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ESCOLA SUPERIOR DE DESENVOLVIMENTO RURAL DEPARTAMENTO DE SOCIOLOGIA RURAL Curso de Licenciatura em Comunicação e Extensão Rural Cereais e leguminosas (anuais e perenes) Discentes: Docente: Belarcia António eng. Graciano Matsinhe Dulcídia Max Jaime Matimele Laércia Cerveja Perreira Macanja Ribeiro Vasco Nhambi Vilankulo, Março de 2019 Índice Conteúdo Paginas I. INTRODUÇÃO ....................................................................................................................... 1 1.1. Objectivo .............................................................................................................................. 2 1.1.1. Geral ................................................................................................................................. 2 1.1.2. Especifico ......................................................................................................................... 2 1.2. Metodologia ......................................................................................................................... 2 II. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA ............................................................................................ 3 2.1. Cereal ................................................................................................................................... 3 2.1.1. Cereais anuais ................................................................................................................... 3 1) Cultura de Sorgo - Mapira (Sorghum bicolor L. Mooench) .................................................... 3 2) Cultura de trigo (Triticum, L.) ................................................................................................. 9 2.1.2. Cereais perenes ............................................................................................................... 13 1) Capim Elefante (Purpureum Schum) ..................................................................................... 14 2) Cana-de-açúcar (Saccharumrobustum) ................................................................................. 18 2.2. Leguminosas ...................................................................................................................... 23 2.2.1. Leguminosas anuais ....................................................................................................... 24 1) Cultivo de soja (Glycinemax L.) ............................................................................................ 24 2) Cultura de amendoim (Arachis hypogaea L.) ........................................................................ 28 2.2.2. Leguminosas perenes ..................................................................................................... 35 1) Cultivo de Amendoim Forrageiro (Arachispintoi) ................................................................ 35 2) Guandu (Cajanus cajan) ........................................................................................................ 39 III. CONCLUSÃO ................................................................................................................... 44 IV. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS............................................................................... 45 Estudo de cereais e leguminosas (anuais e perenes) UEM-ESUDER 1 I. INTRODUÇÃO Os desafios do sector agrícola em Moçambique são: aumento da produção e Produtividade; uso de tecnologias melhoradas, dissemghinação e adopção das mesmas; prevenção das calamidades naturais nomeadamente: a seca e as inundações; escoamento de produtos agrícolas das zonas de maior produção para as deficitárias (devidos ás más condições de transitabilidade das vias em muitas zonas do País); acesso ao mercado de insumos e transformação da agricultura de subsistência em agricultura virada para o mercado (CAICC, 2006). Cereais são as plantas cultivadas por seus frutos (do tipo cariopse) comestíveis, normalmente chamados grãos e são na maior parte gramíneas, compondo uma família com mais de 6 mil espécies. Os cereais são produzidos em todo mundo em maiores quantidades do que qualquer outro tipo de produto e são os que mais fornecem calorias ao ser humano. Em alguns países em desenvolvimento, os cereais constituem praticamente a dieta inteira da população (BESPALHOK, 2014). Cada espécie de cereais apresenta características próprias e muitas vezes distintas, porém o seu cultivo é muito semelhante. Todos são plantas anuais, isto é, produzem apenas uma vez no seu ciclo de vida de um ano. O trigo, o centeio, a aveia, a cevada, entre outros cereais, são considerados plantas de clima frio, que crescem bem em clima moderado mas param o seu desenvolvimento em períodos de clima mais quente, cerca de 30ºC a depender da espécie, o contrário se aplica a cereais que se enquadram como plantas de clima quente como o milho, o milheto e o sorgo cultivados em planícies baixas tropicais ao longo de todo o ano, além de regiões de clima temperado (JORGE, 2004). As leguminosas constituem um grupo de alimentos homogéneo formado pelos frutos secos das leguminosas, sendo deiscentes, desenvolvidos a partir do gineceu, de um só carpelo e que se abrem tanto pela sutura ventral quanto pela dorsal, em duas partes e com as sementes em uma fileira ventral. Estas vagens geralmente são rectas e carnudas. Normalmente possuem uma massa interior esponjosa, aveludada e de cor branca. Sua parte interna corresponde ao mesocarpo e ao endocarpo do fruto. https://pt.wikipedia.org/wiki/Planta https://pt.wikipedia.org/wiki/Agricultura https://pt.wikipedia.org/wiki/Fruto https://pt.wikipedia.org/wiki/Cariopse https://pt.wikipedia.org/wiki/Poaceae https://pt.wikipedia.org/wiki/Caloria https://pt.wikipedia.org/wiki/Ser_humano https://pt.wikipedia.org/wiki/Dieta_(nutri%C3%A7%C3%A3o) https://pt.wikipedia.org/wiki/Planta_anual https://pt.wikipedia.org/wiki/Trigo https://pt.wikipedia.org/wiki/Centeio https://pt.wikipedia.org/wiki/Aveia https://pt.wikipedia.org/wiki/Cevada https://pt.wikipedia.org/wiki/Milho https://pt.wikipedia.org/wiki/Milheto https://pt.wikipedia.org/wiki/Sorgo Estudo de cereais e leguminosas (anuais e perenes) UEM-ESUDER 2 1.1. Objectivo 1.1.1. Geral Estudar cereais e leguminosas (anuais e perenes). 1.1.2. Especifico Descrever cereais e leguminosas (anuais e perenes); Identificar a classificação taxonómica dos cereais e leguminosas (anuais e perenes); Descrever as condições edafo-climáticas dos cereais e leguminosas (anuais e perenes); Identificar características morfológicas de cereais e leguminosas (anuais e perenes); Estudar diversas técnicas de cultivo de cereais e leguminosas (anuais e perenes). 1.2. Metodologia Com base nos objectivos que se pretendem alcançar, usou-se o método qualitativo. Para obtenção de dados usou-se: a pesquisa bibliográfica e a discussão pelos membros do grupo, visto que: a) Pesquisa Bibliográfica - Para a discussão de conceitos - chave, que atribuem o cunho da cientificidade do trabalho, foi exequível recorrer ao método bibliográfico, pois o mesmo possibilitou a obtenção dos instrumentos e obras de referência que permitiram a sistematização teórica da pesquisa e ter noções básicas de alguns conceitos ligados ao tema. Segundo GIL (2008), este método procura dar explicações do assunto abordado, a partir de referências teóricas publicadas em documentos, com objectivo de traçar as linhas gerais do trabalho. b) Discussão pelos membros do grupo - Este método consistui na discussão pelos membros do grupo com objectivo de filtrar a informaçãoou melhor, seleção da melhor informação para se colocar no trabalho. Estudo de cereais e leguminosas (anuais e perenes) UEM-ESUDER 3 II. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA 2.1. Cereal Cereais são as plantas cultivadas por seus frutos (do tipo cariopse) comestíveis, normalmente chamados grãos e são na maior parte gramíneas, compondo uma família com mais de 6 mil espécies. Os cereais são produzidos em todo mundo em maiores quantidades do que qualquer outro tipo de produto e são os que mais fornecem calorias ao ser humano. Em alguns países em desenvolvimento, os cereais constituem praticamente a dieta inteira da população (BESPALHOK et al., 2009). Muitos cereais também são usados como fonte de alimentação para os animais criados pelo homem. A soja, por exemplo, é muito usada para a alimentação de porcos. Enquanto o milho é mais usado para alimentar as galinhas. Os cereais foram à base da alimentação de muitos povos da antiguidade. Eles começaram a ser cultivados nas primeiras vilas agrícolas, a partir do oitavo milênio antes de Cristo (JORGE, 2004). 2.1.1. Cereais anuais Cereais anuais conhecidos como culturas de ciclo curto, são aquelas que finalizam seu ciclo produtivo em um ano ou em menos tempo. 1) Cultura de Sorgo - Mapira (Sorghum bicolor L. Mooench) A. Origem da cultura do sorgo O sorgo é uma planta que tem origem na África e em parte da Ásia. Embora seja uma cultura muito antiga, seu desenvolvimento se deu, em várias regiões do mundo, somente no final do século XIX. No Brasil, sua expansão se iniciou na década de 70, principalmente no Rio Grande do Sul, em São Paulo, na Bahia e no Paraná. Sorgo é o quinto cereal mais produzido no mundo, antecedido pelo trigo, arroz, milho e a cevada. Em Moçambique constitui um dos alimentos básicos da população (LIMA, J. & EVANGELISTA, 2001). B. Classificação taxonómica da cultura do sorgo Segundo VIANNA (1994), o sorgo apresenta a seguinte taxonomia: Reino: Plantae https://pt.wikipedia.org/wiki/Planta https://pt.wikipedia.org/wiki/Agricultura https://pt.wikipedia.org/wiki/Fruto https://pt.wikipedia.org/wiki/Cariopse https://pt.wikipedia.org/wiki/Poaceae https://pt.wikipedia.org/wiki/Caloria https://pt.wikipedia.org/wiki/Ser_humano https://pt.wikipedia.org/wiki/Dieta_(nutri%C3%A7%C3%A3o) Estudo de cereais e leguminosas (anuais e perenes) UEM-ESUDER 4 Ordem: Poales Família: Poaceae Género: Sorghum Espécie: S. bicolor Nome binominal: Sorghum bicolor L. Mooench C. Caracterização morfológica da cultura do sorgo O sorgo (Sorghum bicolor L. Mooench) chega a atingir a altura de 2 metros, onde produz na extremidade superior uma panícula (cacho) aberta de grãos. Após a colheita, como o resto da planta ainda se encontra verde e ainda pode ser usada para o feno ou pastejo (VIANNA, 1994). D. Condições edafo-climáticas da cultura do sorgo a) Temperatura O sorgo é considerado uma planta tolerante a altas temperaturas e à seca, mas, havendo deficit hídrico, a sua taxa de crescimento diminui. O sistema radicular é profundo e ramificado, o que aumenta a eficiência na extracção de água da solução de solo. As folhas possuem um bom sistema de transpiração que evita a perda de água. Necessita de temperaturas médias diárias acima de 18º C na fase de florescimento, e as melhores condições térmicas situam-se entre 26 e 30º C. A temperatura média anual de 18º C é considerada o limite inferior para o cultivo do sorgo (VIANNA, 1994). b) Precipitação Durante o ciclo da planta, a quantidade de água exigida varia de 450 a 500 mm. Existem dois períodos críticos quanto à disponibilidade de água no solo. O primeiro ocorre imediatamente à realização do plantio e vai até 20 a 25 dias após a germinação. O segundo período ocorre durante a fase de floração (VIANNA, 1994). Ao planejar o plantio, deve-se procurar o momento em que, historicamente, o período de temperaturas mais altas e de maior intensidade de chuva coincida com o enchimento dos grãos, fase de maior exigência da planta. c) Solos O solo para a cultura de sorgo deve ter boa porosidade, para facilitar o desenvolvimento das raízes e a infiltração da água. A rotação de culturas é uma prática que deve ser adoptada como forma de Estudo de cereais e leguminosas (anuais e perenes) UEM-ESUDER 5 manejo do solo, visando manter e ou melhorar as características do terreno e obter produtividades maiores (VIANNA, 1994). E. Técnicas de cultivo da cultura do sorgo a) Lavoura As finalidades do preparo de solo são facilitar a germinação e contribuir para o bom desenvolvimento das raízes, bem como promover a infiltração de água no solo (VIANNA, 1994). b) Sistema de cultivo convencional: Normalmente são realizadas uma aração e duas gradagens, sendo a primeira logo após a aração e a segunda para nivelamento da área nas vésperas do plantio. Essas operações podem ser feitas para incorporação do calcário, quando necessário (LIMA, J. & EVANGELISTA, 2001). c) Sistema de plantio directo: No plantio directo não há o revolvimento do solo. O preparo é feito com a dissecação das gramíneas, com o uso de herbicida e ou outro mecanismo, com o objectivo de manter uma palhada, que funciona como cobertura morta do solo, para protegê-lo dos raios solares, facilitando a infiltração da água e outros benefícios (LIMA, J. & EVANGELISTA, 2001). F. Sementeira Segundo VIANNA (1994), quanto à sementeira para a cultura de sorgo deve se seguir os seguintes passos: A norma de plantação - o número de plantas para o canteiro, calculado de modo a dar a cada planta espaço suficiente e uniforme para o seu desenvolvimento e maturação; A distribuição no campo/compasso - a distância entre as linhas e a das plantas nelas, baseando-se nas recomendações da cultura (30x70); No cultivo de sorgo para colheita de grãos, utilizar o espaçamento de 50 a 70 cm entre as fileiras, com 15 a 18 sementes por metro linear; Em cultivo para silagem, utilizar espaçamento de 80 a 90 cm entre as fileiras, com 13 a 15 sementes por metro linear. Para o sorgo pastejo, o plantio pode ser feito tanto em linhas como a lanço. No plantio em linhas, utilizar espaçamento de 30 cm entre as linhas, com 20 Estudo de cereais e leguminosas (anuais e perenes) UEM-ESUDER 6 a 25 sementes por metro linear, e, no caso de plantio a lanço, utilizar 20a 30 kg de sementes por hectare. O plantio deve ser feito na profundidade de 3 a 5 centímetros. G. Pragas e doenças da cultura do sorgo Pragas a) Lagarta-do-cartucho (Spodoptera frugiperda (Smith)) Descricao - Os adultos da lagarta do cartucho são mariposas de hábitos nocturnos e migratórios. Durante o dia, as mariposas são encontradas, normalmente, dentro do cartucho das plantas. Durante a noite, os adultos têm intensa actividade de acasalamento, dispersão e migração. As fêmeas, depois do acasalamento, depositam massas de ovos (150 a 250 ovos/postura) nas folhas (WAQUIL, 2012). Danos - Após a eclosão, as larvas de primeiro instar têm comportamento dispersivo migrando para outras folhas e plantas. No caso do sorgo granífero, como as plantas são baixas, normalmente a lagarta consome toda a folha bandeira e partes significativas das folhas abaixo dela. Em geral, quando se observa o cartucho todo destruído e abundância de excrementos no topo da planta, a larva já completou o seu ciclo e caiu no solo para passar à fase de pupa. Sob determinadas condições, as larvas descem do cartucho para o solo e atacam a planta na região do colecto (WAQUIL & CRUZ, 2001). Neste ponto, cavam uma galeria ascendente consumindo os tecidos novos, destruindo o ponto de crescimento. Isto causa inicialmente murcha e morte das folhas centrais mais novas causando o sintoma típico de “coração morto” (WAQUIL, 2012). Controlo - Para evitar a infestação precoce do sorgo por essa praga, o tratamento de sementes e/ou de solo pode trazer benefícios significativos;Pulverização do sorgo no início de seu desenvolvimento, para controlar a lagarta do cartucho, com insecticidas pouco selectivos, poderá causar desequilíbrio biológico resultando em altas infestações pelo pulgão verde, pois sua população vem sendo eficientemente controlada pelos inimigos naturais, principalmente pelos crisopídeos, tesourinha e parasitóides do gênero Aphidius (FREITAS, 1999). Em casos críticos o controle deve ser feito utilizando insecticidas com acção translaminar para atingir os insectos na entrada da galeria ou escondidos no solo (FREITAS, 1999). O controlo deve ser feito antes que os danos tenham sido provocados, portanto, quando a larva está no início de desenvolvimento, como no caso do milho, isto é, para as cultivares de sorgo Estudo de cereais e leguminosas (anuais e perenes) UEM-ESUDER 7 susceptíveis os níveis de controlo da lagarta do cartucho são semelhantes aos utilizados para o milho (WAQUIL & CRUZ, 2001). Para o eficiente controlo químico dessa praga, é importante que o produto atinja o interior do cartucho da planta. Portanto, recomenda-se a pulverização com insecticidas em alto volume. Produtos com acção de profundidade tendem a ser mais eficientes no controle de S. frugiperda. Deve-se estar atento para usar produtos selectivos para evitar o desequilíbrio biológico, o que pode resultar numa alta infestação do sorgo pelo pulgão verde (WAQUIL, 2012). b) Broca-da-cana-de-açúcar (Diatraea spp) Descrição - Os adultos desta praga são mariposas que ovipositam na face inferior das folhas do sorgo e de outras gramíneas, sendo também praga importante nas culturas da cana-de-açúcar, milho, milheto e arroz. O ovo, com formato elíptico e achatado, é colocado agrupado numa única camada, cujas bordas se sobrepõem semelhante a escamas de peixe (FREITAS, 1999). Danos - Após a eclosão, as lagartas raspam o limbo foliar e dirigem para a face interna da bainha das folhas e, pouco acima do nó, penetram no colmo. Ao se alimentar no interior do colmo, a lagarta cava uma galeria ascendente, que termina num orifício para o exterior, por onde sairá o adulto após completar a fase de pupa. A galeria pode também ser circular seleccionando o colmo. Quando a infestação ocorre no início de desenvolvimento da planta, o dano causa a morte com o sintoma semelhante ao sintoma de “coração morto” causado pela lagarta elasmo ou pela lagarta do cartucho. Nas infestações mais tardias, quando o dano ocorre no pedúnculo causa a morte da panícula, causando o sintoma denominado panícula branca com 100% de prejuízo (WAQUIL & CRUZ, 2001). Controlo - Nas culturas anuais, os estudos de controlo são escassos, entretanto, o tratamento de sementes ou do solo pode evitar os danos dessa espécie no inicio de desenvolvimento da planta (FREITAS, 1999). Em áreas com histórico de alta incidência de brocas, o controle com lagarticida deve ser preventivo, pois, após a penetração das larvas no colmo, torna-se impossível atingir o alvo (WAQUIL & CRUZ, 2001). Estudo de cereais e leguminosas (anuais e perenes) UEM-ESUDER 8 Doenças a) Antracnose Descrição - É uma das mais importantes doenças fúngicas da cultura do sorgo, devido a sua ocorrência generalizada e à sua capacidade de reduzir, sensivelmente, a produção e a qualidade dos grãos e da forragem. O patógeno apresenta especialização fisiológica, podendo ocorrer nas culturas de milho, sorgo e outras espécies de gramíneas. As condições favoráveis para o aparecimento da doença são de alta humidade e temperatura em torno de 25 a 30°C. Nestas condições a produção de esperes é elevada. A sobrevivência do fungo, de um ano para outro, se dá nos restos de cultura, espécies de sorgo selvagens e sementes. No solo, a sobrevivência é drasticamente reduzida na superfície (FERREIRO et al., 1986). Danos - O patógeno incide nas folhas, pedúnculo, colmo, panícula, grãos e raízes. Os sintomas aparecem, normalmente, durante o florescimento. Nas folhas, as lesões são de circulares para ovais, pequenas, de coloração avermelhada ou amarelada, dependendo da cultivar. O centro das lesões pode tornar-se de cor escura, onde são observadas frutificações do fungo. Nas nervuras, as lesões são de forma elíptíca e de cor marrom-avermelhada. No pedúnculo infectado, internamente, o tecido adquire coloração avermelhada com pontuações brancas correspondentes aos pontos de penetração do fungo. Nestes pontos, externamente, em condições de alta humidade e temperatura, há formação de uma massa de esporos de cor rosa. No colmo, os sintomas se assemelham aos do pedúnculo (FERREIRO et al., 1986). Controle - A antracnose é efectivamente controlada pelo uso de cultivares resistentes. A rotação de cultura, a eliminação de gramíneas hospedeiras do patógeno e o enterro de restos da cultura são, também, medidas de controlo recomendadas (FERREIRO et al., 1986). b) Ferrugem Descrição - Sua ocorrência é mais severa em plantas próximas da maturidade. Em cultivares susceptíveis, contudo, pode ocorrer nos primeiros estágios de desenvolvimento das plantas, acarretando uma redução drástica na produção. Afecta, sensivelmente, a qualidade da forragem. A ferrugem do sorgo é causada pelo fungo Puccinia purpurea. Por ser um parasita obrigatório, sua sobrevivência de uma estação para outra se dá em hospedeiros vivos como Sorghum Estudo de cereais e leguminosas (anuais e perenes) UEM-ESUDER 9 verticilliflorum, Sorghum halepense e plantas remanescentes da cultura anterior (FERREIRO et al., 1986). O inóculo é constituído pelos ure-dosporos que são transportados, a longas distâncias, pelos ventos. Em contacto com o hospedeiro e em condições ambientais favoráveis, estes germinam em 1-2 horas e penetram no hospedeiro através dos estômatos. Danos - Os sintomas aparecem, inicialmente, nas folhas próximas ao solo, em forma de pequenas pústulas. No início da infecção, a pústula é coberta por película que ao se romper libera uma massa de esporos de cor avermelhada e de aparência ferruginosa. O tamanho e o número de pústulas dependem da susceptibilidade do cultivar atacado (FERREIRO et al., 1986). Controle - Somente o uso de cultivares resistentes é recomendado para o controle desta doença. H. Colheita da cultura do sorgo Para a produção de grãos e realização da secagem artificial, o ponto ideal colheita é quando os grãos estiverem com teor de humidade entre 14 e 17%. A secagem artificial é feita até os grãos atingirem 12 a 13% de teor de humidade. Sem a secagem artificial, a colheita só pode ser feita quando os grãos estiverem com a humidade de12 a 13%. Para ensilagem, o ponto ideal é quando a planta inteira atinge, pelo menos, 30% de matéria seca. Na prática, o produtor poderá se basear no ponto de formação da camada preta (LIMA, J. & EVANGELISTA, 2001). 2) Cultura de trigo (Triticum, L.) A. Origem da cultura do trigo O Trigo é originário de clima frio concretamente na Síria, Jordânia, Turquia e Iraque. O trigo foi primeiramente cultivado no Crescente Fértil, no Médio Oriente, Acredita-se que o uso como alimento data de aproximadamente 17 Mil anos. O primeiro pão de que se tem notícia data de 8 mil anos (SILVA et al., 1996). A descoberta do primeiro fermentado foi provavelmente acidental, há 5 mil anos, no Egipto e a sua expansão foi devido ao melhoramento genético e passou a ser cultivado em diferentes regiões do mundo (BAKER, 2006). O trigo é uma gramínea cultivada em todo o mundo. Globalmente, é a segunda maior cultura de cereais, a seguir ao milho; a terceira é o arroz. Isto devido ao seu múltiplo uso e seu valor Estudo de cereais e leguminosas (anuais e perenes) UEM-ESUDER 10 nutricional, de uma forma geral o trigo é usado na alimentação humana e animal na forma de ração (SILVA et al., 1996). B. Classificação taxonómica da cultura do trigo Segundo SILVA et al. (1996), o trigo apresenta a seguintetaxonomia: Reino: Plantae Superdivisão: Spermatophyta Divisão: Magnoliophyta Classe: Liliopsida Ordem: Poales Família: Poaceae Género: Triticum, L. C. Características morfológicas da cultura do trigo O trigo é uma gramínea anual com raízes de dois tipos: primárias, ou de germinação, que se formam imediatamente à germinação da semente e são fibrosas e mais ou menos ramificadas e as raízes alimentares que são fibrosas, muito mais ramificadas, compridas, superficiais ou profundas e podem alcançar até 30 cm de profundidade, e em terrenos muito bem preparados, de 60 cm até 2 m. O Colmo, cresce normalmente de 60 a 120cm (BAKER, 2006). Segundo SILVA et al. (1996), a Folha, esta se compõe de bainha e limbo, tem uma longitude que varia de15 a 25 cm e de 5 a 1 cm de ancho. A semente de trigo é um fruto denominado cariopse, constituída de quatro partes principais com funções diferentes quanto ao aspecto da qualidade de sementes: Conjunto pericarpo etegumento: localizado mais externamente, tem a função principal de protecção das estruturas internas; Camada de aleurona: concentra proteínas e minerais importantes na síntese de enzimas (proteínas) que iniciam o processo germinativo e são fonte de aminoácidos para a síntese de novas proteínas; Endosperma: constitui a maior parte da semente e armazena principalmente o amido, fonte de carbohidratos que são mobilizados ao embrião para a formação da plântula; e Estudo de cereais e leguminosas (anuais e perenes) UEM-ESUDER 11 Eixo embrionário, ou embrião: contém as estruturas essenciais da futura planta e é constituído pela coleorriza, radícula, hipocótilo, plúmula, folhas primárias, coleóptilo e escutelo. D. Exigências edafo-climáticas da cultura do trigo a) Temperatura A temperatura, a luz e a água são fundamentais para condicionar a adaptação do trigo a diversas regiões. Para a germinação, a temperatura mínima é de 3 – 5 º C, a máxima é de 32º C e a ideal é de 20 – 25 º C. As temperaturas mais baixas atrasam a emergência e as mais altas aceleram. Até a fase de perfilhamento, a temperatura deve estar entre 8 e 18ºC (BAKER, 2006). b) Irrigação A finalidade do maneio de irrigação é a aplicação de água no momento certo e em quantidades adequadas para permitir que o trigo produza satisfatoriamente. É fundamental que que o produtor entenda que o consumo de água pelo trigo está relacionado linearmente com a produtividade (BAKER, 2006). Irrigação por aspersão; Irrigação por superfície; Irrigação por corrugação. c) Precipitação A escolha do método de irrigação a ser utilizado dependerá das condições locais ou seja, da quantidade de água disponível para a irrigação do trigo, da posição da fonte de água em relação a área irrigada e do tipo de solo. Quando a quantidade de água não for limitante, a fonte se encontrar em uma posição mais elevada do que a área a ser irrigada e o solo não for muito arenoso, deve-se dar preferência aos métodos de irrigação por superfície. A humidade vária de 55 mm/mês (30 a 80 mm). Entre o fim do perfilhamento ao espigamento, a temperatura deve ser em torno de 8ºC e 20ºC e com precipitação mensal de cerca de 40 mm (BAKER, 2006). d) Solos Cresce m muito bem solos de textura média (argilo-arenosos), profunda, drenada, fértil, pH 6.0, saturação de bases entre 40 e 60%.As plantas, para o seu crescimento necessitam de água, luz, gás Estudo de cereais e leguminosas (anuais e perenes) UEM-ESUDER 12 carbónico, oxigénio e sais minerais. O ideal é que o solo seja bem preparado e nivelado, evitando a presença de torrões e de palhas na sua superfície, assim sendo, o preparo do solo deve atingir 20 cm de profundidade porque cerca de 80% das raízes se concentram nessa camada (SILVA et al., 1996). Os solos adequados ao cultivo de trigo são os menos recomendados para outras culturas tradicionais como feijão e milho. Assim, pode ser cultivado em solos de baixa fertilidade (pobres), havendo necessidade de corrigir sua acidez e efectuar adubação. Em relação à topografia, o ideal é que a área escolhida para o cultivo de trigo seja plana ou com pouco declive, para evitar as perdas por erosão. Quanto maior for o declive do terreno, maior será o risco da erosão (BAKER, 2006). E. Técnicas de cultivo da cultura do trigo Ao se observar uma planta de trigo crescendo no campo, desde sua emergência, quando esta aparece na superfície do solo até a maturação, quando os grãos estão prontos para serem colhidos, várias fases podem ser identificadas. O conhecimento dessas fases é muito importante para a aplicação na época adequada, de fertilizantes em cobertura, defensivos e água (SILVA et al., 1996). a) Lavoura Capinagem Gradagem Sulcagem. b) Sementeira da cultura do trigo Pode ser manual ou mecanizada. O método depende de tamanho da área, disponibilidade financeira, existência ou não da mão-de-obra qualificada. O espaçamento recomendado é de 17 cm entre as linhas, podendo variar de 15 a 20 cm (SILVA et al., 1996). A densidade de sementeira é de 60 a 80 sementes aptas por metro linear, ou aproximadamente 300 sementes por metro quadrado. A profundidade de sementeira pode variar de 2 a 5 cm e o gasto de sementes vária de 100 a 160 kg/ha. A Irrigação deve ser iniciada logo após o plantio e estende-se até 90 dias a pós-sementeira numa média de 24 regas ao longo do ciclo (BAKER, 2006). Estudo de cereais e leguminosas (anuais e perenes) UEM-ESUDER 13 F. Pragas e doenças da cultura do trigo Pragas a) Térmitas forrageiras (Isoptera) Danos: provocam a acama nas plantas crescidas, quase maduras. Controlo: Fazer a colheita assim que a cultura esteja madura. Combate químico: contra as micro-térmitas : Pulverizar em jacto os pé das plantas. Contra as témitas-forrageiras: Fazer um isco com palha, cortada em pedaços de2-3 cm, mergulhada em ou pulverizada com insecticida, ou pulverizar acultura. Pulgão-verde-dos-cereais (Schizaphis graminum): Fazer contagem directa de a emergência ate ao afilamento. Doenças a) Ferrugem-castanha (Puccinia recondita f.sp. tritici) Danos: O fungo desenvolve-se nas folhas e raramente nós, onde forma pústulas dispersas, primeiro alaranjadas e por fim castanho-escuras. Meios de protecção: Escolher um bom terreno, proceder os frequentes amanhos e fazer uma adubação correcta, Semear cedo e em linhas, Escolher variedades que se mostrem mais resistentes. G. Colheita da cultura do trigo Para a realização da colheita os grãos devem atingir temperaturas na faixa de 40 a 60 °C na massa de grãos, caso contrário deve ser posto ao sol com o objectivo de promover a secagem de grãos em reduzido período de tempo. Colheita de grãos com humidade ao redor de 13% permitem uma folga de 8 a 10 mm, e rotação em 950rpm. As lavouras de trigo podem ser colhidas antecipadamente, visando escapar de chuvas na maturação plena, evitando-se o problema de germinação na espiga. Nesse caso, para colheita ao redor de 20% de humidade, é aconselhável a regulagem cuidadosa da colhedora (SILVA et al., 1996). 2.1.2. Cereais perenes Cereais perene conhecidos como culturas de ciclo longo, são aquelas que finalizam seu ciclo produtivo depois de um ano ou em mais de um ano. Estudo de cereais e leguminosas (anuais e perenes) UEM-ESUDER 14 1) Capim Elefante (Purpureum Schum) A. Origem da cultura capim do Elefante Capim elefante é uma gramínea perene de porte erecto, com altura variável de 1,5 a mais de 5,0 m de altura com colmos erectos dispostos em touceira aberta ou não, os quais são preenchidos por um parênquima suculento, chegando a 2 cm de diâmetro, com entrenós de até 20 cm (LOPES, 2004). O capim-elefante é originário do continente Africano, mais especificamente da África Tropical, entre 10ºN e 20ºS de latitude, tendo sido descoberto em 1905 pelo coronel Napier. Espalhou-se por toda África e foi introduzidono Brasil em 1920, vindo de Cuba (RIPADO, 1996). B. Classificação taxonômica da cultura capim do Elefante Segundo LOPES (2004), o capim elefante apresenta a seguinte classificacao taxonomica: Reino: plantae Ordem: poales Família: graminae Sub-família: panicoideae Tribo: paniceae Género: pennisetum L.Rich Espécie: p. purpureum Schumacher C. Características morfológicas da cultura capim do Elefante O capim elefante é uma gramínea perene, de hábito de crescimento cespitoso, atingindo de 3 a 5 m de altura, com colmos erectos dispostos em touceiras abertas ou não, os quais são preenchidos por um parênquima suculento, chegando a dois cm de diâmetro, com entrenós de até 20 cm. Este possui rizomas curtos, folhas verde-escuras ou claras, com 30cm a 1,10 m de comprimento por 3a 10 cm de largura. As folhas apresentam nervura central larga e brancacenta, bainha lanosa, invaginante, fina e estriada, lígula curta, brancacenta e ciliada (LOPES, 2004). Sua inflorescência é uma panícula primária e terminal, sedosa e contraída, ou seja, com racemos espiciformes em forma de espiga, podendo ser solitário ou aparecendo em conjunto no mesmo colmo. A panícula tem, em média, 15 cm de comprimento, formada por espiguetas envolvidas por um tufo de cerdas de tamanhos desiguais e de coloração amarelada ou púrpura. Apresenta abundante lançamento de perfilhos aéreos e basilares, podendo formar densas touceiras, apesar de Estudo de cereais e leguminosas (anuais e perenes) UEM-ESUDER 15 não cobrirem totalmente o solo. É também conhecido por Napier em homenagem ao seu principal divulgador, coronel Napier. Difundiu-se rapidamente devido ao seu elevado potencial de produção de forragem de bom valor nutritivo, podendo atingir, anualmente, até 300 t de biomassa verde (RIPADO, 1996). D. Características edafo-climáticas da cultura capim do Elefante a) Temperatura A gramínea perene ocorre desde o nível do mar até altitudes de 1.500 a 1.800m. Encontrada também em barrancas de rios, regiões húmidas e orlas de florestas, de 18 a 30 ºC, sendo 24 ºC uma boa temperatura. Porém é importante a amplitude dessa temperatura. Dependendo da cultivar, pode suportar o frio e até geadas (LOPES, 2004). b) Precipitação Vegeta em regiões quentes e húmidas com precipitação de 800 a 4.000 mm e anual de mais de 1.000 mm, porém o mais importante é sua distribuição ao longo do ano, por ser uma forrageira muito estacional, onde 70-80 % de sua produção ocorre na época das águas. Possui baixa tolerância àseca, podendo atravessar a estação seca com baixa produção se possuir raízes profundas. Difícil de saturar, mesmo em ambientes com elevada radiação. Vegeta bem em regiões quentes e húmidas com precipitação anual de mais de 1.000 mm (LOPES, 2004). c) Solo Adapta-se a diferentes tipos de solo, com excepção dos solos mal drenados, com possíveis inundações. São encontradas em barrancas de rios, regiões húmidas e orlas de floresta. Não foram observados registos de tolerância à salinidade (RIPADO, 1996). E. Técnicas de cultivo da cultura capim do Elefante a) Lavoura Deve-se preparar bem o solo, com quantas arações e gradagens forem necessárias, corrigindo-se as deficiências nutricionais limitantes, acidez e alumínio tóxico. Espécie exigente em fertilidade pelo potencial produtivo elevado. Indica-se adubação orgânica sempre que possível, pois os efeitos são duradouros, em decorrência da liberação lenta (LOPES, 2004). Estudo de cereais e leguminosas (anuais e perenes) UEM-ESUDER 16 b) Sementeira O plantio, realizado geralmente em meados da primavera, em sulcos espaçados de 0,8 a 1,2m e 0,5 a 0,8 m entre mudas. Em covas, as mudas podem ser colocadas inclinadas em ângulo de 45o e com 2/3 enterrados (preparar toletes com três nós). Quanto maior for o espaçamento, mais facilitado será o aparecimento de plantas invasoras devido a demora na cobertura dos solos pela cultura (LOPES, 2004). O cultivo feito em sulcos devera ter uma profundidade de 20 a 25cm, com as mudas ou colmos distribuídos no fundo dos sulcos. O plantio deve ser feito no início do período chuvoso, utilizando- se mudas com quatro meses de ate idade (RIPADO, 1996). F. Pragas e doenças da cultura capim do Elefante Pragas A principal praga nesta cultura é a cigarrinha das pastagens, esta tem causado sérios prejuízos em pastagens de capim-elefante, manejadas intensivamente. Para minimizar este problema, recomenda-se: A diversificação e, ou consorciação de espécies; O uso de espécies resistentes; o manejo adequado da carga animal, de modo a evitar sobra de pasto; Controlo biológico: quando se tem considerável quantidade de matéria orgânica no solo; Queima controlada (autorizada pelos órgãos competentes), após as primeiras chuvas, podendo estar associada a gradagem, em áreas com histórico de altas infestações e; O controlo químico, quando forem encontradas 20-25 ninfas grandes por metro quadrado. Formigas cortadeiras, cupins, cochonilhas, gafanhotos, percevejos e lagartas são pragas secundárias. Se o surto de lagarta for grande, recomenda-se promover um super pastejo da área, eliminando-se o máximo de forragem disponível, para que as lagartas, por não terem mais alimentos, desapareçam. Estudo de cereais e leguminosas (anuais e perenes) UEM-ESUDER 17 Doenças Dentre as doenças capazes de acelerar o processo de degradação das pastagens, destacam-se: a mancha foliar por cersospora (Cercospora fusimaculans) e o carvão (Tilletia ayersii). A cercospora diminui a eficiência fotossintética e, consequentemente, o vigor das pastagens, enquanto o carvão diminui a produção de sementes viáveis, trazendo como consequência a diminuição da capacidade de renovação natural da pastagem. No caso das grandes culturas agrícolas, adopta-se o controle integrado de pragas e doenças que engloba técnicas como: O uso de cultivares resistentes; Tratamento de sementes; Rotação de culturas; Aplicação de defensivos; Plantio em época adequada. A utilização de uma ou outra técnica depende da região de plantio e de uma análise económica. Não existem informações sobre técnicas de manejo e de adubação que reduzam a susceptibilidade das plantas ao ataque de doenças e, apesar de não haver informações sobre nível de dano económico das doenças, a aplicação de fungicidas em pastagens é considerada inviável. Os danos causados às pastagens por fungos, bactérias e vírus não são bem conhecidos, entretanto, nos últimos anos tem sido cada vez mais frequentes a verificação de áreas atacadas e relatos de reforma de pastagens devido ao ataque de doenças. Por outro lado, há indicações de nível de controlo e de fungicida adequado a determinada doença. G. Colheita da cultura capim do Elefante Capim elefante é cortado em função do rendimento e valor nutritivo. Os cortes são realizados, geralmente, com intervalos de 60 a 100 dias para rendimentos máximos. O valor nutritivo decresce de acordo com a idade da planta (LOPES, 2004). Estudo de cereais e leguminosas (anuais e perenes) UEM-ESUDER 18 2) Cana-de-açúcar (Saccharumrobustum) A. Origem da cultura da cana-de-açúcar A teoria mais aceita da origem da cana-de-açúcar é de que ela seja nativa das ilhas do Arquipélago da Polinésia que posteriormente foi levada ao sul da Ásia. Durante a antiguidade o açúcar não passava de uma especiaria exótica, utilizada como tempero ou na medicina. O termo sânscrito sarkaradeu origem a todas as versões da palavra açúcar nas línguas indo-européias: sukkarem árabe, saccharumem latim, zuccheroem italiano, sekerem turco, zuckerem alemão, sugar em inglês. Os países de cultivo de cana-de-açúcar no mundo encontram-se entre a latitude 36.7° norte e 31.0° sul da linha do Equador estendendo-se de zonas tropicais a subtropicais. Podemos considerar que o setor canavieiro é de extrema importânciapara a economia nacional, por possuir o maior parque industrial de açúcar, etanol e derivados de cana-de-açúcar do mundo. B. Classificação taxonómica da cultura da cana-de-açúcar Divisão: Magnoliophyta Classe: Liliopsida Ordem: Graminales Família: Poaceae Gênero: Saccharum Espécies: Saccharumofficianarum, Saccharumspontaneum, Saccharumsinensis, Saccharumbarbiri e Saccharumrobustum.Saccharumrobustum. C. Características morfológicas da cultura da cana-de-açúcar A cana-de-açúcar é uma planta da família Poaceae, representada pelo milho, sorgo, arroz e muitas outras gramíneas. As principais características dessa família são a forma da inflorescência (espiga), o crescimento do caule em colmos, e as folhas com lâminas de sílica em suas bordas e bainha aberta. Esta espécie se caracteriza por apresentar um grande crescimento com colmos de até 10 metros de altura, com baixo teor de sacarose e alta percentagem de fibras e é utilizada até como cerca viva. São canas selvagens que se adaptam às inúmeras condições ambientais, mas são susceptíveis ao mosaico. Estudo de cereais e leguminosas (anuais e perenes) UEM-ESUDER 19 As variedades cultivadas comercialmente são um complexo de Saccharum proveniente de um cruzamento inicial e interespecífico dos géneros Saccharum, Ripdiumsclerostachy, sendo as variedades gigantes da nova Guinésuas representantes típicas. Desenvolve-se em forma de touceira (moita). A parte aérea é formada por colmos, caule típico das gramíneas, folhas, inflorescências (conjunto de flores arranjadas em haste) e frutos. A parte subterrânea por raízes e rizomas (caules subterrâneos, espessos e ricos em reserva nutritiva, providos de nós e entrenós e que crescem horizontalmente). As raízes são fasciculadas ou em cabeleira, podendo atingir até 4 m de profundidade sendo que, 85% delas encontram-se nos primeiros 50 cm e, aproximadamente, 60% entre os primeiros 20-30 cm de profundidade, havendo diferenças entre as variedades. Os rizomas são constituídos por nédios ou nós, intermédios ou entrenós e gemas, as quais são responsáveis pela formação dos perfilhos da touceira. As novas touceiras da soca ou ressoca se originam dos rizomas que brotarão após a colheita. D. Condições edafo-climáticas da cultura da cana-de-açúcar a) Temperatura A cultura exige climas quentes e húmidos com temperaturas em torno de 23º C, apesar de possibilidade de cultivo em regiões subtropicais, são no clima tropical que são observados os melhores rendimentos. A temperatura ideal para brotação de cortes no caule é 32 °C para 38°C. Temperaturas acima de 38°C reduzem a fotossíntese e aumentam a respiração. Cana-de-açúcar é uma planta que adora luz solar. A cana-de-açúcar é capaz de produzir altos índices fotossintéticos e o processo mostra uma variação de alta saturação em relação à luz. O perfilhamento é afectado por intensidade e duração do brilho do sol. Alta intensidade de luz e longa duração promovem o perfilhamento enquanto dias curtos e nublados afetam de forma inversa. b) Precipitação Um total de chuva entre 1100 e 1500 mm é adequado se a distribuição for certa, abundante nos meses de crescimento vegetativo seguido por um período de amadurecimento. Durante o período de crescimento activo, a chuva motiva um crescimento de cana rápido, alongamento da cana e formação de entrenós. Porém durante o período de amadurecimento, muita chuva não é desejável porque isso leva a qualidade de suco pobre, motiva o crescimento vegetativo, formação de shots de água e aumento da humidade do tecido. Isto também prejudica a safra e operações de transporte. Estudo de cereais e leguminosas (anuais e perenes) UEM-ESUDER 20 Alta humidade (80 - 85%) favorece um alongamento de cana rápido durante o período de crescimento. Um valor moderado de 45 - 65 % junto com um suprimento de água limitado é favorável durante a fase de amadurecimento. c) Solos Cana-de-açúcar não requer nenhum tipo específico de solo e, portanto pode ser cultivada em tipos de solo diversos variando de solos arenosos, argilosos e argilosos pesados. O pH ideal do solo é ao redor de 6.5, mas a cana-de-açúcar pode tolerar um nível considerável de acidez e alcalinidade do solo. Porém, encontram-se solos com pH entre 5 e 8.5. Não é recomendável a solos com pH menor que 5.0. E. Técnicas de cultivo da cultura da cana-de-açúcar a) Lavoura A fase de lavoura e constituída pelas operações de limpeza do terreno, se for o caso de área nova, subsolagem, calagem, gradagem ou aração, terraceamento, sulcagem, distribuição e torta de filtro e adubo, distribuição de mudas, pulverização de herbicida e quebra de sulcos. b) Sementeira O plantio das mudas é feito de acordo com a finalidade do canavial, podendo der feito em três fases distintas: Cana de ano este sistema e usado no inicio da estação chuvosa de Outubro a Dezembro, esta planta tem o seu desenvolvimento paralisado nos meses de Março a Abril e nos meses subsequentes dá-se o inicio da maturação; Cana de ano e meio é plantada nos primeiros meses do ano de Janeiro a Março época em que a planta encontra condições ideias de temperatura e humidade para seu desenvolvimento, permitindo assim brotamento rápido e completo pegamento das mudas, reduzindo também o índice de doenças. O espaçamento no plantio deve variar de acordo com a fertilidade do solo e as características das variedades recomendadas, esta obedece a um espaçamento que pode variar, quando este é de 1,8 m a profundidade sulco varia 20 a 30 cm, porém em solos arenosos fazem-se espaçamentos estreitos de are 1m a 1,20m por permitirem o fechamento da entrelinha, se a colheita for mecanizada o espaçamento e de 1,5m para evitar o pisoteamento e a compactação das linhas. Estudo de cereais e leguminosas (anuais e perenes) UEM-ESUDER 21 F. Pragas e doenças da cultura da cana-de-açúcar Pragas a) Broca da cana (Diatraea saccharalis) Descrição - A fêmea coloca a massa de ovos na folha da cana-deaçúcar. Após a eclosão, as larvas se alimentam da folha e da bainha até conseguirem perfurar o colmo abrindo as galerias. A transformação para pupa e, em seguida, adulto, acontece dentro da galeria. O ciclo biológico tem duração de 50 a 60 dias, sendo fortemente influenciado pela temperatura. Danos - causados pela praga são: Abertura dos colmos levando à perda de peso; Morte das gemas, “coração-morto” (morte da gema apical); Entrenós menores; Enraizamento aéreo e brotações laterais; Presença de fungos nos orifícios abertos pela lagarta causando podridão vermelha, invertendo a sacarose, diminuindo a pureza do caldo e o rendimento industrial no processo de produção de açúcar e/ou álcool, além de problemas de contaminação no processo de fermentação alcoólica. Controlo - controlo biológico é amplamente utilizado, como o parasita de ovos Trichogramma galloi, o parasitóide de larvas Cotesia flavipes e bioinseticidas como a aplicação de Bacillus thuringiensis. Outra forma é o químico, com o uso de insecticidas visando o controlo para a fase inicial de larvas antes de perfurar o colmo (broca na bainha). E a mais nova alternativa para o controle do insecto é o uso de planta geneticamente modificada com genes que expressam proteínas tóxicas à broca da cana-de-açúcar, como é o caso de toxinas provenientes de Bacillus thuringiensis (Bt). b) Cigarrinha das raízes (Mahanarva fimbriolata) Descrição - As ninfas da cigarrinha das raízes, Mahanarva fimbriolata, surgem após as primeiras chuvas no início da primavera. Danos - produzem uma espuma na base dos colmos, nas raízes superficiais onde se alimentam e se mantêm protegidas até atingirem a fase adulta. quando deverão ser iniciados os levantamentos Estudo de cereais e leguminosas (anuais e perenes) UEM-ESUDER 22 e em condições de altas densidades populacionais podem causar grandes perdas noscanaviais, podendo levar à redução de 25% na produtividade. Controlo - Recomenda-se o: Controlo biológico da cigarrinha das raízes com o fungo Metarhizium anisopliae quando forem encontradas populações superiores a duas ninfas por metro; Controlo é o químico, com o uso de insecticidas nas fases de ninfas e adultos. Recomenda-se a racionalização do uso de produtos químicos, evitando o desequilíbrio biológico. Doenças a) Mosaico (vírus do mosaico da cana-de-açúcar) Descrição - O mosaico da cana é uma doença causada por vírus e se caracteriza pelo aparecimento de manchas de tons alternados de verde claro e escuro, geralmente nas folhas mais jovens do “cartucho” foliar. Em variedades muito susceptíveis, é possível observar o aparecimento de sintomas nos colmos. A disseminação do mosaico se dá por pulgões e também pelo uso de material vegetativo proveniente de plantas doentes. A população de pulgões transmissores do mosaico é favorecida pela presença de culturas de outras gramíneas como o milho, sorgo, arroz, etc., cujo cultivo deve ser evitado nas proximidades dos viveiros. Controlo - Prática do “roguing”, Uso de variedades resistentes ou tolerantes, Emprego de mudas sadias. b) Escaldadura das folhas (Xanthomonas albilineans) Descrição - A escaldadura das folhas é causada por uma bactéria. A disseminação da bactéria ocorre por meio de mudas contaminadas, instrumentos de corte e permanência de remanescentes de cultivos anteriores. Danos - A ocorrência de três tipos básicos de sintomas pode dificultar a identificação das plantas doentes. São eles: Latência: não são observados sintomas externos. Internamente, em colmos maduros, observa-se alteração na coloração dos vasos que se assemelha a que ocorre em plantas com raquitismo; Estudo de cereais e leguminosas (anuais e perenes) UEM-ESUDER 23 Sintoma crônico: esse é o sistema clássico de escaldadura, constituído de estrias brancas longitudinais, de largura variável, que se estende por todo o limbo foliar, podendo descer pela bainha. Frequentemente, observa-se o início da brotação das gemas basais em colmos maduros; Sintoma agudo: esse sintoma só ocorre em condições extremamente favoráveis à doença e em variedades suscetíveis. A queima das folhas, intensa brotação lateral começando da base para o ápice e grande número de canas mortas caracterizam essa fase. Controlo - Prática do “roguing”, Uso de variedades resistentes ou tolerantes, Desinfeção de instrumentos de corte, Emprego de mudas sadias. G. Colheita da cultura da cana-de-açúcar A colheita da cana-de-açúcar pode ser feita manual com o uso de catanas e mecânica com o uso de máquinas apropriado, como colhedeira obedecendo a época de cultivo. A colheita da cana consiste em um processo dinâmico, que permite o fornecimento de matéria-prima à indústria e, envolve desde o planeamento de queima (se for o caso) e corte até a entrega da cana na indústria. O sistema de colheita pode ser de três formas: Sistema manual: o corte e o carregamento são feitos de forma manual; Sistema semi-mecanizado: o corte é feito manualmente e o carregamento por carregadoras mecânicas, em unidades de transporte; e Sistema mecanizado: utiliza cortadoras de cana inteira com carregamento mecânico, ou colhedora de cana picada, que são comummente mais usadas. 2.2. Leguminosas As leguminosas pertencem ao grupo das angiospermas: são fanerógamas que desenvolvem os óvulos contidos em seus carpelos. Como os fanerógamos por sua vez, possuem órgãos reprodutivos que podem ser vistos na forma de uma flor, onde a fertilização ocorre. As por outro lado, são consideradas dicotiledóneas já que seu embrião possui dois cotilédones (PORTO, 2018). No campo da agricultura e pecuária, finalmente, leguminosas como a alfafa e vários tipos de trevo são benéficas para melhorar a qualidade do solo e nutrir ovinos e bovinos (optimizando a eficiência reprodutiva e aumentando a produção de carne e leite por suas propriedades). Estudo de cereais e leguminosas (anuais e perenes) UEM-ESUDER 24 2.2.1. Leguminosas anuais Leguminosas anuais conhecidos como culturas de ciclo curto, são aquelas que finalizam seu ciclo produtivo em um ano ou em menos tempo. 1) Cultivo de soja (Glycinemax L.) A. Origem da cultura de soja A soja (GlycinemaxL.) é uma planta da família das leguminosas originária da Ásia e que foi domesticada há cerca de 4500-4800 anos na região com o objectivo de utilizar o grão na dieta humana. A difusão da cultura ocorreu inicialmente na Europa em 1739, nos Estados Unidos em 1765 e no Brasil em 1882 (NIEUWENHUIS, 2003). As características nutritivas e industriais da soja e a sua adaptabilidade a diferentes latitudes, solos e condições climáticas, facilitou sua expansão por todo mundo, constituindo-se em uma das principais plantas cultivadas actualmente (ORMOND, 2013). B. Classificação taxonómica da cultura de soja Reino: Plantae Divisão: Magnoliophyta Classe: Magnoliopsida Ordem: Fabales Família: Fabaceae Subfamília: Faboideae Género: Glycine Espécie: G. max C. Características morfológicas da cultura de soja A planta da soja é uma dicotiledônea cuja estrutura é formada pelo conjunto de raízes e parte aérea, sendo seu desenvolvimento dividido em dois períodos, o estádio vegetativo (V) e o estádio reprodutivo. O nó é a parte do caule onde a folha se desenvolve e é usado para a determinação dos estádios vegetativos, uma vez que é permanente, enquanto a folha é temporária porque se desprende do caule. O estádio vegetativo (V) se inicia desde a sementeira até o florescimento (NIEUWENHUIS, 2003). Estudo de cereais e leguminosas (anuais e perenes) UEM-ESUDER 25 D. Condições edafo-climáticas da cultura de soja a) Temperatura As condições óptimas de temperatura para a cultura da soja estão entre 20ºC e 30ºC, sendo a temperatura ideal para seu crescimento e desenvolvimento está em torno de 30º C; já faixa de temperatura do solo adequada para sementeira varia de 20ºC a 30ºC, sendo 25ºC a temperatura ideal para rápida e uniforme emergência das plântulas e a maturação pode ser acelerada pela ocorrência de altas temperaturas e, quando associadas a períodos de alta humidade contribuem para diminuir a qualidade das sementes (idem). E quando expostas as baixas temperaturas associadas a períodos chuvosos ou de alta umidade, a maturação pode atrasar e ainda causar haste verde e retenção foliar (DIAS et al., 2009). b) Precipitação Uma precipitação que varia de 800 – 1.000 mm por ano. A região é propícia, portanto, à produção de soja (DIAS et al., 2009). c) Solos Para seleccionar uma boa área para o cultivo de soja ha duas principais características a serem observadas são a textura e a drenagem, os solos mais indicados são aqueles com mais de 15% de argila, boa drenagem e ausência de pedregosidade (DIAS et al., 2009). A soja cresce melhor em solos que, no que concerne à sua textura, não são nem demasiado leves nem muito pesados. A soja não germina muito facilmente em solos argilosos pesados, embora possa crescer bem nesse tipo de solo depois da germinação. Se um solo pesado tiver sido bem preparado é preferível a um solo arenoso leve, na medida em que os rendimentos tendem a ser mais uniformes. A soja desenvolve se bem em solos com um teor elevado de material orgânico e preferempH entre 5,8 e 7,8, não crescendo bem em condições de acidez ou de alcalinidade extremas. Não tolera solos salgados (NIEUWENHUIS, 2003). E. Técnicas de Cultivo da cultura de soja a) Lavoura Segundo NIEUWENHUIS (2003), o preparo do solo, portanto, deve ser realizado considerando o implemento, a profundidade de trabalho, a humidade adequada e as condições de fertilidade. A condição ideal de humidade para preparo do solo pode ser detectada facilmente a campo: um torrão Estudo de cereais e leguminosas (anuais e perenes)UEM-ESUDER 26 de solo, colectado na profundidade média de trabalho do implemento, submetido a uma leve pressão entre os dedos polegar e indicador, deve desagregar-se sem oferecer resistência. b) Sementeira A época de sementeira é muito importante, pois determina a exposição das plantas às variações climáticas e contribui fortemente para a definição da duração do ciclo, da altura da planta e da produção de grãos, a época de sementeira e a duração do ciclo das cultivares devem condicionar a um período de maior probabilidade de ocorrência de temperatura e humidade favoráveis ao ciclo da cultura, que de modo geral, para a maioria das regiões produtoras ocorre de Outubro a Março (DIAS et al., 2009). A soja normalmente é semeada com espaçamento entre linhas de 40 a 60 cm, com 25 plantas por metro de sulco para uma produtividade esperada de 2.500 a 3.000 Kg/ha. Segundo ORMOND (2013), o espaçamento mais usado é o de 45 a 50 cm, com populações de plantas de no máximo 310.000 plantas/ha. A profundidade da sementeira deve ser entre 3 a 5 cm, pois em profundidades superiores às citadas dificultam a emergência, principalmente em solos arenosos, ou em situações onde há risco de compactação superficial do solo . No processo de plantio o adubo deve ser colocado ao lado e abaixo da semente, pois o contato direto prejudica a absorção da água pela semente, podendo, inclusive, matar a plântula em desenvolvimento, principalmente quando se aplicam doses altas de cloreto de potássio no sulco (NIEUWENHUIS, 2003). F. Pragas e Doenças da cultura de soja A cultura da soja está sujeita, durante todo o seu ciclo, ao ataque de diferentes espécies de insetos capazes de causar perdas significativas no rendimento da cultura; o controlo das principais pragas da soja deve ser feito com base nos princípios do “Manejo Integrado de Pragas”, em que nas tomadas de decisão de controlo com base no nível de ataque, no número e tamanho dos insetos- pragas e no estádio de desenvolvimento da soja, informações estas obtidas em inspeções regulares na lavoura com este fim. Pragas LAGARTA da soja, (Anticarsiagemmatalis); Percevejo marrom (Euschistus); Estudo de cereais e leguminosas (anuais e perenes) UEM-ESUDER 27 Lagarta falsa – medideira (Pseudoplusiaincludens); Percevejo verde, (NezaraviriduLA). O controlo químico é muito utilizado com o objetivo de diminuir a população das pragas que causam danos à cultura, porém diversos fatores podem influenciar na eficiência dos produtos no controle das pragas, destacando-se: a correta identificação da praga, uso correto da dosagem recomendada pelo fabricante, escolha e manutenção adequada dos equipamentos utilizados nas pulverizações, condições atmosféricas no momento da aplicação e populações de insetos resistentes aos inseticidas. Doenças Muitas doenças foram identificadas causadas por fungos, bactérias, nematoides e vírus, sendo esse um dos principais fatores que limitam a obtenção de altos rendimentos da soja. Como: Mancha foliar de ascoquita (Ascochytasojae); Podridão de carvão (macrophominaphaseolina); Crestamento bacteriano (pseudomonassavastanoipv.glycnea); Mosaico comum da soja VMC (Soybeanmosaicvirus); Nematoides de galhas (Meloidogyneincognita). O controlo das doenças por meio da resistência genética é a forma mais eficiente e económica existente, entretanto, para um grande número delas não existem cultivares resistentes ou o número é limitada, por isso, a convivência económica com as doenças depende da acção de vários factores de um sistema integrado de manejo da cultura. Alguns métodos de controlo de doenças são citados pelo LOPES (2013) como: Rotação de cultura é indicado pois tem como objectivo reduzir a população de patógenos que sobrevivem de uma safra para outra em restos de cultura; Evitar compactação do solo para promover o bom desenvolvimento das raízes além de diminuir o acúmulo de água em períodos chuvosos e morte de plantas quando ocorrem veranicos; Eliminar plantas de soja voluntárias e não cultivar soja na entressafra (vazio sanitário), que tem como objectivo reduzir a população de fungos da ferrugem para a safra seguinte; Escolher cultivares resistentes às principais doenças; Estudo de cereais e leguminosas (anuais e perenes) UEM-ESUDER 28 Semear cultivares precoces, no início da época recomendada para cada região para evitar a época de maior inoculo de ferrugem; Realizar a adubação adequada de acordo com a análise de solo para que se desenvolvam plantas menos sensíveis a doenças. G. Colheita da cultura de soja A colheita deve ser realizada na época propícia. Caso a colheita seja feita manualmente, quando as folhas começam a amarelecer é melhor cortar as plantas e espalhá-las para que sequem num local em que seja A cultura da soja 43 fácil colher os grãos, quando os mesmos caem das vagens. Uma vez que as plantas estejam secas podem ser debulhadas. Quando as plantas não estão maduras todas ao mesmo tempo, os grãos deverão ser colhidos das plantas que amadureceram primeiro, e esperar até que as restantes plantas atinjam o estádio de maturescência (ORMOND, 2013). O mesmo autor defende que, caso a colheita seja mecanizada é preciso estar-se atento para evitar danos. Os grãos danificados não podem ser armazenados por um período muito longo, serão vendidos por menos dinheiro e são menos adequados para serem utilizados como semente. A época em que se pode efectuar a colheita mecânica não é muito extensa. A cultura está pronta para ser colhida quando as folhas amarelecem e caem, quando os caules começam a ficar quebradiços e é fácil abrir as vagens se forem apertadas entre os dedos. Se a percentagem de humidade nos grãos for inferior a 12%, as vagens abrir-se-ão e cairão no chão, o que pode levar a consideráveis perdas de colheita (NIEUWENHUIS, 2003). 2) Cultura de amendoim (Arachis hypogaea L.) A. Origem da cultura de amendoim O amendoim é uma planta originária da América do Sul (Brasil e países fronteiriços: Paraguai, Bolívia e norte da Argentina), na região compreendida entre as latitudes de 10º e 30º sul, com provável centro de origem na região do Chaco, incluindo os vales do Rio Paraná e Paraguai (SANTOS, 2014). Segundo ROGER (2015), a difusão do amendoim iniciou-se para as diversas regiões da América Latina, América Central e México. No século XVIII foi introduzido na Europa. No século XIX difundiu-se do Brasil para a África e do Peru para as Filipinas, China, Japão e Índia. Além de "amendoim", a Arachis hypogaea recebe diversos nomes, como alcagoita ou ervilhana (sul de https://pt.wikipedia.org/wiki/Am%C3%A9rica_do_Sul https://pt.wikipedia.org/wiki/Brasil https://pt.wikipedia.org/wiki/Paraguai https://pt.wikipedia.org/wiki/Bol%C3%ADvia https://pt.wikipedia.org/wiki/Argentina https://pt.wikipedia.org/wiki/Chaco https://pt.wikipedia.org/wiki/Rio_Paran%C3%A1 https://pt.wikipedia.org/wiki/Rio_Paran%C3%A1 https://pt.wikipedia.org/wiki/Rio_Paraguai https://pt.wikipedia.org/wiki/Am%C3%A9rica_Latina https://pt.wikipedia.org/wiki/Am%C3%A9rica_Latina https://pt.wikipedia.org/wiki/Am%C3%A9rica_Central https://pt.wikipedia.org/wiki/M%C3%A9xico https://pt.wikipedia.org/wiki/S%C3%A9culo_XVIII https://pt.wikipedia.org/wiki/Europa https://pt.wikipedia.org/wiki/S%C3%A9culo_XIX https://pt.wikipedia.org/wiki/S%C3%A9culo_XIX https://pt.wikipedia.org/wiki/Peru https://pt.wikipedia.org/wiki/Filipinas https://pt.wikipedia.org/wiki/China https://pt.wikipedia.org/wiki/Jap%C3%A3o https://pt.wikipedia.org/wiki/%C3%8Dndia Estudo de cereais e leguminosas (anuais e perenes) UEM-ESUDER 29 Portugal), aráquide, caranga, carango (Moçambique), jiguba, jinguba, mandubi, manobi, amendubi, amendo mepinda (Angola), mancarra (Cabo Verde e Guiné-Bissau) (FERREIRA, 1986). B. Classificação taxonómica da cultura de amendoim Segundo FERREIRA (1986), acultura do amendoim apresenta a seguinte classificação taxonómica: Reino: Plantae Divisão: Magnoliophyta Classe: Magnoliopsida Ordem: Fabales Família: Fabaceae Subfamília: Faboideae Género: Arachis Espécie: A. Hypogaea C. Características morfológicas da cultura de amendoim A planta do amendoim é uma planta herbácea, com caule pequeno e folhas compostas e pinadas, contendo quatro folíolos de formato elíptico e com inserção alternada. Possui abundante indumento, raiz aprumada, medindo entre 30–50 cm de profundidade. As flores são pequenas e amareladas e, depois de fecundadas, penetram no solo, com a ajuda de uma estrutura denominada ginóforo e de um fenômeno conhecido como geocarpia, onde os legumes se desenvolvem subterraneamente. O fruto é uma vagem (SANTOS, 2014). D. Condições edafo-climáticas da cultura de amendoim Toda e qualquer plantação requer cuidados para que seja possível obter uma colheita primorosa, e como cultivo do amendoim não é diferente. O desenvolvimento da planta tem que ser acompanhado desde a preparação do solo, sementeira até a colheita (CONAB, 2009). Abaixo demonstraremos passo a passo como efectuar uma plantação de amendoim: a) Clima O amendoim pode ser cultivado em regiões que apresentam temperaturas médias entre 20°C e 30°C durante todo o ciclo de cultivo da planta. A planta não suporta baixas temperaturas. Como a https://pt.wikipedia.org/wiki/Mo%C3%A7ambique https://pt.wikipedia.org/wiki/Angola https://pt.wikipedia.org/wiki/Cabo_Verde https://pt.wikipedia.org/wiki/Guin%C3%A9-Bissau https://pt.wikipedia.org/wiki/Reino_(biologia) https://pt.wikipedia.org/wiki/Plantae https://pt.wikipedia.org/wiki/Divis%C3%A3o_(biologia) https://pt.wikipedia.org/wiki/Magnoliophyta https://pt.wikipedia.org/wiki/Classe_(biologia) https://pt.wikipedia.org/wiki/Magnoliopsida https://pt.wikipedia.org/wiki/Ordem_(biologia) https://pt.wikipedia.org/wiki/Fabales https://pt.wikipedia.org/wiki/Fam%C3%ADlia_(biologia) https://pt.wikipedia.org/wiki/Fabaceae https://pt.wikipedia.org/wiki/Fam%C3%ADlia_(biologia) https://pt.wikipedia.org/wiki/Faboideae https://pt.wikipedia.org/wiki/G%C3%A9nero_(biologia) https://pt.wikipedia.org/wiki/Arachis https://pt.wikipedia.org/wiki/Esp%C3%A9cie https://pt.wikipedia.org/wiki/Caule https://pt.wikipedia.org/wiki/Folha_(bot%C3%A2nica) https://pt.wikipedia.org/wiki/Fol%C3%ADolo https://pt.wikipedia.org/wiki/Indumento https://pt.wikipedia.org/wiki/Raiz https://pt.wikipedia.org/wiki/Flor https://pt.wikipedia.org/wiki/Fecunda%C3%A7%C3%A3o https://pt.wikipedia.org/wiki/Solo https://pt.wikipedia.org/wiki/Gin%C3%B3foro https://pt.wikipedia.org/wiki/Geocarpia https://pt.wikipedia.org/wiki/Subterr%C3%A2neo https://pt.wikipedia.org/wiki/Vagem Estudo de cereais e leguminosas (anuais e perenes) UEM-ESUDER 30 chuva prejudica a polinização, o ideal é que o clima permaneça seco durante o período de floração (Informações sobre o cultivo de hortas, 2016). b) Luminosidade O amendoim necessita de alta luminosidade, com luz solar directa pelo menos algumas horas por dia (Informações sobre o cultivo de hortas, 2016). c) Solo Cultive de preferência em solo bem drenado, leve, solto, fértil e rico em matéria orgânica. O pH do solo ideal para o cultivo de amendoim situa-se entre 5,5 e 6,5. A planta pode formar em suas raízes uma associação simbiótica com bactérias conhecidas como rizóbios ou rhizobium (género Bradyrhizobium), capazes de fixar o nitrogénio do ar no solo como amónia ou nitrato, provendo pelo menos parte do nitrogénio necessário para as plantas (Informações sobre o cultivo de hortas, 2016). d) Irrigação A irrigação precisa ser feita de forma moderada, procure manter a terra húmida, mas não encharcada, isso fará com que o amendoim consiga se germinar correctamente e não morra devido ao excesso de água. Durante a floração reduza ou suspenda a irrigação para não prejudicar a polinização (Informações sobre o cultivo de hortas, 2016). E. Técnicas culturais da cultura de amendoim a) Calagem do solo para o cultivo de amendoim O amendoim não suporta índices altos de ácido, logo, é recomendado corrigir a acidez do solo através da calagem, que é capaz de eliminar o manganês, alumínio, cálcio e magnésio, que podem atrapalhar o desenvolvimento do amendoim. Fazer a calagem é bem simples, primeiramente revira-se toda a extensão do solo em que a plantação será disposta (CONAB, 2009). Na sequência, despeja-se calcário sobre a terra, deixando agir, por pelo menos 15 dias antes da plantação. No entanto, é necessário tomar cuidado para não exagerar no calcário para não surtir o efeito contrário. Aconselha-se que o controle da acidez do solo seja feita com 1 a 2 meses de antecedência do plantio, assim, a terra terá absorvido todo o produto e estabelecido o equilíbrio (CONAB, 2009). Estudo de cereais e leguminosas (anuais e perenes) UEM-ESUDER 31 b) Sementeira As sementes geralmente são semeadas directo no local definitivo. As sementes também podem ser semeadas em pequenos vasos ou copinhos de papel jornal com 10 cm de altura. As mudas são transplantadas quando têm de 10 a 15 cm de altura (CONAB, 2009). O espaçamento recomendado é de 15 a 30 cm entre as plantas e de 60 a 80 cm entre as linhas de plantio, sendo que são depositadas 3 sementes por buraco. O amendoim pode ser cultivado em vasos e outros recipientes, mas estes devem ter um diâmetro mínimo de 50 cm (Informações sobre o cultivo de hortas, 2016). c) Tratos culturais Mantenha a plantação livre de plantas invasoras que competem com o amendoim por recursos e nutrientes. Para as cultivares que crescem erectas (grupos espanhol e valência), amontoe terra junto às plantas antes da floração ou assim que surgirem as primeiras flores. Isto facilita a chegada do ovário da flor ao solo e melhora a produtividade (Informações sobre o cultivo de hortas, 2016). F. Pragas e doenças da cultura de amendoim O amendoim é naturalmente susceptível ao ataque de diversas pragas e doenças que podem afectar, com maior ou menor grau de severidade, a produção ou a qualidade do produto, no campo, no transporte ou no armazenamento. A produção comercial do amendoim só é viável mediante o controle das pragas e doenças que afectam a cultura (LASCA et al., 2009). Além dos problemas relacionados com o impacto ambiental, o uso de defensivos na cultura contribui significativamente para elevar o custo de produção. Há possibilidade de redução de uso de defensivos na cultura através da implantação do manejo integrado de pragas. Embora a maioria das pragas e doenças do amendoim seja de ocorrência comum a todas as regiões produtoras, algumas estão confinadas em regiões ou países podendo eventualmente ser disseminadas para outras áreas, em especial se houver livre-trânsito do produto. Os agentes de disseminação podem ser os produtos comercializados como grãos ou sementes ou resíduo (casca) no caso do amendoim não descascado (LASCA et al., 2009). Estudo de cereais e leguminosas (anuais e perenes) UEM-ESUDER 32 Pragas a) Lagarta-rosca (Agrotis ípsilon) Descrição e Biologia – os adultos são mariposas com 35 mm de envergadura cujas asas anteriores são marrons com algumas manchas pretas e, as posteriores, semitransparentes. Apresenta grande capacidade de postura, sendo que uma fêmea coloca em média 1.000 ovos. Os ovos são de coloração branca e as lagartas, pardo-acinzentado escuro, podendo atingir 45 mm no seu máximo desenvolvimento. Essas lagartas têm hábitos nocturnos e, durante o dia, ficam enroladas, abrigadas no solo. A duração da fase larval é de 30 dias, em média, findos os quais a lagarta se transforma em pupa, no solo, permanecendo nesse estágio por 15 dias, quando emerge o adulto (GABRIEL, 2016); Danos – as lagartas, de coloração variável de cinza-escura a verde-escura, vivem no solo, nas proximidades das plantas, que atacam quando novas, seccionandoas hastes na região do coleto. As lagartas quando tocadas enrolam-se, permanecendo assim por algum tempo (GABRIEL, 2016); Controlo: Controlo biológico – micro-himenópteros e moscas, com parasitismo, em campo, variando de 10 a 20%; Controlo químico – aplicar nas plantas-isca a mistura de 1 kg de açúcar ou 3 L de melaço, 1 kg de insecticida e 25 kg de farelo de trigo (GABRIEL, 2016). b) Ácaros (Mononychellus planki) Descrição - os ovos são esféricos e de tonalidade amarelada, sendo a postura feita entre os fios de teia que o ácaro tece na página inferior das folhas. Existe acentuado dimorfismo sexual, sendo as fêmeas ovaladas e os machos com a extremidade posterior do abdómen mais estreita aproximadamente 0,3 mm de comprimento. De modo geral, as fêmeas apresentam duas manchas verde-escuras no dorso, uma de cada lado (GABRIEL, 2016).; Danos – são encontrados na face inferior das folhas removendo o conteúdo citoplasmático das células através de seu estilete, comprometendo o desenvolvimento normal da planta (GABRIEL, 2016); Controlo: Controlo biológico – Predadores – ácaros Phytoseiidae (Phytoseiulus macropilis e Neoseiulus anonymus) se alimentam de ovos e ninfas do ácaro rajado, consumindo até 20 ao dia; Controlo microbiano – Beauveria bassiana e Metarhizium anisopliae, 1 a 5 kg/há; Controlo Estudo de cereais e leguminosas (anuais e perenes) UEM-ESUDER 33 químico – pulverizações com acaricidas específicos, registrados para a cultura (LASCA et al., 2009). c) Formigas: Saúva limão (Atta sexdens rubropilosa) Descrição - é uma séria praga em sistemas agrícolas e florestais. Os ninhos são grandes e formados por várias câmaras. São insetos sociais, com várias castas (GABRIEL, 2016). Danos - as formigas operárias causam grande desfolha principalmente em plantas jovens, sendo consideradas pragas secundárias em culturas estabelecidas. Atacam quase todas as culturas, cortando folhas e ramos tenros, podendo destruir completamente as plantas (GABRIEL, 2016). Controlo – podem-se fazer arações profundas nas panelas e a eliminação de gramíneas nativas, pois as formigas as usam para a criação do fungo que sustenta a colônia. O controlo químico deve ser dirigido, visando à eliminação da rainha. Podem ser usados formicidas liquefeitos, iscas granuladas, pó ou através de Termo nebulização. A isca granulada dispensa o uso de aplicadores, já que as próprias formigas as carregam para o ninho (LASCA et al., 2009). Doenças As doenças no amendoim são responsáveis por grandes perdas na produtividade agrícola. Abaixo estão listadas algumas doenças: Cercosporiose: Amplamente disseminada em todas as regiões produtoras de amendoim do país, Ambas causam redução da área foliar e queda prematura das folhas, podendo causar perdas superiores a 50% na produtividade (BRANDÃO, 2011). Mancha castanha: Causada pelo fungo Cercospora arachidicola, os sintomas dessa doença são representados por lesões arredondadas de cor castanha com bordos amarelos, sendo manifestados (os primeiros sintomas) por volta de 40 dias após a sementeira. Epidemias de mancha castanha são favorecidas por períodos de alta humidade relativa e temperaturas entre 16ºC e 25°C, nesses casos a produtividade pode ser reduzida em até 70%. O patógeno se dispersa pelo vento e consegue sobreviver em restos de cultura do ano anterio (BRANDÃO, 2011); Mancha preta (ou pinta preta): Causada pelo fungo Cercosporidium personatum, os sintomas dessa doença são representados por lesões pretas circulares, as quais se tornam visíveis aproximadamente após 40 a 45 dias da emergência inicial das plantas. Epidemias http://www.agro.basf.com.br/agr/ms/apbrazil/pt/content/APBrazil/solutions/fungicides/Orkestra_SC http://www.agro.basf.com.br/agr/ms/apbrazil/pt/content/APBrazil/solutions/Standak/Produto http://www.agro.basf.com.br/agr/ms/apbrazil/pt/content/APBrazil/solutions/fungicides/fungicides_product/OPERA http://www.agro.basf.com.br/agr/ms/apbrazil/pt/content/APBrazil/solutions/Standak/Produto http://www.agro.basf.com.br/agr/ms/apbrazil/pt/content/APBrazil/solutions/fungicides/fungicides_product/OPERA Estudo de cereais e leguminosas (anuais e perenes) UEM-ESUDER 34 de mancha preta são favorecidas por períodos prolongados de molhamento foliar (igual ou superior a 10h) e temperaturas entre 20ºC e 26°C. Assim como na mancha castanha, o patógeno responsável pela ocorrência da mancha preta também sobrevive em restos culturais e se dispersa através do vento, porém a dispersão desse fungo é mais rápida, fato esse que torna essa doença mais agressiva quando comparada com a mancha marrom. No Estado de São Paulo, por exemplo, a mancha preta tem se mostrado predominante e a mais severa entre as doenças foliares do amendoim (BRANDÃO, 2011). Medidas de controlo: Uma das estratégias de controlo para a Cercosporiose é através de medidas que visam a redução do inoculo inicial, como por exemplo, a rotação de culturas; incorporação de restos culturais através de aração profunda e destruição de plantas voluntárias. Outra forma de controlo do patógeno é através da redução da taxa de infecção, a qual pode ser feita pela utilização de fungicidas registados para a cultura e uso de cultivares resistentes (LASCA et al., 2009). Ferrugem: Causada pelo fungo Puccini arachidis, os sintomas dessa doença são caracterizados por pontuações amarelas na folha, as quais com o desenvolvimento progridem para pontuações de coloração marrom-avermelhada. Apesar de possuir a capacidade de se manifestar em ambas as faces da folha, há uma predominância de aparecimento dos sintomas na face inferior. Essa doença tem grande importância na cultura do amendoim causando redução da área foliar e em condições favoráveis (alta humidade e temperaturas entre 20 e 30°C) as reduções na produtividade podem ser semelhantes as observadas nas cercosporioses (BRANDÃO, 2011). Medidas de controlo: As principais medidas de controlo da ferrugem na cultura do amendoim são através da rotação de cultura, utilização de cultivares resistentes e utilização de fungicidas registados para a cultura (LASCA et al., 2009). Colheita da cultura de Amendoim A colheita das vagens pode ser feita de 100 dias a quase seis meses após a sementeira, variando conforme a cultivar plantada e as condições de cultivo. A colheita do amendoim é realizada quando as folhas das plantas estão amareladas. Retire algumas vagens da terra e verifique se a parte interna da vagem apresenta veios mais escuros, o que indica que estão maduras e prontas para a colheita (Informações sobre o cultivo de hortas, 2016). http://www.agro.basf.com.br/agr/ms/apbrazil/pt/content/APBrazil/solutions/fungicides/Orkestra_SC https://agriculture.basf.com/br/pt/Protec%CC%A7a%CC%83o-de-Cultivos/productsearch.html http://www.agro.basf.com.br/agr/ms/apbrazil/pt/content/APBrazil/solutions/Standak/Produto http://www.agro.basf.com.br/agr/ms/apbrazil/pt/content/APBrazil/solutions/fungicides/fungicides_product/OPERA http://www.agro.basf.com.br/agr/ms/apbrazil/pt/content/APBrazil/solutions/Versatilis/Home http://www.agro.basf.com.br/agr/ms/apbrazil/pt/content/APBrazil/solutions/Standak/Produto https://agriculture.basf.com/br/pt/Protec%CC%A7a%CC%83o-de-Cultivos/productsearch.html Estudo de cereais e leguminosas (anuais e perenes) UEM-ESUDER 35 As plantas são arrancadas do solo e deixadas em local protegido da chuva e humidade com as raízes e vagens expostas, para secagem por uma ou duas semanas. Se a colheita for atrasada, ao arrancar a planta, as vagens podem se destacar da planta e ficar no solo (CONAB, 2009). Após a secagem, as vagens se soltam da planta facilmente e podem ser recolhidas e armazenadas em local fresco e seco por vários meses, ou os amendoins podem ser retirados e utilizados (Informações sobre o cultivo de hortas, 2016). 2.2.2. Leguminosas perenes Cereais perene conhecidos como culturas de ciclo
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