento da execução: título judicial ou extrajudicial. 
· Tipo de execução: cumprimento de sentença (fase); execução (novo processo).
· Fundamento legal: arts. 515 e ss. do CPC; e art. 784 do CPC.
A execução e o cumprimento de sentença são oriundos de fundamentos distintos. Na execução temos a base em um título executivo extrajudicial (disposto no art. 784 e ss. do CPC) e se forma um novo processo para ser citado o réu para conhecimento desta ação, que é fundada em um título que a lei reconhece eficácia. Já no cumprimento de sentença não há citação do réu de um forma geral, já que temos aqui uma mera fase processual. A exceção ocorre no caso de cumprimento de sentença por sentença penal, arbitral ou estrangeira. 
Pressupostos da execução
São pressupostos da execução: 
Inadimplemento do devedor 
Título executivo que a instrua
Ambos na verdade constituem interesse de agir no processo de execução. O Código Civil dispõe de uma ordem de satisfação das obrigações civis de modo que cabe ao credor aguardar. Há diferença entre a mora e o inadimplemento absoluto e é importante trazer este tema ao entendimento:
Mora
Inadimplemento absoluto
Princípios fundamentais da execução
A seguir, compreenda cada um dos princípios fundamentais da execução:
Princípio da autonomia
Pela autonomia, temos que as fases instrutória e executória não se confundem (são dotadas de autonomia). 
Princípio da patrimonialidade: A patrimonialidade segue o que prevê o art. 789 do CPC: a execução recai sobre o patrimônio e não sobre a pessoa do devedor. 
Princípio do exato adimplemento: Segundo o exato adimplemento, a execução deve cumprir a finalidade de entregar ao credor aquilo que teria no caso de a obrigação ter sido voluntariamente cumprida. 
Princípio da disponibilidade do processo pelo credor: A disponibilidade do processo pelo credor significa que ele, nos termos do art. 775 do CPC, pode desistir a qualquer tempo do procedimento.
Princípio da utilidade: Sobre o princípio da utilidade temos que a execução só se justifica se trouxer alguma vantagem ao credor e a menor onerosidade segue o art. 805 do CPC.
Princípio da menor onerosidade: O princípio da menor onerosidade está consubstanciado no art. 805 do CPC, segundo o qual: “Quando por vários meios o exequente puder promover a execução, o juiz mandará que se faça pelo modo menos gravoso para o executado. Parágrafo único. Ao executado que alegar ser a medida executiva mais gravosa incumbe indicar outros meios mais eficazes e menos onerosos, sob pena de manutenção dos atos executivos já determinados” (BRASIL, 2015, [s.p.]). 
Princípio do contraditório: O princípio do contraditório constitui um corolário constitucional previsto no art. 5º, inciso LV, da CRFB/1988, e significa a oportunidade conferida à parte de ter ciência e apresentar seus argumentos em face das colocações da outra parte figurada no processo. 
Da legitimidade à responsabilidade patrimonial dos títulos executivos judiciais
Nesta seção, teremos a oportunidade de conhecer o rol de títulos executivos judiciais, tratando-se de rol exaustivo definido pelo art. 515, incisos I a IX do CPC. Veremos, ainda, as legitimidades ativa e passiva na ação de execução e a distinção entre obrigação e responsabilidade na execução. Por fim, conheceremos a competência funcional e absoluta referente aos títulos judiciais e a competência facultativa dos títulos executivos extrajudiciais. Vamos juntos? 
Dos títulos executivos judiciais
O art. 515 do CPC elenca em seus incisos os títulos executivos judiciais. Saiba mais a seguir.
Inciso I
O inciso I do art. 515 do CPC prevê que são títulos executivos: “as decisões proferidasno processo civil que reconheçam a exigibilidade de obrigação de pagar quantia, de fazer, de não fazer ou de entregar coisa” (BRASIL, 2015, [s.p.]). Estarão as decisões desta natureza, portanto, sujeitas ao cumprimento de sentença enquanto fase processual. 
Inciso II
O inciso II do art. 515 do CPC prevê que “a decisão homologatória de autocomposição judicial” (BRASIL, 2015, [s.p.]) também é um título executivo judicial. Mas o que seria autocomposição? Trata-se de um mecanismo de aplicação do Tribunal Multiportas (mediação, conciliação, arbitragem e negociação) para a composição dos conflitos. Por este mecanismo as partes ou uma delas vale-se de alguns mecanismos para chegarem a uma solução consensual em relação ao conflito, sem que seja necessário um pronunciamento judicial, mas ao mesmo tempo não prescinde do Poder Judiciário ou do processo, pois se utiliza dele para esse fim.
Inciso III
O inciso III do art. 515 do CPC prevê que é um título executivo judicial: “a decisão homologatória de autocomposição extrajudicial de qualquer natureza” (BRASIL, 2015, [s.p.]). A autocomposição extrajudicial é aquela que é realizada sem a participação do Poder Judiciário. São mecanismos dos meios adequados de resolução de conflitos aplicados sem que haja interferência do Poder Judiciário e sem que seja iniciada a marcha processual.
Inciso IV
O inciso IV do art. 515 do CPC prevê que é um título executivo judicial: “o formal e a certidão de partilha, exclusivamente em relação ao inventariante, aos herdeiros e aos sucessores a título singular ou universal” (BRASIL, 2015, [s.p.]). 
Inciso V
O inciso V do art. 515 do CPC prevê que é um título executivo judicial: “o crédito de auxiliar da justiça, quando as custas, emolumentos ou honorários tiverem sido aprovados por decisão judicial” (BRASIL, 2015, [s.p.]). 
Inciso VI
Segundo o inciso VI do art. 515 do CPC, a sentença penal condenatória transitada em julgado também é um título executivo judicial relevante para o processo civil, pois em seu bojo fixa-se a quantia mínima a título de indenização civil à vítima pela infração penal. Ela não é produzida pelo juízo de uma Vara Cível, no bojo de um processo civil, mas em processo e juízo penais. Nos termos do art. 387, trata-se de uma atribuição deste proferir sentença condenatória fixando o valor mínimo para reparação dos danos causados pela infração, considerando os prejuízos sofridos pelo ofendido.
Inciso VII
A sentença arbitral é regida por lei própria e é considerada um título executivo judicial a teor do art. 515, inciso VII, do CPC.
Inciso VIII
O inciso VIII do art. 515 do CPC prevê que é um título executivo judicial: “a sentença estrangeira homologada pelo Superior Tribunal de Justiça” (BRASIL, 2015, [s.p.]).
Inciso IX
O inciso IX do art. 515 do CPC prevê que é um título executivo judicial: “a decisão interlocutória estrangeira, após a concessão do exequatur à carta rogatória pelo Superior Tribunal de Justiça” (BRASIL, 2015, [s.p.]). Sobre as sentenças civis estrangeiras, anote-se que são homologadas pelo Superior Tribunal de Justiça, bem como providências de oitiva de testemunhas são cumpridas por este órgão a interesse de processos que não tramitem em jurisdição brasileira. 
Legitimidade
A legitimidade ativa no processo de execução é cabível ao: 
· Credor, a quem a lei confere título executivo.
· Sucessor causa mortis.
· Cessionário.
· Ministério Público.
· Sub-rogado.
· Fiador sub-rogado.
· Ofendido, ainda que não figure no título executivo
· O advogado. 
Na legitimidade passiva, temos: 
· O devedor, reconhecido em título executivo.
· O espólio, os herdeiros ou os sucessores do devedor.
· O novo devedor, que assumiu, com o consentimento.
· O fiador do débito referente a título extrajudicial. 
· O responsável titular do bem vinculado por garantia real.
· O responsável tributário.
· O avalista.
· O empregador. 
Competência 
A seguir, entenda a competência relativa e a competência funcional absoluta.
Competência relativa (título extrajudicial)
Na execução por título executivo extrajudicial, a competência é relativa e, se houver foro de eleição, a execução será nele proposta; se não houver, será no foro do domicílio do executado ou no foro de situação dos bens sujeitos à execução.
Competência funcional absoluta (título judicial)
Responsabilidade patrimonial
Por responsabilidade patrimonial entende-se a sujeição do patrimônio, via de regra, do devedor ao adimplemento de obrigações decorrentes da execução. Essa é a regra geral, pois há situações em que outros poderão figurar como legitimados passivos, isso para ser ampliada a garantia de satisfação do crédito. 
Art. 789. O devedor responde com todos os seus bens presentes e futuros para o cumprimento de suas obrigações, salvo as restrições estabelecidas em lei.
BRASIL, 2015, [s.p.].
Saliente-se que a responsabilidade somente surge em caso de insatisfação do crédito, ou seja, é necessário o inadimplemento para que haja responsabilidade e nisso reside a diferença entre obrigação e responsabilidade. A obrigação surge quando o débito é contraído e a responsabilidade no inadimplemento. 
São exequíveis bens corpóreos ou incorpóreos que tenham valor econômico e não sejam considerados impenhoráveis nos termos da lei. O art. 833 do CPC tratará dos bens que são assim classificados. A impenhorabilidade é uma matéria de ordem pública e poderá ser reconhecida em qualquer tempo ou grau de jurisdição. Porém, a impenhorabilidade não poderá ser oposta em relação à execução da dívida contraída para aquisição do próprio bem. Observe-se, ainda, a redação do art. 833, parágrafo segundo, que trata da natureza e quantia dos bens. Ademais, a Lei n. 8009/1990 tratou de ampliar significativamente o rol dos bens impenhoráveis, abarcando o bem de família. 
Segundo o art. 790 do CPC:
Art. 790. São sujeitos à execução os bens:
I - do sucessor a título singular, tratando-se de execução fundada em direito real ou obrigação reipersecutória;
II - do sócio, nos termos da lei;
III - do devedor, ainda que em poder de terceiros;
IV - do cônjuge ou companheiro, nos casos em que seus bens próprios ou de sua meação respondem pela dívida;
V - alienados ou gravados com ônus real em fraude à execução;
VI - cuja alienação ou gravação com ônus real tenha sido anulada em razão do reconhecimento, em ação autônoma, de fraude contra credores;
VII - do responsável, nos casos de desconsideração da personalidade jurídica.
BRASIL, 2015, [s.p.].
Do processo de execução à aplicação do Tribunal Multiportas dos títulos executivos judiciais
O processo de execução e cumprimento de sentença serão estudados nesta seção, que investigará a atipicidade das formas executivas e os meios colocados à disposição das partes do juiz na condução do processo para que seja viabilizada, sempre que possível, a execução específica e imediata da obrigação. Estudaremos a multa ou astreinte, a prisão civil, as medidas de expropriação e outras atípicas que serão manejadas para conduzir adequadamente o processo de execução e cumprimento de sentença. 
A atipicidade das formas executivas 
Cabe ao juiz, nos termos do art. 139, inciso IV, do CPC, determinar todas as medidas indutivas, coercitivas, mandamentais ou sub-rogatórias necessárias para assegurar o cumprimento de ordem judicial, inclusive nas ações que tenham por objeto prestação pecuniária. Sendo assim, temos uma grande inovação do CPC em relação ao Código anterior, que já gera situações que têm sido desafiadas pela jurisprudência, como a enfrentada pelo STJ no REsp 1.782.418 e REsp 1.788.950, em que o Tribunal decidiu que só cabe a aplicação das medidas executivas atípicas no caso de ocultação de bens pelo devedor. 
Formas de execução: noção
A execução por entrega de coisa certa está prevista nos arts. 806 a 810 do CPC. Já a execução por entrega de coisa incerta está prevista nos arts. 811 a 813 do CPC. 
Por sua vez, a execução por quantia certa encontra-se entre os arts. 824 a 826 do CPC. Importante salientar que essa forma de execução será uma alternativa às execuções que não puderem sercumpridas de forma específica. 
Por fim, a execução de obrigação de fazer está prevista nos arts. 815 a 821 do CPC e a execução de obrigação de não fazer, nos arts. 822 e 823 do CPC. 
Execução direta e indireta
Na execução direta o estado-juiz conduz a marcha processual de forma a prescindir da colaboração do executado, que é um princípio expresso no novo CPC. Já na execução indireta temos que o devedor colabora com os atos executórios. 
Execução frutífera e não frutífera
A execução frutífera é aquela em que há o recebimento da quantia devida, o que não ocorre na execução infrutífera. É uma classificação presente na doutrina de Guilherme Marinoni (MARINONI, 2020).
Tribunal Multiportas
O Código de Processo Civil de 2015 inovou ao elencar a audiência de conciliação como etapa obrigatória a ser percorrida no procedimento de instrução. Os meios multiportas de resolução dos conflitos são também denominados mecanismos adequados de solução de conflitos. São eles:
A conciliação
A mediação
A negociação
A arbitragem
Antes mesmo desta edição tínhamos o teor da Resolução 125/2010, que tratou de implementar essa política pública no Judiciário e instaurar diversos CEJUSC’s pelo país. Na execução não é diferente e os meios adequados devem ser fomentados a qualquer tempo pelo juiz que conduz a causa ante o próprio ditame do art. 139, inciso IV, do CPC. 
Nos termos do art. 1º, § 3º, do CPC:
A conciliação, a mediação e outros métodos de solução consensual de conflitos deverão ser estimulados por juízes, advogados, defensores públicos e membros do Ministério Público, inclusive no curso do processo judicial. 
BRASIL, 2015, [s.p.].
Ainda, caberá ao juiz conduzir o processo em colaboração com as partes, além de promover, a qualquer tempo, a autocomposição, preferencialmente com auxílio de conciliadores e mediadores judiciais (art. 139, § 4º, do CPC). Nos termos do art. 149 do CPC, os colaboradores e mediadores judiciais são auxiliares da justiça. 
A qualquer tempo caberá ao juiz incentivar a conciliação e a mediação entre as partes e isso inclui a fase de execução e cumprimento de sentença. Nas ações de família, a ênfase é conferida pelo art. 696 do CPC, segundo o qual:
A audiência de mediação e conciliação poderá dividir-se em tantas sessões quantas sejam necessárias para viabilizar a solução consensual, sem prejuízo de providências jurisdicionais para evitar o perecimento do direito
BRASIL, 2015, [s.p.].
Quanto à arbitragem, é interessante destacar que se trata de um método de solução consensual dos conflitos, nos termos do art. 359 do CPC. Uma vez realizada a arbitragem, o juízo arbitral exclui a jurisdição estatal. A convenção de arbitragem é o documento que contém a decisão de arbitragem e, nos termos do art. 337, inciso X, do CPC, preliminar ao mérito nas ações cíveis. Os atos processuais arbitrais tramitam em segredo de justiça, conforme a redação do art. 189, inciso IV, do CPC, inclusive os que versem sobre carta arbitral. A carta que rege as intimações e citações na arbitragem são denominadas cartas arbitrais e a elas se aplicam no que couber as disposições referentes às cartas rogatórias, de ordem e precatória (art. 260 do CPC).
Meios de convencimento: prisão e multa civis
A regra geral constante em nosso ordenamento é que é vedada a prisão por dívida. A exceção constante em nosso CPC vigente é a prevista entre os arts. 528 e 533, que trata da prisão civil no caso de inadimplemento inescusável do devedor de alimentos. Até o advento do CPC/2015 persistia no ordenamento anterior a possibilidade de prisão do depositário infiel, o que já tinha sido afastado pela jurisprudência. 
Em relação à multa trata-se de mecanismo típico a ser utilizado a critério do juiz e pode ser solicitado pelas partes para na execução compelir o devedor ao adimplemento das obrigações (arts. 500, 520, 526 etc. do CPC), sendo um meio de convencimento à satisfação do crédito. 
Execução por sentença: obstaculização, remoção e apossamento da coisa
No cumprimento de sentença que reconheça a exigibilidade de obrigação de fazer ou de não fazer, o juiz poderá, nos termos do art. 536 do CPC, com a finalidade de garantir a execução, mediante ofício ou a requerimento, para a efetivação da tutela específica ou a obtenção de tutela pelo resultado prático equivalente, determinar as medidas necessárias à satisfação do exequente. Trata-se de medida que poderá ser efetivada mediante a imposição de multa, a busca e apreensão, a remoção de pessoas e coisas, o desfazimento de obras e o impedimento de atividade nociva, podendo, caso necessário, requisitar o auxílio de força policial.
Execução por particular e por expropriação
O CPC previu no art. 879 de forma inovadora que dentre os procedimentos de expropriação, temos a alienação. A alienação poderá ser efetivada por iniciativa particular ou por leiloeiro oficial. 
Sendo gênero, a expropriação compreende, segundo o art. 825 do CPC, as seguintes espécies: adjudicação, alienação e apropriação dos frutos ou rendimentos da empresa. São todas as formas de satisfação do crédito e de conferir força propulsora à execução. 
Situação-problema
Seria um arbítrio? 
João, diretor comercial da Livraria Jo S.A. promoveu a exportação de um lote de livros didáticos para o governo de um país de língua portuguesa. O montante da venda foi de R$ 1.500.00,00, sendo os custos de frete e comissão constantes no contrato. O acordo entre as partes ainda envolvia aplicação de convenção de arbitragem para dirimir conflitos e dúvidas relativas ao contrato. 
Feito o desembaraço aduaneiro, ou seja, cumpridos os trâmites fiscais e regulamentares para entrada da mercadoria no país, esta foi entregue nas dependências do cliente. Contudo, no vencimento da fatura, João verificou que o cliente efetuara o pagamento da duplicata a menor. O cliente respondeu ao questionamento de João informando que depositou conforme a taxa de câmbio de saída da mercadoria do Brasil. 
João, verifica que o contrato foi omisso nesse ponto e decide acionar o jurídico para ingressar em juízo com a ação indenizatória pertinente. 
Pergunta-se: enquanto advogado da Livraria Jo S.A., como você responderia à solicitação do diretor comercial? A ação judicial pode ser desde já proposta? 
Resolução da situação-problema: analisando o contrato 
A arbitragem é um método de solução consensual dos conflitos, nos termos do art. 359 do CPC, e é comum sua previsão e aplicação em contratos comerciais internacionais. Uma vez prevista a arbitragem, o juízo arbitral exclui a jurisdição estatal. 
A convenção de arbitragem é o documento que contém a decisão de arbitragem e, nos termos do art. 337, inciso X, do CPC, preliminar ao mérito nas ações cíveis. Os atos processuais arbitrais tramitam em segredo de justiça, conforme a redação do art. 189, inciso IV, do CPC, inclusive os que versem sobre carta arbitral. Sendo assim, não é possível a propositura da ação judicial pois a jurisdição arbitral exclui a estatal. 
Unidade 2
Cumprimento de sentença: disposições gerais 
Conceitos:
· Sentença é momento final do processo. 
· Cumprimento de sentença é o que reconhece o dever de pagar quantia, provisório ou definitivo, exemplo: ação de alimentos. 
· O cumprimento da sentença é uma execução, que não implica em uma nova relação jurídica processual, é uma mera fase da sentença. Chega um momento em que a respectiva sentença irá transitar em julgado, terá o fim da fase de conhecimento e haverá inauguração da fase de cumprimento de sentença. 
Cumprimento de sentença: características
Conceito:
· Será feita segundo a natureza da obrigação (caput do art. 513 CPC);
· Interesse do exequente (§1º art. 513 CPC); 
· Intimação do devedor (§2º do art. 513 CPC): 
1. pelo Diário de Justiça; 
2. por carta com AR; 
3. por meio eletrônico; 
4. por edital. 
Características:
Natureza das obrigações    Títulos executivos judiciais (art. 515 CPC): 
1. decisões que reconheçam a exigibilidade de obrigação de pagar quantia, de fazer, não fazer ou de entregar coisa; 
2. decisão homologatória de autocomposição judicial; 
3.decisão homologatória de autocomposição extrajudicial de qualquer natureza; 
4. o formal e a certidão de partilha, exclusivamente em relação ao inventariante, aos herdeiros e aos sucessores a título singular ou universal;  
5. O crédito auxiliar da justiça, quando as custas, emolumentos ou honorários tiverem sido aprovados por decisão judicial; 
6. A sentença penal condenatória transitada em julgado; 
7. A sentença arbitral;
8. A sentença estrangeira homologada pelo STJ; 
9. A sentença interlocutória estrangeira, após a concessão do exequatur à carta rogatória 
pelo STJ. 
Competência:
Art. 516. O cumprimento da sentença efetuar-se-á perante: 
I. Art. 516. O cumprimento da sentença efetuar-se-á perante: 
II. o juízo que decidiu a causa no primeiro grau de jurisdição;
III. O juízo cível competente, quando se tartar de sentença penal condenatória, de sentença arbitral, de sentença estrangeira ou de acórdão proferido elo Tribunal Marítimo. 
Sentenças que reconhecem tutelas específica ou providências para assegurar resultado prático equivalente 
Disposições gerais
A preocupação com a efetividade do processo levou o legislador a criar mecanismos no processo de conhecimento e no de execução para coagir o devedor a cumprir, tal como pactuadas, as obrigações de fazer e de não fazer, entregar e pagar, passando as perdas e danos a constituírem o último remédio à disposição do credor. 
§4º do Art. 536. No cumprimento de sentença que reconheça a exigibilidade de obrigação de fazer ou não fazer, aplica-se o art. 525, no que couber. 
Obrigação de pagar quantia certa
No caso de decisão que reconhece obrigação de pagar quantia certa, o cumprimento definitivo da sentença far-se-á a requerimento do exequente, sendo o executado intimado a pagar o débito no prazo de 15 dias (art. 523 CPC). 
É lícito ao réu, antes de ser intimado para o cumprimento da sentença, comparecer em juízo e oferecer em pagamento o valor que entender devido, apresentando discriminação de cálculo. (art. 526); não havendo oposição do autor, o juiz declarará satisfeita a obrigação e extinguirá o processo. Concluindo-se o juiz pela insuficiência do depósito, incidirão multa e honorários em 10% sobre o restante.
Obrigação de pagar quantia certa : Tramitação
Pagamento voluntário: devedor intimado para pagar o débito no prazo de 15 dias (art. 523 NCPC), sob pena de multa de 10%. 
Não efetuado pagamento: 
1. será expedido mandado de penhora e avaliação. 
(Considerando que no requerimento para o cumprimento da sentença, conf. Art. 523, o exequente já deverá indicar os bens passíveis de penhora, sempre que possível (§3º art. 523, e inc. VII do art. 524 CPC).
2. Inicia-se o prazo de 15 dias para que o executado, independente de penhora ou nova intimação, apresente, nos próprios autos, sua impugnação (art. 525, §1º do CPC). 
3. O início do prazo prescricional para o requerimento do cumprimento da sentença, pelo credor, coincide com o término dos 15 (quinze) dias para que o Devedor devidamente, intimado na pessoa de seu advogado, cumpra, voluntariamente, a sentença transitada em julgado.
Modelo de cumprimento de sentença
EXCELENTÍSSIMO(A) SENHOR(A) DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA _ VARA CIVEL DA CIRCUNSCRIÇÃO JUDICIÁRIA DE BRASÍLIA 
Processo n.º XXXXXXXXX
XXXXXXXXXXXXXXXX, já devidamente qualificado nos autos do processo em epígrafe, em que contendem com XXXXXXXXXXXXXXXXXXXX , vem respeitosamente, por meio de suas advogadas infra-assinadas, à presença de Vossa Excelência, requerer
       CUMPRIMENTO DE SENTENÇA,
aduzindo para tanto, as razões de fato e de Direito que passa a expender:
aduzindo para tanto, as razões de fato e de Direito que passa a expender:
Nobre Julgador trata-se de AÇÃO DECLARATÓRIA DE NULIDADE C/C RESCISÃO CONTRATUAL, contra a empresa requerida, representado por sentença proferida por esse douto juízo, o qual, julgou procedente o pedido do requerente para a ) declarar a resolução do contrato firmado entre as partes; b) declarar a parcial nulidade da clausula 6.3 do contrato; c) condenou a requerida a restituir a importância paga pelo requerente, inclusive o sinal, deduzindo-se apenas 10% sobre os valores pagos como multa penal. Os valores deveriam ser restituídos em uma única parcela e corrigidos monetariamente desde a citação, com a incidência de juros de mora de 1% a.m desde a citação; d) condenar a requerida ao pagamento de custas processuais e honorários advocatícios, fixado em 10% sobre o valor da condenação.
Nesse sentido segue trecho da sentença: 
(…)
Ressalte-se, por ser de extremada relevância, que conforme se verifica na certidão, a sentença transitou em julgado na data de 11/02/2016, fls. 360.
Destarte, foi dado prazo para pagamento voluntário, não tendo ocorrido, cabendo assim a aplicação da multa do Art. 523 § 1º do NCPC. Além disso, devido ainda o pagamento dos juros e correção monetária desde a citação.
II. Dos cálculos
 Nesse diapasão, deve ser intimada a realizar o pagamento no prazo legal, o qual deve ser devidamente atualizado e acrescido de todos os encargos apresentados no item anterior, o que perfaz atualmente o montante de R$53.249,35 (Cinquenta e três mil duzentos e quarenta e nove reais e trinta e cinco centavos), já subtraindo o valor de 10% da multa penal dada na sentença de fls. 308/3012 de R$ 5.916,59 (Cinco mil novecentos e dezesseis reais e cinquenta e nove centavos)
         Verifica-se no cálculo de atualização monetária que ora se faz juntada, os quais constam, inclusive, as penalidades previstas Art. 523 § 1º do NCPC. O Exequente faz jus ao que dispõe o Art.523 § 1º e § 2 do NCPC, tendo em vista a r. sentença ser título executivo;
Isto posto, requer a citação da Executada, para que nos termos do Art. 523 § 1º do NCPC, pague a quantia aqui apurada, qual seja, R$53.249,35 (Cinquenta e três mil duzentos e quarenta e nove reais e trinta e cinco centavos) , além dos honorários e multa do artigo Art. 523 § 1º do NCPC, no valor de R$ 5.916,59 (Cinco mil novecentos e dezesseis reais e cinquenta e nove centavos) de honorários advocatícios e R$ 6.508,25 de multa do artigo 523 § 1º do NCPC, totalizando a quantia de R$ 65.674, 19 (Sessenta e cinco mil seiscentos e setenta e quatro reais e dezenove centavos) a qual deve ser devidamente atualizada até a data do efetivo pagamento.
III. DOS BENS PASSÍVEIS DE PENHORA
Requer, caso o Executado não efetue o pagamento no prazo legal, que desde já, pela seja determinado expedição de ofício via BACENJUD, para o fim de identificar e bloquear valores e aplicações financeiras da empresa Executada, tendo em vista a gradação legal prevista no Art.854 e parágrafos do NCPC.
Por fim, no caso de restar infrutífera a tentativa de penhora BACENJUD, requer a expedição de Ofício RENAJUD, a fim de se proceda à pesquisa em seus cadastros com o fim de identificar e realizar bloqueio judicial de quaisquer veículos que estejam no nome da Executada, nos termos do Art.837 do NCPC, a fim de garantir a efetividade de posterior penhora;
VI.  PEDIDOS
Diante do exposto requer:
1. A intimação da Executada na pessoa do seu advogado para pagamento da quantia de R$ 65.674, 19 (Sessenta e cinco mil seiscentos e setenta e quatro reais e dezenove centavos), devidamente atualizada até a data do efetivo pagamento.
2. Em caso de não pagamento, que seja expedida certidão de protesto, nos termos do art. 517 NCPC.
Ainda, se não ocorrer o pagamento espontâneo, que Vossa Excelência proceda à penhora on line do valor devido a seatualizado até o momento do bloqueio;
Acaso não encontrado nenhum valor em dinheiro, requer a expedição de Ofício RENAJUD e ao Cartório de Registro de Imóveis, para fins de busca de bens passíveis de penhora;
Restando infrutíferas tais tentativas, requer a intimação da Executada para que no prazo legal indique bens passíveis a penhora, sob pena de incorrer em atentado contra a dignidade da justiça, conforme Art.829, Art.774 ambos do NCPC.
Nesses Termos,                                                                                     
Pede deferimento.
Local e data.
Advogado
OAB/XX
OLIVEIRA,Yngrid Hellen Gonçalves de. Disponível em: <https://bit.ly/38neH7l>. Modelo petição cumprimento de sentença (novo CPC). 2016. 
Sentenças que reconhecem exigibilidade de obrigação de fazer, de não fazer 
Sentença que reconhece exigibilidade de obrigação de fazer, de não fazer:
Sentença que reconhece exigibilidade de obrigação de fazer, de não fazer:
Poderá o juiz, na sentença, se procedente o pedido, conceder a tutela específica da obrigação de fazer ou não fazer, ou determinar providências que assegurem o resultado prático equivalente ao do adimplemento da obrigação originária. 
Sentença que reconhece obrigação de fazer, de não fazer: Exemplo
Ex: o Ministério Público, em ação civil pública, pleiteia seja o réu condenado a não lançar poluentes no ar. Na sentença, condenar o réu à tutela específica, consistente no abster-se de lançar poluentes, ou determinar providências que assegurem o mesmo resultado prático, ou seja, a preservação do meio ambiente, que pode ser alcançada com a instalação de filtros 
(tutela equivalente). 
Disponível em: <https://bit.ly/39sl36L>. DONIZETTI, Elpídio. Sentença que tenha por objeto obrigação de fazer.2017. 
Sentença que reconhece obrigação de fazer, de não fazer: Medidas imperativas
· A sentença de procedência pode ser complementada por comandos imperativos, que são acompanhados de medidas de pressão para que o próprio devedor adote a conduta devida e produza o resultado específico, mesmo que a parte contrária não esteja agindo com dolo ou com culpa. (§ único do art. 497 NCPC).
· Medidas: multa; busca e apreensão; remoção de coisas (§1º, art. 536 CPC). 
Sentença que reconhece obrigação de fazer, de não fazer: Medida imperativa: Multa
· Independentemente da providência a ser adotada pelo magistrado para efetivar a tutela concedida na sentença, é possível a aplicação concomitante de multa com o intuito de desestimular o réu a descumprir a determinação judicial (art. 500). Até mesmo nos casos em que a obrigação tenha se convertido em perdas e danos, permanece possível a aplicação da multa. 
· Mesmo adimplindo a obrigação, poderá o credor, após o trânsito em julgado da sentença, promover a execução da multa (execução por quantia certa).
Sentença que reconhece obrigação de fazer, de não fazer: concessão da tutela equivalente
em face de (dados do réu, neste exemplo é uma pessoa jurídica), pessoa jurídica de direito privado, inscrição CNPJ nº (número do CNPJ), estabelecida na (endereço completo com CEP, inclusive), o que faz com base nos fatos e fundamentos
  a seguir:
a) Pode ser concedida na própria sentença, em acolhimento a pedido alternativo do autor;
b) de ofício, ante a impossibilidade de concessão da tutela específica;
c) a tutela equivalente ser concedida após a sentença, de ofício, como consequência do descumprimento do preceito fixado 
no provimento judicial.
Sentença que reconhece a exigibilidade de obrigação de entregar a coisa
Quanto à sentença ou acórdão que contenha  obrigação de entrega de coisa, a efetivação da tutela far-se-á segundo o art. 498 NCPC, que assim prescreve:
Sentença que reconhece exigibilidade de obrigação de entregar a coisa: Entrega da coisa (certa)
Na petição inicial, o autor requererá a providência judicial almejada, consistente numa ordem, mandamento ou determinação para que o réu entregue a coisa (certa) descrita no título que representa a obrigação (contrato de compra e venda, por exemplo). 
Sentença que reconhece obrigação de entregar a coisa: Entrega da coisa (incerta)
Quando gênero e se tratar de coisa incerta, ou seja, determinada apenas pelo quantidade (um boi nelore dentre aqueles que se encontravam na Exposição de Londrina), o autor a individualizará na petição inicial, se lhe couber a escolha; 
Quando se tratar de coisa incerta, mas a escolha couber ao devedor, este entregará a coisa individualizada no prazo fixado pelo juiz 
(art. 498, § único NCPC).
Sentença que reconhece obrigação de entregar a coisa: resultado prático equivalente
Poderá o juiz, na decisão, final ou antecipatória, conceder a tutela específica, ou seja, determinar a entrega da coisa ou determinar providências que assegurem o mesmo resultado prático.
Exemplo: Juiz, a requerimento do autor, determinar a entrega do modelo similar, assegurando, assim, resultado prático quivalente. 
Ex: modelo de automóvel que concessionária deixou de fabricar – substituir por similar, ao que consta do contrato. 
Sentença que reconhece obrigação de entregar a coisa: aplicação de multas
Como meio de compelir o réu a cumprir a determinação judicial, também poderá o juiz, de ofício ou a requerimento da parte, impor multa ao devedor da obrigação, fixando-lhe prazo razoável para entrega da coisa, como previsto no §3º do artigo 538 NCPC. Não sendo a multa eficaz para vencer a resistência do réu a entregar a coisa no prazo estabelecido, “será expedido mandado 
de busca e apreensão ou de imissão na posse em favor do credor, conforme se tratar de coisa móvel ou imóvel” (art. 538).
Unidade 3
· Execução em geral.
- Requisitos.
- Inadimplemento do devedor.
- Título executivo.
- Responsabilidade patrimonial.
· Meios de execução.
- Execução de título extrajudicial.
- Ato atentatório à dignidade da justiça.
- Extinção.
· Execução por quantia certa.
- Requisitos.
- Citação.
- Penhora.
- Procedimentos.
· Embargos à execução: defesa do executado.
- Procedimentos.
- Reconhecimento do crédito: parcelamento.
- Teses de defesa alegadas em embargos à execução.
Requisitos 
Para que seja possível o ajuizamento da ação de execução, é necessário o preenchimento dos requisitos: inadimplemento do devedor e título executivo que represente uma obrigação líquida, certa e exigível. 
Inadimplemento do devedor
Gonçalves (2016) afirma que o inadimplemento do devedor é configurado pelo descumprimento da obrigação no tempo, no local e na forma acordada pelas partes, corroborando com o art. 788 do CPC (BRASIL, 2015, [s.p.]): 
Art. 788. O credor não poderá iniciar a execução ou nela prosseguir se o devedor cumprir a obrigação, mas poderá recusar o recebimento da prestação se ela corresponder ao direito ou à obrigação estabelecido no título executivo, caso em que poderá requerer a execução forçada, ressalvado ao devedor o direito de embargá-la. 
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Caso a obrigação seja a termo, a mora resta configurada assim que vencido o prazo estipulado no título, contudo, caso não haja prazo específico para o cumprimento, o devedor deverá ser notificado para que seja constituído em mora. 
O lugar de cumprimento das obrigações é aquele que foi convencionado pelas partes, inexistindo convenção à respeito, como observado no art. 327 do Código Civil (em regra, efetuar o pagamento no domicílio do devedor). 
Título executivo
O título executivo é requisito essencial do processo de execução e sua criação somente ocorrerá por meio de lei. Deve-se observar, ainda, o princípio da tipicidade, ou seja, os títulos executivos devem obedecer rigorosamente ao padrão determinado na lei que os criou.
Há necessidade de juntada aos autos do processo do documento original, não se admitindo cópia.
· Os títulos executivos judiciais estão elencados no artigo 515 do CPC e os extrajudiciais no artigo 784 do CPC.
A obrigação representada no título deve ter:
Liquidez
Exata quantidade da obrigação. É o quantum.
Certeza
Exigibilidade
Para Gonçalves (2016), os requisitos de certeza, liquidez e exigibilidade não são dos títulos, propriamente ditos, mas das obrigações que eles representam.
Responsabilidade patrimonial 
O devedor responderá pelo cumprimento das suas obrigações com seu patrimônio presente e futuro, consoante art. 789 do CPC. Contudo, preocupou-se o legislador em preservar determinados bens, tornando-os impenhoráveis. 
· O rol dos bens impenhoráveis encontra-se no art. 833 do CPC. E a Lei nº 8009/1990 trata sobre a impenhorabilidade de bens de família.
Quanto à penhora dos bens móveis, deve-se observar a regra contida no art. 833, II; ou seja, somente não serão penhoráveis aqueles indispensáveis para uma moradia digna. 
Não permanecea impenhorabilidade do bem quando o devedor o oferece para penhora, entendendo-se como renúncia ao benefício da impenhorabilidade. 
Meios de execução
Execução de título extrajudicial: regras gerais
Os títulos executivos extrajudiciais estão previstos no art. 784, do CPC (BRASIL, 2015, [s.p.]):
I – letra de câmbio;
II – a escritura pública ou outro documento público assinado pelo devedor;
III – o documento particular assinado pelo devedor e por 2 testemunhas; ex: contrato de locação; 
IV - instrumento de transação referendado pelo Ministério Público, pela Defensoria Pública, pela Advocacia Pública, pelos advogados dos transatores ou por conciliador ou mediador credenciado por tribunal;
V - o contrato garantido por hipoteca, penhor, anticrese ou outro direito real de garantia e aquele garantido por caução;
VI - o contrato de seguro de vida em caso de morte;
VII - o crédito decorrente de foro e laudêmio;
VIII - o crédito, documentalmente comprovado, decorrente de aluguel de imóvel, bem como de encargos acessórios, tais como taxas e despesas de condomínio;
IX - a certidão de dívida ativa da Fazenda Pública da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, correspondente aos créditos inscritos na forma da lei;
X - o crédito referente às contribuições ordinárias ou extraordinárias de condomínio edilício, previstas na respectiva convenção ou aprovadas em assembleia geral, desde que documentalmente comprovadas;
XI - a certidão expedida por serventia notarial ou de registro relativa a valores de emolumentos e demais despesas devidas pelos atos por ela praticados, fixados nas tabelas estabelecidas em lei;
XII - todos os demais títulos aos quais, por disposição expressa, a lei atribuir força executiva.
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Todos os meios de execução de título executivo extrajudicial deverão ser iniciados por meio de petição inicial, que deverá preencher os requisitos dos arts. 319 e 320 do CPC (requisitos gerais da petição inicial), cumulados com o art. 798 do CPC (requisitos gerais da execução – título executivo extrajudicial e demonstrativo de débito), além dos requisitos específicos de cada meio de execução.
A petição inicial deverá indicar os fatos e fundamentos da execução, que deverá se basear em um título executivo que reflete uma obrigação certa, líquida e exigível (sob pena de nulidade, art. 803, I, CPC) e no inadimplemento do devedor. Tratando-se de uma obrigação em pecúnia, deve acompanhar a inicial memória de cálculo, conforme art. 798, I, “b” + 798, II, parágrafo único. Atualmente, o exequente poderá requerer, na petição inicial, a inclusão do executado no cadastro de inadimplentes,  conforme previsão do art. 782, §3º, do CPC. 
· Importante destacar que o exequente, por força do art. 805 do CPC, deverá promover a execução sempre pelo meio menos gravoso ao executado.
Em caso de ausência de algum dos requisitos ou documentos indispensáveis, o juiz determinará a intimação do exequente para que, no prazo de quinze dias, providencie a emenda da petição inicial, sob pena de indeferimento. Caso a inicial esteja de acordo com os requisitos legais, o juiz determinará a citação do executado. 
Ao executado que alegar ser a medida adotada pelo exequente mais gravosa, caberá indicar os meios eficazes e menos onerosos, sob pena de manutenção dos atos executivos já determinados (art. 805, parágrafo único, do CPC).
Execução de título extrajudicial: citação
No processo de execução, são admitidas todas as formas de citação previstas no CPC (art. 246), inclusive citação por edital e por hora certa, observado o teor da súmula 196 do STJ: “Ao executado que, citado por edital ou por hora certa, permanecer revel, será nomeado curador especial, com legitimidade para apresentação de embargos”. 
Não ocorrendo a citação válida do executado, a execução será nula (art. 803, II, CPC). 
A competência para julgar a execução está prevista no art. 781 do CPC, podendo o juiz requisitar o uso da força policial, caso seja necessário, conforme previsão do artigo 782, §2º, do CPC. 
Ato atentatório à dignidade da justiça
O executado cometerá ato atentatório à dignidade da justiça quando, por meio de conduta comissiva ou omissiva: a) fraudar a execução; b) opor-se maliciosamente à execução, empregando ardis e meios artificiosos; c) dificultar ou embaraçar a realização da penhora; d) resistir injustificadamente às ordens judiciais; e) intimado, não indicar ao juiz quais são e onde estão os bens sujeitos à penhora e os respectivos valores, nem exiba prova de sua propriedade e, se for o caso, certidão negativa de ônus (art. 774 do CPC). 
Extinção
Para o exequente, a execução será disponível, ou seja, poderá desistir de toda execução ou de parte dela, devendo-se observar, quanto aos embargos, as regras do parágrafo único do art. 775 (BRASIL, 2015): serão extintos se versarem exclusivamente sobre questões processuais, pagando o exequente as custas processuais e os honorários advocatícios; nos demais casos, a extinção dependerá da concordância do embargante. 
A execução será nula caso seja iniciada antes de instaurada a condição ou de ocorrer o termo que a depende, conforme art. 803, III, do CPC.
Execução por quantia certa
Requisitos
A execução por quantia certa tem o objetivo de compelir o devedor a pagar determinada quantia em dinheiro.
Na petição inicial, o exequente deverá juntar a memória de cálculo do débito atualizado, por força do art. 798, I, “b”, parágrafo único, e terá a opção de indicar os bens que deseja penhorar, conforme art. 798, II, “c”, do CPC.
Ao receber a petição inicial, o juiz determinará a citação do devedor para pagar o débito em três dias, sob pena de penhora, fixando, desde então, os honorários advocatícios (art. 829, NCPC). 
Citação
No caso de execução por quantia certa, a citação implica o prazo de três dias para pagar (a partir da efetiva citação do devedor) e o prazo de quinze dias para oferecer embargos (contados da juntada do mandado aos autos), independentemente de realizada ou não a penhora.
A súmula 196 do STJ dispõe: “ao executado que, citado por edital ou por hora certa, permanecer revel, será nomeado curador especial, com legitimidade para apresentação de embargos”. 
Penhora
Não ocorrendo o pagamento em três dias, o oficial de justiça fará a penhora dos bens indicados pelo credor na petição inicial, e caso não haja indicação, fará a penhora sobre os bens que localizar, observado o rol de bens impenhoráveis previsto no art. 833 do CPC; exemplos: bens inalienáveis, móveis domésticos, vestuários, remunerações, proventos de aposentadoria, quantia depositada em poupança até o limite de 40 salários mínimos, entre outros. 
O art. 830 do CPC dispõe que: “se o oficial de justiça não encontrar o executado, arrastar-lhe-á tantos bens quantos bastem para garantir a execução” (BRASIL, 2015, [s.p.]). 
Trata-se da hipótese de arresto, que ocorre antes de realizada a citação do devedor, a fim de se evitar o desaparecimento dos bens. Com a citação do devedor, o arresto converte-se em penhora. 
Ordem de penhora
Destaca-se que a penhora nada mais é do que a individualização dos bens que serão afetados pelo pagamento da obrigação. É facultado ao credor indicar na petição inicial os bens do devedor em que deseja que recaia a penhora, observada a ordem do art. 835, do CPC: 
Art. 835. A penhora observará, preferencialmente, a seguinte ordem: 
I - dinheiro, em espécie ou em depósito ou aplicação em instituição financeira; 
II - títulos da dívida pública da União, dos Estados e do Distrito Federal com cotação em mercado; 
III - títulos e valores mobiliários com cotação em mercado; 
IV - veículos de via terrestre; 
V - bens imóveis; 
VI - bens móveis em geral; 
VII - semoventes; 
VIII - navios e aeronaves;
IX - ações e quotas de sociedades simples e empresárias; 
X - percentual do faturamento de empresa devedora; 
XI - pedras e metais preciosos; 
XII - direitos aquisitivos derivados de promessa de compra e venda e de alienação fiduciária em garantia; 
XIII - outros direitos. 
BRASIL, 2015, [s.p.].
Não indicação dos bensNão havendo indicação dos bens a serem penhorados na petição inicial e não localizando o oficial de justiça bens em diligência, o juiz poderá (a pedido ou de ofício) determinar a intimação do devedor para que indique bens passíveis de penhora. O devedor cometerá ato atentatório à dignidade da justiça caso tenha bens para indicar a penhora, mas não os indique. 
O art. 839, do CPC, dispõe que: “considerar-se-á feita a penhora mediante a apreensão e o depósito dos bens, lavrando-se um só auto se as diligências forem concluídas no mesmo dia” (BRASIL, 2015, [s.p.]).
Penhora on-line
O art. 854, do CPC, regula a penhora on-line, que ocorre quando o juiz determina o bloqueio de valores diretamente da conta do devedor, por meio da emissão de comandos às unidades supervisoras das instituições financeiras.
Da penhora de dinheiro
Segundo o art. 854 do CPC, 
Art. 854. Para possibilitar a penhora de dinheiro em depósito ou em aplicação financeira, o juiz, a requerimento do exequente, sem dar ciência prévia do ato ao executado, determinará às instituições financeiras, por meio de sistema eletrônico gerido pela autoridade supervisora do sistema financeiro nacional, que torne indisponíveis ativos financeiros existentes em nome do executado, limitando-se a indisponibilidade ao valor indicado na execução. 
§ 1º No prazo de 24 (vinte e quatro) horas a contar da resposta, de ofício, o juiz determinará o cancelamento de eventual indisponibilidade excessiva, o que deverá ser cumprido pela instituição financeira em igual prazo. 
§ 2º Tornados indisponíveis os ativos financeiros do executado, este será intimado na pessoa de seu advogado ou, não o tendo, pessoalmente.
§ 3º Incumbe ao executado, no prazo de 5 (cinco) dias, comprovar que: 
I - as quantias tornadas indisponíveis são impenhoráveis; 
II - ainda remanesce indisponibilidade excessiva de ativos financeiros. 
§ 4º Acolhida qualquer das arguições dos incisos I e II do § 3º, o juiz determinará o cancelamento de eventual indisponibilidade irregular ou excessiva, a ser cumprido pela instituição financeira em 24 (vinte e quatro) horas. 
§ 5º Rejeitada ou não apresentada a manifestação do executado, converter-se-á a indisponibilidade em penhora, sem necessidade de lavratura de termo, devendo o juiz da execução determinar à instituição financeira depositária que, no prazo de 24 (vinte e quatro) horas, transfira o montante indisponível para conta vinculada ao juízo da execução. 
BRASIL, 2015, [s.p.], grifos nossos.
Modificação do bem penhorado
O procedimento está regulado nos arts. 847 a 853, do CPC. 
O art. 847, do CPC, dispõe que o executado poderá, no prazo de 10 dias, contado da intimação da penhora, requerer a substituição do bem penhorado, desde que comprove que lhe seja menos oneroso e não traga prejuízos ao exequente. 
O art. 850, do CPC, prevê ainda: “será admitida a redução ou a ampliação da penhora, bem como sua transferência para outros bens, se, no curso do processo, o valor de mercado dos bens penhorados    sofrer alteração significativa” (BRASIL, 2015, [s.p.]). 
Procedimentos da penhora
O depositário é pessoa a quem se confia um depósito; já o depositário judicial é a pessoa nomeada pelo juiz para guardar os objetos penhorados ou consignados.
O oficial de justiça, ao proceder a penhora, deverá avaliar o bem, e faltando-lhe conhecimentos para tanto, deverá informar o juiz para que confie a avaliação a um perito avaliador. A avaliação será dispensada nas hipóteses previstas no art. 871 do CPC. 
Será admitida nova avaliação quando verificada a ocorrência de erro ou dolo do avaliador; quando, após a avaliação, for verificado que houve majoração ou diminuição do valor do bem; e, ainda, se o juiz tiver fundada dúvida sobre o valor atribuído ao bem na primeira avaliação. 
Se a penhora for realizada na ausência do executado, ele deverá ser intimado (por meio de seu advogado ou pessoalmente, quando não estiver representado nos autos) da penhora, a fim de apontar eventuais irregularidades ou nulidades.
Após a penhora dos bens e não havendo adimplemento da obrigação, segue-se para a fase de expropriação dos bens (art. 825, NCPC). A expropriação dos bens é o meio pelo qual o credor alcançará a satisfação de seu crédito na execução por quantia certa, bem como consiste na adjudicação, alienação e apropriação de frutos e rendimentos de empresa ou estabelecimento de outros bens. 
· Deve-se respeitar a seguinte ordem de preferência entre os meios de expropriação: adjudicação dos bens, alienação (particular ou por meio de leilão judicial) e apropriação (GONÇALVES, 2016). 
A adjudicação ocorre quando o bem móvel ou imóvel penhorado é transferido para o credor, a fim de satisfazer seu crédito, e nunca poderá ocorrer por valor inferior ao da avaliação. 
Destaca-se que, a qualquer tempo, após a avaliação do bem, enquanto não for realizada a alienação particular ou o leilão judicial, os legitimados (executado; coproprietário de bem indivisível; titular de usufruto) poderão requerer a adjudicação.
Alienação e leilão
Na alienação por iniciativa particular, o juiz fixará as regras para a venda do bem penhorado, além de fixar a forma de publicidade, o preço mínimo, a comissão de corretagem (se for o caso), as condições de pagamento e as garantias que devem ser prestadas pelo adquirente em caso de pagamento parcelado (art. 880, §1º). A alienação particular será formalizada por meio de termo nos autos com a assinatura do juiz, do exequente, do adquirente e do executado, se estiver presente.
· A alienação judicial por meio eletrônico vem regulada no art. 882, §1º e ss, do CPC, e dispõe sobre a necessidade de observância das garantias processuais das partes. 
O leilão judicial presencial ocorrerá em local determinado pelo juiz, que designará o leiloeiro (que, por sua vez, poderá ser indicado pelo exequente), as duas datas para a sua realização e as condições de pagamento com as devidas garantias. Será necessária a publicação do edital do leilão com antecedência de, no mínimo, cinco dias da data de sua primeira realização, devendo constar no edital todos os requisitos previstos nos artigos 886 e 887, do CPC, sob pena de nulidade da arrematação.
Arrematação e apropriação de frutos e rendimentos
Efetivada a arrematação, será lavrado auto devidamente assinado pelo leiloeiro, arrematante e juiz, passando a fluir o prazo de dez dias para que se postule a invalidade, ineficácia ou resolução da arrematação nos casos previstos no art. 903, §1º, do CPC. Não havendo impugnação no prazo de dez dias, a carta de arrematação será expedida e, conforme o caso, a ordem de entrega ou o mandado de imissão na posse.
A apropriação de frutos e rendimentos de bens móveis ou imóveis também é meio expropriatório de bens e vem regulada nos arts. 867 a 869 do CPC. Nesse caso, após o deferimento da penhora, “o juiz nomeará administrador/depositário, que será investido de todos os poderes que concernem à administração do bem e à fruição de seus frutos e utilidades, perdendo o executado o direito de gozo do bem até que o exequente seja pago do principal, custas, honorários e juros” (BRASIL, 2015, [s.p.]).
Dos embargos à execução: defesa do executado
Procedimento
Meio adequado para defesa do executado na ação de execução fundada em título executivo extrajudicial (art. 914 e seguintes do CPC). (Prazo de 15 dias contados do art. 231, NCPC – contados da juntada.) 
Trata-se de uma ação autônoma, mas vinculada à execução (ela deve ser proposta no juízo da execução e a distribuição deve ser por dependência com tramitação em autos apartados), que tem natureza de processo de conhecimento e se presta para desconstituir ou declarar a nulidade ou inexistência do crédito.
· Caput do art. 914: possibilidade da interposição dos embargos, independentemente de penhora, depósito ou caução. Nesses termos, mesmo que o devedor não tenha bens, o prazo de embargos fluirá a partir do momento da citação, observadas as regras pertinentes constantes no art. 231 do CPC.
O comparecimento espontâneo do executado supre a falta ou a nulidade dacitação, fluindo, a partir dessa data, o prazo para apresentação dos embargos à execução, conforme art. 239, §1º, do CPC.
Reconhecimento do crédito: parcelamento
Caso o executado reconheça o crédito do exequente no prazo dos embargos e comprove o depósito de 30% do valor da execução (acrescido de custas e honorários), poderá requerer o parcelamento do restante em até 6 parcelas mensais, acrescidas de correção monetária e juros de um por cento ao mês (art. 916, CPC). Com o deferimento do pedido de parcelamento, a execução ficará suspensa até a quitação integral do débito. 
O credor não poderá opor-se ao parcelamento, pois se trata de um direito que a lei confere ao devedor, mas será intimado (art. 916, §1º) para manifestar-se, em 5 dias, sobre o preenchimento dos pressupostos.
O inadimplemento de qualquer das prestações do parcelamento acarretará o vencimento antecipado das prestações subsequentes e no prosseguimento do processo com o imediato reinício dos atos executivos, além de multa de 10% sobre o valor das prestações não pagas. 
· A opção pelo parcelamento importa em renúncia ao direito de opor embargos e não se aplica ao cumprimento de sentença, conforme art. 916, §6º, do CPC.
Teses de defesa alegadas em embargos à execução
O art. 917 do CPC prevê as teses de defesa que o executado poderá alegar nos embargos. 
Art. 917. Nos embargos à execução, o executado poderá alegar: 
I - inexequibilidade do título ou inexigibilidade da obrigação; 
II - penhora incorreta ou avaliação errônea; 
III - excesso de execução ou cumulação indevida de execuções; 
IV - retenção por benfeitorias necessárias ou úteis, nos casos de execução para entrega de coisa certa; 
V - incompetência absoluta ou relativa do juízo da execução; 
VI - qualquer matéria que lhe seria lícito deduzir como defesa em processo de conhecimento.
BRASIL, 2015, [s.p.], grifos nossos.
Procedimentos de embargos
Os pressupostos processuais são tempestividade, legitimidade, interesse de agir e, no mérito dos embargos, análise, a requerimento do embargante, das condições e dos pressupostos da ação executiva. 
A petição inicial deve preencher os requisitos previstos no art. 319 do CPC (requisitos gerais da petição inicial), devendo o embargante postular a intimação do embargado para apresentar impugnação. 
É preciso juntar aos embargos as cópias das peças processuais relevantes do processo de execução, que poderão ser autenticadas pelo próprio advogado, além do instrumento de procuração e o comprovante de recolhimento de custas processuais ou declaração de hipossuficiência e comprovante de renda, quando requerido o benefício da justiça gratuita.
· O art. 919 do CPC aponta que, em regra, os embargos à execução não terão efeito suspensivo, ou seja, a execução poderá prosseguir normalmente. Contudo, como exceção, o juiz poderá atribuir o efeito suspensivo, a requerimento do embargante, quando verificados os requisitos para concessão da tutela provisória (podendo causar ao executado grave dano de difícil ou incerta reparação) e desde que a execução esteja garantida por penhora, depósito ou caução suficiente.
Procedimentos de embargos à execução
A decisão que determinar o efeito suspensivo dos embargos poderá ser modificada ou revogada a qualquer tempo, desde que haja requerimento da parte, circunstâncias que determinem a modificação dos efeitos e decisão fundamentada. 
· Segundo o art. 920, I, recebidos os embargos, o exequente será intimado para impugnar em 15 dias. A falta de impugnação aos embargos acarretará a revelia do embargado (credor) e serão presumidos verdadeiros os fatos alegados na inicial, desde que as alegações não sejam contrárias àquilo que consta no título executivo, já que este goza de certeza, liquidez e exigibilidade.
Apresentada a impugnação, o embargante será intimado para apresentação de réplica com posterior análise sobre os requerimentos de produção de prova (havendo requerimento, será designada audiência de instrução e julgamento, e não havendo, os embargos serão julgados antecipadamente) e posterior sentença com fundamento no art. 485 ou 487 do CPC.
Em caso de julgamento improcedente dos embargos, a execução terá seguimento, tendo em vista que o recurso de apelação, em regra, não tem efeito suspensivo. Já o julgamento procedente dos embargos poderá acarretar na extinção da execução, modificação do valor executado ou desconstituição de algum ato processual.
GONÇALVES, 2016, p. 795.
É necessário fazer referência ao rol de documentos obrigatórios: procuração; cópia do processo de execução; comprovante de recolhimento de custas processuais ou declaração de hipossuficiência e comprovante de renda; comprovante das alegações da tese dos embargos; demonstrativo de cálculo discriminado, quando for o caso.
· Esperamos que você tenha compreendido os principais conceitos e procedimentos relacionados à ação de execução. Para se aperfeiçoar, continue seus estudos nessa temática. 
Unidade 4
Da suspensão e da extinção do processo de execução
Suspensão das execuções: regras gerais
A suspensão da execução vem regulada nos arts. 921 a 923 do CPC. Os arts. 313 e 315 do CPC são as hipóteses de suspensão do processo previstas na parte geral do código: a morte ou a perda de capacidade processual de uma das partes por convenção, arguição de impedimento ou suspensão quando o executado não possuir bens penhoráveis; se a alienação dos bens penhorados não se realizar por falta de licitantes e o exequente, em 15 dias, não requerer a adjudicação nem indicar outros bens penhoráveis.
Suspensão da execução: inexistência de bens do devedor
A execução ficará suspensa pelo prazo de um ano (art. 921, §1º). Decorrido o prazo de um ano sem localização de bens passiveis de penhora, o juiz determinará o arquivamento dos autos (§2º), mas nada impede seu posterior desarquivamento se, a qualquer tempo, forem encontrados bens penhoráveis (§3º). Transcorrido o prazo de um ano previsto no §1º sem que haja manifestação do exequente, começará a fluir o prazo de prescrição intercorrente.
Não existindo bens, o processo fica suspenso pelo prazo de um ano, durante o qual não corre o prazo de prescrição intercorrente. Decorrido o prazo, para que a prescrição continue suspensa, é preciso que o exequente se manifeste, realizando as diligências necessárias e tomando as providências para que a execução possa ter andamento. Se ele o fizer, manifestando-se em termos de prosseguimento, a prescrição não corre, ainda que o processo venha a ser suspenso por mais um período, por continuarem inexistindo bens, Todavia se, passado um ano não houver manifestação do exequente, a execução continuará suspensa, mas o prazo de prescrição intercorrente terá início. Consumada a prescrição, o juiz poderá decretá-la de ofício, depois de ouvir as partes, que terão prazo de 15 dias para manifestar-se.
Fonte: GONÇALVES, 2016, p. 823-824.
Suspensão da execução: parcelamento e convenção pelas partes
Com o parcelamento do débito (previsto no art. 916 do CPC) a execução também deve ser suspensa até o adimplemento das parcelas.
O art. 922 dispõe:
Convindo às partes, o juiz declarará suspensa a execução durante o prazo concedido pelo exequente para que o executado cumpra voluntariamente a obrigação.
Parágrafo único: Findo o prazo sem cumprimento da obrigação, o processo retomará o seu curso.
Fonte: BRASIL, 2015, [s.p.].
Extinção das execuções
Os motivos que levam à extinção da execução estão previstos no art. 924 do CPC; o rol apresentado é exemplificativo, já que existem outras formas que acarretam a extinção da execução, como, por exemplo, o acolhimento dos embargos.
Art. 924. Extingue-se a execução quando:
A petição inicial for indeferida;
A obrigação for satisfeita;
O executado obtiver, por qualquer outro meio, a extinção total da dívida;
O exequente renunciar ao crédito;
Ocorrer a prescrição intercorrente.
Execução de decisão provisória
Toda forma de atividade jurisdicional realizada em oposição à vontade do réu, ou seja, o cumprimento forçado da obrigação contida em um título, não importando qualfoi a maneira pela qual foi realizada.
· Artigo 520, caput do novo CPC - cumprimento provisório de sentença que reconheça a exigibilidade de obrigação de pagar quantia certa.
· Será realizado da mesma forma que o cumprimento definitivo (artigos 523 ao 527 do CPC/2015) o cumprimento provisório de sentença impugnada por recurso desprovido de efeito suspensivo.
· No cumprimento provisório da sentença, o executado poderá apresentar impugação, se quiser, nos termos do art. 525 CPC (como os 15 dias após o cumprimento definitivo voluntário).
Fonte: Shutterstock.
Execução de decisão provisória: cabimento
Fica sujeito ao seguinte regime: (art. 520, incisos I, II, III e IV, do CPC).
· Corre por iniciativa e responsabilidade do exequente, que se obriga, se a sentença for reformada, a reparar os danos que o executado haja sofrido;
· Fica sem efeito, sobrevindo decisão que modifique ou anule a sentença objeto da execução, restituindo-se as partes ao estado anterior e liquidando-se eventuais prejuízos nos mesmos autos;
· Se a sentença objeto de cumprimento provisório de sentença for modificada ou anulada apenas em parte, somente nesta ficará sem efeito a execução; e,
· O levantamento de depósito em dinheiro e a prática de atos que importem transferência de posse ou alienação de propriedade ou de outro direito real, ou dos quais possa resultar grave dano ao executado, dependem de caução suficiente e idônea, arbitrada de plano pelo juiz e prestada nos próprios autos.
Execução de decisão provisória: dispensa da caução
Este artigo 521 do CPC/2015 trata das hipóteses em que essa caução deverá ser dispensada, ou seja, quando:
I – o crédito for de natureza alimentar, independentemente de sua origem - a origem do crédito alimentar pode ser qualquer uma: direito de família, responsabilidade civil, verbas trabalhistas etc. Tendo o crédito o caráter de subsistência (necessidades básicas), o credor terá direito à dispensa da caução, independentemente de debate acerca da necessidade (é entendida como presumida), ou de limite de valor (como era na lei anterior);
II – o credor demonstrar situação de necessidade - a situação de necessidade é um conceito jurídico indeterminado empregado pelo legislador, e demandará análise do juiz em cada caso concreto, de forma fundamentada, sob pena de nulidade (artigo 489, parágrafo 1º, inciso II);
III – pender o agravo do art. 1.042 (redação dada pela Lei Federal n. 13.256/2016) - na pendência de recurso de agravo contra decisão que inadmitiu recurso especial ou extraordinário, pode o juiz dispensar a caução diante da baixa probabilidade de êxito do recurso.
IV – a sentença a ser provisoriamente cumprida estiver em consonância com súmula da jurisprudência do Supremo Tribunal Federal ou do Superior Tribunal de Justiça ou em conformidade com acórdão proferido no julgamento de casos repetitivos - novamente a baixa probabilidade de êxito do recurso e o prestígio dado, pelo moderno processo civil, aos precedentes de tribunais superiores, é a razão da dispensa da caução prevista neste inciso.
Artigo 521, único do Novo CPC - Inovação significativa - A exigência de caução e o manifesto risco de grave dano de difícil ou incerta reparação.
Fonte: Shutterstock.
Execução de decisão provisória: requerimento
 Art. 522 caput: requerido por petição dirigida ao juízo competente.
 “Não sendo eletrônicos os autos, a petição será acompanhada de cópias das seguintes peças do processo, cuja autenticidade poderá ser certificada pelo próprio advogado, sob sua responsabilidade pessoal:
· I – decisão exequenda;
· II – certidão de interposição do recurso não dotado de efeito suspensivo;
· III – procurações outorgadas pelas partes;
· IV – decisão de habilitação, se for o caso; e,
· V – facultativamente, outras peças processuais consideradas necessárias para demonstrar a existência do crédito.”
Execução de decisão provisória: requerimento
· Muito embora não conste do rol do parágrafo único do artigo em comento, o requerimento de cumprimento provisório de sentença deverá ser instruído, com demonstrativo discriminado e atualizado do crédito, segundo a redação do artigo 524, 'caput' do NCPC, permitindo, assim, ao devedor, conhecer o exato montante da dívida.
· A multa e os honorários a que se refere o §2 do art. 523 são devidos no cumprimento provisório da sentença condenatória ao pagamento de quantia certa (§2 do art. 520 do NCPC).
Formas especiais de cumprimento de títulos judiciais
Existem duas características importantes para o cumprimento de títulos judiciais:
Considerações iniciais
Para que seja iniciado o cumprimento de sentença, é necessária a presença de três requisitos: a) o título executivo judicial; b) o inadimplemento do devedor; c) a iniciativa do exequente (513, §1º, do CPC).
Para que seja iniciado o cumprimento de sentença, é necessária a presença de três requisitos: a) o título executivo judicial; b) o inadimplemento do devedor; c) a iniciativa do exequente (513, §1º, do CPC).
Formas de cumprimento previstas pelo NCPC
Cumprimento de sentença de quantia certa contra Fazenda Pública
· Art. 534 e seguintes NCPC.
· Constituído o título judicial contra a Fazenda Pública, o cumprimento de sentença deve constar cálculo discriminado do valor do débito de acordo com os requisitos previstos no art. 534 do CPC.
· “A Fazenda Pública será intimada na pessoa de seu representante judicial, por carga, remessa ou meio eletrônico, para, querendo, no prazo de trinta (trinta) dias e nos próprios autos, impugnar a execução”, podendo arguir as matérias elencadas nos incisos do art. 535, do CPC.
Cumprimento de sentença de quantia certa contra Fazenda Pública: impugnação
Se a Fazenda Pública não apresentar impugnação, será expedido o precatório ou a requisição de pequeno valor. Os precatórios referentes a créditos alimentares terão preferência sobre os demais, conforme súmula nº 144 do STJ: “Os créditos de natureza alimentícia gozam de preferência, desvinculados os precatórios da ordem cronológica dos créditos de natureza diversa”.
Cumprimento de sentença de quantia certa contra fazenda pública: RPV
A requisição de pequeno valor (RPV) contra a Fazenda Pública da União abrange as obrigações de até 60 salários mínimos, conforme art. 17, §1º, da Lei n.º 10.259/2001. No caso de execução contra Fazenda Pública Municipal e Estadual, o valor do RPV varia de acordo com a legislação editada por cada ente federado. Enquanto os entes federados não editarem a lei regulando o valor do RPV, será considerado como tal a obrigação até 30 salários mínimos no caso da Fazenda Municipal e de até 40 salários mínimos no caso das Fazendas Estaduais e Federais.
Fonte: GONÇALVES, 2016, p. 816.
De acordo com a Lei n. 10.259/2001( art. 17) na obrigação limitada aos valores do RPV, haverá intimação da Fazenda Pública para, no prazo de 30 dias, opor impugnação; não opondo, o juiz emitirá a requisição de pagamento, que deverá ser cumprida pela Fazenda Pública no prazo de dois meses, sob pena de sequestro de bens.
Cumprimento de sentença de prestação de alimentos
“[...] a execução da obrigação de alimentos, provisória ou definitiva, se dará, na forma do artigo 528 NCPC, em fase de cumprimento de sentença quando se tratar de título judicial. Abrem-se aí duas possibilidades: a) seguimento pelo procedimento que autoriza a prisão civil; b) ou pelo procedimento mediante penhora de bens.” (OLIVEIRA, 2008, [s.p.])
Fonte: OLIVEIRA, R. A. O cumprimento da sentença da obrigação de alimentos. In: Consultor jurídico, [on-line], fev. 2018. Disponível em: https://bit.ly/2ySESGZ. Acesso em: 8 abr. 2020.
Competência
“Restou estatuído pelo artigo 516, inciso II, do Código de Processo Civil que o cumprimento de obrigação de alimentos se dará no juízo que decidiu a causa no primeiro grau de jurisdição ou no juízo do atual domicílio do credor (artigo 528, parágrafo 9º).”
Intimação 
· “Exige-se a intimação pessoal do devedor, não se aplicando, portanto, às regras previstas nas disposições gerais que permitem a intimação na pessoa do advogado ou por meio eletrônico. Talse deve em razão das graves implicações decorrentes do inadimplemento do devedor, que poderá ter sua prisão civil decretada.”
· “Uma vez intimado, o devedor deverá justificar o inadimplemento mediante a comprovação de fato que tenha gerado a impossibilidade absoluta de pagar, caso contrário terá, como já visto, a prisão civil decretada pelo prazo de um a três meses. Não basta, portanto, a alegação genérica de que se acha sem condições de pagar o débito, sendo seu ônus a prova de fato inequívoco que o tenha impossibilitado.”
Tem-se dois procedimentos:
Procedimento que autoriza a prisão civil
“No primeiro caso, o prazo, após intimação do devedor, será de três dias para pagar ou provar a impossibilidade, sob pena de prisão de um a três meses, além de o juiz mandar protestar o pronunciamento judicial (parágrafos 1º e 3º do referido artigo). Restou normatizado o entendimento (da Súmula 309 do STJ) de que o débito alimentar que autoriza a prisão civil é o que compreende até as três prestações anteriores ao ajuizamento da execução e as que vencerem no curso do processo (parágrafo 7º do artigo 528).”
Procedimento mediante penhora de bens
“Tendo o credor optado pelo rito da penhora de bens (artigo 528, parágrafo 8º c.c. artigo 523), e decorrido o prazo para cumprimento pelo devedor, a multa incidirá sobre a totalidade do débito. Caso tenha ocorrido o pagamento parcial, a multa e os honorários incidirão sobre o restante (artigo 523, parágrafo 2º). Em seguida, será expedido mandado de penhora e avaliação, que poderá ter seu cumprimento mediante bloqueio on-line da conta bancária do devedor.”
Fonte: Shutterstock.
Incompatibilidade de Ritos
“Não se tem admitido o seguimento da execução mediante a cumulação simultânea desses dois procedimentos em único processo, ou seja, sob pena de prisão civil e também penhora de bens, por incompatibilidade de ritos (Agravo de Instrumento 2026620-59.2016.8.26.0000, TJ-SP).”
“De outro modo, ajuizado o cumprimento de sentença sob o rito da prisão civil, não incidirá o acréscimo da multa prevista no artigo 523, porquanto descabida dupla sanção. Nada impede, contudo, que no decorrer do processo o credor requeira, caso não ocorra o cumprimento da obrigação, a conversão do rito para o procedimento de penhora de bens (artigo 530).”
O procedimento pelo cumprimento da quantia certa são:
Independentemente de penhora, uma vez transcorrido o prazo de 15 dias sem o pagamento voluntário, inicia-se, automaticamente, novo prazo de 15 dias para o devedor apresentar nos autos sua impugnação.
Alegações: falta ou nulidade de citação no processo de conhecimento, ilegitimidade, inexigibilidade da obrigação ou inexequibilidade do título, penhora ou avaliação incorreta, excesso de execução, incompetência ou qualquer causa modificativa ou extintiva da obrigação.
O devedor poderá, antes de ser intimado para o cumprimento da sentença, comparecer em juízo e oferecer em pagamento o valor que entender devido (artigo 526), podendo o credor impugnar o valor depositado. Se constatada a insuficiência do valor, o juiz determinará o prosseguimento da execução com penhora e atos subsequentes. Ou declarará satisfeita a obrigação caso o credor não se opuser ao valor depositado.”
sem prejuízo dos alimentos vincendos, poderá o juiz mandar descontar das rendas do devedor, de forma parcelada, o débito apurado, desde que, somado à prestação mensal devida, não ultrapasse 50% de seus ganhos líquidos (parágrafo 3º do artigo 529).”

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