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CASO FABIAN

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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA ____ª VARA CÍVEL DA COMARCA DE RECIFE–PERNAMBUCO
 
 
FABIAN, nacionalidade, casado, profissão, CPF, Documento de Identidade, endereço, endereço eletronico, vem respeitosamente perante a Vossa Excelência, com fulcro no Art. 1601 do Código Civil Brasileiro, por seu advogado infra-assinado, endereço comercial. Propor AÇÃO  NEGATÓRIA DE PATERNIDADE C/C ANULAÇÃO DE REGISTRO CIVIL em face de  CIDA, menor incapaz, neste ato representada por sua genitora, Sra. CHAYENE, nacionalidade, casada, profissão, CPF, endereço físico, endereço eletronico, pelas razões de fato e de direito que passa a aduzir e no final requer.: 
 
I - DOS FATOS
 
Que fora casado com a genitora da demandada por 12(doze) anos, conforme Certidão de casamento anexa. No decorrer do vínculo matrimonial, nasceu a menor Cida, Tendo o autor procedido com o registro civil como genitor da mesma, perante no Cartório competente, conforme anexo
Ocorre que ao registar a menor, incorreu em erro porque desconhecia a relação extraconjugal que a genitora da demandada, Sra. Chayene, manteve por anos com um amigo do casal, de nome Sandro. Após dez anos de matrimonio, o autor fora surpreendido com a revelação, por parte da Sra. Chayene, de que o mesmo não seria pai biológico da Demandada.
Diante da informação e ainda sem acreditar no relato da ex-esposa, o autor realizou, por conta própria, exame de DNA, o qual confirmou a veracidade da informação recebida, ou seja, de que o mesmo não é o pai biológico da menor demandada.
Que apesar do disso, o Requerente cumpre suas obrigações paternas com relação às necessidades materiais da criança, no que tange ao pagamento das despesas referente às necessidades da criança, ajudando-a da melhor maneira possível no momento.
Posto isso, esta é a razão pela qual vem amparar-se no Judiciário para que todas as providências legais sejam tomadas a fim de que se resolva a questão que ora se apresenta.
 
II - DO DIREITO
 
O artigo 1.601 do Código Civil embasa o fundamento da presente, onde estabelece que:
Art. 1.601. “Cabe ao marido o direito de contestar a paternidade dos filhos nascidos de sua mulher sendo tal ação imprescritível.”
No mesmo sentido decidiu o STJ:
RECURSO ESPECIAL. AÇÃO NEGATÓRIA DE PATERNIDADE. EXAME DE DNA.
Tem-se como perfeitamente demonstrado o vício de consentimento a que foi levado a incorrer o suposto pai, quando induzido a erro ao proceder ao registro da criança, acreditando se tratar de filho biológico. A realização do exame pelo método DNA a comprovar cientificamente a inexistência do vínculo genético, confere ao marido a possibilidade de obter, por meio de ação negatória de paternidade, a anulação do registro ocorrido com vício de consentimento.
Não pode prevalecer a verdade fictícia quando maculada pela verdade real e incontestável, calcada em prova de robusta certeza, como o é o exame genético pelo método DNA. E mesmo considerando a prevalência dos interesses da criança que deve nortear a condução do processo em que se discute de um lado o direito do pai de negar a paternidade em razão do estabelecimento da verdade biológica e,de outro, o direito da criança de ter preservado seu estado de filiação, verifica-se que não há prejuízo para esta, porquanto à menor socorre o direito de perseguir a verdade real em ação investigatória de paternidade, para valer-se, aí sim, do direito indisponível de reconhecimento do estado de filiação e das conseqüências, inclusive materiais, daí advindas. Recurso especial conhecido e provido.( REsp 878954 / RS RECURSO ESPECIAL 2006/0182349-0, Terceira Turma, RELATORA Ministra NANCY ANDRIGHI.)
Cabe apontar que a prova material que exclui a paternidade do Requerente sobre o Requerido (exame de DNA), só vem concretizar o que já é um fato para os mesmos: A completa ausência de relação afetiva entre, o até então pai, e seu filho.
Motivo pelo qual requer a liberação de todas as obrigações a que vem se submetendo até o presente e que são inerentes da paternidade; qual seja a de continuar prestando alimentos ao Requerido, que, como será comprovado de forma inquestionável que não é seu descendente. Sendo assim não existe nenhum vínculo que justifique a manutenção das obrigações alimentares
Neste sentido, a jurisprudência tem seguido pelo caminho da desconstituição da paternidade, vejamos:
APELAÇÃOCÍVEL. AÇÃO NEGATÓRIA DE PATERNIDADE. EXAME DE DNA. AUSÊNCIA DE AFETIVIDADE ENTRE PAI REGISTRAL E FILHO. ANULAÇÃO DE REGISTRO DE NASCIMENTO. POSSIBILIDADE, NA HIPÓTESE. No caso, não há razão para se prestigiar uma paternidade registrada em estado de erro, principalmente quando inexistente paternidade socioafetiva e ausente a paternidade biológica, confirmada por exame de DNA. Recurso desprovido. (Apelação Cível Nº 70026016311, Sétima Câmara Cível, Tribunal de Justiça do RS.)
É válido também, ressaltar a necessidade da presente demanda para que o direito do Requerido de obter a verdade de sua real filiação seja respeitado por todas as partes envolvidas no caso. O Estado já se posiciona no sentido de que não há qualquer benefício para a criança, a manutenção de uma paternidade apenas jurídica, in verbis:
AÇÃO NEGATORIA DE PATERNIDADE. ANULACAO DE REGISTRO DE NASCIMENTO. PRESUNCAO PATER EST. PRINCIPIO DA VERDADE REAL. PREVALENCIA DA PATERNIDADE BIOLOGICA. Apelação Cível. Direito de Família. Ação negatória de paternidade c/c anulação de registro de nascimento. Dois exames de DNA que afastam, em definitivo, a paternidade. Autor que registrou a menor em seu nome, sob o manto da presunção “pater est”. Inexiste qualquer benefício para a criança a manutenção de uma paternidade exclusivamente jurídica, permeada por sentimentos de rejeição, traição e mágoa. O autor, embora tenha criado a menor como se fosse sua filha, desde que descobriu a traição, a vê como a materialização do adultério, com todos os sentimentos negativos que a situação envolve. Direito da criança de perseguir a verdade real acerca de sua filiação, através de ação investigatória de paternidade. Prevalência da paternidade biológica sobre a afetiva. Sentença que se mantém, desprovendo-se o recurso. (TJRJ. APELAÇÃO CÍVEL – 2007.001.15172. JULGADO EM 21/08/2007. DECIMA SEGUNDA CÂMARA CIVEL – Unanime. RELATORA: DESEMBARGADORADENISE LEVY TREDLER).
Quanto à desconstituição do Registro Público, além de jurídico, o pedido é justo em que pese à necessidade de que os registros públicos reflitam a verdade real, como é a do presente caso.
Nessa vertente, após as diligências e provas, requer ainda a retificação do Registro Público para que este seja compatível com a realidade atual, com a declaração de nulidade do assento de nascimento do Requerido, bem como a exclusão do nome do Requerente e dos avós paternos.
 
III - DOS PEDIDOS
 
Diante dos fatos e fundamentos da presente ação, seguem os pedidos a ela pertinentes:
 
· A intimação do representante do Ministério Publico;
 
· A citação da Requerida na pessoa de sua representante legal, para apresentar defesa, sob pena dos efeitos da revelia e confissão quanto à matéria de fato, e, ao final aguarda a PROCEDÊNCIA da ação, com a consequente declaração de que o Requerente não é o pai biológico da Requerida;
 
· A declaração de nulidade do assento de nascimento da Requerida bem como a exclusão do nome dos avós paternos;
 
· Condenação da Requerida na pessoa de sua representante legal, no pagamento das custas processuais, verbas honorárias na forma do artigo 85  do CPC  e demais encargos; e
 
· Protesta provar o alegado por todos os meios de prova admitidos em direito, especialmente pelo depoimento pessoal da genitora, provas testemunhais, perícia, juntada de documentos e demais provas que se fizerem necessárias, e que desde já ficam requeridas.
 
 
Dá-se a causa o valor de R$ xxx,xx (valor por extenso).
 
Nestes termos, pede e espera deferimento.
Local e data.
ADVOGADO –OAB 
 
 
SUBSTABELECIMENTO
Eu, ADVOGADO, OAB, substabeleço sem reserva na pessoa de ADVOGADO (OAB), os poderes que me foram outorgados por FABIAN, CPF, que faço para ofim de propor ação Negatória de Paternidade cumulada com Anulação de Registro Civil, em face de CIDA, representada por CHAYENE. Dessa forma, passa a ser representado pelo advogado: ADVOGADO (OAB).
Local, data.
___________________________________________________
Advogado nome
 OAB: 
PROCURAÇÃO " AD JUDICIA"
Através do presente instrumento particular de mandato, FABIAN, Nacionalidade, Profissão, Estado Civil, portador da Carteira de Identidade nº, inscrito no CPF sob o nº , residente e domiciliado no endereço, nomeia e constitui como seu procurador o advogado, NOME DO ADVOGADO, inscrito na Ordem dos Advogados do Brasil sob o nº , Seção do Estado , Subseção , com escritório profissional situado no endereço comercial, outorgando-lhe amplos poderes, inerentes ao bom e fiel cumprimento deste mandato, bem como para o foro em geral, conforme estabelecido no artigo 105 do Código de Processo Civil vigente, e os especiais para transigir, fazer acordo, firmar compromisso, substabelecer, renunciar, desistir, reconhecer a procedência do pedido, receber intimações, receber e dar quitação, praticar todos atos perante repartições públicas Federais, Estaduais e Municipais, e órgãos da administração pública direta e indireta, praticar quaisquer atos perante particulares ou empresas privadas, recorrer a quaisquer instâncias e tribunais, podendo atuar em conjunto ou separadamente, dando tudo por bom e valioso, com fim específico para propor Ação Negatória de Paternidade cumulada com Anulação de Registro Civil, face de Cida, representada por sua mãe Chayene.
(Local, data e ano).
(Assinatura do Outorgante).
PARECER
Autos n. º X.X.X.X.X
Juízo de Família
Natureza: Negatória de Paternidade c/c anulação de registro civil
1. EMENTA
1-PATERNIDADE. 2-ESTATUTO DO MENOR. 3-FAMÍLIA. 4-RECONHECIMENTO.
2. RELATÓRIO
Excelentissimo Juiz,
Trata-se de ação negatória de paternidade c/c anulação de registro civil, ajuizada por FABIAN em face da menor CIDA, esta representada por sua genitora, CHAYENE.
A parte requerente, alega que fora casado por 12 anos com representante da demandada, tendo descoberto no decorrer do matrimonio, que sua cônjuge o traiu com um amigo da família e que desta traição, veio a nascer a menor CIDA. 
 Aponta ainda que sem saber da traição, registrou a menor como se fosse sua filha e o assim o fez, porque incorreu em erro. No entanto, apesar da traição, o Requerente cumpre suas obrigações paternas com relação às necessidades materiais da criança, no que tange ao pagamento das despesas referente às necessidades da criança, ajudando-a da melhor maneira possível no momento.
Posto isso, segundo o autor, esta é a razão pela qual vem amparar-se no Judiciário para que todas as providências legais sejam tomadas a fim de que se resolva a questão que ora se apresenta.
De logo apontamos que nos autos consta exame de DNA particular, realizado pelo requerente, o qual concluiu que o Demandante não é o pai biológico da menor. Entretanto, destaca-se que a menor conta hoje com 11 anos de idade, tendo durante toda sua vida, convivido com o autor e tendo estabelecido com o mesmo ligação emocional, que permeia as relações entre pais e filhos.
3. FUNDAMENTAÇÃO
Observa-se que todos os poderes-deveres inerentes ao poder familiar visam a proteção do menor, o qual deve ser resguardado, tendo em vista sua incapacidade para praticar os atos da vida civil. Está patente que o menor esta e rende obediência e respeito ao pai.
A Lei 8.069/90 – Estatuto da Criança e do Adolescente – veio regulamentar os art’s 226 e 227 da Constituição Federal, colocando o menor em um patamar de proteção máxima e superior aos demais membros da sociedade, haja vista que são seres em desenvolvimento que precisam do apoio da família e do Estado para um crescimento físico, mental, espiritual e social, preservando-se sua liberdade e dignidade.
A criança, além dos direitos fundamentais inerentes à pessoa humana, hoje goza de todos os meios de proteções previstos ou não em lei, conforme assevera o art. 3º, do Estatuto da Criança e do Adolescente.
O caso dos autos, percebe-se que há um forte vínculo afetivo entre o menor e o pai registral, sendo que o período de convivência entre ambos marcará indelevelmente a existência desta criança ao longo da vida no sítio emocional, físico e espiritual.
Destaca-se que o exame genético apresentado é minimizado diante da posse de estado de filho no meio social.
Sobre a questão trazemos o ensinamento de Paulo Luiz Netto Lobo citado por Silvio de Salvo Venosa in Direito Civil, v. VI, Atlas, 6ª edição, p. 239:
A verdade biológica nem sempre é a verdade real da filiação. O direito deu um salto à frente do dado da natureza, construindo a filiação jurídica com outros elementos. A verdade real da filiação surge na dimensão cultural, social e afetiva, donde emerge o estado de filiação efetivamente constituído. Como vimos, tanto o estado de filiação ope legis quanto a posse de estado de filiação podem ter origem biológica ou não. (in Pereira, 2004:521)
Na mesma esteira seguem orientações de nossos Tribunais:
Ementa: Ação Negatória de Paternidade. Adoção "a brasileira". Paternidade sócio-afetiva. O registro de nascimento realizado com o animo nobre de reconhecer a paternidade sócio-afetiva não merece ser anulado, nem deixado de se reconhecer o direito do filho assim registrado. Negaram provimento.(7fls). (apelação cível nº 70003587250, oitava câmara cível, tribunal de justiça do rs, relator: rui portanova, julgado em 21/03/2002).
Ementa: paternidade. Reconhecimento. Quem, sabendo não ser o pai biológico, registra como seu filho de companheira durante a vigência de união estável estabelece uma filiação sócio-afetiva que produz os mesmos efeitos que a adoção, ato irrevogável. Ação negatória de paternidade e ação anulatória de registro de nascimento. O pai registral não pode interpor ação negatória de paternidade e não tem legitimidade para buscar a anulação do registro de nascimento, pois inexiste vicio material ou formal a ensejar sua desconstituição. Embargos rejeitados, por maioria. (Embargos Infringentes nº 599277365, Quarto Grupo de Câmaras Cíveis, Tribunal de Justiça do RS, Relator: Maria Berenice Dias, julgado em 10/09/1999).
Verifica-se que o autor é o único interessado na desconstituição da paternidade, haja vista o exame de DNA por ele provocado. Entretanto, o pai registral deve defender os interesses do infante, por ser uma das características do poder familiar e não os seus próprios interesses subalternos e que está a merecer repúdio de todo o ordenamento jurídico nacional e internacional. Cabe apontar que a requerida, hoje com 11 anos de idade, poderá, atendido o requisitos leagis, impugnar o reconhecimento conforme inteligência do art. 1614, do Código Civil.
4. DISPOSIÇÃO
Emito parecer, EM FACE DE TODO O EXPOSTO, com apoio na Constituição Federal, leis ordinárias, na sociologia, na melhor jurisprudência e recomendação doutrinária, visando, sobretudo, proteger o interesse do menor, favorável ao não acolhimento da pretensão autoral, por ser medida de Justiça.
5. AUTENTICAÇÃO
PROMOTOR X.X.X.X.X.X

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