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Desenvolvimento Neuropsicomotor

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Psicomotricidade x Motricidade 
 
É sustentada por três conhecimentos básicos: o movimento, o intelecto e o 
afeto. 
 PSI = Aspectos EMOCIONAIS: Família – Escola – Sociedade 
 CO = Aspectos COGNITIVOS: Aprendizagem 
 MOTRICIDADE = Aspectos MOTORES: Gestos, Posturas – Sensória 
Motricidade. 
 
A psicomotricidade está relacionada a um processo de maturação 
 Maturidade motora 
 Maturidade intelectual 
 Maturidade afetiva 
 
1ª Infância: O desenvolvimento acontece por etapas, por fases! A não 
aquisição de competências das fases do desenvolvimento pode 
comprometer seriamente as fases seguintes. 
 
Desenvolvimento infantil 
O desenvolvimento humano é um processo de crescimento e mudança que 
ocorre ao longo da vida nos níveis físico, comportamental, cognitivo e 
emocional. 
 
 
 
 
 
 
Desenvolvimento motor 
 
 
O desenvolvimento começa pelo 
controle da cabeça, depois, o 
controle do pescoço, o controle 
do tronco, do quadril, das pernas 
e dos pés. Paralelamente, surge o 
controle dos ombros, do cotovelo, 
das mãos e dos dedos. 
 
O que alguns autores falam sobre o desenvolvimento neuropsicomotor. 
Henri Wallon: É através da emoção que se estabelece a relação entre o 
biológico, o social e psicológico. 
 Maturação = Responsável pelos movimentos naturais. 
 Outros movimentos requerem Maturação + Aprendizagem. 
Jean Piaget: Piaget diz que os indivíduos se adaptam e organizam 
intelectualmente o meio. Mudam continuamente e tornam-se mais 
refinados. 
Arnold Lucius Gesell: A teoria de Gesell abrange o desenvolvimento 
envolvendo as suas quatro dimensões (motora, social, afetiva e cognitiva), 
porém privilegia o desenvolvimento físico. 
 
Psicomotricidade e 
neurociências 
 Desenvolvimento neurológico. 
 SNC – Sistema Nervoso Central. 
 Unidades funcionais do SNC. 
 Hemisférios. 
 Lobos. 
 Controle das funções motoras e 
do comportamento. 
CÉFALO CAUDAL X PRÓXIMO DISTAL 
Crescimento – É o aumento do corpo 
Maturação – É o domínio físico, domínio social, intelectual e emocional. 
Desenvolvimento - Faz parte dos processos do crescimento e 
maturação, porém se junta à aprendizagem, à integração psíquica e 
social. 
 
Desenvolvimento do Sistema Nervoso Central – SNC 
 
 
É ele o responsável por regular as funções do nosso corpo. 
É no SNC que chegam as informações relacionadas aos sentidos 
(audição, visão, olfato, paladar e tato.). 
 
 
 
 
 
 
Hemisférios cerebrais 
 
 
Os lobos. 
 
 
Desenvolvimento Neuropsicomotor 
 Segurar a cabeça: 4 meses. 
 Balbucio: 6 – 8 meses 
 Sentar: 7 meses. 
 Engatinhar: 8 meses. 
 Ficam em pé com apoio: 10 meses. 
 Ficar em pé sozinho: 11 meses. 
 Andar com apoio: 12 meses. 
 Andar sem apoio: 14 meses. 
 Primeiras palavras: 10 – 12 meses (“mama”) 
 Frases de duas palavras: 18 – 20 meses (“nenê óa”) 
 Frases completas: 1 ano e meio – 3 anos. 
 Frases elaboradas: 3 – 4 anos. 
 Controle esfincteriano vesical/anal diurno: até 2 anos e meio. 
 Controle esfincteriano vesical/anal noturno: até 3 anos. 
 Comer sozinho: até 5 anos (sem derrubar). 
 
Importante: Controle esfincteriano vesical/anal: É quando a criança não 
necessita mais de ajuda ou de supervisão para usar o vaso (ou penico). 
 
Os sentidos. 
Encarregados de receber estímulos externos. Atendem a quatro grandes 
funções: 
 Perceber e interpretar; 
 Controlar o movimento; 
 Regular as funções de órgãos internos; 
 Manter a consciência. 
 
Sensação: Capacidade de sentir o ambiente através dos órgãos dos 
sentidos. 
Percepção: Como interpretamos o que sentimos. 
 
 
 
O sentido do tato 
O tato é toda sensação gerada pelo toque de algo na pele. Podemos, 
com ele, perceber algumas comunicações corporais e não verbais. 
 
O sentido da visão 
É o mais importante modo de comunicação interpessoal com o outro. É o 
mais importante sentido no desenvolvimento motor e linguístico. 
Com a maturação dos sistemas perceptivos, a visão passa a dar a mesma 
informação que a mão. 
"É pela motricidade e pela visão que a criança descobre o mundo dos 
objetos e é manipulando-os que ela os muda." (Ajuriaguerra, 1983, p.210) 
 
O sentido da audição. 
É um sistema sensorial básico para compreensão da fala humana. O 
equilíbrio depende da audição. 
 
O sentido do olfato. 
O aprendizado olfativo está relacionado diretamente com as 
experiências individuais e as coletivas, podendo alterar estados afetivos 
e relacionar-se ao comportamento social e sexual. 
Evocam recordações e associações muito fortes, pois entram no cérebro 
sem passar pelo tálamo, responsável por transmitir impulsos sensitivos 
surgidos na medula espinhal e outras regiões do cérebro até o córtex 
cerebral. 
Através do olfato podemos rejeitar ou aceitar, aproximar-nos ou nos 
afastar. 
 
O sentido do paladar. 
O paladar nos permite reconhecer os sabores, além de sentir a textura 
dos alimentos ingeridos. 
O paladar é influenciado pelo olfato. 
Somos capazes de distinguir cinco sabores amargo, azedo, doce e o 
umami. Umami é o quinto gosto básico reconhecido pelo paladar, 
encontrado em diversos alimentos, como carnes, peixes, queijos, 
cogumelos e tomate. Umami seria o gosto comum entre alguns 
alimentos. 
 
O sentido cenestésico. 
"Especial habilidade para usar o próprio corpo. Envolve o autocontrole 
corporal quanto à destreza para manipular objetos, relaciona-se com o 
uso das diferentes partes do nosso corpo para fazer algo, para encontrar 
uma solução para um problema ou para se comunicar ou transmitir um 
significado." Por Pinheiros Koncha - Pey. 
 
Bases psicomotoras funcionais 
Alexander Luria: Teoria do sistema funcional. 
1ª Unidade: responsável pela captação das 
informações. 
 Áreas: medula; formação reticular; áreas 
pré-talâmicas. 
 Aspecto cognitivo: estado de alerta, 
vigília e atenção. 
 Base psicomotora: tonicidade e 
equilibração. 
2ª Unidade: Responsável pela decodificação das informações, 
organização e armazenamento. 
 Áreas: lobos parietal; temporal; occipital. 
 Aspecto cognitivo: Percepções, interpretações. 
 Base psicomotora: lateralização, noção do corpo, organização 
temporal-espacial. 
3ª Unidade: responsável pelo planejamento, execução e verificação das 
atividades. 
 Área: lobo frontal. 
 Aspecto cognitivo: execução. 
 Base psicomotora: praxias globais e finas. 
1ª Unidade – tônus e equilíbrio 
 
Tônus 
Espera-se que em até 12 meses um bebê já tenha um tônus e um equilíbrio 
bem desenvolvido. 
Precisamos do tônus para ficar em pé e termos boa postura e alinhamento. 
O tônus reflete as emoções. O tônus está relacionado ao grafismo e 
preensão. 
 
Equilíbrio 
Esperamos que uma criança tenha o equilíbrio desenvolvido entre 12 meses 
e 2 anos de idade. 
 O equilíbrio depende essencialmente do sistema labiríntico e do 
sistema plantar. 
 Está desenvolvendo e amadurecendo suas habilidades auditivas. 
 A falta de equilíbrio altera a capacidade de atenção e concentração. 
 O equilíbrio pode ser dinâmico ou estático. 
 
2ª Unidade - lateralização, noção do corpo, organização 
temporal-espacial. 
 
Lateralização 
O cérebro é organizado em dois hemisférios: esquerdo e direito 
A criança pode ter a lateralidade definida, mas não saber qual é a direita e a 
esquerda! 
 
Esquema corporal 
 Corpo vívido (até 3 anos de idade). 
 Corpo percebido ou descoberto (3 a 7 anos) . 
 Corpo representado (7 a 12 anos). 
 
Consciência corporal 
Consciência corporal é tomar consciência de seu próprio corpo, 
reconhecendo e identificando processos e movimentos corporais, internos e 
externos. Estabelecemos comunicação com o mundo exterior através dos 
sentidos que possuímos: visão, audição, olfato, paladar e tato; recebendo 
estímulos e processando-os mentalmente. 
 
Imagem corporal. 
A imagem corporal é o conceito que cada pessoa tem de seu corpo e suas 
partes. Para que este conceito se forme é necessário o conhecimento tanto 
das estruturas anatômicas e relações entre aspartes do corpo, bem como 
dos movimentos e funções de cada parte do corpo, além do 
reconhecimento da posição do corpo no espaço e em relação aos objetos. 
 
Organização espacial. 
É a maneira como a criança se localiza no espaço. 
Depende de informações sensoriais e vestibulares: Em cima, embaixo, na 
frente, ao lado, atrás, longe, perto, curto, comprido. 
 
Organização temporal. 
É a capacidade de situar-se em função da sucessão dos acontecimentos. 
 Início, meio e fim. 
 Dia e noite. 
 Uma semana, um mês, um ano. 
 Ontem, hoje, amanhã. 
 Tempo longo e curto. 
 Rápido e lento. 
 
 
 
 
 
Praxia global e praxia fina 
 
Mas, afinal, o que é PRAXIA? 
Habilidade motora e organização dos movimentos, orientados para uma 
finalidade. 
 Praxia global: Realização e a automação dos movimentos globais 
complexos, que se desenrolam num determinado tempo e que 
exigem a atividade conjunta de vários grupos musculares. 
 Praxia fina: é todo movimento que necessita da relação, da precisão 
das MÃOS e dos DEDOS. 
 
Distúrbios psicomotores. 
“É uma inquietação corporal causada por uma emoção que perturba, 
desorganiza, atrapalha, que altera o viver. O transtorno está à vista, 
manifesta-se no próprio corpo, ele se dá a ver.” Ajuriaguerra 
Está ligado a problemas que envolvem o indivíduo em sua totalidade. 
Afetivo – cognitivo e motor. 
Como suspeitar de um distúrbio motor? 
 Criança desajeitada. 
 Aparência de preguiça. 
 Começa a andar tarde, cai muitas vezes. 
 Dificuldades na hora de se vestir. 
 Pergunta-se: ─ E um caderno? Começa-se de que lado? 
 Nas escolas, evitam participar de jogos e atividades físicas. 
 
Podemos classificar os distúrbios psicomotores em quatro grupos: 
 Instabilidade psicomotora; 
 Inibição psicomotora; 
 Debilidade psicomotora; e 
 Lateralidade cruzada. 
 
 
Instabilidade psicomotora 
É o tipo mais complexo, com várias implicações em decorrência das 
características clínicas que o portador apresenta. 
Essas crianças revelam instabilidade emocional, corporal e intelectual. 
 
Inibição psicomotora 
 Diminuição e/ou lentificação acentuada. 
 Amplitude e energia dos movimentos voluntários. 
 É caracterizada por uma presença constante de ansiedade! 
 
Debilidade psicomotora 
Caracteriza-se pela presença de paratonia e sincinesia. 
Paratonia: é a persistência de certa rigidez muscular, que pode aparecer 
nas quatro extremidades do corpo ou somente em duas. 
Sincinesia: É a participação de músculos em movimentos nos quais eles são 
desnecessários. Tem a ver com uma certa imaturidade no controle corporal. 
É normal até os 10-12 anos. 
 
Lateralidade e lateralidade cruzada 
Denominamos lateralidade a dominância de um dos hemisférios cerebrais 
para controle da mão, do olho, do ouvido e do pé. 
A lateralidade pode ser direita (destra) ou esquerda (sinistra). 
Quando estas dominâncias não se apresentam do mesmo lado, dizemos 
que o indivíduo possui lateralidade cruzada. 
 
 
 
 
 
 
Avaliação do perfil motor 
 
Manual de avaliação motora. 
 Motricidade fina. 
 Motricidade global. 
 Equilíbrio. 
 Esquema corporal. 
 Ritmo. 
 Organização espacial. 
 Organização temporal. 
 Lateralidade. 
 
 
Manual de observação psicomotora. 
Avalia as três unidades de Luria. 
 Tonicidade. 
 Equilibração. 
 Lateralização. 
 Noção do corpo. 
 Estrutura espaço-temporal. 
 Praxia global. 
 Praxia fina. 
 Controle respiratório. 
 
Avaliação psicomotora. 
Avalia as três unidades de Luria. 
 Tonicidade. 
 Equilibração. 
 Lateralização. 
 Noção do corpo. 
 Estrutura espaço-temporal. 
 Praxia global. 
 Praxia fina. 
Avaliação psicomotora ABC 
 Motricidade fina. 
 Motricidade global. 
 Equilíbrio. 
 Esquema corporal. 
 Ritmo. 
 Organização espacial. 
 Organização temporal. 
 Lateralidade. 
 
 
Bayley III - Livro de figuras 
Identifica atrasos no desenvolvimento e 
providencia informações para o planejamento 
de intervenções em cinco domínios: 
 Cognitivo. 
 Linguístico. 
 Motor. 
 Socioemocional. 
 Comportamento adaptativo. 
 
 
A intervenção psicomotora 
Irá ajudar no desenvolvimento motor em áreas específicas da 
aprendizagem. 
 Preventiva: Visa desenvolver uma postura correta do 
desenvolvimento do indivíduo nas várias etapas de crescimento, 
principalmente na primeira infância. 
 Educativa: Estimula o desenvolvimento psicomotor e o potencial de 
aprendizagem 
 Reeducativa ou terapêutica: Intervenção realizada quando as 
dinâmicas do desenvolvimento motor e da aprendizagem estão 
comprometidas. 
O mais importante durante as intervenções psicomotoras é saber com qual 
finalidade estou propondo tais brincadeiras. 
Conseguimos fazer observações motoras fantásticas através das 
brincadeiras. 
IMPORTANTE. Lembramos que o trabalho de intervenção trata-se da 
utilização de movimentos práxicos (coordenados e pensados) visando uma 
melhor organização cerebral. 
 
Lúdico x Brincar 
Lúdico 
Aquele jogo ou brincadeira que nos dá prazer e alegria em participar. 
As características de um espaço lúdico 
 A criança com suas experiências; 
 Espaço físico em que ela está inserida; 
 Os brinquedos que ela tem acesso; 
 O tempo dedicado à brincadeira; 
 As relações e crenças familiares. 
 
Brincar 
 Ação própria, voluntária e espontânea; 
 Delimitada no tempo e no espaço; prazerosa, constituída por 
reforçadores positivos intrínsecos; 
 Possui um fim em si mesma; 
 Tem uma relação íntima com a criança. 
A brincadeira é a ação do brincar. A brincadeira mostra como a criança 
interpreta e assimila o mundo, os objetos, a cultura, as relações e os afetos 
das pessoas. 
Numa brincadeira a criança tem de tomar decisões, combinar regras, 
negociar papéis, ter criatividade, autoestima, imaginação, entre várias outras 
coisas. 
A brincadeira não é uma atividade inata. É uma atividade social aprendida 
através das interações humanas. 
É o adulto ou são as crianças mais velhas que ensinam o bebê a brincar, 
interagindo e atribuindo significado aos objetos e às ações. 
Brincar contribui para o desenvolvimento psicomotor, cognitivo e emocional 
 Friedrich Wilhelm August Fröbel foi um pedagogo e pedagogista 
alemão com raízes na escola Pestalozzi. Foi o fundador do primeiro 
jardim de infância, nome dado por ele ao espaço destinado às 
crianças menores de oito anos. 
 Fröbel foi o primeiro educador que justificou o uso do brincar no 
processo educativo. Ele tinha uma visão pedagógica do ato de 
brincar. O brincar, pelo ato de brincar desenvolve os aspectos físicos, 
moral e cognitivo, entre outros. 
 
O brincar e a neurociência 
Piaget comprovou e fundamentou a importância do meio na construção das 
estruturas mentais e afirmou que a estimulação da criança em ambientes 
lúdicos diversos, durante a infância, levaria a um maior desenvolvimento 
intelectual. 
Os caminhos que são repetidamente ativados ou usados tendem a ser 
protegidos e mantidos na vida adulta. Brincar programa a estrutura 
neuronal. 
Experiências precoces favorecem habilidades que serão necessárias 
futuramente na vida. 
Durante os primeiros anos a atividade deve ser apenas lúdica, sem 
instruções dirigidas, isolamento, privação ou abuso, o que fará a diferença 
no desenvolvimento cerebral. 
É brincando que a criança aprende a trabalhar suas frustrações na medida 
em que perde ou ganha. 
Esse fator torna-se inerente ao crescimento e fortalece emocionalmente o 
indivíduo e as relações com o outro. 
Em 1998, houve um estudo com 26 assassinos sentenciados no Texas em 
que se observou que ou eles relatavam ausência do brincar na infância ou 
envolviam-se com bullying, sadismo, crueldade com animais. 
Só desenvolvemos a capacidade de aprender quando aprendemos a 
pensar e se formos estimulados a isso! As atividades lúdicas favorecem o 
desenvolvimento de habilidades básicas para a aprendizagem. 
Através de seus experimentos e descobertas, ao brincar, a criança aprende 
que é tentando,errando e refazendo que obtemos êxito em tudo que 
fazemos! 
O brincar desenvolve competências: 
 Aprender a ser; 
 Aprender a conhecer; 
 Aprender a fazer; 
 Aprender a conviver. 
Brincar é o que permite desenvolver habilidades através dos movimentos, 
do pensar, da emoção, do socializar-se. 
Explorar o ambiente (pessoas e lugares), aprender conceitos básicos e 
complexos, como causa e efeito, imaginar… abstrair. 
Criar soluções diante dos desafios que aparecem na brincadeira.

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