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20/10/2017 TEC Concursos - Questões para concursos, provas, editais, simulados. https://www.tecconcursos.com.br/teoria/modulos/15/capitulos/696 1/14 (https://www.tecconcursos.com.br) MENU Português (Prof. Denise) (https://www.tecconcursos.com.br/teoria/modulos/15) Coesão e Coerência "Muitas das falhas da vida acontecem quando as pessoas não percebem o quão perto estão quando desistem." Thomas Edison INTRODUÇÃO O texto é uma união de ideias que devem ser apresentadas de forma COESA e COERENTE, mas o que estas expressões significam, meus queridos? A coesão indica que o texto está composto por palavras, frases, orações, períodos e parágrafos unidos por elementos linguísticos adequados, que facilitam a compreensão do leitor. A coerência indica que o texto apresenta ideias que “conversam” de forma lógica, sem contradições. Para que este conceito fique em nossa mente, basta lembrar: o que é uma pessoa incoerente? Quando falamos que uma pessoa é incoerente, queremos dizer que ela age de forma contraditória: fala uma coisa e faz outra, ataca um posicionamento que há pouco defendia, e por aí vai… Vamos contar uma "historinha" para que a ideia de coerência fique bem clara, então: "senta, que lá vem a história!" (quem assistiu Rá-Tim-Bum, lembra, rs...) Historinha: Maricota vive dizendo que odeia cigarro, que cigarro faz mal, que mata... Outro dia, João viu Maricota fumando. A atitude dela é coerente? Não, pois ela foi vista fazendo algo que sempre critica. Podemos dizer que Maricota é uma pessoa incoerente. Ficou claro agora o que é incoerência, não é? Vamos prosseguir... (696?exercicio=1) (677) (697) ✏ https://www.tecconcursos.com.br/ https://www.tecconcursos.com.br/teoria/modulos/15 https://www.tecconcursos.com.br/teoria/modulos/15/capitulos/696?exercicio=1 https://www.tecconcursos.com.br/teoria/modulos/15/capitulos/677 https://www.tecconcursos.com.br/teoria/modulos/15/capitulos/697 20/10/2017 TEC Concursos - Questões para concursos, provas, editais, simulados. https://www.tecconcursos.com.br/teoria/modulos/15/capitulos/696 2/14 Dissemos que o texto ideal deve estar coeso e coerente, mas é importante destacar que nem sempre a falta de coerência indica falta de coesão ou a falta de coesão torna o texto incoerente, vamos ver? Texto coeso, mas incoerente: Estudei porque não queria passar. A frase está incoerente, pois não faz sentido alguém afirmar que estudou porque não queria passar. (Exceto se for uma ironia - dizer o contrário do que se quer dizer) Entretanto, percebam que o conectivo “porque” está empregado unindo as orações, logo temos coesão, mas não temos coerência. Texto sem coesão, mas coerente: Esperei você ligar. Cansei. Saí. Balada. Bebi muito. Liguei. Droga. Alguém já presenciou ou viveu algo assim? Rsrs...Mesmo que a resposta seja negativa, acredito que todos entenderam o texto. A pessoa revoltada com o “gelo” dado pelo(a) pretendente, desistiu de esperar a ligação e saiu para a balada, mas, como nem tudo são flores, bebeu muito e acabou ligando para o(a) pretendente (mesmo depois do furo). Resultado: arrependimento. Percebem que há coerência? Que não há contradição de ideias? Que o texto tem lógica? Entretanto, não podemos dizer que ele foi desenvolvido de forma coesa, pois os conectivos adequados não foram utilizados; as orações e palavras foram apresentadas de forma solta. Sabendo disso, agora vamos nos aprofundar, primeiramente, no que diz respeito à coesão! COESÃO REFERENCIAL Começaremos a entender a coesão referencial a partir do seguinte exemplo: Texto sem coesão referencial: O Brasil é repleto de belezas, mas a violência do Brasil acaba sendo mais destacada quando o Brasil é tema dos jornais . Estranho, não é? A leitura está pesada, repetitiva e sem fluidez, porque o autor desconhece o recurso da coesão referencial, empregado para substituir termos e expressões do texto, evitando a repetição chata e cansativa, como a do exemplo acima. Assim, a coesão referencial é o emprego de elementos linguísticos com o fim de substituir termos dentro do texto. Vejam como o trecho "soa melhor" assim: https://www.tecconcursos.com.br/teoria/modulos/15/capitulos/696?exercicio=1 https://www.tecconcursos.com.br/teoria/modulos/15/capitulos/677 https://www.tecconcursos.com.br/teoria/modulos/15/capitulos/697 https://www.tecconcursos.com.br/teoria/modulos/15/capitulos/696?exercicio=1 https://www.tecconcursos.com.br/teoria/modulos/15/capitulos/677 https://www.tecconcursos.com.br/teoria/modulos/15/capitulos/697 20/10/2017 TEC Concursos - Questões para concursos, provas, editais, simulados. https://www.tecconcursos.com.br/teoria/modulos/15/capitulos/696 3/14 Texto com coesão referencial: O Brasil é repleto de belezas, mas a violência do país acaba sendo mais destacada quando ele é tema dos jornais. Quando retomamos um termo (já mencionado), dizemos que o elemento tem valor anafórico, quando substituímos um termo posterior, dizemos que há valor catafórico. Macete!!!! Associem o início da palavra "ANAFÓRICO" (AN) à ideia de "ANTES": elemento anafórico retoma termo anteriormente citado, termo de antes. ANafórico -> ANtes Catafórico -> depois A coesão referencial pode ser realizada por meio de quase qualquer classe gramatical, sendo as mais comuns: substantivo, adjetivo, verbo, advérbio, pronome, numeral. Vamos analisar alguns exemplos para fixar o entendimento: A) Coesão referencial por meio de substantivo: 1) Exemplo: A gripe aviária é muito perigosa. Deus nos proteja dessa doença. (Percebam que no trecho temos a substituição da “gripe aviária” [hipônimo] pelo vocábulo “doença” [hiperônimo]). Atenção! Hiperônimo é a palavra com sentido mais abrangente que engloba o sentido de um hipônimo. No caso “gripe aviária” é o hipônimo (sentido mais específico) e “doença” é o hiperônimo (sentido mais abrangente). 2) Exemplo: O Rei estará aqui amanha. Estamos aguardando um enorme público para ver Roberto Carlos. (A palavra “Rei” foi substituída por “Roberto Carlos”, figura de linguagem chamada de antonomásia.) Atenção! A antonomásia é a figura de linguagem usada para designar pessoas por referências, apelidos conhecidos, atributos. 3) Exemplo: A ONU estará em reunião nesta tarde, assim todos estão se deslocando para o prédio da Organização das Nações Unidas. (Percebam que a sigla - abreviação - “ONU” foi substituída pelo seu 20/10/2017 TEC Concursos - Questões para concursos, provas, editais, simulados. https://www.tecconcursos.com.br/teoria/modulos/15/capitulos/696 4/14 significado completo; a coesão referencial foi promovida por abreviação.) B) Coesão referencial por meio de numeral: 1) Exemplo: João e Maria foram para a floresta. O primeiro se perdeu, a segunda achou uma casa de doces. (Percebam que os termos “João” e “Maria” foram substituídos, respectivamente, por “primeiro” e “segunda”, a fim de evitarmos repetição desnecessária.) 2) Exemplo: O cravo brigou com a rosa, debaixo de uma sacada. O primeiro saiu ferido, a segunda despedaçada. (Mesmo preferindo a versão original, alteramos um pouco esta cantiga de roda super conhecida para mostrar a possibilidade de substituição dos termos "cravo" e "rosa" pelos numerais "primeiro" e "segunda", respectivamente.) C) Coesão referencial por meio de advérbio Exemplo: No Brasil e na Europa há problemas, mas aqui é pior do que lá. (Percebam que os termos “Brasil” e “Europa” foram substituídos por “aqui” e “lá” respectivamente.) D) Coesão referencial por meio de pronome 1) Exemplo: É difícil fazer dieta, mas ela é necessária para manutenção da nossa saúde. (O pronome “ela” substitui o termo “dieta”.) 2) Exemplo: A menina era tão estudiosa, que todos falavam bem dela. (A contração da preposição “de + ela = dela” substitui o termo “menina”.) 3) Exemplo: João, Maria e José serão candidatos à presidência da república. Em quem você votará? (O pronome “quem”substitui os termos “João, Maria e José”.) 4) Exemplo: Pedro não quer estudar agora, será difícil convencê-lo. (O pronome oblíquo “o” substitui o termo “Pedro”.) Atenção! Convencê-lo é caso de ênclise, o pronome foi colocado após o verbo “convencer”. Quando o verbo terminar em “r”, “s” ou “z”, devemos modificar os pronomes “o, os, a, as” para “lo, los, la, las”, por isso o correto é “convencê-lo” e não “convencer-o”. 5) Exemplo: O Brasil e a Argentina são países cuja música é um grande atrativo. Um chama para a roda de samba, outro para uns passos de tango. (Percebam que os pronomes “um” e “outro” foram utilizados para substituir os termos “Brasil” e “Argentina”, respectivamente.) 6) ATENÇÃO! O par de pronomes ESTE/AQUELE usado em conjunto dentro do discurso para retomar dois termos sempre será empregado desta forma: 20/10/2017 TEC Concursos - Questões para concursos, provas, editais, simulados. https://www.tecconcursos.com.br/teoria/modulos/15/capitulos/696 5/14 ESTE - retoma o termo mais próximo AQUELE - retoma o termo mais distante Exemplo: Temos sorvete de flocos e de chocolate, você prefere este ou aquele? (O pronome demonstrativo "aquele" retoma o termo mais distante "flocos", o pronome demonstrativo "este" retoma o termo mais próximo "chocolate".) Em regra, não há autorização para utilização de ESTE, ESSE, AQUELE em conjunto para retomada de três termos, mas apenas do par ESTE/AQUELE. Assim, no caso de três termos, prefira a referência por meio de numeral, como mostramos no item B. COESÃO SEQUENCIAL A coesão sequencial é aquela estabelecida por meio de conectivos (conjunções, preposições, pronomes relativos), dando sequência lógica ao texto. Para que fique fácil de entender, vou compartilhar com vocês uma das minhas filosofias (eu me arrisco a escrever nas horas vagas, rs): Quando viver parece complicado, flores surgem para enfeitar o caminho. Assim, devemos seguir e apreciar a paisagem, sem apegos e preocupações exageradas, pois nada é estático: nem o dia mais ensolarado, nem a noite mais escura. Podemos identificar que o período está construído com vários conectivos que imprimem lógica e harmonia às ideias, vejam só: quando: indica temporalidade, noção te tempo, mesmo que imprecisa (caso do texto) para: neste contexto, indica finalidade (as flores surgem para que? Para enfeitar o caminho) assim: indica conclusão e: indica adição de ideias (seguir e apreciar) pois : indica explicação nem...nem: indica adição de ideias Perceberam a importância da coesão sequencial? Um texto sem esses conectores fica menos fluído e, às vezes, até meio incompreensível. Vamos ler novamente as filosofias da professora, agora da época em que ela não sabia o que era coesão sequencial: 20/10/2017 TEC Concursos - Questões para concursos, provas, editais, simulados. https://www.tecconcursos.com.br/teoria/modulos/15/capitulos/696 6/14 Viver parece complicado, flores surgem enfeitar o caminho. Devemos seguir, apreciar a paisagem, sem apegos e preocupações exageradas, nada é estático: o dia mais ensolarado, a noite mais escura. Ficou meio confuso, não é? Melhor usarmos os conectivos! Memorize o máximo de conectivos que puder e as funções que eles exercem dentro do texto, pois com frequência as bancas abordam esse tema, cobrando principalmente a substituição de elementos de coesão, sem a alteração do valor original do trecho! Exemplo: Ele estudou e foi aprovado. / Ele não só estudou, como também foi aprovado. / Ele tanto estudou, como foi aprovado. Nos períodos acima temos conectivos com valor aditivo (adição de fatos, de ideias), assim, caso seja pedida a substituição do conectivo "e" por um de igual valor, o candidato poderá assinalar como opções: "não só...como também" ou "tanto...como". COESÃO RECORRENCIAL A coesão recorrencial é identificada quando repetimos vocábulos, estruturas sintáticas semelhantes (paralelismo sintático) ou uma informação de forma diferente (paráfrase). Após esse breve conceito, vocês já podem fazer a pergunta que têm em mente: "Professora, você ficou quase o módulo todo falando para evitarmos repetições desnecessárias e agora fala que a coesão recorrencial é basicamente uma repetição de ideias?" Sim, gente! A diferença é que antes aconselhamos evitar a repetição DESNECESSÁRIA, agora estamos mostrando um recurso em que a repetição reforçará uma ideia, terá efeito coercitivo ou até poético/sonoro, percebem a diferença? Vamos colocar na prática e ficará mais fácil entender: Exemplo: Frassinete reclamava, reclamava, reclamava... (A repetição da forma verbal "reclamava" não é desnecessária, pois, no caso, a intenção do autor é deixar claro que Frassinete reclamava muito ou por um longo período.) 20/10/2017 TEC Concursos - Questões para concursos, provas, editais, simulados. https://www.tecconcursos.com.br/teoria/modulos/15/capitulos/696 7/14 Exemplo: "É devagar, é devagar, é devagar, é devagar, devagarinho... " (O querido Martinho da Vila não repetiu desnecessariamente a palavra "devagar", o que temos é a coesão recorrencial dando sonoridade ao trecho da música.) Exemplo: João era tão preguiçoso que não ajudava a mulher em nada, ficava sentado olhando ela trabalhar pelos dois. (A ideia exposta na primeira parte do período é quase idêntica a do segundo, o autor apenas resolveu repeti-la de outra maneira para enfatizar que João é um zero a esquerda mesmo! Coitada da mulher de João...rs) Exemplo: Tanto os países da América do Sul quanto os países da América Central passam por uma crise. (paralelismo sintático promovido pela estrutura correlativa "tanto...quanto".) Agora que estamos por dentro da coesão, vamos conversar sobre coerência, ok? COERÊNCIA Na introdução deste capítulo, explicamos rapidamente que a coerência é "aquilo" que torna o texto lógico e compreensível, sem contradições. Usamos inclusive o conceito de "pessoa incoerente" para daí concluir o que seria um texto incoerente, mas como fazemos para que nosso texto seja construído de forma coerente, professora? Alguma dica? Sim! Na verdade, temos várias! Vamos lá! A) Manter o mesmo tema durante a construção do texto ou utilizar temas que "conversam" entre si Gente, tem sentido começar a produzir um texto sobre aquecimento global e "do nada" inserir um parágrafo sobre a deficiência do ensino na rede pública? Um texto assim estará incoerente, pois a temática deve ser mantida em todos os parágrafos. Vale destacar que nada impede que o autor aborde mais de um tema em um mesmo texto, desde que haja conexão lógica entre eles e que esta conexão esteja bem estabelecida. B) Não inserir ideias ou teses que se oponham frontalmente num mesmo trecho Um texto iniciado com duas teses diferentes deixa o leitor confuso sobre a posição defendida pelo autor. Ao escrevermos um texto, devemos deixar claro a nossa intenção e inserir teses que se opõem frontalmente num mesmo trecho pode dificultar a compreensão do leitor. Vamos a um exemplo: Sabemos que muitas mulheres morrem ao praticar abortos clandestinos, pois o acesso a meios seguros para tal prática restringe-se às pessoas de melhor classe social. A legalização do aborto mudaria esta situação, pois 20/10/2017 TEC Concursos - Questões para concursos, provas, editais, simulados. https://www.tecconcursos.com.br/teoria/modulos/15/capitulos/696 8/14 toda mulher teria acesso a clínicas públicas autorizadas para realizar o procedimento. A vida do feto ficaria, então, à mercê da vontade da mãe, que decidiria sobre o seguimento da gravidez; lembrando que falamos da vida de alguém que não pode oferecer defesa. Percebam que o autor iniciou o parágrafo com um argumento que legitima a legalização do aborto, entretanto terminou com um pensamento típico de quem é contra a legalização. E agora? O autor é a favor ou contra a legalização doaborto? A confusão com certeza paira sobre a mente dos leitores e isto prejudica a coerência do texto. C) Cuidado ao deslocar informações O autor não deve intercalar demais as informações, pois pode gerar grande dificuldade de compreensão ou, pelo menos, a perda do ritmo do texto, vejamos como isso pode ocorrer: Maria passou o dia planejando, enquanto as filhas brincavam no jardim coberto de flores que indicavam o início da primavera, uma viagem para a Europa no fim do verão. Gente, pra que intercalar uma informação tão grande entre "Maria passou o dia planejando" e "uma viagem para a Europa no fim do verão"? O autor "falou tanto" entre uma informação e outra que o leitor já tinha esquecido que Maria planejava a tal viagem para a Europa. Intercalar ideias é uma técnica que deve ser utilizada com cuidado, pois o resultado pode ser esse aí de cima! D) Não deixar lacunas no texto Pior do que intercalar informações, proporcionando grande distanciamento entre ideias que se complementam, é deixar o leitor no "vácuo", dando uma informação incompleta, vejamos: Ana sonhava com o balé, mas o destino reservou-lhe um caminho diferente. Ficamos felizes com o sucesso dela e hoje vamos prestigiar seu trabalho. Que caminho? Ana tornou-se atriz? Tornou-se pintora? Tornou-se cantora? Se o texto começa e termina da forma que apresentamos acima, o leitor não consegue concluir nada! No máximo levantará várias hipóteses, por causa da lacuna deixada pelo "maldoso" autor, rs. Assim, evitem deixar lacunas no texto, pois isso prejudica a coerência textual. E) Cuidado com as inadequações 20/10/2017 TEC Concursos - Questões para concursos, provas, editais, simulados. https://www.tecconcursos.com.br/teoria/modulos/15/capitulos/696 9/14 Ao construirmos um texto não podemos menosprezar a inteligência do leitor, assim não adianta "criar" um dado que é incompatível com uma informação conhecida por todos, vejamos: Quando estive na Paraíba*, precisei usar pesados casacos, pois em dezembro a temperatura oscilava entre 8 e 12 graus. (*A Paraíba é a terra amada da professora que vos fala.) Gente! Como assim? A autora usou pesados casacos, em dezembro, na Paraíba? O leitor nem precisa conhecer o estado para saber que é "conversa de mentiroso", rs. Do mesmo modo, quando vocês forem responder questões de compreensão e de interpretação textual, se liguem nessas "histórias para boi dormir" (aqui na minha terra chamamos assim), pois elas podem estar inseridas nas alternativas para confundir os candidatos. Após essas dicas para a construção de um texto coerente, vamos abordar rapidamente o que os estudiosos chamam de "fatores de coerência", vamos lá? FATORES DE COERÊNCIA A) Situacionalidade A situacionalidade tem relação com o ambiente em que o texto é produzido e lido, indicando o contexto em que está inserido. Diz respeito ainda à adequação do texto à situação que o envolve e ao fim a que se destina. Vamos a um exemplo: Pra não dizer que não falei das flores Caminhando e cantando e seguindo a canção Somos todos iguais braços dados ou não Nas escolas nas ruas, campos, construções Caminhando e cantando e seguindo a canção Vem, vamos embora, que esperar não é saber, Quem sabe faz a hora, não espera acontecer Geraldo Vandré A música de Geraldo Vandré, cantor e compositor paraibano* (*puxando a sardinha para minha terra, rs), é composta por elementos que indicam a situacionalidade em que foi escrita: a ditadura militar. A música foi 20/10/2017 TEC Concursos - Questões para concursos, provas, editais, simulados. https://www.tecconcursos.com.br/teoria/modulos/15/capitulos/696 10/14 tida como um hino de luta, em que o refrão chamava a população ao embate contra o poder ditatorial. Para entendermos que a letra fala sobre isso, precisamos ter algum conhecimento sobre a época e sobre o contexto em que foi escrita. B) Informatividade É o fator que "prende" a atenção do leitor, relacionando-se com o nível de previsibilidade do texto. É interessante que o autor evite dizer o óbvio ao produzir um texto e também contenha as repetições desnecessárias. Vamos a um exemplo? Texto com pouca informatividade, muito previsível: O céu é azul. Texto com boa informatividade e menos previsível: O céu é azul por causa do efeito provocado pela dispersão da luz do sol através da camada de gases que envolve a Terra. C) Intencionalidade Este fator relaciona-se com a intenção comunicativa (pretensão) do autor ao produzir um texto. O autor pode convencer, entreter, narrar, informar, descrever ou alcançar qualquer outro fim, se empregar os meios adequados para tanto. D) Aceitabilidade Como o próprio nome indica, este fator diz respeito ao nível de aceitabilidade do receptor (leitor) em relação ao texto produzido. Os publicitários, por exemplo, trabalham pretendendo a aceitação do público a que se destina a peça publicitária. Uma propaganda destinada a mulheres, para ser bem aceita, em regra, não deve ter conteúdo machista. Um comercial de produto para jovens deve empregar uma linguagem que atraia essa faixa etária. E) Intertextualidade Este fator ocorre quando há referência direta ou indireta de um texto em outro, seja concordando com a obra citada ou não. Canção do Exílio (texto original) Minha terra tem palmeiras Onde canta o sabiá, As aves que aqui gorjeiam 20/10/2017 TEC Concursos - Questões para concursos, provas, editais, simulados. https://www.tecconcursos.com.br/teoria/modulos/15/capitulos/696 11/14 MARCAR CAPÍTULO COMO LIDO Não gorjeiam como lá. [...] Gonçalves Dias Europa, França e Bahia (paráfrase) Meus olhos brasileiros se fecham saudosos Minha boca procura a ‘Canção do Exílio’. Como era mesmo a ‘Canção do Exílio’? Eu tão esquecido de minha terra… Ai terra que tem palmeiras Onde canta o sabiá! Carlos Drummond de Andrade Percebam que Drummond mencionou a obra de Gonçalves Dias em seu poema, por meio de um recurso chamado de paráfrase. Atenção! Paráfrase: O autor emprega palavras diferentes das encontradas no texto que serve de base, mas confirma a ideia do autor referenciado. Paródia: O autor opõe-se às ideias do texto que serve de referência, muitas vezes ridicularizando o conteúdo da obra referenciada. Pronto, agora que você já conhece os principais pontos de coesão e coerência é hora de praticar resolvendo questões sobre o tema, ok? Siga firme e... Sorria, você será aprovado!
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