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TCC UCAM PÓS SCI_3

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UCAM – UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES 
ADENILSON ROBERTO COELHO 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
POLÍTICAS DE PREVENÇÃO E SEGURANÇA CONTRA INCÊNDIO 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
JOINVILLE - SC 
2019 
1 
 
 
UCAM – UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES 
ADENILSON ROBERTO COELHO 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
POLÍTICAS DE PREVENÇÃO E SEGURANÇA CONTRA INCÊNDIO 
 
 
 
 
 
 
Monografia Apresentada à Universidade Candido 
Mendes - UCAM, como requisito parcial para a 
obtenção do título de Especialista em Engenharia 
de Segurança Contra Incêndio e Pânico. 
 
 
 
 
 
 
 
 
JOINVILLE - SC 
2019 
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POLÍTICAS DE PREVENÇÃO E SEGURANÇA CONTRA INCÊNDIO 
 
Adenilson Roberto Coelho1 
 
RESUMO 
 
A preocupação com a segurança e a prevenção contra incêndio ganhou força e espaço ao longo dos 
anos. Isso é em consequência das diversas perdas humanas e bens materiais, resultante da 
ausência de políticas de prevenção e segurança contra incêndio. Diante a isso, o presente trabalho 
tem por objetivo trazer os principais aspectos que norteiam à importância de uma política de 
segurança contra incêndio e pânico das edificações. Portanto, são apresentadas ao decorrer do 
trabalho, diversas referências bibliográficas, a fim de fornecer sólida formação e conhecimento, 
servindo como subsídio técnico e científico. Sendo assim, diante as referências, foram apontados os 
principais pontos das quais devem ser levados em consideração nos planejamentos de segurança 
contra incêndio, tais como os históricos de incêndios, formas de propagação e os fatores 
contribuintes para início e evolução do incêndio. Outros aspectos relevantes, sãos os tipos de 
materiais de construção utilizados nas edificações e o comportamento humano durante um incêndio. 
Por fim, com o intuito de padronizar as ações e metodologias da política de segurança contra 
incêndio, são abordadas as principais normativas e instruções de prevenção de incêndios, para a 
elaboração de uma política de segurança eficiente. Assim, conclui-se que é necessário que haja 
conscientização e adequações da política de segurança contra incêndio e pânico. Isso porque, 
contribui para a redução dos impactos causados, minimizando as perdas humanas e de materiais. 
 
Palavras-chave: Política. Segurança. Prevenção. Incêndio. 
 
Introdução 
 
O presente trabalho tem como tema a política de prevenção e segurança 
contra incêndio nas edificações, com o intuito de compreender as relações que 
afetam diretamente ou não, as decisões a serem tomadas no quesito de segurança 
contra incêndio e pânico. 
Nesta perspectiva, construíram-se questões que norteiam o trabalho: 
 Quais os principais pontos devem ser levados em consideração nos 
planejamentos de segurança contra incêndio? 
 Quais fatores relevantes para consideração da segurança contra incêndio? 
Tratando-se de políticas de segurança contra incêndio, devemos ter a 
consciência de que não estamos lidando sobre qualquer assunto. Este é um tema de 
grande relevância para as pessoas. Vidas humanas e bens materiais estão em entre 
as principais bases para o estudo e desenvolvimento da segurança contra incêndio. 
 
1 Sou Bombeiro Civil e Engenheiro Civil graduado pelo Centro Universitário Católica de Santa Catarina em 
Joinville. Possuo experiência em prevenção e combate a incêndio em aeroporto e edificação comercial. 
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Diversos autores como Ribeiro Jr. (2018) e Brentano (2015) discutem o tema 
de segurança contra incêndio e pânico. Os autores salientam que a conscientização 
das pessoas e a possibilidade de novos mecanismos de prevenção devem estar em 
pauta nas discussões políticas e comitês de segurança contra incêndio e pânico. 
Seito (2008) menciona que a política de segurança contra incêndio deve 
orientar e organizar as diretrizes para as medidas destinadas a evitar o surgimento 
ou o aumento do incêndio. Entretanto, no caso dele ocorrer, deve permitir combatê-
lo prontamente para evitar sua propagação e perdas materiais ou humanas. 
Junto à política de segurança contra incêndio e pânico, podemos destacar o 
plano de atuação das brigadas particulares de incêndio. Estes estabelecem os 
procedimentos básicos de atuação em situações de emergência e segurança contra 
incêndio da edificação (OLIVEIRA, 2017). 
Para Seito (2008), a segurança contra incêndio no Brasil deve passar por 
diversas adaptações, pois as edificações atuais estão cada vez mais complexas. 
Novos sistemas de proteção contra o fogo são apresentados. Em contra partida, as 
normativas de regulamentação na área de segurança contra incêndio e pânico, 
infelizmente encontram-se estagnadas. 
Dentro desse contexto, as normativas de controle de materiais para 
acabamento e revestimento das edificações também devem estar abrangidas na 
política de segurança e prevenção contra incêndio. Isso porque, os materiais de 
construção civil, estão sujeitos às deformações e perdas de resistência quando 
expostos ao incêndio. O concreto, por exemplo, apresenta grandes perdas de 
resistências em temperaturas elevadas (MOREIRA, 2013; COELHO, 2018). 
Frente a isso, o objetivo primordial do é entender de maneira simplificada os 
principais aspectos que devem nortear, ou seja, das quais necessitam ser 
exploradas na política de segurança contra incêndio e pânico das edificações, 
pontuando os fatores relevantes para a segurança contra incêndio das edificações 
residenciais, comerciais e industriais. 
Portanto, com o intuito de alcançar o objetivo proposto, utilizou-se como 
recurso metodológico a pesquisa bibliográfica, através de estudos realizados e 
autores que produziram materiais pertinentes ao tema, como Seito (2008), Ribeiro 
Jr. (2018), Brentano (2015), Moreira (2013), Oliveira (2017), Coelho (2018) e 
Estevam (2019). 
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Desenvolvimento 
 
Com o intuito de apresentar os pontos relevantes do tema de pesquisa, serão 
apresentados quatro principais assuntos, ou seja, o histórico de incêndio e 
propagação do fogo e incêndio, fatores e materiais de acabamentos contribuintes 
para ocorrência de incêndio, o comportamento humano durante um incêndio e as 
legislações de proteção e segurança contra incêndio. 
 
Histórico de incêndio 
 
Há anos o incêndio traz grandes prejuízos para a sociedade no mundo. 
Perdas humanas e de materiais são relatadas por Ribeiro Jr. (2018) já em 64 d.C, 
em Roma, onde um circo foi tomado pelas chamas. O fogo alastrou-se rapidamente 
pela cidade. Outro fato ocorrido, segundo o autor, foi observado no ano de 1666, em 
Londres. A cidade ficou consumida em 85%, após o início do incêndio em uma 
padaria. 
Infelizmente no Brasil, situações idênticas ocorreram, pois diversos incêndios 
deixaram destruições e mortes. O Quadro 1, adaptado de Seito (2008) e Ribeiro Jr. 
(2018) apresenta algumas das ocorrências que marcaram o país e o mundo. 
 
Quadro 1 – Incêndios históricos e perdas humanas 
Local Ano Vítimas Fatais 
Teatro IROQUOIS – Chicago - EUA 1903 600 vítimas fatais 
Casa de Ópera RHOADS – Pensilvânia - EUA 1908 170 vítimas fatais 
Escola elementar Collinwood em Lake View - EUA 1908 172 vítimas fatais 
Indústria de Vestuário TSF– Nova York - EUA 1911 146 vítimas fatais 
GRAN CIRCO – Niterói - Brasil 1961 250 vítimas fatais 
VOLKSWAGEN – São Bernardo do Campo - Brasil 1970 1 vítima fatal 
Edifício ANDRAUS – São Paulo - Brasil 1972 352 vítimas fatais 
Edifício JOELMA – São Paulo - Brasil 1974 179 vítimas fatais 
Casas de palafitas – Vila Socó – São Paulo - Brasil 1984 93 vítimas fatais 
Meca – Arábia Saudita 1997 343 vítimas fatais 
Casa de Shows República Cromanón - Argentina 2004 194 vítimas fatais 
Fonte: Seito, 2008; Ribeiro Jr., 2018 
 
De acordo com os mesmos autores, a inexistência de sistemas preventivos 
contra incêndio e uma política de segurança contra incêndio e pânico, bem como 
materiais resistentes ao fogo, a ausência
de treinamentos e pessoas qualificadas 
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para combater e a ausência de planos de atuações em emergência, contribuíram 
para os sinistros registrados ao longo dos anos. 
Outro caso foi constatado em São Paulo, onde ocorreu o incêndio em 
edificação. Um edifício abandonado, mas, em uso irregular, pegou fogo. Horas mais 
tarde, a estrutura com 24 pavimentos e grande número de materiais combustíveis 
não suportou o aquecimento e ruiu, provocando um óbito (NIEDERAUER, 2018). 
Entretanto, o fato mais marcante é registrado em Santa Maria, município do 
Rio Grande do Sul. O incêndio na casa noturna “Boate Kiss” deixou um alarmante 
número de vítimas fatais, aproximadamente 242 pessoas. A edificação ficou 
completamente destruída, com perdas materiais consideráveis (CARDOSO, 2014). 
Em um incêndio, a probabilidade de perder a vida devido ao fogo é muito 
baixa. Para Seito (2008), Brentano (2015) e Coelho (2017), a maior causa morte em 
incêndios é decorrente da fumaça tóxica. As fumaças são, em média, responsáveis 
por 80% das causas morte em incêndios. Durante o incêndio as reações químicas 
que mantêm o fogo consomem o oxigênio do ambiente. A fumaça densa espalha-se 
no ambiente, empurrando o oxigênio para fora da edificação diminuindo a sua 
concentração no interior da edificação. A baixa concentração de oxigênio e ar limpo 
trazem problemas respiratórios às vítimas. 
Silva (2014) também afirma que a maior causa morte em incêndios é o efeito 
da fumaça. Ocorre a intoxicação das vias respiratórias pela fumaça. O autor salienta 
que em países como a Suíça, Reino Unido e França, a fumaça e o calor 
correspondem entre 95 a 99% de causa morte em incêndios, em relação aos outros 
fatores que variam de 1 a 5%. 
Portanto, sendo a fumaça uma das principais vilãs de causa morte em 
incêndios, devem ser observados estes fatores nas políticas de prevenção contra 
incêndio e pânico. As normativas e regulamentações, assim como os planos de 
emergência, necessitam levar em consideração os efeitos da fumaça e o tempo de 
permanência dos ocupantes no interior da edificação (BRENTANO, 2015). 
 
Fogo e incêndio 
 
Na maior parte do processo evolutivo da humanidade, o fogo tem contribuindo 
grandemente com o desenvolvimento humano e social, sendo um recurso utilizado 
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como fonte de aquecimento e iluminação de abrigos. Serviu como uma fonte de 
calor e iluminação para amedrontar animais das proximidades, garantindo a 
sobrevivência dos indivíduos. Com o passar do tempo, as sociedades, organizadas 
de forma mais complexas, passaram a usar e controlar o fogo (SILVA, 2009; 
SILVEIRA, 2015 e SEILER, 2017). 
Estudos comprovam que o ar é composto por 78% de nitrogênio, 21% de 
oxigênio e 1% de outros gases. Para que exista fogo, é preciso ocorrer à reação em 
cadeia, sendo, portanto, necessário a presença de 21% de oxigênio. Portanto, em 
um percentual entre 0 a 8%, não ocorre fogo, de 8 a 15% ocorre, mas de maneira 
lenta, e de 15 a 21%, o fogo é “vivo”. O fogo é uma reação química que produz luz, 
calor e fumaça. Para que exista o fogo é necessária à reação em cadeia de três 
elementos, o combustível, calor e oxigênio (SILVA, 2010; UMINSKI, 2003 apud 
GOMES, 2014). 
Ao encontrarem-se nas proporções ideais, estes elementos entram em 
reação. A essa reação dar-se-á, o nome de reação em cadeia, representado pelo 
tetraedro (Figura 1). 
 
Figura 1 - Tetraedro do fogo 
 
Fonte: Seito, 2008 
 
O fogo quando em condições normais é uma reação físico-química aliada ao 
ser humano. No entanto, quando atinge proporções fora de controle, é um grande 
inimigo. Fora do controle do homem, damos o nome de incêndio. O incêndio traz 
prejuízos, muitas das vezes, irreparáveis, como vítimas fatais e perda patrimonial 
(CARDEAL, 2015). 
Enquanto o fogo é apenas uma reação físico-química que produz luz, calor e 
fumaça em pequenas proporções, pode ser mantido pelo homem, sendo um dos 
7 
 
 
aliados para a manutenção da vida humana. No entanto, quanto este se encontra 
fora de controle, torna-se um incêndio. Sendo assim, necessita de técnicas e 
conhecimentos para o seu combate (BRENTANO, 2007 apud ROCHA, 2016). 
Quando fora do controle humano, o fogo torna-se um incêndio que, na prática, 
necessita de materiais e equipamentos especiais para o seu combate. Quando em 
um incêndio, as pessoas treinadas atuam com habilidades, realizando as ações 
necessárias para o abandono o combate direto ao incêndio (SEITO, 2008). 
A Norma Brasileira NBR 13860 (ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS 
TÉCNICAS, 1997) define o incêndio como sendo o fogo fora de controle. 
Conforme descreve Rocha (2016) em sua obra, o incêndio pode ser 
classificado em quatro classes principais, conforme o tipo de queima. 
 Incêndio Classe A – Os materiais queimados deixam resíduos e emissão de 
fuligem. Ocorre em combustíveis sólidos como borracha, papel, madeira, plásticos 
entre outros. Os incêndios classe A ocorre em todos aqueles materiais que queimam 
na superfície e profundidade. 
 Incêndio Classe B – Incêndio em materiais líquidos inflamáveis. Estes 
queimam apenas na superfície. Os principais combustíveis líquidos são: óleos 
vegetais, óleos minerais ou gorduras de cozinhas, diesel, gasolina, álcool etc. Nessa 
classe, a queima é superficial, o fogo acompanha o fluxo do líquido no ambiente. 
 Incêndio Classe C – Ação do fogo em máquinas e equipamentos energizados. 
No momento da ação do fogo, os equipamentos encontram-se energizados. 
 Incêndio Classe D – É o fogo em metais combustíveis como o titânio, 
alumínio, magnésio, zircônio etc. 
Fagundes (2013) afirma que para cada classe de fogo e incêndio, existe um 
método de extinção mais apropriado, conforme o tipo de material combustível. Esse 
conceito é explorado pela IN 006/DAT/CBMSC (2014) que trata dos sistemas 
preventivos por extintores. A IN classifica os tipos de agentes extintores conforme 
cada classe de incêndio. 
 Classe A é combatido com o agente extintor exclusivamente de água. Sua 
interrupção ocorre com a quebra da reação em cadeia através da retirada do calor. 
A água age através do resfriamento, sendo possível adentrar nos materiais, agindo 
em seu interior. Outro método eficaz é a retirada dos materiais nas proximidades, 
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evitando a transferências de calor, aumentando as proporções do fogo 
(BRENTANO, 2016). 
 Classe B tem como método de extinção o agente extintor de Pó Químico 
Seco (PQS). Consiste da quebra do tetraedro do fogo através do abafamento, 
restringindo o percentual de oxigênio, não chegando a 21%, proporção ideal 
(BRENTANO, 2016). 
 Fogo Classe C tem como método de extinção o agente extintor de Dióxido de 
CARBONO (CO2), atuando no resfriamento. Sua principal diferença consiste nas 
características físicas e químicas dos agentes. O CO2 age de maneira a não 
interferir nos componentes elétricos, apenas na quebra da reação, interferindo 
diretamente no calor (BRENTANO, 2016). 
 Fogo Classe D requer técnicas especiais para o combate. No mercado, a 
areia seca é um dos métodos para extinção. Seu uso restringe-se basicamente em 
fundições, devido à presença de caldeiras entre outros (BRENTANO, 2016). 
 
Propagação do fogo 
 
O fogo pode propagar-se no ambiente através de três maneiras distintas: 
condução, convecção e irradiação (BRENTANO, 2016). A condução é devido a 
interação das moléculas no interior dos materiais. O calor é transferido entre elas. 
Um exemplo, é o aquecimento de uma chapa de aço, ao aquecer sua extremidade, 
ao longo do tempo toda a chapa estará aquecida. 
O método de convecção é através da fumaça. Ou seja, o calor em um 
ambiente é transferido para ambientes superiores através da fumaça. A irradiação é 
a transferência de calar por radiação térmica. Um exemplo clássico, é o calor emitido 
pela energia solar (SEITO, 2008; BRENTANO, 2015) 
Os meios de transferência de calor devem ser considerados nos projetos
de 
segurança contra incêndio, com o intuito de minimizar os riscos de propagação. A 
compartimentação das edificações é uma das ações das quais devem ser utilizadas. 
As normas de segurança contra incêndio especificam as distâncias mínimas 
necessárias de acordo com o tipo de edificação e ocupação (RIBEIRO, 2018). 
De acordo com Brentano (2016), a vida dos ocupantes das edificações 
durante um incêndio está em função dos Sistemas de Prevenção Contra Incêndio 
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(SPCI), ou seja, os sistemas proporcionam as guarda e segurança dos bens 
materiais e humanos. O sistema eficaz pode salvar a vida dos ocupantes. No caso 
de não funcionar, os sistemas preventivos apresentam graves consequências para 
as pessoas que utilizam os compartimentos da edificação. 
Durante o incêndio, a propagação do fogo e o calor tem comportamento 
curvo, apresentando a temperatura (T) em função do tempo (t) (Figura 2). 
 
Figura 2 - Curva de incêndio sem SPCI 
 
Fonte: Silva, 2010 
 
No entanto, Brentano (2015) afirma que a curva é alterada, quando na 
presença dos sistemas preventivos contra incêndio, como o chuveiro automático 
Sprinklers. O incêndio não teria elevadas temperaturas, pois os sistemas de 
prevenção iriam reduzir o aumento de temperatura e a propagação do fogo, evitando 
o incêndio (Figura 3). 
 
Figura 3 - Curva de incêndio com SPCI 
 
Fonte: Silva, 2010 
10 
 
 
Brentano (2016) e a IN 015/DAT/CBMSC (2014) definem os chuveiros 
automáticos como sendo um sistema integrado de tubulações aéreas e/ou 
subterrâneas, sendo alimentadas por uma ou mais fontes de abastecimento 
automático de água. 
 
Fatores contribuintes para ocorrência de incêndios na edificação 
 
Brentano (2015) e Seito (2008) afirmam que o risco de incêndio pode ser 
relacionado com o tipo de edificação, seus materiais construtivos, o tipo de 
ocupação e população. A localização da edificação também é um fator a ser 
considerado. 
O Quadro 2, que trata dos fatores de contribuição para definição dos riscos de 
incêndios em uma edificação, correlaciona os fatores contribuintes do incêndio com 
as variáveis nas quais definem os fatores de riscos. 
 
Quadro 2 - Fatores de contribuição para a definição do risco de incêndio 
Fatores que contribuem para a 
definição do risco de incêndio 
Variáveis que definem os fatores de risco 
Característica da população 
População total do edifício; composição da população fixa e 
flutuante; condições físicas e psicológicas da população; 
distribuição etária da população. 
Tipo de ocupação 
Natureza das atividades desenvolvidas no edifício; materiais 
combustíveis trazidos para o interior do edifício (carga térmica 
variável); tipos de materiais armazenados e manipulados; tipos 
de equipamentos existentes no edifício. 
Características construtivas 
da edificação 
Materiais de construção utilizados e técnicas aplicadas; tipo de 
sistema estrutural adotado; tipo de instalação de serviço 
existente; distribuição dos espaços; forma do edifício; número 
de pavimentos; área total do edifício; área de cada pavimento; 
aberturas de ventilação; materiais combustíveis destinados a 
revestimentos e acabamentos de paredes, tetos e pisos e/ou 
incorporados aos sistemas construtivos (carga térmica fixa). 
Localização do edifício 
Situação com relação às divisas do lote; largura das ruas e 
outras condições de acesso; distâncias do posto de bombeiros 
mais próximo; abastecimento de água para o combate; meios 
de comunicação com o corpo de bombeiros. 
Fonte: Seito, 2008 
 
Materiais de acabamento e revestimento das estruturas 
 
Durante um incêndio, os materiais da construção civil são submetido às 
temperaturas elevadas. Os efeitos podem trazer sérios danos para a estrutura. 
Estudos realizados por Coelho (2018), Lorenzon (2014), Silva (2013) e Moreira 
11 
 
 
(2013) mostram que acima de 300°C, o concreto, por exemplo, já apresenta perdas 
de resistência. Os revestimentos devem suportar aos efeitos, a fim de não prejudicar 
aos ocupantes da edificação enquanto deixam o local. 
Com o aumento de temperatura no concreto, a água contida em seu interior é 
evaporada. Durante o processo de desidratação dos silicatos de cálcios e a pressão 
interna decorrente ao aumento da temperatura, pequenas fissuras são geradas. Isso 
provoca na estrutura de concreto a perda de resistência ao longo do tempo 
(HAGER, 2013; CARDEAL, 2015; FERNANDES, 2017; GROCKOSKI, 2018). 
O Quadro 3, adaptado Morales (2011), apresenta o aumento de temperatura 
e os principais efeitos físico-químicos como resultado do aquecimento do concreto. 
 
Quadro 3 – Efeitos da elevação de temperatura no concreto 
Temperaturas ºC Efeitos da temperatura no concreto 
100 - 500 Fissuração do concreto devido à desidratação do C-S-H. 
200ºC Retração por desidratação do C-S-H e dilatação dos agregados. 
300 - 400 Redução da água, formação de silicatos anidros, fissuras. 
400 - 500 Retração acentuada por desidratação do C-S-H. 
500 - 600 Desidratação do C-S-H mais rápida. 
575 Expansão do quartzo com a fissuração da matriz cimentícia. 
600 - 700 O CaCO3 transforma-se em CaO e libera CO2. 
800 Retração por perda da água combinada da torbemorita. 
870 Expansão do quartzo na transformação de beta em tridimita. 
Fonte: Rosso, 1975 apud Morales, 2011 
 
Conforme observado por Coelho (2018), o aquecimento do concreto e o 
posterior resfriamento, proporciona aumento do percentual de preda de resistência. 
O autor analisou os concretos com resistência característica de 25, 35 e 40MPa. 
Observou que, quanto maior for a resistência característica do concreto, como é o 
caso do concreto de 40MPa, mais perderá resistência quando exposto ao incêndio 
com temperaturas na ordem de 600, 900 e 1200ºC. Porém, o choque térmico por 
resfriamento também contribuiu com a perda de resistência. 
Os resultados das perdas de resistência com o aumento de temperatura e o 
posterior resfriamento, encontrado por Coelho (2018), podem ser observados na 
Figura 4, que apresenta a perda de resistência versus o aumento de temperatura. 
 
 
12 
 
 
Figura 4 – Perda de resistência versus o aumento de temperatura 
 
Fonte: O autor, 2018 
 
A IN 18 (2014) trata do controle dos materiais de acabamento e revestimento. 
A referida instrução normativa diz que em ambientes de saídas de emergência, tais 
como corredoras escadarias de emergência, os materiais de revestimentos devem 
passar por acompanhamento e manutenções. Descolamento de reboco, tinta, trincas 
deve ser tratado a fim de não trazer prejuízos e danos físicos para as pessoas. 
Isso remete ao fato do quão importante é o controle técnico e científico dos 
materiais deve estar na pauta dos assuntos abordados pela política de segurança 
contra incêndio das edificações (BRENTANO, 2015). 
 
Comportamento humano durante o incêndio 
 
Em situações de incêndio, a adrenalina humana tende a aumentar. Essa 
situação faz alguns sentidos permanecerem fora durante minutos e segundos. A 
capacidade de raciocínio e observação não funciona corretamente, fazendo com que 
as pessoas tomem iniciativas errôneas nas quais pode custar sua vida (CARDOSO, 
2014). 
A ação desordenada pela maioria das pessoas em movimentação de procurar 
uma saída ou refúgio é uma das causas de aglomerações e mortes em incêndios. A 
esse efeito, o autor Brentano (2016) denomina de “manada”. Segundo o autor, o 
afeito “manada” caracteriza-se por pessoas correrem desordenadamente numa ou 
em várias direções, sem saber exatamente para onde está indo. 
13 
 
 
A cada instante, o homem encontra-se em evolução. Essa evolução ocorre 
também com o modo racional do indivíduo, conforme o seu desenvolvimento 
cognitivo. Sendo assim, o comportamento humano é influenciado pelas informações 
aos arredores. Em uma situação de incêndio, o comportamento de pessoas com 
maior grau de instrução é mais racional do que os que não têm tanta instrução. Essa 
situação facilita a
saída ordenada e desocupação rápida da edificação (BRAGA, 
2006 apud SCHPIL, 2011). 
As condições de saídas de emergência, rotas de fuga desobstruídas são 
outros fatores que interferem diretamente com o comportamento humano. Sendo 
assim, as legislações de segurança contra incêndio fornecem os critérios mínimos 
para os sistemas que auxiliam o combate e a prevenção de situações de risco. Isso 
é devido ao fato de que, quando em um incêndio, a saída dos ocupantes depende 
das condições do ambiente, identificações, fator humano etc. (COELHO, 2017; 
OLIVEIRA, 2017). 
Dentro do contexto do comportamento humano, as edificações que atuam 
diretamente com a política de segurança e prevenção contra incêndio e pânico, são 
detentoras de planos de atuações e planos de emergência. De acordo com Brentano 
(2015) e Estevam (2019), estas edificações estão próximas da agilidade e 
segurança, uma vez que os procedimentos bem elaborados e determinados por 
equipe técnica facilitarão as tomadas de decisões durante uma ocorrência. Portanto, 
conhecer os setores da edificação e seus principais contatos, facilita na 
comunicação entre os colaboradores e toda a comunidade da edificação. 
A comunicação direta e a facilidade de evacuação é um fator determinante 
para o escape e salvamento do maior número possível de pessoas e uma 
emergência de incêndio (SEITO, 2008; BRENTANO 2016; COELHO, 2018). 
Nos planos de emergências, devem conter informações relevantes da 
edificação, tais como a localização, metragem quadrada da edificação e terreno, 
localização das rotas de fuga e pontos de encontro. Outras informações importantes 
podem ser conter dados da quantidade e tipo de vigilância presente na edificação, 
seus turnos de atuação, tipos e sistemas de prevenção e combate a incêndio e 
como são realizados os treinamentos de emergência (SEILER, 2017; ESTEVAM, 
2019). 
 
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Legislação de segurança contra incêndio 
 
O estado de Santa Catarina, através da Diretoria de Atividades Técnicas 
(DAT) do CBMSC possui a Lei nº 16.157, de 7/11/2013, que dispõe sobre as regras, 
normas e requisitos mínimos para SCI das edificações no estado, sendo as 
aplicações das referidas IN avaliadas e aprovadas pela instituição. 
Para Seiler (2017), por conta das mudanças na legislação, há necessidade do 
mercado da construção civil oferecer PPCI’s em conformidade com a legislação. 
Proporcionar aos profissionais da área de segurança contra incêndio os 
conhecimentos e estudos no assunto seria uma alternativa de atualizar e regularizar. 
De acordo com a Lei nº 16.157, de 7/11/201, a legislação estadual é 
composta por 34 Instruções Normativas (IN), sendo que quatro delas foram 
revogadas. As IN’s em vigor no estado de Santa Catarina encontram-se 
discriminadas abaixo sendo sua atuação desde 2004: 
IN 01: Da atividade técnica, 
IN 02: Infrações administrativas, 
IN 03: Carga de incêndio, 
IN 05: Edificações existentes, 
IN 06: Sistema por extintores, 
IN 07: Sistema hidráulico preventivo, 
IN 08: Instalações de gás combustível, 
IN 09: Saídas de emergência 
IN 10: Proteção descargas atm., 
IN 11: Iluminação de emergência, 
IN 12: Alarme e detecção de incêndio, 
IN 13: Sinalização de abandono local, 
IN 15: Chuveiros aut. Sprinklers, 
IN 16: Gases limpos e dióxido 
carbono, 
IN 17: Sistema de água nebulizada, 
IN 18: Materiais de revestimento, 
IN 20: Parque para armazenamentos 
de líquidos inflamáveis e combustíveis, 
IN 22: Instalação para reabastecimento 
de combustível de uso privativo, 
IN 24: Eventos transitórios e praças, 
IN 25: Rede pública de hidrantes, 
IN 26: Matas nativas e reflorestamento, 
IN 27: Prevenção em espetáculos 
pirotécnicos, 
IN 28: Brigada de incêndio, 
IN 29: Postos de revenda de gás 
liquefeito de petróleo, 
IN 30: Armas, munições, explosivos e 
fogos de artifícios, 
IN 31: Plano de emergência, 
IN 32: Caldeiras e vasos de pressão, 
IN 33: Parques aquáticos, piscinas e 
congêneres, 
IN 34: Atividades agropastoris e silos 
 
15 
 
 
Seiler (2017) afirma que para os projetos preventivos contra incêndio segundo 
a legislação de segurança contra incêndio e pânico, ocupações com área menor a 
200 m² (metros quadrados) são consideradas de baixa complexidade, não sendo 
obrigatória a realização do Projeto Preventivo Contra incêndio (PPCI). 
Brentano (2015) reforça que, para uma perfeita ou condizente política de 
segurança contra incêndio, normativas e instruções devem ser seguida. Portanto, 
para elaboração do plano de emergência, algumas referências são utilizadas, tais 
como as seguintes normas, Instruções Normativas (IN) e leis: 
 NBR 15219/2005 da ABNT – Plano de Emergência Contra Incêndio; 
 NBR 14276/2006 da ABNT – Programa de Brigada de Incêndio; 
 NBR 14608/2007 da ABNT – Bombeiro Profissional Civil; 
 NR 23 – Segurança e Saúde no Trabalho/SIT/MET – Proteção Contra Incêndio; 
 Instrução Normativa 031 - CBMSC - Plano de Emergência - (28/03/2014); 
 Instrução Normativa 028 - CBMSC - Brigada de Incêndio - (28/03/2014); 
 Lei Estadual 15124 do Estado de Santa Catarina (SC). 
 
Projetos preventivos contra incêndio 
 
De acordo com Camillo (2013), para uma segurança e prevenção contra 
incêndio eficaz, os Projetos Preventivos Contra Incêndio (PPCI) têm que, por 
obrigatoriedade, seguir as IN’s e normas regulamentadoras, a fim de adequar-se aos 
padrões mínimos de segurança contra o fogo e propagação. Isso é porque a 
prevenção nada mais é que um conjunto de normas e ações em busca de eliminar 
as possibilidades de princípios de incêndio. E caso ocorra, os sistemas devem 
extingui-las de imediato. 
Para um PPCI ter condições de segurança aceitáveis, o seu 
dimensionamento deve levar em considerações o posicionamento adequado dos 
sistemas conforme cada tipo de edificação e ocupação, considerando o grau de 
risco da edificação e sua carga de incêndio (BRENTANO, 2015; COELHO, 2017; 
SEITO, 2008; OLIVEIRA, 2017; ESTEVAM, 2019). 
A IN 003/DAT/CBMSC (2014), para efeitos de classificação do risco de 
incêndio, apresenta a carga de incêndio conforme os graus de riscos: 
 I - Risco Leve, carga de incêndio ideal menor do que 60 kg/m²; 
16 
 
 
 II - Risco Médio, carga de incêndio ideal entre 60 e 120 kg/m²; 
 III - Risco Elevado, carga de incêndio ideal maior do que 120 kg/m². 
Ainda segundo a IN 003/DAT/CBMSC (2014), dentro da classificação do risco 
de incêndio as ocupações dos imóveis são distribuídas em risco leve, médio e 
elevadas. As de risco leve concentra-se as edificações residenciais privadas 
unifamiliar e multifamiliar assim como edificações pública, escolas em geral, escola 
diferenciada, entre outras. 
As edificações classificadas com risco médio são consideradas como 
garagens, industriais, comerciais como galerias e supermercados, shopping Center, 
hospitais e demais edificações, conforme especificação (OLIVEIRA, 2017). 
Para edificações com risco elevado, a IN 003/DAT/CBMSC (2014) considera 
como sendo os postos de reabastecimento de combustíveis e demais edificações 
com o intuito de armazenamento e depósitos de materiais explosivos e materiais 
com alto potencial de inflamabilidade. 
O PPCI deve seguir rigorosamente as legislações pertinentes, tomando como 
referência os critérios de sinalização para saídas de emergências, sistemas de 
iluminação, caminhamento das rotas de fugas, redes hidráulicas de combate a 
incêndio, sistemas de detecção de alarmes, controle de fumaça e agentes extintores 
(OLIVEIRA, 2017). 
É necessário que as edificações sejam bem projetadas, obtendo maior 
segurança quanto aos riscos de exposição diárias dos ocupantes. Os PPCI’s devem 
prever tais situações, dimensionando rotas de fuga e espaçamentos mínimos entre 
edificações, favorecendo a saída e a dispersão de fumaça para fora da edificação 
(COELHO, 2017; MENDES, 2017). 
A política de Segurança Contra Incêndio (SCI) tem como objetivo principal, 
assegurar a
integridade física e saúde dos ocupantes quando em situação de 
incêndio, minimizando o risco de vida das pessoas. Cabe aos PPCI’s manterem 
seus dimensionamentos corretos, proporcionando a demanda necessária, 
cumprindo os objetivos da SCI (BRENTANO, 2015). 
 
 
 
 
17 
 
 
Brigada particular de incêndio das edificações 
 
Dentro dos requisitos existentes para uma qualificada política de segurança e 
prevenção contra incêndio, uma equipe de brigadistas compostas por Bombeiros 
Civis, de acordo com a Lei 11.901/2009, deve, por obrigatoriedade, com o intuito de 
atender as instruções normativas dos corpos de bombeiros, dispor de brigada 
particular de incêndio (BRENTANO, 2015). 
Em emergências, principalmente de incêndios, o comportamento das pessoas 
frente à situação é variado. Entretanto, o conhecimento técnico e treinamento são 
uns dos fatores relevantes para boas ações. De acordo com Brentano (2015) e 
Estevam (2019), o treinamento de pessoas para atuarem em situações de 
emergência é extremamente importante em todos os tipos de edificações. O autor 
salienta que um grupo de pessoas treinadas, como é o caso das brigadas de 
incêndio, é o diferencial das edificações. 
A IN 28 que trata das Brigadas de Incêndio, traz a distribuição e 
dimensionamento de brigadistas conforme cada tipo de edificação. No ANEXO B - 
Exigência da Medida de Segurança de Brigadistas para Edificações/Ocupações, na 
tabela 1 da IN 28, encontra-se o dimensionamento de Brigadistas Particulares para 
ocupações em geral, considerando a população fixa do imóvel bem como, o tipo de 
edificação e utilização afim, conforme o Quadro 4, adaptado da IN 28 (2014). 
 
Quadro 4 - Dimensionamento de brigadistas particulares para ocupação geral 
Ocupação 
21 
até 
100 
101 
até 
500 
501 
até 
1000 
1001 
até 
2000 
2001 
até 
5000 
Quantidade de brigadistas 
Residencial privativa multifamiliar Isento 
Residencial coletiva (pensionato, asilos e congêneres). 
Residencial transitória (hotéis, motéis e congêneres). 
- 1 + 1 a cada 500 
Comercial (mercantil, bancos, lojas e congêneres). 
- 1 2 
 
+ 1 a cada 
500 
Riscos diferenciados (estação de rádio e TV, termoelétrica, 
portos, estações de serviços (torre de transmissão de rádio, 
TV ou telefone). 
Shopping Center - 1 2 3 
+1 a 
cada 
500 
Escolar geral (escolas de ensino fundamental, médio ou 
superior e congênere). 
Garagens (garagem, hangares, marinas e congêneres). 
 
Isento (apenas brigadistas 
voluntários) 
Fonte: IN 28, 2014 
 
18 
 
 
De acordo com Seiler (2017), quando a IN 28 diz que é isento de brigadistas, 
na verdade refere-se que não há necessidade contratar o profissional Bombeiro Civil 
para realizar as funções coerentes, atuando na prevenção e combate a incêndio da 
edificação. No entanto, a edificação deve manter uma equipe de brigadistas 
voluntários nos horários de expediente. Esses são colaboradores treinados e 
capacitados para atuarem em caso de incêndio e/ou abandono da edificação. 
 
Procedimentos básicos de segurança contra incêndio 
 
Para Estevam (2019), quando há uma política de segurança contra incêndio, 
considerando todos os critérios de emergência, como incêndio, emergências 
médicas etc., deve-se priorizar as emergências de incêndio na edificação. Portanto, 
a autora apresenta alguns procedimentos básicos nas quais devem ser seguidos e 
treinados, a fim de organizar e tornar as saídas de emergência e abandono da 
edificação eficiente e seguro. Assim, temos: 
 Alerta: Identificada uma situação de emergência, qualquer pessoa que 
identificar tal situação deverá alertar, através do sistema de alarme, ou outro meio 
identificado e conhecido de alerta disponível no local, os demais ocupantes da 
edificação. 
 Análise da situação: A situação de alerta deverá ser avaliada, e, verificada a 
existência de uma emergência, deverão ser desencadeados os procedimentos 
necessários para o atendimento da emergência. 
 Apoio externo: Acionamento do Corpo de Bombeiros Urbano, de imediato, 
informando o seguinte: 
a) nome do comunicante e telefone utilizado; 
b) qual a emergência, sua característica, o endereço completo e os pontos de 
referência do local (vias de acesso etc.); 
c) se há vítimas no local, sua quantidade, os tipos de ferimentos e a gravidade. Obs.: 
O acionamento deve ser realizado a fim de auxiliar o combate a incêndio na 
edificação, uma vez que os recursos externos são muito mais eficientes para 
combates de grandes proporções. 
 Primeiros socorros: Prestar primeiros-socorros às vítimas, mantendo ou 
estabilizando suas funções vitais até a chegada do socorro especializado. 
19 
 
 
 Eliminar riscos: Realizar o corte das fontes de energia elétrica e do 
fechamento das válvulas das tubulações (Gás Liquefeito de Petróleo (GLP), Gás 
Natural (GN), acetileno, produtos perigosos etc.), da área atingida ou geral, quando 
possível e necessário. 
 Abandono de área: Proceder com o abandono da área parcial ou total, 
quando necessário, conforme definição preestabelecida no plano de segurança, 
conduzindo a população fixa e flutuante para o ponto de encontro, ali permanecendo 
até a definição final do sinistro. 
 Isolamento de área: Isolar fisicamente a área sinistrada de modo a garantir 
os trabalhos de emergência e evitar que pessoas não autorizadas adentrem o local. 
 Confinamento e combate a incêndio: Proceder ao combate a incêndio em 
fase inicial e o seu confinamento, de modo a evitar sua propagação até a chegada 
do apoio externo do CBVJ. 
 
Conclusão 
 
Diante ao exposto, conclui-se que a política de segurança contra incêndio das 
edificações é relevante para a segurança das pessoas e bens materiais. Isso 
porque, as edificações que mantém estes princípios, obtêm resultados favoráveis no 
tocante à tomada de decisões para obtenção de procedimentos de emergências. 
Não é de hoje que os incêndios trazem prejuízos para as pessoas e indústrias 
como um todo. Portanto, uma política de segurança contra incêndio é vital, fazendo 
com que os sistemas de segurança sejam executados em conformidade com a 
edificação e normativas vigentes. Para isso, o entendimento do comportamento e 
evolução do incêndio é relevante, assim como, o conhecimento técnico dos 
materiais e fatores das quais podem interferir na segurança contra incêndio. 
Conforme observado, a propagação do fogo e incêndio está diretamente 
relacionada com a segurança contra incêndio. Isso porque, os materiais constituintes 
e a compartimentação das edificações, refletem diretamente nas consequências do 
incêndio. Com isso, a elaboração de planos de emergência deve dispor de 
condições que auxiliam a retirada das pessoas das edificações, garantindo a 
segurança e saúde de todos os ocupantes. 
20 
 
 
Nesse ínterim, para que haja uma política de segurança contra incêndio 
eficaz, é primordial a compreensão do fenômeno do fogo, dos materiais e do 
comportamento humano durante um incêndio. 
Portanto, todos os objetivos propostos da pesquisa foram atendidos. Isso 
porque os principais pontos das quais devem ser considerados para a elaboração da 
política de segurança contra incêndio foram apontados. Os pontos dizem respeito ao 
histórico de incêndio, comportamento do fogo e materiais utilizados nas edificações. 
Já os fatores relevantes dos quais devem ser considerados, dizem respeito ao 
comportamento humano durante um incêndio, as instruções normativas e 
legislações das quais devem orientar e servir como base para a elaboração de 
planos de emergência e projetos preventivos. 
Conclui-se que uma política de segurança deve conter os requisitos mínimos 
de segurança contra incêndio já na concepção do projeto arquitetônico. No entanto, 
após a sua aprovação e execução, a política preventiva contra incêndio deve realizar 
um plano de emergência e a aplicação de uma brigada de emergência para a 
edificação. 
 
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https://saopaulo.estadao.com.br/noticias/geral,incendio-de-grandes-proporcoes-atinge-apartamento-no-centro-de-sao-paulo,70002290344
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2015.

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