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5º Grupo Aurélio Agostinho Francisco Admiro de Abiba Ismael Betuel Alberto Betuel Rosário Carimo Gorges Armando Alberto Élio André Mongene Nélio Pedro João Tomé João Osvaldo Carlitos Felizardo Cultura Da Mandioca (Manihot esculenta) Licenciatura Em Agropecuária 1º Ano Universidade Licungo Quelimane 2020 5º Grupo Aurélio Agostinho Francisco Admiro de Abiba Ismael Betuel Alberto Betuel Rosário Carimo Gorges Armando Alberto Élio André Mongene Nélio Pedro João Tomé João Osvaldo Carlitos Felizardo Cultura Da Mandioca (Manihot esculenta) Trabalho de caracter avaliativo a ser apresentando no Departamento de Ciências Agronómicas, Faculdade de Ciências Agrárias na Cadeira de Botânica Geral, leccionado pela Engenheira Neusa Zandamela. Universidade Licungo Quelimane 2020 Índice 1.0. Introdução ........................................................................................................................ 2 2.0. Objectivos ........................................................................................................................ 2 2.1. Objectivo Geral ................................................................................................................ 2 2.2. Objectivos específicos ..................................................................................................... 2 3.0. Metodologia ..................................................................................................................... 3 4.0. Cultura Da Mandioca (Manihot esculenta) ..................................................................... 4 4.1. Classificação Botânica ..................................................................................................... 4 4.2. Características da Mandioca ............................................................................................ 4 4.3. Variedades da Cultura da Mandioca ................................................................................ 5 4.4. Reprodução da Mandioca ................................................................................................ 6 5.0. Solos ................................................................................................................................ 7 5.1. Preparação do solo ........................................................................................................... 8 6.0. Clima ............................................................................................................................... 8 7.0. Seleção e preparo das manivas ........................................................................................ 9 7.1. Conservação da maniva semente ..................................................................................... 9 7.2. Tratamento das manivas durante a conservação ............................................................ 10 7.3. Época de Plantio ............................................................................................................ 10 7.4. Espaçamento e plantio ................................................................................................... 11 7.4.1. Técnicas de plantio ........................................................................................................ 12 8.0. Necessidade Hídrica ...................................................................................................... 13 8.1. Calagem e adubação ...................................................................................................... 13 9.0. Fases do Crescimento e Desenvolvimento da Mandioca .............................................. 13 10.0. Colheita da Mandioca .................................................................................................... 18 11.0. Pragas e principais Doenças da Mandioca .................................................................... 18 11.1. Controle ......................................................................................................................... 19 12.0. Rotação de culturas ......................................................................................................... 19 13.0. Produção e rendimento da Mandioca ............................................................................. 20 14.0. Processamento de mandioca ........................................................................................... 20 14.1. Secagem da Mandioca .................................................................................................... 22 15.0. A importância da cultura da mandioca ........................................................................... 22 15.1. Benefício da Mandioca para saúde ................................................................................. 23 16.0. Conclusão ....................................................................................................................... 24 17.0. Referências Bibliográficas .............................................................................................. 25 3 1.0. Introdução O presente trabalho aborda sobre a cultura da Mandioca. Na perspectiva da abordagem deste tema nos convém falar do conceito, da origem, do tipo de clima, o seu ciclo de reprodução, as variedades, fases de crescimento, os solos favoráveis para o cultivo, época da colheita ainda mais o processamento da mandioca e sua importância. Visto que a mandioca é uma planta heliófila, perene, arbustiva, pertencente à família das euforbiáceas, originária do continente americano, no do Brasil, a mandioca já era cultivada pelos aborígenes, por ocasião da descoberta do país. Na escolha das variedades, é importante levar em consideração as seguintes características gerais: alta produtividade; resistência a pragas e doenças; primeira ramificação alta; raízes com facilidade de destaque da touceira. Na escolha da área para o plantio de mandioca deve ser consideradas as condições de clima e solo favoráveis ao cultivo. A mandioca constitui parte fundamental da alimentação de mais 500 milhões de pessoas no mundo, sendo também matéria-prima para uma serie de produtos, sejam eles minimamente processados ate quimicamente modificados. A mandioca na sua forma pode ser direcionada para a alimentação humana como pré-cozida, congelada pronta para fritar, farinhas cruas ou torradas, polvilhos doce ou azedo, farofas, fécula, e raspa prontas para consumo ou ainda como aditivo na fabricação de bebidas alcoólicas, etc. 2.0. Objectivos 2.1.Objectivo Geral Compreender a Cultura da Mandioca. 2.2. Objectivos específicos Definir a cultura da mandioca; Caracterizar a cultura da mandioca; Descrever o tipo de clima da cultura da mandioca; Mencionar as variedades da mandioca; Descrever o ciclo de reprodução; Descrever as fases de crescimento; Explicar o processamento da mandioca; Mencionar a importância da cultura da mandioca. . 3 3.0. Metodologia O tipo de pesquisa a ser realizada neste trabalho foi classificado como sendo uma pesquisa bibliográfica, isto porque deve-se a pesquisa em mãos a consulta de fontes bibliográficas e uso de internet. A metodologia opcionada para a realização deste trabalho foi o método descritivo, esta opção justifica o facto do método escolhido permitir uma descrição clara e flexível em relação as ideias que foram reunidas e analisadas neste trabalho. Enquanto procedimento, o trabalho realizou-se por meio da observação directa e indirecta. 4 4.0.Cultura Da Mandioca (Manihot esculenta) A mandioca é uma planta heliófila, perene, arbustiva, pertencente à família das euforbiáceas. Originária do continenteamericano, no do Brasil, a mandioca já era cultivada pelos aborígenes, por ocasião da descoberta do País. Eles foram os responsáveis pela sua disseminação por quase toda a América e os portugueses e espanhóis pela sua difusão por outros continentes, especialmente África e Ásia. Cultivada em muitos países, com produção mundial de aproximadamente 140 milhões de toneladas, é o sexto produto alimentar da humanidade. Nos trópicos, onde é mais cultivada, sua importância passa para o terceiro lugar (CONCEIÇÃO, 1981) Figura 1: mandioca Fonte: (https://www.ecycle.com.br/3973-mandioca acessado no dia 16 de maio de 2020, pelas 9 horas. 4.1. Classificação Botânica Dentro da sistemática botânica de classificação hierárquica a mandioca pertence: Reino: Plantae Classe: Dicotiledôneas Subclasse: Archiclamydea Ordem: Euphorbiales Tribo: Manihoteae Família: Euphorbiaceae Género: Manihot, Espécie: Manihot esculenta (PEREIRA & CARVALHO, 1979). 4.2. Características da Mandioca A mandioca é uma planta alôgama, a altura da planta varia de 1 a 2 m, podendo atingir 4 m. As folhas são simples e apresentam-se como uma lâmina foliar palmada, lobada, e um pecíolo. A cor das folhas vária de púrpura, verde-claro e verde-escuro. O número de lóbulos geralmente é impar, entre 3 e 9. A inflorescência é monoica, são formadas por panículas e rácinos compostos por flores masculinas e femininas, sendo as últimas localizadas na parte 5 basal. As flores não têm cálice nem coroa, mas apresentam um perianto composto por cinco sépalas de cor amarelo a vermelho. A flor masculina tem um pedicelo recto, curto e fino. A feminina tem o pedicelo é recurvado, longo, e de maior diâmetro. No interior da flor masculina existem dois conjuntos de cinco estames, um curto e outro longo. As antenas apresentam forma alongada, o ovário é súpero, dividido em três lóculos, cada lóculo tem um óvulo. O estilete muito pequeno sustenta o estigma composto por três lóbulos ondulados e carnudos. O fruto contém três lóculos, cada um contém uma semente. A semente é de forma ovoide-elipsoidal, testa lisa de cor castanha mosqueada (HOSTALÁCIO & CORRÊA, 1979). A haste tem medida cilíndrica, tem diâmetro de 2 a 6 cm, comprimento de 1.5 a 4 cm dependendo da variedade. Produz dois tipos de ramificação (reprodutoras e laterais). A reprodutora constitui o carácter varietal mais estável. As ramificações da haste principal são dicotomía, tricotomía e tetracotomía. As cores mais comuns são prata, castanha preteado, amarelado, e alaranjado. As raízes têm como característica principal a capacidade de armazenar amido. As raízes são adventícias (fibrosas e tuberosas). Os fibrosos são responsáveis pela absorção e translocação de nutrientes para a planta. As raízes tuberosas são ricas em amido. Os tecidos que compõem a raiz tuberosa são a casca que está formado pela epiderme e córtex. As cores predominantes da casca são branco ou creme, castanho claro e escuro. A periderme varia entre creme, rosa e avermelhado. A polpa que é rica em amido pode ser branca, creme, amarela e laranja (ZACARIAS-SILVA et al., 2010) 4.3.Variedades da Cultura da Mandioca As variedades representam um dos principais componentes tecnológicos do sistema de produção, por sua capacidade de adaptar-se às mais diferentes condições de cultivo, pouca exigente em água e fertilidade. Na escolha das variedades, é importante levar em consideração as seguintes características gerais: alta produtividade; resistência a pragas e doenças; primeira ramificação alta; raízes com facilidade de destaque da touceira (FILHO & SILVEIRA, 2012). Para a utilização específica, considerar as seguintes características: Variedade para mesa – conhecida também como mandioca mansa ou macaxeira, devido ao baixo teor de ácido cianídrico nas raízes; com poucas fibras, com sabor e cor apreciados pelos 6 consumidores; raízes uniformes, tanto no comprimento como no diâmetro, de fácil cozimento, boa durabilidade na pós-colheita e facilidade de descascamento, (FILHO & SILVEIRA, 2012) A B C Fig. 2: A figura mostra as variedades da mandioca, A (Macaxeira pão); B (Macaxeira Rosa); C (Aipim) Fonte: (FILHO & SILVEIRA, 2012). Variedade para indústria – conhecida também como mandioca brava e amarga, são caracterizadas por apresentar raízes com cor da película branca; alta produção e produtividade, bom rendimento e qualidade de farinha e fécula. As variedades mansas também podem ser utilizadas na indústria, (IDE). Variedade para alimentação animal – toda a planta pode ser empregada na alimentação para os diversos tipos de animais domésticos, como: bovinos, caprinos, suínos e aves, sendo as características principais destas variedades a alta produtividade de raízes, elevada produção de massa verde e alto teor de proteína. Importante utilizar plantas de baixo teor de ácido cianídrico, (IDE). 4.4.Reprodução da Mandioca A mandioca se reproduz normalmente por meio de propagação vegetativa, embora a produção de sementes botânicas embora ocorra facilmente nessa espécie. Em função da ampla segregação das plantas oriundas de sementes botânicas originando populações altamente desuniformes para quase todos os caracteres da planta, essas sementes tem sido utilizadas apenas em programas de melhoramento genético e para criar variabilidade (FUKUDA, 1999). 7 Apresenta protoginia, ou seja, as flores femininas abrem uma semana antes das flores masculinas. Entretanto, entre as inflorescências da mesma planta pode ocorrer a abertura simultânea das flores masculinas e femininas, desta forma, tanto a autofecundação como o cruzamento ocorrem naturalmente. Entretanto, a estaquia é o método mais comum e as sementes são mais utilizadas em programas de melhoramento genético, pois as plantas provenientes destas levam mais tempo para se estabelecer e são menores e menos vigorosas que as plantas oriundas das estacas (ALVES,2006). 5.0. Solos Na escolha da área para o plantio de mandioca deverão ser consideradas as condições de clima e solo favoráveis ao cultivo. Com relação à topografia, deve-se buscar terrenos planos ou levemente ondulados, com uma declividade máxima de 5%. Deve-se também utilizar práticas conservacionistas do solo, evitando perdas acentuadas do solo e da água por erosão. Como o principal produto da mandioca são as raízes, ela necessita de solos profundos e friáveis (soltos), sendo ideais os solos arenosos ou de textura média, por possibilitarem um fácil crescimento das raízes, pela boa drenagem e pela facilidade de colheita. Os solos argilosos são indesejáveis por serem mais compactos que os de textura média, dificultam o crescimento das raízes e apresentam um maior risco de encharcamento, provocando o apodrecimento das raízes, além de que nestes solos verifica-se uma maior dificuldade na colheita, principalmente se ela coincide com a época seca. Os terrenos de baixada, com topografia plana e sujeitos a encharcamentos periódicos, são também inadequados para o cultivo da mandioca, por provocarem um pequeno desenvolvimento das plantas e o apodrecimento das raízes. É importante observar o solo em profundidade, pois a presença de uma camada compactada ou de impedimento imediatamente abaixo da camada arável pode limitar bastante o crescimento das raízes, além de prejudicar a drenagem e a aeração do solo (CONCEIÇÃO, 1981) A faixa favorável de pH é de 5,5 a 7, sendo 6,5 o ideal, embora a mandioca seja menos afetada pela acidez do solo do que outras culturas. A mandioca produz bem em solos de alta fertilidade, apesar de que rendimentos satisfatórios também são obtidos em solos degradados quimicamente com baixo teor de nutrientes, onde a maioria dos cultivos tropicais não produziria satisfatoriamente. Aumentos consideráveis de produção são conseguidos por meio8 da calagem e adubação das terras de baixa fertilidade. A aplicação de matéria orgânica (esterco de curral, torta de mamona e adubos verdes) tem grande influência na produção da mandioca (FUKUDA, & GUEVARA, 2005). 5.1. Preparação do solo Caso necessário, proceder à limpeza da área antes das operações. Preferencialmente ao efetuar deve-se evitar muita movimentação da camada superficial o que desestrutura o solo e remove a matéria orgânica tem que fazer-se o cultivo mínimo, que consiste em subsolagem e plantio direto. O preparo do solo convencional poderá ser feito por meio de aração e gradagem. Se necessário, fazer uma aração profunda e até duas gradagens, para facilitar o enraizamento da mandioca, (FILHO & SILVEIRA, 2012). 6.0. Clima Originária de região tropical, a mandioca encontra condições favoráveis para o seu desenvolvimento em todos os climas tropicais e subtropicais. É cultivada na faixa compreendida entre 30 graus de latitudes Norte e Sul, embora a concentração de plantio da mandioca esteja entre as latitudes 20oN e 20oS. Suporta altitudes que variam desde o nível do mar até cerca de 2.300 metros, admitindo-se que as regiões baixas ou com altitude de até 600 a 800 metros são as mais favoráveis, (FILHO & SILVEIRA, 2012). A faixa ideal de temperatura situa-se entre os limites de 20 a 27oC (média anual), podendo a planta crescer bem entre 16 e 38oC. As temperaturas baixas, em torno de 15oC retardam a brotação das gemas e diminuem ou mesmo paralisam sua atividade vegetativa, entrando em fase de repouso, (IDE). É também muito cultivada em regiões semi-áridas, com 500 a 700 mm de chuva por ano ou menos; nessas condições, é importante adequar a época de plantio, para que não ocorra deficiência de água nos primeiros cinco meses de cultivo (período de estabelecimento da cultura), o que prejudica a produção, (IDE). O período de luz ideal para a mandioca está em torno de 12 horas/dia. Dias com períodos de luz mais longos favorecem o crescimento de parte aérea e reduzem o desenvolvimento das raízes tuberosas, enquanto que os períodos diários de luz mais curtos promovem o crescimento das raízes tuberosas e reduzem o desenvolvimento dos ramos, (IDE). 9 7.0. Seleção e preparo das manivas Segundo (BEZERRA,1996) as manivas são partes dos caules ou ramos das plantas utilizadas para a multiplicação da lavoura no campo. É fundamental que as plantas que sejam usadas como semente estejam livres de ataque de pragas e doenças; daí há importância das plantas que forem usadas no plantio serem monitoradas e avaliadas antecipadamente. Outro fator importante é a verificação da maturação dos ramos, o que ocorre entre 10 a 14 meses de vida da planta. Ao se fazer a colecta dos ramos, deverão ser descartados o terço superior da planta, eliminando todos os ramos que tiverem diâmetro menor que 2 centímetros, e a parte inferior da planta que é muito lenhosa. Para se plantar um hectare, é necessário de 4 a 6 m³ de manivas. No preparo dos ramos para o plantio, é importante que o tamanho do tolete seja de 15 a 25 centímetros, contendo entre 5 a 8 gemas (IDE) Uma boa maniva deve ter diâmetro da medula igual ou menor que 50% do diâmetro total da maniva e isso é obtido utilizando-se os terços mediano e inferior das ramas (Figura 8), tamanho mínimo de 20 cm, 5 a 7 gemas, boa sanidade (livre de danos mecânicos, por insetos ou moléstias). Figura 3: Manivas ou estacas Fonte: (FILHO & SILVEIRA, 2012). 7.1. Conservação da maniva semente A falta de coincidência entre época de colheita e plantio torna necessária a conservação de hastes para o próximo plantio (BEZERRA, 1996). 10 As manivas podem ser conservadas por no máximo dois meses, da seguinte maneira: O local escolhido para armazenamento das hastes deve ser o mais próximo possível da área a ser plantada; Na colheita de hastes, as plantas são cortadas de 10 a 15cm da superfície do solo, e colocadas em feixes de 100 unidades. Corta-se a parte mais verde da haste ou seja, a ponta; Hastes longas conservam-se melhor que curtas, por isso recomenda-se hastes entre 50 e 80cm de comprimento Após serem colhidas, as manivas deverão ser armazenadas de 8 a 12 dias, para diminuir a umidade e evitar o apodrecimento ao se plantar. Os ramos deverão ser acondicionados na vertical e em local sombreado e ventilado; As hastes, cortadas do mesmo tamanho, devem ser enfeixadas e apoiadas em pé embaixo de árvores com bastante sombra, enterrando cerca de 10cm das estacas no solo; Depois de arrumadas, as estacas devem ser cobertas com palha seca; Por ocasião do plantio, os brotos e as pequenas raízes deverão ser retiradas, cortando- se 10cm em cada extremidade. 7.2.Tratamento das manivas durante a conservação Para evitar o problema de pragas e/ou doenças das hastes durante o período de conservação, sugere-se que as manivas sejam tratadas com uma mistura de fungicida e insecticida, imediatamente após o corte da planta e antes do armazenamento (BEZERRA, 1996). 7.3. Época de Plantio Segundo (CONCEIÇÃO, 1981) para melhor suprir as necessidades da planta é ideal plantar no começo da estação chuvosa. O plantio antecipado, desde que haja humidade suficiente para garantir a brotação da manivas, oferece as seguintes vantagens: Maior produtividade; Desnecessidade de conservação de ramas; Menores custos com tratos culturais (capinas); Controle da mosca-do-broto ou do ponteiro e; Melhor controlo da erosão. 11 7.4. Espaçamento e plantio O espaçamento no cultivo da mandioca depende da fertilidade do solo, do porte da variedade, do objetivo da produção (raízes ou ramas), dos tratos culturais e do tipo de colheita (manual ou mecanizada). De maneira geral, recomenda-se os espaçamentos de 1,00 x 0,50 m e 1,00 x 0,60 m, em fileiras simples, e 2,00 x 0,60 x 0,60 m, em fileiras duplas. Em solos mais férteis deve-se aumentar a distância entre fileiras simples para 1,20 m. Em plantios destinados para a produção de ramas para ração animal recomenda-se um espaçamento mais estreito, com 0,80 m entre linhas e 0,50 m entre plantas. Quando a colheita for mecanizada, a distância entre as linhas deve ser de 1,20 m, para facilitar o movimento da máquina colhedeira. Se o mandiocal for capinado com equipamento mecanizado, deve-se adotar espaçamento mais largo entre as linhas, para facilitar a circulação das máquinas; nesse caso, a distância entre fileiras duplas deve ser de 2,00 m, no caso do uso de tratores pequenos, ou de 3,00 m, para uso de tratores maiores (BEZERRA,1996). O espaçamento em fileiras duplas oferece as seguintes vantagens: Aumenta a produtividade; Facilita a mecanização; Facilita a consorciação; Reduz o consumo de manivas e de adubos; Permite a rotação de culturas na mesma área, pela alternância das fileiras; Reduz a pressão de cultivo sobre o solo e; Facilita a inspeção fitossanitária e a aplicação de defensivos. Quanto ao plantio da mandioca, geralmente, é uma operação manual, sendo em solos não sujeitos a encharcamento pode ser feito em covas preparadas com enxada ou em sulcos construídos com enxada, sulcador a tração animal ou motomecanizados. Tanto as covas como os sulcos devem ter aproximadamente 10 cm de profundidade (BEZERRA,1996). Quando em grandes áreas, para fins industriais, utiliza-se plantadoras mecanizadas disponíveis no mercado que fazem de uma só vez as operações de sulcamento, adubação, corte das manivas, plantio e cobertura das manivas. Nesse caso, há plantadoras com duas linhas de plantio, com capacidade para plantar até 5 hectare/dia e mais recentemente surgiu as de quatro linhas, com o dobro da capacidade de plantio da anterior, porém, com necessidade de tratores com alta potência para sua operação (BEZERRA,1996). Em solos muito argilosos ou com problemas de drenagem, recomenda-se plantar em cova altaou matumbo, que são pequenas elevações de terra, de forma cônica, construídas com enxada, 12 ou em leirões ou camalhões, que são elevações contínuas de terra, que podem ser construídos com enxada ou arados ou taipadeiras. 7.4.1. Técnicas de plantio Segundo (MATE, 2002) há três maneiras de se plantar as manivas: Horizontal: é a forma mais utilizada, pois facilita tanto o plantio como a colheita. As manivas são colocadas ao longo dos sulcos e depois recobertas com terra fofa. Figura 4: Maniva na posição horizontal Fonte: (https://sementesraras.com/manuais-de-germinacao/256-como-plantar-ramas-de-mandioca.html acessado no dia 16 de maio pelas 11 horas Vertical: colocam-se as manivas enterradas verticalmente em cerca de 2/3 de seu comprimento. As raízes se formam na extremidade inferior aprofundando-se mais na terra dificultando a colheita. Figura 5: Manivas enterradas verticalmente Fonte: (MATE, 2002). Inclinada: As ramas são colocadas de maneira a formar um ângulo de 45º em relação ao solo. As raízes que se formarão na extremidade inferior tendem a seguir a mesma inclinação, tornando mais difícil a colheita. https://sementesraras.com/manuais-de-germinacao/256-como-plantar-ramas-de-mandioca.html 13 As três formas de plantio podem ser igualmente utilizadas em cultivo de espaços pequenos, onde se fazem covas. As posições inclinadas e verticais têm-se mostrado vantajosas em termos de rendimento, mas, em contra partida, exigem maior quantidade de ramas e dispêndios na colheira devido ao aprofundamento maior das raízes. 8.0. Necessidade Hídrica A faixa mais adequada de chuva é entre 1.000 a 1.500 mm/ano, bem distribuídos. A deficiência de água após os primeiros cinco meses de cultivo, quando as plantas já formaram suas raízes de reserva, não causa maiores reduções na produção. No entanto, é extremamente necessário que se tenha uma boa humidade do solo principalmente nos primeiros 15 dias, para o brotamento das manivas e é importante que os solos sejam bem drenados, pois o encharcamento favorece a podridão de raízes (FILHO & SILVEIRA, 2012). 8.1. Calagem e adubação Apesar de adaptada a solos de baixa fertilidade, a mandioca somente atinge seu potencial máximo de produção com adubação adequada. A pesquisa revelou que, dentre os macronutrientes, o fósforo permite resposta mais acentuada em termos de produtividade. Quanto às adubações nitrogenadas e potássica, tem ocorrido respostas com menor intensidade e frequência. O uso de solos com características físicas e químicas limitantes tem contribuído para o baixo rendimento. Os solos devem ser escolhidos, preparados, corrigidos e adubados conforme preferência/exigência da cultura. Há evidência que a mandioca tolera as condições de acidez do solo (FILHO & SILVEIRA, 2012). 9.0. Fases do Crescimento e Desenvolvimento da Mandioca A planta da mandioca apresenta seis fases fisiológicas principais no seu primeiro ciclo vegetativo, sendo as quatro primeiras delas de intensa atividade metabólica, enquanto que a fase final, de baixa atividade, é denominada fase de repouso CONCEIÇÃO, 1981). As fases do 1º ciclo são: A brotação das manivas; A formação do sistema radicular; O desenvolvimento das hastes e das folhas; O engrossamento das raízes de reserva ou tuberização e; Florescimento e produção de sementes 14 A fase de repouso. Fase 1: Brotação das estacas: aparecimento de raízes na região dos nós e na extremidade basal das estacas, a partir do quinto dia após o plantio. Os primeiros talos surgem logo após, seguidos por pequenas folhas (10-12 dias após o plantio). A fase completa-se 15 dias após o plantio. Durante a primeira semana após o plantio da estaca, ela perde peso seco devido à intensa respiração, mobilização e utilização de suas reservas. Durante a segunda semana se inicia a germinação e alongamento das gemas axilares e se forma um calo na superfície do corte do extremo inferior da estava. Na terceira semana se inicia o desenvolvimento das raízes que brotam tanto do calo formado como dos internódios e das gemas (IDE). Figura 6: Início da brotação da maniva de mandioca. A) Vista lateral e B) Vista frontal, mostrando o desenvolvimento de brotos e de raízes adventícias. Fonte: (FILHO & SILVEIRA, 2012). Fase 2: A formação do sistema radicular: As folhas verdadeiras são expandidas após 30 dias após a plantação, quando ocorre o início do processo fotossintético (até então a maniva supria). Prossegue a formação de novas raízes absorventes, com maior capacidade de penetração no solo (40 a 50 cm). A fase dura de 70 a 80 dias. Grande parte das reservas das estacas é mobilizada para a formação dos ramos e folhas. Ao contrário, o crescimento do sistema radicular é lento (IDE). 15 Figura 7: Vista frontal e vista lateral do inicio da formação do sistema radicular. Fonte: (FILHO & SILVEIRA, 2012). Fase 3: Desenvolvimento da parte aérea, ramificação e definição do porte da cultivar. As folhas alcançam a expansão máxima após 2 semanas do início do seu desenvolvimento e duram na planta cerca de 60 a 120 dias. As folhas novas totalmente expandidas vão se tornando maiores até os quatro meses de idade da planta e menores, a partir dessa idade. Essa fase tem a duração aproximada de 90 dias. Quanto ao crescimento das hastes e das folhas, a mandioca caracteriza-se por apresentar um padrão sazonal, sofrendo influência do desenvolvimento vegetativo durante o ciclo cultural, bem como sendo afetada pelas condições climáticas tendo, particularmente, a produção de ramas como porção mais afetada por períodos frios e secos. Figura 8: Desenvolvimento da parte aérea e ramificação. Fonte: (FILHO & SILVEIRA, 2012). 16 Fase 4: Engrossamento das raízes de reserva: intensifica-se a translocação de carboidratos das folhas para as raízes, onde se acumulam sob a forma de amido, 2 a 3 meses após o plantio, a planta inicia o processo de tuberização (dependendo da cultivar). Nesta fase há redução no crescimento da parte aérea e intensificação do acúmulo de matéria seca nas raízes as raízes de reserva começam a representar uma parcela considerável da massa total da planta. Dura em média 5 meses e coincide também com o processo de lignificação dos ramos da planta. LORENZI & DIAS (1993), afirmam que o processo de tuberização das raízes de mandioca inicia-se por volta dos três meses de idade das plantas, época em que começa a haver um balanço positivo de carboidratos produzidos mediante processo de fotossíntese, sendo o excesso translocado para as raízes de reserva. Figura 9: Engrossamento das raízes de reserva da mandioca, pela translocação expressiva de carboidratos da parte aérea. Fonte: (FILHO & SILVEIRA, 2012). Fase 5: Florescimento e produção de sementes: florescimento da mandioca é influenciado pelo genótipo, umidade e fertilidade do solo, fotoperíodo e temperatura do ar. O desenvolvimento da inflorescência não interfere no rendimento de raízes. 17 Figura 10: A) Inflorescência e frutos verdes e B) Fruto maduro aberto e sementes de mandioca. Fonte: (FILHO & SILVEIRA, 2012). Fase 6: Fase de repouso ou dormência: a taxa de emissão foliar começa a diminuir e a taxa de queda de folhas por senescência aumenta, reduzindo a área foliar total (oscilação de temperatura ou seca durante o ano acentuam a característica). Com essa fase a planta completa um ciclo de 9 a 12 meses, após o qual começa um novo período de atividade vegetativa, acumulação de matéria seca nas raízes e um novo repouso. CONCEIÇÃO (1981) e JESUS et al., (1986), afirmaram que o processo de queda das folhas na planta poderia ser um indicativo da máxima quantidade e qualidade das raízes tuberosas no primeiro ciclo vegetativo. Figura 11: Planta de mandioca em dormência ou repouso. Fonte: (FILHO & SILVEIRA, 2012). 18 Uma vez terminado o primeiro ciclovegetativo, o qual culmina com a fase de repouso da planta, dá-se início a um novo ciclo (Rebrote para o segundo ciclo de desenvolvimento, (FILHO & SILVEIRA, 2012). Neste segundo ciclo de crescimento, a planta passa por três fases principais, que são: A formação de novas hastes e de novas folhas; O acúmulo de material de reserva e; O repouso. À medida que as plantas entram novamente em brotação, utilizam-se das reservas de carboidratos existentes nas hastes e, principalmente, nas raízes tuberosas. Neste período, normalmente é relatado um decréscimo dos teores de amido das raízes tuberosas, (IDE). Segundo (MATTOS & ALMEIDA, 2001), se a raízes não forem colhidas até o fim do primeiro ciclo vegetativo, o início do período de elevação dos índices pluviais proporciona condições favoráveis à emissão de novas brotações, as quais consomem energia da reserva total de amido. 10.0. Colheita da Mandioca Entretanto, normalmente, a colheita é realizada após um ou dois ciclos. As épocas mais indicadas para colher a mandioca são aquelas em que as plantas encontram-se em período de repouso, ou seja, quando pelas condições de clima e do ciclo elas diminuíram o número e o tamanho das folhas e dos lobos foliares e atingiram o máximo de produção de raízes com elevado teor de amido. A colheita é variável em cada região e dependerá das condições climáticas e das variedades cultivadas. Para colheita das raízes para mesa, o ciclo médio é 8 a 14 meses, e para mandioca para indústria, o período é de 16 a 24 meses (MATTOS & ALMEIDA, 2001) O processo de colheita poderá ser mecanizado com a utilização de implementos específicos, para o corte dos ramos e afrouxamento das raízes, e de forma manual, quando a parte aérea é cortada. Com auxílio de enxada, a planta é retirada do solo e as raízes destacadas da touceira (FILHO & SILVEIRA, 2012). 11.0. Pragas e principais Doenças da Mandioca Mandarová é uma das pragas de maior importância. A lagarta pode causar severo desfolhamento, podendo reduzir rendimento da cultura e até ocasionar morte das plantas (FILHO & SILVEIRA, 2012). 19 Ácaros são pragas que atacam a mandioca em grande número na face inferior das folhas, durante a estação seca do ano. Alimentam-se penetrando o estilete no tecido foliar e sugando o conteúdo celular. Os sintomas típicos do dano são manchas cloróticas, pontuações e bronzeamento no limbo, morte das gemas, deformações e queda das folhas (IDE) Outras pragas também atacam a cultura da mandioca, como: percevejo- de-renda, mosca- branca, mosca-do-broto, broca-do-caule, cupins e formiga. Bacteriose é a doença mais expressiva da cultura, podendo causar redução na produção (IDE) Sintomas: Manchas angulares, de aparência aquosa, nos folíolos, murcha das folhas e pecíolos, morte descendente e exsudação de goma nas hastes, além de necrose dos feixes vasculares e morte da planta. Períodos chuvosos e de temperaturas amenas são condições favoráveis à disseminação da doença. Antracnose é uma enfermidade que aparece após chuvas prolongadas. Podridão-das-raízes é causada por inúmeros patógenos, em sua maioria sobreviventes no solo e em restos culturais (IDE). 11.1. Controle Utilizar práticas culturais adequadas, bom preparo do solo, controle de plantas invasoras, rotação e consorciação de culturas, inspeções periódicas das lavouras. Caso seja necessário controlo químico, utilizar produtos registrados e cadastrados para a cultura. Seguir rigorosamente as instruções do fabricante, quanto às dosagens, ao modo de aplicação e aos cuidados com o aplicador e o meio ambiente (FILHO & SILVEIRA, 2012). Seleção de ramas sadias, uso de variedades tolerantes, inspeções periódicas nas lavouras, eliminação de plantas afectadas, rotação de cultura, eliminação dos restos culturais e preparo adequado de solo (IDE) 12.0. Rotação de culturas Um dos princípios básicos da racionalização da agricultura é o planejamento da exploração agrícola segundo uma alternância de cultivos. Não é recomendável repetir o plantio da mandioca na mesma machamba em que ela tenha sido cultivada no ano anterior, mas, sim, deve-se plantá-la após outra cultura, como milho, algodão, arroz, soja ou leguminosas plantadas como adubo verde, visto que a mandioca é uma planta esgotante. Para isso, será 20 traçado um programa que se adapte às condições do campo e às possibilidades do mercado. Uma das principais vantagens do plantio em rotação de culturas é possibilitar melhor controlo das moléstias e pragas não comuns às plantações que se sucedem, (CONCEIÇÃO, 1981). 13.0. Produção e rendimento da Mandioca A produção da mandioca a nível mundial é de 171.517.343 toneladas. Dentre os continentes, a África contribui com 53,32%, sendo o maior produtor mundial, seguido pela Ásia com 28,08%, Américas com 18,49% e por último a Oceânia com 0,11%. Quanto ao rendimento, destacam-se a Ásia (14,37 toneladas/hectares) e as Américas (12,22 ton/ha), seguida pela Oceânia (11,57 ton/ha) e África (8,46 toneladas/hectares), (INE, 2014). A mandioca constitui parte fundamental da alimentação de mais 500 milhões de pessoas no mundo, sendo também matéria-prima para uma serie de produtos, sejam eles minimamente processados ate quimicamente modificados. No ano de 2007 a produção mundial da mandioca atingiu um total aproximado de 228,14 milhões de toneladas em 18 milhões de hectares. Ao redor de 51,7% desta produção ocorreu no continente Africano, América do sul com 16%, Asia com 31,5 %, (INE, 2014). O rendimento médio mundial de raízes frescas é de 10 ton / ha. Há muita variação entre os países, os rendimentos são mais elevados com média de 13 ton/ha na Ásia do que em outros continentes. O rendimento anual de raízes de reserva para a maior parte dos genótipos varia de 30-40 ton / ha, e em condições ideais pode atingir 50 ton/há. O rendimento potencial da maior parte dos genótipos é de 71 ton/ha. De acordo com mesmo autores, o rendimento de raízes de mandioca depende muito do clima, a fertilidade do solo e dos insumos, porém a mandioca é frequentemente cultivada em solos não férteis e sem insumos, fazendo que os rendimentos óptimos sejam raramente alcançados tonel (ITTA, 1990). 14.0. Processamento de mandioca A mandioca na sua forma pode ser direcionada para a alimentação humana como pré-cozida, congelada pronta para fritar, farinhas cruas ou torradas, polvilhos doce ou azedo, farofas, fécula, e raspa prontas para consumo ou ainda como aditivo na fabricação de bebidas alcoólicas, embutidos, chocolates, balas, bolachas, sopas, sobremesas, sagu e pão. Pode ser direcionada para alimentação animal na forma de raspas e resíduos da própria indústria (SOUZA, et al. 2005). 21 Segundo (ZACARIAS-SILVA et al. 2010), em Moçambique, as folhas de mandioca são utilizadas para a alimentação humana e animal como uma fonte excelente de proteínas, minerais e vitaminas. As raízes consumem-se de forma fresca ou seca, em forma de farinha no norte e como rale no sul. Farinha: a farinha é, provavelmente, a forma mais comum de aproveitamento industrial da mandioca e um dos alimentos de maior consumo no país. Existe uma grande diversidade entre os tipos de farinha. Ela sofre diferentes processos de produção e pode ser comercializada crua, torrada, temperada, fina, grossa. Polvilho azedo: o polvilho azedo é um derivado da fécula da mandioca e possui propriedade de expansão, que permite seu uso na fabricação de biscoito de polvilho. Raspas: raspas de mandioca são fatias desidratadas que aumentam a vida útil das raízes. Nessa forma elas podem ser armazenas e usadas no período de entressafra. Em países em via de desenvolvimento, o processamento da mandioca ao nível do produtor é frequente, independentemente do contexto socio-ecónomico e cultural. São várias razões que explicam este fenómeno. Em primeiro lugar, a ralagem, fermentação ou secagem das raízesé necessária para reduzir elevados níveis de toxidade das variedades amargas (ZACARIAS- SILVA, 2010). Segundo (MATTOS & ALMEIDA, 2001) o processamento se resume nas seguintes etapas: Recepção: A mandioca deve ser colhida no mesmo dia do processamento ou no dia anterior e armazenada durante a noite. As raízes recebidas do campo, em caixas plásticas ou em sacos de aniagem, devem ser mantidas em local arejado até o momento do processamento. Seleção: As raízes devem ser selecionadas com base no formato e no tamanho uniforme. Corte e descascamento: O corte e o descascamento devem ser realizados manualmente com faca de aço inox. As pontas das raízes devem ser descartadas e a parte mediana cortada em cilindros de aproximadamente 6 cm de comprimento, os quais devem ser descascados, com remoção da entrecasca, e divididos ao meio Lavagem: a mandioca deve ser mergulhada em água para soltar a sujidade e depois escovada para remover a matéria orgânica aderida. Depois destes processos a mandioca pode ser usados para o consumo humano, e levados a indústria. 22 14.1. Secagem da Mandioca A secagem é uma operação delicada, pois dela dependem o sabor, a cor, além dos cuidados inerentes ao acondicionamento e armazenamento. Existem quatro tipos de fornos mecanizados para se realizar a secagem. O primeiro e mais comum é o forno tipo baiano, que é tachos semi-esféricos dotados de um agitador central de pás; o segundo do tipo paulista dotado de chapa plana circular com espalhamento da massa esfarelada por meio de uma peneira vibratória e uma escova para retirar a farinha seca; A secagem ao sol é muito utilizada por pequenos e médios agricultores que não possuem acesso à infra-estrutura de secagem industrial. As mandiocas recém-colhidas são geralmente espalhados sobre uma superfície cimentada, asfaltada ou sobre lonas, e constantemente revolvidos para facilitar a troca de humidade dos pedaços com o ambiente. Quando o teor de humidade dam mandioca começa a baixar, eles devem ser amontoados à noite, para evitar a reabsorção da humidade (D’ANDREA AGRO TRENDS, 2007). Figura 13: Lavagem mecanizada da mandioca Fonte: (https://www.ecycle.com.br/3973-mandioca acessado no dia 16 de maio de 2020, pelas 9 horas e 47 minutos). 15.0. A importância da cultura da mandioca A mandioca constitui um dos principais alimentos energéticos para cerca de 500 milhões de pessoas, sobretudo nos países em desenvolvimento, onde é cultivada em pequenas áreas com baixo nível tecnológico. É uma cultura muito importante para a segurança alimentar de milhões de pessoas na África Sub-sahariana e Madagáscar (ITTA 2009). A cultura da mandioca é de importância fundamental na mesa, além de muito utilizada na indústria e na alimentação animal. Esse alimento que se trata de uma raiz tuberosa, também 23 contém propriedades que oferecem serotonina ao organismo, substância responsável pela sensação de bem estar ao cérebro (IDE). 15.1. Benefício da Mandioca para saúde Graças a suas fontes de carboidratos, amido, vitaminais, ferro, potássio e sais minerais, se torna um alimento fundamental para a saúde, tendo um alto valor energético; A mandioca cozida contém cálcio, magnésio, fósforo, potássio e vitamina C. Conhecida como aipim ou macaxeira, o alimento faz bem para o coração, é fonte de energia, melhora a digestão e o humor. A principal recomendação é jamais consumi-la crua, pois pode gerar intoxicação. Ajuda a controlar os impulsos nervosos e manter os ossos saudáveis; É fonte de fibras vegetais, que colaboram para o funcionamento do intestino; Não contém glúten, podendo ser consumida por pessoas que sofram de doenças celíacas (intolerância ao glúten); Além de suas propriedades nutricionais, a mandioca também pode ser usada para tratamentos externos de deartrite, abscessos e edemas; É um ótimo alimento para pessoas que estejam sofrendo de depressão, pois a mandioca produz serotonina, substância responsável pela sensação de bem-estar. 24 16.0. Conclusão Ao término do trabalho é de salientar que a planta da mandioca apresenta seis fases fisiológicas principais no seu primeiro ciclo vegetativo, sendo as delas, de intensa atividade metabólica, enquanto que a fase final, de baixa atividade, é denominada fase de repouso e para melhor suprir as necessidades da planta é ideal plantar no começo da estação chuvosa, desde que haja humidade suficiente para garantir a brotação da manivas. É fundamental que as plantas que sejam usadas como semente estejam livres de ataque de pragas e doenças; daí há importância das plantas que forem usadas no plantio serem monitoradas e avaliadas antecipadamente. As épocas mais indicadas para colheita da mandioca são aquelas em que as plantas encontram-se em período de repouso, ou seja, quando pelas condições de clima e do ciclo elas diminuíram o número e o tamanho das folhas e dos lobos foliares e atingiram o máximo de produção de raízes com elevado teor de amido. A cultura da mandioca é de importância fundamental na mesa, além de muito utilizada na indústria e na alimentação animal. 25 17.0. Referências Bibliográficas BEZERRA, V.S. Maniva-Semente: seleção, conservação e utilização. 2ª Edição, Macapá: embrapa-cpaf-Amapá, 1996. BEZERRA, V.S. Mandioca: como selecionar, utilizar e conservar maniva semente. São Paulo, 1996. PEREIRA, S. C; & CARVALHO, D. A. de . Botânica da mandioca (Manihot esculenta, Crantz). Informe Agropecuário, São Paulo, v. 5, n.59/60, p. 31-36, 1979 CONCEIÇÃO, A. J. A mandioca. São Paulo: Nobel, 1981. D’ANDREA AGRO TRENDS. Mandioca: conjunto para farinha torrada de mandioca. <http://www.agrotrends.com.br/português/portugues.htm>. Acessado em: 18 maio. 2007 FUKUDA, W. M. & GUEVARA, C. L. Descritores morfológicos e agronômicos para caracterização de mandioca. Cruz das Almas: Empresa, 2003. FILHO, Waldyr Pascoal e SILVEIRA, Soares Ribeiro. Cultura Da Mandioca (Manihot esculenta) 2ª edição- São Paulo, 2012. HOSTALÁCIO, S; & CORRÊA, H. Aspectos da fisiologia em mandioca. Informe Agropecuário, São Paulo, 1979. INE. Dados de produção mandioca. Maputo, Moçambique, 2014. ITTA. A Mandioca na África Tropical, um manual de referência. Nigéria. 1990. MATE, J. Plantio de mandioca (Manihot esculenta) em diferentes posições no sulco com preparo convencional e plantio directo. 1 a edição, São Paulo, 2002. MATTOS, P. L. P. & ALMEIDA, P. A. de. Colheita da mandioca e processamento da mandioca, Cruz das Almas, 2001. ROGERS, D. J. & APPAN, S. G. Manihot and Manihotoides (Euphorbiacere), v. 13, Nova Iorque, 1973. SOUZA, L. da S. S. [et al.]. Processamento e Utilização da Mandioca. Cruz das Almas, 2005. 26 ZACARIAS-SILVA, A.; & CUAMBE, C. e Mutaca, A Manual de referência para Produção de Mandioca em Moçambique. Ministério da agricultura IIAM. Maputo, 2010. Fonte: (https://sementesraras.com/manuais-de-germinacao/256-como-plantar-ramas-de- mandioca.html acessado no dia 16 de maio pelas 11 horas). Fonte: (https://www.ecycle.com.br/3973-mandioca acessado no dia 16 de maio de 2020, pelas 9 horas e 47 minutos). https://sementesraras.com/manuais-de-germinacao/256-como-plantar-ramas-de-mandioca.html https://sementesraras.com/manuais-de-germinacao/256-como-plantar-ramas-de-mandioca.html
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