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Brasília-DF. 
LegisLação ambientaL e 
Licenciamento ambientaL
Elaboração
Regina Coeli Montenegro Generino
Produção
Equipe Técnica de Avaliação, Revisão Linguística e Editoração
Sumário
APrESEntAção .................................................................................................................................. 5
orgAnizAção do CAdErno dE EStudoS E PESquiSA ..................................................................... 6
introdução ..................................................................................................................................... 8
unidAdE i
Fundamentos e Histórico da .......................................................................................................... 9
LegisLação ambientaL ...................................................................................................................... 9
CAPítulo 1
evoLução do direito ambientaL no brasiL ........................................................................ 9
CAPítulo 2
Quadro atuaL da LegisLação ambientaL brasiLeira ........................................................ 13
CAPítulo 3
PrinciPais tratados internacionais.................................................................................. 15
unidAdE ii
LegisLação aPLicada à FLora e à Fauna ....................................................................................... 17
CAPítulo 1
LegisLação aPLicáveL à FLora .......................................................................................... 17
CAPítulo 2
LegisLação aPLicáveL à Fauna .......................................................................................... 22
CAPítulo 3
biodiversidade ................................................................................................................... 25
unidAdE iii
instrumentos de gestão ambientaL ............................................................................................... 26
CAPítulo 1
Licenciamento ambientaL ................................................................................................. 26
CAPítulo 2
criação de esPaços territoriais esPeciaLmente Protegidos ........................................ 32
CAPítulo 3
PenaLidades disciPLinares e comPensatórias ................................................................. 34
unidAdE iV
introdução ao Licenciamento ambientaL ................................................................................... 37
CAPítulo 1
a comPLexidade da Questão ambientaL ........................................................................... 37
CAPítulo 2
instrumentos de gestão ambientaL: do “comando-controLe” à 
autorreguLamentação .................................................................................................... 41
CAPítulo 3
deFinição do Licenciamento e arcabouço LegaL ........................................................ 47
unidAdE V
o Licenciamento como instrumento de gestão ambientaL ....................................................... 50
CAPítulo 1
as atividades sujeitas ao Licenciamento ambientaL, às instituições comPetentes e à 
comPensação ambientaL ................................................................................................. 50
CAPítulo 2
tiPos de Licenças ambientais ............................................................................................ 56
CAPítulo 3
Procedimentos do Licenciamento ambientaL ................................................................ 65
CAPítulo 4
PecuLiaridades do Processo de Licenciamento ambientaL ........................................... 76
PArA (não) FinAlizAr ...................................................................................................................... 80
rEFErÊnCiAS .................................................................................................................................... 81
AnEXo .............................................................................................................................................. 84 
5
Apresentação
Caro aluno
A proposta editorial deste Caderno de Estudos e Pesquisa reúne elementos que se entendem 
necessários para o desenvolvimento do estudo com segurança e qualidade. Caracteriza-se pela 
atualidade, dinâmica e pertinência de seu conteúdo, bem como pela interatividade e modernidade 
de sua estrutura formal, adequadas à metodologia da Educação a Distância – EaD.
Pretende-se, com este material, levá-lo à reflexão e à compreensão da pluralidade dos conhecimentos 
a serem oferecidos, possibilitando-lhe ampliar conceitos específicos da área e atuar de forma 
competente e conscienciosa, como convém ao profissional que busca a formação continuada para 
vencer os desafios que a evolução científico-tecnológica impõe ao mundo contemporâneo.
Elaborou-se a presente publicação com a intenção de torná-la subsídio valioso, de modo a facilitar 
sua caminhada na trajetória a ser percorrida tanto na vida pessoal quanto na profissional. Utilize-a 
como instrumento para seu sucesso na carreira.
Conselho Editorial
6
organização do Caderno 
de Estudos e Pesquisa
Para facilitar seu estudo, os conteúdos são organizados em unidades, subdivididas em capítulos, de 
forma didática, objetiva e coerente. Eles serão abordados por meio de textos básicos, com questões 
para reflexão, entre outros recursos editoriais que visam a tornar sua leitura mais agradável. Ao 
final, serão indicadas, também, fontes de consulta, para aprofundar os estudos com leituras e 
pesquisas complementares.
A seguir, uma breve descrição dos ícones utilizados na organização dos Cadernos de Estudos 
e Pesquisa.
Provocação
Textos que buscam instigar o aluno a refletir sobre determinado assunto antes 
mesmo de iniciar sua leitura ou após algum trecho pertinente para o autor 
conteudista.
Para refletir
Questões inseridas no decorrer do estudo a fim de que o aluno faça uma pausa e reflita 
sobre o conteúdo estudado ou temas que o ajudem em seu raciocínio. É importante 
que ele verifique seus conhecimentos, suas experiências e seus sentimentos. As 
reflexões são o ponto de partida para a construção de suas conclusões.
Sugestão de estudo complementar
Sugestões de leituras adicionais, filmes e sites para aprofundamento do estudo, 
discussões em fóruns ou encontros presenciais quando for o caso.
Praticando
Sugestão de atividades, no decorrer das leituras, com o objetivo didático de fortalecer 
o processo de aprendizagem do aluno.
Atenção
Chamadas para alertar detalhes/tópicos importantes que contribuam para a 
síntese/conclusão do assunto abordado.
7
Saiba mais
Informações complementares para elucidar a construção das sínteses/conclusões 
sobre o assunto abordado.
Sintetizando
Trecho que busca resumir informações relevantes do conteúdo, facilitando o 
entendimento pelo aluno sobre trechos mais complexos.
Exercício de fixação
Atividades que buscam reforçar a assimilação e fixação dos períodos que o autor/
conteudista achar mais relevante em relação a aprendizagem de seu módulo (não 
há registro de menção).
Avaliação Final
Questionário com 10 questões objetivas, baseadas nos objetivos do curso, 
que visam verificar a aprendizagem do curso (há registro de menção). É a única 
atividade do curso que vale nota, ou seja, é a atividade que o aluno fará para saber 
se pode ou não receber a certificação.
Para (não) finalizar
Texto integrador, ao final do módulo, que motiva o aluno a continuar a aprendizagem 
ou estimula ponderações complementares sobre o módulo estudado.
8
introdução
A legislação ambiental é hoje, uma das ferramentas que os profissionais que trabalham na área 
ambiental precisam se familiarizar, de forma a poderem compreender suas inter-relações e sua 
efetiva aplicação em nosso cotidiano profissional. 
Visando ampliar os conhecimentos do aluno nesse assunto, este curso apresentará: visão geral sobre 
a legislaçãoambiental, instrumentos da Política Nacional de Meio Ambiente, as competências do 
Licenciamento Ambiental e sua estruturação. 
O Caderno de Estudos está dividido em dois: o primeiro denominado Legislação Ambiental está 
estruturado em três unidades, divididas em nove capítulos. O segundo, denominado Licenciamento 
Ambiental, está estruturado em duas unidades, divididas em oito capítulos. Ambos os cadernos 
foram ordenados de forma sistemática de forma a facilitar o aprendizado. 
Os termos técnicos podem ser encontrados no Glossário, ao final dos Cadernos de Estudos. 
No ambiente virtual, o aluno terá acesso à Biblioteca. No entanto, sugiro que o aluno faça incursões 
na Internet e compartilhe com seus colegas os periódicos e livros que acredite ser importante para 
esse aprendizado. 
Excelente curso para todos!
objetivos
 » Principais regulamentos ambientais brasileiros relacionados à Gestão do Meio 
Ambiente;
 » O licenciamento como instrumento da gestão ambiental e da Política Nacional de 
Meio Ambiente;
 » Identificar as responsabilidades em caso de dano ambiental;
 » Reconhecer os procedimentos do licenciamento ambiental.
9
unidAdE i
FundAmEntoS E 
HiStóriCo dA
lEgiSlAção 
AmbiEntAl
CAPítulo 1
Evolução do direito Ambiental no brasil
Nada há de permanente exceto a mudança.
(HeráClITo, 450 a.C)
O processo de formulação de uma lei passa por várias etapas: iniciativa da lei, discussão, votação, 
aprovação, sanção, promulgação, publicação e vigência da lei. As leis apresentam uma hierarquia. 
Ou seja, umas são mais abrangentes que outras. A seguir, é apresentado um exemplo de hierarquia 
das nossas leis:
Constituição, Lei Complementar, Lei Ordinária, Medida Provisória, Lei 
Delegada, Decreto Legislativo, Resolução.
Nos Estados e no Distrito Federal, obedecem-se, respectivamente, às 
constituições estaduais e à Lei Orgânica. No entanto, esses dispositivos 
legais não podem vir de encontro à Constituição Federal. Nos Municípios, 
obedecem-se às Leis Orgânicas, que devem estar em conformidade com a 
Constituição Estadual.
O conjunto de princípios e normas jurídicas que buscou no ambiente o seu fim é 
objeto do Direito Ambiental. Este inclui tanto normas encontradas na legislação 
com repercussões ambientais, como na ambiental. As primeiras constituem o 
Direito Ambiental material e a segunda, o formal. Na realidade, inicialmente 
surgiu a legislação com repercussão ambiental, que “tinha o objetivo de proteger 
os recursos naturais mais intensamente utilizados pelo homem, e não o 
ambiente em si”. Já a legislação ambiental é o “conjunto de normas jurídicas que 
reconhecem o ambiente como o bem jurídico a ser protegido”.
(POMPEU, 2004)
10
UNIDADE I │ FUNDAMENTOS E HISTÓRICO DA LEGISLAÇÃO AMBIENTAL
um Pouco de História
“O ser humano entrou no cenário da História da Terra 
quando 96% dessa História já estava concluída 
(...) nós surgimos a partir dos elementos 
terrestres e cósmicos que nos antecederam. 
Somos nós, então, que pertencemos à Terra e 
não a Terra que nos pertence” 
(LEONARDO BOFF)
Apesar do pouco tempo em que o ser humano surgiu na face da terra, trouxe muitas transformações 
ao ambiente natural. Essas transformações tiveram início quando o homem deixou de ser nômade 
e passou a criar animais e cultivar a terra. Com a evolução dessas atividades e o surgimento de 
conflitos de interesse, houve necessidade de regulamentá-las.
Na Bíblia, encontramos referências a questões ambientais. O Gênesis apresenta noções sobre 
biodiversidade e conservação das espécies animais. O Deuteronômio já proibia o corte de árvores 
frutíferas, mesmo em caso de guerra, a pena para quem descumprisse era o açoite (MiLARé, 2005).
tabela 1 – recomendações e regulamentações de natureza ambiental, período de 1122 a.c. a 1294 d.c.
País/Região Descrição Período
China
Dinastia Chow – havia recomendação de conservação das florestas. Posteriormente, houve 
também o reflorestamento de áreas desmatadas.
1122 a.C.-255 a.C.
Grécia
Platão – falava sobre a influência das florestas no ciclo da água e defendia os solos da erosão. 
Nessa época, havia leis de proteção à natureza.
428/27 a.C.-347 a.C.
Roma
Cícero – considerava inimigos de Estado aqueles que derrubavam as florestas. Havia leis de 
proteção à natureza.
450 a.C.
Lei das XII Tábuas1 – tratava sobre prevenção da devastação das florestas. 106 a.C.-43 a.C.
Índia Decreto de proteção – visava aos animais terrestres, aos peixes e a florestas. 242 a.C.
Império Mongol Kublai Kan2 – proibia a caça durante o período de reprodução das aves e dos mamíferos. 1215 d.C.-1294 d.C.
Fonte: magalhães (2002)
Evolução do direito Ambiental no brasil
As primeiras regulamentações ambientais brasileiras foram herdadas de Portugal. As Ordenações 
Afonsinas já faziam referência a questões ambientais e encontravam-se vigentes em Portugal, 
quando o Brasil foi descoberto. Posteriormente, em 1521, foram editadas as Ordenações Manuelinas 
(MiLARé, 2005).
A partir do domínio de Portugal pela Espanha, passou a vigorar no Brasil, as Ordenações Filipinas, 
de 1603. Essas Ordenações possuíam dispositivos específicos para a gestão da água, que era 
escassa na Península ibérica. Nesse caso, eram previstas severas penalidades para quem poluísse 
ou utilizasse as águas sem a devida autorização. Apesar de vigente, essa regulamentação não foi 
observada no Brasil.
11
FUNDAMENTOS E HISTÓRICO DA LEGISLAÇÃO AMBIENTAL │ UNIDADE I
Figura 1 – excerto das ordenações Filipinas
Observa-se, no entanto, que apesar das várias medidas de controle ambiental existentes no Período 
Colonial no Brasil, o desmatamento de nossas florestas ocorria de forma intensiva. A instabilidade 
histórica da época, a ampliação de áreas plantadas, a necessidade de recursos para o reino, que em 
parte era proveniente do comércio de madeiras, ajudam a entender essa fase (MAGALHãES, 2002).
tabela 2 – regulamentações ambientais no brasil, no período de 1605 a 18721
Ano Regulamentação Objetivo
1605
Regimento do Pau-
Brasil
Exigir autorização real para o corte dessa madeira.
1797 Cartas Régias
 » Declarar de propriedade do Reino “todas as matas e arvoredos existentes à borda da Costa ou de rios que 
desembocassem imediatamente no mar e por qualquer via fluvial que permitisse a passagem de jangadas 
transportadoras de madeiras”.
 » Defender a fauna, as águas e o solo.
1799
Regimento de Cortes 
de Madeira
Restringir à derrubada de árvores.
1802 Instruções Reflorestar as costa brasileira.
1808 Decreto Criar a primeira área de proteção brasileira: o Jardim Botânico do Rio de Janeiro1.
1817 Decreto Proibia o corte de árvores nas áreas próximas ao Rio Carioca, no Rio de Janeiro.
1850
Lei no 601 – Código 
de Terras
Disciplinou a ocupação do território, possibilitou a formação da pequena propriedade. Apresentou medidas 
de proteção ambiental e de punição aos infratores, com a previsão de “satisfação do dano ambiental” sem a 
exigência da “prova de culpa do causador desse dano” (“princípio da responsabilidade por dano ambiental”).
1854 Decreto no 1318 Regulamentou a Lei no 601/1850.
Fonte: magalhães, 2002.
Na fase Republicana, a preocupação ambiental era mais ecológica que no período anterior.
tabela 3 – regulamentações ambientais brasileiras no período de 1911 a 1980
Ano Regulamentação Objetivo
1911 Decreto no 8.843 Criar a primeira reserva florestal do Brasil, localizada no Acre.
1916 Código Civil O art. 584 “proibia as construções capazes de poluir ou inutilizar, (...), a água de poço ou a fonte alheia”.
1921 Decreto no 4.421 Criar o Serviço Florestal do Brasil.
1. Medida muito avançada para a época, pois o primeiro parque nacional só surgiu em 1872 nos Estados Unidos da América 
(MAGALHãES, 2002).
12
UNIDADE I │ FUNDAMENTOS E HISTÓRICO DA LEGISLAÇÃO AMBIENTAL
Ano Regulamentação Objetivo
1923 Decreto no 16.300 Impedir que as fábricas e oficinas prejudicassem a saúde humana.
1934
Decreto no 23.793 Instituir o Código Florestal.
Decreto no 24.643 Instituir oCódigo das Águas.
1937 Decreto no 1.713 Criar do Parque Nacional de Itatiaia, o primeiro do Brasil.
1946 Constituição
Introduzir a “desapropriação por interesse social”. A Lei no 4.132/1962 regulamentou esse dispositivo, 
considerando de “interesse social a proteção do solo e a preservação de cursos e mananciais de água e de 
reservas florestais”.
1965 Lei no 4771 Instituir o novo Código Florestal Brasileiro
1967 Lei no 5.197 Promulgar a Lei de Proteção à Fauna.
1975 Decreto-Lei no 1.413 Tratar sobre o controle da poluição provocada por indústrias.
1980 Lei no 6.803 Definir diretrizes para o zoneamento industrial em “áreas críticas de poluição”.
Fonte: magalhães, 2002.
A partir da Conferência de Estocolmo sobre Meio Ambiente, em 1972, surgiu, segundo Pompeu 
(2004), o ramo do Direito Público denominado Direito Ambiental, “que é o conjunto de princípios 
e de normas jurídicas que tem, no ambiente, o seu objeto final”.
Um ano após essa Conferência, foi criada, no Brasil, a Secretaria Especial do Meio Ambiente – SEMA, 
pelo Decreto no 73.030, de 30 de outubro de 1973.
Posteriormente, em 1981, surgiu a Lei no 6.938. Esta lei definiu os objetivos e instrumentos da Política 
Nacional de Meio Ambiente – PNMA e criou o Sistema Nacional de Meio Ambiente – SiSNAMA. 
Nesse Sistema, destaca-se a criação do Conselho Nacional do Meio Ambiente – CONAMA, formado 
por representantes da administração pública e da sociedade civil, com as funções de assessorar, 
estudar e propor diretrizes de políticas governamentais para o meio ambiente.
13
CAPítulo 2
quadro atual da legislação 
Ambiental brasileira
“Somos mais sensíveis ao que é feito contra os costumes do que contra a Natureza.”
(Plutarco 100 d.C.)
Vamos estudar um pouco a Lei no 6.938/812. No seu art. 20, encontramos o objetivo da Política 
Nacional de Meio Ambiente – PNMA: preservação, melhoria e recuperação da qualidade ambiental 
propícia à vida, visando assegurar, no País, condições ao desenvolvimento socioeconômico, aos 
interesses da segurança nacional e à proteção da dignidade da vida humana, atendidos, entre outros, 
os seguintes princípios: racionalização do uso do solo, do subsolo, da água e do ar; planejamento 
e fiscalização do uso dos recursos ambientais; proteção dos ecossistemas, com a preservação de 
áreas representativas; controle e zoneamento das atividades potencial ou efetivamente poluidoras; 
incentivos ao estudo e à pesquisa de tecnologias orientadas para o uso racional e a proteção dos 
recursos ambientais; recuperação de áreas degradadas; educação ambiental a todos os níveis do 
ensino, inclusive a educação da comunidade, objetivando capacitá-la para participação ativa na 
defesa do meio ambiente. Já a estrutura do SiSNAMA é apresentada no art. 6 desse dispositivo legal.
tabela 4 – estrutura do sisnama3
ESTRUTURA FUNÇÃO
Órgão Superior – Conselho de Governo
Assessorar o Presidente da República na formulação da política nacional e nas diretrizes 
governamentais para o meio ambiente e os recursos ambientais.
Órgão Consultivo e deliberativo – CONAMA
Assessorar, estudar e propor, ao Conselho de Governo, diretrizes de políticas governamentais 
para o meio ambiente e os recursos naturais e deliberar sobre normas e padrões compatíveis 
com o meio ambiente ecologicamente equilibrado e essencial à sadia qualidade de vida.
Órgão Central – Ministério do Meio Ambiente
Planejar, coordenar, supervisionar e controlar, como órgão federal, a política nacional e as 
diretrizes governamentais fixadas para o meio ambiente.
Órgão executor – Instituto Brasileiro do Meio Ambiente 
e dos Recursos Naturais Renováveis – IBAMA
Executar e fazer executar, como órgão federal, a política e diretrizes governamentais fixadas 
para o meio ambiente.
Órgãos Seccionais: os órgãos ou entidades 
estaduais5 
Executar programas, projetos e controlar e fiscalizar atividades capazes de provocar a 
degradação ambiental.
Órgãos Locais: os órgãos ou entidades municipais. Controle e fiscalização de atividades, nas suas respectivas jurisdições.
Fonte: Lei no 6.938/81 – disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/L6938compilada.htm>.
1. Todas as leis, projetos de lei, decretos, códigos e a própria Constituição, 
mencionados neste Caderno de estudos, podem ser encontrados no site: 
<http://www.presidencia.gov.br/legislacao/>.
2. As resoluções do CoNAMA podem ser obtidas na íntegra no site: <http://
www.mma.gov.br/port/conama/legiano.cfm?codlegitipo=3>.
2. Controle e fiscalização de atividades, nas suas respectivas jurisdições.
3. Os Estados, na esfera de suas competências e nas áreas de sua jurisdição, elaboraram normas supletivas e complementares e 
padrões relacionados com o meio ambiente, observados os que forem estabelecidos pelo CONAMA (Lei no 6938/81).
14
UNIDADE I │ FUNDAMENTOS E HISTÓRICO DA LEGISLAÇÃO AMBIENTAL
O art. 9o dessa Lei apresenta os Instrumentos da Política Nacional do Meio Ambiente, que são:
 » Padrões de Qualidade Ambiental.
 » Zoneamento Ambiental.
 » Avaliação de impactos Ambientais.
 » Licenciamento Ambiental.
 » Incentivo à Melhoria da Qualidade Ambiental.
 » Criação de Espaços Territoriais Especialmente Protegidos.
 » Sistema Nacional de Informações sobre o Meio Ambiente.
 » Cadastro Técnico Federal de Atividades.
 » Penalidades Disciplinares ou Compensatórias.
 » Relatório de Qualidade do Meio Ambiente.
 » Produção de Informações sobre o Meio Ambiente.
 » Cadastro Técnico Federal de Atividades e instrumentos de Defesa Ambiental4.
 » Cadastro Técnico Federal de Atividades Potencialmente Poluidoras ou Utilizadoras 
de Recursos Ambientais5.
 » Instrumentos Econômicos.
Posteriormente, a Constituição (1988), no seu art. 225, incorporou ao seu texto disposições sobre a 
proteção do meio ambiente. No caput desse artigo, tem-se que:
“Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso 
comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao Poder 
Público e à coletividade o dever de defendê-lo e preservá-lo para as presentes 
e futuras gerações.”
O Decreto no 99.274/90 regulamentou a Lei no 6.938/81. Os arts. 4o ao 6o desse Decreto apresentam 
a Constituição e Funcionamento do CONAMA. As competências desse Conselho são dispostas no 
art. 7o.
A atuação do SiSNAMA é tratada nos arts. 14 a 16 desse Decreto. O art. 14 destaca a necessária 
articulação entre órgãos e entidades que constituem esse Sistema e que caberá aos Estados, ao 
Distrito Federal e aos Municípios a elaboração de normas e padrões supletivos e complementares, 
observada a legislação federal.
4. Para registro obrigatório de pessoas físicas ou jurídicas que se dedicam à consultoria técnica sobre problemas ecológicos 
e ambientais e à indústria e ao comércio de equipamentos, aparelhos e instrumentos destinados ao controle de atividades 
efetiva ou potencialmente poluidoras (Lei no 6.938/81).
5. Para registro obrigatório de pessoas físicas ou jurídicas que se dedicam a atividades potencialmente poluidoras e/ou a extração, 
produção, transporte e comercialização de produtos potencialmente perigosos ao meio ambiente, assim como produtos e 
subprodutos da fauna e flora (Lei no 6.938/81).
15
CAPítulo 3
Principais tratados internacionais
“Creio que as soberanias nacionais vão diminuir cada vez mais diante da 
interdependência universal”
(Jacques-Yves Cousteau, francês, explorador e ecologista)
Muitos são os problemas ambientais que afetam o nosso planeta, o que levou ao fortalecimento da 
percepção da interdependência entre as nações e da necessidade de resolução desses problemas de 
forma conjunta.
A Convenção de Viena sobre o Direito dos Tratados, de 1969, informa que os tratados internacionais 
“são acordos firmados entre Estados soberanos, na forma escrita”. São obrigatórios, vinculantes e 
envolvem as etapas: negociação, assinatura, ratificação, promulgação e publicação (MiLARé, 2005).
tabela 5 – Principais tratados internacioanais
Ano
Local de 
Conclusão da 
Negociação
Tratado Objetivo1946 Washington, EUA Convenção Internacional para a 
Regulamentação da Pesca da Baleia.
Estabelecer um sistema de regulamentação internacional aplicável à pesca 
da baleia, a fim de assegurar a conservação e o aumento da espécie 
baleeira. 
1959 Washington, EUA Tratado da Antártida.
Assegurar que a Antártida seja usada para fins pacíficos, para cooperação 
internacional na pesquisa científica, e não se torne cenário ou objeto de 
discórdia internacional. 
1969 Bruxelas, Bélgica
Convenção Internacional sobre 
Responsabilidade Civil por Danos 
Causados por Poluição por Óleo.
Garantir compensação adequada às pessoas afetadas por poluição 
resultante de fuga ou descarga de óleo proveniente de navios.
1971
Bruxelas, Bélgica
Convenção Internacional para o 
Estabelecimento de um Fundo 
Internacional para a Compensação 
de Danos Causados por Poluição por 
Óleo.
Complementar à Convenção anterior.
Ramsar – Irã
Convenção sobre Zonas Úmidas 
de Importância Internacional, 
especialmente como Habitat de Aves 
Aquáticas (Convenção RAMSAR).
Evitar a degradação das zonas úmidas e promover sua conservação, 
reconhecendo suas funções ecológicas fundamentais e seu valor 
econômico, cultural, científico e recreativo.
1972 Washington, EUA
Convenção sobre Prevenção da 
Poluição Marinha por Alijamento de 
Resíduos e outras Matérias.
Controlar as fontes de contaminação do meio marinho e adotar medidas 
possíveis para impedir a contaminação do mar pelo alijamento de resíduos 
e substâncias que possam gerar perigo para a saúde humana, prejudicar 
os recursos biológicos e a vida marinha, bem como interferir em outros 
usos legítimos do mar.
1973
Washington, EUA
Convenção sobre o Comércio 
Internacional das Espécies da Flora 
e Fauna Selvagens em Perigo de 
Extinção – CITES.
Proteção de certas espécies da fauna e da flora selvagens contra sua 
excessiva exploração pelo comércio internacional.
Londres – Inglaterra
Convenção Internacional para 
Prevenção da Poluição por Navios – 
MARPOL-73/78.
Conservar o ambiente marinho por meio da completa eliminação da 
poluição por óleo e outras substâncias nocivas e da minimização de 
descargas acidentais dessas substâncias.
1980 Canberra – Austrália Convenção sobre a Conservação dos 
Recursos Vivos Marinhos Antárticos.
Salvaguardar o meio ambiente e proteger a integridade dos ecossistemas 
dos oceanos que circundam a Antártida, e conservar os recursos vivos 
marinhos da Antártida. 
16
UNIDADE I │ FUNDAMENTOS E HISTÓRICO DA LEGISLAÇÃO AMBIENTAL
Ano
Local de 
Conclusão da 
Negociação
Tratado Objetivo
1982 Montego Bay – 
Jamaica
Convenção das Nações Unidas 
sobre o Direito do Mar.
Estabelecer regras práticas relativas aos padrões ambientais, 
assim como o cumprimento dos dispositivos que regulamentam 
a poluição do meio ambiente marinho; promover a utilização 
equitativa e eficiente dos recursos naturais, a conservação dos 
recursos vivos e o estudo, a proteção e a preservação do meio 
marinho.
1985 Viena – Áustria
Convenção de Viena para a 
Proteção da Camada de Ozônio.
Proteger a saúde humana e o meio ambiente contra os efeitos 
adversos que resultem de modificações da camada de ozônio.
1986
Viena – Áustria
Convenção sobre Assistência 
no Caso de Acidente Nuclear ou 
Emergência Radiológica.
Facilitar a pronta assistência no caso de um acidente nuclear ou 
emergência radiológica, para minimizar suas consequências e para 
proteger a vida, a propriedade e o meio ambiente dos efeitos de 
emissões radiológicas.
Viena – Áustria
Convenção sobre Pronta 
Notificação de Acidente Nuclear.
Fornecer informação relevante sobre acidentes nucleares logo 
que possível, de maneira a minimizar consequências radiológicas 
transfronteiriças.
1987 Montreal – Canadá
Protocolo de Montreal sobre 
Substâncias que Destroem a 
Camada de Ozônio.
Proteger a camada de ozônio mediante a adoção de medidas para 
controlar as emissões globais de substâncias que a destroem, 
com o objetivo final da eliminação destas; promover a cooperação 
internacional em pesquisa e desenvolvimento da ciência e de 
tecnologia relacionadas ao controle e à redução de emissões de 
substâncias que destroem a camada de ozônio. 
1989 Basileia – Suiça
Convenção de Basiléia sobre 
Controle de Movimentos 
Transfronteiriços de Resíduos 
Perigosos e seu Depósito.
Estabelecer obrigações com vistas a reduzir os movimentos 
transfronteiriços de resíduos perigosos ao mínimo e com manejo 
eficiente e ambientalmente seguro, minimizar a quantidade e 
toxicidade dos resíduos gerados e seu tratamento (depósito e 
recuperação) ambientalmente seguro e próximo da fonte geradora 
e assistir aos países em desenvolvimento na implementação 
destas disposições. 
1991 Madri – Espanha
Protocolo ao Tratado da Antártida 
sobre Proteção do Meio Ambiente.
Reforçar e complementar o Tratado da Antártida; designar a 
Antártida como reserva natural, consagrada à Paz e à Ciência.
1992 Rio de Janeiro – 
Brasil
Convenção sobre Diversidade 
Biológica.
Conservação da diversidade biológica, utilização sustentável de 
seus componentes e repartição justa e equitativa dos benefícios 
derivados da utilização dos recursos genéticos.
Nova York – EUA
Convenção-Quadro das Nações 
Unidas sobre Mudança do Clima.
Estabilizar as concentrações de gases de efeito estufa na 
atmosfera em um nível que impeça uma interferência antrópica 
perigosa no sistema climático.
1994 Paris – França
Convenção das Nações Unidas 
para Combate à Desertificação.
Lutar contra a desertificação e mitigar os efeitos da seca nos 
países afetados, em particular a África, mediante a adoção 
de medidas eficazes, apoiadas por cooperação e acordos 
internacionais.
1996 Londres – Inglaterra 
Convenção Internacional sobre 
Responsabilidade e Compensação 
por Danos Conexos com o 
Transporte de Substâncias Nocivas 
e Perigosas por Mar (HNS).
Assegurar a implementação das obrigações sobre 
responsabilidade e compensação estabelecidas e tomar medidas 
legais para impor sanções, visando à efetiva execução dessas 
obrigações.
1997 Quioto – Japão Protocolo de Quioto.
Regular os níveis de concentração de gases de efeito estufa, de 
modo a evitar a ocorrência de mudanças climáticas a um nível 
que impediria o desenvolvimento econômico sustentável, ou 
comprometeria as iniciativas de produção de alimentos.
Fonte: <http://www.mma.gov.br/port/gab/asin/acordoc.html#atosm>. acesso em: 11/12/2007.
17
unidAdE ii
lEgiSlAção 
APliCAdA à FlorA 
E à FAunA
CAPítulo 1
legislação Aplicável à Flora
“Podemos ser donos do jardim, mas nunca das flores nem das árvores”
(pensamento chinês)
De acordo com a nossa Constituição, compete à União, cumulativamente com os Estados, o Distrito 
Federal e os Municípios, preservar as florestas, a fauna e a flora. A União, os Estados e o Distrito 
Federal são competentes para legislar concorrentemente sobre florestas. Já os Municípios, legislam 
suplementarmente à União e ao Estado, e sempre em assuntos de interesse local.
No art. 225 da nossa Constituição encontra-se a determinação de que incumbe ao Poder Público a 
proteção da flora, vedadas, na forma da lei, as práticas que coloquem em risco sua função ecológica 
e provoquem a extinção de espécies. Ainda neste artigo, no seu parágrafo 4o, a Floresta Amazônica 
brasileira, a Mata Atlântica, a Serra do Mar, o Pantanal Mato-Grossense e a Zona Costeira foram 
destacadas como patrimônio nacional.
O art. 2o da Lei no 4771/19656 (Código Florestal) considera de preservação permanente7 as florestas 
e demais formas de vegetação natural situadas:
 » ao longo dos rios ou de qualquer curso d’água cuja largura mínima será de: a) 30 
metros para os cursos d’água de menos de 10 metros de largura; b) 50 metros para 
os cursos d’água que tenham de 10 a 50 metros de largura; c) 100 metros para os 
cursos d’água que tenham de 50 a 200 metros de largura; d) 200 metros para os 
cursos d’água que tenham de 200 a 600 metros de largura; 500 metros para os 
cursos d’água que tenham largura superior a 600 metros; 
 »ao redor das lagoas, lagos ou reservatórios d’água naturais ou artificiais;
6. Já incluídas as modificações trazidas pelos dispositivos legais: Lei no 5.106/1966, Lei no 5.868/1972, Lei no 5.870/1973, Lei no 
7.803/1989, Lei no 9.985/2000, Medida Provisória no 2.166-67/2001, Decreto no 5.975/2006, Lei no 11.284/2006 e Lei no 
11.428/2006.
7. O Art. 3o do Código Florestal considera também de preservação permanente, as florestas e demais formas de vegetação natural 
destinadas a: a) atenuar a erosão das terras; b) fixar as dunas; c) formar faixas de proteção ao longo de rodovias e ferrovias; d) 
proteger sítios de excepcional beleza ou de valor científico ou histórico; e) asilar exemplares da fauna ou flora ameaçados de 
extinção; f) manter o ambiente necessário à vida das populações silvícolas; g) assegurar condições de bem-estar público.
18
UNIDADE II │ LEGISLAÇÃO APLICADA À FLORA E À FAUNA
 » nas nascentes, num raio mínimo de 50 metros de largura;
 » no topo de morros, montes, montanhas e serras;
 » nas encostas ou partes destas, com declividade superior a 45o;
 » nas restingas, como fixadoras de dunas ou estabilizadoras de mangues;
 » nas bordas dos tabuleiros ou chapadas;
 » em altitude superior a 1.800 metros, qualquer que seja a vegetação.
A supressão total ou parcial de florestas de preservação permanente só será admitida com autorização 
do Poder Executivo Federal, quando for necessária à execução de obras, planos, atividades ou projetos 
de utilidade pública ou interesse social. Além de caracterizar-se como de utilidade pública ou interesse 
social, a supressão de vegetação, em área de preservação permanente, somente poderá ser autorizada 
pelo órgão ambiental estadual (com anuência prévia, quando couber, do órgão federal ou municipal de 
meio ambiente) quando inexistir alternativa técnica e locacional ao empreendimento proposto. Essa 
autorização indicará as medidas mitigadoras e compensatórias a serem adotadas pelo empreendedor. 
No caso de supressão de vegetação nativa protetora de nascentes, ou de dunas e mangues, a supressão 
da vegetação só será autorizada em caso de utilidade pública (Código Florestal).
Ainda de acordo com esse dispositivo legal:
 » qualquer árvore poderá ser declarada imune de corte, por motivo de sua localização, 
raridade, beleza ou condição de porta-sementes;
 » as florestas e outras formas de vegetação nativa, ressalvadas as situadas em área de 
preservação permanente, são suscetíveis de supressão, desde que sejam mantidas, 
a título de reserva legal8, no mínimo: 80% na Amazônia Legal, 35% em área de 
cerrado localizada na Amazônia Legal e 20% em área de campos gerais e nas demais 
regiões do País;
 » a exploração de florestas e formações sucessoras, tanto de domínio público como de 
domínio privado, dependerá de prévia aprovação pelo órgão estadual competente.
A gestão de florestas públicas é amparada pela Lei no 11.284, de 2006, que também instituiu o 
Serviço Florestal Brasileiro – SFB, para atuar exclusivamente na gestão dessas florestas, e criou 
o Fundo Nacional de Desenvolvimento Florestal – FNDF. De acordo com esse dispositivo legal, 
somente poderão ser habilitadas nas licitações para concessão florestal empresas constituídas 
sob as leis brasileiras e que tenham sede e administração no País. A concessão florestal confere 
ao concessionário somente os direitos expressamente previstos no contrato de concessão, sendo 
vedadas, entre outras: acesso ao patrimônio genético para fins de pesquisa e desenvolvimento, 
bioprospecção ou constituição de coleções e exploração dos recursos minerais e pesqueiros ou da 
fauna silvestre. O prazo dos contratos de concessão florestal pode chegar a 40 (quarenta) anos.
Com relação ao Bioma da Mata Atlântica, a Lei no 11.428/2006 dispõe sobre a utilização e proteção 
da sua vegetação nativa e tem por objetivos: o desenvolvimento sustentável, a salvaguarda da 
8. A localização da reserva legal deve ser aprovada pelo órgão ambiental estadual competente ou, mediante convênio, pelo órgão 
ambiental municipal. (Código Florestal)
19
LEGISLAÇÃO APLICADA À FLORA E À FAUNA │ UNIDADE II
biodiversidade, da saúde humana, dos valores paisagísticos, estéticos e turísticos, do regime hídrico 
e da estabilidade social. O corte, a supressão e a exploração da vegetação de Mata Atlântica far-se-
ão de maneira diferenciada, conforme se trate de vegetação primária ou secundária. No entanto, 
a exploração eventual, sem propósito comercial, de espécies da flora nativa, para consumo nas 
propriedades ou posses das populações tradicionais ou de pequenos produtores rurais, independe 
de autorização dos órgãos competentes. O corte e a supressão de vegetação primária ou nos estágios 
avançado e médio de regeneração desse Bioma ficam vedados quando: a) abrigar espécies da flora 
e da fauna silvestres ameaçadas de extinção e a intervenção ou o parcelamento puserem em risco 
a sobrevivência dessas espécies; b) exercer a função de proteção de mananciais ou de prevenção e 
controle de erosão; c) formar corredores entre remanescentes de vegetação primária ou secundária 
em estágio avançado de regeneração; d) proteger o entorno das unidades de conservação; e) possuir 
excepcional valor paisagístico.
A supressão de vegetação primária e secundária no estágio avançado de regeneração somente poderá 
ser autorizada em caso de utilidade pública, sendo que a vegetação secundária em estágio médio de 
regeneração poderá ser suprimida nos casos de utilidade pública e interesse social, quando inexistir 
alternativa técnica e locacional ao empreendimento proposto, ressalvado o disposto no inciso i do 
art. 30 e nos §§ 1o e 2o do art. 31 desta Lei. Já o corte, a supressão e a exploração da vegetação 
secundária em estágio inicial de regeneração do Bioma Mata Atlântica serão autorizados pelo órgão 
estadual competente. 
O poder público, sem prejuízo das obrigações dos proprietários e posseiros estabelecidas na 
legislação ambiental, estimulará, com incentivos econômicos, a proteção e o uso sustentável do 
Bioma Mata Atlântica.
Resoluções CONAMA que tratam sobre o tema podem ser destacadas como:
 » no 9/1996 – Define “corredor de vegetação entre remanescentes” como área de 
trânsito à fauna. 
 » no 249/1999 – Apresenta as Diretrizes para a Política de Conservação e 
Desenvolvimento Sustentável da Mata Atlântica.
 » no 302/2002 – Dispõe sobre os parâmetros, definições e limites de APPs9 de 
reservatórios artificiais e o regime de uso do entorno.
 » no 303/2002 – Dispõe sobre parâmetros, definições e limites de APPs.
 » no 317/2002 – Regulamenta a Resolução no 278/2001,que dispõe sobre o corte e 
exploração de espécies ameaçadas de extinção da flora da Mata Atlântica.
 » no 369/2006 – Dispõe sobre os casos excepcionais, de utilidade pública,interesse 
social ou baixo impacto ambiental, que possibilitam a intervenção ou supressão de 
vegetação em APP.
 » no 379/2006 – Cria e regulamenta sistema de dados e informações sobre a 
gestão florestal no âmbito do SISNAMA. De acordo com esse dispositivo legal, as 
9. APPs – áreas de preservação permanente
20
UNIDADE II │ LEGISLAÇÃO APLICADA À FLORA E À FAUNA
informações referentes às autorizações, em especial de supressão de vegetação 
nativa, licenciamentos e documentos para o transporte e armazenamento, 
necessários à fiscalização das atividades florestais, em especial ao fluxo de produtos 
e subprodutos florestais, permanecerão disponíveis na Internet.
 » no 388/2007 – Dispõe sobre a convalidação das Resoluções que definem a vegetação 
primária e secundária nos estágios inicial, médio e avançado de regeneração da Mata 
Atlântica para fins do disposto no art. 4 § 1 da Lei no 11.428, de 22 de dezembro de 
2006. Entre outras, foi convalidada a Resolução CONAMA no 10/1993 (estabelece 
os parâmetros básicos para análise dos estágios de sucessão de Mata Atlântica).
A PORTARiA no 253/2006, do Ministério do Meio Ambiente instituiu, no âmbito do IBAMA, 
o Documento de Origem Florestal-DOF em substituiçãoà Autorização para Transporte de 
Produtos Florestais-ATPF. O DOF é a licença obrigatória para o transporte e armazenamento de 
produtos e subprodutos florestais de origem nativa, contendo as informações sobre a procedência 
desses produtos.
A Lei no 9.605/1998 (ou Lei de Crimes Ambientais) dispõe sobre os crimes contra a flora nos seus 
arts. 38 a 53. A seguir, são apresentadas algumas infrações:
 » Destruir ou danificar floresta considerada de preservação permanente, mesmo que 
em formação, ou utilizá-la com infringência das normas de proteção.
 » Cortar árvores em floresta considerada de preservação permanente, sem permissão 
da autoridade competente.
 » Causar dano direto ou indireto às Unidades de Conservação e às suas áreas 
circundantes. Será considerada circunstância agravante, a ocorrência de dano 
afetando espécies ameaçadas de extinção no interior das Unidades de Conservação 
de Proteção Integral ou nas Unidades de Conservação de Uso Sustentável.
 » Extrair de florestas de domínio público ou consideradas de preservação permanente, 
sem prévia autorização, pedra, areia, cal ou qualquer espécie de minerais.
 » Cortar ou transformar em carvão madeira de lei.
 » Impedir ou dificultar a regeneração natural de florestas e demais formas de vegetação.
 » Destruir ou danificar florestas nativas ou plantadas ou vegetação fixadora de dunas, 
protetora de mangues, objeto de especial preservação.
 » Desmatar, explorar economicamente ou degradar floresta, plantada ou nativa, em 
terras de domínio público ou devolutas, sem autorização do órgão competente. No 
entanto, não é crime a conduta praticada quando necessária à subsistência imediata 
pessoal do agente ou de sua família.
 » Comercializar motosserra ou utilizá-la em florestas e nas demais formas de 
vegetação, sem licença ou registro da autoridade competente.
21
LEGISLAÇÃO APLICADA À FLORA E À FAUNA │ UNIDADE II
 » Penetrar em Unidades de Conservação conduzindo substâncias ou instrumentos 
próprios para caça ou para exploração de produtos ou subprodutos florestais, sem 
licença da autoridade competente.
As sanções administrativas aplicáveis à flora estão apresentadas nos arts. 25 a 48 do Decreto 
no 3.179/1999, que dispõe sobre a especificação das sanções aplicáveis às condutas e às atividades 
lesivas ao meio ambiente.
Informações mais detalhadas sobre a lei no 9.605/1998 são encontradas no Capítulo 
9 deste Caderno de estudos.
Vá, ainda, em um site de busca e pesquise mais sobre o assunto.
22
CAPítulo 2
legislação Aplicável à Fauna
Se todo animal inspira sempre ternura, o que houve então com os homens?
(Guimarães rosa)
A tutela da flora e de importantes ecossistemas brasileiros é muito importante para a preservação da 
fauna, tendo em vista a relação existente entre a variedade de animais numa região e a quantidade 
e qualidade da vegetação (MiLARé, 2005).
O art. 225 da nossa Constituição determina, ao poder público, a proteção à fauna, vedadas, na forma 
da lei, as práticas que coloquem em risco sua função ecológica, provoquem a extinção de espécies ou 
submetam os animais a crueldade.
O Decreto-Lei no 221/1967 dispõe sobre a proteção e estímulos à pesca. É também denominado de 
Código de Pesca. De acordo com esse dispositivo legal:
 » a pesca pode efetuar-se com fins comerciais, desportivos ou científicos;
 » as embarcações estrangeiras somente poderão realizar atividade de pesca no mar 
territorial do Brasil quando devidamente autorizadas ou quando cobertas por 
acordos internacionais sobre pesca firmados, pelo Governo Brasileiro;
 » é proibida a importação ou a exportação de quaisquer espécies aquáticas e a 
introdução de espécies nativas ou exóticas nas águas interiores, sem autorização do 
órgão competente;
 » é proibido pescar:
 › nos lugares e nas épocas interditados pelo órgão competente10;
 › com dinamite e outros explosivos comuns ou com substâncias que em contato 
com a água possam agir de forma explosiva11;
 › com substâncias tóxicas12;
 » qualquer obra que importe em alteração do regime dos cursos d’água é passível de 
implementar medidas de proteção à fauna.
A Lei no 5.197/196713 dispõe sobre a proteção à fauna. De acordo com esse dispositivo legal, a fauna 
silvestre, bem como seus ninhos, abrigos e criadouros naturais são propriedades do Estado, sendo 
proibida a sua utilização, perseguição, destruição, caça ou apanha.
10. Dispositivo não aplicável para o pescador artesanal que utiliza, para o exercício da pesca, linha de mão ou vara, linha e anzol.
11. Não se aplicam aos trabalhos executados pelo Poder Público, que se destinem ao extermínio de espécies consideradas nocivas.
12. Não se aplicam aos trabalhos executados pelo Poder Público, que se destinem ao extermínio de espécies consideradas nocivas.
13. Também denominado de Código de Caça.
23
LEGISLAÇÃO APLICADA À FLORA E À FAUNA │ UNIDADE II
É proibido também o comércio de espécimes da fauna silvestre e de produtos e objetos que impliquem 
caça, perseguição, destruição ou apanha.
No entanto, é permitida a apanha de ovos, lavras e filhotes que se destinem a estabelecimentos 
legalizados, bem como a destruição de animais silvestres considerados nocivos à agricultura ou à 
saúde humana.
A autoridade apreenderá os produtos da caça e/ou da pesca, bem como os instrumentos utilizados 
na infração. No caso de produtos perecíveis, estes poderão ser doados a instituições científicas, 
penais, hospitais e/ou casas de caridade mais próximas.
Os atentados contra a fauna, previstos nos Códigos de Caça e de Pesca, foram consolidados na Lei 
de Crimes Ambientais14 (MiLARé, 2005). Os arts. 29 a 35 desse dispositivo legal apresentam as 
infrações e as penalidades relacionadas à fauna. A seguir, são apresentadas essas infrações:
 » matar, perseguir, caçar, apanhar, utilizar espécimes da fauna silvestre, nativos ou 
em rota migratória, sem a devida permissão, licença ou autorização da autoridade 
competente;
 » exportar para o exterior peles e couros de anfíbios e répteis, sem a autorização da 
autoridade ambiental competente;
 » praticar ato de abuso, maus-tratos, ferir ou mutilar animais silvestres, domésticos 
ou domesticados, nativos ou exóticos;
 » provocar, pela emissão de efluentes ou carreamento de materiais, o perecimento 
de espécimes da fauna aquática existentes em rios, lagos, açudes, lagoas, baías ou 
águas jurisdicionais brasileiras;
 » pescar em período no qual a pesca seja proibida ou em lugares interditados por 
órgão competente.
O art. 37 dessa lei faz uma ressalva de que não se constitui em crime o abate de animal, quando 
realizado: a) em estado de necessidade, para saciar a fome do agente ou de sua família; b) para 
proteger lavouras, pomares e rebanhos da ação predatória ou destruidora de animais, desde que 
legal e expressamente autorizado pela autoridade competente; c) por ser nocivo o animal, desde que 
assim caracterizado pelo órgão competente.
As sanções administrativas aplicáveis à fauna estão discriminadas nos art. 11 a 24 do Decreto no 
3.179/1999.
Das Resoluções CONAMA que tratam sobre o tema, podemos destacar as seguintes.
 » no 17/1989 – Dispõe sobre a destinação de produtos e subprodutos não comestíveis 
de animais silvestres apreendidos pelo iBAMA. Ressalta-se que, por esse dispositivo 
legal, devem ser incinerados todos os produtos e subprodutos não comestíveis, 
oriundos da Fauna Silvestre, apreendidos e depositados pelo iBAMA.
14. Lei no 9.605/98
24
UNIDADE II │ LEGISLAÇÃO APLICADA À FLORA E À FAUNA
 » no 384/2006 – Disciplina a concessão de depósito doméstico provisório de animais 
silvestres apreendidos.
 » no 394/2007 – Estabelece os critérios para a determinação de espécies silvestres a 
serem criadas e comercializadas como animais de estimação.
25
CAPítulo 3
biodiversidade
“Quando mexemos numa única coisa na natureza, logo descobrimos que ela está 
ligada ao resto do mundo”
(John Muir, conservacionista)
Os instrumentos internacionais que tratam, direta ou indiretamente, sobre Biodiversidadesão: 
Convenção da Biodiversidade, Convenção sobre o Comércio internacional de Espécies de Fauna 
e Flora Selvagens em Perigo de Extinção (CITES), Convenção das Nações Unidas sobre o Direito 
do Mar e Convenção RAMSAR sobre Zonas Úmidas de importância internacional. As leis de 
proteção da fauna e flora, bem como a Lei no 9.985/200015 contribuem também com a proteção da 
biodiversidade (MiLARé, 2005).
O art. 225 da nossa Constituição trata sobre o tema, estabelecendo que incumbe ao Poder Público:
 » preservar e restaurar os processos ecológicos essenciais;
 » preservar a diversidade e a integridade do patrimônio genético do País;
 » proteger a fauna e a flora, vedadas, na forma da lei, as práticas que coloquem em 
risco sua função ecológica, provoquem a extinção de espécies.
Outros instrumentos legais que tratam sobre esse assunto são a Medida Provisória no 2.186-16/2001, 
que dispõe sobre os bens, os direitos e as obrigações relativos ao acesso ao patrimônio genético, e 
o Decreto no 4.339/2002, que instituiu os princípios e diretrizes para a implementação da Política 
Nacional da Biodiversidade.
Essa Política tem como objetivo geral “a promoção, de forma integrada, da conservação da 
biodiversidade e da utilização sustentável de seus componentes, com a repartição justa e equitativa 
dos benefícios derivados da utilização dos recursos genéticos, de componentes do patrimônio 
genético e dos conhecimentos tradicionais associados a esses recursos.” 
15. Esta Lei instituiu o Sistema Nacional de Unidades de Conservação – SNUC. Mais detalhes sobre esse Sistema no Capítulo 8 
deste Caderno de Estudos.
26
unidAdE iiiinStrumEntoS dE 
gEStão AmbiEntAl
CAPítulo 1
licenciamento Ambiental
“Todos querem voltar à natureza, mas ninguém quer ir a pé”.
(Pietra Kelly)
O Licenciamento Ambiental é um dos instrumentos da PNMA. Foi instituído pela Lei no 6.938/1981 
e tem como objetivo disciplinar, previamente, a construção, instalação, ampliação e funcionamento 
de empreendimentos e atividades utilizadoras de recursos naturais, considerados efetiva ou 
potencialmente poluidores, bem como aqueles capazes de causar degradação ambiental. O 
Sistema de Licenciamento de Atividades Poluidoras (SLAP) é o conjunto de leis, normas técnicas 
e administrativas que disciplinam a implantação e o funcionamento de qualquer equipamento ou 
atividade considerada poluidora ou potencialmente poluidora.
O Decreto no 99.274/1990 regulamentou a Lei no 6.938/1981. O Licenciamento Ambiental é tratado 
nos arts. 17 a 22 desse Decreto. Com o objetivo de dar transparência ao processo de licenciamento 
ambiental, foi editada a Resolução CONAMA no 006/1986 (Complementada pela Resolução no 
281/2001), que dispõe sobre a aprovação de modelos para publicação de pedidos de licenciamento.
Considerando, entre outras, a necessidade de revisão dos procedimentos e critérios utilizados no 
licenciamento ambiental, como forma de efetivar a utilização do sistema de licenciamento como 
instrumento de gestão ambiental, instituído pela PNMA, bem como a necessidade de se incorporar 
a esse sistema os instrumentos de gestão ambiental, foi editada a Resolução CONAMA no 237, em 
19 de dezembro de 1997.
Esta Resolução listou, em seu Anexo I, os empreendimentos e as atividades passíveis de licenciamento 
ambiental16, apresentou as etapas do processo de licenciamento ambiental e estabeleceu critérios 
para a definição dos diversos níveis para licenciar (municipal, estadual ou federal).
Além da participação efetiva dos órgãos ambientais no processo de licenciamento, atualmente, 
observa-se a inserção do Ministério Público neste contexto. Entretanto, antes da promulgação da Lei no 
16. No entanto, o órgão ambiental competente definirá os critérios de exigibilidade, o detalhamento e a complementação desse 
anexo (Resolução CONAMA no 237/97).
27
Instrumentos de Gestão AmbIentAl │ unIdAde III
6.938/198117, o Ministério Público pouco intervinha nas questões ambientais, especialmente, porque 
lhe faltava uma base legal para tal. Com o advento da Constituição Federal de 1988, foi dedicado 
todo um capítulo ao Ministério Público dando-lhe novo perfil e assegurando uma carreira própria e 
garantias de independência dos Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário. Além disso, listou entre as 
funções institucionais do Ministério Público a de “III – promover o inquérito civil e a ação civil 
pública, para a proteção do patrimônio público e social, do meio ambiente e de outros 
interesses difusos e coletivos”. (MILARÉ, E. e BENJAMIN, A. H. V., 1993). 
O Licenciamento Ambiental, conforme preconiza a legislação ambiental, consiste na obtenção de 
três licenças18:
 » Licença Prévia (LP) – emitida na fase de planejamento da atividade, contendo 
requisitos quanto à localização, instalação e operação das instalações;
 » Licença de Instalação (LI) – autoriza o início da implantação do empreendimento, 
de acordo com o projeto aprovado;
 » Licença de Operação (LO) – autoriza o início da atividade licenciada.
As licenças ambientais poderão ser suspensas ou canceladas. A suspensão da licença ambiental 
é um ato temporário até que a obra ou atividade esteja em conformidade com os requerimentos 
legais. Já o cancelamento da licença é um ato definitivo. De acordo com a Resolução CONAMA no 
237/1997, a suspensão ou o cancelamento das licenças ambientais ocorre quando há: a) violação 
ou inadequação de quaisquer condicionantes ou normas legais; b) omissão ou falsa descrição de 
informações nos documentos constantes do processo de licenciamento; c) graves riscos ambientais 
ou à saúde.
De acordo com o Decreto no 4.340/2002, os empreendimentos implantados antes da sua edição 
e em operação sem as respectivas licenças ambientais deverão requerer, no prazo de doze meses, 
a regularização junto ao órgão ambiental competente mediante licença de operação corretiva 
ou retificadora.
Para os empreendimentos e atividades que estiverem sem licença ou autorização dos órgãos 
ambientais competentes, ou contrariando as normas legais e regulamentares pertinentes, 
a Lei no 9.605/1998 prevê pena de detenção, de um a seis meses, ou multa, ou ambas as penas 
cumulativamente.
licença Prévia
A expedição da Licença Prévia aprova a viabilidade ambiental do projeto, autoriza sua localização 
e sua concepção tecnológica e estabelece as condições a serem consideradas no desenvolvimento 
17. O art. 14 desta Lei, parágrafo único, instituiu que “Sem obstar a aplicação das penalidades previstas neste artigo, é o poluidor 
obrigado, independentemente de existência de culpa, a indenizar ou reparar os danos causados ao meio ambiente e a terceiros, 
afetados por sua atividade. O Ministério Público da União e dos Estados terá legitimidade para propor ação de responsabilidade 
civil e criminal por danos causados ao meio ambiente”.
18. Essas licenças poderão ser expedidas isolada ou sucessivamente. Para atender às diferentes características e peculiaridades 
das atividades ou empreendimentos, o CONAMA definirá, quando necessário, licenças ambientais específicas (Resolução 
CONAMA no 237/1997).
28
UNIDADE III │ INSTRUMENTOS DE GESTÃO AMBIENTAL
do projeto executivo. O prazo de validade desta licença deverá ser, no mínimo, o estabelecido pelo 
cronograma de elaboração dos planos, programas e projetos relativos ao empreendimento ou 
atividade, não podendo ser superior a cinco anos (art. 14 da Resolução CONAMA no 237/1997).
É nessa fase que se decide sobre a necessidade da exigência, ou não, do Estudo de Impacto Ambiental 
– EIA e seu respectivo Relatório de Impacto ambiental – RIMA, que dependerá da complexidade e 
porte do empreendimento.
Estudo de impacto Ambiental (EiA)
A expressão “EIA” é de origem americana e surgiu na década de 1970. Tem como objetivo “qualificar 
e, quanto possível, quantificar antecipadamente o impacto ambiental” (MILARÉ, E. e BENJAMIN, 
A. H. V., 1993). Pode ser definido como “um estudo das prováveis modificações das diversas 
características socioeconômicas e biofísicasdo meio ambiente que podem resultar de 
um projeto proposto” (JAIN, R. K. et al., 1977 apud MILARÉ, E. e BENJAMIN, A. H. V., 1993).
A nossa Constituição de 1988 exigiu, na forma da lei, para instalação de obra ou atividade 
potencialmente causadora de significativa degradação do meio ambiente, estudo prévio de impacto 
ambiental, a que se dará publicidade.
O EIA e o RIMA – Relatório de Impacto Ambiental19 foram tratados na Resolução CONAMA no 
00120, de 23 de janeiro de 1986, que estabeleceu as diretrizes e procedimentos que orientam os 
órgãos de meio ambiente dos estados, o IBAMA e os promotores de projeto, quanto aos aspectos 
técnicos, à participação do público e às responsabilidades de cada um no processo de avaliação de 
impacto ambiental.
Ao determinar a execução do EIA e do RIMA, o órgão ambiental licenciador determinará o prazo 
para recebimento dos comentários a serem feitos pelos órgãos públicos e demais interessados e, 
sempre que julgar necessário21 promoverá a realização de audiência pública.
Audiência Pública
A Resolução CONAMA no 009/1987 dispõe sobre as Audiências Públicas. De acordo com essa 
Resolução, na hipótese de haver solicitação de audiência pública e o órgão ambiental não realizá-la, 
a licença concedida não será válida.
O objetivo destas audiências é a discussão pública do empreendimento e suas implicações. Antes 
da realização da audiência pública, o RIMA deve ficar à disposição, no mínimo 45 dias, para 
consulta pública em local de fácil acesso da população diretamente afetada pelo empreendimento 
ou atividade. Deve haver, também, publicação em jornais de grande circulação e regional, além do 
Diário Oficial, com indicação de data, hora e local da audiência.
19. O RIMA refletirá as conclusões do EIA e deve ser escrito em linguagem acessível ao público.
20. Considerando as alterações advindas das Resoluções Conama no 11/1986, no 5/1987 e no 237/1997.
21. Ou quando solicitadas por entidade civil, pelo Ministério Público, ou por 50 ou mais cidadãos
29
Instrumentos de Gestão AmbIentAl │ unIdAde III
licença de instalação
Após a concessão da LP, o empreendedor deverá detalhar os planos, programas e projetos 
ambientais, que foram objeto do processo de licenciamento prévio. Este detalhamento é exigido 
por meio de estudo ambiental específico. Após a análise e aprovação desse estudo, a Licença de 
instalação é liberada.
Esta licença autoriza o início da implantação do empreendimento. O prazo de validade deverá ser, 
no mínimo, o estabelecido pelo cronograma de instalação do empreendimento ou atividade, não 
podendo ser superior a seis anos.
Para o licenciamento ambiental de empreendimentos do setor elétrico, foi editada, em 16 de 
setembro de 1987, a Resolução CONAMA no 006. Esta teve como objetivo definir regras gerais para 
o licenciamento dessas atividades, de modo a harmonizar conceitos e linguagem entre os diversos 
intervenientes no processo.
O art. 5o desta Resolução determina, no caso de usinas termelétricas, que “a LP deverá ser requerida 
no início do estudo de viabilidade; a Li antes do início da efetiva implantação do empreendimento 
e a LO depois dos testes realizados e antes da efetiva colocação da usina em geração comercial 
de energia”. Desta forma, depreende-se que os testes pré-operacionais deverão ser realizados 
no contexto da Licença de Instalação da atividade, o que vem sendo utilizado, em geral, pelos 
organismos licenciadores para as atividades industriais, por exemplo.
A concessão da Li para empreendimentos que impliquem desmatamento depende, também, de 
“Autorização de Desmatamento”.
licença de operação
Autoriza a operação comercial da atividade ou empreendimento, após a verificação do efetivo 
cumprimento das medidas de controle ambiental e das condicionantes determinadas para a 
operação. Seu prazo de validade será de, no mínimo, quatro anos e, no máximo, de dez anos.
A renovação desta Licença deverá ser requerida com antecedência mínima de cento e vinte dias da 
expiração de seu prazo de validade.
Algumas Peculiaridades do Processo de 
licenciamento Ambiental
Para os licenciamentos ambientais que envolvem a construção de reservatórios artificiais, a APP 
será definida conforme a Resolução CONAMA no 302/2002. No caso do licenciamento ambiental 
de empreendimentos destinados à geração de energia e abastecimento público, o empreendedor 
deverá elaborar o plano ambiental de conservação e uso do entorno de reservatório artificial. A 
aprovação desse plano deverá ser precedida da realização de consulta pública, sob pena de nulidade 
da licença concedida.
30
UNIDADE III │ INSTRUMENTOS DE GESTÃO AMBIENTAL
Com o objetivo de compatibilizar o licenciamento ambiental com os estudos preventivos de 
arqueologia, necessários para os empreendimentos passíveis de afetar o patrimônio arqueológico, 
o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional – IPHAN, por meio da Portaria no 
230/2002, definiu os procedimentos e estudos para as três fases desse licenciamento.
Nos casos de empreendimentos de significativo impacto ambiental que venham a afetar unidade 
de conservação ou sua zona de amortecimento, o licenciamento só poderá ser concedido mediante 
autorização do órgão responsável por sua administração, e a unidade afetada, mesmo que não 
pertencente ao Grupo de Proteção Integral, deverá ser uma das beneficiárias da compensação 
ambiental (Lei no 9.985/2000).
Para o caso da unidade de conservação que não tiver definida a sua zona de amortecimento22, esta 
será considerada como possuindo um raio de dez quilômetros a partir das áreas circundantes 
dessa unidade.
Considerada a especificidade da atividade denominada EXPROPER (Exploração, Perfuração 
e Produção de Petróleo e Gás Natural), foram instituídos procedimentos específicos para esse 
licenciamento, que estão apresentados na Resolução CONAMA no 23/1994.
No caso do Licenciamento Ambiental federal, os principais atores do processo são:
 » IBAMA – instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis.
 › coordena todo o processo de licenciamento;
 › emite as licenças ambientais.
 » OEMAs – Órgãos Estaduais de Meio Ambiente.
 › participam, com o iBAMA, de todo o processo de licenciamento ambiental.
 » IPHAN – Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional.
 › atua em áreas com potencial de ocorrência de sítios arqueológicos e de interesse 
histórico e cultural.
 » FUNAI – Fundação Nacional do Índio.
 › regula as interferências de empreendimentos sobre os territórios indígenas.
 » FUNDAÇÃO PALMARES
 › atuação na preservação dos valores culturais, sociais e econômicos decorrentes 
da influência negra na formação da sociedade.
 » CNEN – Comissão Nacional de Energia Nuclear.
 › atua nos empreendimentos radioativos e nucleares.
22. A zona de amortecimento de uma unidade de conservação é definida no Plano de Manejo dessa unidade.
31
Instrumentos de Gestão AmbIentAl │ unIdAde III
Compensação Ambiental23
Para a fixação dessa compensação, o órgão ambiental licenciador estabelecerá o grau de impacto a 
partir do EiA, sendo considerados os impactos negativos e não mitigáveis aos recursos ambientais. 
Os recursos a serem empregados na compensação ambiental não podem ser inferiores a meio por 
cento dos custos totais24 previstos para a implantação do empreendimento, sendo o percentual 
fixado pelo órgão ambiental licenciador. A este compete definir as unidades de conservação a serem 
beneficiadas, considerando as propostas apresentadas no EIA e ouvido o empreendedor, podendo 
inclusive ser contemplada a criação de novas unidades de conservação.
é assegurado a qualquer interessado o direito de apresentar por escrito, durante o procedimento de 
licenciamento ambiental, sugestões justificadas de unidades de conservação a serem beneficiadas 
ou criadas. Essas sugestões serão analisadas pelo órgão licenciador.
A fixação do montante da compensação ambiental e a celebração do termo de compromisso 
correspondente deverão ocorrer no momento da emissãoda Licença de instalação.
Nos casos de licenciamento ambiental para a ampliação ou para a modificação de empreendimentos 
já licenciados, sujeitas a EIA, que impliquem significativo impacto ambiental, a compensação 
ambiental será definida com base nos custos da ampliação ou da modificação.
De acordo com o art. 17 da Lei no 11.428/2006, o corte ou a supressão de vegetação primária 
ou secundária nos estágios médio ou avançado de regeneração do Bioma Mata Atlântica ficam 
condicionados à compensação ambiental, na forma da destinação de área equivalente à extensão da 
área desmatada, com as mesmas características ecológicas, na mesma bacia hidrográfica e, sempre 
que possível, na mesma microbacia hidrográfica.
Informações sobre as atividades, os estudos e os projetos que estejam sendo executados com recursos 
da compensação ambiental deverão estar disponibilizadas ao público, assegurando-se publicidade 
e transparência a elas.
Mais resoluções CoNAMA que tratam sobre o tema, para o período de julho/1984 a 
maio/2006, podem ser encontradas no livro do CoNAMA, disponível na Biblioteca 
existente em nosso ambiente virtual. As demais resoluções encontram-se em: 
<http://www.mma.gov.br/port/conama/legiano.cfm?codlegitipo=3>.
23. Sobre esse assunto, veja a Lei no 9.985/2000, o Decreto no 4.340/2002 e a Resolução CONAMA no 371/2006.
24. Os investimentos destinados à elaboração e à implementação de planos, programas e ações estabelecidos no processo 
de licenciamento ambiental não integrarão os custos totais para efeito do cálculo da compensação ambiental (Resolução 
CONAMA nº 371/2006).
32
CAPítulo 2
Criação de Espaços territoriais 
Especialmente Protegidos
“Uma sociedade não se define pelo que cria, e sim pelo que se recusa a destruir”
(John Sawhill)
A criação de espaços territoriais especialmente protegidos é um dos instrumentos da PNMA, que foi 
recepcionado pela Constituição:
Art. 225, § 1o, III – definir, em todas as unidades da Federação, espaços territoriais 
e seus componentes a serem especialmente protegidos, sendo a alteração e a 
supressão permitidas somente através de lei, vedada qualquer utilização que 
comprometa a integridade dos atributos que justifiquem sua proteção.
Devido à complexidade do tema, foi instituído o Sistema Nacional de Unidades de Conservação da 
Natureza (SNUC), por meio da Lei no 9.985/2000. Esta lei estabeleceu os critérios e as normas para 
a criação, implantação e gestão das unidades de conservação.
A execução das ações da política nacional de unidades de conservação da natureza é de competência 
do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade – Instituto Chico Mendes, conforme 
a Lei no 11.516/2007. Esse Instituto tem ainda as atribuições, entre outras, de:
 » executar as políticas relativas ao uso sustentável dos recursos naturais renováveis e 
ao apoio ao extrativismo e às populações tradicionais nas unidades de conservação 
de uso sustentável;
 » fomentar e executar programas de pesquisa, proteção, preservação e conservação 
da biodiversidade e de educação ambiental;
 » exercer o poder de polícia ambiental para a proteção das unidades de conservação 
instituídas pela União25.
O SNUC é constituído pelo conjunto das unidades de conservação federais, estaduais e municipais 
e, entre outros, tem os seguintes objetivos: contribuir para a manutenção da diversidade biológica 
e dos recursos genéticos; proteger as espécies ameaçadas de extinção; contribuir para a preservação 
e a restauração da diversidade de ecossistemas naturais; promover o desenvolvimento sustentável a 
partir dos recursos naturais; proteger paisagens naturais e pouco alteradas de notável beleza cênica; 
recuperar ou restaurar ecossistemas degradados; proporcionar meios e incentivos para atividades de 
pesquisa científica, estudos e monitoramento ambiental; proteger os recursos naturais necessários à 
subsistência de populações tradicionais, respeitando e valorizando seu conhecimento e sua cultura e 
promovendo-as social e economicamente.
25. Não há exclusão do exercício supletivo do poder de polícia ambiental pelo IBAMA.
33
Instrumentos de Gestão AmbIentAl │ unIdAde III
O SNUC será gerido pelos seguintes órgãos:
 » Órgão consultivo e deliberativo: o CONAMA, com as atribuições de acompanhar a 
implementação do Sistema;
 » Órgão central: Ministério do Meio Ambiente, com a finalidade de coordenar o Sistema;
 » Órgãos executores: o Instituto Chico Mendes e o Ibama, em caráter supletivo, os 
órgãos estaduais e municipais.
As unidades de conservação integrantes do SNUC dividem-se em dois grupos, com características 
específicas e estão apresentadas a seguir.
tabela 6 – unidades de conservação integrantes do snuc262728
Grupos de Unidades Objetivo Categorias Objetivos
Proteção Integral
Preservar a natureza, sendo 
admitido apenas o uso indireto 
dos seus recursos naturais
Estação Ecológica
Preservação da natureza e a realização de pesquisas 
científicas.
Uso Sustentável
Compatibilizar a conservação da natureza com o uso 
sustentável de parcela dos seus recursos naturais
Parque Nacional26
Preservação de ecossistemas naturais de grande 
relevância ecológica e beleza cênica; realização de 
pesquisas científicas e desenvolvimento de atividades de 
educação e interpretação ambiental, de recreação e de 
turismo ecológico. 
Monumento Natural
Preservar sítios naturais raros, singulares ou de grande 
beleza cênica.
Refúgio de Vida Silvestre
Proteger ambientes naturais onde se asseguram 
condições para a existência ou reprodução de espécies 
ou comunidades da flora local e da fauna residente ou 
migratória. 
Uso Sustentável
Compatibilizar a conservação 
da natureza com o uso 
sustentável de parcela dos 
seus recursos naturais
Área de Proteção 
Ambiental
Proteger a diversidade biológica, disciplinar o processo 
de ocupação e assegurar a sustentabilidade do uso dos 
recursos naturais.
Área de Relevante 
Interesse Ecológico
Manter os ecossistemas naturais de importância 
regional ou local e regular o uso admissível dessas 
áreas, de modo a compatibilizá-lo com os objetivos de 
conservação da natureza.
Floresta Nacional27
Uso múltiplo sustentável dos recursos florestais e a 
pesquisa científica, com ênfase em métodos para 
exploração sustentável de florestas nativas. 
Reserva Extrativista
Proteger os meios de vida e a cultura de populações 
extrativistas tradicionais, e assegurar o uso sustentável 
dos recursos naturais da unidade. 
Reserva de Fauna
Realizar estudos técnico-científicos sobre o manejo 
econômico sustentável de recursos faunísticos.
Reserva de 
Desenvolvimento 
Sustentável
Abrigar populações tradicionais, que desempenham 
um papel fundamental na proteção da natureza e na 
manutenção da diversidade biológica
RPPN28 Conservar a diversidade biológica.
Fonte: Lei no 9.985/2000.
26. As unidades dessa categoria, quando criadas pelo Estado ou Município, serão denominadas, respectivamente, Parque Estadual 
e Parque Natural Municipal (Lei nº 9.985/2000).
27. Quando criada pelo Estado ou Município, será denominada, respectivamente, Floresta Estadual e Floresta Municipal (Lei nº 
9.985/2000).
28. Reserva Particular do Patrimônio Natural: área privada, gravada com perpetuidade.
34
CAPítulo 3
Penalidades disciplinares e 
Compensatórias
“A justiça é a verdade em ação.”
Joubert
Além de medidas preventivas, a tutela administrativa do meio ambiente prevê também ações 
corretivas. Estas serão tratadas neste capítulo.
No § 3o do art. 225 da nossa Constituição de 1988 está previsto que: 
“as condutas e atividades consideradas lesivas ao meio ambiente sujeitarão 
os infratores, pessoas físicas ou jurídicas, a sanções penais e administrativas, 
independentemente da obrigação de reparar os danos causados.”
Os arts. 14 e 15 da Lei no 6.938/1981 tratam sobre as penalidades previstas, na hipótese de 
descumprimento das normas ambientais. Destaque-se que o poluidor é obrigado, independentemente 
da existência de culpa29, a indenizar ou reparar os danoscausados ao meio ambiente e a 
terceiros afetados por sua atividade. O Ministério Público terá legitimidade para propor ação de 
responsabilidade civil e criminal, por danos causados ao meio ambiente.
Além do Ministério Público, têm legitimidade para propor a ação civil pública30: a Defensoria Pública, 
a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, a autarquia, empresa pública, fundação ou 
sociedade de economia mista; e associação31.
Ressalta-se que o Ministério Público, se não intervier no processo como parte, atuará obrigatoriamente 
como fiscal da lei. Além disso, os órgãos públicos legitimados poderão tomar dos interessados 
compromisso de ajustamento de sua conduta32 às exigências legais.
A ação civil poderá ter por objeto a condenação em dinheiro ou o cumprimento de obrigação de 
fazer33 ou não fazer34. Nesse caso, o juiz determinará o cumprimento da prestação da atividade 
devida ou a cessação da atividade, sob pena de execução específica, ou determinar multa diária.
Havendo condenação em dinheiro, a indenização pelo dano causado reverterá ao Fundo de Defesa 
de Direitos Difusos (FDD)35. Os recursos desse Fundo serão aplicados prioritariamente na reparação 
do dano.
29. Culpa e dolo são dois conceitos diferentes. A culpa é quando não há a intenção de provocar o dano ambiental. Entretanto, o dano 
acontece devido à negligência, à imperícia ou à imprudência de alguém. O dolo é quando se tem a intenção de causar o dano.
30. A ação civil pública de responsabilidade por danos causados ao meio ambiente foi instituída por meio da Lei no 7.347/1985.
31. que, concomitantemente: esteja constituída há pelo menos 1 (um) ano e tenha, entre suas finalidades, a proteção ao meio 
ambiente.
32. Ou Termo de Ajustamento de Conduta (TAC). Esse documento consolida as exigências necessárias à regularização ambiental 
de empreendimentos.
33. para a integral reparação do dano, ou, se irreversível, pagamento de indenização (MiLARé, 2005).
34. com a cessação da atividade (MiLARé, 2005).
35. Regulamentado por meio do Decreto no 1.306/1994. O FDD será gerido pelo Conselho Federal Gestor do Fundo de Defesa de 
Direitos Difusos (CFDD), órgão colegiado integrante da estrutura organizacional do Ministério da Justiça, com sede em Brasília.
35
Instrumentos de Gestão AmbIentAl │ unIdAde III
Em realidade, o Ministério Público poderá instaurar inquérito civil, ou requisitar, de qualquer 
instituição pública ou privada, certidões, informações, exames ou perícias. O prazo concedido por 
essa instituição para receber as informações solicitadas não poderá ser inferior a dez dias úteis.
Na hipótese de haver retardamento ou omissão de dados técnicos indispensáveis à propositura da 
ação civil, o infrator será punido com pena de reclusão de um a três anos, mais multa.
Somente nos casos em que a lei impuser sigilo, poderá ser negada certidão ou informação. Neste 
caso, a ação poderá ser desacompanhada daqueles documentos e apenas o juiz poderá requisitá-los.
Após a coleta de todos os dados, se o Ministério Público se convencer da inexistência de fundamento 
para propor ação civil, arquivará o processo, encaminhando-o, no prazo de três dias, ao Conselho 
Superior do Ministério Público.
A lei de Crimes Ambientais (lei no 9.605/1998):
De acordo com o art. 53 dessa lei, para todas as infrações previstas, a pena é aumentada de um sexto 
a um terço se:
 » do fato resulta a diminuição de águas naturais, a erosão do solo ou a modificação do 
regime climático;
 » o crime é cometido: 
 › no período de queda das sementes;
 › no período de formação de vegetações;
 › contra espécies raras ou ameaçadas de extinção;
 › em época de seca ou inundação; 
 › durante a noite, em domingo ou feriado.
Já o art. 14 desse dispositivo legal apresenta as circunstâncias que atenuam a pena:
 » baixo grau de instrução ou escolaridade do agente;
 » arrependimento do infrator ou limitação da degradação ambiental causada;
 » comunicação prévia do perigo iminente de degradação ambiental;
 » colaboração com os agentes encarregados da vigilância e do controle ambiental.
Nos casos de infração ambiental provocada por pessoa jurídica, esta será responsabilizada 
administrativa, civil e penalmente conforme o disposto nessa lei. Ressalta-se que a responsabilidade 
das pessoas jurídicas não exclui a das pessoas físicas, autoras, coautoras ou partícipes do mesmo fato.
Considera-se infração administrativa ambiental toda ação ou omissão que viole as regras jurídicas 
de uso, gozo, promoção, proteção e recuperação do meio ambiente (art. 70 da Lei no 9.605/1998).
36
UNIDADE III │ INSTRUMENTOS DE GESTÃO AMBIENTAL
As infrações administrativas são punidas com as seguintes sanções36: a) advertência; b) multa 
simples; c) multa diária; d) apreensão dos animais, produtos e subprodutos da fauna e flora, 
instrumentos, petrechos, equipamentos ou veículos utilizados na infração; e) destruição ou 
inutilização do produto; f) suspensão de venda e fabricação do produto; g) embargo de obra ou 
atividade; h) demolição de obra; i) suspensão parcial ou total de atividades; j) restritiva de direitos.
Nos casos de infração ambiental provocada por pessoa jurídica, esta será responsabilizada 
administrativa, civil e penalmente37, conforme o disposto na Lei no 9.605/1998. Ressalta-se que a 
responsabilidade das pessoas jurídicas não exclui a das pessoas físicas, autoras, coautoras ou partícipes.
A seguir, apresenta-se uma síntese das esferas de ação das sanções impostas ao crime ambiental.
Figura 1 – síntese das esferas de ação das sanções impostas ao crime ambiental
esFeras de ação das sanções imPostas ao crime ambientaL
SANÇÕES
 » Advertência;
 » Multa simples;
 » Multa diária;
 » Suspensão de venda e fabricação do produto;
 » Embargo da atividade;
 » Suspensão parcial ou total da atividade;
 » Restritiva de direito:
↓
 › Cancelamento de licença.
 › Perda ou suspensão da participação em linhas de 
financiamento em estabelecimentos oficiais de crédito.
 › Proibição de participação em licitações públicas por até três 
anos.
 » Penas privativas de liberdade (prisão ou reclusão) – para pessoas 
físicas;
 » Penas restritivas de direitos;
 » Prestação de serviços à comunidade;
 » Interdição temporária de direitos;
 » Suspensão parcial ou total de atividade;
 » Ressarcimento à vítima ou à entidade pública com fim social;
 » Recolhimento domiciliar.
Esfera Penal
Aplicável quando comprovada 
a existência de culpa ou dolo
Esfera Administrativa
Esfera Civil
Independe da existência 
de culpa
Esferas de ação das sanções 
importas ao empresário e 
aos agentes corresponsáveis 
(pessoas físicas) e à empresa 
(pessoa jurídica) em caso de 
dano ambiental
 » Reparação civil decorrente do dano causado, com indenizações 
à comunidade atingida;
 » Recuperação ambiental da área atingida pelo acidente.
Fonte: Firjan (2004)
36. Para imposição e gradação da penalidade, deve-se observar: a) a gravidade do fato; b) os antecedentes do infrator; c) a situação 
econômica do infrator, no caso de multa.
37. De acordo com o art. 935 do Código Civil, a “responsabilidade civil é independente da criminal.”
37
unidAdE iV
introdução Ao 
liCEnCiAmEnto 
AmbiEntAl
CAPítulo 1
A Complexidade da questão Ambiental
“Mais clara, clara a massa se revolve!
Mais firme, firme a fé no êxito revolve!
Da natureza o enigma que exaltamos,
Sujeitá-lo a experiência sábia ousamos
e o que lhe coube outrora organizar,
Pomos nós a cristalizar.”
Goethe
A expressão meio ambiente é, segundo alguns autores, redundante. De acordo com Coimbra (1985), 
a palavra meio tem uma “conotação espacial, geométrica” que pode ser exemplificada quando se 
faz referência a alguma coisa ou a alguém que se encontra inserido (ou no meio). Quanto à palavra 
ambiente, o autor recorre à etimologia para explicar sua origem, salientando que é composta por 
dois vocábulos latinos: a preposição amb(o) (ao redor, à volta) e o verbo ire (ir). Assim sendo, 
AMBIENTE significa “ir à volta”, ou seja,

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