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FACULDADES METROPOLITANAS UNIDAS -FMU JHONATAS MARCEL LAURA STERNAD MARCOS MOYSES MATHEUS NASCIMENTO MÉTODO DADER São Paulo 2020 2 Farmácia Clínica e Hospitalar Professor responsável: Prof. Ms. Eliana Rodrigues de Araujo Integrantes: RA: Jhonatas Marcel 8809401 Laura Sternad 8942619 Matheus Nascimento 8938112 Marcos Moyses 8849196 Farmácia 7º Semestre Campus: Santo Amaro 3 1. INTRODUÇÃO O Acompanhamento Farmacoterapêutico (AFT) é fundamental para evitar “surpresas” como Reações Adversas a Medicamentos (RAM) e/ou Problemas Relacionados com os Medicamentos (PRM) no tratamento farmacológico do paciente. O AFT é um método de trabalho rigoroso e sistemático que requer o máximo de informações possíveis a respeito do paciente em tratamento, tais como problema de saúde, sinais e sintomas, medicamento (s) utilizado (s) e período de tratamento (data em que se deu início ao tratamento). Esse método se trata de uma atividade clínica, no qual está voltado para obter êxito no tratamento do paciente. Como qualquer outra atividade clínica e sanitária o AFT necessita de protocolos para que o mesmo seja viabilizado e realizado com máxima eficiência. Com o objetivo de obter respostas concretas e melhorar a qualidade de vida do paciente o Método DADER de AFT foi desenvolvido pelo Grupo de Investigação em Atenção Farmacêutica da Universidade de Granada em 1999, e hoje auxilia centenas de farmacêuticos pelo mundo, a fim de solucionar Problemas Relacionados com os Medicamentos (PRM) e proporcionar bem-estar (qualidade de vida) ao paciente. 4 2. METODOLOGIA A pesquisa a seguir trata-se de uma revisão literária onde foram encontrados na literatura dados necessários que deram origem a estrutura da mesma. Sendo o “descritor” pesquisado DADER. Assim foi feita uma revisão literária em cima da apostila - Programa DADER de Acompanhamento Farmacoterapêutico (AFT) que descreve uma técnica desenvolvida pelo Grupo de Investigação em Atenção Farmacêutica da Universidade de Granada. 2004. 5 3. OBJETIVO Levar informações de maneira correta e solucionar dúvidas do leitor quanto ao método aqui exposto, a fim de que o mesmo tome conhecimento da técnica e faça a correta aplicabilidade no âmbito de trabalho, seja ele drogaria ou até mesmo clínica hospitalar. 6 4. MÉTODO DADER O Método DADER de Acompanhamento Farmacoterapêutico (AFT) é um método que avalia a situação de estado do paciente, foi desenvolvido em 1999 na Universidade de Granada pelo Grupo de Investigação em Atenção Farmacêutica a fim de identificar e solucionar Problemas Relacionados com os Medicamentos (PRM) prescritos e pertencentes as terapias dos pacientes. Uma ferramenta que vem auxiliando centenas de farmacêuticos espalhados pelo país para melhor acompanhar o tratamento de seus pacientes, sendo assim, esse é um método que se baseia no histórico Farmacoterapêutico para avaliar a situação do estado de saúde tais como doenças e medicamentos utilizados, após essa primeira avaliação e identificação de possíveis PRM o (s) farmacêutico (s) responsável (eis) entra com as intervenções farmacêuticas para então resolver os PRM e posteriormente avaliar os resultados observados. Para esclarecer o conceito de Problemas Relacionados com os Medicamentos foi publicado em 2002 o Segundo Consenso de Granada sobre PRM, no qual é definido como: problemas de saúde, entendidos como resultados clínicos negativos, derivados do tratamento farmacológico que, produzidos por diversas causas tem como consequência, o não alcance do objetivo terapêutico desejado ou o aparecimento de efeitos indesejáveis. (M. MACHUCA; F. FERNÁNDEZ & M. J. FAUS, 2004) O Método DADER de AFT segue um procedimento concreto na qual define junto com outros profissionais além do farmacêutico, incluindo o médico responsável o estado de situação objetivo desejável para o paciente, sendo assim são aplicadas algumas intervenções farmacêuticas correspondentes ao quadro clínico, avaliando sempre os conhecimentos e condições que afetam o caso. 4.1. Para a realização desse Acompanhamento Farmacoterapêutico (AFT) deve-se seguir algumas fases, são elas: 7 4.1.1. Oferta do Serviço Momento esse que o farmacêutico no ato do atendimento percebe ou suspeita de algum problema relacionado com os medicamentos (PRM). Seja pela percepção de: parâmetros fisiológicos ou bioquímicos irregulares, queixa do paciente referente à algum medicamento, consulta sobre algum problema de saúde, medicamento e/ou algum parâmetro bioquímico. Sendo assim o farmacêutico oferece ao paciente o serviço de AFT deixando o paciente ciente de que não irá substituir nenhum outro profissional da área da saúde e/ou seu médico e que sempre que necessário entrará em contato com seu profissional para que possam trabalhar em conjunto para melhor atender ao seu tratamento e que o objetivo desse serviço é almejar a máxima eficiência de seu tratamento. Se o paciente aceitar o serviço proposto, então uma “Primeira Entrevista” deve ser agendado em horário cômodo para ambos. 4.1.2. Primeira Entrevista Nesse segundo contato (seguindo a lógica de que o primeiro foi a oferta do serviço) o paciente deverá trazer a pedido do farmacêutico todos os medicamentos que faz uso em seu âmbito domiciliar incluindo aqueles que estão em uso em seu tratamento. Deverá apresentar também todos os documentos que atestem seu estado de saúde como: laudo de diagnóstico médico e exames laboratoriais a fim de obter informações assertivas a respeito de seus problemas de saúde. Alguns cuidados devem ser tomados quanto a essa fase como o ambiente no qual irá realizar o atendimento, que deve ser um ambiente SEM ruídos, dentre outros problemas que desvie a atenção do farmacêutico e que passe ao paciente uma sensação de desinteresse. É de extrema importância que o farmacêutico responsável por realizar a Primeira Entrevista registre todas as informações colhidas do paciente a respeito de suas queixas/reclamações referente ao estado de sua saúde no “FORMULÁRIO DE HISTÓRIA FARMACOTERAPÊUTICA” documento para AFT (Acompanhamento Farmacoterapêutico) e que serve como pasta de identificação e anexo de documentos do paciente (ANEXO 1). Mas o aconselhável nesse momento de entrevista é que o farmacêutico faça suas anotações em um papel em branco a parte para não tomar muito do seu tempo em entrevista e logo após seu encontro com o paciente preencher o formulário com informações e respostas coletadas. 8 A Primeira Entrevista se estrutura em três pilares a serem seguidos: ➢ Fase de preocupações e problemas de saúde Objetivo é conseguir que o paciente fale de forma aberta os problemas de saúde que mais lhe preocupam, o deixando ciente de que é uma conversa totalmente privada e que suas informações serão mantidas entre a equipe de farmácia e o mesmo e que se necessário contato com o médico responsável para melhor adaptação de sua terapia que o mesmo só será feita sob o seu consentimento. ➢ Medicamentos utilizados pelo paciente Objetivo é saber do paciente se o mesmo tem conhecimento sobre os medicamentos de sua “sacola” e da adesão ao seu tratamento, o deixando expressar livremente e sem interrupções para que aumente a confiança no profissional conducente. Sendo assim o profissional devese atentar em responder algumas perguntas para preencher o formulário de “História Farmacoterapêutica” que são: 1. Está utilizando? 2. Quem lhe receitou? 3. Para quê? 4. Está melhor? 5. Desde quando? 6. Quanto? (Posologia) 7. Como usa? 8. Até quando? 9. Alguma dificuldade? (Quanto a F.F.) 10. Algo estranho? (PRM) ➢ Fase de revisão Esta é a fase no qual o paciente deverá ser informado o término da entrevista e ficar ciente de que todas as informações sobre o seu estado de saúde serão revisadas para comprovar que estão completas e corretas, sendo assim, antes de dispensar o paciente deve-se então fazer a checagem de todas as informações coletadas com o objetivo de aprofundar nos aspectos que condizem a primeira fase da entrevista e assim completar algo que tenha passado despercebido tais como a descoberta de novos medicamentos não citados pelo paciente, talvez porque não o preocupa e realizar uma revisão seguindo uma ordem da cabeça aos pés. 9 Exemplo: • Cabelo • Cabeça • Ouvidos, olhos, nariz, garganta • Boca (ferida, seca) • Pescoço • Mãos (dedos, unhas) • Braços e músculos • Coração • Pulmão • Aparelho Digestivo • Rins (Urina) • Fígado • Aparelho Genital • Pernas • Pé • Músculo esquelético (Gota, dor nas costas, tendinites) • Pele (Secura, erupção) • Psicológico (depressão) • Neurológico (epilepsia) Todavia perguntas fechadas com respostas rápidas de SIM e NÃO deverão ser feitas para o refinamento do banco de dados, porém não se descarta a possibilidade de aprofundar em algum aspecto com perguntas abertas afim de explorar um pouco mais um problema relatado pelo paciente, coletando além dessas informações os dados demográficos do mesmo como: endereço, telefone, data de nascimento, médicos que o atendem, dentre outros relevantes para completar o seu perfil. Por fim finaliza-se verdadeiramente a entrevista/consulta com o paciente, agradecendo pela visita e deixando de forma clara e esperançosa a possiblidade de futuras visitas após o estudo de seu caso. 10 DIAGRAMA DE FLUXO DA PRIMERA ENTREVISTA. Método Dáder. Manual de Acompanhamento Farmacoterapêutico, 2004. Disponível em: http://www.pharmanet.com.br/atencao/metododader.pdf. Acessado em: 26 de março de 2020. 11 4.1.3. Estado de Situação O Estado de Situação (ES) é um documento que visa relacionar os problemas de saúde do paciente e os medicamentos por ele tomados em uma data determinada (data de primeira entrevista). Este documento é definido como “foto” do paciente e deve ser ele utilizado em todas as apresentações de casos em sessões clínicas. Como mencionado, a data da primeira entrevista reflete na data do documento e o primeiro ES do paciente são os resultados do estudo de dados obtidos pela entrevista. Na parte superior do documento (denominado como “foto do paciente”) deve constar os dados de singularidade paciente como: nome, idade, sexo, Índice de Massa Corporal (IMC), alergias a medicamentos, aspectos esses que podem influenciar no momento de considerar seu ES. A parte do documento que é definido verdadeiramente o Estado de Situação (ES) do paciente se localiza na parte central, onde deverá ter registrado o problema de saúde e os medicamentos em uso para o controle dessa doença. Esse documento deve conter as seguintes informações (ANEXO 2): ✓ Problemas de saúde (PS) Essa coluna do documento descreve os problemas de saúde do paciente, a data em que esse problema se manifestou pela primeira vez, o grau de controle da doença no qual deverá ser respondido com “S” caso esteja controlado e “N” caso contrário, deverá conter também o nível de preocupação que paciente tem com respectiva doença no qual deverá ser respondido “M” para muito, “R” para regular e “P” para pouco. Se necessário alguma medida quantitativa para avaliação do PS como medidas de pressão arterial, esses devem ser anotados no campo “Parâmetros” localizado na parte inferior do documento. ✓ Medicamentos Deverá estar descrito todos os medicamentos (Princípio Ativo – P.A.) em uso e a frente de sua respectiva doença, exemplo: Hipertensão arterial – Atenolol; além de constar a posologia (se paciente toma um manhã e um noite deverá estar descrito: 1-0-1), a data que iniciou o tratamento e/ou ingestão de tal medicamento e o grau de conhecimento do paciente a respeito da adesão do tratamento e que deverá ser descrita em: “M” muito boa, “R” regular ou “P” pouco. 12 ✓ Avaliação Coluna deverá ser utilizada para descrever a suspeita de algum problema relacionado com os medicamentos (PRM). Essa se inicia por três campos que deverão ser marcados com “S” para sim e “N” para não, são eles: I. N (Necessidade – “Precisa ser feita a avaliação do medicamento em questão?”). II. E (Efetividade – “Medicamento está sendo efetivo para respectiva doença?”). III. S (Segurança – “É seguro?”). O próximo passo é registra na coluna ao lado o PRM suspeito. ✓ Intervenção Farmacêutica Nesta coluna deverá constar as datas de I.F. seguindo um Plano de Atuação montado para cada PRM e assim melhor organizá-las. É importante e para melhor visualização do farmacêutico responsável na hora de registrar os PS verificar os que tem correlação e descrevê-los o mais próximos possível para que na hora de avaliar o caso fique mais fácil associá-los e entender a estratégia terapêutica adotada pelo médico. A partir deste momento em que o documento em questão estará preenchido e planejado, este passará a ser o mais importante, visto que é um documento dinâmico e que permite estudar a evolução do paciente, ou seja, vai evoluindo ao mesmo tempo em que evolui a saúde do mesmo. Vale ressaltar ainda que o aparecimento e desaparecimento de PS e medicamentos dará lugar a um novo Estado de Situação (ES) e que uma outra fase de estudo deverá ser realizada. 4.1.4. Fase de Estudo Nesta fase o objetivo é adquirir mais informações a respeito de cada Estado de Situação (ES) descrito na fase anterior, ou seja, deve se realizar um estudo minucioso a respeito de cada PS e medicamento. Contudo o farmacêutico deve analisar as duas partes diferenciadas e de forma individual do ES: Problema de Saúde (PS que deve conter em seu estudo aspectos de interesse do 13 farmacêutico como: Sinais e sintomas a controlar ou parâmetros consensuais de controle; Mecanismos fisiológicos de início da doença, para assim entender como atuam os medicamentos e como interferem no curso da doença; Causas e consequências do problema de saúde no paciente, para entender como realizar prevenção e a educação sanitária do paciente) e Medicamentos (que deve conter em seu estudo: Indicações autorizadas; Ação e mecanismo de ação; Posologia; Margem terapêutica; Farmacocinética; Interações; Interferências analíticas (valores biológicos analisados em exames e que dirão se é uma consequência do mecanismo de ação do medicamento, ou consequência do processo patológico); Precauções; Contraindicação; Problemas de segurança) É aconselhável que nesta fase de estudo o profissional responsável análise caso por caso e não tudo de um (PS) para depois analisar/estudar tudo de outro (medicamentos). Por exemplo: Hipertensão arterial – Atenolol. Estuda-se o PS (HAS) e todos seus aspectos, posteriormente o medicamento em uso para seu tratamento (Atenolol) e todos os seus aspectos e logo após junta-se esses estudos e analisa o porquê o médico prescritor usou tal estratégia, analisa também mecanismo de ação, possíveis efeitos indesejáveis do tratamento (RAM) e após todo o estudo faz-se a correlação de todos os PS descrito no Estado de Situação (ES) do paciente o que influenciará na intervenção farmacêutica (IF). É aconselhável também que análise/estude primeiro os PS diagnosticados e posteriormente os atestados pelo paciente.4.1.5. Fase de Avaliação Nesta fase avalia-se os PRMs que o paciente talvez esteja apresentando e/ou experimentando, sendo assim, é conveniente e de muita importância que o farmacêutico responsável tenha uma visão conjunta de todo o ES do paciente para assim determinar prioridades e até mesmo estruturar um plano de ação para a realização de intervenções farmacoterapêuticas. Após a primeira avaliação (visão conjunta) do ES do paciente inicia-se a avaliação de cada linha (lacuna) do documento, no qual corresponderá a uma estratégia farmacoterapêutica. Para definir então uma estratégia a ser executada em cada PS deve-se então levar em conta os pilares da farmacoterapia: Necessidade (“O paciente necessita desse 14 medicamento?”), Efetividade (“O tratamento está sendo efetivo?”) e Segurança (“É seguro?”). Ao definir uma intervenção farmacêutica, as perguntas sobre necessidade e efetividade deverão ser respondidas em conjunto, ao obter a resposta dessas perguntas o aconselhável é analisar de forma sucinta a estratégia tomada pelo médico e até mesmo entrar em contato para que possam em conjunto analisar tal estratégia, sem questioná-lo a respeito, levando em conta que a não efetividade de um medicamento pode ser resultado de uma falha da estratégia terapêutica adotada. A segurança é um problema intrínsecos dos medicamentos e tal pergunta deve ser feita a cada um dos medicamentos utilizados pelo paciente de cada fileira do ES. Em caso de algum medicamento sem efetividade e inseguro um novo estudo de forma minuciosa a respeito do uso do medicamento no tratamento de PS deve ser feito e uma nova estratégia de intervenção planejada. Por fim há uma pergunta importante a ser feita: “Ainda existe algum problema de saúde que não está sendo tratado?” Se a reposta for sim, então um novo PRM suspeito deverá ser avaliado. 4.1.6. Fase de Intervenção Objetivo dessa fase é elaborar junto com o paciente um Plano de Atuação e executar as estratégias estabelecidas a fim de resolver o PRM apresentado. Antes de iniciar as intervenções previamente estabelecidas, deve-se levar em conta os problemas de saúde que mais preocupam o paciente tais como as prioridades possíveis observadas pelo profissional executante. No entanto para dar início a execução da intervenção, o farmacêutico responsável deve determinar o objetivo que deseja alcançar, sempre em comum acordo com as preocupações do paciente e a visão objetiva do profissional de saúde. Porém, deve-se sempre tentar intervir primeiro naquele problema de saúde que mais preocupa o paciente. Se as prioridades de intervenção forem em contradição com aquilo que mais preocupa o paciente, o farmacêutico deve criar um diálogo demonstrando a ele o caminho mais 15 adequado e a estratégia mais lógica para que possam obter uma resposta rápida quanto a solução de tal PRM. A ordem de prioridade de intervenção quanto aos PS e/ou PRMs descritos depende da situação atual de cada um deles, por isso a comunicação com o paciente nesse momento é algo de extrema importância, pois o mesmo deve ter ciência do caminho e estratégia que está sendo tomado tais como a sua relevância. Nem sempre o farmacêutico deve levar como prioridade acertar na primeira proposta estabelecida, o melhor é caminhar aos poucos, trabalhando e conhecendo o “terreno” explorado naquela intervenção, tais como as proporções tomada pelo plano de atuação. Entretanto algumas opções devem ser analisadas na hora de intervir cada uma das prioridades pré-estabelecidas, levando em consideração a sua situação atual: • Casos em que prevalece a efetividade sobre a segurança. • Casos em que prevalece a segurança frente à efetividade. • Efetividade em longo prazo. • Segurança em longo prazo. • Começar pelo mais fácil para ganhar confiança. • Começar pelo mais rápido e ganhar tempo. • Descartar circunstâncias graves, pouco prováveis. • Tentar soluções fáceis, pouco arriscadas. • Estratégias conservadoras assegurando o terreno conquistado. • Estratégias arriscadas devido ao caráter de urgência. • Começar por aquelas que não necessitam participação do médico. • Começar pelo encaminhamento a um especialista. Após análise e determinação de prioridade de PRM a ser solucionado, deve-se começar o preenchimento do formulário de Intervenção Farmacêutica. (ANEXO 3) A intervenção pode ocorrer de duas maneiras: 16 ➢ Farmacêutico – paciente: no qual o PRM apresentado pelo paciente tem causa derivado de suas próprias ações (automedicação). Deverá ser feita de forma verbal ou escrita ao depender da percepção do farmacêutico quanto ao êxito do tratamento. ➢ Farmacêutico – paciente – médico: no qual o PRM deriva de alguma estratégia mal sucedida ou ineficaz ou quando o paciente apresenta algum problema de saúde que necessita diagnóstico pelo seu médico responsável. Sendo assim essa deverá se apresentar através de um informe escrito, no qual deve-se abordar os aspectos: I. Apresentação do Paciente: nesse deverá conter todos os dados do paciente, problema de saúde e o tratamento farmacológico. II. Motivo de encaminhamento: nesse deverá ser descrito a causa pela qual o paciente está sendo encaminhado para uma consulta, onde se apresenta os dados/parâmetros quantitativos que mostrem/sugerem o problema de saúde pela qual o paciente se encaminha, sinais e sintomas apresentados pelo paciente. Portanto deve-se ter cuidado em não utilizar palavras que sugerem que o farmacêutico está fazendo o diagnóstico ou prognóstico do problema de saúde. III. Avaliação do farmacêutico: nesse deve conter o estudo do profissional responsável (farmacêutico) sobre medicamentos/tratamento a fim de apresentar ao médico uma correlação entre os medicamentos e o problema (s) de saúde. IV. Despedida: Farmacêutico deverá outorgar autoridade ao médico quanto à avaliação risco benefício da Intervenção e oferecer colaboração para o êxito da mesma. Contudo deverá ser impresso duas cópias do “Informe de Intervenção” e ser entregue ao paciente, no qual uma ficará com o mesmo e o outro deverá ser entregue ao seu médico responsável. 17 4.1.7. Resultado da Intervenção O objetivo dessa fase é o resultado obtido com a intervenção farmacêutica em prol da resolução do problema de saúde, com isso dará lugar a um novo Estado de Situação (ES) do paciente. Segundo o Manual de Acompanhamento Farmacoterapêutico (2004) os resultados das intervenções poderão ser: • Intervenção aceita, problema de saúde resolvido. • Intervenção aceita, problema de saúde não resolvido. • Intervenção não aceita, problema de saúde resolvido. • Intervenção não aceita, problema de saúde não resolvido. Sendo Intervenção aceita, aquela no qual o paciente e médico aceita a sugestão de intervenção proposto pelo farmacêutico, modificando e/ou suspendendo o uso de medicamento (s) para o tratamento de PS e esse será considerado como resolvido quando o motivo para a intervenção tiver desparecido por completo. Ao fim dessa avaliação o formulário de Intervenção Farmacêutica (ANEXO 3) deverá ser finalizado com informações sobre os resultados da intervenção. 4.1.8. Novo Estado de Situação Objetivo dessa fase é a observação e registro de mudanças no comportamento do paciente após a intervenção, tais como os problemas de saúde e tratamento farmacológico no qual foi submetido a um plano de atuação. Sendo assim deve se considerar para essa fase: ✓ Se o médico responsável optar por dar continuidade a estratégia somada ao tratamento do paciente e não houver nenhuma alteração aparente no seu Estado de Situação (ES) o farmacêutico deve continuar acompanhando o caso, sempre observando de perto para assim verificar se há a necessidade ou não de uma nova intervenção. ✓ Se houver alguma mudança após a intervenção, então esse será o ponto de partida de uma nova fase de estudos, no qualo farmacêutico responsável deve revisar todo o estudo sobre medicamentos antes prescritos mais os novos, levando em 18 conta os aspectos observados no ES do paciente a fim de aprofundar os estudos diante as novas circunstâncias. 4.1.9. Visitas Sucessivas O objetivo dessa fase é continuar o acompanhamento do paciente afim de: ✓ Dar continuidade ao plano de atuação previamente estabelecido junto ao paciente afim de resolver os PRM pendente. ✓ Prevenir aparecimento de novos problemas de saúde e/ou PRM. ✓ Coletar mais informações a fim de manter sempre atualizado a ficha do paciente e documentar os novos Estados de Situação deste. 5. PRATICANDO... Paciente CASC, 47 anos, ensino médio incompleto, moradora do bairro Jardim Imbé, estremo sul de São Paulo, mãe de dois filhos, Artesã. Paciente portador de HAS, em tratamento com o medicamento Anlodipino 5mg. Paciente se queixa de dor no ombro direito e diz que faz uso do medicamento Ibuprofeno 300mg duas vezes ao dia. Percebeu que a sua pressão arterial está variando aproximadamente a duas semanas mesmo fazendo o uso de Anlodipino 5mg. Diz estar sentindo dores na nuca e cefaleia constantemente e que está preocupada com o problema de saúde relatado pois sua pressão arterial sempre foi elevada (160/80 mmHg). Observação: Paciente portadora de HAS fazendo o uso de um anti-inflamatório não esteroidal (Ibuprofeno 300mg), visto que medicamentos da classe AINE são inibidores de COX- 1 E COX- 2, com efeitos na inibição de prostaglandinas (agente mediador da cascata de inflamação) e vasoconstritoras isso pode levar ao aumento da pressão arterial em pacientes normotensos ou hipertensos, sob tratamento ou não. Estas atenuam o efeito vasoconstritor de algumas substâncias endógenas, tais como angiotensina II, noradrenalina e vasopressina. As prostaglandinas também aumentam a excreção de 19 cloreto de sódio e água. Sendo assim a inibição desses efeitos das prostaglandinas pelos AINEs pode antagonizar os efeitos redutores da pressão arterial dos anti- hipertensivos. ❖ Uma intervenção e/ou plano de atuação estaria voltada a possibilidade de fazer a troca do medicamento Ibuprofeno 300mg pelo medicamento Codeína. Contudo o médico responsável por paciente deve ser consultado para juntos (Farmacêutico – paciente – médico) intervirem no problema de saúde analisado. ➢ Com isso os dados coletados devem ser transcritos para formulários a serem anexados no arquivo de Acompanhamento Farmacoterapêutico (AFT) do paciente. (Vide ANEXOS) 20 6. CONSIDERAÇÕES FINAIS O método DADER é uma ferramenta usada em prática clínica e que auxilia centenas de farmacêuticos espalhados pelo mundo, sendo uma ferramenta desenvolvida para o uso desses profissionais, mas que pode ser utilizada também por todos aqueles atuantes clínicos. Uma ferramenta desenvolvida para o acompanhamento e atenção farmacêutica ao paciente e que tem melhorado a prática recorrente da profissão contribuindo para o relacionamento de cuidado entre farmacêutico – paciente e farmacêutico – paciente – médico, onde os dois profissionais somam esforços para trabalharem em prol da saúde e bem estar de seu paciente. O farmacêutico clínico tem conquistado seu espaço no mercado cada vez mais amplo, e hoje já é possível desfrutar de consultórios farmacêuticos dentro de drogarias a fim de acompanhar e levar uma boa saúde a toda sociedade. Sendo assim, o método analisado e discutido nesse trabalho se torna expressamente necessário e pode-se dizer “uma mão na roda” para esses profissionais, em especial aqueles que estão chegando para reforçar a prática da profissão. 21 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS M. Machuca F. Fernández-Llimós M. J. Faus. Programa Dader de Acompanhamento Farmacoterapêutico (AFT); Grupo de Investigação em Atenção Farmacêutica (CTS-131) - Universidade de Granada. 2004. Disponível em: http://www.pharmanet.com.br/atencao/metododader.pdf. Acessado em: 07 de abril de 2020. SILVA, Emília Vitória. ANTI-HIPERTENSIVOS X ANTIINFLAMATÓRIOS NÃO- ESTERÓIDES. Boletim do Centro Brasileiro de Informações sobre Medicamentos – CEBRIM; Conselho Federal de Farmácia – CFF. 2008. Disponível em: http://www.cff.org.br/userfiles/file/boletim/1998/ANTIHIPERTENSIVOS%20X%20A NTIIN__.pdf. Acessado em: 10 de abril de 2020. 22 5 Cada HISTÓRIA FARMACOTERAPÊUTICA deve ser codificada evitando a exposição direta do paciente, sendo assim o mesmo terá em sua capa um código no campus “PACIENTE Nº” que segue o raciocínio: ✓ Os quatro primeiros dígitos identificam o país, sendo o 55 referente ao código internacional e o XX Código do Estado (segundo o IBGE). ✓ Os outros 5 dígitos, YYYYY, se referem ao número de cadastro da farmácia no CRF (disponível no certificado de regularidade). ✓ Os cinco dígitos restantes se referem ao número de registro do paciente na farmácia. 55XX/YYYYY/ZZZZZ 23 24 25 26
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