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0 UCAM – UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES ADENILSON ROBERTO COELHO POLÍTICAS DE PREVENÇÃO E SEGURANÇA CONTRA INCÊNDIO JOINVILLE - SC 2019 1 UCAM – UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES ADENILSON ROBERTO COELHO POLÍTICAS DE PREVENÇÃO E SEGURANÇA CONTRA INCÊNDIO Monografia Apresentada à Universidade Candido Mendes - UCAM, como requisito parcial para a obtenção do título de Especialista em Engenharia de Segurança Contra Incêndio e Pânico. JOINVILLE - SC 2019 2 POLÍTICAS DE PREVENÇÃO E SEGURANÇA CONTRA INCÊNDIO Adenilson Roberto Coelho1 RESUMO A preocupação com a segurança e a prevenção contra incêndio ganhou força e espaço ao longo dos anos. Isso é em consequência das diversas perdas humanas e bens materiais, resultante da ausência de políticas de prevenção e segurança contra incêndio. Diante a isso, o presente trabalho tem por objetivo trazer os principais aspectos que norteiam à importância de uma política de segurança contra incêndio e pânico das edificações. Portanto, são apresentadas ao decorrer do trabalho, diversas referências bibliográficas, a fim de fornecer sólida formação e conhecimento, servindo como subsídio técnico e científico. Sendo assim, diante as referências, foram apontados os principais pontos das quais devem ser levados em consideração nos planejamentos de segurança contra incêndio, tais como os históricos de incêndios, formas de propagação e os fatores contribuintes para início e evolução do incêndio. Outros aspectos relevantes, sãos os tipos de materiais de construção utilizados nas edificações e o comportamento humano durante um incêndio. Por fim, com o intuito de padronizar as ações e metodologias da política de segurança contra incêndio, são abordadas as principais normativas e instruções de prevenção de incêndios, para a elaboração de uma política de segurança eficiente. Assim, conclui-se que é necessário que haja conscientização e adequações da política de segurança contra incêndio e pânico. Isso porque, contribui para a redução dos impactos causados, minimizando as perdas humanas e de materiais. Palavras-chave: Política. Segurança. Prevenção. Incêndio. Introdução O presente trabalho tem como tema a política de prevenção e segurança contra incêndio nas edificações, com o intuito de compreender as relações que afetam diretamente ou não, as decisões a serem tomadas no quesito de segurança contra incêndio e pânico. Nesta perspectiva, construíram-se questões que norteiam o trabalho: Quais os principais pontos devem ser levados em consideração nos planejamentos de segurança contra incêndio? Quais fatores relevantes para consideração da segurança contra incêndio? Tratando-se de políticas de segurança contra incêndio, devemos ter a consciência de que não estamos lidando sobre qualquer assunto. Este é um tema de grande relevância para as pessoas. Vidas humanas e bens materiais estão em entre as principais bases para o estudo e desenvolvimento da segurança contra incêndio. 1 Sou Bombeiro Civil e Engenheiro Civil graduado pelo Centro Universitário Católica de Santa Catarina em Joinville. Possuo experiência em prevenção e combate a incêndio em aeroporto e edificação comercial. 3 Diversos autores como Ribeiro Jr. (2018) e Brentano (2015) discutem o tema de segurança contra incêndio e pânico. Os autores salientam que a conscientização das pessoas e a possibilidade de novos mecanismos de prevenção devem estar em pauta nas discussões políticas e comitês de segurança contra incêndio e pânico. Seito (2008) menciona que a política de segurança contra incêndio deve orientar e organizar as diretrizes para as medidas destinadas a evitar o surgimento ou o aumento do incêndio. Entretanto, no caso dele ocorrer, deve permitir combatê- lo prontamente para evitar sua propagação e perdas materiais ou humanas. Junto à política de segurança contra incêndio e pânico, podemos destacar o plano de atuação das brigadas particulares de incêndio. Estes estabelecem os procedimentos básicos de atuação em situações de emergência e segurança contra incêndio da edificação (OLIVEIRA, 2017). Para Seito (2008), a segurança contra incêndio no Brasil deve passar por diversas adaptações, pois as edificações atuais estão cada vez mais complexas. Novos sistemas de proteção contra o fogo são apresentados. Em contra partida, as normativas de regulamentação na área de segurança contra incêndio e pânico, infelizmente encontram-se estagnadas. Dentro desse contexto, as normativas de controle de materiais para acabamento e revestimento das edificações também devem estar abrangidas na política de segurança e prevenção contra incêndio. Isso porque, os materiais de construção civil, estão sujeitos às deformações e perdas de resistência quando expostos ao incêndio. O concreto, por exemplo, apresenta grandes perdas de resistências em temperaturas elevadas (MOREIRA, 2013; COELHO, 2018). Frente a isso, o objetivo primordial do é entender de maneira simplificada os principais aspectos que devem nortear, ou seja, das quais necessitam ser exploradas na política de segurança contra incêndio e pânico das edificações, pontuando os fatores relevantes para a segurança contra incêndio das edificações residenciais, comerciais e industriais. Portanto, com o intuito de alcançar o objetivo proposto, utilizou-se como recurso metodológico a pesquisa bibliográfica, através de estudos realizados e autores que produziram materiais pertinentes ao tema, como Seito (2008), Ribeiro Jr. (2018), Brentano (2015), Moreira (2013), Oliveira (2017), Coelho (2018) e Estevam (2019). 4 Desenvolvimento Com o intuito de apresentar os pontos relevantes do tema de pesquisa, serão apresentados quatro principais assuntos, ou seja, o histórico de incêndio e propagação do fogo e incêndio, fatores e materiais de acabamentos contribuintes para ocorrência de incêndio, o comportamento humano durante um incêndio e as legislações de proteção e segurança contra incêndio. Histórico de incêndio Há anos o incêndio traz grandes prejuízos para a sociedade no mundo. Perdas humanas e de materiais são relatadas por Ribeiro Jr. (2018) já em 64 d.C, em Roma, onde um circo foi tomado pelas chamas. O fogo alastrou-se rapidamente pela cidade. Outro fato ocorrido, segundo o autor, foi observado no ano de 1666, em Londres. A cidade ficou consumida em 85%, após o início do incêndio em uma padaria. Infelizmente no Brasil, situações idênticas ocorreram, pois diversos incêndios deixaram destruições e mortes. O Quadro 1, adaptado de Seito (2008) e Ribeiro Jr. (2018) apresenta algumas das ocorrências que marcaram o país e o mundo. Quadro 1 – Incêndios históricos e perdas humanas Local Ano Vítimas Fatais Teatro IROQUOIS – Chicago - EUA 1903 600 vítimas fatais Casa de Ópera RHOADS – Pensilvânia - EUA 1908 170 vítimas fatais Escola elementar Collinwood em Lake View - EUA 1908 172 vítimas fatais Indústria de Vestuário TSF– Nova York - EUA 1911 146 vítimas fatais GRAN CIRCO – Niterói - Brasil 1961 250 vítimas fatais VOLKSWAGEN – São Bernardo do Campo - Brasil 1970 1 vítima fatal Edifício ANDRAUS – São Paulo - Brasil 1972 352 vítimas fatais Edifício JOELMA – São Paulo - Brasil 1974 179 vítimas fatais Casas de palafitas – Vila Socó – São Paulo - Brasil 1984 93 vítimas fatais Meca – Arábia Saudita 1997 343 vítimas fatais Casa de Shows República Cromanón - Argentina 2004 194 vítimas fatais Fonte: Seito, 2008; Ribeiro Jr., 2018 De acordo com os mesmos autores, a inexistência de sistemas preventivos contra incêndio e uma política de segurança contra incêndio e pânico, bem como materiais resistentes ao fogo, a ausência de treinamentos e pessoas qualificadas 5 para combater e a ausência de planos de atuações em emergência, contribuíram para os sinistros registrados ao longo dos anos. Outro caso foi constatado em São Paulo, onde ocorreu o incêndio em edificação. Um edifício abandonado, mas, em uso irregular, pegou fogo. Horas mais tarde, a estrutura com 24 pavimentos e grande número de materiais combustíveis não suportou o aquecimento e ruiu, provocando um óbito (NIEDERAUER, 2018). Entretanto, o fato mais marcante é registrado em Santa Maria, município do Rio Grande do Sul. O incêndio na casa noturna “Boate Kiss” deixou um alarmante número de vítimas fatais, aproximadamente 242 pessoas. A edificação ficou completamente destruída, com perdas materiais consideráveis (CARDOSO, 2014). Em um incêndio, a probabilidade de perder a vida devido ao fogo é muito baixa. Para Seito (2008), Brentano (2015) e Coelho (2017), a maior causa morte em incêndios é decorrente da fumaça tóxica. As fumaças são, em média, responsáveis por 80% das causas morte em incêndios. Durante o incêndio as reações químicas que mantêm o fogo consomem o oxigênio do ambiente. A fumaça densa espalha-se no ambiente, empurrando o oxigênio para fora da edificação diminuindo a sua concentração no interior da edificação. A baixa concentração de oxigênio e ar limpo trazem problemas respiratórios às vítimas. Silva (2014) também afirma que a maior causa morte em incêndios é o efeito da fumaça. Ocorre a intoxicação das vias respiratórias pela fumaça. O autor salienta que em países como a Suíça, Reino Unido e França, a fumaça e o calor correspondem entre 95 a 99% de causa morte em incêndios, em relação aos outros fatores que variam de 1 a 5%. Portanto, sendo a fumaça uma das principais vilãs de causa morte em incêndios, devem ser observados estes fatores nas políticas de prevenção contra incêndio e pânico. As normativas e regulamentações, assim como os planos de emergência, necessitam levar em consideração os efeitos da fumaça e o tempo de permanência dos ocupantes no interior da edificação (BRENTANO, 2015). Fogo e incêndio Na maior parte do processo evolutivo da humanidade, o fogo tem contribuindo grandemente com o desenvolvimento humano e social, sendo um recurso utilizado 6 como fonte de aquecimento e iluminação de abrigos. Serviu como uma fonte de calor e iluminação para amedrontar animais das proximidades, garantindo a sobrevivência dos indivíduos. Com o passar do tempo, as sociedades, organizadas de forma mais complexas, passaram a usar e controlar o fogo (SILVA, 2009; SILVEIRA, 2015 e SEILER, 2017). Estudos comprovam que o ar é composto por 78% de nitrogênio, 21% de oxigênio e 1% de outros gases. Para que exista fogo, é preciso ocorrer à reação em cadeia, sendo, portanto, necessário a presença de 21% de oxigênio. Portanto, em um percentual entre 0 a 8%, não ocorre fogo, de 8 a 15% ocorre, mas de maneira lenta, e de 15 a 21%, o fogo é “vivo”. O fogo é uma reação química que produz luz, calor e fumaça. Para que exista o fogo é necessária à reação em cadeia de três elementos, o combustível, calor e oxigênio (SILVA, 2010; UMINSKI, 2003 apud GOMES, 2014). Ao encontrarem-se nas proporções ideais, estes elementos entram em reação. A essa reação dar-se-á, o nome de reação em cadeia, representado pelo tetraedro (Figura 1). Figura 1 - Tetraedro do fogo Fonte: Seito, 2008 O fogo quando em condições normais é uma reação físico-química aliada ao ser humano. No entanto, quando atinge proporções fora de controle, é um grande inimigo. Fora do controle do homem, damos o nome de incêndio. O incêndio traz prejuízos, muitas das vezes, irreparáveis, como vítimas fatais e perda patrimonial (CARDEAL, 2015). Enquanto o fogo é apenas uma reação físico-química que produz luz, calor e fumaça em pequenas proporções, pode ser mantido pelo homem, sendo um dos 7 aliados para a manutenção da vida humana. No entanto, quanto este se encontra fora de controle, torna-se um incêndio. Sendo assim, necessita de técnicas e conhecimentos para o seu combate (BRENTANO, 2007 apud ROCHA, 2016). Quando fora do controle humano, o fogo torna-se um incêndio que, na prática, necessita de materiais e equipamentos especiais para o seu combate. Quando em um incêndio, as pessoas treinadas atuam com habilidades, realizando as ações necessárias para o abandono o combate direto ao incêndio (SEITO, 2008). A Norma Brasileira NBR 13860 (ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS, 1997) define o incêndio como sendo o fogo fora de controle. Conforme descreve Rocha (2016) em sua obra, o incêndio pode ser classificado em quatro classes principais, conforme o tipo de queima. Incêndio Classe A – Os materiais queimados deixam resíduos e emissão de fuligem. Ocorre em combustíveis sólidos como borracha, papel, madeira, plásticos entre outros. Os incêndios classe A ocorre em todos aqueles materiais que queimam na superfície e profundidade. Incêndio Classe B – Incêndio em materiais líquidos inflamáveis. Estes queimam apenas na superfície. Os principais combustíveis líquidos são: óleos vegetais, óleos minerais ou gorduras de cozinhas, diesel, gasolina, álcool etc. Nessa classe, a queima é superficial, o fogo acompanha o fluxo do líquido no ambiente. Incêndio Classe C – Ação do fogo em máquinas e equipamentos energizados. No momento da ação do fogo, os equipamentos encontram-se energizados. Incêndio Classe D – É o fogo em metais combustíveis como o titânio, alumínio, magnésio, zircônio etc. Fagundes (2013) afirma que para cada classe de fogo e incêndio, existe um método de extinção mais apropriado, conforme o tipo de material combustível. Esse conceito é explorado pela IN 006/DAT/CBMSC (2014) que trata dos sistemas preventivos por extintores. A IN classifica os tipos de agentes extintores conforme cada classe de incêndio. Classe A é combatido com o agente extintor exclusivamente de água. Sua interrupção ocorre com a quebra da reação em cadeia através da retirada do calor. A água age através do resfriamento, sendo possível adentrar nos materiais, agindo em seu interior. Outro método eficaz é a retirada dos materiais nas proximidades, 8 evitando a transferências de calor, aumentando as proporções do fogo (BRENTANO, 2016). Classe B tem como método de extinção o agente extintor de Pó Químico Seco (PQS). Consiste da quebra do tetraedro do fogo através do abafamento, restringindo o percentual de oxigênio, não chegando a 21%, proporção ideal (BRENTANO, 2016). Fogo Classe C tem como método de extinção o agente extintor de Dióxido de CARBONO (CO2), atuando no resfriamento. Sua principal diferença consiste nas características físicas e químicas dos agentes. O CO2 age de maneira a não interferir nos componentes elétricos, apenas na quebra da reação, interferindo diretamente no calor (BRENTANO, 2016). Fogo Classe D requer técnicas especiais para o combate. No mercado, a areia seca é um dos métodos para extinção. Seu uso restringe-se basicamente em fundições, devido à presença de caldeiras entre outros (BRENTANO, 2016). Propagação do fogo O fogo pode propagar-se no ambiente através de três maneiras distintas: condução, convecção e irradiação (BRENTANO, 2016). A condução é devido a interação das moléculas no interior dos materiais. O calor é transferido entre elas. Um exemplo, é o aquecimento de uma chapa de aço, ao aquecer sua extremidade, ao longo do tempo toda a chapa estará aquecida. O método de convecção é através da fumaça. Ou seja, o calor em um ambiente é transferido para ambientes superiores através da fumaça. A irradiação é a transferência de calar por radiação térmica. Um exemplo clássico, é o calor emitido pela energia solar (SEITO, 2008; BRENTANO, 2015) Os meios de transferência de calor devem ser considerados nos projetos de segurança contra incêndio, com o intuito de minimizar os riscos de propagação. A compartimentação das edificações é uma das ações das quais devem ser utilizadas. As normas de segurança contra incêndio especificam as distâncias mínimas necessárias de acordo com o tipo de edificação e ocupação (RIBEIRO, 2018). De acordo com Brentano (2016), a vida dos ocupantes das edificações durante um incêndio está em função dos Sistemas de Prevenção Contra Incêndio 9 (SPCI), ou seja, os sistemas proporcionam as guarda e segurança dos bens materiais e humanos. O sistema eficaz pode salvar a vida dos ocupantes. No caso de não funcionar, os sistemas preventivos apresentam graves consequências para as pessoas que utilizam os compartimentos da edificação. Durante o incêndio, a propagação do fogo e o calor tem comportamento curvo, apresentando a temperatura (T) em função do tempo (t) (Figura 2). Figura 2 - Curva de incêndio sem SPCI Fonte: Silva, 2010 No entanto, Brentano (2015) afirma que a curva é alterada, quando na presença dos sistemas preventivos contra incêndio, como o chuveiro automático Sprinklers. O incêndio não teria elevadas temperaturas, pois os sistemas de prevenção iriam reduzir o aumento de temperatura e a propagação do fogo, evitando o incêndio (Figura 3). Figura 3 - Curva de incêndio com SPCI Fonte: Silva, 2010 10 Brentano (2016) e a IN 015/DAT/CBMSC (2014) definem os chuveiros automáticos como sendo um sistema integrado de tubulações aéreas e/ou subterrâneas, sendo alimentadas por uma ou mais fontes de abastecimento automático de água. Fatores contribuintes para ocorrência de incêndios na edificação Brentano (2015) e Seito (2008) afirmam que o risco de incêndio pode ser relacionado com o tipo de edificação, seus materiais construtivos, o tipo de ocupação e população. A localização da edificação também é um fator a ser considerado. O Quadro 2, que trata dos fatores de contribuição para definição dos riscos de incêndios em uma edificação, correlaciona os fatores contribuintes do incêndio com as variáveis nas quais definem os fatores de riscos. Quadro 2 - Fatores de contribuição para a definição do risco de incêndio Fatores que contribuem para a definição do risco de incêndio Variáveis que definem os fatores de risco Característica da população População total do edifício; composição da população fixa e flutuante; condições físicas e psicológicas da população; distribuição etária da população. Tipo de ocupação Natureza das atividades desenvolvidas no edifício; materiais combustíveis trazidos para o interior do edifício (carga térmica variável); tipos de materiais armazenados e manipulados; tipos de equipamentos existentes no edifício. Características construtivas da edificação Materiais de construção utilizados e técnicas aplicadas; tipo de sistema estrutural adotado; tipo de instalação de serviço existente; distribuição dos espaços; forma do edifício; número de pavimentos; área total do edifício; área de cada pavimento; aberturas de ventilação; materiais combustíveis destinados a revestimentos e acabamentos de paredes, tetos e pisos e/ou incorporados aos sistemas construtivos (carga térmica fixa). Localização do edifício Situação com relação às divisas do lote; largura das ruas e outras condições de acesso; distâncias do posto de bombeiros mais próximo; abastecimento de água para o combate; meios de comunicação com o corpo de bombeiros. Fonte: Seito, 2008 Materiais de acabamento e revestimento das estruturas Durante um incêndio, os materiais da construção civil são submetido às temperaturas elevadas. Os efeitos podem trazer sérios danos para a estrutura. Estudos realizados por Coelho (2018), Lorenzon (2014), Silva (2013) e Moreira 11 (2013) mostram que acima de 300°C, o concreto, por exemplo, já apresenta perdas de resistência. Os revestimentos devem suportar aos efeitos, a fim de não prejudicar aos ocupantes da edificação enquanto deixam o local. Com o aumento de temperatura no concreto, a água contida em seu interior é evaporada. Durante o processo de desidratação dos silicatos de cálcios e a pressão interna decorrente ao aumento da temperatura, pequenas fissuras são geradas. Isso provoca na estrutura de concreto a perda de resistência ao longo do tempo (HAGER, 2013; CARDEAL, 2015; FERNANDES, 2017; GROCKOSKI, 2018). O Quadro 3, adaptado Morales (2011), apresenta o aumento de temperatura e os principais efeitos físico-químicos como resultado do aquecimento do concreto. Quadro 3 – Efeitos da elevação de temperatura no concreto Temperaturas ºC Efeitos da temperatura no concreto 100 - 500 Fissuração do concreto devido à desidratação do C-S-H. 200ºC Retração por desidratação do C-S-H e dilatação dos agregados. 300 - 400 Redução da água, formação de silicatos anidros, fissuras. 400 - 500 Retração acentuada por desidratação do C-S-H. 500 - 600 Desidratação do C-S-H mais rápida. 575 Expansão do quartzo com a fissuração da matriz cimentícia. 600 - 700 O CaCO3 transforma-se em CaO e libera CO2. 800 Retração por perda da água combinada da torbemorita. 870 Expansão do quartzo na transformação de beta em tridimita. Fonte: Rosso, 1975 apud Morales, 2011 Conforme observado por Coelho (2018), o aquecimento do concreto e o posterior resfriamento, proporciona aumento do percentual de preda de resistência. O autor analisou os concretos com resistência característica de 25, 35 e 40MPa. Observou que, quanto maior for a resistência característica do concreto, como é o caso do concreto de 40MPa, mais perderá resistência quando exposto ao incêndio com temperaturas na ordem de 600, 900 e 1200ºC. Porém, o choque térmico por resfriamento também contribuiu com a perda de resistência. Os resultados das perdas de resistência com o aumento de temperatura e o posterior resfriamento, encontrado por Coelho (2018), podem ser observados na Figura 4, que apresenta a perda de resistência versus o aumento de temperatura. 12 Figura 4 – Perda de resistência versus o aumento de temperatura Fonte: O autor, 2018 A IN 18 (2014) trata do controle dos materiais de acabamento e revestimento. A referida instrução normativa diz que em ambientes de saídas de emergência, tais como corredoras escadarias de emergência, os materiais de revestimentos devem passar por acompanhamento e manutenções. Descolamento de reboco, tinta, trincas deve ser tratado a fim de não trazer prejuízos e danos físicos para as pessoas. Isso remete ao fato do quão importante é o controle técnico e científico dos materiais deve estar na pauta dos assuntos abordados pela política de segurança contra incêndio das edificações (BRENTANO, 2015). Comportamento humano durante o incêndio Em situações de incêndio, a adrenalina humana tende a aumentar. Essa situação faz alguns sentidos permanecerem fora durante minutos e segundos. A capacidade de raciocínio e observação não funciona corretamente, fazendo com que as pessoas tomem iniciativas errôneas nas quais pode custar sua vida (CARDOSO, 2014). A ação desordenada pela maioria das pessoas em movimentação de procurar uma saída ou refúgio é uma das causas de aglomerações e mortes em incêndios. A esse efeito, o autor Brentano (2016) denomina de “manada”. Segundo o autor, o afeito “manada” caracteriza-se por pessoas correrem desordenadamente numa ou em várias direções, sem saber exatamente para onde está indo. 13 A cada instante, o homem encontra-se em evolução. Essa evolução ocorre também com o modo racional do indivíduo, conforme o seu desenvolvimento cognitivo. Sendo assim, o comportamento humano é influenciado pelas informações aos arredores. Em uma situação de incêndio, o comportamento de pessoas com maior grau de instrução é mais racional do que os que não têm tanta instrução. Essa situação facilita a saída ordenada e desocupação rápida da edificação (BRAGA, 2006 apud SCHPIL, 2011). As condições de saídas de emergência, rotas de fuga desobstruídas são outros fatores que interferem diretamente com o comportamento humano. Sendo assim, as legislações de segurança contra incêndio fornecem os critérios mínimos para os sistemas que auxiliam o combate e a prevenção de situações de risco. Isso é devido ao fato de que, quando em um incêndio, a saída dos ocupantes depende das condições do ambiente, identificações, fator humano etc. (COELHO, 2017; OLIVEIRA, 2017). Dentro do contexto do comportamento humano, as edificações que atuam diretamente com a política de segurança e prevenção contra incêndio e pânico, são detentoras de planos de atuações e planos de emergência. De acordo com Brentano (2015) e Estevam (2019), estas edificações estão próximas da agilidade e segurança, uma vez que os procedimentos bem elaborados e determinados por equipe técnica facilitarão as tomadas de decisões durante uma ocorrência. Portanto, conhecer os setores da edificação e seus principais contatos, facilita na comunicação entre os colaboradores e toda a comunidade da edificação. A comunicação direta e a facilidade de evacuação é um fator determinante para o escape e salvamento do maior número possível de pessoas e uma emergência de incêndio (SEITO, 2008; BRENTANO 2016; COELHO, 2018). Nos planos de emergências, devem conter informações relevantes da edificação, tais como a localização, metragem quadrada da edificação e terreno, localização das rotas de fuga e pontos de encontro. Outras informações importantes podem ser conter dados da quantidade e tipo de vigilância presente na edificação, seus turnos de atuação, tipos e sistemas de prevenção e combate a incêndio e como são realizados os treinamentos de emergência (SEILER, 2017; ESTEVAM, 2019). 14 Legislação de segurança contra incêndio O estado de Santa Catarina, através da Diretoria de Atividades Técnicas (DAT) do CBMSC possui a Lei nº 16.157, de 7/11/2013, que dispõe sobre as regras, normas e requisitos mínimos para SCI das edificações no estado, sendo as aplicações das referidas IN avaliadas e aprovadas pela instituição. Para Seiler (2017), por conta das mudanças na legislação, há necessidade do mercado da construção civil oferecer PPCI’s em conformidade com a legislação. Proporcionar aos profissionais da área de segurança contra incêndio os conhecimentos e estudos no assunto seria uma alternativa de atualizar e regularizar. De acordo com a Lei nº 16.157, de 7/11/201, a legislação estadual é composta por 34 Instruções Normativas (IN), sendo que quatro delas foram revogadas. As IN’s em vigor no estado de Santa Catarina encontram-se discriminadas abaixo sendo sua atuação desde 2004: IN 01: Da atividade técnica, IN 02: Infrações administrativas, IN 03: Carga de incêndio, IN 05: Edificações existentes, IN 06: Sistema por extintores, IN 07: Sistema hidráulico preventivo, IN 08: Instalações de gás combustível, IN 09: Saídas de emergência IN 10: Proteção descargas atm., IN 11: Iluminação de emergência, IN 12: Alarme e detecção de incêndio, IN 13: Sinalização de abandono local, IN 15: Chuveiros aut. Sprinklers, IN 16: Gases limpos e dióxido carbono, IN 17: Sistema de água nebulizada, IN 18: Materiais de revestimento, IN 20: Parque para armazenamentos de líquidos inflamáveis e combustíveis, IN 22: Instalação para reabastecimento de combustível de uso privativo, IN 24: Eventos transitórios e praças, IN 25: Rede pública de hidrantes, IN 26: Matas nativas e reflorestamento, IN 27: Prevenção em espetáculos pirotécnicos, IN 28: Brigada de incêndio, IN 29: Postos de revenda de gás liquefeito de petróleo, IN 30: Armas, munições, explosivos e fogos de artifícios, IN 31: Plano de emergência, IN 32: Caldeiras e vasos de pressão, IN 33: Parques aquáticos, piscinas e congêneres, IN 34: Atividades agropastoris e silos 15 Seiler (2017) afirma que para os projetos preventivos contra incêndio segundo a legislação de segurança contra incêndio e pânico, ocupações com área menor a 200 m² (metros quadrados) são consideradas de baixa complexidade, não sendo obrigatória a realização do Projeto Preventivo Contra incêndio (PPCI). Brentano (2015) reforça que, para uma perfeita ou condizente política de segurança contra incêndio, normativas e instruções devem ser seguida. Portanto, para elaboração do plano de emergência, algumas referências são utilizadas, tais como as seguintes normas, Instruções Normativas (IN) e leis: NBR 15219/2005 da ABNT – Plano de Emergência Contra Incêndio; NBR 14276/2006 da ABNT – Programa de Brigada de Incêndio; NBR 14608/2007 da ABNT – Bombeiro Profissional Civil; NR 23 – Segurança e Saúde no Trabalho/SIT/MET – Proteção Contra Incêndio; Instrução Normativa 031 - CBMSC - Plano de Emergência - (28/03/2014); Instrução Normativa 028 - CBMSC - Brigada de Incêndio - (28/03/2014); Lei Estadual 15124 do Estado de Santa Catarina (SC). Projetos preventivos contra incêndio De acordo com Camillo (2013), para uma segurança e prevenção contra incêndio eficaz, os Projetos Preventivos Contra Incêndio (PPCI) têm que, por obrigatoriedade, seguir as IN’s e normas regulamentadoras, a fim de adequar-se aos padrões mínimos de segurança contra o fogo e propagação. Isso é porque a prevenção nada mais é que um conjunto de normas e ações em busca de eliminar as possibilidades de princípios de incêndio. E caso ocorra, os sistemas devem extingui-las de imediato. Para um PPCI ter condições de segurança aceitáveis, o seu dimensionamento deve levar em considerações o posicionamento adequado dos sistemas conforme cada tipo de edificação e ocupação, considerando o grau de risco da edificação e sua carga de incêndio (BRENTANO, 2015; COELHO, 2017; SEITO, 2008; OLIVEIRA, 2017; ESTEVAM, 2019). A IN 003/DAT/CBMSC (2014), para efeitos de classificação do risco de incêndio, apresenta a carga de incêndio conforme os graus de riscos: I - Risco Leve, carga de incêndio ideal menor do que 60 kg/m²; 16 II - Risco Médio, carga de incêndio ideal entre 60 e 120 kg/m²; III - Risco Elevado, carga de incêndio ideal maior do que 120 kg/m². Ainda segundo a IN 003/DAT/CBMSC (2014), dentro da classificação do risco de incêndio as ocupações dos imóveis são distribuídas em risco leve, médio e elevadas. As de risco leve concentra-se as edificações residenciais privadas unifamiliar e multifamiliar assim como edificações pública, escolas em geral, escola diferenciada, entre outras. As edificações classificadas com risco médio são consideradas como garagens, industriais, comerciais como galerias e supermercados, shopping Center, hospitais e demais edificações, conforme especificação (OLIVEIRA, 2017). Para edificações com risco elevado, a IN 003/DAT/CBMSC (2014) considera como sendo os postos de reabastecimento de combustíveis e demais edificações com o intuito de armazenamento e depósitos de materiais explosivos e materiais com alto potencial de inflamabilidade. O PPCI deve seguir rigorosamente as legislações pertinentes, tomando como referência os critérios de sinalização para saídas de emergências, sistemas de iluminação, caminhamento das rotas de fugas, redes hidráulicas de combate a incêndio, sistemas de detecção de alarmes, controle de fumaça e agentes extintores (OLIVEIRA, 2017). É necessário que as edificações sejam bem projetadas, obtendo maior segurança quanto aos riscos de exposição diárias dos ocupantes. Os PPCI’s devem prever tais situações, dimensionando rotas de fuga e espaçamentos mínimos entre edificações, favorecendo a saída e a dispersão de fumaça para fora da edificação (COELHO, 2017; MENDES, 2017). A política de Segurança Contra Incêndio (SCI) tem como objetivo principal, assegurar a integridade física e saúde dos ocupantes quando em situação de incêndio, minimizando o risco de vida das pessoas. Cabe aos PPCI’s manterem seus dimensionamentos corretos, proporcionando a demanda necessária, cumprindo os objetivos da SCI (BRENTANO, 2015). 17 Brigada particular de incêndio das edificações Dentro dos requisitos existentes para uma qualificada política de segurança e prevenção contra incêndio, uma equipe de brigadistas compostas por Bombeiros Civis, de acordo com a Lei 11.901/2009, deve, por obrigatoriedade, com o intuito de atender as instruções normativas dos corpos de bombeiros, dispor de brigada particular de incêndio (BRENTANO, 2015). Em emergências, principalmente de incêndios, o comportamento das pessoas frente à situação é variado. Entretanto, o conhecimento técnico e treinamento são uns dos fatores relevantes para boas ações. De acordo com Brentano (2015) e Estevam (2019), o treinamento de pessoas para atuarem em situações de emergência é extremamente importante em todos os tipos de edificações. O autor salienta que um grupo de pessoas treinadas, como é o caso das brigadas de incêndio, é o diferencial das edificações. A IN 28 que trata das Brigadas de Incêndio, traz a distribuição e dimensionamento de brigadistas conforme cada tipo de edificação. No ANEXO B - Exigência da Medida de Segurança de Brigadistas para Edificações/Ocupações, na tabela 1 da IN 28, encontra-se o dimensionamento de Brigadistas Particulares para ocupações em geral, considerando a população fixa do imóvel bem como, o tipo de edificação e utilização afim, conforme o Quadro 4, adaptado da IN 28 (2014). Quadro 4 - Dimensionamento de brigadistas particulares para ocupação geral Ocupação 21 até 100 101 até 500 501 até 1000 1001 até 2000 2001 até 5000 Quantidade de brigadistas Residencial privativa multifamiliar Isento Residencial coletiva (pensionato, asilos e congêneres). Residencial transitória (hotéis, motéis e congêneres). - 1 + 1 a cada 500 Comercial (mercantil, bancos, lojas e congêneres). - 1 2 + 1 a cada 500 Riscos diferenciados (estação de rádio e TV, termoelétrica, portos, estações de serviços (torre de transmissão de rádio, TV ou telefone). Shopping Center - 1 2 3 +1 a cada 500 Escolar geral (escolas de ensino fundamental, médio ou superior e congênere). Garagens (garagem, hangares, marinas e congêneres). Isento (apenas brigadistas voluntários) Fonte: IN 28, 2014 18 De acordo com Seiler (2017), quando a IN 28 diz que é isento de brigadistas, na verdade refere-se que não há necessidade contratar o profissional Bombeiro Civil para realizar as funções coerentes, atuando na prevenção e combate a incêndio da edificação. No entanto, a edificação deve manter uma equipe de brigadistas voluntários nos horários de expediente. Esses são colaboradores treinados e capacitados para atuarem em caso de incêndio e/ou abandono da edificação. Procedimentos básicos de segurança contra incêndio Para Estevam (2019), quando há uma política de segurança contra incêndio, considerando todos os critérios de emergência, como incêndio, emergências médicas etc., deve-se priorizar as emergências de incêndio na edificação. Portanto, a autora apresenta alguns procedimentos básicos nas quais devem ser seguidos e treinados, a fim de organizar e tornar as saídas de emergência e abandono da edificação eficiente e seguro. Assim, temos: Alerta: Identificada uma situação de emergência, qualquer pessoa que identificar tal situação deverá alertar, através do sistema de alarme, ou outro meio identificado e conhecido de alerta disponível no local, os demais ocupantes da edificação. Análise da situação: A situação de alerta deverá ser avaliada, e, verificada a existência de uma emergência, deverão ser desencadeados os procedimentos necessários para o atendimento da emergência. Apoio externo: Acionamento do Corpo de Bombeiros Urbano, de imediato, informando o seguinte: a) nome do comunicante e telefone utilizado; b) qual a emergência, sua característica, o endereço completo e os pontos de referência do local (vias de acesso etc.); c) se há vítimas no local, sua quantidade, os tipos de ferimentos e a gravidade. Obs.: O acionamento deve ser realizado a fim de auxiliar o combate a incêndio na edificação, uma vez que os recursos externos são muito mais eficientes para combates de grandes proporções. Primeiros socorros: Prestar primeiros-socorros às vítimas, mantendo ou estabilizando suas funções vitais até a chegada do socorro especializado. 19 Eliminar riscos: Realizar o corte das fontes de energia elétrica e do fechamento das válvulas das tubulações (Gás Liquefeito de Petróleo (GLP), Gás Natural (GN), acetileno, produtos perigosos etc.), da área atingida ou geral, quando possível e necessário. Abandono de área: Proceder com o abandono da área parcial ou total, quando necessário, conforme definição preestabelecida no plano de segurança, conduzindo a população fixa e flutuante para o ponto de encontro, ali permanecendo até a definição final do sinistro. Isolamento de área: Isolar fisicamente a área sinistrada de modo a garantir os trabalhos de emergência e evitar que pessoas não autorizadas adentrem o local. Confinamento e combate a incêndio: Proceder ao combate a incêndio em fase inicial e o seu confinamento, de modo a evitar sua propagação até a chegada do apoio externo do CBVJ. Conclusão Diante ao exposto, conclui-se que a política de segurança contra incêndio das edificações é relevante para a segurança das pessoas e bens materiais. Isso porque, as edificações que mantém estes princípios, obtêm resultados favoráveis no tocante à tomada de decisões para obtenção de procedimentos de emergências. Não é de hoje que os incêndios trazem prejuízos para as pessoas e indústrias como um todo. Portanto, uma política de segurança contra incêndio é vital, fazendo com que os sistemas de segurança sejam executados em conformidade com a edificação e normativas vigentes. Para isso, o entendimento do comportamento e evolução do incêndio é relevante, assim como, o conhecimento técnico dos materiais e fatores das quais podem interferir na segurança contra incêndio. Conforme observado, a propagação do fogo e incêndio está diretamente relacionada com a segurança contra incêndio. Isso porque, os materiais constituintes e a compartimentação das edificações, refletem diretamente nas consequências do incêndio. Com isso, a elaboração de planos de emergência deve dispor de condições que auxiliam a retirada das pessoas das edificações, garantindo a segurança e saúde de todos os ocupantes. 20 Nesse ínterim, para que haja uma política de segurança contra incêndio eficaz, é primordial a compreensão do fenômeno do fogo, dos materiais e do comportamento humano durante um incêndio. Portanto, todos os objetivos propostos da pesquisa foram atendidos. Isso porque os principais pontos das quais devem ser considerados para a elaboração da política de segurança contra incêndio foram apontados. Os pontos dizem respeito ao histórico de incêndio, comportamento do fogo e materiais utilizados nas edificações. Já os fatores relevantes dos quais devem ser considerados, dizem respeito ao comportamento humano durante um incêndio, as instruções normativas e legislações das quais devem orientar e servir como base para a elaboração de planos de emergência e projetos preventivos. Conclui-se que uma política de segurança deve conter os requisitos mínimos de segurança contra incêndio já na concepção do projeto arquitetônico. No entanto, após a sua aprovação e execução, a política preventiva contra incêndio deve realizar um plano de emergência e a aplicação de uma brigada de emergência para a edificação. REFERÊNCIAS ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS - ABNT. NBR 13860: Glossário de termos relacionados com a segurança contra incêndio. Rio de Janeiro: ABNT, 1997. . NBR 15219: Plano de emergência contra incêndio. Rio de Janeiro, 2005. . NBR 14276: Programa de brigada de incêndio. Rio de Janeiro, 2006. BRENTANO, Telmo. A proteção contra incêndio no projeto de edificação. 3. Ed. 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