Buscar

recomendaes para coleta de hemoculturas

Prévia do material em texto

Técnica de venopunção periférica 
1. Higienizar as mãos; 
2. Identificar a veia, preferindo os locais com 
menor colonização da pele (dorso das mãos e 
prega ulnar); 
3. Fazer a desinfecção da tampa do frasco de 
hemocultura com álcool 70% anti-séptico; 
4. Colocar as luvas de procedimento; 
5. Proceder a limpeza da pele com solução 
detergente de clorexidina ou PVP-I, nesta 
última retirar o excesso de iodo com gaze seca; 
6. Realizar a anti-sepsia local com solução 
alcoólica de clorexidina a 2% ou PVP-I 
alcoólica aguardando a secagem por > 1 
minuto. Aplicar o anti-séptico com movimentos 
retos e em sentido único; 
7. Após a anti-sepsia, não palpar a área da 
punção, caso seja necessário, usar luvas 
estéreis; 
8. Realizar as venopunções em locais diferentes; 
9. Solução tópica de PVP-I ou clorexidina não 
estão indicadas para procedimentos em pele. 
 
 
Técnica de coleta pelo cateter em cateter 
implantado ou semi-implantado 
 
Realizar a desinfecção do conector do cateter com 
gaze estéril fazendo fricção com álcool 70% anti-
séptico (15seg) ou clorexidina alcoólica (> 1min) antes 
de conectar a seringa para a coleta. 
1. Cateter tunelizado: coletar simultaneamente uma 
amostra de sangue periférico por venopunção e outra 
amostra pelo cateter. Identificar o frasco do sangue 
periférico e do sangue do cateter. 
2. Cateter totalmente implantado: coletar 
simultaneamente uma amostra de sangue periférico 
por venopunção e outra do cateter através de punção 
com preparo da pele como descrito para venopunção. 
Identificar o frasco do sangue periférico e do sangue 
do cateter. 
Obs – No cateter de dupla luz para hemodiálise a 
coleta não é feita pelo cateter e sim pela linha arterial 
durante a sessão de hemodiálise. Uma amostra por 
por venopunção e outra da linha arterial conectada ao 
CDL. Identificar o frasco do sangue periférico e do 
sangue do cateter. Para coleta fora da sessão de 
hemodiálise, obter duas amostras por venopunção 
periférica. 
 
Volume de sangue e número de coletas 
Bacteremia (exceto endocardite) 
1. Volume de sangue = 20 ml de sangue por coleta: 
10 ml no frasco para aeróbios e 10 ml no frasco para 
anaeróbios; 
2. Número de coletas: 2, de sítios diferentes (total de 
4 frascos – 40 ml); 
3. Em caso de paciente em uso de antibiótico 
(informar no pedido): utilizar frascos com carvão 
ativado. 
 
Endocardite 
1. Volume de sangue = 20ml de sangue: colocar 10ml 
no frasco para aeróbios e 10ml no frasco para 
anaeróbios. 
2. Número de coletas: 3, de sítios diferentes (total de 
6 frascos - 60ml). 
3. Em caso de paciente em uso de antibiótico 
(informar no pedido): utilizar frascos com carvão 
ativado. 
 
Intervalo entre as coletas 
 
Bacteremia: O intervalo entre as coletas não é 
importante. 
Endocardite: Na endocardite aguda preconiza-se 
intervalos de 30 minutos e na endocardite 
subaguda, intervalos de 6 horas. 
Meningite: Na suspeita de meningite bacteriana 
ou de meningococemia realizar uma coleta única 
de 20ml de sangue, dividindo o volume em dois 
frascos para aeróbios para início imediato da 
antibioticoterapia. 
Observação: A hora da coleta deve ser 
especificada nos frascos e nos pedidos de 
hemoculturas. O momento do crescimento 
bacteriano na amostra de sangue do cateter 
quando anteceder em pelo menos 2h ao do 
crescimento na amostra de sangue periférico, 
é um critério adotado para o diagnóstico de 
bacteremia relacionada a cateter. 
 
 
 
 
Cateter tunelizado ou implantado: As amostras 
por venopunção e cateter devem ser coletadas 
simultaneamente e encaminhadas imediatamente 
ao laboratório identificadas nos frascos (prazo 
máximo de 4h). 
 
Interferência da antibioticoterapia no 
rendimento da hemocultura 
 
• Informar no pedido para bacteriologia que o 
paciente está em uso de antibiótico; 
• No HUCFF os frascos padronizados já 
possuem inibidor de antibióticos. 
 
Observações: 
� Identificar os frascos atentando para não 
cobrir ou rasurar o código de barras. 
� A hora da coleta deve ser especificada nos 
frascos e no pedido da hemocultura e a via de 
coleta (a cor da via do cateter ou linha 
arterial). 
� Não se recomenda a troca de agulhas para 
inocular nos frascos, pois esta prática 
aumenta a incidência de acidentes pérfuro-
cortantes, exceto no caso de suspeita de 
contaminação acidental na hora da coleta. 
� Quando ocorrer a coleta de outros exames 
além da hemocultura, colocar 
primeiramente o sangue no frasco de 
hemocultura e não utilizar heparina na 
seringa. 
 
INDICAÇÕES DE COLETA DE HEMOCULTURA 
Endocardite infecciosa 
Febre de foco desconhecido 
Infecção da corrente sanguínea relacionada a 
cateter vascular 
Infecções do trato biliar 
Infecções em transplantados e em outros 
pacientes com imunossupressão 
Infecção cirúrgica de sítio profundo e ou sepse 
Neutropenia febril (<500 neutrófilos/mm3) 
Pielonefrite com critérios de admissão 
hospitalar 
Osteomielite aguda 
Pneumonia adquirida na comunidade com 
critérios de admissão hospitalar 
Pneumonia hospitalar 
 
SITUAÇÕES ONDE NÃO HÁ BENEFÍCIO NA 
COLETA DE HEMOCULTURA 
Pneumonia comunitária sem critérios de 
admissão hospitalar 
Infecções de pele sem acometimento sistêmico 
 
Tel: Laboratório de Bacteriologia: 2632 -2309 
 
Atualizado em 2011/2012 
 
RECOMENDAÇÕES PARA COLETA 
DE HEMOCULTURA 
 
CCIH – HUCFF – UFRJ 
 
 O isolamento de micro-organismos em 
hemocultura é o método diagnóstico definitivo 
de infecções como endocardite bacteriana e 
infecção da corrente sanguínea. 
 Entretanto, a contaminação da 
hemocultura devido à técnica asséptica 
inadequada durante a coleta é comum, 
acarretando em diagnóstico incorreto e 
antibioticoterapia desnecessária. 
 No HUCFF, a taxa de contaminação das 
hemoculturas é alta (21%) com predomínio de 
estafilococos coagulase negativa (83%). A 
redução da contaminação na coleta de 
hemocultura tem impacto direto no custo e no 
benefício da assistência médica. 
 
Microrganismos contaminantes freqüentes de 
hemoculturas 
 
 
Micro-organismos causadores de bacteremia 
verdadeira (> 90% especificidade) 
 
Estafilococos coagulase negativa 
Corynebacterium sp 
Bacillus sp (exceto B. anthracis) 
Proprionibacterium acnes 
Clostridium perfringens 
Staphylococcus aureus 
Streptococcus pneumoniae 
Escherichia coli e outras enterobactérias 
Pseudomonas aeruginosa 
Candida albicans 
CCIH RESPONDE 
 
E-mail:ccih@hucff.ufrj.br

Mais conteúdos dessa disciplina