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Iluminismo - Resumo

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1 
AS LUZES DA RAZÃO 
No decorrer do século XVIII, difundiu-se na França e na Grã-Bretanha 
um conjunto de ideias frontalmente opostas ao absolutismo dos reis e ao 
misticismo religioso: O Iluminismo. A principal característica do movimento, que 
depois se espalhou por toda a Europa, era a valorização da ciência e da 
racionalidade como forma de eliminar a ignorância dos seres humanos acerca 
da natureza e da vida em sociedade. Para os iluministas, tratava-se de 
substituir as trevas da ignorância – fruto da tradição e do misticismo religioso-
pelas luzes da Razão. O Iluminismo – conhecido também como Ilustração, 
manifestou-se, sobretudo no campo da filosofia, mas acabou se refletindo 
ainda na política, na economia, a arte e na literatura. Na esfera política, a 
atuação dos iluministas se concentrou na defesa dos direitos do indivíduo e no 
combate as arbitrariedades dos governos absolutistas. 
1. A RAZÃO EM PRIMEIRO LUGAR:
Os iluministas – chamados genericamente de filósofos, tinham como 
objetivo livrar os seres humanos das trevas da ignorância, ao valorizar a razão 
(racionalismo) e o conhecimento da verdade. Acreditavam que esse era o 
caminho para a conquista da liberdade e da plena autonomia intelectual. 
Sinais do racionalismo podiam ser encontrados na Europa desde o 
Renascimento, entre os séculos XV e XVI, quando intelectuais, pintores e 
artistas transformaram o ser humano no centro de suas preocupações. No afã 
de conhecer o individuo e o mundo que o cercava, os renascentistas 
enfatizavam a importância da experimentação, da observação e da 
investigação na produção do conhecimento, base para o desenvolvimento do 
racionalismo. Ao longo do século XVII, as práticas e os valores defendidos 
pelos renascentistas foram reafirmados e ampliados por pensadores como 
Francis Bacon, René Descartes e John Locke. A produção cultural de todos 
esses intelectuais era reflexo dos tempos modernos. 
As atividades econômicas ligadas aos principais mercantilistas, por 
exemplo, se intensificavam e projetavam socialmente os burgueses, 
comerciantes, banqueiros e homens de negócios em geral. Mas, apesar da 
ascensão social desse grupo, os reis, os nobres e os integrantes do alto clero 
 
 
2 
 
ainda detinham o prestígio e o poder político, respaldados em uma organização 
social justificada, muitas vezes, apenas pela vontade divina. 
Alguns pensadores do século XVII e, a partir dessa época, um número 
cada vez maior de intelectuais procuravam destacar a importância das 
iniciativas individuais e das leis naturais para o estabelecimento das relações 
sociais, políticas, econômicas e religiosas. Ao fazer isso, os filósofos 
colocavam em xeque certos valores da ordem social vigente e legitimavam os 
grupos sociais em ascensão. Essas ideias inovadoras abriram caminho para o 
surgimento do Iluminismo. Com o tempo, os pensadores iluministas tornaram-
se porta-vozes de todos aqueles que almejavam mudanças econômicas, 
políticas e sociais, como fim do poder absoluto dos reis e o triunfo das 
liberdades individuais. 
 
2. CONTRA A TIRANIA: 
 
A obra dos filósofos iluminista, em seu conjunto, apresentava algumas 
características comuns. De modo geral, mantinha a crença inabalável no futuro 
e uma visão positiva da humanidade, em outras palavras, os iluministas 
acreditavam no progresso continuo do ser humano. A fonte de todo o 
progresso e da liberdade individual era a razão, guia para a compreensão do 
mundo e das relações sociais, única forma para se livrar da ignorância e da 
servidão. Em geral, os iluministas se opunham aos dogmas da Igreja, à 
tradição e ao fanatismo. Os pensadores desse período centravam suas teorias 
no individuo, tendo como referencial os novos ideais burgueses que se 
desenvolviam desde o fim da Idade Média. 
Além disso, afirmavam que as formas de governo haviam sido criadas 
pelas relações humanas e não pela vontade divina. Defendiam a tese de que 
os governos deveriam existir para o bem da sociedade, com a função de 
garantir a liberdade econômica e individual, e a igualdade de todos perante as 
leis. Com base nesses princípios lutavam pela supressão dos privilégios de 
nascimento e argumentavam que os nobres e os clérigos deviam pagar 
impostos e ser julgados por tribunais comuns a todas as pessoas. 
O Estado defendido pelos iluministas fundamentava-se na ideia de 
contrato social, segundo a qual cada individuo nasce com direitos 
inalienáveis, como direito a vida, à liberdade e à propriedade. Por isso, eles são 
 
 
3 
 
também chamados de contratualistas ou jusnaturalistas – direito natural. Para 
os contratualistas, os indivíduos viviam originalmente em “estado de natureza”, 
isto é, em uma situação na qual não havia nem governo nem leis. Nessas 
condições, cada pessoa gozava de liberdade ilimitada, incluindo a de agredir os 
outros. Para que tal situação não degenerasse numa guerra de todos contra 
todos tornou-se necessário que os indivíduos constituíssem um governo, 
formando um Estado ou “sociedade civil”, por meio de um pacto ou contrato 
social. Assim, o Estado seria o resultado do acordo de todos os indivíduos para 
a preservação de seus direitos. Segundo John Locke, um dos defensores 
desses princípios, quando o Estado não cumpre suas funções, a população 
tem o direito de se rebelar contra ele. A filosofia dos iluministas acabou 
fortalecendo as reivindicações burguesas e integrando a plataforma dos 
movimentos de oposição ao regime absolutista, como a Revolução Francesa. 
 
3. FILÓSOFOS ILUMINISTAS: 
 
Os ideais iluministas se espalharam por vários países da Europa, mas 
foi na França, dominada pelo antigo Regime, que eles mais se difundiram. 
Entre os principais pensadores iluministas destacam-se: 
 Voltaire (1694 – 1778), cujo nome de batismo era François Marie Arouet, 
notabilizou-se por combater a ignorância, a superstição, o fanatismo 
religioso e por defender a razão, a tolerância e a monarquia 
constitucional. Foi poeta, dramaturgo, escritor e filosofo e considerava a 
escrita e os livros as principais armas contra a ignorância. Preso várias 
vezes por suas ideias revolucionarias, exilou-se na fronteira com a Suíça 
e na Inglaterra. Escreveu entre outros livros, Cartas inglesas e Tratados 
sobre tolerância. 
 Montesquieu (1689 – 1755), cujo verdadeiro nome era Charles de 
Secondat, escreveu O espirito das leis, livro em que critica a monarquia 
absolutista e defende a organização do Estado em ter poderes 
autônomos: Legislativo, Executivo e Judiciário. A independência entre os 
poderes, segundo Montesquieu, garantiria o equilíbrio do Estado e a 
liberdade dos indivíduos. Ele também teceu críticas severas aos 
costumes morais e religiosos de sua época na obra Cartas persas. 
 
 
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 Denis Diderot (1713 -1784) e Jean le Rond d’Alembert (1717 – 17830) 
foram responsáveis pela enciclopédia, obra que pretendia reunir todo o 
conhecimento existente naquele período. Vinte volumes já haviam sido 
publicados entre 1751 e 1772, ano em que a edição foi proibida. 
Resultado de um processo de criação coletiva, a Enciclopédia circulou 
pela Europa e contribuiu para divulgar as ideias iluministas. 
 Jean Jacques Rousseau (1712 – 1778) nasceu em Genebra, na Suíça, e 
a partir 1742 se estabeleceu em Paris, onde se uniu aos enciclopedistas. 
Em sua obra, Rousseau procurou analisar as razões das desigualdades 
sociais. Segundo ele, o ser humano é naturalmente bom, mas a 
sociedade o corrompe, gerando desigualdade, escravidão e tirania. Em 
seu livro o Contato social, publicado 1762, sustentou a forte 
argumentação a favor de uma sociedade democrática. Defensor da 
soberania popular foi condenado e perseguido por sua obra. Suas ideias 
influenciaram os revolucionários franceses de 1789. 
 
3. O LIBERALISMO ECONÔMICO: 
 
 
O iluminismo influenciou também o pensamento econômico, dominado 
na época pelos princípios mercantilistas, caracterizadospela intervenção do 
Estado na economia por meio de monopólios, proibições e regulamentos. As 
atividades comerciais eram então consideradas as principais fontes de riquezas 
e dependiam da proteção do Estado para sua plena realização. 
A partir do século XVIII, com o fortalecimento da produção fabril na Grã-
Bretanha e posteriormente em outros países da Europa, começaram a ganhar 
força teorias que pregavam a liberdade econômica e a formação do livre 
mercado. Os teóricos afirmavam que a intervenção do Estado limitava o 
desenvolvimento das atividades comerciais. Os principais economistas a 
defender essas ideias foram os fisiocratas. Seu principal representante na 
França foi François Quesnay, para quem a agricultura constitui a principal fonte 
geradora de riqueza. Outro fisiocrata de destaque foi Vincent de Gournay, que 
consagrou o lema “laissez faire, laissez passer” (deixe fazer, deixe passar), que 
se transformaria num dos princípios fundamentais do liberalismo econômico. 
 
 
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As ideias dos fisiocratas acabaram influenciando o escocês Adam Smith, 
fundador do liberalismo econômico, que publicou, em 1776, o livro investigação 
sobre a natureza e as causas da riqueza das nações. Nessa obra, Smith 
defende a liberdade de mercado e o trabalho como base de toda a riqueza, em 
oposição aos mercantilistas e aos fisiocratas. Smith era ainda a favor do 
mercado livre assalariado e contrario ao protecionismo, ao sistema colonial e à 
intervenção do Estado na economia. 
 
 Precursores do iluminismo: 
 
O século XVII é conhecido por sua larga produção cultural nas áreas de 
filosofia, matemática, astrologia e ciência política. Os estudos realizados nesse 
período consolidaram os novos métodos de produção do conhecimento, 
destacam-se os seguintes pensadores nesta fase: 
 
 Francis Bacon (1561 – 1626), 
 René Descartes (1596 – 1650); 
 Isaac Newton (1642 – 1727); 
 John Locke (1632 – 1704) 
 
 
 O despotismo esclarecido: 
Na segunda metade do século XVIII, alguns governantes absolutistas 
europeus adotaram princípios iluministas e promoveram reformas em seus 
países, com o objetivo de modernizá-los. Entre esses governantes que, sem 
deixar de ser absolutistas, procuraram promover o “progresso” econômico e 
social, tal como era entendido pelos iluministas, estava Sebastião José de 
Carvalho, o marques de Pombal, que governou Portugal entre 1750 e 1777. 
Essa combinação entre absolutismo e iluminismo ficou conhecida como 
despotismo esclarecido.

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