Buscar

Aparecida tcc faveni

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 15 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 15 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 15 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Continue navegando


Prévia do material em texto

16
 	FACULDADE QUALIS
GRUPO EDUCACIONAL FAVENI
PÓS GRADUAÇÂO EM ENFERMAGEM EM UTI
APARECIDA CRISTINA FIDELIS DOS SANTOS
A atuação do(a) Enfermeiro(a) em Unidade de Terapia Intensiva: Uma Revisão Integrativa da Literatura
RIO DE JANEIRO
2021
A atuação do(a) Enfermeiro(a) em Unidade de Terapia Intensiva: Uma Revisão Integrativa da Literatura
Declaro que sou autor(a)[footnoteRef:1] deste Trabalho de Conclusão de Curso. Declaro também que o mesmo foi por mim elaborado e integralmente redigido, não tendo sido copiado ou extraído, seja parcial ou integralmente, de forma ilícita de nenhuma fonte além daquelas públicas consultadas e corretamente referenciadas ao longo do trabalho ou daqueles cujos dados resultaram de investigações empíricas por mim realizadas para fins de produção deste trabalho. [1: Aluna concluinte do curso de Pós Graduação em enfermagem em UTI (Faculdade QUALIS).
] 
Assim, declaro, demonstrando minha plena consciência dos seus efeitos civis, penais e administrativos, e assumindo total responsabilidade caso se configure o crime de violação aos direitos autorais.	
RESUMO 
A pesquisa, para o presente trabalho de conclusão de curso, tem sua origem na proposta de abordagem sobre a prática do profissional de enfermagem no contexto a Unidade de Terapia Intensiva. Apresenta assim, o objetivo geral de analisar, mediante uma revisão literária, a atuação do (a) enfermeiro (a) intensivista mediante as condições desse setor de alta complexidade. Este ambiente requer, por parte do profissional, conhecimento, habilidade, atenção, humanismo e preparação psicológica, portanto merece destaque, estudos e debates constantes. Trata-se, de revisão bibliográfica, de abordagem qualitativa e descritiva, que com o auxílio de diversos autores, apresenta, no desenvolvimento, a Unidade de Tratamento Intensivo e as devidas atribuições da enfermagem, demonstrando a importância, evolução, mas também os desafios enfrentados. Resulta-se das reflexões analisadas, questões em torno da organização do trabalho, envolvendo assuntos como: tarefas repetitivas, fiscalização do desempenho e ritmo de trabalho excessivo, através de longas jornadas e fatores estressores como um grande risco para adoecimento e afastamento do profissional enfermeiro. Conclui-se que, estando os enfermeiros, intensivistas, satisfeitos no seu ambiente de trabalho, de forma organizada e dentro das necessidades exigidas pelo ambiente, estes irão atuar com melhor e maior qualidade, o que estará contribuindo, também, para a qualidade da assistência prestada aos pacientes da unidade. Desta forma, espera-se contribuir para novo conteúdo a ser disponibilizado, havendo assim trocas de informações e pesquisas, necessárias a novos debates.
Palavras-chave: Prática Profissional. Enfermeiro(a). Unidade de Terapia Intensiva.
1 INTRODUÇÃO
Este artigo apresenta uma abordagem sobre a atuação da equipe de enfermagem nas Unidades de Terapia Intensiva (UTI) e as condições impostas ao trabalho. Entende-se que este é um setor que exige, do profissional enfermeiro, condições favoráveis para o cuidar dentro da capacitação, das habilidades e do esforço para superar o cansaço físico e mental.
Evidencia-se, portanto, as práticas altamente relevantes, da equipe de enfermagem, para a efetividade e qualidade dos cuidados prestados aos pacientes nesse ambiente reservado, complexo, com monitoração continua e grande responsabilidade. 
Dentro desse entendimento questiona-se: Quais são as condições de trabalho em Unidades de Terapia Intensiva e suas possíveis influências para a vida do profissional de enfermagem? 
A extensão e a complexidade do setor demandam uma maior atenção da equipe de enfermagem, o que ocasiona desgaste e sobrecarga desses profissionais, questão que precisa ser evidenciada para que novas visões se façam presente reforçando as propostas de organização e visibilidade no que se refere as necessidades básicas para a concretização de uma atuação adequada.
Assim, apresenta-se o objetivo geral de analisar, mediante uma revisão literária, a atuação do (a) enfermeiro (a) intensivista mediante as condições desse setor de alta complexidade. É necessário, para obter os resultados esperados, a apresentação de objetivos específicos, como: caracterizar a UTI, mediante suas particularidades; apresentar a evolução e os desafios da enfermagem; identificar as atitudes necessárias na atuação do Enfermeiro(a) no contexto da UTI.
Justifica-se a escolha da temática, por verificar diante da profissão que, mesmo diante desse contexto de grande atuação em cenários diversos e, como práticas em ambientes intensivistas, ainda há a necessidade de mais conteúdos que envolvam a profissão, expandindo o conhecimento relacionado a enfermagem, suas particularidades e seus desafios.
Trata-se, de revisão bibliográfica, de abordagem exploratória e descritiva, com o intuito de aumentar e aperfeiçoar os conhecimentos em relação ao tema e assim analisar o fenômeno do problema proposto. 
2 DESENVOLVIMENTO
2.1 A Unidade de Terapia Intensiva (UTI) – Caracterização e Particularidades 
A UTI foi idealizada durante a guerra da Criméia, quando as ações da Italiana Florence Nightingale, enfermeira considerada a percussora dos cuidados em saúde, através de intervenções de cuidados mais complexos e especializados, passou a dar maior atenção aos soldados feridos, de forma que: “os mais graves ficassem próximos à enfermagem com monitorização contínua”. (Ouchi et al., 2018, p.413). Sendo assim, essa unidade intensivista, passa a existir com o objetivo de recuperar às funções vitais dos pacientes em um ambiente físico e psicológico adequado. 
Também, mediante Lino (2011), as UTIs surgiram a partir da necessidade do atendimento aos pacientes em estado crítico que careciam de assistência e cuidados contínuos de médicos e enfermeiros, centrando-se seus esforços no desenvolvimento do saber técnico e científico da referida profissão em prol do cuidado e segurança, para auxiliar no diagnóstico, tratamento e reabilitação de doentes graves.
Segundo Ferreira e Mendes (2013), as primeiras UTIs foram instaladas no Brasil na década de 1970, devido à necessidade de tecnologias associadas ao conhecimento cientifico para o cuidado de pacientes de alta complexidade. Se se caracteriza como um cenário de inovação e atendimento especializado de saúde a pacientes considerados de alta complexidade, demandando um perfil profissional que harmonize alta tecnologia à assistência. (CAMELO et al., 2013)
Fundamenta-se como local, tomado por monitorização contínua e que admite pacientes graves, ao qual fornece suporte e tratamento intensivo durante vinte e quatro horas, com equipamentos específicos e outras tecnologias (fig.1). São realizadas atividades, pelos enfermeiros, como avaliações e exames; procedimentos diversos, além dos cuidados específicos que devem ser prestados a cada paciente. (Nascimento; ALVES; MATTOS, 2014).
Também Junior do Nascimento (2021), acrescenta ser este um espaço responsável pelo aumento significativo da possibilidade de recomposição das condições estáveis dos pacientes internos, mas, adverte que ao focar no processo de construção histórico-político-social, constata-se que as UTIs se tornaram locais onde a técnica se sobrepõe aos aspectos relacionados ao cuidado, e, desta forma, retrata a questão da humanização no cuidar.
Um ambiente de cuidado requer que sejam criadas condições favoráveis à saúde, promovendo ambiente saudável e construtivo e com relações interpessoais harmônicas, vitalizadoras e potencializadoras de energias positivas para um viver melhor. (Backes; ERDMANN; BÜSCHER, 2015)
Figura 1 – Equipamentos específicos e outras tecnologias
Fonte: https://www.folhape.com.br/noticias/ocupacao-de-leitos-de-uti-chega-a-85-na-cidade-do-rio-de-janeiro/143875/
Ao afirmar essa questão cita, Silva e Ferreira (2011) ao expor que a utilização das tecnologias e sua implementação nos serviços de saúde não deve sobreporo contato do profissional de enfermagem com o paciente, pois percebe-se como inerente a prática o cuidado interpessoal, essencial e complementar as tecnologias. 
É um setor que, como intensificado, é destinado a assistir, o tempo todo, pacientes graves e instáveis, considerado de alta complexidade, por contar com aparato tecnológico e informatizado de ponta, que apresenta ritmo acelerado, no qual são realizados procedimentos agressivos e invasivos. (Backes; ERDMANN; BÜSCHER, 2015)
Conforme apontam Almeida e Fofano (2016, p.193), “a UTI se torna para o mesmo um local estressante, onde convive com a tensão e com o medo da morte iminente, além do ambiente não ser confortável, pois ruídos e luzes nas 24 horas do dia atrapalham a tranquilidade do local”. Ambiente que envolve múltiplas dimensões de cuidado e abrange um conjunto de elementos que o integram. Nesse sentido, requer que sejam criadas condições favoráveis à saúde, promovendo ambiente saudável e construtivo e com relações interpessoais harmônicas. 
Mais uma vez, Junior do Nascimento (2011) auxilia ao expor que as tecnologias utilizadas nos ambientes da terapia intensiva podem ser agrupadas nos seguintes tipos: leves, (comunicação e o acolhimento que podem ocorrer no mais diversos locais e horários, dirigindo à qualidade do cuidado e objetivando o consignação de vínculos e a autonomia); leve-duras (conhecimentos estruturados que atuam na área da saúde); e duras (equipamentos e máquinas, os materiais concretos, avançados, mecânicos)
As tecnologias leves promovem humanização no cuidado, enfatizando as relações entre o profissional e o paciente, e sua inserção neste processo e, fortalece e qualifica o processo de trabalho do enfermeiro, nos pressupostos da autonomia, protagonismo e corresponsabilidade, promovendo transformações nos modos de relação e de comunicação entre os sujeitos. (MARINHO et al., 2016)
Com ênfase na dinâmica e rotinas das UTIs, a cooperação e interação na busca do entendimento e se fazer entender, requer esforços e autoconhecimento entre os colaboradores da saúde. (Ouchi et al., 2018). Destaca-se, portanto a necessidade de conhecer, em breve pesquisa, um pouco da profissão enfermagem, para adiante refletir sobre a atuação de seu profissional no contexto da UTI.
2.2 A Profissão enfermagem, evolução e desafios
Dentro da categoria profissional do enfermeiro, há um leque de atribuições e atividades, e segundo Moreira et al (2020) tem-se que compreender que sua atuação significa ultrapassar as dimensões técnico-operativas, decorrentes da aplicação direta do saber biotecnológico.
Com o passar do tempo, a enfermagem ampliou seu cenário de trabalho, desenvolvendo diversas atividades nos âmbitos socioeconômicos, do conhecimento técnico e científico e no atendimento e cuidado ao processo saúde-doença (BARTULY, 2013).
Assim, o profissional de enfermagem, enfrenta tarefas dinâmicas, onde existem situações emergenciais, precisando se adaptar, a vários tipos de cenários. Há situações de condicionamento laboral, como dupla jornada, escassez de material, falta de colaborador, rotatividade de setor, desrespeito da hierarquia, falta de comunicação com equipe multidisciplinar, falta de perspectiva, falta de incentivo por parte da empresa, se deparando, ainda, com aspectos humanitários, que traz à tona sentimento de impotência. (VIDOTTI et al., 2018)
Diante aos fatores da profissão, verifica-se que os enfermeiros, estão envolvidos com doenças, dor, insegurança, procedimentos invasivos, morte, monitoramento constante, rotina de trabalho intensa, risco de todas as naturezas, exposição à radiação (Raios X), acidentes com perfuro cortantes e ruídos intermitentes com as aparelhagens. (Batista; Takash, 2020)
É possível, ressaltar esse momento atual vivenciado com o novo coronavírus (SARS-CoV-2), em que ocasionou a doença COVID-19, a qual se tornou um grave problema de saúde pública a nível mundial, com evolução rápida, desafiando tanto a população como os serviços de assistência à saúde (BRASIL, 2020). Contexto, rm que a enfermagem, como em outros momentos históricos, ainda que diante de tantas incertezas e riscos, demonstra uma prática baseada em evidências, catalisando-se os princípios de autonomia, competência e relacionamento, atuando no gerenciamento dos mais diversos níveis de atenção à saúde (HARTZBAND; GROOPMAN)
Segundo Geremia et al (2020a):
O legado de Florence direcionou o trabalho do profissional enfermeiro para uma atuação pautada no protagonismo técnico-científico, legal e político. Isso só é possível a partir de práticas comprometidas com o bem estar social nas dimensões de cuidado, gerenciamento e investigação/educação. Geremia et al (2020a, p.2)
O que Nightingale demonstrou há dois séculos vigora hoje em dia como: uma enfermagem promotora de transformações, que atua ativamente na linha de frente e mesmo com as dificuldades e os riscos aos quais se expõem, exerce e representa sua função de principalmente: cuidar (GEREMIA et al., 2020a).
No entanto demonstra, cada vez mais, que também necessita de cuidados, em relação a saúde mental dos profissionais, diante os fatores estressores que envolvem suas rotinas. Quanto a essa reflexão, Santos (2021), adverte que esses fatores geram um estresse, e este assunto precisa ser evidenciado para que haja compreensão e soluções positivas para a prática profissional surjam, de forma a trazer maior reconheçam a profissão, seus desafios e sua relevância nesse momento que se depara, em torno da atual pandemia, por exemplo. (SANTOS, 2021)
Os enfermeiros enfrentam tarefas dinâmicas, onde existem situações emergenciais, sendo preciso adaptação, a vários tipos de cenários, como este apresentado da pandemia. Desta forma, também, os autores Ramos-Toescher; et al (2020), em artigo denominado “Saúde mental de profissionais de enfermagem durante a pandemia de COVID-19: recursos de apoio “, muito contribuem com as pesquisas, uma vez que, é produzido de forma discursiva a questão acerca da saúde mental dos profissionais de enfermagem, sendo correlacionado com as atuais recomendações de suporte psicológico do Ministério da Saúde, em relação a pandemia.
Com base nesses acontecimentos, ampliam-se os debates que envolvem a capacidade de atendimento dos serviços de saúde e, principalmente na área intensiva e, como a atuação dos profissionais de enfermagem que diante a contatos diretos com a doença, com a dor e com os riscos de suas próprias vidas e de seus familiares, devem manter a atuação voltada para o cuidar de forma integral e humanizada.
2.3 A atuação do Enfermeiro(a) no contexto da UTI: Atitudes necessárias
As atividades gerais realizadas pelos (as) enfermeiros (as) englobam desde o ensino, orientação alimentação, hidratação, repouso, exame físico, incentivo ao auto cuidado, assistência com segurança em pacientes dependentes, até a interação com a família, uma boa relação interpessoal com os colegas de trabalho, manter postura ética e profissional, apresentar aprovação e produtividade à empresa na qual trabalha (CARVALHO, 2012).
A profissão de enfermagem diferencia-se pela dedicação ao ser humano em suas complexidades frente às dificuldades reais e potenciais (BARTULY, 2013). O profissional de saúde encontra-se em um parâmetro que desperta interesse, pois o ambiente hospitalar é um cenário que envolve citações indispensáveis, que requer dos enfermeiros habilidade no cuidado ao paciente com diversos níveis de complexidade e na aplicação de medidas como: prevenção primária, secundária e terciária (CARVALHO, 2012) 
Para Donoso et al 2017, a unidade intensiva configura-se em um setor especializado de uma unidade hospitalar e que possui características peculiares, como: 
setor repleto de tecnologia de última geração, situações iminentes de emergência e necessidade de agilidade no atendimento ao cliente, além da atuação de uma equipe multiprofissional. Logo, demanda que o profissional tenha determinadas habilidades, no sentido de atender aos requisitos do cuidado que se processa, marcadopela presença de aparatos tecnológicos e atuação em equipe. (DONOSO et al., 2017, p.2)
O cuidado no ambiente de UTI exige desses profissionais um esforço em superar o cansaço físico e mental para que não se diminua a atuação esperada, tão pouco, coloque em risco o cuidado que é prestado aos seus pacientes. (Bartuly, 2013)
Porém, Marcitelli (2011) acentua que:
O desgaste físico e emocional, a baixa remuneração e o desprestígio social são fatores associados às condições de trabalho do enfermeiro, que vem refletindo negativamente na qualidade da assistência prestada ao cliente, levando ao abandono da profissão e consequentemente à escassez de profissionais no mercado de trabalho. (MARCITELLI, 2011, p. 215-228).
A Organização Internacional do Trabalho (OIT) reconhece que praticamente todas as profissões presenciam o estresse, porém a enfermagem é apontada como uma das mais estressantes, sendo, por isso, alvo de estudos (FERREIRA; MENDES, 2013). 
Figura 2 – Enfermagem, uma das profissões mais estressantes
Fonte: https://ctb.org.br/noticias/internacional/organismos-internacionais-alertam-para-violencia-contra-enfermeiros/
A assistência de enfermagem em UTI exige do enfermeiro identificação rápida das condições de saúde de cada indivíduo, avaliações críticas e intervenções imediatas, devido à gravidade e instabilidade dos pacientes. Necessita, assim, não só de oferecer tratamento integral e holístico nos cuidados intensivos e colaboração com a equipe multidisciplinar, como também demanda de suporte emocional para lidar com o sofrimento do outro, o estresse e cobranças (MELO et al., 2017).
Ao citar a prática, do profissional, em Unidade de Terapia Intensiva (UTI), Melo et al (2017), acrescenta que, no Brasil, estas surgiram (1970), impondo a necessidade da mão de obra especializada e exigindo do profissional competência e atendimento constante no tratamento do paciente, além de boa relação interpessoal na equipe multidisciplinar. É possível, dentro da reflexão dada, citar também que, neste período a Enfermeira, Doutora Wanda de Aguiar Horta, desenvolveu um modelo teórico baseado nas Necessidades Humanas Básicas (NHB) trabalhadas por Maslow na Teoria da Motivação Humana, que serviu para organizar o trabalho e a abordagem clínica da profissão em UTI (Processo de Enfermagem), conforme apresenta Santos (2017).
Esse processo se destaca por favorecer a identificação das condições apresentadas pelos pacientes que requerem intervenção e tomadas de decisões terapêuticas imediatas e adequadas para atingir resultados pelos quais a enfermagem é responsável. (SANTOS, 2017)
Os cuidados intensivos, como um dispositivo de cuidado do hospital situa-se em unidades ou centros de mesmo nome dado as suas características e é parte da saúde sistema único (SUS) no Brasil, sob o que cabe a garantia do direito à saúde em todos os estágios da vida. Para esse efeito, as ações e serviços de promoção, produção, recuperação e proteção da saúde são combinados, na perspectiva da integralidade, de acordo com os preceitos de humanização da saúde no SUS. (BRASIL, 2011).
Destaca-se que, a enfermagem é uma profissão desgastante e com alto potencial sobre a vida e saúde dos indivíduos, relacionado com sua carga de trabalho, contato interpessoal com pacientes, equipe multiprofissional, além, do impacto gerado pelo contato direto com a dor e o sofrimento. (RODRIGUES; SANTOS, 2016)
Potencializa-se este contexto ao se falar em UTI e o cuidado extensível ao paciente crítico que demanda maior cuidado e atenção. Em muitos momentos, o profissional pode encontrar-se desmotivado, com sintomas psicológicos, emocionais e muitas vezes físico, com impactos sobre sua qualidade de vida e no trabalho. 
Assim, observa-se a importância do conhecimento dos possíveis fatores que influenciam as condições de trabalho destes profissionais e estratégias para prevenção e promoção de um ambiente de trabalho saudável.
3. CONCLUSÃO
Com a intenção de apresentar uma resposta para a questão norteadora que delimita a temática deste artigo: Quais são as condições de trabalho em Unidades de Terapia Intensiva e suas possíveis influências para a vida do profissional de enfermagem? constatou-se, mediante a pesquisa em diversos conteúdos da literatura, que a prática laboral da enfermagem em UTI, se expande para debates e visões que se ampliem para além da comum descrição de ocorrência de doenças e riscos ocupacionais. 
A Unidade de Terapia Intensiva, é setor, como avaliado, que requer a atenção, conhecimento e habilidades por parte de todos os profissionais, por se tratar de ambiente preparado ao atendimento de pacientes críticos que necessitam do atendimento para a sua recuperação. 
O (A) enfermeiro (a), nesse contexto, torna-se o profissional que atua diretamente com as situações de conflitos, como dor, medo, responsabilidade, ansiedade e todos os sentimentos acometidos nesses momentos.
A maioria dos artigos selecionados para estudo, debatem sobre questões que em torno da organização do trabalho, envolvendo assuntos como: tarefas repetitivas, fiscalização do desempenho e ritmo de trabalho excessivo, através de longas jornadas, como um grande risco para adoecimento e afastamento do profissional enfermeiro. 
Verifica-se assim, a precisão de que os enfermeiros busquem, cada vez mais, suas inovações e posição valorizada, de modo a amenizar as consequências do modelo tradicional de gestão ainda enraizada nas instituições de saúde. O enfretamento dessas determinações deverá envolver a junção de profissionais com pensamento reflexivo sobre suas práticas no serviço, aliada a uma gestão sensibilizada com a importância do ambiente de trabalho na promoção e preservação da saúde dos trabalhadores. Possibilitando com isso o vislumbre de mudanças efetivas na prática laboral, capazes de tornar o trabalho significativo para os trabalhadores e a instituição empregadora. 
É relevante ainda a colocação de que estando os enfermeiros, intensivistas, satisfeitos no seu ambiente de trabalho, de forma organizada e dentro das necessidades exigidas pelo ambiente, estes irão atuar com melhor e maior qualidade, o que estará contribuindo, também, para a qualidade da assistência prestada aos pacientes da unidade. Desta forma, espera-se contribuir para novo conteúdo a ser disponibilizado, havendo assim trocas de informações e pesquisas, necessárias a novos debates. 
REFERÊNCIAS
ALMEIDA, Quenfins; FÓFANO, Gisele Aparecida. Tecnologias leves aplicadas ao cuidado de enfermagem na unidade de terapia intensiva: uma revisão de literatura. HU Revista, Juiz de Fora, v. 42, n. 3, p. 191-196, set./out. 2016. Disponível em:< https://periodicos.ufjf.br/index.php/hurevista/article/download/2494/891/15505>. Acesso em: outubro de 2021.
Backes MTS, Erdmann AL, Büscher A. O ambiente vivo, dinâmico e complexo de cuidados em Unidade de Terapia Intensiva. Revista Latino-Am. Enfermagem, maio-jun. 2015;23(3):411-8. Disponível em: < https://www.scielo.br/j/rlae/a/kPPnKt3HqqMjvVhw33WJyBd/?lang=pt&format=pdf>. Acesso em: setembro de 2021.
BARTULY, Danielle Costa Carvalho. Trabalho noturno em Unidades Fechadas: estudo com trabalhadores de enfermagem num hospital público. 2013. Dissertação (Mestrado em Enfermagem) - Faculdade de Enfermagem, UFRJ - Rio de Janeiro. Disponível em: < http://bases.bireme.br/cgi-bin/wxislind.exe/iah/online/?IsisScript= iah/iah.xis&src=google&base=LILACS&
lang=p&nextAction=lnk&exprSearch=688822&indexSearch=ID> Acesso em: outubro de 2021. 
Camelo SHH, Silva VLS, Laus AM, Chaves LDP. Perfil profissional de enfermeiros atuantes em unidades de terapia intensiva de um hospital de ensino. Cienc Enferm, v. 19, n.3, p:51-62, 2013. Disponível em:< https://scielo.conicyt.cl/pdf/cienf/v19n3/art_06.pdf>. Acesso em: outubro de 2021.
DONOSO, MTV, Souza MAF, Mattos SS, et al. A Enfermagem nas Unidades de Terapia Intensiva: o aparato tecnológico versus a humanização da assistência. Revista de Enfermagem do Centro-Oeste Mineiro. 2017;7:e1883.Disponível em: < http://www.seer.ufsj.edu.br/index.php/recom/article/view/1883>.Acesso em: novembro de 2021.
Ferreira PD, Mendes TN. Família em UTI: Importância do suporte psicológico diante da iminência da morte. Rev SBPH, v. 16, n.1, p: 88-112, 2013 Disponível em: <http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_a rttext&pid=S1516-08582013000100006>.Acesso em: outubro de 2021. 
GEREMIA, D. S. et al. 200 Anos de Florence e os desafios da gestão das práticas de enfermagem na pandemia COVID-19. Revista latino-americana de enfermagem, v. 28, p. e3358, 2020a. Disponível em:< https://www.scielo.br/j/rlae/a/txnHyQBvYJ6gS5F4sXJxmSN/?format=pdf&lang=pt>. Acesso em: outubro de 2021.
HARTZBAND, P.; GROOPMAN, J. Physician burnout interrupted. New England Journal of Medicine. Massachussetts Medical Society, 25 jun. 2020. Disponível em: http://www.nejm.org/doi/10.1056/NEJMp2003149. Acesso em: novembro de 2021.
JUNIO DO NASCIMENTO, F. Humanização e tecnologias leves aplicadas ao cuidado de enfermagem na unidade de terapia intensiva: uma revisão sistemática. Nursing (São Paulo), [S. l.], v. 24, n. 279, p. 6035–6044, 2021. DOI: 10.36489/nursing.2021v24i279p6035-6044. Disponível em: http://www.revistas.mpmcomunicacao.com.br/index.php/revistanursing/article/view/1709. Acesso em: novembro de 2021.
MARCITELLI, Carla Regina de Almeida. Qualidade de vida no trabalho dos profissionais de saúde. Rev. Sistema de Información Científica Redalyc - Ensaio e Ciências: Ciências Biológicas, Agrárias e da Saúde, São Paulo, v. 15, n. 4, p. 215- 228, 2011. Disponível em: < https://www.redalyc.org/articulo.oa?id=26022135015>. Acesso em: novembro de 2021.
Marinho PML, Campos MPA, Rodrigues EOL, Gois CFL, Barreto IDC. Construção e validação de instrumento de Avaliação do Uso de Tecnologias Leves em Unidades de Terapia Intensiva. Rev. Latino-Am. Enfermagem, v. 24:e2816, 2016. Disponível em:< https://www.scielo.br/j/rlae/a/vTPNzqgwB67vgQMTG9g88DR/?format=pdf&lang=pt>. Acesso em: outubro de 2021.
MELO, Melo WS, Oliveira PJF, Monteiro FPM, Santos FCA, Silva MJN, Calderon CJ, et al. Guia de atributos da competência política do enfermeiro: estudo metodológico. Rev Bras Enferm [Internet]. 2017;70(3):526-34. Disponível em:< https://www.scielo.br/j/reben/a/yS4P7CcCGqRNVbz8bgXjj4J/?format=pdf&lang=pt>. Acesso em: novembro de 2021.
MOREIRA, DA. et al. Prática profissional do enfermeiro e influências sobre a sensibilidade moral. Rev. Gaúcha Enferm., Porto Alegre, v. 41, e20190080, 2020.   Disponível em <http://www.revenf.bvs.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1983-14472020000200407&lng=pt&nrm=iso>. Acesso em: outubro de 2021. 
NASCIMENTO, HM.; ALVES, JS.; MATTOS, LAD. Humanização no acolhimento da família dos pacientes internados em Unidade de Terapia Intensiva. Centro Universitário Católico Salesiano Auxilium – UNISALESIANO, Lins-SP, 2014. Disponível em: < http://www.unisalesiano.edu.br/biblioteca/monografias/57524.pdf>.Acesso em: setembro de 2021.
OUCHI, JD; LUPO, APR; ALVES, BO; ANDRADE, RV; FOGAÇA, MB. O papel do enfermeiro na unidade de terapia intensiva diante de novas tecnologias em saúde. Revista Saúde em Foco – Edição nº 10 – Ano: 2018. Disponível em:< https://portal.unisepe.com.br/unifia/wp-content/uploads/sites/10001/2018/07/054_O_PAPEL_DO_ENFERMEIRO_NA_UNIDADE_DE_TERAPIA_INTENSIVA.pdf>. Acesso em: setembro de 2021.
RAMOS-TOESCHER, Aline Marcelino; et al. Saúde mental de profissionais de enfermagem durante a pandemia de COVID-19: recursos de apoio. Esc. Anna Nery, Rio de Janeiro, v. 24, n. spe, e20200276, 2020. Disponível em:< https://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1414-81452020000500503>. Acesso em: outubro de 2021. 
SANTOS, Beatriz Cristina dos. Utilização do Processo de Enfermagem em Unidades de Terapia Intensiva: Revisão Integrativa da Literatura. Revista Científica Multidisciplinar Núcleo do Conhecimento. Edição 9. Ano 02, Vol. 03. pp 88-103, dezembro de 2017. ISSN:2448-0959. Disponível em:< https://docplayer.com.br/78970436-Utilizacao-do-processo-de-enfermagem-em-unidades-de-terapia-intensiva-revisao-integrativa-da-literatura-1.html>. Acesso em: novembro de 2021.
SANTOS, Katarina Márcia Rodrigues dos; et al. Depressão e ansiedade em profissionais de enfermagem durante a pandemia da covid-19. Esc. Anna Nery, Rio de Janeiro, v. 25, n. spe, e 20200370, 2021.  Disponível em: < https://www.scielo.br/scielo.php?pid=S1414-81452021000500201&script=sci_arttext>. Acesso em: outubro de 2021.
Silva, RC, Ferreira MA. A dimensão da ação nas representações sociais da tecnologia no cuidado de enfermagem. Escola Anna Nery [online]. 2011; 15, p: 140-148. Disponível em: <https://www.scielo.br/j/ean/a/XncW3TYnK5nKSKfZjc7x4hG/?lang=pt>. Acesso em: outubro de 2021.
Takashi MH, Batista LS. Os principais fatores causadores de Estresse em profissionais de enfermagem que atuam em Unidade de Terapia Intensiva. REVISA, v. 9, n.1, p: 156-62, 2020. Disponível em: < http://revistafacesa.senaaires.com.br/index.php/revisa/article/view/487>. Acesso em: novembro de 2021.
Vidotti, V; Ribeiro, RB; Galdino, MJQ; Martins, JT; Síndrome de Burnout e o trabalho em turnos na equipe de enfermagem. Rev. Latino-Am Enfermagem. 2018. Disponível em:< http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0104-11692018000100337&lng=en&nrm=iso&tlng=pt>. Acesso em: setembro de 2021.