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Resumo de Direito Financeiro

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RESUMO DE DIREITO FINANCEIRO
Monitor (a): 
Rafaela Albuquerque Fires
Contatos:
rafaela_fires@live.com
1. ESTADO
O Estado surgiu como um ente aglutinador, possui a função de unir, com a missão específica de promover o bem comum, oriundo da disparidade das necessidades coletivas, das pessoas. Para que exista estado, esse ente terá de ser constituído de três determinados elementos: o povo que é o componente humano do Estado; o território que representa sua base física delimitada e a soberania que viabiliza o exercício das suas funções, dentro de um governo, determinadas pelo poder de ação, manda e coerção.
· Forma de Governo = República
· Forma de Estado = Federação
· Sistema de Governo = Presidencialismo
· Regime de Governo = Democracia
· A primeira vez que o Brasil instituiu a forma republicana de governo foi por meio da Proclamação da República com a Constituição Federal de 1891. 
Constituições federais brasileiras:
1824 – 1891 – 1934 – 1937 – 1946 – 1967 – 1988
Em 1824 = Estado unitário.
Em 1821 e seguintes = Forma Republicana
· Atualmente, a forma vigente de Estado é o federado adotado na Constituição Federal de 1988 por meio de norma, que constitui cláusula pétrea, sendo insuscetível de abolição por meio de reforma constitucional (CF, ART 60, §4º, I).
2. CIÊNCIA DAS FINANÇAS
É um conhecimento pertencente ao mundo da economia que oferece elementos estruturais para a política financeira do estado, ao incidir sobre a atividade fiscal (relação estabelecida pela gestão de receita e despesa). Esse conhecimento serve de base para a decisão política efetivada pelo legislador.
“A ciência das finanças estuda os princípios políticos, econômicos e administrativos que orientam o poder público no exercício de sua atividade financeira e os processos desta ação” – Geraldo Ataliba => Essa orientação do poder público se destina aos poderes: administrativo, gestor público, e ao poder legislativo, a pessoa do legislador na formulação de decisão política.
“É a disciplina que, pela investigação dos fatos, procura explicar os fenômenos ligados à obtenção e dispêndio do dinheiro necessário ao funcionamento dos serviços a cargo do Estado, ou de outras pessoas de direito público, assim como os efeitos outros resultantes dessa atividade governamental” – Aliomar Baleeiro
Obs: A diferença da Ciência da Finanças e o Direito Financeiro, é que o DF faz parte das Ciências das Finanças, e estudará a atividade financeira do Estado sob ótica jurídica.
3. DIREITO FINANCEIRO
· Conceito de Direito Financeiro 
É o ramo do direito que estuda fenômenos da atividade financeira do Estado, sob o ponto de vista jurídico.
Segundo Regis Fernandes de Oliveira, “a disciplina jurídica da atividade financeira do Estado denomina-se Direito Financeiro”.
“Compete à União, aos Estados e ao Distrito Federal legislar concorrentemente sobre:
I – direito tributário, financeiro, penitenciário[...]”
· Objeto
Estuda a atividade financeira do estado constante na relação entre o oferecimento de bens e serviços, o equilíbrio da atividade econômica e a satisfação das necessidades públicas. 
· Aplicação 
Sua aplicabilidade está na limitação da atuação do gestor para racionalizar os recursos públicos. O direito financeiro é representado pela pessoa do gestor público - posto que ele este só pode agir de acordo com a autorização legal, constante na lei - porém, ainda assim, serve para limitá-lo.
· Fontes
Historicamente, a doutrina jurídica utiliza a noção de fontes como sendo o “conjunto de normas, preceitos e princípios que compõem o ordenamento jurídico”.
Classificam-se em 	Materiais (ou reais)	🡪 atos que exprimem os fatos financeiros
				Formais 		🡪 direito vigente/positivo
	⇒ FORMAIS
A) SUPERIORES
Normas de poder constituinte Constituição (+ Emendas): 	Constituição tributária
									Financeira própria
									Orçamentária
B) PRIMÁRIAS
B.1 Leis Complementares
· Art. 146; 163 e 169 CF
· LRF (L. C. n° 101) = completa a CF quanto a responsabilidade da gestão
B.2 Leis Ordinárias
· Art. 48, I, II, XIII
· Instituição de tributos
· Orçamento anual
* questão das Medidas Provisórias (abertura de créditos – Art. 167 §3° c/c 62, I d CF) => STF, ADI 4048 e 4049, j. em 2008 e controle abstrato
B.3 Tratados e Convenções Internacionais
· ex. Mercosul (estabelece tarifas)
· Relevância do Decreto Legislativo no Direito Financeiro
· Posição do Art. 98 do CTN
B.4 Resoluções Senado
· ICMS (art. 155, §2°, IV e V CF)
· Art. 52, V CF = Autorizar operações externas de natureza financeira
· Art. 52, VIII CF = Garantia da União nas operações de crédito
· Art. 52, IX CF = Limites globais à dívida mobiliária
B.5 Leis Delegadas
· Campo restrito = Art. 68 § 1°, III CF
C) SECUNDÁRIAS
	C.1 – Decretos e Regulamentos; ex.: decreto de programação financeira-orçamentária
	C.2 – Atos complementares (utilização do Art. 100 CTN)
Materiais: Fatos da vida, relacionados com as finanças no cotidiano, que inspiram o legislador. 
Formais: Advindas de textos constantes na lei, caráter normativo. Estão subdivididos em fontes: formal superior, formal principal e formal secundária.
Superior: Está disposta na Constituição Federal de 1988 e também abrange suas emendas que também possuem força constitucional por sua incorporação na constituição. * Não há inconstitucionalidade de texto originário, cabendo apenas uma nova interpretação. As emendas constitucionais são texto derivado, portanto podem ser consideradas inconstitucionais, a fim de se evitar uma contrariedade ou falta de credibilidade na lei superior pelo ordenamento jurídico.
Principal: Trata-se dos atos normativos com força de lei, por exemplo, a medida provisória, normas infraconstitucionais no geral, lei complementar, lei ordinária. 
Secundária: Relativa aos atos regulamentares que orientam ou facilitam, o entendimento do direito, porém não têm força para criar direitos ou obrigações, como exemplo tem-se resoluções, portarias, decretos e outros.
· O direito financeiro relaciona-se com outros ramos do direito como o constitucional, administrativo e tributário:
Direito Constitucional: A constituição federal, fonte das normas financeiras e do sistema financeiro nacional, dedica um capítulo exclusivo ao Direito Financeiro, em face da importância deste na realização da atividade financeira do Estado. Sendo assim, as partes da Constituição que tratam da atividade financeira do Estado é nomeada de Constituição Financeira.
· É de matéria constitucional: os direitos e as garantias individuais; a estrutura do Estado e a organização dos Poderes. 
· A atividade financeira é representada pelo ato financeiro que atua com a função instrumental dentro do Estado visando o bem comum dentro da coletividade. 
Diferença entre o Direito financeiro e Direito tributário:
RECEITAS: 
ORIGINÁRIAS (Natureza jurídica privada) Direito Tributário
DERIVADAS (Natureza jurídica pública)
Conceito de Direito Tributário
É um ramo do Direito Público que estuda a arrecadação dos tributos, abrangendo o conjunto de normas reguladoras da criação, fiscalização e arrecadação das prestações de natureza tributária. Trata somente da arrecadação de tributos para constituir RECEITA.
· Os princípios de Direito Financeiro 
Diferente do que se verifica com o direito tributário, os princípios de direito financeiro não estão claramente, pelo menos em sua maioria, enunciados em um determinado dispositivo constitucional. Daí, portanto, a dificuldade na localização de um denominador comum (e limitador) de tais princípios. Exatamente para que não se corra o risco de apresentar princípios tão genéricos que poderiam ser utilizados em qualquer área do direito, optou-se pela eleição dos seguintes princípios: legalidade, economicidade, transparência, publicidade e responsabilidade fiscal. Como critério, utilizou-se a identificação de princípios que dissessem respeito tão somente à atividade financeira do Estado, de um ponto de vista geral. 
Legalidade 
O princípio da legalidade é corolário do Estado Democrático de Direito, na medida emque enuncia o dever de o Estado apenas exigir ações dos particulares diante da aprovação, via processo democrático e representativo, de leis em sentido amplo. Do ponto de vista específico do direito financeiro e, portanto, da atividade financeira do Estado, o princípio da legalidade pode ser visto tanto do ângulo da realização de despesas públicas quanto se considerando a perspectiva da aprovação do orçamento – e, assim, do esquema de receitas e despesas.
Economicidade 
O princípio da economicidade está enunciado no caput do artigo 70 da Constituição e informa os critérios de fiscalização das contas da União e órgãos da administração direta e indireta. Trata-se de exigência relativa à eficiência, do ponto de vista econômico, do gasto público: com o mínimo de recursos possíveis, deve-se atingir o máximo de satisfação das necessidades públicas. Tendo-se em vista que a despesa pública está intrinsecamente relacionada com o orçamento, é possível dizer que tal diretriz se aplica tanto à elaboração do orçamento, de um ponto de vista lato, quanto à realização efetiva do gasto público, de forma mais estrita.
Transparência 
A transparência relativa à execução do orçamento é, ao lado da legalidade, requerimento do Estado Democrático de Direito, na medida em que viabiliza o controle dos gastos públicos pelos cidadãos – os maiores responsáveis pela existência de recursos no orçamento, em vista do pagamento de tributos. Além disso, a existência de mecanismos que assegurem o efetivo controle das contas públicas fortalece o senso de cidadania fiscal e a conscientização da necessidade de participação do cidadão comum na vida financeira do Estado.
Responsabilidade fiscal 
A responsabilidade na gestão fiscal e, assim, no uso do dinheiro público, é um princípio que permeia toda a Lei de Responsabilidade Fiscal. Trata-se de assegurar que o gasto público seja realizado dentro de certos limites e de acordo com regras estritas que, se não cumpridas, acarretam sanções aos entes públicos.
· Códigos 
A codificação facilita a aplicação, porém ela também dificulta a aprovação de um novo código, a mudança para o alcance das novidades da sociedade.
· Lei Ordinária 
É o tipo de legislação infraconstitucional, de fonte formal principal, que tem sua característica subentendida no texto. Normalmente, sua numeração encontra-se na casa do milhar. Seu quórum inicial é de maioria absoluta e o seu quórum de aprovação é de maioria relativa. Sendo, aparentemente, a mais fácil de sancionar.
· A lei ordinária pode ser revogada por outra lei ordinária ou por uma lei complementar. 
· Lei Complementar
Trata-se de uma forma de legislação infraconstitucional de fonte formal principal que se descreve no texto como complementar. Situa-se, normalmente, com uma numeração na casa da centena. Está condicionada a quóruns inicial e de aprovação de maioria absoluta. Exemplo: Lei Complementar 101/2000 que, de forma resumida, disciplina a responsabilidade fiscal.
· O Código Tributário Nacional (Lei 5.172/66) foi editado como lei ordinária e recepcionado como lei complementar. Tanto ele, quanto a Lei Orçamentária (Lei C. 4.320/64) foram recepcionados pela Constituição Federal de 1988 como leis de caráter complementar. 
· Apenas uma lei complementar pode revogar outra lei complementar.
As leis complementares e ordinárias são as espécies normativas que passam pelo processo legislativo ordinário completo, constituído de uma fase de iniciativa, uma fase constitutiva (com deliberação, votação, sanção ou veto) e uma fase complementar (promulgação e publicação). Em regra, elas são utilizadas para a edição de normas gerais e abstratas que regulamentam normas constitucionais. Porém, há entre elas duas grandes diferenças, uma de ordem material e outra de ordem formal.
Quanto ao aspecto material, a lei complementar se diferencia da ordinária pelo fato de seu âmbito de regulamentação estar taxativamente previsto na Constituição Federal. Isto é, toda matéria que deve ser necessariamente regulamentada por lei complementar está explicitamente prevista na Constituição.
Quanto à lei ordinária, seu campo de regulamentação é residual, ou seja, tudo o que não for regulamentado por lei complementar, decreto legislativo e resolução poderá sê-lo por meio de lei ordinária.
Quanto ao aspecto formal, a diferença entre lei complementar e lei ordinária está no quorum para sua aprovação pelo poder legislativo.
A lei complementar, para ser aprovada, exige o voto da maioria absoluta dos membros do legislativo, em cada Casa. A maioria absoluta corresponde à metade dos membros de Cada casa mais um, se este número for par, ou o primeiro número inteiro superior à metade desse quantitativo, se o total de membros for um número ímpar.
A Câmara dos Deputados tem 513 membros, um número ímpar. Dessa forma, a maioria absoluta de seus membros é o primeiro número inteiro acima da metade, ou seja, 257 Deputados. Da mesma forma, a maioria dos Senadores é o primeiro número inteiro maior que a metade dos 81 Senadores, ou seja, 41, dado que a metade é 40,5.
Repare que o número que representa a maioria absoluta é fixo, somente variando se forem criadas novas cadeiras nas Casas legislativas.
Já o quórum para aprovação de lei ordinária é de maioria simples, também chamada de maioria relativa, que representa a maioria dos parlamentares que estiverem presentes em uma determinada reunião ou sessão.
Lembrando que o art. 47 da Constituição diz que, salvo disposição constitucional em contrário, as deliberações de cada Casa serão tomadas por maioria dos votos, presente a maioria absoluta de seus membros.
Ou seja, não poderá haver votação se não estiverem presentes na sessão pelo menos a maioria absoluta dos membros da Casa. Porém, esse quórum é para a instalação de sessão de votação, sendo o mesmo tanto para lei complementar ou ordinária. O que difere é o quórum de aprovação das leis.
4. ATIVIDADE FINANCEIRA DO ESTADO E NECESSIDADES PÚBLICAS
Basicamente, a finalidade do Estado é a realização do bem comum. A noção de bem comum é difícil e complexa. Podemos conceituá-lo como sendo um ideal que promove o bem-estar e conduz a um modelo de sociedade, que permite o pleno desenvolvimento das potencialidades humanas, ao mesmo tempo em que estimula a compreensão e a prática de valores espirituais. Para o atingimento dessa finalidade, o Estado desenvolve inúmeras atividades, cada qual objetivando tutelar determinada necessidade pública. Algumas dessas necessidades são de natureza essencial, isto é, cabe ao Estado sua realização de forma direta e exclusiva, por exemplo, aquelas concernentes à segurança pública, à prestação jurisdicional etc. Tais atividades representam os interesses primários do Estado, sendo indelegáveis em função da indisponibilidade do interesse público. Outras representam interesses secundários do Estado.
A atividade financeira do Estado está pautada na arrecadação de recursos públicos financeiros e na sua vinculação ao gasto devido as despesas públicas, numa relação regida pelo orçamento público – peça fundamental para definir os rumos do Estado que é proveniente da Lei de Diretrizes Orçamentárias, Lei Orçamentária Anual e da Lei do Plano Plurianual – que serve para custear bens e serviços públicos que promovem a satisfação das necessidade públicas, sendo todo esse serviço realizado pelo gestor público tido como o ato financeiro do Estado. 
Para poder desenvolver sua “atividade-fim”, o Estado necessita carrear recursos financeiros, sem os quais não seria possível movimentar a máquina administrativa em direção ao atendimento das necessidades públicas. Surge, então, a chamada ATIVIDADE FINANCEIRA DO ESTADO, que se desenvolve, basicamente, em três campos afins: na RECEITA, que é a obtenção dos meios patrimoniais necessários à realização dos fins visados pelo Estado; na GESTÃO, que consiste na administração e na conservação do patrimônio público; e na DESPESA, que é o emprego (utilização, aplicação), pelo Estado, dos recursos patrimoniais disponíveis para a realização dos fins a que se destinam.
· Areceita (Obtenção de recursos)
· A gestão/ orçamento (Administração desses recursos e do patrimônio do Estado)
· A despesa (A aplicação dos recursos no pagamento das verbas autorizadas no orçamento anual)
Entrada definitiva de dinheiro nos cofres públicos (Entrada), exemplos: Arrecadação de tributos, concessão de serviços públicos, cobrança de preços públicos, doações, empréstimos, etc.
Orçamento: Instrumento administrativo de competência do Presidente da República, que deverá ser posteriormente submetido à aprovação do Congresso Nacional. Feito em todos os entes federativos, o chefe do executivo não poderá gastar mais do que estava previsto, salvo nos casos de créditos suplementares ou adicionais.
Despesas: De acordo com Aliomar Baleeiro, “designa-se como o conjunto dos dispêndios do Estado, ou de outra pessoa de Direito Público, para funcionamento dos serviços públicos”.
O Estado tem como competência à gerenciados seus recursos financeiros para garantir as necessidades sociais de sua população. O Estado realizará a gestão destes recursos, a fim de poder utilizá-los com despesas que visam sanar as necessidades públicas. Lembramos que, a finalidade essencial do Estado brasileiro é a realização do bem comum. Portanto, o Estado visa obter recursos, gerenciá-los e aplica-los de acordo com a Lei.
Conceito de Ato Financeiro do Estado:
“Aquela marcada ou pela realização de uma receita ou pela administração do produto arrecadado ou ainda pela realização de um dispêndio ou investimento” – Celso Ribeiro Barros
“É a arrecadação de receita, sugestão e a realização do gasto a fim de atender as necessidades públicas” – Régis Fernandes de Oliveira
“A busca de meios para o atendimento dos objetivos do Estado, bem como a administração dos respectivos recursos’ – Eduardo Marcial F. Jardim
· Deve haver um equilíbrio entre o dispêndio e a arrecadação dos recursos. 
· Necessidades Públicas 
Necessidades Humanas
· Individuais – satisfação própria
· Coletivas – precisa de atividades coordenadas para obtenção do objetivo comum
· Públicas – Estado ingressa como prestador; institui regime jurídica especial
⇓
Processo serviço público
As necessidades públicas são oriundas das necessidades de uma coletividade, pertencentes a um povo de determinado tempo e espaço específico, que deve ser atendida devido a um comprometimento do estado, exercido pela pessoa do gestor. O critério de escolha que faz com que uma necessidade coletiva se torne uma necessidade pública e devendo ser obrigatoriamente realizada é a discricionariedade do gestor que se relaciona com a política, porém, para isso ele se utiliza da constituição como um parâmetro que irá orientá-lo a uma melhor escolha.
Conceito de Necessidade Pública: “Tudo aquilo que incumbe ao Estado prover, em decorrência de uma decisão política, inserida em norma jurídica.” – Régis Fernandes de Oliveira 
· O Estado existe para satisfazer as necessidades públicas.
· Fins da atividade financeira do estado:
Pode-se dizer que, entre nós, atualmente, a atividade financeira do Estado está vinculada à satisfação de três necessidades públicas básicas, inseridas na ordem jurídicoconstitucional: a prestação de serviços públicos, o exercício regular do poder de polícia e a intervenção no domínio econômico.
Serviços públicos
A Constituição Federal refere-se a serviços públicos em vários de seus dispositivos (art. 21, X, XI, XII, XIII, XV, XXII, XXIII), ora para expressar o sentido de organização de recursos materiais e pessoais necessários à atuação estatal, ora para significar unidades para obtenção de meios financeiros e técnicos para o desempenho das atribuições do poder público. O art. 175 da CF prescreve, ainda, que cabe ao poder público a prestação de serviços públicos, na forma da lei, diretamente ou sob o regime de concessão ou permissão, sempre por meio de licitação.
Poder de polícia 
O Código Tributário Nacional, em seu art. 78, define o poder de polícia como sendo a “atividade da administração pública que, limitando ou disciplinando direito, interesse ou liberdade, regula a prática de ato ou abstenção de fato, em razão do interesse público concernente à segurança, à higiene, à ordem, aos costumes, à disciplina da produção e do mercado, ao exercício de atividades econômicas dependentes de concessão ou autorização de Poder Público, à tranquilidade pública ou ao respeito à propriedade e aos direitos individuais ou coletivos”.
Intervenção no domínio econômico 
A Constituição Federal de 1988 consagra como princípio fundamental a livre iniciativa (art. 1º, IV), sendo certo que esse princípio é reafirmado no capítulo específico que cuida dos princípios gerais da atividade econômica enumerados nos incisos I a IX do art. 170. O parágrafo único desse artigo, reafirmando uma vez mais o princípio da livre iniciativa, dispõe que é assegurado a todos o livre exercício de qualquer atividade econômica, independentemente de autorização de órgãos públicos, salvo os casos previstos em lei.
De fato, o Estado intervém na atividade econômica por meio de seu poder normativo, elaborando leis de combate ao abuso do poder econômico, de proteção ao consumidor, leis tributárias de natureza extrafiscal conferindo-lhes caráter ordinatório etc. A EC n o 42/2003 acrescentou o art. 146-A, inserindo na competência da lei complementar a faculdade de estabelecer critérios especiais de tributação, para prevenir desequilíbrios da concorrência, sem prejuízo da competência da União a esse respeito. Não vemos com bons olhos a utilização de tributos como instrumentos regulatórios, em razão dos conhecidos desvios de finalidade. Outras vezes, o Estado estimula ou desestimula determinada atividade econômica pelo exercício de seu poder de polícia. Por meio de mecanismo administrativo, o poder público fomenta a atividade econômica, promovendo os conhecidos financiamentos públicos a cargo do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social, do Banco do Brasil, da Caixa Econômica e de outros órgãos ou instituições. Por derradeiro, cumpre ao Estado intervir diretamente na economia, isto é, explorar a atividade econômica em caráter excepcional.
5. DESCENTRALIZAÇÃO E DESCONCENTRAÇÃO
A descentralização é um fenômeno realizado pelo Estado por meio da transferência da titularidade e ou da competência para a execução de serviços públicos, por meio de delegação ou por outorga, para uma pessoa jurídica. Como por exemplo, uma autarquia, a UFCG.
A desconcentração trata da mesma transferência, porém não se utiliza, para tal ato, dos meios da delegação ou outorga e não se destina a outra pessoa jurídica, sendo apenas a transformação de um órgão maior em vários outros menores que estão vinculados a mesma pessoa jurídica de direitos. Como exemplo tem-se a criação de uma simples secretaria dentro do Estado. 
6. TEORIA DA RESERVA DO POSSÍVEL	
É uma teoria que consiste no fato do ente federativo, representado na pessoa do seu gestor, por não concentrar receita pública suficiente para desempenhar determinada obrigatoriedade sem comprometer todo o ato financeiro, que lhe é de extrema importância, declara a reserva do possível para poder se eximir de uma responsabilidade legitimamente disposta na Constituição, porém que é inviável tendo em vista a incoerência de subjugar o direito coletivo ao bem comum e realização de suas necessidades à um direito específico de uma pessoa em sua individualidade. O que não condiz com a sua função existencial do Estado que está pautada em satisfazer as necessidades coletivas escolhidas de forma política e indicadas obrigatoriamente na Constituição Federal. Isso é um meio benéfico para a administração pública que serve para que o Estado só realize algumas determinadas atividades, que não envolvem diretamente o ato financeiro, se dispuser dos recursos necessários e se a realização delas não contribuir para um desequilíbrio financeiro.
7. FEDERALISMO, FEDERALISMO FISCAL E GUERRA FISCAL
FEDERALISMO
O federalismo, como forma de Estado, está presente em vários países do mundo nos dias atuais. O ordenamento jurídicode cada país federalista é determinado pela distribuição de competências entre os estados, seja política, econômica ou administrativa, através da constituição. Portanto, para se estudar a distribuição de competências entre os entes federados no Brasil, mister se faz um aprofundamento nas raízes históricas do instituto, bem como na comparação com outros países que o adotam como forma de Estado.
Não existe uma acepção unânime em relação ao termo federalismo. Um conceito genérico define o pacto federativo como a união de entes federados (estados, colônias, regiões) dotados de autonomia e submetidos a um poder central, geral, dotado de soberania. A hierarquização do poder central para com os entes federados pode ou não ocorrer, e a autonomia destes pode ser de várias amplitudes, conforme a disposição constitucional. A constituição, aliás, é a Carta Magna, reguladora da federação e das competências de seus entes; é o texto legal que determina de que maneira funciona o pacto federativo em função de uma ordem jurídica estabelecida.
O primeiro pacto federativo de que se tem notícia ocorreu com a união das treze colônias norte-americanas que, para se livrarem do jugo inglês, criaram os Estados Unidos da América, formalizado através da Constituição de 1787. Nelson de Freitas PORFÍRIO JÚNIOR diz que, "embora alguns autores apontem a Confederação Helvética, surgida em 1291, como o primeiro exemplo de aliança federativa entre Estados, reconhece-se geralmente que o Estado Federal moderno nasceu apenas em 1787, com o surgimento dos Estados Unidos da América [...]. Ressalte-se que a proclamação da independência das colônias se deu em 1776, mas o pacto federativo, com a formalização constitucional e distribuição de competências, data de 1787.
Os Estados Unidos não surgiram, inicialmente, como uma federação, mas como uma confederação, passando a um Estado federal posteriormente. Régis Fernandes de OLIVEIRA descreve a confederação como uma união de Estados independentes, soberanos, ou seja, a confederação é pessoa de direito público que representa os Estados confederados internacionalmente, sem que estes percam a sua soberania. Dessa forma, os estados confederados guardam o direito de secessão, de se opor ao pacto federativo. A confederação americana foi formalizada com os Artigos de Confederação, de 1781 e, segundo PORFÍRIO JÚNIOR,
O objetivo maior dos Artigos era a preservação da independência das ex-colônias perante a Inglaterra. Nessa primeira etapa, certamente em virtude da lembrança do recente passado de forte opressão e dominação pelo poder inglês, as ex-colônias optaram por manter intactas "soberania, liberdade e independência" recém adquiridas, concedendo à então criada União (denominada de Estados Unidos da América) somente alguns poucos poderes que, na prática, limitavam-se à autorização para realização de negociações internacionais e à manutenção de uma força armada comum. 
Tal direito de secessão, ao passo que os Estados confederados possuem interesses econômicos e políticos divergentes, causou um colapso no sistema americano. Myriam Passos SANTIAGO diz que, "quanto à forma de Estado, o texto de 1787 adota o federalismo, como uma coexistência vertical de ordens jurídico-políticas desiguais, cujo verdadeiro significado se confundiu com as teses confederais, até o triunfo unicionista na Guerra da Secessão."
Não existe um modelo rígido de estado federal, mas sempre devem existir ordens jurídicas parciais com autonomia constitucional, com esferas territoriais de validades distintas. Rafael Munhoz de MELLO diz que "o Estado, sob o ponto de vista estritamente jurídico, é a personificação de uma ordem jurídica, válida num determinado espaço territorial e temporal [...], [sendo] o poder, por sua vez, a própria validade e eficácia da ordem jurídica nacional".
A ordem jurídica nacional pode ser centralizada ou descentralizada, conforme o órgão, a pessoa jurídica de direito público interno, que detém o poder. Quando centralizada, tem o Estado como única esfera de poder, única esfera territorial de validade da ordem jurídica, ao passo que, quando descentralizada, impera a co-existência de normais centrais (válidas em todo o território nacional) com normas locais. José Afonso da SILVA diz que:
O Estado, como estrutura social, carece de vontade real e própria. Manifesta-se por seus órgãos que não exprimem senão vontade exclusivamente humana. Os órgãos do Estado são supremos (constitucionais) ou dependentes (administrativos). Aqueles são os que a quem incumbe o exercício do poder político, cujo conjunto se denomina governo ou órgãos governamentais. Os outros estão em plano hierárquico inferior, cujo conjunto forma a Administração Pública, considerados de natureza administrativa. 
Dessa forma, pode-se considerar que, no pacto federativo, a autonomia dos Estados não pode ser confundida com hierarquia, eis que supremos, ao passo que a subordinação se dá entre os órgãos administrativos. O poder político, seja territorial, regional ou federal, é exercido consoante as competências estabelecidas na Constituição, as quais servem, também, de limites ao seu exercício. Juarez FREITAS diz que, apesar de não haver hierarquia entre os entes federados, "não há, com efeito, ato administrativo insindicável, porquanto inexiste ato exclusivamente político [...]. A tarefa de efetuar o controle não é a de emperrar ou de usurpar competências," mas aproximar os atos político-administrativos das necessidades reais da população.
Geraldo Ataliba, apud PORFÍRIO JÚNIOR, define as características da federação, sob o aspecto jurídico:
 a) Existência de uma Constituição Federal rígida, para garantir a estabilidade do Estado;
 b) presença de poder constituinte próprio nos Estados-membros;
 c) território próprio;
 d) conjunto de cidadãos (povo) próprio;
 e) repartição constitucional de competências entre os Estados-membros;
 f) dois órgãos legislativos federais (bicameralismo), um integrado por representantes do povo, eleitos proporcionalmente à população, e outro integrado paritariamente por representantes dos Estados-membros;
 g) corte constitucional que assegure a supremacia da Constituição Federal. 
Pode-se dizer que a ordem jurídica total é o Estado federal, composto por ordens jurídicas parciais locais (estados-membros e municípios) e pela ordem jurídica parcial central (federação). A União é pessoa jurídica de direito público, corresponde à ordem jurídica central subordinada à ordem jurídica global, ou total, regida pela Constituição e formada pela aliança das ordens jurídicas parciais.
O estudo do federalismo requer uma distinção importante entre autonomia e soberania, para que não haja confusão a respeito das competências e do poder dos entes federados. Apesar de todos os entes serem autônomos, somente o poder central detém soberania. A autonomia, que o Dicionário Aurélio descreve como "a faculdade de se governar por si mesmo", é a capacidade do ente federado possuir governo próprio e ter competências político-administrativas exclusivas, podendo legislar e atuar dentro dos limites previamente estabelecidos pela Constituição Federal. SILVA descreve a autonomia como o poder limitado e circunscrito no qual se verifica o equilíbrio da federação.
A República Federativa do Brasil é formada pela união indissolúvel dos Estados e Municípios e do Distrito Federal; constitui-se em Estado Democrático de Direito, eis que os representantes das esferas políticas são eleitos pelo povo por voto direto. Os entes federados detêm autonomia, que, segundo PORFÍRIO JÚNIOR, compreende a auto-organização, o autogoverno e a autoadministração, participando na organização e na vontade da federação através de competências estabelecidas na Constituição Federal.
Soberania, por sua vez, não é característica comum aos entes da federação, mas somente da República Federativa, sendo seu principal fundamento. Roque Antônio CARRAZZA descreve soberania como "poder supremo, absoluto e incontrastável,que não reconhece, acima de si, nenhum outro poder." É a capacidade de autodeterminação, de estabelecer seu ordenamento jurídico interno e reconhecer e participar dos ordenamentos jurídicos internacionais. A soberania é una, originária, indivisível e inalienável. É a faculdade de reconhecer outros ordenamentos e de disciplinar as relações com eles. SILVA diz que "o Estado federal, o todo, como pessoa reconhecida pelo Direito internacional, é o único titular da soberania, considerada poder supremo consistente na capacidade de autodeterminação".
A autonomia é o limite de ação do poder estipulado pela Constituição Federal, sendo que esta, por sua vez, somente é criada por quem tem soberania, que é o todo da federação. A autonomia dos entes federados lhes permite criarem constituições próprias, mas estas devem estar em conformidade com a Carta Magna, sob pena de serem invalidadas em função da inconstitucionalidade.
FEDERALISMO NO BRASIL
O pacto federativo, no Brasil, está disposto na distribuição das competências político-administrativas da Constituição Federal, sendo que a organização político-administrativa da República Federativa do Brasil compreende a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, todos autônomos, nos termos da Constituição. A forma federativa do Estado é cláusula pétrea, rígida, e não pode ser abolida por meio de emenda constitucional, mas, somente, mediante a convocação de uma Assembleia Nacional Constituinte, na sua condição de poder constituinte originário.
Compreendem a Federação brasileira, a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios. Os bens que pertencem à União e aos Estados estão especificados na Constituição, sendo bens públicos e, portanto, impenhoráveis. A Constituição não faz referência expressa a quais sejam os bens dos Municípios e do Distrito Federal, sendo-lhes atribuído, de maneira residual, o domínio daqueles bens que estiverem dentro dos seus limites territoriais e não pertencerem à União ou aos Estados.
As competências administrativas de cada ente federado estão dispostas na Constituição, sendo que a administração pública direta e indireta, de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade, e eficiência. Existem outros princípios inerentes à administração pública, implícitos ou explícitos por todo o texto constitucional, o qual FREITAS diz que "revestem-se de eficácia jurídica imediata e direta, no cerne de suas prescrições, donde segue o dever de retirá-los da vacuidade ou do limbo".
FEDERALISMO FISCAL
As competências político-administrativas, definidas pela Constituição Federal, ensejam metas que, para serem cumpridas pelos entes da federação, requerem a obtenção de recursos. A fim de garantir esses recursos, foram estabelecidas as competências tributárias, que compõem o federalismo fiscal. A repartição de receitas tributárias visa o equilíbrio da distribuição dos ingressos e receitas entre os entes federativos. As competências tributárias não são concorrentes, isto é, onde um ente da federação tributa, o outro não o pode fazer, sob pena de haverem bi-tributações, "que são maléficas do ponto de vista da harmonia entre os entes federados". 
A repartição de competências e de metas pela Constituição visa garantir uma maior eficiência na administração pública, pois os entes federados parciais possuem um maior conhecimento das necessidades da sua população local do que o ente central. Assim como a divisão de metas descentraliza a atuação do Estado, a divisão de receitas torna a execução de tais metas possível por meio da obtenção de recursos próprios. Esses recursos são obtidos, em sua maioria, por meio de tributos, que podem ser impostos, taxas e contribuições, conforme a sua natureza.
As competências tributárias de cada ente da federação estão estipuladas na Constituição Federal. Os tributos podem ser criados somente por força de lei, e dentro da matéria que a Carta Magna estabelece, regidos pelo princípio da predominância do interesse de cada ente regional ou local. Competem legislar sobre a criação de tributos, respectivamente:
 a) União: impostos sobre importação de produtos estrangeiros; exportação, para o exterior, de produtos nacionais ou nacionalizados; renda e proventos de qualquer natureza; produtos industrializados; operações de crédito, câmbio e seguro, ou relativas a títulos ou valores mobiliários; propriedade territorial rural; grandes fortunas, nos termos de lei complementar; mediante lei complementar, impostos não previstos no rol anterior, desde que sejam não-cumulativos e não tenham fato gerador ou base de cálculo próprios dos discriminados na Constituição; na iminência ou no caso de guerra externa, impostos extraordinários, compreendidos ou não em sua competência tributária, os quais serão suprimidos, gradativamente, cessadas as causas de sua criação. 
 b) Estados e Distrito Federal: transmissão "causa mortis" e doação, de quaisquer bens ou direitos; operações relativas à circulação de mercadorias e sobre prestações de serviços de transporte interestadual e intermunicipal e de comunicação, ainda que as operações e as prestações se iniciem no exterior; propriedade de veículos automotores. A Constituição faculta ao Senado Federal estipular alíquotas para impostos estaduais, como o ICMS, por exemplo, a fim de regular a guerra fiscal.
 c) Municípios: propriedade predial e territorial urbana; transmissão "inter vivos", a qualquer título, por ato oneroso, de bens imóveis, por natureza ou acessão física, e de direitos reais sobre imóveis, exceto os de garantia, bem como cessão de direitos a sua aquisição; serviços de qualquer natureza, não compreendidos no art. 155, II, definidos em lei complementar.
A Constituição ainda estabelece que vinte por cento do produto da arrecadação do imposto que a União instituir sobre importação de produtos estrangeiros pertence aos Estados e ao Distrito Federal, bem como o produto da arrecadação do imposto da União sobre renda e proventos de qualquer natureza, incidente na fonte, sobre rendimentos pagos, a qualquer título, por estes, suas autarquias e pelas fundações que instituírem e mantiverem.
Pertencem aos Municípios: o produto da arrecadação do imposto da União sobre renda e proventos de qualquer natureza, incidente na fonte, sobre rendimentos pagos, a qualquer título, por estes, suas autarquias e pelas fundações que instituírem e mantiverem; 50% do produto da arrecadação do imposto da União sobre a propriedade territorial rural, relativamente aos imóveis neles situados, cabendo a totalidade na hipótese do ITR ser fiscalizado e cobrado pelo Município; 50% do produto da arrecadação do imposto do Estado sobre a propriedade de veículos automotores licenciados em seus territórios; 25% do produto da arrecadação do imposto do Estado sobre operações relativas à circulação de mercadorias e sobre prestações de serviços de transporte interestadual e intermunicipal e de comunicação.
Apesar dos tributos propiciarem receitas próprias aos entes parciais da federação, a descentralização das metas torna esses recursos, por vezes, insuficientes, gerando um déficit orçamentário. Para compensar esse déficit, o governo federal, detentor da maior parte das receitas nacionais, distribui recursos a fim de contrabalançar as desigualdades regionais.
Como visto, a maior parte dos recursos fiscais fica em poder da União, que tem a obrigação constitucional de repassar aos Estados, Distrito Federal e Municípios parte da verba arrecadada, de maneira desigual, a fim de proporcionar um abrandamento nas desigualdades regionais do País. É tratar desigualmente os desiguais.
Merecem atenção especial os Fundos de Participação, que têm a função de reduzir as desigualdades regionais da Federação. Esses fundos têm caráter compensatório, visando aliviar as diferenças regionais por meio de repasses maiores aos entes federados que arrecadam menos. Receberão bônus, como incentivo, os beneficiáriosdos fundos que cumprirem com suas obrigações pontualmente, honrando seus compromissos em dia; isso propiciará, para ele, uma redução de encargos.
ALGUNS PROBLEMAS DO FEDERALISMO NO BRASIL
O pacto federativo norte-americano se deu com a união das treze colônias para formar um estado soberano, os Estados Unidos. Essa união, ocorrida de forma centrípeta, ou seja, de fora para o centro, tinha por objetivo unir forças entre as colônias para atingir um objetivo comum a elas. Tanto o é que, no início, cada colônia tinha o direito de secessão, de se desvincular da união caso não concordasse com alguma decisão do todo. Era, na verdade, um estado confederado.
No Brasil, a história do pacto federativo foi completamente diferente, pois a colônia encontrava-se dividia, inicialmente, em capitanias hereditárias. Posteriormente, no período do Império, esta divisão foi modificada e o poder centralizado nas mãos do Imperador. Somente com o advento da República, em 15 de novembro de 1889, a definição das fronteiras e a autonomia dos entes da federação passaram a ser estipuladas. O pacto federativo ocorreu, portanto, de forma centrífuga, do centro para fora, e a união não é fruto de um interesse comum pré-estabelecido. Nesse sentido, PORFÍRIO JÚNIOR aponta os dois processos de formação do Estado Federal:
a) Federalismo por agregação, que ocorre quando a Federação resulta da união de Estados já existentes – que abrem mão de suas soberanias – e se sobrepõe a estes. [...]
b) Federalismo por segregação, quando a Federação resulta da descentralização de um Estado unitário já existente, por diversas razões (políticas, econômicas etc.) e então surgem novos entes dotados de autonomia política.
Mesmo participando de forma representativa na elaboração da Constituição Federal, os Estados não possuem poder para impor seus interesses próprios na definição da organização político-administrativa da federação, mas devem aceitar o pacto federativo. Também, os interesses dos Estados ficam diluídos nos interesses dos partidos políticos em âmbito nacional, o que modifica o caráter original da República, pois os políticos deixam de representar seus eleitores, o povo, para representar os interesses de suas siglas partidárias.
GUERRA FISCAL
Uma consequência nefasta da falta de solidariedade e cooperação dos entes da federação é a guerra fiscal, em que um Estado propicia incentivos fiscais e até mesmo renuncia a receitas em face da preferência de empresas em instalarem suas fábricas no seu território. A curto prazo, os resultados são geração de empregos diretos e indiretos e o fomento da economia local. A longo prazo, porém, toda a federação perde, seja pela necessidade de conceder os mesmos incentivos a outras empresas já previamente instaladas, para que permaneçam, seja na falta de arrecadação de recursos que seriam destinados a cumprir metas sociais. Sérgio Prado e Carlos Eduardo Cavalcanti, apud Guilherme Bueno de CAMARGO, assim conceituam a guerra fiscal:
Um caso de uma classe geral de fenômenos que emergem quando iniciativas políticas de governos subnacionais adquirem conotações negativas e geram efeitos econômicos perversos em decorrência do caráter insuficiente ou conjunturalmente inoperante do quadro político institucional que regula os conflitos federativos, o qual se revela incapaz de garantir um equilíbrio mínimo entre interesses locais para evitar efeitos macroeconômicos e sociais perversos. [...] essas iniciativas são o uso de benefícios fiscais com a finalidade de induzir a alocação de investimentos nos territórios locais. 
 BALTHAZAR diz que "os fundos de participação, atualmente, representam um percentual considerável das finanças dos entes da Federação. Por tratar-se de repartição de riquezas, consiste em instrumento fundamental do federalismo fiscal, como garantia da autonomia dos entes federados." Ocorre que, muitas vezes, esses fundos ultrapassam sua função original e, além de garantir a autonomia, criam condições para uma maior concessão de benefícios e renúncias fiscais por parte dos entes federados, ou seja, possibilita e financia a guerra fiscal.
Um exemplo é o episódio da fábrica da Ford que, originalmente, se estabeleceria no Estado do Rio Grande do Sul. Por questões de incentivos fiscais, foi transferida para o Estado da Bahia. O resultado ocorrido é que a Bahia, notoriamente um dos maiores potenciais turísticos do Brasil, conseguiu "vencer" a guerra fiscal travada com o governo gaúcho, concedendo incentivos e renunciado a receitas tributárias em função de uma posição privilegiada na sua condição de beneficiária de fundos especiais, como o Fundo de Financiamento do Nordeste (FNE). Os recursos para esses fundos provêm de todos os Estados, inclusive do Rio Grande do Sul, que pagou para ver suas possibilidades de geração de empregos e receitas escoarem para o estado nordestino.
CAMARGO diz que, se os fundos, por um lado, atenuam as disparidades regionais, por outro criam "uma certa independência desses entes em relação às receitas tributárias próprias, pois ainda que se arrecade mal os tributos de sua competência, de qualquer forma o ente federado receberá as transferências constitucionais." Assim, o impacto causado pelas renúncias e incentivos fiscais não é tão profundo no funcionamento da máquina administrativa do Estado como nos casos em que não há o benefício desse fundo de financiamento.
A guerra fiscal gera instabilidade e insegurança jurídica, uma vez que os Estados passaram a questionar judicialmente as medidas implementadas uns pelos outros, sendo os incentivos constantemente anulados pelo Judiciário. Essa instabilidade prejudica sobremaneira o contribuinte que, por um lado, vê os incentivos serem anulados, e por outro, muitas vezes, chega a ter seu direito de crédito ceifado por alguns Estados, como medida de retaliação imposta aos seus pares. Aos contribuintes, resta apenas buscar socorro perante o Poder Judiciário, a fim de rechaçar quaisquer possíveis afrontas ao seu direito, em virtude destas políticas adotadas pela grande parte das unidades da Federação. 
A guerra fiscal não gera crescimento econômico e desenvolvimento sustentável dos Estados, porque os investimentos, empregos e arrecadação acabam assumindo caráter transitório, ou seja, não se fixam nos respectivos territórios, mas apenas migram de um para o outro. Isso sem contar nos problemas de orçamento e sociais, como desemprego, decorrente do encerramento das atividades de pessoas jurídicas de grande porte em determinados Estados. 
A guerra fiscal ocasiona perda de arrecadação porque a sucessão de políticas de incentivo implementadas gera uma competição desenfreada, uma espécie de “leilão” entre as unidades da Federação, que se veem obrigadas a abdicar cada vez mais de suas receitas tributárias, oferecendo descontos cada vez maiores, que reduzem gradativamente as suas receitas. 
Por estas razões, a inibição total ou o enfraquecimento da guerra fiscal são imperativos para a resolução da crise em que os Estados se encontram. Além disso, tornou-se ponto convergente e consensual a necessidade de alterações profundas no sistema tributário do País, de maneira a torná-lo menos complexo e mais igualitário.
De qualquer maneira, é necessária a retomada de políticas públicas efetivas, voltadas ao enfrentamento e superação dos problemas regionais, atuando a União Federal como elemento indutor desta transformação, visando ao desenvolvimento dos entes federativos menos favorecidos social e economicamente. 
Neste ponto, inclusive, pode ser de grande valia a utilização de alguns incentivos fiscais, não como instrumento de enfrentamento e competição entre os Estados e o Distrito Federal, mas destinados a promover o equilíbrio do desenvolvimento socioeconômico entre as diferentes regiões do País.
Desenvolvendo as suas economias, através de pesados investimentos em infraestrutura, os Estados que se encontram nessa atual situação alarmante, a médio e longo prazo, poderão substituir as atuais estratégias de captação de investimentos via políticas deincentivo fiscal, por oferecimento de condições estruturais para os retornos financeiros aos investidores, o que resultará em novas e duradouras parcerias neste sentido, com vantagens para a coletividade como um todo.
8. RECEITAS PÚBLICAS
Como já vimos, a atividade financeira do Estado é exercida visando o bem comum da coletividade. Ela está vinculada a arrecadação de recursos destinados à satisfação de necessidades públicas básicas inseridas na ordem jurídico-constitucional, mediante prestação de serviços públicos, a intervenção no domínio econômico, o exercício regular do poder de polícia e o fomento às atividades de interesse público/social.
Sendo assim, é aplicada no âmbito federal, estadual e municipal, e consiste em:
1. Obter recursos: Receita Pública.
2. Despender os recursos: Despesa Pública.
3. Gerir e planejar a execução de recursos: Orçamento Público.
4. E criar crédito: Financiamento Público.
Todo e qualquer dinheiro que ingressa nos cofres públicos, seja a que título for, denomina-se Entrada. E, alguns autores, a dividem em provisórias e permanentes. O que devemos prestar atenção, é ao fato que nem todo ingresso, todavia, constitui receita. Há entradas que ingressam provisoriamente nos cofres públicos, podendo neles permanecer ou não. Destinam-se a ser devolvidas. 
Por exemplo, em dada licitação, o Estado exige um depósito, como garantia da proposta ou do contrato. O depósito ingressa nos cofres públicos, mas, uma vez a proposta ou adimplido do contrato, é ele devolvido ao proponente-adjudicatário. Se, todavia, houver adimplemento, poderá resultar em imposição de sanção, com decretação da perda parcial do depósito. Aí, então, haverá a transformação do depósito em receita.
Ao lado das entradas provisórias, há as definitivas, ou seja, as que advém do poder constritivo do Estado sobre o particular, sejam independentes de qualquer atuação (imposto), sejam dela dependente (taxa) ou em decorrência da realização de obras públicas (contribuição de melhoria), nos exatos termos do art. 145, da CF, bem como as multas. Tais entradas são definitivas.
	Entradas provisórias
	Depósitos, cauções, fianças, empréstimos, empréstimos compulsórios, indenizações (...)
	Entradas definitivas
	Receitas de extorsão, tributos, preços, multas (...)
A receita é a expressão monetária resultante do poder de tributar ou do agregado de bens ou serviços da entidade, validada pelo mercado em um determinado período de tempo e que provoca um acréscimo concomitante no ativo ou uma redução do passivo, com um acréscimo correspondente no patrimônio líquido, abstraindo-se do esforço de produzir tal receita representado pela redução (despesa) do ativo ou acréscimo do passivo e correspondente redução do patrimônio líquido.
Há vários conceitos de Receita Pública.
Segundo o Glossário do Senado Federal “receita é toda arrecadação de rendas autorizadas pela Constituição Federal, leis e títulos creditórios à Fazenda Pública”.
Plácido e Silva define a receita pública como “o complexo de valores recebidos pelo erário público, sejam provenientes de rendas patrimoniais, sejam resultantes de rendas tributárias, destinados a fazer frente à despesa pública”.
Receitas Públicas são todos os ingressos de caráter não devolutivo auferidas pelo poder público, em qualquer esfera governamental, para alocação e cobertura das despesas públicas. Dessa forma, todo o ingresso orçamentário constitui uma receita pública, pois tem como finalidade atender às despesas públicas.
Ou seja, Receita Pública em stricto sensu são apenas as receitas orçamentárias, que são as receitas de caráter não devolutivo, que estarão disponíveis para custear despesas públicas.
a) CLASSIFICAÇÃO
A Lei nº 4.320/64 regulamenta os ingressos de disponibilidades de todos os entes da federação, classificando-os em dois grupos: orçamentários e extra orçamentários. Os ingressos orçamentários são aqueles pertencentes ao ente público, arrecadados exclusivamente para aplicação em programas e ações governamentais. Esses ingressos são denominados Receita Pública. Os ingressos extra orçamentários são aqueles pertencentes a terceiros, arrecadados pelo ente público exclusivamente para fazer face às exigências contratuais pactuadas para posterior devolução. Esses ingressos são denominados recursos de terceiros.
E, podemos classifica-las, doutrinariamente, do seguinte modo:
Entradas ou Ingressos = Receitas (Entradas definitivas) = Divididas em duas:
a.1) Originárias: Natureza não tributária (relações de direito privado e de direito público disponível) – Alienações, compras, empréstimos, restituições, cauções, fianças, depósitos, indenizações, empréstimo compulsório, doações, legados, bens vacantes, uso de bens públicos, preço, extensão, descoberta, prescrição aquisitiva, entres outras.
a.2) Derivadas: Natureza tributária (Relação de direito público) – Tributos (Impostos, taxas, contribuições de melhoria e empréstimo compulsório), penalidades (multa), reparações de guerra, perdimento, entre outros.
· Originárias:
“É a receita oriunda das rendas produzidas pelos ativos do Poder Público, pela cessão remunerada de bens e valores (aluguéis e ganhos em aplicações financeiras), ou aplicação em atividades econômicas (produção, comércio e serviços)”.
“É oriunda da exploração da atividade econômica desempenhada pelo próprio Estado. O Estado é competente para, se julgar necessário, de forma administrativa, alienar – um negócio que pode representar uma venda ou um aluguel, por exemplo – um bem que lhe pertença, desde que não esteja em uso ou não lhe sirva mais, por exemplo. Para isso ele estabelece uma relação contratual voluntária que pode ser ou não com o particular em forma de pessoa física”.
As receitas originárias são provenientes do patrimônio público (bens e direitos). O Estado obtém essas receitas colocando parte do seu patrimônio à disposição da sociedade, que paga pela sua utilização. As entradas originárias sujeitam-se ao direito privado. Sendo assim, quando as entradas advêm do patrimônio do Estado (independentemente de ser disponível, pois assim não podem ser qualificadas as ruas e praças públicas por ser bens públicos de uso comum do povo), são elas originárias, constituindo-se em preços. Estes, pois, podem advir de relações obrigacionais de direito privado ou de direito público.
Obs. A doação é considerada, pela doutrina majoritária, como receita originária.
· Derivadas:
“É o tipo de receita que se obtém a partir de um constrangimento legal necessário à sua arrecadação. Não há espaço para voluntariedade, posto que a lei autoriza ao Estado a realização de cobrança, tornando-a legal e podendo ser empregada de forma coercitiva”.
“São receitas obtidas pelo Estado mediante sua autoridade coercitiva. O estado exerce a sua competência, o seu poder, e tributa rendimentos e patrimônio das pessoas e das empresas, exigindo compulsoriamente que o particular entregue determinada quantia na forma de tributos. Essa receita é derivada porque deriva do patrimônio dos particulares, da sociedade em geral”.
Se “F” é, “C” deve ser. Se não “C”, “S” haverá = Diante disto, lê-se: “Se o fato é, consequência deve ser. Se não cumprir, sanção haverá.”
A obrigação é o vínculo jurídico por virtude do qual uma pessoa fica adstrita para com outra à realização de uma prestação (art. 397), definição que abrange, no conjunto da relação, (1) o dever de prestar, que recai sobre uma das partes (o devedor), (2) o poder de exigir a prestação (do credor), e (3) a prestação, isto é, uma ação positiva (facere) ou ação negativa (non facere).
Contudo, parte da doutrina alemã estruturou a relação creditícia em dois elementos centrais: o debitum (Schuld - débito) e a obligatio (Haftung – responsabilidade).
Ou seja, o débito representado pelo dever de prestar, na necessidade de observar determinado comportamento; e a responsabilidade, a "sujeição dos bens do devedor ou de terceiro aos fins próprios da execução, ou melhor, na relação de sujeição que pode ter por objeto, tanto a pessoa do devedor (antigo direito romano), como uma coisaou complexo de coisas do devedor ou de terceiros".
Isto é, essa rima serve para ilustrar que a instauração do vínculo obrigacional entre o Estado e o contribuinte – que não é necessariamente um particular, apenas –, constante na consequência, comumente é originada de um fato gerador de obrigação, ou seja, um comportamento de um indivíduo, que por força de lei, gera uma obrigação. Seja uma obrigação de pagar, de fazer ou de não fazer. A obrigatoriedade surge com a realização do fato gerador, mas a responsabilização para tal situação pode ser procrastinada (não feita), portanto aplica-se uma sanção.
Ao analisarmos, as receitas derivadas devemos avaliar alguns aspectos:
· Primeiramente, o Estados como seus quatro entes federados: União, Estados, Municípios e Distrito Federal; a Constituição Federal atribui a eles a competência para instituição e arrecadação de tributos. O critério na repartição de competência decorre da vontade política do constituinte. Efetuada a partilha, deve haver o exercício da competência, ou seja, a instituição dos tributos. Através de lei (Lei complementar como estabelece a CF), o ente federal cria os tributos, no montante e nos limites estabelecidos na Constituição, efetuado a arrecadação. Posteriormente, destina-os, através de orçamento, para as necessidades que se entendam adequadas, as necessidades públicas.
· A instituição e arrecadação do tributo passa por algumas fases:
HI – FG – OT – LF – CT
Hipótese de Incidência: Previsão legislativa que prevê que determinado comportamento do contribuinte ou responsável tributário está exposto à obrigação tributária.
Fato Gerador: De acordo com o Código Tributário Nacional:
Art. 114. Fato gerador da obrigação principal é a situação definida em lei como necessária e suficiente à sua ocorrência.
Art. 115. Fato gerador da obrigação acessória é qualquer situação que, na forma da legislação aplicável, impõe a prática ou a abstenção de ato que não configure obrigação principal.
Em suma, é a prática do comportamento previsto na legislação, a situação fática que gerará a obrigação tributária de imediato.
Obrigação Tributária: É o momento que surge o DEVER. De acordo com o CTN:
Art. 113. A obrigação tributária é principal ou acessória.
§ 1º A obrigação principal surge com a ocorrência do fato gerador, tem por objeto o pagamento de tributo ou penalidade pecuniária e extingue-se juntamente com o crédito dela decorrente. (Obrigação de Pagar).
§ 2º A obrigação acessória decorre da legislação tributária e tem por objeto as prestações, positivas ou negativas, nela previstas no interesse da arrecadação ou da fiscalização dos tributos. (Obrigação de Fazer ou de Não fazer).
Lançamento Fiscal: Uma série de procedimentos para a constituição do Crédito Tributário. Como aduz o CTN:
Art. 142. Compete privativamente à autoridade administrativa (Estado Administração) constituir o crédito tributário pelo lançamento, assim entendido o procedimento administrativo tendente a verificar a ocorrência do fato gerador da obrigação correspondente, determinar a matéria tributável, calcular o montante do tributo devido, identificar o sujeito passivo e, sendo caso, propor a aplicação da penalidade cabível (Conceito de Lançamento).
 Parágrafo único. A atividade administrativa de lançamento é vinculada e obrigatória, sob pena de responsabilidade funcional.
Crédito Tributário: Neste momento surge o DIREITO. Com a constituição do crédito tributário, o Estado pode cobrar do contribuinte o tributo devido. Só nesse momento é que ele está habilitado para fazer isto.
· Imaginamos que o Tributo tem apenas sua função arrecadatória. Mas, muito nos enganamos de imaginarmos o tributo como apenas arrecadação. O tributo tem três funções, são elas:
a) De fiscalidade: Trata-se de uma função precípua de todos os tributos, ou seja, ARRECADAR valores para os cofres públicos.
b) De extrafiscalidade: Tem por objetivo não só arrecadatório, mas como também:
b.1. Corrigir distorções de natureza econômico-financeira. 
b.2. Incentivar ou desestimular certas condutas, em favor do atendimento dos interesses sociais.
b.3. Aferir índices econômicos de riqueza, para conhecer o perfil do contribuinte.
c) De parafiscalidade: Refere-se aos tributos cobrados em paralelo à atividade estatal, quando o poder público reconhece em terceiros (inclusive entidades privadas) uma função social que ele mesmo deveria prestar.
· ESPÉCIES TRIBUTÁRIAS
Conceito de Tributo de acordo com o CTN:
Art. 3º Tributo é toda prestação pecuniária compulsória, em moeda ou cujo valor nela se possa exprimir, que não constitua sanção de ato ilícito, instituída em lei e cobrada mediante atividade administrativa plenamente vinculada.
a) Prestação pecuniária, em moeda ou cujo valor de possa exprimir – O pagamento tem que ser por dinheiro, mas existem algumas discussões doutrinárias e jurisprudências que permitem a dação em pagamento, ou outras formas que venham a ser previstas no CTN.
b) Compulsória – Porque ela é obrigatória, não sendo, portanto, voluntária.
c) Que não constituía sanção por ato ilícito – É exatamente a diferença de tributo e multa, se tiver constituição por sanção por ato ilícito é denominado como multa. 
Obs. Cuidado para não confundir com o princípio do non olet: A cláusula tributária chamada pecunia non olet ou non olet (não tem cheiro) estabelece que, para o fisco, pouco importa se os rendimentos tributáveis tiveram ou não fonte lícita ou moral.
d) Instituída em lei – Limitações do poder de tributar previsto no art. 150 e seguintes da Constituição Federal.
e) Prestação cobrada mediante atividade administrativa plenamente vinculada – A autoridade tributária não pode analisar se é conveniente, se é oportuno cobrar tributo. A cobrança é feita de maneira vinculada, sem concessão de qualquer margem de discricionariedade ao administrador. 
OS TIPOS DE TRIBUTO:
De acordo com a teoria tricotômica da CF teríamos apenas três: Impostos, Taxas e Contribuições de Melhoria.
Mas, o STF se posicionou acerca disto, e colocou a teoria quíntupla que agregam como Tributos: 
· Impostos
· Taxas
· Contribuições de Melhoria
· Empréstimos Compulsórios
· Contribuições
1- IMPOSTOS:
De acordo com o CTN: 
Art. 16. Imposto é o tributo cuja obrigação tem por fato gerador uma situação independentemente de qualquer atividade estatal específica, relativa ao contribuinte.
Os impostos são, portanto, tributos não vinculados, tanto em razão da atividade estatal quanto no que se refere à destinação dos recursos arrecadados.
Nesse sentido, os impostos podem ser:
a) Ordinários:
Impostos federais (art. 153 da CF): 
Imposto de Importação - II
Imposto de Exportação - IE
Imposto de Renda - IR
Imposto de Produtos Industrializados - IPI
Imposto de Operações Financeiras - IOF
Imposto de Propriedade de Território Rural - ITR
Imposto sobre Grandes Fortunas - IGF
Obs. O IGF tem sua competência garantida na Constituição Federal, mas que hoje não é exercida por não existe lei federal que a institua.
Impostos Estaduais (art. 155 da CF):
Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços - ICMS
Imposto de Propriedade de Veículo Automotor - IPVA
Imposto de Transmissão Causa Mortis e Doação - ITCMD
Impostos Municipais (Art. 156 da CF):
Imposto sobre Serviços de Qualquer Natureza - ISS
Imposto de Propriedade Urbana - IPTU
Imposto de Transmissão de Bens Imóveis - ITBI
b) Residuais:
São de competência exclusiva da União, e instituídos mediante Lei complementar, nos casos de novos tributos não previstos na Constituição, desde que não sejam cumulativos e não tenham fato gerador ou base de cálculo semelhante aos que já existem.
c) Extraordinários:
São de competência exclusiva da União, servem para casos de iminência de guerra declarada, e terão caráter temporário e exigência de lei complementar nacional que defina os respectivos fatos geradores.
d) Cumulativos: 
No caso do Distrito Federal, que terá competência, tanto sobre os impostos estaduais como também os impostos municipais.
2- TAXAS:
De acordo com o CTN:
Art. 77. As taxas cobradas pela União, pelos Estados, pelo DistritoFederal ou pelos Municípios, no âmbito de suas respectivas atribuições, têm como fato gerador o exercício regular do poder de polícia, ou a utilização, efetiva ou potencial, de serviço público específico e divisível, prestado ao contribuinte ou posto à sua disposição.
a) Criação de taxas em razão do exercício do poder de polícia: como se sabe, poder de polícia (diferente da polícia que conhecemos, como polícia militar), é a manifestação geral da força do Estado, com o objetivo de delimitar, controlar e conformar condutas ou direitos sociais. O exercício de polícia precisa ser efetivado, mediante atividades de controle e fiscalização pública.
b) Criação de taxa em razão de serviços públicos específicos e divisíveis, de utilização efetiva ou potencial. Sendo serviço específico aquele bem discriminado, ou seja, em que todos os mecanismos de prestação são conhecidos pelos usuários. E, os serviços indivisíveis são aqueles relacionados à identificação dos usuários de cada serviço. Não podemos esquecer que o serviço tanto será cobrado se for utilizado como se estiver posto à sua utilização.
3- CONTRIBUIÇÃO DE MELHORIA
As contribuições de melhoria são tributos destinados a ressarcir gastos públicos na realização de obras e aprimoramento de infraestrutura. Ou seja, um tributo que obriga o contribuinte a arcar, em alguma parcela, com os custos de alguma melhoria que lhe foi favorável. Um exemplo clássico deste tributo, é de alguma obra realizada perto de sua moradia que venha a valorizar seu imóvel, sendo assim, viabilizando uma melhoria para um bem, deste modo, é incidido a contribuição de melhoria.
4- CONTRIBUIÇÕES ESPECIAIS
A competência para instituir contribuições é exclusiva da União. As principais contribuições são:
- Contribuições sociais: São aquelas disciplinadas pelo art. 195, I, II, II, da Constituição, como as contribuições previdenciárias, o PIS/PASEB e a CONFINS.
- Contribuições de intervenção do domínio econômico (CIDE)
- Contribuições de interesse de categorias profissionais ou econômicas
- Contribuições para custeio de Iluminação pública: Conhecida como COSIP, a competência pertence aos Municípios e ao Distrito Federal, que deverão exercê-las por meio de lei específica.
 
5- EMPRÉSTIMOS COMPULSÓRIOS
Os empréstimos compulsórios são de competência exclusiva da União, e somente podem ser criados mediante Lei Complementar. Como regra geral, os empréstimos compulsórios são tributos restituíveis em dinheiro (acrescidos, em tese, de juros e correção monetária), e podem ter base de cálculo cumulada com impostos. E de acordo com o art. 15 do CTN, só podem ser instituídos nos casos:
I. De guerra declarada, ou a sua iminência.
II. Calamidade Pública que exija auxílio federal impossível de atender com os recursos orçamentários disponíveis;
III. Conjuntura que exija a absorção temporária de poder aquisitivo;
· IMUNIDADES TRIBUTÁRIAS: 
Não incidência X Isenção X Imunidade
IMUNIDADE
A imunidade tributária insere-se nas vedações constitucionais da competência tributária e conceitua-se, como sendo uma forma qualificada ou especial de não-incidência, por supressão da competência impositiva ou do poder de tributar, quando se configuram certos pressupostos, situações ou circunstâncias previstas na Constituição.
A imunidade é uma norma constitucional de desoneração fiscal. É chamado, por alguns, de norma imunizante ou norma imunizadora. Observe que a imunidade estará sempre disciplinada pela Constituição Federal. Portanto, nunca estará em norma infraconstitucional.
Para tanto, a Constituição Federal utiliza expressões que indicam a não incidência do tributo. Por exemplo: "não incide", "não haverá pagamento", etc.
Convém observar que o legislador, em duas oportunidades na Lei Maior, utilizou o termo "isento" de forma equivocada. São elas:
Art. 195. A seguridade social será financiada por toda a sociedade, de forma direta e indireta, nos termos da lei, mediante recursos provenientes dos orçamentos da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, e das seguintes contribuições sociais:
§ 7º São isentas de contribuição para a seguridade social as entidades beneficentes de assistência social que atendam às exigências estabelecidas em lei.
Art. 184. Compete à União desapropriar por interesse social, para fins de reforma agrária, o imóvel rural que não esteja cumprindo sua função social, mediante prévia e justa indenização em títulos da dívida agrária, com cláusula de preservação do valor real, resgatáveis no prazo de até vinte anos, a partir do segundo ano de sua emissão, e cuja utilização será definida em lei.
§ 5º São isentas de impostos federais, estaduais e municipais as operações de transferência de imóveis desapropriados para fins de reforma agrária.
Não obstante o uso do termo "isenta", fato é que, em verdade, as duas normas apresentam formas de imunidade tributária (e não isenção). Isso porque é limitação constitucional ao poder de tributar.
Sobre o tema, o brilhante doutrinador Eduardo Sabbag esclarece o seguinte:
"A imunidade para tributos representa uma delimitação negativa da competência tributária. É que o legislador constituinte adotou a técnica de traçar, de modo cuidadoso, as áreas que refutam a incidência das exações tributárias, levando-se em consideração nosso sistema rígido de distribuição de competências impositivas." (SABBAG, Eduardo. Manual de Direito Tributário. 3ª Ed. São Paulo: Saraiva. 2011. p. 281)
A imunidade tributária sempre visa homenagear algum valor constitucional que merece prestígio. Por exemplo, a imunidade de templos de qualquer culto visa resguardar a liberdade religiosa. Não por outro motivo, o Supremo Tribunal Federal equiparou a imunidade, em muitas oportunidades, a cláusula pétrea.
Um erro comum do estudante é imaginar que a imunidade atinge apenas os impostos. Em verdade, há hipóteses de imunidade que atingem a Contribuição Social Previdenciária (art. 195, §7ª, CF), Taxas (art. 5, XIV e XXXI, b, ambos da CF) e, inclusive, a Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico (art. 149, §2ª, I, CF).
O que pode se afirmar, contudo, é que inexistem imunidades para Contribuição de Melhoria e Empréstimos Compulsórios.
Em suma, se estiver disposto na Constituição Federa, SEMPRE será caso de Imunidade.
IMUNIDADE RECÍPROCA
A União, Estados, Distrito Federal e Municípios não podem cobrar impostos um dos outros. É a denominada Imunidade Recíproca que visa, primordialmente, manter a integridade do Pacto Federativo.
A lógica é bastante simples: o patrimônio do Estado, por exemplo, em verdade, não é do Estado, mas sim do povo (Princípio da Indissolubilidade do Interesse Público). Isso justifica, por exemplo, a impenhorabilidade do bem público. Portanto, alguns doutrinadores sustentam, com razão, que, aqui, inexiste capacidade contributiva.
São beneficiados pela Imunidade Recíproca a Administração Pública Direta, as Autarquias, as fundações, bem como as Sociedades de Economia Mista e Empresas Públicas prestadoras de serviço público (e.g. Correios, Infraero e Caerd). Administração Pública Direta, Autarquias, Fundações, Sociedades de Economia Mista e Empresas Públicas foram estudas no Capítulo "Organização da Administração Pública".
IMUNIDADE RELIGIOSA
São imunes a impostos os templos de qualquer culto. 
Protege-se, aqui, a liberdade de culto, mantendo o Estado uma postura de neutralidade em relação à religião (Estado laico).
O entendimento atual, contudo, é que o templo é uma Entidade, ou seja, uma associação ou organização religiosa que se manifesta das mais variadas formas na busca do propósito religioso.
Diante disso, uma igreja, por exemplo, não pagaria IR sobre o dízimo, IPVA sobre veículos ou IPTU sobre imóveis, desde que destinados ao propósito religioso.
Imagine, por exemplo, que uma igreja é proprietária de alguns imóveis e aluga tais imóveis. Para que não ocorra a incidência de IPTU sobre os referidos imóveis, será preciso:
· Comprovar o investimento integral da renda no propósito religioso;
· Demonstrar a ausência de prejuízo a livre concorrência
IMUNIDADE DO ART.150, VI, ALÍNEA C, DA CF
Aqui, quatro pessoas jurídicas são protegidas:
Partidos políticos, incluído suas fundações;
Sindicatos de trabalhador;
Instituições de educação;
Entidade de assistência social;
 
Observe que apenas o sindicato dos trabalhadores possui imunidade, estando, então, excluído o sindicato patronal.
Vale destacar, também, que a Entidade de Assistência Social é imune, ao mesmo tempo, a imposto (art. 150, VI, c, CF) e Contribuição Assistencial Previdenciária (art. 195, §7º, CF)
Protege-se, com a referida imunidade, os seguintes valores constitucionais:
Liberdade política;
Liberdade sindical e direitos sociais;
Ensino;
Assistência social.
ISENÇÃO
A isenção, assim como a imunidade, é uma norma de desoneração. Porém, diferente da imunidade, será sempre infraconstitucional. Trata-se de forma de exclusão do crédito tributário, similar, neste ponto, à anistia. Os efeitos da isenção serão sempre direcionados ao futuro (prospectivos).
Ao contrário das hipóteses de imunidades, as isenções tributárias são concedidas por lei. É o próprio ente tributante (União, Estados, DF, Municípios) que, ao exercer sua competência determinada pela CF, prevê por lei específica uma determinada isenção, ou seja, o ente competente para instituir um determinado tributo, por lei específica, determina exceções nas quais o tributo não será devido.
Ou seja, a isenção não retirará a competência, mas sim o exercício de cobrança, e sempre por lei infraconstitucional.
Como regra, a isenção atinge impostos, não alcançando a taxa e contribuição de melhoria (art. 177 CTN), já que são tributos vinculados (o Estado pratica uma ação e espera uma contraprestação do contribuinte).
A isenção, como regra, pode ser revogada (art. 178 do CTN). Tal revogação ocorre sempre por meio de lei, vedado, portanto, expedição de decreto com esta finalidade. 
Com a revogação, deverá o sujeito passivo pagar o tributo, os juros e, se houver dolo (má-fé), a respectiva multa.
NÃO INCIDÊNCIA
A não-incidência é hipótese caracterizada em dois momentos
1 Quando não há previsão de ocorrência do fato gerador pela lei que institui o tributo.
2 Quando o ente político não possui competência para instituir o tributo.
A não-incidência de um tributo corresponde aos fatos ou atos que não estão constantes na lei para dar nascimento à obrigação tributária. Ou seja, não há sequer fato gerador que possa ser assinalado. O acontecimento material não se sujeita ao tributo por não se enquadrar à hipótese legal da respectiva incidência.
9. DESPESAS PÚBLICAS
I. CONCEITO
Aliomar Baleeiro: “Em primeiro lugar, designa o conjunto dos dispêndios do Estado, ou de outra pessoa de Direito Público, para funcionamento dos serviços públicos”. Aqui, a despesa é parte do orçamento, representando, portanto, a distribuição e emprego das receitas para o cumprimento das atribuições da Administração.
Pode, também, significar “a aplicação de certa quantia, em dinheiro, por parte da autoridade ou agente público competente, dentro duma autorização legislativa, para execução de fim a cargo do governo”.
Nesse sentido, a despesa é a utilização, pelo agente público competente, de recursos financeiros previstos na dotação orçamentária, para atendimento de determinada obrigação a cargo da Administração, mediante prévio empenho da verba respectiva.
Há de corresponder sempre a um dispêndio relacionado com uma finalidade de interesse público (interesse coletivo encampado pelo Estado).
Observação: Exemplos de serviços esporádicos, sem despesa pública (gratuidade, não-exigência de assiduidade, regularidade e continuidade do serviço público – caráter temporário): júri e eleições.
II. NECESSIDADES DAS DESPESAS PÚBLICAS
O Poder Público primeiro elege as prioridades para depois estudar os meios de obtenção de recursos necessários. As despesas públicas aprovadas pelo Legislativo passam a integrar o orçamento anual.
III. CLASSIFICAÇÃO
a) Despesas Ordinárias, são as que, com grande verossimilhança, se repetirão em todos os períodos financeiros; as Despesas Extraordinárias, são as que não se repetem todos os anos, são difíceis de prever, não se sabendo quando voltarão a repetir-se.
b) Despesas Correntes, são as que o Estado faz, durante um período financeiro, em bens consumíveis, ou que vão traduzir na compra de bens consumíveis; as Despesas de Capital, são as realizadas em bens duradouros e no reembolso de empréstimos.
c) Despesas Efetivas, são as que se traduzem, sempre, numa diminuição do património monetário do Estado, quer se trate de despesas em bens de consumo, quer em bens duradouros, implicam sempre uma saída efetiva e definitiva de dinheiros da tesouraria; Despesas Não Efetivas, são as que, embora representem uma diminuição do patrimônio da tesouraria, têm, como contrapartida, o desaparecimento de uma verba de idêntico valor do passivo patrimonial.
d) Despesas Plurianuais, são aquelas cuja efetividade se prolonga por mais de um ano; as
Despesas Anuais, são as que se não prolongam por mais de um ano.
IV. EXECUÇÃO
1. Nenhuma despesa pode ser realizada sem previsão orçamentária.
2. Procedimentos legais estão previstos na Lei 4.320/1964, no âmbito nacional.
3. Empenho prévio: primeira providência para se efetuar uma despesa pública. É uma reserva de recursos. Por si só não cria a obrigação de pagar, pois pode ser cancelado. Materializa-se pela emissão da Nota de Empenho.
4. Liquidação: segunda etapa. Verificação do direito adquirido pelo credor. Também nada cria, apenas torna líquida a obrigação preexistente.
5. Ordem de Pagamento: despacho da autoridade competente determinando o pagamento da despesa.
6. Pagamento: extingue a obrigação de pagar. Precatórios: art. 100, da CF.
10. ORÇAMENTO PÚBLICO
O orçamento consiste num instrumento público de planejamento do Estado que permite o estabelecimento da previsão de suas receitas e a fixação das suas despesas para um determinado período de tempo. Mas o orçamento não apresenta somente um aspecto contábil, ele não pode ser visto apenas sob seu ângulo financeiro. Ele é, na verdade, um quadro orgânico da Economia Político. Ele apresenta os seguintes aspectos:
Político: Faz funcionar os Três Poderes, assegurando-lhe recursos para que cumpram suas finalidades. Esse é o aspecto que exterioriza as ideologias dos partidos que estão nos poderes, já que eles definirão metas e prioridades de acordo com seus objetivos - programa de governo. Expõe as políticas públicas estatais, que envolvem, sobretudo, decisões de interesse coletivo, contemplando as pretensões e as necessidades de cada um dos três poderes.
Econômico: Aqui, verifica-se que o equilíbrio que deve imperar entre receitas e despesas, dando a justa medida da ponderação das forças em jogo. Definido por regras econômicas e pelo mercado. O orçamento deve atender as conjunturas econômicas, buscando uma planificação, tendo uma economia nem deficitária nem superavitária. Este aspecto demonstra a dimensão financeira das atividades estatais.
Técnica Orçamentária ou Técnico: Ressalta o aspecto contábil. Alinham-se os princípios orçamentários com a técnica de elaboração da peça. Apesar de seguir rígidas regras contábeis, ele deve permitir fácil compreensão para o cidadão.
Jurídico: Apresenta esse aspecto por se materializar através de três leis: plano plurianual, lei de diretrizes orçamentárias e lei orçamentária anual.
O orçamento não é mera peça financeira, nem apenas simples plano de governo, mas representa compromisso político de cumprimento de promessas sérias levadas ao povo.
PRINCÍPIOS ORÇAMENTÁRIOS
1. Princípio da Unidade: Este princípio determina que o orçamento público seja materializado em uma única peça (documento). Objetiva facilidade o controle e transparência do assunto orçamentário. O orçamento deve consistir numa demonstração financeira única, onde devem estar claras as origens (receitas) e destinações (despesas) dos recursos para aquele determinado período.
2. Princípio da Universalidade: Todas as receitas e despesas devem estar contidas no orçamento. Não se admite orçamentos secretos ou que

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