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HISTÓRIA I PRÉ-VESTIBULAR 275PROENEM.COM.BR ANTIGUIDADE TARDIA: A QUEDA DE ROMA E A FORMAÇÃO DO MUNDO MEDIEVAL03 A CRISE ROMANA A dimensão do Império era tamanha que o Imperador Constantino (306-337 d.C.) criou uma capital oriental, a cidade de Constantinopla. Posteriormente, Teodósio (378-395) dividiu o Império em dois, no último ano de seu governo: um com capital em Roma e outro em Constantinopla. Um dos elementos que gerou maior instabilidade no interior do Império Romano foi a difusão do cristianismo, a partir do século I d.C. Os imperadores adotaram uma postura de perseguição aos cristãos, gerando verdadeiros espetáculos de crueldade no Coliseu, símbolo do entretenimento oferecido pelo Estado à população. No entanto, a postura foi mudando gradativamente. Constantino promoveu o livre culto dos cristãos com o Édito de Milão (313). Posteriormente, Teodósio tornou o culto ao cristianismo a religião oficial de Roma com o Édito de Tessalônica (391). Historiadores analisam a decisão como um mecanismo do Estado para gerar uma homogeneidade cultural no Império, no momento já habitado por diversos povos que não eram de origem romana, conhecidos como bárbaros. Além disso, o cristianismo era extremamente popular entre os mais humildes do Império. No entanto, a nova religião contestava duas bases do Império: por ser monoteísta, via no culto ao Imperador uma afronta contra seus preceitos religiosos; e ao pregar a igualdade dos homens diante de Deus, contestava a desigualdade inerente à sociedade romana. Eventualmente, a dimensão e o gigantismo do Império acabaram levando-o a sua falência. O aparelho militar e burocrático atingiram patamares tão grandes que acabaram gerando um cenário de ingovernabilidade e instabilidade política. Entre os civis da burocracia, as lutas pelo poder se generalizaram. Entre os militares, o cenário caminhou para a anarquia do século III d.C. Militares destituíam lideranças políticas ou mesmo imperadores, e em determinadas províncias não mais respondiam às ordens vindas de Roma. Nesse cenário, a ampliação territorial não era mais possível. A partir do século I, as conquistas minguaram e se iniciou um período de pax romana, com a diminuição dos conflitos para fins de conquista, além da tentativa de consolidar as fronteiras. Assim, a obtenção de escravos mediante guerra ficou impossibilitada. Na ausência de novos escravos, os grandes proprietários rurais, dentre os quais muitos líderes militares (romanos ou não), arrendaram suas terras para camponeses, cobrando tributos ou trabalho diretamente. Gradativamente, o mundo do trabalho em Roma passava por transformações, com a diminuição do peso da escravidão. O cenário econômico, no entanto, não melhorou. A produção era cada vez menor, havendo poucos incentivos diretos para o aumento da mesma por parte dos trabalhadores rurais. Com isso, as cidades começaram a sofrer com desabastecimentos, levando muitos homens a migrarem para o campo e oferecerem seu trabalho em troca de possibilidade de produção. A economia romana, pouco a pouco, rumava para a subsistência. Para os que continuavam nas cidades, o cenário era enfrentar a crescente inflação e a crise de abastecimento. No final do século IV, a outrora grandiosa economia romana caminhava para a subsistência, com indivíduos cada vez mais dependentes da proteção dos grandes senhores de terra, e de faceta predominantemente agrícola. As invasões bárbaras vieram dar um fim ao já decadente Império. Com as cidades esvaziadas, foi relativamente fácil para os hercúleos dominarem e destruirem a cidade de Roma, em 476 d.C., pondo fim ao Império. Chegava ao fim também, embora simbolicamente, a Antiguidade, iniciando a Idade Média (V-XV). Este período é divido em Alta Idade Média (V-X) e Baixa Idade Média (XI – XV) Fonte: Google Imagens. O MUNDO PÓS-ROMANO Com a queda do último imperador de Roma, e o consequente fim do Império Romano do Ocidente, é desencadeada uma forte fragmentação territorial e de poder, onde a única instância centralizadora era o cristianismo com a força exercida pela Igreja, principalmente, com a conversão dos germânicos ao cristianismo. O fim do Império Romano foi fruto de uma série de eventos que produziram a queda do maior Império da Antiguidade. Os eventos foram a Pax Romana (que trouxe a paz ao Império, mas culminou em uma crise de abastecimento de escravos), a crise econômica (originária na dificuldade de arrecadação do Estado para suprir a forte estrutura Imperial), instabilidade política (fruto das disputas internas), o cristianismo (afetou a autoridade do Imperador), a ruralização da economia (êxodo urbano provocado pela crise econômica e pelas invasões), a divisão do Império Romano (Teodósio dividiu o Império em duas partes em 395: Ocidente e Oriente) e as invasões germânicas (que saquearam e acabaram com o Império). Porém, é importante ressaltar que o Império Romano do Oriente não acabou e começou a ser conhecido como Império Bizantino. A partir do século IV, as invasões se intensificaram em três fases: Germânicos (até o século VI), mouros (século VIII) e vikings e magiares (século IX e X). Entre estes povos, aquelas que mais se notabilizaram com o transcorrer da história europeia foi a dos mouros (árabes) e a dos francos (germânicos). Os francos tiveram duas grandes dinastias: merovíngia e carolíngia. A merovíngia foi iniciada por Clóvis, que, posteriormente, ficou marcada pela gestão de major domus (mordomo do palácio), pois este obteve poderes administrativos reforçados no final do período merovíngio pela existência de reis indolentes. Estes enfraqueceram a autoridade central, fato que possibilitou Pepino de Heristal concentrar o poder do Major Domus nas mãos do seu filho Carlos Martel Martel (impedindo o avanço árabe na Batalha de Poiters em 732). Posteriormente, Pepino, o Breve, derrubou o Rei Childerico III, em 751 e fundou a Dinastia Carolíngia. Esta última dinastia se iniciou pela formação dos Estados Pontifícios e da forte aliança com a Igreja. Em 800, o Papa Leão III coroou Carlos Magno (que venceu seu irmão, Carlomano, após a morte de Pepino, seu pai). Com isso, as relações de suserania e vassalagem R ep ro du çã o pr oi bi da A rt. 1 84 d o C P. PRÉ-VESTIBULARPROENEM.COM.BR276 HISTÓRIA I 03 ANTIGUIDADE TARDIA: A QUEDA DE ROMA E A FORMAÇÃO DO MUNDO MEDIEVAL foram aplicadas, principalmente, pela divisão do Império Franco em condados e marcas. Posteriormente, com o crescimento do Império e com a subjugação dos derrotados, houve a conversão destes ao cristianismo. Em 814, Carlos Magno morreu e seu filho, Luís, o piedoso, assumiu o poder, que ficou marcado pela sua fraqueza perante a Igreja Católica, até a sua morte em 840. Em 843, o Império Franco (após uma guerra entre os filhos de Luís, o piedoso) foi dividido através do Tratado de Verdun em três partes: Frância Ocidental, Lotaríngia e Frância Oriental. A civilização árabe, antes da ascensão de Maomé, era repartida em tribos, vivia em constantes guerras, era politeísta e, em comum, tinha o templo da Caaba (templo de culto aos deuses) que se localizava na região de Meca (um importante centro comercial) e era controlada pelos Coraixitas. A partir de 613, Maomé começou a pregar o monoteísmo através da defesa do culto a Alá. Com isso, os coraixitas entraram em conflito com Maomé, que fugiu para Yatreb em 622. Este episódio, conhecido como Hégira, marca o início do calendário muçulmano. Posteriormente, Yatreb passou a ser conhecida como Medina (cidade do profeta). Sendo assim, estabelecido, Maomé liderou a Jihad (guerra santa), que possibilitou a conquista de Meca em 630, a imposição do islamismo e o Estado teocrático. Em 632, a morte de Maomé trouxe o início das tensões entre sunitas e xiitas pelo poder, mas, também, o surgimento dos califados. Por fim, muçulmanos expandiram-se para regiões além da Península Arábica, chegando à parte da Europa e norte da África.Fonte: Google Imagens PROTREINO EXERCÍCIOS 01. Cite as razões que levaram os imperadores romanos a adotarem uma postura de perseguição aos cristãos. 02. Identifique ao menos dois fatores que desencadearam a falência do Império Romano. 03. Explique o que foi a pax romana. 04. Identifique os principais grupos que invadiram o Império Romano do Ocidente. 05. Relacione a Hégira ao início do calendário muçulmano. PROPOSTOS EXERCÍCIOS 01. (FAMERP 2019) Enquanto nas cidades o poder ficou nas mãos dos bispos, nos campos, concentrou-se na dos grandes proprietários. O governo romano perdeu força: já não era capaz de cobrar os impostos de maneira eficiente, nem mesmo de pagar os exércitos. Em 476, o último imperador romano foi deposto. Era o fim do Império Romano e do mundo antigo e o início de uma nova era, a Idade Média. (Carlos Augusto Ribeiro Machado. Roma e seu império, 2004. Adaptado.) A queda do Império Romano do Ocidente foi provocada, entre outros fatores, a) pela fragilização do poder central, que gradualmente perdeu o controle das províncias que compunham o Império. b) pelo declínio econômico das colônias asiáticas, que deixaram de fornecer matérias-primas à capital do Império. c) pela hegemonia econômico-financeira da Igreja, que passou a combater militarmente os imperadores pagãos. d) pelo desenvolvimento militar dos impérios macedônio e persa, que se tornaram rivais de Roma e a derrotaram. e) pelas invasões dos bárbaros, que saquearam o Império Romano e, assim, facilitaram sua conquista pelos hunos. 02. Considere as afirmativas sobre as reformas no Império Romano promovidas por Diocleciano e seus sucessores, no século III d.C. I. As reformas visavam enfrentar a grave crise econômica e política por que passava o Império, reforçando a autoridade imperial e reestruturando o Estado por meio da incorporação de concepções orientais às instituições romanas. II. No período de Diocleciano, os exércitos imperiais foram drasticamente reduzidos, restando a metade do número anterior de legiões, com o intuito de reforçar o poder civil, concentrado na classe senatorial. III. Durante o período, um grande número de estrangeiros, particularmente os germanos, passou a ser admitido no exército romano, alguns dos quais chegando ao oficialato profissional e compondo uma nova aristocracia provincial. Está/Estão correta(s) a(s) afirmativa(s) a) I, apenas. b) II, apenas. c) I e III, apenas. d) II e III, apenas. e) I, II e III. 03. “Não descreverei catástrofes pessoais de alguns dias infelizes, mas a destruição de toda a humanidade, pois é com horror que meu espírito segue o quadro das ruínas da nossa época. Há vinte e poucos anos que, entre Constantinopla e os Alpes Julianos, o sangue romano vem sendo diariamente vertido. A Cítia, Trácia, Macedônia, Tessália, Dardânia, Dácia, Épiro, Dalmácia, Panônia são devastadas pelos godos, sármatas, quedos, alanos (...); deportam e pilham tudo. Quantas senhoras, quantas virgens consagradas a Deus, quantos homens livres e nobres ficaram na mão dessas bestas! Os bispos são capturados, os padres assassinados, todo tipo de religioso perseguido; as igrejas são demolidas, os cavalos pastam junto aos antigos altares de Cristo (…).” (São Jerônimo, Cartas apud Pedro Paulo Abreu Funari, Roma: vida pública e vida privada. 2000) O excerto, de 396, remete a um contexto da história romana marcado pela a) combinação da cultura romana com o cristianismo, além da desorganização do Estado Romano, em meio às invasões germânicas e de outros povos. R ep ro du çã o pr oi bi da A rt. 1 84 d o C P. PRÉ-VESTIBULAR PROENEM.COM.BR 03 ANTIGUIDADE TARDIA: A QUEDA DE ROMA E A FORMAÇÃO DO MUNDO MEDIEVAL 277 HISTÓRIA I b) reorientação radical da economia, porque houve o abandono da relação com os mercados mediterrâneos e o início de contato com o norte da Europa. c) expulsão dos povos invasores de origem não germânica, seguida da reintrodução dos organismos representativos da República Romana. d) crescente restrição à atuação da Igreja nas regiões fronteiriças do Império, porque o governo romano acusava os cristãos de aliança com os invasores. e) retomada do paganismo e o consequente retorno da perseguição aos cristãos, responsabilizados pela grave crise política do Império Romano. 04. (UFPR 2019) Leia o trecho abaixo, escrito por Agostinho de Hipona (354-430) em 410, sobre a devastação de Roma: Não, irmãos, não nego o que ocorreu em Roma. Coisas horríveis nos são anunciadas: devastação, incêndios, rapinas, mortes e tormentos de homens. É verdade. Ouvimos muitos relatos, gememos e muito choramos por tudo isso, não podemos consolar- nos ante tantas desgraças que se abateram sobre a cidade. (Santo Agostinho. Sermão sobre a devastação de Roma. Tradução de Jean Lauand. Disponível em: <http://www.hottopos.com/mp5/agostinho 1.htm#_ftn2>. Acesso em 11 de agosto de 2018.) Considerando os conhecimentos sobre a história do Império Romano (27 a.C. – 476 d.C.) e as informações do trecho acima, assinale a alternativa que situa o contexto histórico em que ocorreram os problemas relatados sobre Roma e a sua consequência para o Império, entre os séculos IV e V. a) Trata-se do contexto das invasões dos povos visigodos, sendo uma das causas do fi nal do Império Romano do Oriente. b) Trata-se do contexto dos saques de povos vândalos, sendo uma das causas do fi nal do Sacro Império Romano-Germânico. c) Trata-se do contexto das pilhagens de povos ostrogodos, sendo uma das causas do fi nal do Império Bizantino. d) Trata-se do contexto das incorporações de povos vikings, sendo uma das causas do fi nal do Sacro Império Romano do Oriente. e) Trata-se do contexto das invasões de povos bárbaros, sendo uma das causas do fi nal do Império Romano do Ocidente. 05. (UPF 2018) O historiador romano Tácito escreveu sobre o tratamento dado aos cristãos em Roma: “[...] uma grande multidão foi condenada não apenas pelo crime de incêndio mas por ódio contra a raça humana. E, em suas mortes, eles foram feitos objetos de esporte, pois foram amarrados nos esconderijos de bestas selvagens e feitos em pedaços por cães, ou cravados em cruzes, ou incendiados, e, ao fi m do dia, eram queimados para servirem de luz noturna.” (TÁCITO, Cornelius. Anais. Rio de Janeiro: W. M. Jackson, 1964). Sobre o tratamento dado aos cristãos pelo Estado Romano, é correto afi rmar: a) A perseguição violenta desencadeada contra os seguidores do cristianismo foi praticada até a queda do Império Romano. b) A violência contra os cristãos foi decorrente da fraqueza doutrinária da sua religião, o que facilitava a aplicação da justiça por parte do Estado Romano. c) As perseguições aos cristãos foram circunstanciais, motivadas pelo fanatismo de alguns governantes, pois o Estado Romano tolerava a presença de todas as religiões. d) Apenas os principais líderes cristãos foram perseguidos, pois o Estado Romano se caracterizava pela tolerância religiosa. e) As razões da violenta perseguição ao cristianismo no Império Romano têm relação com o fato de que os cristãos não aceitavam que o Imperador fosse adorado como um deus. 06. (UEFS 2017) Na Antiguidade Clássica, o atual território da Síria foi conquistado e dominado a) pelas tropas egípcias do faraó Ramsés II, compostas especialmente por judeus. b) pelos gregos macedônios e, posteriormente, pela república romana, no período da sua expansão imperialista, ocasião em que essa região foi transformada em província. c) pela migração dos bárbaros hunos, que, vindos do norte da África, exterminaram a cidade de Palmira, joia da arquitetura oriental. d) pelos judeus, que, ocupando o Líbano, deram origem ao povo palestino, grande aliado dos mesopotâmios. e) pelos árabes, que, dominando Alepo, fundaram o maior califado do mundo ocidental na época. 07. (Ufg 2014) Leia o verbete a seguir. vândalo (do latim vandalus). S. m. 1. Membrode um povo germânico de bárbaros que, na Antiguidade, devastaram o Sul da Europa e o Norte da África. 2. Fig. Aquele que destrói monumentos ou objetos respeitáveis. 3. Fam. Indivíduo que tudo destrói, quebra, rebenta. FERREIRA, Aurélio Buarque de Holanda. Novo Aurélio Século XXI: dicionário da língua portuguesa. 3. ed. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1999. (Adaptado). O verbete “vândalo” indica que o mesmo termo adquire diferentes signifi cados. O sentido predominante no dicionário citado, e amplamente empregado na cobertura midiática das recentes manifestações no Brasil, decorre da prevalência, na cultura ocidental, de uma a) visão de mundo dos romanos, que, negando a cultura dos povos germânicos, consolidou a dicotomia entre civilização e barbárie. b) mentalidade medieval, que, após a queda do Império Romano, se apropriou da herança cultural dos povos germânicos conquistadores, valorizando-a. c) concepção renascentista, que resgatou os valores cristãos da sociedade romana, reprimidos desde as invasões dos povos bárbaros. d) imagem construída por povos dominados pelo Império, que identifi caram os vândalos como símbolo de resistência à expansão romana. e) percepção resultante dos conflitos internos entre os povos germânicos que disseminou uma imagem negativa em relação aos vândalos. 08. (MACKENZIE 2017) Leia o texto a seguir. Esta refundação efetua-se sob o signo do cristianismo. Trata- se menos de uma conversão de Constantino do que da vontade R ep ro du çã o pr oi bi da A rt. 1 84 d o C P. PRÉ-VESTIBULARPROENEM.COM.BR278 HISTÓRIA I 03 ANTIGUIDADE TARDIA: A QUEDA DE ROMA E A FORMAÇÃO DO MUNDO MEDIEVAL de reunifi cação do Império sob um dogma, cujo monoteísmo é bastante conveniente à concepção de poder absoluto que o imperador encarna. Constantinopla é, portanto, ao mesmo tempo a cidade epônima de Constantino, o berço da dinastia que ele fundou e a sede de sua nova religião. Stéphane Yérasimos. La nouvelle Rome. Disponível em: www.histoire.presse.fr. Acesso em 15 ago. 2015 Assinale a alternativa que corresponde, corretamente, ao excerto e ao contexto. a) A partir de Constantino, a política romana liga-se à religião cristã, atendendo a interesses de fortalecimento da fi gura do imperador e a contenção da crise até então vivida pelo Império. b) A fundação de Constantinopla, com a consequente transferência da capital, atendeu a interesses religiosos de fortalecimento do Cristianismo na parte oriental do Império. c) A transferência da capital do Império para Constantinopla e a perseguição aos cristãos, promovida pelo imperador Constantino, conseguiram conter as crises vividas em Roma. d) O crescimento do monoteísmo, as contestações ao poder do imperador e a conversão de Constantino ao Cristianismo forçaram à perseguição a outras religiões e à transferência da capital. e) A ofi cialização do Cristianismo e a transferência da capital para Constantinopla, ambas realizadas por Constantino, atenderam a interesses políticos e religiosos do governo romano. 09. (UEFS 2017) O processo de declínio do Império Romano do Ocidente começou em meados do século IV d.C., sobretudo em razão da série de problemas que, desde o século III, o assolava, como as invasões bárbaras, a crise econômica e a disputa dos militares pelo poder. (QUEDA DO IMPÉRIO... 2016) A ligação entre a aludida crise econômica e a formação das bases do modo de produção feudal se encontram na a) gradual substituição do sistema escravista pelo de colonato, baseado na prestação de serviços agrícolas em terras dos senhores, em troca de subsistência e proteção. b) divulgação de uma nova arquitetura, baseada na construção de muralhas em torno dos castelos dos senhores, decorrente da necessidade de defesa contra as frequentes rebeliões de escravos. c) expansão do comércio mediterrâneo, controlado pelos mercadores árabes, que proibiam o comércio dos romanos com o Oriente Médio. d) organização das corporações de ofício que controlavam a produção e os preços das mercadorias nos países do norte da África. e) adoção do cristianismo como religião ofi cial do Império, desde o governo de Otávio Augusto e de Júlio Cesar. 10. (UPE-SSA 1 2017) Observe a imagem a seguir: (http://ngm.nationalgeographic.com/2012/09/ronan-walls/clark-photography#/08- mainz-slaves-statue-670.jpg) Ela retrata um pedestal romano encontrado em Mainz, na Alemanha, no qual se observam dois cativos acorrentados. Essa imagem representa a(s) seguinte(s) característica(s) sociopolítica(s) da Roma Antiga: a) o apurado trabalho escultórico das populações eslavas. b) a crítica à instituição da escravidão pela religião ofi cial romana. c) a difusão e a importância do trabalho escravo na sociedade romana. d) o racismo da cultura romana especializada na escravidão negra africana. e) o respeito com que as populações conquistadas pelo Império eram tratadas. 11. (FAMERP 2017) Durante o século IV, a velocidade da expansão do cristianismo aumentou muito, especialmente nas cidades [romanas]. As antigas crenças continuaram existindo, mas o número de fi éis diminuiu muito. Os cristãos passaram a chamar os adeptos das outras religiões de pagãos e, em algumas ocasiões, se dedicaram a destruir seus templos e as estátuas dos deuses antigos. Isso não signifi ca que as religiões tenham vivido em conflito. O cristianismo tomou diversas ideias e características do paganismo para si. Os livros escritos no início do Império e na época da República eram considerados obras-primas da literatura, e mesmo os que falavam de outros deuses eram lidos e apreciados pelos cristãos. Carlos Augusto Ribeiro Machado. Roma e seu império, 2004. Adaptado. Segundo o texto, a ascensão do cristianismo na Roma Antiga: a) não impediu o avanço de outras formas de religiosidade, e o paganismo, apesar de reprimido, continuou a crescer e manteve-se hegemônico. b) deu-se a partir das conquistas romanas na Palestina e revelou a correção e a supremacia religiosa da fé cristã frente às antigas religiões. c) não impediu a manifestação de outras formas de religiosidade e, apesar de terem ocorrido tensões, algumas antigas práticas religiosas persistiram. d) deu-se a partir das cruzadas, que levaram a fé cristã aos pagãos, judeus e muçulmanos que controlavam as terras do Oriente Próximo. e) deu-se a partir do extermínio dos grupos que professavam crenças antigas e da eliminação dos materiais que contivessem referências ao paganismo. 12. (UFJF 2017-2) Sobre a atuação da Igreja Católica na passagem entre a Antiguidade e a Idade Média (séculos V/VI), podemos afi rmar que ela: a) conseguiu terminar, de forma defi nitiva, com a Igreja Cristã Ortodoxa predominante no Oriente, recuperando seu caráter universalista. b) mantinha sob sua guarda uma boa parte da produção intelectual existente no Ocidente, sobretudo em manuscritos nas bibliotecas de mosteiros. c) enfrentava a continuidade das perseguições ofi ciais por parte de diversos Estados que surgiram da fragmentação do Império Romano do Ocidente. d) concentrava suas pregações religiosas nas áreas urbanas em expansão após o término do período de intensos conflitos militares. e) criticava ativamente a exploração dos trabalhadores rurais nas grandes propriedades de terras que produzia para sua autossufi ciência. R ep ro du çã o pr oi bi da A rt. 1 84 d o C P. PRÉ-VESTIBULAR PROENEM.COM.BR 03 ANTIGUIDADE TARDIA: A QUEDA DE ROMA E A FORMAÇÃO DO MUNDO MEDIEVAL 279 HISTÓRIA I 13. (UPE-SSA 1 2016) Essa é a imagem de um mosaico elaborado na província romana da África, atuais Tunísia e Argélia, no séc. IV d.C. Ela mostra um senhor de terras vândalo, povo germânico, que conquistara a região. Sobre essa imagem, é CORRETO afi rmar que: a) a presença do cavalo é uma clara inserção germânica, pois os romanos não haviam domesticado o animal. b) a casa fortifi cada à esquerda é uma criação germânica, resultado da necessidadede se proteger em território recém-conquistado. c) a capa e as calças que o personagem usa são tipicamente germânicas, adaptadas à vida sobre cavalos e diferentes das togas romanas. d) a arte do mosaico existia somente na África do Norte, sendo desenvolvida pelos cartagineses séculos antes de Cristo. e) a tecnologia para a montaria, como a sela e os arreios, foi invenção germânica. Os romanos as desconheciam 14. (FGV 2015) A colisão catastrófi ca dos dois anteriores modos de produção em dissolução, o primitivo e o antigo, veio a resultar na ordem feudal, que se difundiu por toda a Europa. Anderson, P. Passagens da Antiguidade ao Feudalismo. Trad. Porto: Afrontamento, 1982, p. 140. O autor refere-se a três tipos de formações econômico-sociais nesse pequeno trecho. A esse respeito é correto afi rmar: a) A síntese descrita refere-se à articulação entre o escravismo romano em crise e as formações sociais dos guerreiros germânicos. b) O escravismo predominava entre os povos germânicos e tornou-se um ponto de intersecção com a sociedade romana. c) A economia romana, baseada na pequena propriedade familiar, foi transformada a partir das invasões germânicas dos séculos IV a VI. d) Os povos germânicos desenvolveram a propriedade privada e as relações servis que permitiram a síntese social com os romanos. e) A transição para o escravismo feudal foi proporcionada pelos conflitos constantes nas fronteiras romanas devido à ofensiva dos magiares. 15. (PUC SP Verão 2015) "O apóstolo Paulo era cidadão de Tarso, uma pequena cidade, muito antiga, que era a capital provincial da Cilícia. Mas Paulo era também judeu, membro de uma etnia que se reproduzia por laços familiares e pela aderência a uma religião, cujo templo se encontrava distante, em Jerusalém. Era um judeu da diáspora. Numa viagem para Damasco, Paulo se tornou cristão e, entre os cristãos, apóstolo. Nessa condição, assumiu a identidade de apóstolo dos não judeus e viajou, por terra e por mar, por boa parte do Mediterrâneo oriental. Foi a Chipre, à Panfi lia, passou pela Capadócia, pelo centro da Anatólia, e morou em Éfeso, onde foi confrontado pelos artesãos locais, escapando apenas pelo medo geral de uma intervenção do poder romano. Muitas vezes estabeleceu-se com o apoio das comunidades judaicas locais. Morou na cidade de Felipe, visitou a Macedônia e a Acaia e, segundo os Atos, passou por Corinto, capital provincial, onde exerceu outra de suas identidades — a de artesão. Chegou a Atenas e discutiu com os fi lósofos da cidade. Passou também por Mileto, Rodes, Tiro, Cesareia, Jerusalém e outras cidades. Ao ser perseguido em Jerusalém, refugiou-se em Cesareia, onde foi preso. Fez, então, uso de sua identidade de cidadão romano, que também possuía, e de seu conhecimento da língua grega, para não ser espancado e executado. Para ser julgado, atravessou todo o Mediterrâneo, com uma escala em Malta, após um naufrágio, tendo vivido em Roma com amigos e fi éis. Suas cartas mostram um amplo círculo de relações e de influências em Roma e no Mediterrâneo oriental. O ponto central é: teria sido a carreira de Paulo possível ou verossímil 500 anos antes?" Norberto Luiz Guarinello. História antiga. São Paulo: Contexto, 2013, p. 157-158. Adaptado. A trajetória do apóstolo Paulo, descrita no texto, revela que a) o intercâmbio cultural na Antiguidade era regular e sistemático desde a globalização da fi losofi a grega e da hegemonia dos valores helenísticos no Oriente extremo. b) os povos da Antiguidade mantinham-se fi rmemente fechados em suas comunidades, sem que houvesse qualquer tipo de integração ou transformação cultural. c) a força política do cristianismo na Grécia e em Roma garantia a segurança e a ampla possibilidade de circulação de seus adeptos, empenhados na difusão dessa fé religiosa. d) a tolerância religiosa existente na Grécia e na Roma antigas permitia contínuas romarias de todos os seus habitantes por todos os territórios de seus impérios. e) o Império Romano era bastante heterogêneo no seu interior e parte de seus habitantes podia valer-se de suas várias identidades e vínculos pessoais e religiosos. 16. (UEL 2018) Durante o século II, o Império Romano atingiu sua máxima extensão territorial, dominando quase toda a atual Europa, o norte da África e partes do Oriente Médio. No fi nal do século IV, porém, essa unidade começaria a ser desfeita com a divisão do império em duas porções: a ocidental, com a capital em Roma, e a oriental, com a capital em Bizâncio. Nos séculos IV e V, a fragmentação territorial se aprofundou ainda mais e o Império Romano do Ocidente acabou desaparecendo para dar lugar a diversos reinos germânicos. Quanto à desagregação e queda do Império Romano do Ocidente, assinale a alternativa correta. a) O êxodo rural causado pelos ataques dos povos germânicos resultou num crescimento desordenado das cidades, criando instabilidade e desordem política nos centros urbanos e forçando a abdicação do último imperador romano. b) O paganismo introduzido no Império Romano pelas tribos germânicas enfraqueceu o cristianismo e causou a divisão entre cristãos católicos e ortodoxos, encerrando o apoio da Igreja ao imperador e consequentemente fazendo ruir o império. c) A língua ofi cial do Império Romano, o latim, ao se fundir com os idiomas falados pelos invasores, deu origem às línguas germânicas, difi cultando a administração dos territórios que se tornaram cada vez mais autônomos até se separarem de Roma. d) A disputa entre os patrícios romanos e a plebe pelas terras férteis facilitou a invasão do império pelos “povos bárbaros”, pois o exército romano foi obrigado a deixar as fronteiras desguarnecidas para defender os proprietários das terras das constantes rebeliões. e) Com o fi m das conquistas territoriais, o escravismo e a produção entraram em declínio, somado às “invasões bárbaras” e à ascensão do cristianismo, que aceleraram a fragmentação e queda de Roma. R ep ro du çã o pr oi bi da A rt. 1 84 d o C P. PRÉ-VESTIBULARPROENEM.COM.BR280 HISTÓRIA I 03 ANTIGUIDADE TARDIA: A QUEDA DE ROMA E A FORMAÇÃO DO MUNDO MEDIEVAL 17. (FGV 2018) A vida privada dos escravos romanos à época do Império é um espetáculo pueril que se olha com desdém. No entanto, esses homens tinham vida própria; por exemplo, participavam da religião, e não apenas da religião do lar que, afinal, era o seu: fora de casa, um escravo podia perfeitamente ser aceito como sacerdote pelos fiéis de alguma devoção coletiva; podia também se tornar padre dessa Igreja cristã que nem por um momento pensou em abolir a escravidão. Paganismo ou cristianismo, é possível que as coisas religiosas os tenham atraído muito, pois bem poucos outros setores estavam abertos para eles. Os escravos também se apaixonavam pelos espetáculos públicos do teatro, do circo e da arena, pois, nos dias de festa, tinham folga, assim como os tribunais, as crianças das escolas e... os burros de carga. (Paul Veyne, O Império Romano. Em: Paul Veyne (org.). História da vida privada v. 1: do Império Romano ao ano mil, 2009. Adaptado) A partir da discussão presente no trecho, é correto afirmar: a) a característica fundante do escravismo romano era a origem étnica, o que fazia com que a escravização dos povos conquistados e o tráfico nas fronteiras do Império proporcionassem a grande maioria da mão de obra servil, ao mesmo tempo em que a escravidão entre os próprios romanos havia caído em desuso desde a crise da República. b) os escravos na sociedade romana não eram uma coisa, mas seres humanos, na medida em que até os senhores que os tratavam desumanamente impunham-lhes o dever moral de ser bons escravos, de servir com dedicação e fidelidade, características necessariamente humanas; no entanto, esses seres humanos eram igualmente um bem cuja propriedade seu amo detinha. c) a escravidão caracterizava as relações de produção em Romae os escravos, em sua inferioridade jurídica, desempenhavam uma função produtiva, marcados por um lugar social de pobreza, privação e precariedade, estando associados às formas braçais de trabalho e à produção de bens materiais em uma sociedade altamente hierarquizada. d) a justificativa moral da escravidão sofreu uma intensa transformação ao longo dos séculos, de tal forma que a própria sociedade romana passou a questioná-la, tornando mais brandas as relações escravistas em meio à transformação do cristianismo em religião oficial do Império, o que contribuiu para o aprofundamento da crise do escravismo. e) as relações escravistas caracterizaram os tempos da República romana, muito associadas ao poder dos patrícios, pertencentes à aristocracia de grandes proprietários, mas entraram em decadência na passagem para o Império, pois os generais que centralizaram o poder reconheciam na escravidão um mecanismo de enfraquecimento do exército. 18. (ENEM (Libras) 2017) TEXTO I Esta foi a regra que eu segui diante dos que me foram denunciados como cristãos: perguntei a eles mesmos se eram cristãos; aos que respondiam afirmativamente, repeti uma segunda e uma terceira vez a pergunta, ameaçando-os com o suplício. Os que persistiram, mandei executá-los, pois eu não duvidava que, seja qual for a culpa, a teimosia e a obstinação inflexível deveriam ser punidas. Outros, cidadãos romanos portadores da mesma loucura, pus no rol dos que devem ser enviados a Roma. Correspondência de Plínio, governador de Bitínia, província romana situada na Ásia Menor, ao imperador Trajano. Cerca do ano 111 d.C. Disponível em: www.veritatis.com. br. Acesso em: 17 jun. 2015 (adaptado). TEXTO II É nossa vontade que todos os povos regidos pela nossa administração pratiquem a religião que o apóstolo Pedro transmitiu aos romanos. Ordenamos que todas aquelas pessoas que seguem esta norma tomem o nome de cristãos católicos. Porém, o resto, os quais consideramos dementes e insensatos, assumirão a infâmia da heresia, os lugares de suas reuniões não receberão o nome de igrejas e serão castigados em primeiro lugar pela divina vingança e, depois, também pela nossa própria iniciativa. Édito de Tessalônica, ano 380 d.C. In: PEDRERO-SÁNCHEZ, M. G. História da Idade Média: textos e testemunhas. São Paulo: Unesp, 2000. Nos textos, a postura do Império Romano diante do cristianismo é retratada em dois momentos distintos. Em que pesem as diferentes épocas, é destacada a permanência da seguinte prática: a) Ausência de liberdade religiosa. b) Sacralização dos locais de culto. c) Reconhecimento do direito divino. d) Formação de tribunais eclesiásticos. e) Subordinação do poder governamental. 19. (FGV 2017) Podendo-se encontrar na crise do mundo romano do século III o início da profunda perturbação de que sairá o Ocidente medieval, é legítimo considerar as invasões bárbaras do século V como o acontecimento que precipita as transformações, que lhes dá um aspecto catastrófico e que lhes modifica profundamente a aparência. LE GOFF, J. A civilização do Ocidente Medieval. Trad. Lisboa: Estampa, 1983, v. 1, p. 29. A crise do mundo romano e a transição para a Idade Média a) foram decorrentes do fortalecimento do cristianismo que, a partir do século III, tornou-se a religião oficial do Império Romano. b) tiveram entre suas características a diminuição do ingresso de mão de obra escrava e o processo de ruralização social. c) foram marcadas pelas catástrofes naturais e pelas epidemias de peste e lepra que estimularam o deslocamento para as cidades. d) levaram ao fortalecimento das instituições públicas romanas e ao desenvolvimento das atividades mercantis no Mediterrâneo. e) foram particularmente catastróficas na parte Oriental do mundo Romano, pela proximidade geográfica com os povos germânicos. 20. (UEPB 2014) Quanto aos povos germânicos que vieram dar origem aos reinos bárbaros no ocidente europeu medieval, pode-se afirmar corretamente: a) No território do antigo Império Romano, um dos reinos que mais se destacaram no século VII da era cristã foi o dos hicsos. b) A presença dos bárbaros no Império Romano foi um processo que ocorreu gradualmente, iniciado muito antes das “invasões”, à medida que eles penetravam nos territórios do Império e passavam a ser utilizados em trabalhos agrícolas, bem como a integrar o exército. c) O renascimento carolíngio inibiu o desenvolvimento científico e proibiu a recuperação de obras clássicas. d) Com as invasões germânicas foi abolido totalmente o direito consuetudinário devido à adoção do Direito Romano. e) Não há registros históricos que apontem a contratação de bárbaros como mercenários para lutar no exército romano. R ep ro du çã o pr oi bi da A rt. 1 84 d o C P. PRÉ-VESTIBULAR PROENEM.COM.BR 03 ANTIGUIDADE TARDIA: A QUEDA DE ROMA E A FORMAÇÃO DO MUNDO MEDIEVAL 281 HISTÓRIA I 05. APROFUNDAMENTO EXERCÍCIOS DE 01. (UFES 2015) No ano 15 a.C, nasceu Julio César Germânico, também conhecido como Nero Cláudio Druso e, posteriormente, celebrizado apenas sob a alcunha de Germânico. Sobrinho de Tibério, pai de Calígula e irmão do imperador Cláudio, Germânico morreu misteriosamente em Alexandria, no Egito. Ele ficou assim conhecido por ter vencido várias tribos germânicas e ajudado a estabelecer as fronteiras ao norte e a leste do Império Romano, tendo recebido várias honrarias de Roma e ocupado os cargos de questor e de cônsul. a) Analise a relação dos chamados povos bárbaros com a expansão e a decadência do Império Romano. b) Identifique duas características importantes do período imperial romano. 02. (UNICAMP 2009) Após a tomada e o saque de Roma pelos visigodos, em 410, pagãos e cristãos interrogaram-se sobre as causas do acontecimento. Para os pagãos, a resposta era clara: foram os maus princípios cristãos, o abandono da religião de Roma, que provocaram o desastre e o declínio que se lhe seguiram. Do lado cristão, a queda de Roma era explicada pela comparação entre os bárbaros virtuosos e os romanos decadentes: dissolutos, preguiçosos, sendo a luxúria a origem de todos os seus pecados. (Adaptado de Jacques Le Goff, "Decadência", em História e Memória. Campinas, Ed. da Unicamp, 1990, p. 382-385.) a) Identifique no texto duas visões opostas sobre a queda de Roma. b) Entre o surgimento do cristianismo e a queda de Roma, que mudanças ocorreram na relação do Império Romano com a religião cristã? 03. (UFRN 2002) As sociedades se organizam politicamente de diferentes formas. O texto a seguir se refere a diferenciações entre romanos e germanos. Por mais que tentem imitar o Império Romano, no plano tanto das instituições políticas como das estruturas sociais, os novos governos que se instalam na Gália no século V - sejam visigodos, burgúndios ou francos - não o conseguem. (...) [Nessas tribos se] constitui o que se deve chamar de "Estado" de um tipo novo, espécie de comunidade de pessoas militares sem domicílio fixo nem duração garantida. O cimento dessa organização não é, como em Roma, a ideia de salvação pública e de bem comum, porém, antes, a reunião de interesses privados numa associação provisória automaticamente reconstruída pela vitória. VEYNE, Paul (Org.). "História da vida privada: do império romano ao ano mil". São Paulo: Companhia das Letras, 1994, v.1. p. 405- 6. Considerando as ideias contidas no texto, explicite duas diferenças entre romanos e germanos no que se refere à organização sócio- política. 04. (UNESP 2001) "Meu caro Plínio, você agiu como devia tê-lo feito, examinando as causas daqueles que lhe foram delatados como cristãos. Não se pode ter uma regra geral e fixa a este respeito. Não devem ser perseguidos, mas se forem denunciados e perseverarem, devem ser punidos." (Carta do Imperador Trajano a Plínio, 112 d.C.) Baseando-se no texto, responda. a) Cite um tipo de punição dada aos cristãos nessa época. b) Por que os cristãos eram perseguidos? 05.(UNICAMP 2016) A palavra árabe iman provém de uma raiz que significa ‘ter certeza’ e designa fé, no sentido da certeza. A fé, por conseguinte, não contradiz o conhecimento nem a compreensão. Pelo contrário, o desejo de saber é uma obrigação religiosa, e os tempos pré-islâmicos (século VI) na Arábia são chamados pelos islâmicos de jahiliya, ignorância. (Adaptado de Burkhard Scherer (org.), As Grandes religiões: temas centrais comparados. Petrópolis: Vozes. 2005, p. 77.) a) Cite uma característica política e uma característica religiosa da península arábica pré-islâmica. b) Como conviveram fé e conhecimento científico no mundo islâmico na Alta Idade Média? GABARITO EXERCÍCIOS PROPOSTOS 05. E 06. A 07. A 9. A 10. C 11. C 13. C 14. A 15. E 16. E 17. B 18. A 19. B 20. B 1. A 2. C 3. A 4. E 08. A 12. B EXERCÍCIOS DE APROFUNDAMENTO 01. a) A expressão “bárbaro” usada pelos romanos se referia a qualquer povo que não tivesse a origem e a cultura romana. Os povos germânicos eram os povos do norte da Europa e uma parte deles foi conquistada pelos romanos definindo as fronteiras do império. A partir do século III d.C. novos grupos migraram e se interiorizaram no Império, num processo normalmente denominado de “invasões bárbaras” que contribuíram para a decadência do Império, mesmo considerando que nem sempre houve confronto armada e uma parte desses povos se aliou a Roma. b) A principal característica do Império é a centralização política, com a formação de um governo autoritário, apoiado no poder das estruturas militares, mesmo considerando que o exército não era uma instituição coesa e havia diversas lutas internas. Pode- se destacar também o controle sobre vastas regiões – o texto explicita o Egito – transformadas em províncias de Roma, que produziam de acordo com os interesses dos conquistadores e ainda tiveram parte de seu povo escravizado. 02. a) Para os pagãos, a queda de Roma seria um castigo pelo abandono da crença nas divindades romanas tradicionais; para os cristãos, seria um castigo divino pelos pecados dos romanos, destacando-se a o pecado da luxúria. b) A princípio, o cristianismo foi alvo de perseguições ordenadas pelos imperadores, sobretudo, por não reconhecerem a autoridade divina dos imperadores. Porém, apesar da violência das perseguições, o número de cristãos aumentou levando os imperadores buscar seu apoio. O imperador Constantino, concedeu-lhes liberdade de culto pelo Edito de Milão em 313 e Teodósio proclamou o cristianismo religião oficial do Império Romano através do Edito de Tessalônica em 391. 03. Os romanos caracterizavam-se, sobretudo no período imperial, como uma sociedade urbana, com amplo desenvolvimento das atividades mercantis e do escravismo a partir das conquistas territoriais, iniciadas no período republicano. As instituições políticas (o Senado, a Assembleia Centuriata e as Magistraturas) exerciam funções representativas e administrativas durante a fase republicana, tendo sido enfraquecidas com a ascensão dos governos imperiais. Os germânicos, no período de contato com o Império Romano, a partir do século III, organizavam-se em tribos e suas leis eram consuetudinárias. Em tempos de guerras e festas religiosas, as tribos formavam confederações e, através do comitatus, os guerreiros juravam lealdade aos chefes. 04. a) Entrega às feras no circo (ou decapitação). b) Sendo monoteísta, o cristianismo rejeitava o culto imperial. Além disso, por ser uma religião favorável aos pobres e escravos, era considerado subversivo pelas autoridades romanas. 05. a) Característica política: falta de unidade, devido à divisão da população em tribos independentes. Características religiosas: falta de unidade religiosa, com diversidade de divindades entre as tribos; religião politeísta; cidade de Meca como pólo de peregrinações, devido à existência da Caaba, que abrigava ídolos representativos das várias tribos. b) Conforme o próprio texto explicita, a religião islâmica não colidia com a busca do conhecimento, mas a estimulava; a partir daí, os árabes, na Alta Idade Média, não apenas assimilaram conhecimentos dos povos com os quais tiveram contato, mas desenvolveram eles próprios o estudo das ciências, destacando-se na medicina, na matemática e na astronomia. R ep ro du çã o pr oi bi da A rt. 1 84 d o C P. PRÉ-VESTIBULARPROENEM.COM.BR282 HISTÓRIA I 03 ANTIGUIDADE TARDIA: A QUEDA DE ROMA E A FORMAÇÃO DO MUNDO MEDIEVAL ANOTAÇÕES R ep ro du çã o pr oi bi da A rt. 1 84 d o C P.
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