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1 Bacharel em Enfermagem pela Unidade de Terapia Intensiva – Faculdade Redentor. E 1 Orientadora. Enfermeira, Doutora em Enfermagem (UFRJ), Especi Emergência e Enfermagem do Trab enfbeta@yahoo.com.br Contato: (32) 991599476_ E-mail: A PERCEPÇÃO E ATUAÇÃO DO ENFERMEIRO FRENTE À ASSISTÊNCIA HUMANIZADA EM UTI: REVISÃO INTEGRATIVA Resumo Humanizar é ofertar atendimento de qualidade articulando os avanços tecnológicos com acolhimento, com melhoria dos ambientes de cuidado e das condições de trabalho dos profissionais, e implementação se dá por meio de mudanças das relações entre os ator cuidado usuários, gestores e trabalhadores. trabalho,compreender porque a humanização da assistência de enfermagem encontra barreiras para ser implementada na UTI. Trata publicados na íntegra, gratuitos e que respondessem aos objetivos propostos LILACS, BDENF e SCIELO no anos de publicação. Resultado: realizada uma leitura crítica e reflexiva dos títulos e dos resumos encontrados. Posteriormente, após a aplicação dos critérios de inclusão e exclusão, estabeleceu acordo com as Bases de Dados, entre os anos de 2016 e 2015. Bacharel em Enfermagem pela Fundação Osvaldo Aranha (UniFOA), Pós-graduanda Faculdade Redentor. E-mail: karoline-leal@hotmail.com , Doutora em Enfermagem (UFRJ), Especialista em Terapia Intensiva, e Enfermagem do Trabalho. Professora em cursos de especialização no mail: karoline-leal@hotmail.com PERCEPÇÃO E ATUAÇÃO DO ENFERMEIRO FRENTE À ASSISTÊNCIA HUMANIZADA EM UTI: REVISÃO INTEGRATIVA 1 Karoline Carvalho Leal Pereira 2 Roberta Teixeira Prado Humanizar é ofertar atendimento de qualidade articulando os avanços tecnológicos com acolhimento, com melhoria dos ambientes de cuidado e das condições de trabalho dos profissionais, e implementação se dá por meio de mudanças das relações entre os atores envolvidos no processo do cuidado usuários, gestores e trabalhadores. Diante do exposto, objetiva trabalho,compreender porque a humanização da assistência de enfermagem encontra barreiras para . Trata-se de uma revisão integrativa em que foram selecionados publicados na íntegra, gratuitos e que respondessem aos objetivos propostos no período julho de 2018 a agosto de 2018, considerando os últimos 6 Resultado: Foram capturados 40 artigos, em que num primeiro momento, foi realizada uma leitura crítica e reflexiva dos títulos e dos resumos encontrados. Posteriormente, após a aplicação dos critérios de inclusão e exclusão, estabeleceu-se uma amostra de acordo com as Bases de Dados, a maioria dos artigos encontram-se na Lilacs entre os anos de 2016 e 2015. Conclusão: embora os enfermeiros tenham dimensão da importância graduanda em Enfermagem em @hotmail.com lista em Terapia Intensiva, Urgência e especialização no Iespe. MG. E-mail: PERCEPÇÃO E ATUAÇÃO DO ENFERMEIRO FRENTE À ASSISTÊNCIA HUMANIZADA EM UTI: REVISÃO INTEGRATIVA Karoline Carvalho Leal Pereira Roberta Teixeira Prado Humanizar é ofertar atendimento de qualidade articulando os avanços tecnológicos com acolhimento, com melhoria dos ambientes de cuidado e das condições de trabalho dos profissionais, e sua es envolvidos no processo do Diante do exposto, objetiva-se com este trabalho,compreender porque a humanização da assistência de enfermagem encontra barreiras para em que foram selecionados artigos publicados na íntegra, gratuitos e que respondessem aos objetivos propostos, nas bases de dados de 2018, considerando os últimos 6 que num primeiro momento, foi realizada uma leitura crítica e reflexiva dos títulos e dos resumos encontrados. Posteriormente, após se uma amostra de 11 artigos. De na Lilacs e foram publicados embora os enfermeiros tenham dimensão da importância da humanização da assistência prestada ao paciente, fica claro que a teoria nem sempre acompanha a prática uma vez que existem inúmeros fatores que dificultam a humanização, dentre eles, o reduzido número de profissionais, o número elevado de pacientes, a complexidade do cuidado prestado ao paciente crítico, o crescente avanço da tecnologia que por vezes mecaniza o atendimento, a falta de atualização dos profissionais dentre outros. Descritores: Assistência de Enfermagem, Humanização da Assistência, e Unidade de Terapia Intensiva. Abstract Humanize is to offer quality care by articulating the technological advances with the reception, improvement of the care environments and the working conditions of the professionals, and its implementation is through changes in the relationships between the actors involved in the care process users, managers and workers. In view of the above, the purpose of this study is to understand why the humanization of nursing care finds barriers to be implemented in the ICU. It is an integrative review in which the articles published in full, free of charge and that correspond to the objectives proposed, were selected in the LILACS, BDENF and SCIELO databases from July 2018 to August 2018, considering the last 6 years of publication. Result: 40 articles were captured, in which at first, a critical and reflective reading of the titles and abstracts found was performed. Subsequently, after applying the inclusion and exclusion criteria, a sample of 11 articles was established. According to the Databases, most of the articles are in Lilacs and were published between the years 2016 and 2015. Conclusion: although nurses have a dimension of the importance of the humanization of care provided to the patient, it is clear that the theory neither always accompanies the practice since there are many factors that hinder humanization, among them, the small number of professionals, the high number of patients, the complexity of the care provided to the critical patient, the growing advance of the technology that sometimes mechanises the care , the lack of updating of professionals among others. Descriptors:, Nursing Care, Humanization of Care and Intensive Care Unit. 1. INTRODUÇÃO Embora o trabalho de enfermagem seja caracterizado pelo cuidado, a gestão esta pautada no paradigma centralizado, vertical e formal, com ênfase na fragmentação do trabalho e com tarefas detalhadas e inflexíveis voltadas a manuais de procedimentos e rotinas e normas, que na maioria das vezes desvalorizam as relações interpessoais. (MARTINS et al., 2015) Salvar vidas não deve ser o único enfoque do modelo assistencial em que se baseia o cuidado de enfermagem. É importante valorizar a humanização, as relações entre usuário e profissional de saúde, o diálogo/comunicação, o conforto dos acompanhantes, além da segurança do paciente. (SANTOS et al., 2016) Almeida e Fófano, em 2016, ressaltam em seu estudo, a importância de se desenvolver tecnologias criativas voltadas para as relações humanas e a saúde, uma vez que a unidade de terapia intensiva esta inserida num contexto que envolve equipamentos tecnológicos e sentimentos impresumíveis, como medo, dor, ansiedade, estresse, entre outros. No campo da saúde, a humanização começou a ser abordada em torno da década de 1980, quando esse termo ganhou notoriedade devido à luta antimanicomial, na área da Saúde Mental e do movimento feminista pela humanização do parto e do nascimento, na área da Saúde da Mulher, produzindo repercussões significativas sobre a temática. (CHERNICHARO; SILVA; FERREIRA, 2014) A necessidade de manutenção da dignidade do ser humano e o respeito por seus direitos em todas as fases da vida, configura em um dos principais objetivos do cuidado humanizado em UTIs, porém, este tema também envolve a forma de gerir os processos de trabalho em saúde para o alcance de melhorias, não só individuais mas também coletivas, pessoais e estruturais nas instituições de saúde. (RIBEIRO et al., 2016) A procura dessa humanização, o Ministério da Saúde lançou em 2003, a Política Nacional de Saúde (PNH)caracterizada por seu método, princípios, diretrizes e dispositivos, surgiu com a idéia de que Humanizar é ofertar atendimento de qualidade articulando os avanços tecnológicos com acolhimento, com melhoria dos ambientes de cuidado e das condições de trabalho dos profissionais, e sua implementação se dá por meio de mudanças das relações entre os atores envolvidos no processo do cuidado usuários, gestores e trabalhadores. (MS Brasil, 2015) Por acreditar na importância da assistência de enfermagem humanizada, as questões norteadoras desta pesquisa são: qual a compreensão do profissional de enfermagem a respeito da importância do cuidado humanizado em UTI? Quais as barreiras encontradas pelos profissionais de enfermagem para humanização do cuidado na unidade de terapia intensiva? Este estudo justifica-se por conter um tema atual, mundialmente discutido e por impactar diretamente no prognóstico do paciente. O objetivo do estudo é compreender porque a humanização da assistência de enfermagem encontra barreiras para ser implementada na UTI, discutindo as concepções acerca da humanização em UTI, apresentando dados da literatura que possam auxiliar na implementação do cuidado humanizado e descrevendo as possíveis barreiras, encontradas em UTI’s, que dificultam a implementação de uma assistência humanizada. 2. MÉTODO O estudo foi desenvolvido por meio de uma revisão integrativa da literatura, a qual se constitui numa ampla abordagem metodológica referente às revisões, permitindo a inclusão de estudos experimentais e não experimentais para uma compreensão completa do fenômeno analisado. Permite também a combinação de dados da literatura teórica e empírica, além de incorporar um vasto leque de propósitos: definição de conceitos, revisão de teorias e evidências, e análise de problemas metodológicos de um tópico particular. (SOUZA; SILVA; CARVALHO, 2010) A Revisão Integrativa de Literatura tem a finalidade de agrupar e resumir os resultados de pesquisas já concluídas sobre um determinado assunto, de maneira sistemática, para aprofundamento do conhecimento sobre o tema investigado, fornecendo uma síntese do conhecimento, facilitando a utilização dos resultados de pesquisas na assistência a saúde. (MENDES; SILVEIRA; GALVÃO, 2008) Para o desenvolvimento foram utilizadas as seguintes etapas: identificação do tema e seleção da hipótese ou questão de pesquisa; estabelecimento de critérios para inclusão e exclusão de estudos; definição das informações a serem extraídas dos estudos selecionados/categorização dos estudos; avaliação dos estudos incluídos na revisão integrativa; interpretação dos resultados; apresentação da revisão/síntese do conhecimento. (MENDES; SILVEIRA; GALVÃO, 2008) As questões norteadoras desta revisão foram: “Qual a compreensão do profissional de enfermagem a respeito da importância do cuidado humanizado em UTI? Será que o cuidado humanizado é colocado em prática em todos os momentos?” A busca dos artigos foi feita através da biblioteca virtual de saúde regional (BVS) na base de dados Literatura Latino-americana e do Caribe em Ciências da Saúde (LILACS), na Medical Literature Analysis and Retrieval System Online (MEDLINE) e no Banco de Dados da Enfermagem (BDENF)no período de julho 2018 a agosto de 2018, considerando os últimos 6 anos de publicação, sendo selecionados para busca os seguintes descritores padronizados nos Descritores em Ciências da Saúde (DeCS): Humanização da Assistência, Assistência de Enfermagem e Unidade de Terapia Intensiva. Com o cruzamento desses descritores através do operador booleano (AND), foram capturados 242 artigos científicos. Após filtragem nas bases de dados: LILACS, MEDLINE e BDENF, dos quais foram selecionados artigos publicados nas fontes e que atendessem aos seguintes critérios de inclusão: artigos publicados na íntegra, gratuitos que tivessem como assunto principal: humanização da assistência, unidade de terapia intensiva e cuidados de enfermagem; que possuíssem como idioma de publicação o português e o inglês e que estivessem dentro do recorte temporal2003 a 2018.Não foram utilizadas monografias, teses, dissertações e os artigos que não atendessem a qualquer um dos critérios de inclusão. Para a análise e posterior síntese dos artigos que atenderam aos critérios de inclusão foi utilizado um quadro sintético, que contemplou os seguintes aspectos: base de dados, autores do artigo, título do artigo, ano de publicação, tipo de pesquisa, periódico e objetivo do estudo. 3. RESULTADOS E DISCUSSÃO No processo de busca nas bases de dados, foram capturados 40 artigos, em que num primeiro momento, foi realizada uma leitura crítica e reflexiva dos títulos e dos resumos encontrados. Posteriormente, após a aplicação dos critérios de inclusão e exclusão, estabeleceu-se uma amostra de 11 artigos. Num segundo momento, procedeu-se a uma análise criteriosa dos artigos selecionados e a construção do quadro a seguir, de modo a agrupar os resultados encontrados, para uma melhor elaboração da síntese dos conteúdos enfocados pelas pesquisas. Os artigos que se repetiram em duas bases de dados foram agregados na base de dados que continha o maior número de artigos. De acordo com as Bases de Dados, dois (18,2%) dos artigos se encontram na BDENF e nove (81,8%) na Lilacs. Dos 11 artigos publicados sobre o assunto em questão, percebeu-se nesta revisão integrativa que um (9,1%) dos artigos selecionados é do ano de 2017; quatro (36,4%) do ano de 2016; quatro (36,4%) do ano de 2015; dois (18,2%) artigos do ano de 2013. Ainda no que tange ao recorte temporal de publicação pode-se considerar que a maioria dos estudos foi realizada no intervalo entre 2015 e 2016, indicando a necessidade de estudos mais atualizados com relação ao tema e objetivo proposto. Com relação ao tipo de estudo, foram encontrados uma (9,1%) Pesquisa Qualitativa; duas (18,2%) Revisões Integrativas; uma (9,1%) pesquisa Documental de característica Descritiva, Exploratória, e com abordagem Qualitativa; uma (9,1%) Pesquisa Transversal; duas (18,2%) Descritivas Qualitativas; uma (9,1%) Bibliométrica; uma (9,1%) Descritiva, Exploratória de abordagem Qualitativa e uma (9,1%) Descritiva. Tabela 1 Sumarização dos artigos que constituem a amostra da revisão integrativa Base de Dados Autores do Artigo Título do Artigo Ano de Publicação Tipo de Estudo Periódico Objetivo do Estudo BDENF Donoso et al. Dificuldades encontradas pela enfermagem para implementar a humanização na Unidade de Terapia Intensiva. 2017 Qualitativo Revista de Enfermagem do Centro – Oeste Mineiro Conhecer a percepção dos profissionais de enfermagem de unidade de terapia intensiva sobre as peculiaridades do avanço tecnológico. Lilacs Medeiros et al. Comprehensiven ess and humanization of nursing care management in the Intensive Care Unit. 2016 Pesquisa documental de característic a descritiva, exploratória e com abordagem qualitativa. Rev. Esc. Enferm USP Identificar os elementos capazes de promover a integralidade e humanização na gestão do cuidado de enfermagem na Unidade de Terapia Intensiva, com enfoque ecossistêmico. BDENF Ribeiro et al. Dificuldades encontradas pela enfermagem para implementar a humanização na Unidade de Terapia Intensiva. 2016 Revisão Integrativa Rev. Enferm UFPI Analisar artigos referentes a humanização na Unidade de Terapia Intensiva proporcionadas pela equipe de enfermagem. Lilacs Rodrigues e Calegari Humanização da Assistência na Unidade Terapia Intensiva Pediátrica: Perspectiva da Equipe de enfermagem. 2016 Pesquisa Transversal REME – Rev. Min Enferm Analisar a visão da equipe de enfermagem sobre a humanizaçãoda assistência às crianças e famílias na Unidade de Terapia Intensiva Pediátrica. Lilacs Reis et al. Humanização do cuidado nas unidades de terapia intensiva: revisão 2016 Revisão Integrativa Fundam. Care online Identifica o que a literatura cientifica nacional tem abordado acerca da humanização do cuidado nas Unidade de Terapia Intensiva em integrativa. bases de dados online. Lilacs Araujo e Araujo Compreensão fenomenológica de enfermeiros intensivistas à luz do pensamento humanístico de Paterson e Zderad. 2015 Descritivo Qualitativo Rev. Enferm UERJ Compreender a percepção de enfermeiros acerca do processo de cuidar de pacientes internados em Unidade de Terapia Intensiva. Lilacs Martins et al. Humanização no processo de trabalho na percepção de enfermeiros de Unidade de Terapia Intensiva. 2015 Qualitativo Descritivo Cogitare Enferm Identificar os fatores que propiciam e dificultam a humanização entre os trabalhadores de enfermagem na percepção de enfermeiros de uma unidade de terapia intensiva. Lilacs Roseiro e Paula Concepções de humanização de profissionais em Unidade de Terapia Intensiva Neonatal. 2015 Qualitativa Quantitativa Estudos de psicologia Investigar a concepção de humanização da equipe de profissionais de três Unidades de Terapia Intensiva Neonatal da Região Metropolitana da grande Vitória, Espirito Santo. Lilacs Silveira e Contim Educação em saúde e prática humanizada da enfermagem em unidade Terapia Intensiva: Estudo bibliométrico. 2015 Pesquisa bibliométrica J. res.: fundam. Care. Online Abordar a participação do enfermeiro enquanto principal cuidador e educador em saúde inserido na UTI. Lilacs Oliveira et al. Humanização na teoria e na prática: a construção do agir de uma equipe de enfermeiros. 2013 Descritiva, exploratória de abordagem Qualitativa. Rev. Eletr. Enf. [internet] Descrever como o saber e o fazer (conceito e prática) humanização da assistência vem sendo constituídos pelos enfermeiros desta UTI que integram uma equipe em processo contínuo de formação e estudo científico. Lilacs Mello et Humanização: 2013 Descritivo Arq. Cienc. Descrever a utilização al. Nós abraçamos esta idéia. Saúde UNIPAR de uma metodologia ativa sobre humanização do cuidado em uma atividade de educação permanente em duas Unidades de Terapia Intensiva adulto de um hospital universitário público. Com esta pesquisa observou-se que os profissionais reconhecem a importância da humanização e praticam uma assistência de enfermagem permeada por atitudes humanísticas, porém reconhecem a deficiência de conhecimento teórico sobre a temática e ressaltam fatores que dificultam a humanização da assistência, dentre eles: o reduzido quadro de funcionários, o tempo, a alta demanda de pacientes e falta de informação teórico- prática. (RODRIGUES e CALEGARI, 2016) Por meio desta revisão integrativa pode-se perceber que a enfermagem mantém a essência da profissão que é o cuidar apesar das características inerentes ao complexo ambiente hospitalar, estabelecem relações interpessoais e consideram a presença de sentimentos humanos nas ações de cuidar tão importantes quanto as atividades técnicas. (ARAUJO e ARAUJO, 2015) Em termos de assistência humanizada ao paciente, são evidentes os esforços dos enfermeiros para aplicar os conceitos teóricos em suas práticas, embora haja momentos em que se evidencia uma contradição entre o real e o ideal, pois os profissionais ainda não conseguiram tornar reais suas concepções teóricas, isto é, ainda não houve uma transformação integral do atendimento oferecido. Esse fato indica necessidade de mudar o foco da atenção de administradores e gestores do serviço, voltando seus esforços para a busca de estratégias que incentivem a mudança de atitude pessoal dos profissionais. (OLIVEIRA et al., 2013) Os profissionais compreendem o cuidado humanizado a partir do resgate da perspectiva afetiva, em oposição ao modelo médico-tecnicista de atenção à saúde e expressaram a importância da permanência família nas unidades e sua participação no cuidado. (ROSEIRO e PAULA, 2015) Em contrapartida, Ribeiro e colaboradores (2016) salientam que, embora os profissionais da equipe de saúde tenham consciência da importância de estimular e promover a humanização, por vezes acabam executando os cuidados de forma mecânica e sistemática, devido ao acúmulo de tarefas. Ressaltam ainda que não basta pensar em humanização com enfoque apenas ao paciente, é preciso pensar também nos familiares por traz desses pacientes, e na própria equipe que presta o cuidado. É papel do enfermeiro adotar uma postura e conduta voltada para a humanização do atendimento, porém, a tarefa de humanizar a UTI demanda esforço e atitude em relação a um sistema tecnológico dominante em detrimento do cuidar como uma característica humana, uma vez que as atividades intensas dos enfermeiros restringem o tempo necessário para realização de um contato humano e mais íntimo com o paciente, culminando em constante necessidade de reciclagem da equipe de profissionais de enfermagem com ações voltadas para a educação em saúde. (SILVEIRA e CONTIM, 2015) Embora o avanço da avanço da tecnologia seja uma realidade emergente no ambiente da UTI, e haja a necessidade por parte dos profissionais se adaptarem a ela, é imprescindível que se leve em consideração que o cuidado deve ser conduzido por cuidadores afim de harmonizar a humanização do cuidado á evolução da tecnologia e da ciência. (DONOSO et al., 2017) Para a humanização do cuidado em UTIs, o uso da tecnologia deve estar aliando-a à empatia, com a compreensão do cuidado fundamentado no relacionamento interpessoal terapêutico, visando à promoção do cuidado seguro, responsável e ético a indivíduos críticos. O que deve ser garantido a partir da educação permanente aos profissionais e a valorização de sua participação nos modelos de gestão favorecendo melhorias nos cuidados em saúde. (REIS, 2016) É importante que o enfermeiro aproprie-se de conhecimento afim de compreender o processo saúde-doença-cuidado em sua totalidade, para que se tenha condições de pautar as ações de enfermagem na produção de um cuidado efetivo, seguro e de qualidade, mesmo diante das adversidades encontradas no ambiente da UTI, produzindo ações gerenciais criativas e inovadoras, capazes de integrar na prática processos mais flexíveis, dinâmicos e cooperativos, pautados no diálogo e na construção coletiva, bem como em resultados mais favoráveis à produção do cuidado, incluindo o usuário e a família nesse processo. (MEDEIROS et al.,2016) 4. CONSIDERAÇÕES FINAIS Concluindo a presente revisão integrativa, percebeu-se que embora os enfermeiros tenham dimensão da importância da humanização da assistência prestada ao paciente, fica claro que a teoria nem sempre acompanha a prática uma vez que existem inúmeros fatores que dificultam a humanização, dentre eles, o reduzido número de profissionais, o número elevado de pacientes, a complexidade do cuidado prestado ao paciente crítico, o crescente avanço da tecnologia que por vezes mecaniza o atendimento, a falta de atualização dos profissionais dentre outros. Não basta pensar em humanização com enfoque apenas ao paciente, é preciso pensar também nos familiares por traz desses pacientes, e na própria equipe que presta o cuidado. Com este estudo, entende-se ser necessária a realização de constante capacitação dos profissionais de saúde. Espera-se que o estudo contribua para um melhor entendimento das questões ligadas à humanização, possibilitando, principalmente aos profissionais de enfermagem, um aprofundamento da temática,que lhes forneça subsídios à prática do cuidado em uma perspectiva humanizada, visando contribuir para a melhoria da qualidade da assistência considerando as características que se processam na unidade de terapia intensiva. 5. REFERÊNCIAS 1. ARAÚJO, Loraine Machado de; ARAÚJO, Lorena Machado de. Compreensão fenomenológica de enfermeiros intensivistas à luz do pensamento humanístico de Paterson e Zderad. Rev enferm UERJ, Rio de Janeiro. v.23, n.3, p. 395-400. Mai- jun. 2015. Disponível em:<http://www.e- publicacoes.uerj.br/index.php/enfermagemuerj/article/view/3318> Acesso em: 08.ago.2018. 2. BRASIL. Ministério da Saúde. Secretária de Assistência à Saúde. Programa Nacional de Humanização da Assistência Hospitalar. Brasília: Ministério da Saúde, 2001. 60 p. (Série C. 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