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LEANDRO DIÓGENES DA SILVA REAPROVEITAMENTO DE RESÍDUOS SÓLIDOS DA CONSTRUÇÃO CIVIL São Paulo 2019 LEANDRO DIÓGENES DA SILVA REAPROVEITAMENTO DE RESÍDUOS SÓLIDOS DA CONSTRUÇÃO CIVIL Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Centro Universitário Anhanguera de São Paulo, como requisito parcial para a obtenção do título de graduado em Engenharia Civil. Orientador: Professor Armando Sobrinho. São Paulo 2019 LEANDRO DIÓGENES DA SILVA REAPROVEITAMENTO DE RESÍDUOS SÓLIDOS DA CONSTRUÇÃO CIVIL Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Centro Universitário Anhanguera de São Paulo, como requisito parcial para a obtenção do título de graduado em Engenharia Civil. BANCA EXAMINADORA Prof(a). Titulação Nome do Professor(a) Prof(a). Titulação Nome do Professor(a) Prof(a). Titulação Nome do Professor(a) São Paulo 22 de novembro de 2019. Dedico este trabalho... ...a minha amada mãe Gersi e minha querida avó Francisca (in memorian). De todo o amor que eu tenho, metade foram vós que me destes. Salvando minha alma da vida. Sorrindo e fazendo o meu eu. AGRADECIMENTOS Gostaria de agradecer em primeiro lugar a Deus, por ter me dado a dádiva da vida com saúde e o livre arbítrio; A minha amada mãe que me criou e me educou muito bem, fazendo o possível e o impossível pra manter eu e meus 8 irmãos vivos; A minha amada avó paterna que me amou tanto e cedo partiu sem poder ver aonde cheguei; Aos meus poucos amigos e vários colegas que me incentivaram a estudar e a concluir mais esta etapa; A minha coordenadora do curso Professora Dalva Marques, que me incentivou em diversos momentos nesta longa jornada, meu muito obrigado mesmo, por acreditar em mim, mesmo quando eu mesmo titubeava e não acreditava; E também quero agradecer ao meu tutor de TCC Prof Armando sobrinho, ao qual sempre foi paciente, muito detalhista e cordial com as palavra, meu muito obrigado por tudo. Na natureza nada se cria, nada se perde, tudo se transforma. . (Antoine Lavoisier) DA SILVA, Leandro Diógenes. Reaproveitamento de resíduos sólidos da construção civil. 2019. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em Engenharia Civil) – Centro Universitário Anhanguera, São Paulo, 2019. RESUMO No Brasil, a construção civil é ainda mais importante, pois é o setor industrial que representa uma importância fundamental na economia brasileira. Apesar de ser um setor muito promissor, que cresce a cada ano, ainda é necessária muita mudança em vários quesitos da construção para que este setor seja bem sucedido e deixe de ser apenas um setor de construção e torne-se um negócio completo e ainda mais inovador, pois mesmo com as exigências por uma boa qualidade entregue ao consumidor, ainda persistem os altos índices de desperdício e improvisação dentro dos canteiros de obras da construção civil. Os resíduos de construção civil e demolição são produzidos em grande quantidade do Brasil além disso seu descarte ocorre de forma irregular. O objetivo desse trabalho foi verificar através da literatura o processo de reaproveitamento, separação e reprocessamento de resíduos sólidos na construção civil. Foi desenvolvido um estudo de revisão de literatura. A busca foi realizada na base de dados Scielo e Google Scholar. Concluiu-se que o ramo da construção ainda não se familiarizou com a questão ambiental e aos modelos de logística reversa que estão sendo criados para esta área de atuação. Assim com a tecnologia, o concreto não pode ser feito 100% reciclando concreto velho, isso acontece porque o cimento novo é sempre necessário para o novo concreto, assim como o regulamento e rigorosa demanda em propriedades físicas para algum concreto estrutural fazem isso impraticável. Além disso fatores como a globalização, a tecnologia avançada, o mercado acirrado têm sido um grande desafio na construção civil quanto da eficácia para sua administração, gerenciamento e controle. Palavras-chave: Concreto reciclado; Reaproveitamento; Resíduos sólidos; Construção civil. DA SILVA, Leandro Diógenes. Reuse of solid wastes from construction. 2019. Course Conclusion Paper (Civil Engineering Degree) - Anhanguera University Center, São Paulo, 2019. ABSTRACT In Brazil, civil construction is even more important, since it is the industrial sector that represents a fundamental importance in the Brazilian economy. Although it is a very promising sector, which grows every year, it is still necessary a lot of change in several construction questions so that this sector is successful and it is no longer just a construction sector and becomes a complete business and even more innovative, because even with the requirements for a good quality delivered to the consumer, the high levels of waste and improvisation in the building sites still persist. Civil construction and demolition waste is produced in large quantities from Brazil and its disposal occurs irregularly. The objective of this work was to verify through the literature the process of reuse, separation and reprocessing of solid waste in civil construction. A literature review was developed. The search will be performed in the Scielo and Google Scholar database. It was concluded that the construction industry has not yet become familiar with the environmental issue and the reverse logistics models being created for this area of activity. So with today's technology, concrete can not be made 100% by recycling old concrete, this is because new cement is always needed for new concrete, just as strict regulation and demand on physical properties for some structural concrete makes it impractical. In addition, factors such as globalization, advanced technology, the fierce market have been a major challenge in construction as to efficiency in its administration, management and control. Keywords: Concrete recycling; Reuse; Solid residues; Construction. LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS ACC: concreto celular autoclavado CO2: Gaz carbonico CPM: Critical Path Method EPS: poliestireno expandido GBC: Green Building Council Brasil NBR: Norma Brasileira PE: polietileno PERT: Program Evaluation and Review Technique PET: polietileno tereftalato PP: Polipropileno PUR: Poliuretano SUMÁRIO 1. INTRODUÇÃO ...................................................................................................... 11 2. PROCESSO DE REAPROVEITAMENTO DE RESÍDUOS SÓLIDOS NA CONSTRUÇÃO CIVIL E SEU IMPACTO NO MEIO AMBIENTE..............................13 3.PROCESSO DE DESCARTE DE RESÍDUOS SÓLIDOS NAS CONSTRUÇÕES........................................................................................................19 4.DINÂMICA ENVOLVIDA NO DESCARTE DE RESÍDUOS SÓLIDOS E O REAPROVEITAMENTO NO MEIO AMBIENTE........................................................24 5. CONSIDERAÇÕES FINAIS...................................................................................30 REFERÊNCIAS..........................................................................................................31 11 1. INTRODUÇÃO No Brasil, a construção civil é o setor industrial que representa uma importância fundamental na economia brasileira. Apesar de ser um setor muito promissor, que cresce a cada ano, ainda é necessária muita mudança em vários quesitos da construção para que este setor seja bem-sucedido e deixe de ser apenas um setor de construçãoe torne-se um negócio completo e ainda mais inovador, pois mesmo com as exigências por uma boa qualidade entregue ao consumidor. Os resíduos de construção e demolição são parte dos resíduos sólidos urbanos que incluem também os resíduos domiciliares. Porém, para os resíduos de construção e demolição há agravantes: o profundo desconhecimento dos volumes gerados, dos impactos que eles causam, dos custos sociais envolvidos e, inclusive, das possibilidades de seu reaproveitamento fazem com que os gestores dos resíduos se apercebam da gravidade da situação unicamente nos momentos em que, acuados, veem a ineficácia de suas ações corretivas. Cada vez mais discutido no mundo atual são as questões ambientais e as formas como cada indivíduo e organização podem contribuir para isso. A sociedade de olho nas questões ambientais também vem se familiarizando com as empresas que optam por produzir através de recursos renováveis e que tomam medidas de preservação do meio onde vivemos. A construção civil afeta o meio ambiente através da retirada de materiais da natureza que não são retornáveis, como: areia, cal, ferro, madeira, água potável e também o entulho, que é o resultado das sobras, dos desperdícios e dos rejeitos de materiais de construção em uma obra, que pode ser de demolição, pavimentação ou construção de casa, muro ou de um prédio. Os resíduos de construção civil e demolição são produzidos em grande quantidade do Brasil além disso seu descarte ocorre de forma irregular. A pavimentação com agregados reciclados já vem sendo utilizado em diversos países, porem no Brasil as primeiras experiências com agregados reciclados e pavimentação ainda é recente. A partir disso, como acontece o processo de reaproveitamento de resíduos sólidos da construção civil? O objetivo geral foi o processo de reaproveitamento de resíduos sólidos na construção civil e seu impacto no meio ambiente. Descrever através da literatura o processo de descarte de resíduos sólidos nas construções. Explicar a dinâmica 12 envolvida em descarte, reaproveitamento e reprocessamento de resíduos sólidos e evidenciar o impacto do descarte e reaproveitamento no meio ambiente. O método adotado neste trabalho é de revisão bibliográfica. A busca será realizada na base de dados Scielo e Google Scholar, utilizando os seguintes descritores e palavra-chave: Concreto reciclado, Reaproveitamento, Resíduos sólidos, Construção civil. Os critérios de inclusão serão: artigos originais publicados em português e inglês na íntegra, entre os anos de 1990 a 2019. Após a identificação será realizada a leitura do título. Caso existir a possibilidade de contribuição do trabalho para a elucidação da pergunta de pesquisa será realizada então a leitura do resumo e, posteriormente, do texto integralmente. 13 2. PROCESSO DE REAPROVEITAMENTO DE RESÍDUOS SÓLIDOS NA CONSTRUÇÃO CIVIL E SEU IMPACTO NO MEIO AMBIENTE Os resíduos de demolição são alcançados após a derrubada de um projeto de infraestrutura. Os resíduos de concreto armado, tijolos, gesso, telhas, papelão, seções de madeira, aglomerados o que é referido como resíduos de demolição neste caso. Resíduos excedentes existem resultante da conclusão de uma atividade de construção (ENGELSEN, 2005). Além disso existe argamassa em excesso, telhas quebradas, restos de fio, embalagens de materiais e muitos outros nesta categoria (ENGELSEN, 2005). Também deve ser notado que o concreto é tipicamente esmagado para produzir agregado de concreto reciclado. Na Suécia, estima-se que foram utilizados 70% da produção de agregado de concreto reciclado até 2010, porém por sua vez, são usados: 3% para aplicação como agregado para o novo concreto, 92% nas aplicações não ligadas abaixo do solo tais como base da estrada, aterro etc. e 5% para ser usado acima do solo para usos na superfície (ENGELSEN, 2005). A maior parte do material de madeira é usada para recuperação ou como material virgem na fabricação de materiais primários. Na Suécia, 90% da madeira recuperada é utilizada para a recuperação de energia, enquanto na França a maior parte da madeira recuperada é utilizada como material virgem para o processamento de novos produtos de madeira, como painéis de fibras (LEITE, 2001). No que diz respeito ao aço, no entanto, normalmente a maior quantidade de materiais recuperados e usada como sucata na nova produção de aço (LEITE, 2001). Outro autor Krogh e colaboradores (2001) afirma que, na Suécia, a sucata é um material de base em produção de barras de reforço de concreto. O Green Building Council da Austrália em 2010 relatou uma taxa de reciclagem de 90% em sucatas de aço (AMARAL, 2013). Existem diferentes tipos de concreto, dependendo no modo como é produzido e se os aditivos estão ou não incluídos no concreto, assim alguns exemplos são: pedras de concreto, concreto armado e concreto celular autoclavado (ACC) (DE PAIVA; RIBEIRO, 2011). A maior parte do concreto é misturada com outros tipos de pedras durante a fase de demolição. O ACC é preferido para ser agrupado separadamente, considerando que o ACC contém sulfatos, que podem danificar o meio ambiente caso o material seja 14 reutilizado nesse ambiente (VROM, 2010). Os resíduos de construção civil e demolição são manufaturados em milhares de toneladas pelo mundo, além disso seu descarte ocorre de forma irregular. Pensando nisto é que muitas empresas já aderiram a gestão ambiental, porém muitas ainda não deram passos em prol de uma solução no setor onde atuam, como é o caso das empresas de construção civil. O ramo da construção ainda não se familiarizou com a questão ambiental e aos modelos de logística reversa que estão sendo criados para esta área de atuação. Poucas são as empresas que contribuem com o meio ambiente e geram produtos reutilizáveis a partir das sobras e resíduos das obras (BARRETO, 2005), além disso, as edificações também são responsáveis por grande parte do consumo de recursos naturais, que na sua maioria não são renováveis. Neste sentido a pesquisa de Abrantes (2005), afirma que construção civil afeta o meio ambiente através da retirada de materiais da natureza que não são retornáveis. As melhorias para o meio ambiente são a seleção dos materiais que são enviados para coleta seletiva, processo adotado para preservar o mesmo, o uso de tecnologias para a reciclagem de resíduos pela indústria da construção civil vem se consolidando como uma prática importante para a sustentabilidade, seja atenuando o impacto ambiental gerado pelo setor ou reduzindo os custos. No entanto, ações que tenham um benefício econômico podem ter um grande impacto em outros setores, por exemplo, enviar lixo para um aterro é, em alguns casos, a opção de descarte mais barata. Isso requer uso da terra e pode levar a contaminação da área, o que pode afetar os habitantes locais e a natureza. A discrepância entre o os custos reais e os custos ocultos de um material estão em desvantagem para o meio ambiente e a sociedade (MOTTA, 2005). Os custos ocultos para a natureza e a sociedade resultantes da eliminação de resíduos material e / ou produção de material novo estão idealmente incluídos nos custos de material de construção. Quando esses custos ocultos são incluídos, o nível eficiente de reciclagem aumenta, uma vez que o custo aumenta o que permite algum espaço para custos de reciclagem. Inclusão do custo oculto do descarte de material levaria a um aumento da taxa de reciclagem e ampliaria a vida útil econômica dos recursos não renováveis, recursos recicláveis (VERGARA; TEIXEIRA; YAMANARI, 2017). 15 Um aterro é um lugar onde o material é despejado como um estágio final. Na Holanda, é proibido desde 1997 para despejar resíduos em um aterro caso seja possível reutilizar, reciclar ou incinerar o material (MAGALHÃES; MELLO; BANDEIRA, 2014). Existem algumas exceçõespara materiais para os quais nenhuma aplicação útil está disponível e que são perigosos para incinerar, como o amianto e a madeira preservada tratada com arseniato de cobre cromado (MOTTA, 2005). Além dessas exceções, há também a oportunidade solicitar uma isenção, despejar os resíduos que, em primeira instância, não podem ser depositados em aterro. Desde Janeiro de 2012, o imposto sobre aterro é abolido, o que aparentemente neutraliza as melhorias do setor (VERGARA; TEIXEIRA; YAMANARI, 2017). Nesse processo relacionado ao custo é essencial o aspecto relacionado ao reaproveitamento de materiais. Existem três fases do ciclo de vida do material de construção (PRADO, 2014). Durante a primeiro fase chamada de pré-construção, matérias-primas e manufaturados são extraídos, processados, embalados e enviados. Ele captura a produção e entrega dos materiais até o ponto de instalação. Segunda fase de construção, corresponde à vida do edifício, que é construída e precisa de manutenção (PRADO, 2014). A última fase é a fase de pós-construção, quando o prédio é demolido e os materiais são liberados como resíduos. Em uma economia circular, os materiais são reciclados e entram novamente na fase de pré-construção (KIM ET AL., 1998). Alternativamente, os materiais são reutilizados entrando na fase de construção, conceito esse chamado de economia circular. É possível que os materiais entrem em outro sistema após a reciclagem. Isto não é, no entanto, preferido quando se pretende uma economia circular. Outra opção, a menos preferida, é que os materiais sejam descartados como resíduos (VROM, 2010). A fase de pré-construção é intensiva em energia e materiais, o que implica um grande impacto ambiental (KIM ET AL., 1998). Por exemplo, de acordo com o Ministério holandês de habitação, planejamento espacial e meio ambiente - o ministério atual com este portfólio é o Ministério de infraestrutura e meio ambiente - (VROM, 2010), o impacto ambiental do material de construção pedregoso é relativamente alto. Isso é principalmente devido às altas demandas de energia durante a fase de produção (VROM, 2010). 16 Embora haja uma taxa de reciclagem documentada, ainda não está claro de que maneira o lixo é reciclado. A reciclagem é definida como uma “aplicação útil na qual os resíduos são reprocessados em produtos, materiais ou substâncias, para o fim original ou outro. Recuperação de energia e processamento de resíduos materiais em combustível secundário são excluídos” (PINTO, 1999). A política nacional para o tratamento de resíduos em diversos países, fornece requisitos mínimos para tratamento desses materiais. Por exemplo, a incineração é o tratamento “padrão” para alguns materiais, por ex. madeira (VROM, 2010), embora a madeira de qualidade A possa ser reciclada. Numa economia circular, os materiais residuais são reutilizados e reciclados dentro de um setor, de preferência em pequena escala. Isso levará ao uso eficiente de materiais, que reduz o impacto ambiental dos produtos, reduzindo a utilização de matérias-primas, uso e emissões de CO2, além disso, traz vantagens econômicas, já que a cadeia de suprimentos está funcionando juntos, a fim de reutilizar e reciclar os materiais (VROM, 2010). Antes de uma organização tomar a decisão de empreender um projeto de construção, é essencial para desenvolver uma avaliação adequada do projeto. Em caso de desenvolvimento comercial, uma avaliação deve ser feita das vantagens comerciais do projeto, incluindo várias restrições e riscos envolvidos. Para um projeto público, o resultado do projeto será preocupado com a análise financeira, e não com o retorno do investimento, porém em ambos esses casos o reaproveitamento pode gerar redução significativa de custos (AMADEI, 2012). Por esta razão, a fase conceitual de um novo projeto de construção é muito importante, uma vez que todas as decisões tomadas nesta fase têm um impacto significativo no custo final do projeto. É também a fase em que maior grau de qualquer potencial de incertezas sobre o futuro foram encontradas (DE JESUS, 2014). Além disso, o risco da gestão deve desempenhar um papel importante no controle de riscos e na eliminação de seus impactos no ciclo de vida do projeto (TOAKLEY, 1989). O negócio de construção como qualquer outro negócio é arriscado. No entanto, a construção especialmente envolvendo obras públicas inclui mais riscos devido ao envolvimento de muitas partes, tais como proprietários, empreiteiros, subcontratados, fornecedores e muitos outros (OYADOMARI, 2010). Além disso, projetos de construção devido à sua singularidade é inerente a muitos riscos. Eles também 17 envolvem muitas pessoas de diferentes culturas, e diferentes países e, apesar de seu tamanho e sua complexidade aumentaram mais e mais os fatores de risco. Neste se acrescenta no aspecto político, social e condições econômicas em que o projeto é realizado, há maior necessidade de desenvolver plano de gestão de riscos suficiente e adequado. Empresas de construção, a fim de proteger seus negócios e seus interesses, procuram encontrar métodos que sejam mais eficazes (COSTA, 2017). Especificamente, quando participam de projetos de construção no exterior, onde há inúmeras incertezas e riscos em um projeto, eles adotam novas formas de co-operações. Uma delas é a Joint Ventures e alianças estratégicas. Embora este tipo de organização reduza alguns riscos de negócio e também apresenta outros fatores que podem afetar o desempenho do projeto. Para aliviar estes fatores de risco, um processo eficiente de gerenciamento de risco deve ser desenvolvido a partir da Joint Venture (MIRANDA, 2005). Os aspectos que envolvem a construção são inúmeros fontes de riscos e incertezas, muitos dos quais não estão sob o controle dos participantes do projeto (BALOI; PRICE, 2003). Além disso esse tipo de projeto de construção tem a reputação de falhar no tempo e custo. Por tudo isso, é necessário identificar as fontes de risco em primeiro lugar. O autor Odeh e Battaineh (2002) estudaram os riscos mais típicos na construção civil em vários países, incluindo os Estados Unidos, o Reino Unido, Arábia Saudita e Israel entre 1987-1997. Eles encontraram sete causas significativas de atrasos: interferência da empresa envolvida, experiência inadequada do contratante, financiamento e pagamentos, produtividade do trabalho, tomada de decisão lenta, planejamento inadequado e subcontratados (MIRANDA, 2005). A origem do desperdício nas obras de construção não parte de um único fator, o desperdício advém, ou se origina de todas as etapas do processo de construção civil, que são: planejamento, projeto, fabricação de materiais e componentes, execução e uso e manutenção (RIBEIRO, 2002). Partindo da execução da obra e condensando ainda mais, é possível chegar a dois fatores de desperdício: o desperdício por mão-de-obra e por materiais. O desperdício de materiais envolve os entulhos e os materiais incorporados à obra. 18 Prado (2014) define entulho em uma obra de Construção Civil como sendo todo o volume de materiais que sai da obra, sem nenhuma perspectiva de utilização futura. Englobam as sobras de concreto, argamassa, ferro, blocos de cerâmica, etc. O desperdício de materiais incorporados à obra refere-se ao excesso de materiais utilizados que, ao final da obra, não são percebidos ou pouco se percebe (PRADO, 2014). O desperdício por mão de obra que compreende o tempo empregado pelos trabalhadores em atividades que não incorporam valor ao produto final e que podem, facilmente, ser reduzidos ou eliminados sem causar nenhum prejuízo. Englobam: tempo de espera, de retrabalho, de transporte, etc (PRADO, 2014). Na realidade do setor de construção civil o assunto entulho é um dos fatores que mais incomoda não só os trabalhadores como também os gestores (por ser desperdício dematerial que por alguma razão se perdeu) e até mesmo tem impacto sobre a sociedade. 19 3. PROCESSO DE DESCARTE DE RESÍDUOS SÓLIDOS NAS CONSTRUÇÕES Cada vez mais discutido no mundo atual são as questões ambientais e as formas como cada indivíduo e organização podem contribuir para isso. A sociedade de olho nas questões ambientais também vem se familiarizando com as empresas que optam por produzir através de recursos renováveis e que tomam medidas de preservação do meio onde vivemos (PRADO, 2014). Pensando nisto é que muitas empresas já aderiram a gestão ambiental, porém muitas ainda não deram passos em prol de uma solução no setor onde atuam, como é o caso das empresas de construção civil. O ramo da construção ainda não se familiarizou com a questão ambiental e aos modelos de logística reversa que estão sendo criados para esta área de atuação. Poucas são as empresas que contribuem com o meio ambiente e geram produtos reutilizáveis a partir das sobras e resíduos das obras. Além disso, as edificações também são responsáveis por grande parte do consumo de recursos naturais, que na sua maioria não são renováveis (LAMBERTS, 2008). A redução dos entulhos gerados nas obras impacta diretamente no meio ambiente, que posteriormente esse entulho será enviado para os canteiros sanitários e esses entulhos variam entre pedaços de cerâmicas, madeira, pedras, areias, calcário, alumínio, ferro (MIRANDA, 2005). No entendimento de Barreto (2005), a construção civil é uma indústria que produz grandes impactos ambientais, desde a extração das matérias-primas necessárias à produção de materiais, passando pela execução dos serviços nos canteiros de obra até a destinação final dada aos resíduos gerados, ocasionando grandes alterações na paisagem urbana, acompanhadas de áreas degradadas. As construtoras conscientes estão atrás do selo de “construtoras verdes”, o qual dá a elas o poder de serem as melhores construtoras que conseguiram unir o negócio de obras com a sustentabilidade e, na qual trabalham com um plano de gestão dos resíduos sólidos das construções, compra de madeira com certificação e uso adequado da água e energia nas obras, além de outras medidas que algumas empresas de construção adotam (CORRÊA, 2009). 20 Segundo o Green Building Council Brasil (GBC), organização que fomenta a construção sustentável no país: “Uma construção sustentável pode obter uma redução de 30% no consumo de energia e de 50% no uso de água. Outro ganho é a valorização do imóvel no momento da venda, que chega a 20% em relação a um ponto convencional” (AMARAL, 2013). Com isso, pode-se ver quão importante é para as construtoras o conceito de sustentabilidade atrelado ao negócio de edificações hoje em dia e que brevemente será indispensável. Como afirma Eduardo Senra, diretor da construtora Sempre Engenharia: “ou a empresa tem a capacidade de executar uma edificação sustentável ou estará fora do mercado” (CAPARICA, 2010). Os ganhos com “construções verdes” (sustentáveis) chegam a todos, desde construtoras (redução nos custos, desperdícios e retornos financeiros bem acima do mercado), clientes (menor consumo de água e energia, materiais certificados e resíduos tratados) até a natureza que agradece os pequenos atos de reciclagem e consumo consciente dos recursos necessários para se construir (CORRÊA, 2009). Entretanto existem os desperdícios da Construção Civil que não ocorrem apenas no momento da execução de uma obra. São decorrentes de um processo formado de várias etapas e composto de diferentes empresas e pessoas. (MICHELIS, 2013). O entulho em uma obra de construção civil como sendo todo o volume de materiais que sai da obra, sem nenhuma perspectiva de utilização futura. O desperdício de materiais incorporados à obra refere-se ao excesso de materiais utilizados que, ao final da obra, não são percebidos ou pouco se percebe (DAS GRAÇAS ROTH; GARCIAS, 2009). o profundo desconhecimento dos volumes gerados, dos impactos que eles causam, dos custos sociais envolvidos e, inclusive, das possibilidades de seu reaproveitamento fazem com que os gestores dos resíduos se apercebam da gravidade da situação unicamente nos momentos em que, acuados, vêem a ineficácia de suas ações corretivas (PINTO, 1999). Objetivando sempre reduzir os custos e maximizar resultados para que o objetivo final seja alcançado e a obra possa atender as expectativas e finalidades para as quais foi inicialmente projetada (MOURA, 2003). Outro aspecto importante é a gestão de projetos de construção que requer conhecimento de gestão moderna, bem como a compreensão do projeto e do processo de construção. 21 Os projetos de construção têm um conjunto específico de objetivos e restrições, como um prazo requerido para a conclusão. Além disso, eles são um empreendimento caro e muitas pessoas estão envolvidas. A mudança é inerente ao trabalho de construção (CHOMSKY, 2002). A maioria dos projetos não cumpre prazos, custos e metas de qualidade. Isto não é muito surpreendente, considerando que não há engenheiros perfeitos conhecidos, mais do que há desenhos perfeitos ou que as forças da natureza se comportam de uma maneira perfeitamente previsível (OYADOMARI, 2010). A mudança não pode ser eliminada, mas aplicando os princípios de gerenciamento de risco, os engenheiros podem melhorar o gerenciamento efetivo dessa mudança. Em projetos de construção, cada um dos três alvos principais de custo, tempo e desempenho provavelmente estarão sujeitos a riscos e incertezas (CHOMSKY, 2002). Existem dois tipos básicos de projetos de construção em todo o mundo: o de projeto setorial e projeto do setor privado. Geralmente, os processos de gerenciamento do setor de construção têm características mais específicas do que as do setor privado. Os projetos do setor público normalmente têm mais complexidade que o setor privado (COSTA, 2017). Não adianta possuir um planejamento bem detalhado, se toda a obra não tiver em mente que é necessário seguir esse planejamento e caso observam alguma falhar comunicar para os responsáveis, e não seguir com a atividade errada na filosofia JIT o controle é feito também pelo operário que está na frente de trabalho (SILVA, 2001). O responsável pelo planejamento pode utilizar o meio eletrônico que aliado a internet pode produzir modelos visuais em gráficos e planilhas com informações atualizadas online sobre os processos produtivos em cada pavimento, quais os materiais estão sendo utilizados e identificar se está ocorrendo excesso de material e perdas assim eliminando, visualizando todas essas informações na mesma hora com um simples clique, e a principal vantagem é o baixo custo (MOTTA, 2005). Com um planejamento bem aplicado e detalhado na obra os problemas com estoques desnecessários e tempo improdutivo vão se acabando assim irão agir diretamente na produtividade e nos custos. Com o excesso de material no canteiro da obra ocorre a sua depreciação e quebras, ocupa espaço que poderia estar sendo 22 utilizado para outra atividade de mais importância naquele momento, além de principalmente utilizar um recurso fora da hora assim imobilizando o fluxo do caixa. Nota-se que em muitas situações não foi atingido em sua totalidade, principalmente nos setores de edificações. Este setor é diferente dos demais industriais pela sua dificuldade em relação a produção, pois as atividades não possuem um padrão sequencial de procedimentos, não são repetitivas, possuem operações unitárias em paralelo com equipes de pedreiros, azulejistas, encanadores, eletricistas, entre outros. Porém, se for buscando um fluxo operacional o mais próximo possível dessa mentalidade, certamente os ganhos vão ser consideráveis. (VIEIRA, 2012) Para não termos excesso de materiais ou perdas é necessário um planejamento da obra que visaenxugar todas as atividades no canteiro que não gera valor, assim reduzindo os custos sem necessidade de novas aquisições, mais através de uma organização em todo o processo produtivo. A obra deve manter um ritmo de produtividade em equipe e não individual a alocação dos funcionários deve ser muito bem analisada e planejada para ele estar realizando a atividade no momento certo e com a quantidade de materiais disponíveis para aquele serviço (CRUZ, 2002). Quando se tem um excesso de mão-de-obra ocorre o descontrole no planejamento assim se tornando um desperdício, pois é criada uma reserva de homens na obra para garantir a execução de um trabalho dentro do prazo mesmo que, caso programado de forma adequada, possa ser feito por um número bem menor de operários (VAZ, 2014). Nas obras que possuem um planejamento detalhado, deve-se acompanhar o cumprimento deste, de modo a concretizarem-se as metas físicas e financeiras nele previstas. Todos os serviços devem ser programados, semanal e mensalmente, tendo em vista o planejamento detalhado. Não basta somente garantir o atendimento físico programado, deve-se assegurar também que, no mínimo, os custos fiquem dentro das estimativas do planejamento detalhado. O acompanhamento do andamento do custo da obra é feito através da apropriação (VERGARA, TEIXEIRA, YAMANARI, 2017). De um modo geral, qualquer que seja o sistema de controle de custo utilizado, quanto maiores forem os controles, maiores serão os custos de apropriação. O que se espera é que esse aumento no custo indireto possa trazer como contrapartida, uma redução no custo direto, porém isto nem sempre acontece (VAZ, 2014). 23 A origem do desperdício nas obras de construção não parte de um único fator, o desperdício advém, ou se origina de todas as etapas do processo de construção civil, que são: planejamento, projeto, fabricação de materiais e componentes, execução e uso e manutenção (VAZ, 2014). Partindo da execução da obra e condensando ainda mais, é possível chegar a dois fatores de desperdício: o desperdício por mão-de-obra e por materiais. O desperdício de materiais envolve os entulhos e os materiais incorporados à obra. Miranda (2005) define entulho em uma obra de Construção Civil como sendo todo o volume de materiais que sai da obra, sem nenhuma perspectiva de utilização futura. Englobam as sobras de concreto, argamassa, ferro, blocos de cerâmica, etc. O desperdício de materiais incorporados à obra refere-se ao excesso de materiais utilizados que, ao final da obra, não são percebidos ou pouco se percebe (CRUZ, 2002). O desperdício por mão de obra que compreende o tempo empregado pelos trabalhadores em atividades que não incorporam valor ao produto final e que podem, facilmente, ser reduzidos ou eliminados sem causar nenhum prejuízo. Englobam: tempo de espera, de retrabalho, de transporte (VAZ, 2014). Na realidade do setor de construção civil o assunto entulho é um dos fatores que mais incomoda não só os trabalhadores como também os gestores (por ser desperdício de material que por alguma razão se perdeu) e até mesmo tem impacto sobre a sociedade. 24 4. DINÂMICA ENVOLVIDA NO DESCARTE DE RESÍDUOS SÓLIDOS E O REAPROVEITAMENTO NO MEIO AMBIENTE A construção civil é subdividida em três setores segundo Vieira (2006), chamados de subsetores: Subsetor de edificações, que é responsável pelas construções de edifícios; Subsetor de construção pesada, o qual tem como objetivo a construção das infraestruturas de transportes, telecomunicações, energia e saneamento; E por fim o Subsetor de montagem industrial, a qual é responsável por montar estruturas metálicas para os vários setores industriais, sistemas de geração de energia, de comunicação e exploração de recursos naturais. De todos os subsetores, o subsetor de edificações, que é o foco do trabalho de curso, é o mais importante ramo da construção civil por ser a atividade que mais está presente na realidade das grandes cidades com imensas construções de prédios para moradia ou escritórios empresariais além de gerar muito emprego nesse setor da construção (MOTTA, 2005). Desde os primórdios da vida na terra houve a necessidade de se construir moradias para segurança e conforto das famílias. De lá para cá essa necessidade apenas sofreu transformações e inovações no modo como construir, nos materiais e na tecnologia usada para se construir desde simples casas (no início das construções) até monumentos grandiosos (onde se encaixam os palácios, os templos, canais e outros da antiguidade) (LAMBERTS, 2008). A história nos conta a forma como os povos construíam e quais materiais usavam para isso na evolução das gerações nos diferentes continentes. Hoje, as construções são muito mais evoluídas e feitas com materiais muito mais superior ao de tempos atrás, tornando a construção civil um segmento de mercado muito forte e necessário em qualquer atividade, seja para habitação ou empreendimentos, através das casas e prédios (MOTTA, 2005). Os resíduos gerados nas atividades construtivas são gerados em expressivos volumes, não recebem solução adequada, impactam o ambiente urbano e constituem local propício à proliferação de vetores de doenças, aspectos que irão agudizar os problemas de saneamento nas áreas urbanas O uso de tecnologias para a reciclagem de resíduos pela indústria da construção civil vem se consolidando como uma prática importante para a 25 sustentabilidade, seja atenuando o impacto ambiental gerado pelo setor ou reduzindo os custos. O processo de P&D de novos materiais reciclados precisa ser feito de forma cautelosa e criteriosa para garantir o sucesso destes produtos no mercado. A pavimentação com agregados reciclados já vem sendo utilizado em diversos países, porem no Brasil as primeiras experiências com agregados reciclados e pavimentação é recente. A reciclagem do concreto possa ser uma estratégia para redução de materiais que produziriam efeitos danosos ao meio ambiente, reduziria custos com transporte de materiais e com a utilização de materiais novos. Apesar de ser um setor muito promissor, que cresce a cada ano, ainda é necessária muita mudança em vários quesitos da construção para que este setor seja bem-sucedido e deixe de ser apenas um setor de construção e torne-se um negócio completo e ainda mais inovador (VIEIRA, 2012). Mesmo com as exigências por uma boa qualidade entregue ao consumidor, ainda persistem os altos índices de desperdício e improvisação dentro dos canteiros de obras da construção civil que interferem na redução do índice de produtividade e aumento considerável dos custos de produção, fazendo assim do ramo de construção civil um tanto quanto despreparado para a era na qual estamos em relação às outras indústrias (VIEIRA, 2009). Os agregados de concreto podem ser usados para substituir a moagem na produção de concreto. Uso de até 20% de agregados de concreto como substituto da moagem que tem baixa influência nas propriedades e na trabalhabilidade do concreto (BARRETO, 2005). O concreto com ou sem conteúdo reciclado deve atender às normas. Agregados que estão incluídos no concreto, por exemplo, agregados de areia, cascalho ou concreto, precisam cumprir normas de qualidade. Existem várias tecnologias para preparar concreto para reciclagem. As 4 tecnologias utilizadas serão brevemente discutidas: Trituração, peneiração, lavagem e recuperação seca avançada (ADR), tratamento térmico e esmagamento inteligente. Trituração, peneiração e lavagem é o método mais comumente utilizado na Holanda, os outros estão em desenvolvimento e executados em nível piloto (DEKKER, 2013). Esmagamento, peneiração, com ou sem lavagem: Esta tecnologia consiste nos processos de britagem, peneiramento e limpeza do material. No primeiro passo, esmagamento, a faixa de tamanho do material é escolhida, geralmentede 0 a 32 mm. A maioria dos britadores de uso comum são o triturador de cone e o britador de 26 mandíbula. Após o esmagamento, metais ferrosos e materiais leves são removidos do fluxo de material por um imã e uma peneira de vento, respectivamente (AZEVEDO; BARROS NETO; NUNES, 2010). Os materiais leves, por exemplo, madeira, plásticos e gesso contaminam os agregados, caso eles permaneçam no fluxo de material. Uma pequena quantidade desses contaminantes permanece no fluxo de material podem degradar a força e a durabilidade do concreto produzido com estes agregados reciclados (NAGALLI, 2016).Para eliminar possíveis contaminações remanescentes, os agregados são lavado. Várias técnicas de lavagem estão disponíveis, variando de bastante simples a sistemas complexos. Os materiais restantes são agregados limpos que podem ser usados na produção de concreto, e lodo que precisa ser aterrado (DA SILVA MONTEIRO, 2012). Recuperação Seca Avançada: Para a tecnologia ADR, o foco é reduzir a quantidade de materiais finos residuais, isto é, espera-se que para tamanhos maiores de grãos, a contaminação de metais ferrosos seja facilmente removível por ímãs, enquanto os separadores de correntes devem ser capazes de separar metais não ferrosos (DE JESUS, 2014). Assim sendo, o ADR começa a receber partículas de tamanho de grão de 0 a 12 mm. No método ADR os agregados são triturados em tamanhos 0 a 12 mm, separados na máquina no tamanho 0 a 2 mm (fração fina) e fração de 2 a 12 mm (fração grossa) (MIRANDA, 2005). Materiais considerados como contaminação são em geral leves, portanto, direcionadas para a fração fina. Na unidade de ADR a energia cinética é usada para quebrar a ligação de água que está associada com as partículas finas (DE JESUS, 2014). Posteriormente, a separação da fração fina e do curso é executada na densidade de agregados e tamanho (BETONIEK, 2011). Em geral, a fração fina hospeda 50% do volume inicial do concreto na demolição (BETONIEK, 2011). A fração grossa pode ser usada como agregados de concreto. Eles pretendem otimizar o processo de separação, valor ambiental e econômico da reciclagem, fornecer informações básicas que possam ser usadas para a formulação de políticas que estimulem a reciclagem de resíduos da construção e evoluir no tratamento térmico para conversão da fração de cimento fino em um novo ligante de cimento (DE JESUS, 2014). 27 Tratamento térmico de entulho de concreto: A fim de fechar completamente o ciclo de concreto, cascalho, areia e cimento desidratado podem ser recuperados de entulho e concreto (AMADEI, 2012). No processo de separação térmica de concreto primeiro o entulho de concreto é esmagado em pequenos pedaços com um britador de mandíbula, após isso o esmagamento do material passa por um ímã, que extrai o aço do fluxo de material (DE JESUS, 2014). Em seguida é um forno rotativo, em que a temperatura sobe a 700 ° C, que separa termicamente a areia e o cascalho de outros materiais. Então, por uma peneira vibratória, agregado grosso é separado do fluxo de material. Por um separador de ar os agregados finos são capturados, deixando a pedra de cimento no final do processo. Se o cimento pode ser adicionado na produção de cimento ele deve ser testado mais profundamente (AMADEI, 2012). Triturador Inteligente: Outra nova tecnologia que está sendo desenvolvida atualmente é a britagem inteligente. O Smart Crusher (SC) é uma tecnologia que visa a separar o betão em seus materiais de origem, ou seja, areia, cascalho e cimento com pequenos danos aos grãos (COSTA, 2017). Em contraste com os tipos tradicionais de trituradores, como a mandíbula ou triturador de cone, que visam recuperar um determinado tamanho de grão. O concreto consiste em diferentes componentes que têm diferentes pontos fortes. A resistência à compressão dos agregados varia dependendo do tipo de rochas (OYADOMARI, 2010). Agregados grossos são geralmente a parte mais forte do concreto e o cimento a parte mais fraca. Com uma força menor que 100N / mm2, que está entre a força máxima da pasta de cimento e a menor resistência dos agregados, o concreto pode ser separado em pequenas e grandes partes. (COSTA, 2017). Para exercer a força certa sobre os agregados, esmagamento e moagem são combinados. As partículas finas, ou seja, pasta de cimento, requerem tratamento térmico para desidratar o material sendo usado para posterior produção de cimento novo (OYADOMARI, 2010). Este ano, o SC está sendo introduzido comercialmente e pode gerenciar os restos de concreto de 150 mm (BEWERKEN, 2013). Sabe-se que hoje num canteiro de obras da construção civil, a limitação física é um condicionante importante ao sistema. Grande parte das construções se desenvolve dentro do perímetro urbano das grandes cidades. Outro aspecto 28 fundamental relacionado a este fato diz respeito às frentes de serviços interdependentes. Para que se possa manter níveis de estoques baixos, torna-se necessário um acompanhamento e controle bastante apurado das diversas frentes de serviço da obra, com previsões e programações sempre atualizadas, mantendo-as sempre supridas, quer seja de materiais, quer seja de mão-de-obra. Isto irá refletir, obviamente, na redução de estoques e no tempo improdutivo pela espera de "'cancha", o qual será minimizado, influenciando não só no custo final como também no nível de serviço apresentado. Para avaliar e identificar problemas na cadeia produtiva e verificar o patamar logístico no processo, a indústria da construção civil evoluiu muito, tanto no escopo da engenharia como na gestão e comercialização do seu negócio. Em busca da eficiência tanto técnica quanto econômica se faz necessário um gerenciamento eficiente e eficaz da cadeia de suprimentos para que se possa atingir o objetivo final, Apesar de ser um setor muito promissor, que cresce a cada ano, ainda é necessária muita mudança em vários quesitos da construção para que este setor seja bem sucedido e deixe de ser apenas um setor de construção e torne-se um negócio completo e ainda mais inovador, pois mesmo com as exigências por uma boa qualidade entregue ao consumidor, ainda persistem os altos índices de desperdício e improvisação dentro dos canteiros de obras da construção civil (...) que interferem na redução do índice de produtividade e aumento considerável dos custos de produção. (VIEIRA, 2006). Fazendo assim do ramo de construção civil um tanto quanto despreparado para a era na qual estamos em relação às outras indústrias (MOTTA, 2005). Ainda segundo Vieira (2006), o setor de construção civil nunca deu prioridade a questões importantes ligados ao capital humano e tecnologia como: “qualificação profissional, tecnologia operacional, treinamento, especialização, automação, qualidade e organização dos materiais e componentes” e, além disso, diz ele, “em especial o subsetor de edificações sempre apresentou sérios problemas com perdas, desperdícios, prazos, produtividade e qualidade”. Pensando nisto é que o setor de construção civil deve observar seus pontos fundamentais como o de preocupação com os funcionários que trabalham com a construção, investindo no capital humano dando-lhe total conhecimento e treinamento, pois assim, reduz-se o desperdício, o 29 retrabalho, os custos e aumenta a qualidade da obra e o capital especializado para trabalhar com as novas tecnologias. Outro quesito importante para a construção civil e que já é presente em muitas empresas hoje é a redução de impactos ambientais, questão que vem sendo levada muito a sério devido à conscientização da destruição e poluição do ambiente onde vivemos e a qual a construção civil também contribui através do entulho que ela produz em suas obras causando impactos no meio ambiente (AMADEI, 2012). 30 5. CONSIDERAÇÕES FINAIS O ramo da construçãoainda não se familiarizou com a questão ambiental e aos modelos de logística reversa que estão sendo criados para esta área de atuação. A redução dos entulhos gerados nas obras impacta diretamente no meio ambiente, que posteriormente esse entulho será enviado para os canteiros sanitários e esses entulhos variam entre pedaços de cerâmicas, madeira, pedras, areias, calcário, alumínio e ferro Esses recursos materiais não são inesgotáveis, se não houver um consentimento nas construtoras de poupar esse recurso ele se tornara cada vez mais escasso assim o seu valor irá aumentar impactando diretamente no custo final da obra. Fatores como a globalização, a tecnologia avançada, o mercado acirrado têm sido um grande desafio na construção civil quanto da eficácia para sua administração, gerenciamento e controle. O foco do estudo é voltado para a reciclagem de resíduos da construção, bem como seu funcionamento e viabilidade. Vale destacar que a Resolução CONAMA nº307 exerceu grande influência nesse aspecto, na medida em que elaborou diretrizes e procedimentos na gestão dos resíduos da construção. O mercado de resíduos está em alta para empresas que estão nesse ramo, pois sempre há material de obra a ser descartado e encaminhado corretamente. . Como foi visto anteriormente, as empresas que realizam esse tipo de serviço, à exceção de São Paulo, são raras ao redor do Brasil. Em decorrência disso, dezenas de construtoras enfrentam dificuldades para retirar e encaminhar seus resíduos sendo forçadas a fazer transporte e descarte clandestino em alguns casos, aumentando agressivamente o impacto ambiental. Assim, muito longe de estar saturado, há espaços de sobra para novos negócios voltados para a reutilização de resíduos da construção civil. 31 REFERÊNCIAS AMADEI, D.I.B. A questão dos resíduos de construção civil: um breve estado da arte. Revista Nupem, v. 3, n. 5, p. 185-199, 2012. AMADEI, Daysa Ione Braga et al. A questão dos resíduos de construção civil: um breve estado da arte. Revista Nupem, v. 3, n. 5, p. 185-199, 2012. AMARAL, M.A.T. 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