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Agravo de instrumento, espécies de títulos de crédito. Extinção empresarial irregular, sucessão processual e inclusão dos sócios no polo passivo da ação, decorrente de contrato de compra e venda internacional. Aluno: Edson Kleber Queiroz da Silva, R.A 7365496, Turma 003103B02 Juízo de primeira instância: Dra. Cristina Inokuti 39ª vara cível Praça João Mendes/nº, 12º andar - salas nº 1220/1226 - Centro CEP: 01501-900 - São Paulo. Autor: Polo Handels AG com sede em Viena, (Nordeste da Áustria) Réu: Papiex Comércio, Importação e Exportação de papeis e derivados Ltda. Localizada na Mooca-São Paulo/SP Advogados do Autor: Dra. Renata Mariano e Dr. Thiago Nunes Advogada do Réu: Dra. Lizandra Buscatti 1.Introdução. Síntese da exordial Em detrimento de uma relação comercial internacional a empresa requerente é credora da importância de US$ 64.000,00 Sessenta e quatro mil dólares Americanos correspondente a R$ 197.000,00 cento e noventa e sete mil reais apurado para maio de 2015 na data da inicial, onde estabeleceram negócio jurídico contratual de compra e venda de papéis, celebrado entre as partes litigantes representada pela in voice. Para apuração do saldo devedor levaram em consideração, um abatimento parcial de US$ 6,900,00 Seis mil e novecentos dólares Americanos, essa se ressume a relação comercial entabulada. O autor alega ostentar um credito materializado em documento, um titulo executivo sem eficácia, onde também apresenta em juízo a prova do adimplemento da contraprestação pactuada, o conjunto probatório, comprovantes de exportação, in voice, conhecimento de embarque, comprovante de entrega da contraprestação e pagamentos da divida parcial pela requerida. sendo assim seus advogados a partir dos fatos e provas viabilizam o processamento monitório que tem fulcro a formação do titulo executivo encurtando a via procedimental do processo de conhecimento. Sumário:1-Introdução-2-Da contestação 3-Do ato ilícito-4-Do incidente processual 4.1-do trânsito em julgado-5-Conclusão. Nota. A época da primitiva os requerentes usaram como base o Art. 1102-a do CPC de 1973 para disciplinar seus argumentos. A impetração da inicial foi em maio de 2015, apesar do novo CPC ter sido publicado em 17 de março de 2015 permanecia ainda inerte pois estava no período de “Vacatio Legis” entrando em vigor somente em 18 de março do ano subsequente. O Código de Processo Civil de 1973 regulava a ação monitória a partir de seu artigo 1.102-a, competindo aquele que pretendesse, com base de prova escrita sem eficácia de título executivo, pagamento de soma de dinheiro, entrega de coisa fungível ou determinado bem móvel. 2.Da Contestação A advogada do réu fez uma excelente defesa de contestação, entrando com embargos a ação monitória preliminarmente e subjugando o mérito, mas ora julgada intempestiva, por sua inépcia parcial, o julgamento antecipado da lide se impõe, nos precisos termos do art. 330, II, do Código de Processo Civil, ante a ausência de contestação. Os embargos monitórios apresentados em 08.09.2015 são intempestivos, tendo em vista que foram apresentados após o prazo de defesa ter expirado. O prazo para apresentar embargos monitórios, segundo exposto no artigo 1.102-C do Código de Processo Civil, é de 15 dias. Esse juízo julgou procedente a presente ação monitória para declarar constituído, de pleno direito, o título executivo judicial, no valor total de R$ 197.000,00 acrescidos de atualização monetária. 3.Do Ato ilícito Agravo de Instrumento Processo nº 2227670-68.2018.8.26.0000 Relator(a): Paulo Pastore Filho Órgão Julgador: 17ª Câmara de Direito Privado. A Ré mostrou-se inativa ou ociosa, ao cumprimento de sentença anterior sem provimento de recursos ou censura, para o imbróglio, onde não obstante a parte autora, já ávida de interesses e capacidade postulatória, solicita pesquisas ao BACENJUD E AO RENAJUD ,afim de identificar bens em posse da requerida, onde também as pesquisas se mostraram infrutíferas e já prevendo esse cenário de ante mão junto com as pesquisas, o autor solicita ao juízo anterior a penhora sobre o faturamento da empresa no montante de 15% com fulcro nos Arts.835,X, CC e 866 agora já do NCPC, onde foi provida a penhora e expedido para a intimação pessoal do representante legal da requerida, para que se deposite mensalmente o valor penhorado em conta judicial. consta dos altos principais que embora determinada a penhora de faturamento no percentual de 15% do faturamento liquido da devedora até o valor atualizado da dívida ( R$ 348.237,91 ),pois já nesse ponto do processo a requerida sofreu inúmeras ações sem a devida solvência das obrigações contraídas e ainda se mantendo inerte ao cumprimento da ordem judicial, sem apresentar qualquer motivação idônea e diante da inércia da devedora, também para implementação da penhora do faturamento foi nomeado um perito, o qual, após trabalho de pesquisa e diligencias periciais, outrossim não obteve êxito na consecução de seu objetivo uma vez que a empresa devedora não foi localizada, e é possível verificar no laudo pericial existência de informações de que a empresa teria sido encerrada irregularmente perante três órgãos públicos conforme constou nas certidões, ICMS,SRF e JUCESP. Outrora, a requerida em momento algum nega que encerrou suas atividades, discorrendo genericamente sobre a impossibilidade de imputação de responsabilidade pessoal aos sócios pela dissolução irregular, sem rebater especificamente a substituição almejada nos termos do artigo 110 do CPC. 4. Do Incidente processual Agravo de Instrumento Processo nº 2227670-68.2018.8.26.0000 Relator(a): Paulo Pastore Filho Órgão Julgador: 17ª Câmara de Direito Privado. Imputa-se, no caso, responsabilidade aos sócios, conforme disposto no artigo 1.080 do Código Civil: “Art. 1.080. As deliberações infringentes do contrato ou da lei tornam ilimitada a responsabilidade dos que expressamente as aprovaram”. Portanto, respeitada a decisão anterior recorrida, extinta a empresa executada, não se trata a hipótese de desconsideração da personalidade jurídica, de modo que se revela perfeitamente aplicável o instituto da sucessão processual previsto no artigo 110 do CPC, por analogia (Inteligência). Trata-se de agravo de instrumento tirado contra a r. decisão anterior, que nos autos da ação monitória movida em face da agravada, em fase de cumprimento de sentença, segundo a ótica do agravante,(autor) deixou de analisar a questão da sucessão processual prevista no art. 110 do NCPC por ter a executada encerrado as suas atividades, entendendo pela necessidade de instauração do incidente de desconsideração da personalidade jurídica. O encerramento irregular da pessoa jurídica, porquanto posterior ao surgimento da obrigação de indenizar os danos derivados do ato ilícito com violação do á lei, atrai a incidência do artigo 1080 do Código Civil Brasileiro ou seja os sócios incorrem na responsabilidade solidaria e ilimitada pela obrigação contraída pela sociedade. 4.1 Do Trânsito em julgado CUMPRIMENTO DE SENTENÇA: Empresa extinta irregularmente - Sucessão processual Possibilidade Inteligência do art. 110 do CPC - Inclusão dos sócios no polo passivo da ação, em razão de responsabilidade prevista no artigo 1.080 do CC Decisão reformada Recurso provido. PENHORA ON LINE DE VALORES EXISTENTES EM CONTA CORRENTE DE UM DOS EXECUTADOS. 5.Conclusão Obiter dictum. Incidência de sucessão processual. Ratio decidendi. A pretensão da agravante, mereceu acolhimento com fulcro no Art. 1080 do Código Civil Brasileiro. O julgamento teve a participação dos Desembargadores IRINEU FAVA (Presidente sem voto), JOÃO BATISTA VILHENA E SOUZA LOPES.
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