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Esta obra foi publicada pela primeira vez em 2020 por Cinética: Escola do Movimento. 
Direitos autorais © 2020 por Cinéticaedu. Todos os direitos reservados. 
 
Nenhuma parte desta publicação pode ser reproduzida ou distribuída de qualquer forma ou 
por qualquer meio, eletrônico ou mecânico, ou armazenada em um banco de dados ou sistema de 
recuperação, por meio de cobrança monetária, está é uma obra que deve ser distribuída de forma 
integral e gratuita. 
 
As informações incluídas neste livro são apenas para fins educacionais. Não se destina ou 
está implícito como substituto do aconselhamento médico profissional. O leitor sempre deve 
consultar seu médico/ nutricionista/ fisioterapeuta / psicólogo/ treinador, para determinar a 
adequação das informações para sua própria situação ou se tiver alguma dúvida sobre uma 
condição médica ou plano de tratamento. 
 
A leitura das informações deste livro não constitui uma relação médico-paciente. 
 
O autor / proprietário não reivindica nenhuma responsabilidade a qualquer pessoa ou 
entidade por qualquer responsabilidade, perda ou dano causado ou supostamente causado direta 
ou indiretamente como resultado do uso, aplicação ou interpretação das informações aqui 
apresentadas. 
 
 
 
RAMIRO MARQUES INCHAUSPE 
 
 
 
 
 
REABILITAÇÃO DAS LESÕES DO JOELHO 
LCA, LCP, Meniscos, Ligamentos Colaterais e Tendão Patelar 
 
 
 
 
2ª Edição 
 
 
 
 
Porto Alegre / RS 
2020 
 
 
 
Sobre o Autor 
 
 Desde muito jovem se destacou no âmbito esportivo como atleta de Handebol, chegando a 
defender as seleções brasileiras de base sub 16 e sub 17, logo ingressou na faculdade onde cursou 
Fisioterapia e Educação Física com bolsa atleta fazendo a faculdade totalmente gratuita por meio 
do esporte, desde os primeiros semestres conciliou aulas, treinamento e participação em projetos 
de pesquisa e extensão onde encontrou sua paixão; a reabilitação e treinamento. Durante a 
graduação participou como estagiário das Olimpíadas Escolares, como parte da delegação do Rio 
Grande do Sul, Jogos Universitários Brasileiros e Projeto Brasil Olímpico 2016. 
 Em meio a todos estes projetos, realizou o curso de formação de oficiais de basquetebol 
promovido pela Federação Gaúcha de Basquetebol. Em pouco menos de um ano foi promovido a 
árbitro nacional da modalidade e convidado a participar do Novo Basquete Brasil – NBB, o segundo 
maior campeonato das américas, atrás apenas dos EUA. No ano de 2014 foi indicado para fazer 
parte da Federação Internacional de Basketball – FIBA, conseguindo a aprovação e o título de 
árbitro internacional. 
 Inquieto, esta é a palavra para definir nosso autor. Imediatamente após terminar a graduação 
buscou continuar os estudos através de uma especialização em treinamento neuromuscular e 
fisioterapia desportiva, mestrado em saúde da criança e do adolescente e doutorado em ciências 
 
 
da reabilitação. Novamente, junto aos estudos, outros projetos estavam por vir, como, por exemplo, 
a criação do departamento de Aptidão Física Junto a Confederação Brasileira de Basketball – CBB 
e, posteriormente foi convidado para realizar o mesmo projeto junto a Federação Internacional de 
Basketball – FIBA (Órgão máximo do esporte no âmbito mundial). Em conjunto com esses desafios 
vieram convites para lecionar em cursos de Graduação e Pós-Graduação, participar de grandes 
eventos científicos, coordenar o controle de aptidão física nos Jogos Pan Americanos Lima 2019 e 
Campeonato Mundial de Basquetebol China 2019. 
Junto a todas essas mudanças continuou os estudos, buscando o doutorado em Ciências da 
Reabilitação e a criação de uma metodologia de reabilitação e treinamento: Cinesioterapia 
Funcional - Reabilitação e Treinamento Funcional. Teve artigos e livro publicado sobre o tema, 
buscou formação internacional nas áreas da reabilitação e do treinamento físico e treinamento 
funcional, através de diversos cursos como: Kettlebell junto a Kettlebell Academics órgão máximo 
no âmbito mundial, Strongfirt, CORE 360, FIFA, Polar Team Pro Analyses além da formação nos 
métodos de bandagem funcional (MacConnell e Kinesio Taping by Kenzo) além de toda sua 
experiência de quase dez anos trabalhando com essa ferramenta fantástica. 
*** 
 O intuito deste projeto inovador é levar o conhecimento deste conceito e incrível 
metodologia ao maior número de pessoas possível. Quanto mais pessoas tiverem acesso a 
informação, mais trabalharemos. A ideia é passar parte do conhecimento teórico e prático e os 
fundamentos e conceitos necessários para o entendimento e aplicação. O livro ilustra e define muito 
bem todos os conceitos, métodos, protocolos e técnicas, mas é fundamental que o profissional 
leitor realize e principalmente pratique todo o conteúdo que aprendeu antes de iniciar com seu 
paciente ou aluno, pois é claro que a prática leva a perfeição. 
sdas 
 
 A 
Conteúdo 
Introdução ________________________________________________________________________________________ 5 
CAPÍTULO 01 _______________________________________________________________________________________ 11 
Lesões no Esporte ___________________________________________________________________________________ 11 
CAPÍTULO 02 _______________________________________________________________________________________ 18 
Diagnóstico _______________________________________________________________________________________ 18 
CAPÍTULO 03 _______________________________________________________________________________________ 24 
O Joelho _________________________________________________________________________________________ 24 
Músculos ________________________________________________________________________________ 39 
Biomecânica ______________________________________________________________________________ 42 
Estabilizadores ____________________________________________________________________________ 47 
Cadeias Cinéticas ___________________________________________________________________________ 50 
CAPÍTULO 04 _______________________________________________________________________________________ 57 
Reabilitação ______________________________________________________________________________________ 57 
Tecidos moles _____________________________________________________________________________ 58 
Fases da regeneração _______________________________________________________________________ 62 
Cartilagem – Estrutura e Função _______________________________________________________________ 70 
Ligamentos – Estrutura e Função _______________________________________________________________ 72 
Tendões – Estrutura e Função __________________________________________________________________ 73 
Ossos – Estrutura e Função ___________________________________________________________________ 74 
Tecido muscular – Estrutura e Função ____________________________________________________________ 75 
Tecido epitelial – Estrutura e Função ____________________________________________________________ 76 
Tecido Nervoso – Estrutura e Função _____________________________________________________________ 77 
Cicatrização – Riscos Para o Tratamento __________________________________________________________ 78 
Extensão da Lesão __________________________________________________________________________ 79 
Fatores Nutricionais ________________________________________________________________________ 80 
Edema __________________________________________________________________________________ 81 
Imobilização ______________________________________________________________________________ 81 
Fornecimento de sangue _____________________________________________________________________ 82 
Anti-inflamatórios Não Esteroides ______________________________________________________________ 83 
sdas 
 
 B 
Outros fatores ____________________________________________________________________________ 83 
CAPÍTULO 05 _______________________________________________________________________________________85 
Lesões do Joelho ___________________________________________________________________________________ 85 
CAPÍTULO 06 _______________________________________________________________________________________ 89 
Ligamento Cruzado Anterior - LCA _______________________________________________________________________ 89 
Mecanismos de lesão ________________________________________________________________________ 91 
Diagnóstico ______________________________________________________________________________ 99 
Tratamento _____________________________________________________________________________ 108 
Tratamento Não Cirúrgico ___________________________________________________________________ 108 
Tratamento Cirúrgico ______________________________________________________________________ 112 
Riscos e Complicações ______________________________________________________________________ 116 
Tempo Estimado de Tratamento ________________________________________________________________ 116 
Estágio Inicial ___________________________________________________________________________ 117 
Estágio Intermediário ______________________________________________________________________ 119 
Estágio Avançado _________________________________________________________________________ 122 
Retorno ao esporte ________________________________________________________________________ 124 
CAPÍTULO 07 ______________________________________________________________________________________ 126 
LIGAMENTO CRUZADO POSTERIOR – LCP _____________________________________________________________________ 126 
MECANISMOS DE LESÃO _______________________________________________________________________ 133 
Diagnóstico _____________________________________________________________________________ 137 
Tratamento _____________________________________________________________________________ 145 
Tratamento Não Cirúrgico ___________________________________________________________________ 145 
Tratamento Cirúrgico ______________________________________________________________________ 147 
Riscos e complicações ______________________________________________________________________ 149 
Tempo estimado de tratamento ________________________________________________________________ 149 
Estágio Inicial ___________________________________________________________________________ 149 
Estágio Intermediário ______________________________________________________________________ 152 
Estágio Avançado _________________________________________________________________________ 155 
Retorno ao Esporte ________________________________________________________________________ 157 
CAPÍTULO 08 ______________________________________________________________________________________ 159 
MENISCOS ________________________________________________________________________________________ 159 
LESÕES MENISCAIS __________________________________________________________________________ 162 
sdas 
 
 C 
MECANISMOS DE LESÃO _______________________________________________________________________ 164 
MORFOLOGIA DAS LESÕES ______________________________________________________________________ 168 
SINTOMAS _______________________________________________________________________________ 169 
DIAGNÓSTICO _____________________________________________________________________________ 170 
TRATAMENTO _____________________________________________________________________________ 172 
Tratamento Não Cirúrgico ___________________________________________________________________ 173 
Tratamento Cirúrgico ______________________________________________________________________ 174 
RISCOS E COMPLICAÇÕES ______________________________________________________________________ 178 
Tempo Estimado de Tratamento ________________________________________________________________ 178 
Estágio Inicial ___________________________________________________________________________ 180 
Estágio Intermediário ______________________________________________________________________ 181 
Estágio Avançado _________________________________________________________________________ 182 
Retorno ao esporte ________________________________________________________________________ 183 
CAPÍTULO 09 ______________________________________________________________________________________ 185 
LIGAMENTO COLATERAL LATERAL __________________________________________________________________________ 185 
Mecanismos de Lesão _______________________________________________________________________ 187 
DIAGNÓSTICO _____________________________________________________________________________ 190 
TRATAMENTO _____________________________________________________________________________ 195 
Tratamento Não Cirúrgico ___________________________________________________________________ 195 
Tratamento Cirúrgico ______________________________________________________________________ 198 
Riscos e Complicações ______________________________________________________________________ 199 
Tempo Estimado de Tratamento ________________________________________________________________ 199 
Retorno ao Esporte ________________________________________________________________________ 201 
CAPÍTULO 10 ______________________________________________________________________________________ 203 
LIGAMENTO COLATERAL MEDIAL __________________________________________________________________________ 203 
Mecanismos de Lesão _______________________________________________________________________ 205 
DIAGNÓSTICO _____________________________________________________________________________ 211 
Tratamento _____________________________________________________________________________ 213 
Tratamento não Cirúrgico ___________________________________________________________________ 214 
Tratamento Cirúrgico ______________________________________________________________________ 214 
Riscos e Complicações ______________________________________________________________________ 216 
Tempo Estimado de Tratamento ________________________________________________________________ 216 
Estágio Inicial ___________________________________________________________________________ 217 
Estágio Intermediário ______________________________________________________________________ 218 
Estágio Avançado _________________________________________________________________________ 220 
sdas 
 
 D 
Retorno ao Esporte ________________________________________________________________________ 221 
CAPÍTULO 11 ______________________________________________________________________________________ 224 
TENDÃO PATELAR ___________________________________________________________________________________ 224 
Mecanismos de Lesão _______________________________________________________________________ 225 
DIAGNÓSTICO _____________________________________________________________________________ 230 
Tratamento _____________________________________________________________________________ 232 
Tratamento não Cirúrgico ___________________________________________________________________ 232 
Tratamento Cirúrgico ______________________________________________________________________ 233 
Riscos e Complicações ______________________________________________________________________ 234 
Tempo Estimado de Tratamento ________________________________________________________________ 234 
Estágio Inicial ___________________________________________________________________________ 235 
Estágio Intermediário ______________________________________________________________________ 236 
Estágio Avançado _________________________________________________________________________ 238 
Retorno ao Esporte ________________________________________________________________________ 239 
CAPÍTULO 12 ______________________________________________________________________________________ 241 
Prevenção ou Tentativa DE Prevenir _____________________________________________________________________ 241 
ConsideraçõesFinais _______________________________________________________________________________ 246 
REFERÊNCIAS ______________________________________________________________________________________ 248 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 5 
Introdução 
 
A obra em questão tem a proposta de trazer uma visão teórica, prática 
e abrangente do que você, como profissional da reabilitação e 
treinamento, fisioterapeuta, profissional de educação física, estudante, 
precisa saber para poder entender, diagnosticar e gerenciar as lesões mais 
comuns no esporte. 
O objetivo é ajudá-lo a responder às perguntas comuns que ocorrem 
em relação a lesões esportivas: 'O que eu faço agora?'; 'Posso continuar 
me exercitando?'; 'Devo descansar completamente?', 'Quanto tempo dura 
o tratamento?', 'Quais técnicas e exercícios devo usar?'. Este e-book 
descreve os benefícios e riscos dos métodos comuns de reabilitação e 
treinamento e suas indicações e contraindicações em relação a lesões 
esportivas da articulação do joelho. 
 
 6 
Importante! Como indivíduo, o gerenciamento de sua lesão, a 
reabilitação, prescrição de exercícios e o treinamento específico para 
reabilitação devem sempre ser orientados por profissionais e especialistas 
que conhecem suas circunstâncias, pontos fortes e fracos e os detalhes de 
sua lesão. No entanto, aprendendo mais, você pode assumir mais 
responsabilidades pelo seu processo de recuperação e ter discussões 
mais proveitosas com especialistas, mesmo se você não tiver formação. 
Isso é particularmente importante, uma vez que a medicina esportiva não 
faz parte do currículo da maioria das graduações, portanto, muitos 
indivíduos podem não ter os conhecimentos específicos necessários. 
Médicos, Fisioterapeutas, Profissionais de Educação Física, 
Nutricionista e Psicólogos, têm responsabilidade com seus pacientes, 
alunos e suas equipes esportivas, pois, más condutas no processo de 
reabilitação e treinamento podem causar atraso na recuperação. Todos 
precisam entender que processo depende do aval da equipe 
multidisciplinar para que os indivíduos e atletas para o retorno ao esporte, 
muitas vezes podem estar aptos para treinar, mas não para jogar. Mesmo 
que você sofra pressões e o atleta precise produzir resultados sob seu 
contrato e sua equipe precise muito, voltar ao campo esportivo muito cedo 
 
 7 
após uma lesão não é, na maioria dos casos, benéfico para ninguém, uma 
antecipação do processo pode desencadear problemas futuros muito 
maiores. 
Infelizmente, muitas vezes é proclamado na mídia que os atletas 
continuam jogando apesar dos ferimentos, mas na maioria dos casos um 
atleta lesionado não pode ter o melhor desempenho possível e as 
consequências a longo prazo podem ser terríveis. 
Na minha prática, frequentemente vejo atletas com 20 anos ou menos 
que se aposentam do esporte profissional devido a lesões e processos de 
recuperação não respeitados. Exercício e esporte são, no entanto, 
importantes para todos nós, sejam profissionais ou atletas recreativos. 
A primeira parte deste livro descreve esportes que podem ser 
recomendados como exercício 'sob prescrição', tanto para atletas de elite 
quanto para aqueles que sofrem de lesões do joelho por qualquer fator 
que seja. 
Os níveis de atividade física caíram drasticamente nas escolas e nas 
rotinas diárias de muitas pessoas, levando a um aumento da incidência de 
obesidade e baixos níveis de condicionamento físico, mesmo em 
 
 8 
indivíduos jovens e saudáveis, assim aumentando a incidência de lesões 
na articulação do joelho. Para eles, o exercício pode fazer a diferença entre 
uma vida saudável e próspera e o desenvolvimento de doenças e a morte 
precoce. 
Dependendo de onde você está nessa escala e de qual nível básico 
de desempenho você tem, o exercício pode fazer uma enorme diferença 
na sua qualidade de vida. No entanto, muita intensidade ou uma 
progressão muito rápida na reabilitação e no treinamento, ambições 
irreais ou conselhos inadequados podem causar lesões ou outras 
complicações. 
Este livro não aborda exercícios sobre prescrição de outras doenças 
além de lesões da articulação do joelho, mais especificamente sobre: 
Ligamento Cruzado Anterior e Posterior, Meniscos, Ligamentos Colaterais 
Medial e Lateral e Tendão Patelar, um olhar geral sobre cada lesão e um 
olhar mais aprofundado sobre o processo de reabilitação e treinamento 
até o retorno ao esporte. 
 
 
 9 
A abordagem é orientada a problemas e resume o entendimento 
atual das melhores práticas. Para cada lesão, começo com a sua localização 
no corpo e com os sintomas e sinais associados. Cada página leva você a 
um consenso e controvérsias na compreensão do mecanismo da lesão; 
fornece orientações sobre como chegar a um diagnóstico; explica como 
essa lesão é examinada clinicamente; descreve o valor de investigações 
comuns; e orienta você na reabilitação no caminho de volta ao 
desempenho esportivo total. 
Procuramos ao máximo manter alguns parâmetros para todas as 
lesões abordadas com os seguintes aspectos: Sintomas e localização, 
Mecanismo da lesão, Sinais clínicos e testes clínicos apropriados, 
Gerenciamento da lesão, Investigações e considerações relevantes, 
Referências e perguntas específicas, Incidências das lesões no esporte 
especifico, Exercício sobre prescrição e princípios de reabilitação, 
avaliação física funcional, Retorno ao esporte e prognóstico. 
Exames clínicos básicos, específicos para vários diagnósticos e testes, 
são discutidos para o joelho. Para cada diagnóstico, existem avisos com 
referência a diagnósticos diferenciais importantes - possíveis lesões 
 
 10 
alternativas a serem consideradas e testadas, para evitar diagnóstico 
incorreto e prescrição de tratamento que agravará a lesão. 
Abordo princípios de reabilitação, treinamento específico para 
diferentes lesões da articulação do joelho e formas de planejar e monitorar 
os resultados antes de retomar os níveis de atividade antes da lesão. 
 
Ramiro Marques Inchauspe 
 
 
 
 11 
CAPÍTULO 01 
Lesões no Esporte 
 
Embora os benefícios de qualquer forma de exercício físico superem 
os riscos, em algum momento a maioria das pessoas experimentará algum 
tipo de lesão, variando de pequenas contraturas, estirões e entorses a 
lesões mais graves, como luxações, rupturas e fraturas. 
Muitas lesões leves podem ser tratadas de maneira simples e eficaz, 
enquanto lesões mais graves devem exigir ajuda profissional e de uma 
equipe multidisciplinar. Aprender a reconhecer os sinais e sintomas e 
identificar as lesões o guiará para realizar o tratamento mais apropriado. 
Uma lesão esportiva é qualquer forma de estresse exercida sobre o 
seu corpo durante a atividade atlética que o impede de funcionar ao 
máximo e requer um período de recuperação para permitir a recuperação 
 
 12 
do corpo. Geralmente afeta o sistema musculoesquelético, ossos, 
músculos, tendões e cartilagens e geralmente resulta em dor, inchaço, 
sensibilidade e incapacidade de usar ou colocar peso na área afetada. 
As lesões esportivas podem ser divididas em dois tipos: lesões 
agudas ou "traumáticas", que ocorrem como resultado de um impacto 
específico ou evento traumático; e lesões crônicas ou de "uso excessivo", 
que resultam do desgaste do corpo e ocorrem por um longo período de 
tempo. 
As lesões agudas incluem fraturas ósseas, distensões de músculos e 
tendões, entorses de ligamentos e hematomas. Eles são comuns entre 
jogadores de esportes de contato ou colisão, como futebol, basquete, 
handebol e lutas. Lesões crônicas incluem tendinopatias, bursite e fraturas 
por estresse; estas são mais comuns entre os participantes em esportes de 
resistência, como corrida de longa distância, e em pessoas que praticam 
esportes individuais que envolvem movimentos repetitivos, como natação, 
tênis, ginástica e levantamento de peso. 
Existem vários fatores de riscocomuns que podem levar a lesões 
esportivas, desde a repetição contínua de uma ação usando uma técnica 
 
 13 
inadequada até o uso de calçados inadequados. Enquanto os acidentes 
acontecem, existem várias maneiras de reduzir o risco de sofrer uma lesão. 
Uma 'lesão esportiva' pode ser definida como uma lesão que ocorre 
durante atividades ou exercícios esportivos. 
Embora possamos identificar o mecanismo de uma lesão e seu 
correlato ou diagnóstico anatômico, suas consequências podem ser muito 
diferentes para cada atleta. Se você é um jogador profissional, pode haver 
perda de ganhos e o risco de perder seu contrato e até sua carreira. Se 
você é gerente de clube, pode significar perder um jogador importante, 
talvez em um momento crucial, e os custos financeiros de um jogador 
substituto. Se você é médico da equipe, fisioterapeuta, preparador físico 
ou treinador, desejará saber como a lesão afetará seus planos para os 
programas de treinamento físico e dietético dos jogadores. Se você é o 
médico responsável, isso significa convencer não apenas o jogador, mas 
também os demais funcionários do clube de que você tem a situação sob 
controle. As apostas são altas. Se um jogador voltar cedo demais, corre o 
risco de recaída ou mais lesões, mas se for retido, poderá pedir uma 
segunda opinião. 
 
 14 
Para atletas mais jovens que tentam se estabelecer em seu esporte, 
uma lesão pode resultar em grandes conflitos relacionados à família. Pais 
ambiciosos ou superprotetores, e a pressão de treinadores e 
companheiros de equipe, podem causar estresse a um jovem atleta que 
não é capaz de participar de seu esporte. 
Para atletas recreativos, lesões podem significar perda de atividades 
físicas e sociais regulares e problemas com a saúde geral. 
A importância do esporte e do exercício, e as consequências de uma 
lesão, devem ser enfatizadas por quem fornece tratamento e 
aconselhamento. Eles devem apreciar e entender, e fornecer conselhos 
baseados em evidências. Dizer a um jogador de tênis ou golfe que precisa 
parar de jogar por causa de uma lesão deve ser considerado um conselho 
completo. Muitas vezes, existem várias opções que devem ser 
consideradas durante a recuperação, mesmo de uma lesão muito grave. O 
descanso completo é motivador e pode ser desaconselhável devido ao 
efeito prejudicial que o descanso tem sobre a força do tecido elástico e a 
aptidão geral, e as consequências potencialmente fatais desse descanso 
para alguns pacientes. 
 
 15 
Um jogador de 40 anos, treinando regularmente, sofrendo de um 
joelho dolorido devido a uma ruptura do menisco, pode morrer em 
decorrência da inatividade causada pela lesão. Com a artroscopia, esse 
joelho poderia ser operado e fixado em quinze minutos, permitindo que 
ele jogasse golfe uma ou duas semanas depois; seria uma pena e muito 
errado dizer para ele parar de jogar golfe. 
Para os médicos, as chaves do sucesso são: consultar critérios 
baseados em evidências para a definição e diagnóstico de uma lesão; 
usando técnicas confiáveis de exame; considerando o nível de 
antecedentes e aptidão do paciente; e estar preparado para admitir falta 
de conhecimento e encaminhar o paciente a alguém que possa saber mais. 
Eles devem reconhecer as mudanças e desenvolvimentos que estão 
ocorrendo na medicina esportiva e as diferenças culturais que existem no 
gerenciamento dessas lesões. Os médicos não devem considerar que as 
lesões esportivas são auto infligidas e pedir aos pacientes que "parem de 
fazer essas coisas tolas". Nas sociedades ameaçadas pela obesidade, a 
osteoporose e um declínio geral no condicionamento físico devido à 
inatividade, o exercício e o esporte são meios potentes de manter a 
população em forma e saudável. 
 
 16 
A maioria das lesões esportivas é específica do esporte e do nível de 
participação: por exemplo, 70% dos corredores interessados serão 
afetados por uma lesão nos membros inferiores durante a carreira, 
geralmente por uso excessivo; jogadores de futebol têm um alto risco de 
lesões traumáticas no tornozelo ou no joelho devido a carrinhos. A 
incidência de lesões no futebol é de 15 a 20 lesões por mil horas de 
atividade, com o maior risco durante os jogos. Os números são um pouco 
mais altos para o rúgbi: entre 20 e 40 lesões por mil horas de atividade e 
com maiores riscos de lesões nos membros superiores, em particular os da 
articulação do ombro. O golfe é um esporte de baixo risco, mas uma lesão 
no joelho ou no ombro pode afetar o desempenho e a capacidade de 
percorrer um percurso de cinco quilômetros. Dentro de qualquer esporte 
em particular, diferentes posições e funções trazem riscos diferentes. 
Por exemplo, no basquete, um jogador rápido pode ter dificuldade 
para jogar com uma pequena lesão no joelho na perna de apoio ou um 
defensor pode ter dificuldade por uma pequena lesão no ombro, 
enquanto um atleta de baseball pode ter um bom desempenho com essas 
duas lesões. 
 
 17 
Todos nós, atletas, administradores e equipe multidisciplinar, 
devemos educar-nos sobre os princípios da reabilitação e treinamento 
sobre prescrição e diferentes métodos de treinamento e melhorar nossa 
compreensão das demandas e do impacto infligido por diferentes 
esportes e função. Assim, os atletas lesionados podem ter um programa 
de recuperação individualizado, com base nos conceitos atuais e nas 
evidências. 
 
 
 
 
 
 
 18 
CAPÍTULO 02 
Diagnóstico 
 
Os princípios do gerenciamento de lesões dependem da premissa de 
que sabemos o que estamos tratando e a função que devemos buscar. O 
diagnóstico é a chave do sucesso. Devemos diferenciar lesões como 
'estiramentos musculares, 'tensão muscular' e 'contusões' dos 
diagnósticos correspondentes: 'ruptura do ligamento cruzado anterior', 
'ruptura muscular de grau II' ou 'hematoma intramuscular'. 
Em alguns casos, o diagnóstico é óbvio a partir da história, sintomas, 
sinais e testes clínicos da pessoa; em outros, será necessária radiografia, 
ressonância magnética ou uma segunda opinião. Mesmo quando o 
diagnóstico é claro, as opiniões podem variar quanto ao tratamento mais 
apropriado. Existem consensos e controvérsias que mudam com o tempo 
e dependem de rotinas, habilidades e recursos. Por exemplo, uma ruptura 
 
 19 
do ligamento cruzado anterior do joelho pode ser tratada de maneira 
conservadora ou cirúrgica, dependendo do paciente e de outros fatores. 
Com o acesso rápido e aprimorado às informações oferecidas pela 
Internet, muitos pacientes fazem a lição de casa antes de chegarem à 
clínica esportiva, embora o material que encontrem precise de uma 
interpretação cuidadosa. 
 
Imagem: Teste joelho. 
Os resultados de estudos podem ser interpretados de diferentes 
maneiras, dependendo da qualidade do estudo e dos pacientes 
estudados. Por exemplo, pacientes não ativos que entorse o joelho e 
 
 20 
rompam o ligamento cruzado anterior se saem muito bem sem 
reconstrução cirúrgica, enquanto a carreira de um jogador profissional de 
futebol seria encerrada sem cirurgia. Precisamos saber a melhor forma de 
ler e entender a literatura para chegar a uma decisão informada em 
benefício do atleta lesionado. 
Com a técnica disponível hoje para os profissionais de saúde, é fácil 
esquecer a importância das habilidades práticas. Sintomas e sinais clínicos, 
combinados com uma história completa do paciente, podem, na maioria 
dos casos, dar uma indicação clara do diagnóstico correto, desde que o 
profissional saiba como testar e o que perguntar. 
As perguntas principais geralmente não são bem-sucedidas: 
simplesmente perguntar ao indivíduo lesionado para descrever o que 
aconteceu e seus sintomas geralmente é mais proveitoso. Inspeção 
completa e palpação e testes de mobilidade e resistência passivos e ativos 
da função muscular dinâmica, comparando os lados saudáveis e 
lesionados, também são muito importantes. 
Na práticaclínica geral, o exame de uma lesão no joelho não pode, 
por razões práticas, levar mais de dez a quinze minutos, o que às vezes é 
 
 21 
inadequado. Em uma clínica de lesões esportivas como a minha, 
geralmente permitimos 30 a 45 minutos para a consulta inicial, incluindo o 
exame clínico, porém, você não deve pensar no tempo e sim no resultado. 
 Elimine padrões de atendimentos convencionais, como número de 
sessões e tempo de recuperação, com certeza os piores prognósticos para 
lesão, pense em dar o seu 100% em cada atendimento e trabalhe para que 
o seu paciente também de os seus 100%, assim os números serão menos 
importantes. 
A principal e mais crucial pergunta a qualquer pessoa lesionada é: 
você pode demonstrar e descrever, à sua maneira, o que aconteceu? 
Muitos indivíduos serão capazes de demonstrar e explicar com detalhes 
que fornecem o diagnóstico como se fosse de um livro didático. 
Antes de correr para realizar testes específicos detalhados, o 
profissional deve avaliar a as funções, procurar sinais de dor ou 
desconforto e lembrar que a maioria das lesões musculoesqueléticas em 
um membro ou articulação produz dor, reduzirá a amplitude de 
movimento e controle do atleta, o que poderia causar atrofia muscular. 
Pergunte se o atleta tomou analgésicos, o que pode obscurecer suas 
 
 22 
descobertas, e realize testes funcionais básicos na parte relevante do 
corpo. 
A inspeção e a palpação da área lesionada podem identificar sinais 
de inflamação, como edema (inchaço ao redor da articulação), derrame 
(líquido dentro da articulação), sensibilidade, aumento da temperatura, 
vermelhidão, comprometimento da função ou hematomas. Deixe o 
individuo lesionado demonstrar os movimentos que causam o desconforto 
e dor. 
Os testes de resistência muscular podem identificar fraqueza ou dor 
e devem ser feitos manualmente em todos os músculos relevantes, 
comparando os lados lesionados e não lesionados. Testes de frouxidão 
articular e testes específicos de lesões são cruciais para o diagnóstico de 
muitas das lesões mais comuns. Nem sempre são fáceis de executar e 
exigem anos de treinamento. 
Pergunte sobre os aspectos “invisíveis”, alimentação, recuperação, 
sono e principalmente a mente, todos esses fatores devem estar bem 
alinhados ao programa de reabilitação e treinamento. 
 
 23 
A obra em questão é a primeira edição do livro Reabilitação das 
Lesões no Joelho, sendo fruto do sucesso de uma edição piloto que 
demonstrou a grande procura por parte dos profissionais da área da 
reabilitação e treinamento, deixando muito claro a necessidade de fazer 
uma obra mais completa com o intuito de preencher e sanar dúvidas sobre 
a bandagem funcional elástica e rígida, na reabilitação e no treinamento. 
 
 
 24 
CAPÍTULO 03 
O Joelho 
 
As lesões de joelho são as causas mais frequentes de incapacidade 
de pessoas que praticam a atividade esportiva. Alguns fatores como 
estrutura biomecânica, idade, nível de atividade e fenótipo podem ser 
responsáveis pela predisposição de lesões. O joelho é suscetível a lesões 
traumáticas por ser muito submetido a esforços, já que está localizado 
entre um braço de força e um braço de alavanca, uma tíbia e um fêmur, 
além de não ser protegido por tecido adiposo e tecido muscular. Esta falta 
de proteção contribui para uma alta incidência de lesões na articulação do 
joelho. 
O joelho é uma articulação intermediária do membro inferior, instável 
no ponto de vista ósseo, sendo o sistema ligamentar e muscular dos 
 
 25 
principais estabilizadores, localizado entre dois braços de alavanca longos, 
o fêmur e a tíbia. É uma articulação que combina grande flexibilidade com 
pouca estabilidade. 
 A articulação do joelho permite a mobilidade e estabilidade ao longo 
e incentivando o membro inferior para elevar e abaixar o corpo ou mover 
o pé no espaço. Atua no suporte de carga quando o indivíduo está em pé 
associado ao quadril e tornozelo. 
Em decorrência de sua estrutura anatômica, o joelho é uma das 
articulações mais lesionadas, isso ocorre pela sua grande exposição às 
forças externas e pelas demandas de funções que estão sujeitas. Além 
disso, é considerada uma articulação articulada, porém é mais complexa 
porque, além dos movimentos de flexão e extensão, possui um 
componente rotacional. 
A complexidade desta articulação envolve três ossos, o fêmur, a tíbia 
e a patela, onde os ossos femorais são articulados com a tíbia e a face 
patelar recebe a patela quando o membro está fletido. O joelho possui um 
grau de liberdade, uma extensão/flexão que aproxima ou afasta o membro 
de sua raiz, e um grau de acessório, mostra uma rotação sobre o eixo 
 
 26 
longitudinal da perna, que ocorre quando uma articulação está fletida. 
Assim, quando o joelho está em extensão máxima possui grande 
estabilidade, sendo mais vulnerável a fraturas e rupturas ligamentares. Por 
outro lado, quando se encontra na flexão adquire grande mobilidade, o 
que é importante na corrida e na orientação de pé em relação às 
irregularidades do solo. Nesta posição, torna-se mais suscetível às lesões 
ligamentares e fiscais. 
 
Imagem: Vista lateral e anterior do joelho. 
 
 27 
O joelho faz parte de uma cadeia cinética que apresenta relação 
direta com movimentos e forças que ocorrem no pé, tornozelo e perna. 
Essas forças passam pelo joelho e são transmitidas ao quadril, pelve e 
coluna. Como as forças anormais que não podem ser distribuídas são 
absorvidas pelos tecidos ou que fazem com que a articulação se torne 
suscetível às lesões causadas pela absorção. 
A amplitude de movimento do joelho tem relação direta com a 
posição do quadril. Na extensão ativa, poucas vezes ou o joelho ultrapassa 
a posição de 0 graus, e um movimento do músculo reto anterior da coxa 
como extensor do joelho aumenta com a extensão do quadril. Por outro 
lado, uma flexão ativa atinge 140 graus com o quadril flexionado e apenas 
120 graus com o quadril estendido, devido à diminuição da elasticidade 
dos isquiotibiais. 
A articulação do joelho satisfaz os requisitos de uma articulação de 
sustentação de peso, permitindo movimento livre em apenas um plano, 
combinado com estabilidade em extensão. Limites, estabilidade e 
mobilidade são funções incompatíveis de uma articulação, com a maioria 
das articulações uma se sacrificando em favor de outra. Entretanto, no 
joelho, como as funções são executadas pela interação de ligamentos, 
 
 28 
músculos e movimentos complexos de deslizamento e rolamentos nas 
superfícies articulares, no entanto, o grau pequeno de encaixe das 
superfícies articulares que é essencial para grande mobilidade, torna-se 
propenso a entorse e luxações. 
 
Imagem: Anatomia do Joelho. 
 
 29 
 Em virtude da pouca estabilidade do joelho, devido a sua formação 
anatômica, ele tem suas funções dependentes de estruturas musculares e 
ligamentares, que lhe conferem a estabilização necessária para a 
realização dos movimentos. 
O joelho é uma das articulações mais importantes do corpo, 
suportada e mantida totalmente por músculos e ligamentos, sem nenhuma 
resistência óssea exposta a dores e estresses severos, tornando-a, uma das 
articulações mais frequentemente lesadas do corpo. A superfície distal do 
fêmur é formada pelos cômodos femorais que têm forma convexa e são 
achatados anteriormente para aumentar a superfície de contato e a 
transmissão de peso. A superfície articular do tubo medial é maior do que 
a lateral, porém, a lateral é mais larga. Além disso, o sulco anterior entre os 
côndilos tem como função acomodar uma patela. 
A patela é um osso pequeno localizado dentro do tendão do 
quadríceps, apresenta sua face posterior articulada à tróclea femoral. A 
patela apresenta duas faces separadas por uma crista saliente que 
corresponde à vertente da tróclea femoral, sendo fixada aos côndilos 
femorais e tibiais através do retináculo laterale medias do tendão do 
quadríceps, e ligando ou quadríceps à tíbia após o ligamento patelar 
 
 30 
localizado na sua própria parte infra-patelar, tem como principais funções: 
aumentar a vantagem mecânica do músculo quadríceps e proteger a 
articulação do joelho. O aumento da vantagem mecânica é o alcance do 
braço que fica a uma distância perpendicular entre a linha de ação do 
músculo e o centro de articulação. 
Assim, uma linha de ação do músculo quadríceps fica mais longe, 
colocando a patela entre o tendão do músculo quadríceps e o fêmur. Por 
essa razão, o braço de movimento é aumentado, permitindo o músculo 
com maior força angular. 
Uma função normal da patela é deslizar na cavidade troclear 
ritmicamente, melhorando o sistema de alavanca do quadríceps muscular, 
mas, para realizar essa atividade, a patela deve resistir ao cisalhamento e 
as forças compressivas localizadas sobre as articulações. Durante a flexão 
do joelho, a patela desliza caudalmente ao longo da linha intercondiliar, 
com uma extensão ocorrendo deslizamento no sentido craniano. Uma 
restrição de movimento patelar interfere na amplitude de movimento da 
articulação. Nos primeiros 20 graus de flexão de joelho, não há contato 
entre patela e fêmur, então o terço distal da patela faz contato entre 20 e 
 
 31 
30 graus. Aos 45 graus ou no nível médio da patela contido com fêmur e 
em 90 graus a porção proximal da patela faz contato. 
As articulações femuropatelares têm dois mecanismos complexos 
para aliviar as forças transmitidas através dela. Reduzir ao aumentar a 
flexão, o braço de alavanca extensor é associado à virtude do eixo de 
rotação da articulação do joelho movido posteriormente, na faixa de 30 a 
70 graus de flexão. Dentro dessa faixa de 30 a 70, a patela é responsável 
pela transmissão da força do quadríceps ao fêmur. 
A estabilidade patelar dinâmica é promovida pela tensão do vasto 
medial com ênfase localizada sobre as fibras oblíquas desse músculo. 
Além disso, esse músculo confere um grau de estabilidade estática através 
de sua inserção e atua com outras estruturas de tecidos moles sobre o lado 
medial do joelho para auxiliar e fornecer um grau de estabilidade estática. 
Sendo assim, a função da articulação femuropatelar está ligada ao 
movimento da articulação tibiofemoral e a função total do joelho inclui 
relação dinâmica entre todos os componentes funcionais. 
Os músculos e as estruturas ligamentares coordenam e direcionam os 
movimentos complexos da articulação tibiofemoral. A articulação 
 
 32 
tibiofemoral apresenta-se como uma dobradiça que roda, desliza e rola, 
ações essas que são necessárias para seu funcionamento normal. Com um 
movimento espiral a tíbia rotaciona sobre o côndilo medial do fêmur 
durante a flexão e extensão, onde a tíbia se apresenta como um eixo que 
permite essa rotação a qual é necessária, pois, permite desgaste normal 
das superfícies articulares. 
A superfície articular do côndilo medial é mais longa que a superfície 
articular lateral, e a superfície articular tibial medial é maior que a superfície 
tibial lateral. Essa assimetria entre os compartimentos da articulação 
tibiofemoral é um fator que atua no mecanismo de trava ou parafuso ou de 
bloqueio do joelho. Tal mecanismo representa a rotação automática que 
ocorre no joelho durante os 30 graus finais de sua extensão. O alinhamento 
do joelho e a absorção da carga axial são realizados pelo sistema ósseo. O 
terço distal do fêmur, para alinhar a cabeça femoral com o centro da 
articulação do joelho, forma um ângulo em valgo e o terço proximal da 
tíbia apresenta uma angulação em varo, atuando como barra fixa 
submetida a uma compressão axial. Além disso, a articulação femuropatela 
deve ser paralela ao solo para evitar a acentuação de varo da tíbia ou valgo 
do fêmur, pode-se ainda dizer, que tanto o fêmur quanto a tíbia, próximo 
 
 33 
ao joelho apresenta grande massa de osso esponjoso com função de 
absorção e distribuição de carga. 
Eixos articulares - As articulações apresentam dois eixos, o primeiro é 
o eixo fisiológico (anatômico) que apresenta um ângulo obtuso de 170 
graus a 175 graus em relação ao prolongamento do eixo da perna, e o 
segundo é o eixo mecânico, que representa uma reta alinhada no centro 
das articulações do quadril, joelho e tornozelo. Ambos os eixos se 
confundem, porém, na coxa o eixo mecânico forma um ângulo de 6 graus 
com o eixo do fêmur que apresenta uma angulação de 9 graus em relação 
ao eixo horizontal. Os desvios significativos do eixo mecânico podem estar 
presentes nas deformidades de joelho em varo ou valgo. 
 
 34 
 
Imagem: Eixos articulares. 
A articulação do joelho permite a flexão e extensão no plano sagital 
com valor normal de 0 a 140 graus e algum grau de rotação interna e 
externa quando a articulação está flexionada, não sendo permitida 
qualquer rotação quando a articulação está em extensão completa. Assim, 
as estruturas que não permitem essa rotação são a configuração óssea, a 
tensão dos ligamentos de sustentação e os meniscos. Porém, ao ser 
iniciada a flexão, a cápsula e os ligamentos colaterais e cruzados ficam 
menos tensos, permitindo movimentos rotatórios que progridem 
crescentemente, à medida que a flexão evolui de 0 a 90 graus. A rotação 
 
 35 
varia de 5 a 25 graus, sendo que a rotação interna sempre é maior que a 
externa. 
O movimento complexo de flexoextensão corresponde a uma 
combinação de oscilação e deslizamento. O movimento oscilatório ocorre 
nos primeiros 20o de flexão e após o movimento se torna exclusivamente 
de deslizamento. O movimento oscilatório nos primeiros 20 graus atende 
melhor as exigências de estabilidade do joelho na posição relativamente 
estendida, enquanto o movimento de deslizamento, à medida que a 
articulação “se desdobra”, permite maior movimento para a rotação, 
durante atividade em cadeia cinética aberta, a tíbia rodará lateralmente 
sobre o fêmur que se encontra relativamente fixo, e durante atividade em 
cadeia cinética fechada o fêmur rodará medialmente sobre a tíbia 
relativamente fixa. 
Capsula Articular - Corresponde a uma estrutura fibrosa que contorna 
a epífise distal do fêmur e a epífise proximal da tíbia mantendo-as em 
contato e formando as paredes não-ósseas da articulação. Sua camada 
mais profunda é recoberta pela membrana sinovial. 
 
 36 
 
Imagem: Capsula Articular. 
Os ligamentos juntamente com a cápsula articular unem firmemente 
os ossos para formar a articulação e servem também para manter os ossos 
em oposição influenciando o arco de movimentação articular, não há uma 
cápsula fibrosa independente contínua unindo a tíbia e o fêmur, há apenas 
fibras capsulares verdadeiras correndo entre os ossos. A fixação da cápsula 
no fêmur é deficiente anteriormente, onde ela se funde com os tendões 
fundidos do quadríceps. Sua fixação à tíbia é mais completa, porém, é 
 
 37 
deficiente apenas na região da tuberosidade tibial, a qual dá fixação ao 
ligamento patelar. 
Membrana sinovial – É um tecido delgado que, junto com a cartilagem 
hialina, envolve toda a cavidade sinovial da articulação. A cartilagem 
hialina é nutrida pelo líquido sinovial que tem origem no exsudato de 
capilares sinoviais e tem como propriedades principais à viscosidade e 
lubrificação da articulação, ela participa da articulação em pelo menos três 
aspectos fisiológicos: provê um revestimento de baixa fricção e produz o 
ácido hialurônico, que é o componente mucínio do líquido sinovial; 
transporta nutrientes necessários para o interior do espaço articular 
removendo as perdas metabólicas através de seu sistema capilar linfático 
e tem um importante papel na manutenção da estabilidade articular. 
Líquido sinovial - É um ultrafiltrado do sangue, no qual é adicionado 
o ácido hialurônico que é secretado pelos sinoviócitos, conferindo 
viscosidade ao líquido atuando como lubrificante articularem condições 
normais, a quantidade de líquido sinovial é escassa. Contudo, os 
movimentos de flexão/extensão asseguram a limpeza permanente das 
superfícies articulares pela sinóvia, o que contribui para a boa nutrição da 
cartilagem e, principalmente, para a lubrificação das zonas de contato. 
 
 38 
O suprimento sanguíneo do joelho se da por meio de uma 
anastomose genicular em um plexo acima e abaixo da patela e um plexo 
profundo sobre a cápsula articular e as superfícies condilianas adjacente 
do fêmur e tíbia. Além disso, a drenagem venosa da articulação do joelho 
ocorre por veias correspondentes que acompanham as artérias. O sistema 
linfático do joelho drena a linfa para os linfonodos poplíteos inguinais. A 
estase venosa é importante fator que contribui nas alterações 
degenerativas do joelho. 
O nervo femoral, obturador e o nervo ciático, este com menor 
contribuição, suprem principalmente a pele, a membrana sinovial, a 
cápsula, os ligamentos, os músculos e as bolsas. As sensações primárias e 
de propriocepção, e a capacidade de transportar a dor são realizados 
pelos terminais nervosos somáticos mielinizados e não mielinizados. 
 
 
 39 
Músculos 
Os músculos são fundamentais para o movimento do joelho. O grupo 
muscular do quadríceps é o principal extensor do joelho, auxiliado em 
cadeia cinética fechada pelos isquiotibiais e sóleo. Os isquiotibiais são os 
flexores primários do joelho, auxiliados pelo músculo gastrocnêmio, os 
músculos que passam pela articulação do joelho podem ser divididos nos 
que atravessam a articulação anterior e posteriormente. 
Os músculos anteriores são: o sartório que atua na flexão de joelho e 
promove a rotação medial da perna; quadríceps femoral que é composto 
pelo reto femoral, vasto medial, vasto lateral e vasto intermédio, que atuam 
na extensão do joelho e músculo articular do joelho que tem função de 
puxar a cápsula durante a movimentação do joelho para evitar seu 
pinçamento entre os ossos. 
Os músculos posteriores são: o bíceps femoral que atua na flexão do 
joelho; semitendíneo, semimembranáceo, grácil e poplíteo que 
promovem a flexão de joelho e a rotação medial da perna; tensor da fáscia 
lata que atua na extensão do joelho enquanto o trato se encontrar anterior 
 
 40 
ao côndilo femoral lateral (10 a 15 graus de flexão), após o trato passar 
para a posição posterior ao côndilo femoral lateral (além de 10 a 15 graus) 
torna-se um flexor da articulação do joelho; gastrocnêmio que atua na 
flexão de joelho e com o pé apoiado atua como extensor do joelho e 
plantar que auxilia durante a flexão do joelho. 
 
Imagem: Musculatura do quadril e perna. 
O quadríceps, principal músculo extensor do joelho, é inervado 
predominantemente pelo nervo femoral – raízes nervosas de L2, L3, L4, e 
 
 41 
os isquiotibiais principais extensores são inervados pelo nervo ciático e 
seus ramos tibial e fíbular, no entanto, a cartilagem articular não possui 
nenhum suprimento nervoso direto. 
O quadríceps é três vezes mais potente que seu antagonista devido à 
necessidade da sua intervenção enérgica durante a flexão da perna 
apoiada ao solo. Além disso, o vasto medial é mais potente que o lateral 
para se opor à tendência que a patela tem de luxar-se para fora. E ainda, o 
reto anterior da coxa, devido ao fato de ser um músculo biarticular, tem 
sua eficácia como extensor do joelho dependente do posicionamento do 
quadril. 
Dessa forma, o tensionamento dos isquiotibiais pela flexão de quadril 
aumenta a sua eficácia como flexor do joelho, e que durante a extensão do 
quadril os isquiotibiais vão perdendo a sua eficácia, sendo auxiliados pelos 
músculos monoarticulares do joelho, que conservam a mesma eficácia 
independentemente da posição do quadril. 
 
 
 42 
Biomecânica 
Movimentos Artrocinemáticos e Osteocinemáticos 
Ciência relacionada com a descrição das posições e os movimentos 
do corpo no espaço, permitindo uma descrição exata destas diversas 
posições corporais. A utilização das análises cinemáticas permitiu 
evoluções, tanto dentro do entendimento do funcionamento do 
movimento humano dentro de várias condições, como possibilitou a 
proposição de protocolos de reabilitação e treinamento. 
Cinemática: Descrição do movimento sem considerar as forças ou torque 
que atuam. 
Osteocinemática: Descreve os movimentos dos ossos ao redor das 
articulações (ex: flexão do ombro, extensão do joelho, abdução do 
quadril.) 
Artrocinemática: Descreve os movimentos que ocorrem nas superfícies 
articulares (ex: rolamento, deslizamento e rotação). 
 
 43 
Cinética: Descreve o movimento do corpo em relação ao tempo, 
deslocamento, velocidade e aceleração. 
 
Imagem: Fluxograma. 
No fluxograma acima, você pode compreender melhor todas as áreas 
da Cinésiologia e biomecânica e as relações existentes entre elas. 
Variáveis Cinemáticas 
Consiste em associar cada movimento a uma função, que indica a 
cada momento qual é a posição móvel, medida a partir de um 
determinado sistema de referência. Segundo Rasch, é a geometria do 
movimento, que inclui deslocamento, velocidade e aceleração, 
 
 44 
independentemente das forças que atuam em um corpo. O esqueleto 
humano é um sistema de alavancas, uma vez que uma alavanca pode ter 
qualquer forma, cada osso longo do corpo pode ser visualizado como uma 
barra rígida que transmite e modifica a força e o movimento. Uma análise 
cinemática inclui o tipo de movimento, a direção do movimento e a 
quantidade de movimento que ocorre. A cinemática refere-se a uma 
descrição geométrica do movimento em termos de deslocamento, 
velocidade e aceleração contra o tempo, sem lidar com as fontes do 
movimento, ou seja, as forças que produzem o movimento. 
 
Imagem: Movimentos Cinemáticos. 
 
 45 
Artrocinemática: Um corpo pode se mover de duas maneiras 
diferentes, livre através do espaço ou em contato com outros corpos. Esse 
contato pode ser alternativo (como na marcha humana) ou permanente 
(como duas superfícies articulares juntas). Nas articulações sinoviais ocorre 
esse tipo de movimento translacional. A Artrocinemática é parte da 
biomecânica, que lida com mecanismos de repouso e movimentos mais 
internos (intrínsecos) das articulações, ou seja, que ocorrem dentro da 
articulação, chamados de micro movimentos. Estes não podem ser 
apreciados sem considerar o movimento dos ossos, ou as forças de 
produção desse movimento. 
Osteocinemática: Assim como a Artrocinemática lida com 
micromovimentos, a Osteocinemática lida com macromovimentos. É a 
parte da biomecânica que estuda o deslocamento dos ossos no espaço, 
independentemente dos músculos que se contraem para alcançá-lo. São 
os movimentos vistos pela simples observação, sem levar em consideração 
o movimento que ocorre na articulação. Do ponto de vista biomecânico, é 
importante levar em consideração a morfologia das juntas para avaliar o 
desempenho físico, em termos de efetividade, para poder realizar 
 
 46 
movimento, efetividade, no menor tempo possível, além de eficiência, 
menor gasto de energia 
Um aspecto importante a considerar são as chamadas posições 
básicas em relação a uma articulação. As seguintes posições são 
consideradas: A) POSIÇÃO ZERO, conhecida como posição anatômica. B) 
POSIÇÃO DE DESCANSO, aqui a cápsula articular está totalmente 
distendida e, portanto, o espaço intra-articular tem seu volume máximo, 
pois as superfícies articulares têm menos contato. C) POSIÇÃO DE 
BLOQUEIO, esta posição é caracterizada por haver maior congruência 
articular, ou seja, contato máximo entre as superfícies articulares. 
 
 
 47 
Imagem: Movimentos artrocinemáticos e Osteocinemáticos. 
A Osteocinemática não leva em consideração os movimentos das 
superfícies articulares, descreve os planos e eixos nos quais o movimento 
é realizado. MacConaill e Basmajian sugeriram que qualquer movimento 
ósseo, do pontode vista osteocinâmico, pode ser descrito em termos de 
rotação e equilíbrio. 
Estabilizadores 
Em virtude da pouca estabilidade do joelho, devido a sua formação 
anatômica, ele tem suas funções dependentes de estruturas musculares e 
ligamentares, que lhe conferem a estabilização necessária para a 
realização dos movimentos. 
Os estabilizadores estão divididos em estabilizadores estáticos e 
dinâmicos. 
Estabilizadores estáticos 
• Meniscos 
 
 48 
• Ligamentos 
• Cápsula articular 
 
Meniscos: Fibrocartilagens semilunares situadas entre a cartilagem 
articular do fêmur e da tíbia. Eles estão inseridos no topo dos platôs tibiais 
e servem para compensar a não concordância entre as duas superfícies 
articulares. Há dois meniscos, um lateral, menor mais fino e mais móvel, e 
um medial, maior, mais espesso e menos móvel. 
Ligamentos colaterais: estabilizadores do estresse em valgo e varo 
e das forças de rotações e torções. 
Ligamentos cruzados: restringem a translação da tíbia e as rotações, 
os ligamentos cruzado anterior (LCA) e posterior (LCP) são os principais 
estabilizadores rotacionais do joelho. Atuando juntos, eles resistem a 
todos os movimentos extremos do joelho, proporcionando a maior parte 
das forças de cisalhamento anteroposteriores criadas entre tíbia e fêmur. 
Estão localizados dentro da articulação tibiofemoral e asseguram a 
estabilidade anteroposterior, ao mesmo tempo que permitem os 
 
 49 
movimentos de flexão e extensão, mantendo as superfícies articulares em 
contato. 
 
Imagem: Vista anterior do joelho. 
Estabilizadores dinâmicos: 
• Músculos 
 Quadríceps: Musculatura responsável pela extensão do joelho 
e desacelerador do mesmo. 
 Isquiotibiais: Musculatura flexora do joelho. 
 Gastrocnêmios: Estabilizadores e flexores do joelho. 
 
 50 
 Poplíteo: Tensor da fáscia lata e grácil. 
 
Imagem: Estabilizadores do joelho. 
Cadeias Cinéticas 
Quando estudamos o sistema muscular, percebemos que os 
músculos estriados esqueléticos são compostos por duas estruturas 
básicas e distintas: os tendões e o/os ventres. 
Tendão nada mais é do que a estrutura responsável por inserir o 
músculo esquelético ao osso. Por esse motivo, precisa ser muito resistente 
 
 51 
e apresenta uma composição básica a base de colágeno e elastina, o que 
o confere resistência. 
Já o ventre muscular é o músculo propriamente dito, representado 
pela porção carnosa do músculo, composto por proteínas dispostas em 
fibras intra-fusais e extra-fusais. 
Quando estudamos o sistema muscular e suas capacidades, vemos 
que os músculos possuem três propriedades básicas: 
• Contratilidade 
• Elasticidade 
• Tônus muscular 
Contratilidade 
Contratilidade é o nome que se dá a tentativa de aproximação dos 
pontos de inserção do músculo esquelético, induzida por um sinal elétrico 
do sistema nervoso somático. 
Quando a placa motora dos músculos estriados esqueléticos é 
despolarizada por sinal elétrico somático, suas vesículas sinápticas liberam 
um neurotransmissor (NT) denominado acetilcolina na fibra muscular. A 
 
 52 
acetilcolina promove a liberação de cálcio (Ca**) pelos retículos 
sarcoplasmáticos das fibras musculares, o quer induz a atração das 
proteínas actina e miosina promovendo a tentativa de encurtamento do 
sarcômero (fisiologia da contração muscular). 
Porém, nem toda contração promove realmente o encurtamento das 
fibras musculares e consequente aproximação dos pontos de inserção, 
pois isso vai depender da relação entre a força de contração muscular e a 
resistência imposta importa ao músculo (FxR). Desta forma, podemos 
apresentar três tipos de contração muscular principais. 
Contração concêntrica (Força de contração maior do que resistência) 
Isométrica (Força de contração igual a força de resistência) 
Excêntrica (Força de contração menor do que a resistência) 
Cadeias Cinéticas (aberta e fechada) 
Conhecendo a capacidade contrátil do músculo, e sabendo que um 
músculo esquelético tem que possuir no mínimo dois pontos distintos de 
inserção e em ossos diferentes, podemos concluir que em uma contração, 
 
 53 
um dos pontos pode ser fixo enquanto o outro pode ser móvel, na tentativa 
de encurtamento do sarcômero. 
Desta forma, de acordo com a relação entre o ponto fixo e o ponto 
móvel de um músculo durante sua contração, podemos classificar a 
mesma como sendo em cadeia cinética aberta (CCA) ou cadeia cinética 
fechada (CCF). 
Cadeia cinética aberta (CCA): 
É quando durante uma contração muscular, o ponto fixo é sua origem 
(inserção proximal), enquanto o ponto móvel é sua inserção (inserção 
distal). Ex: fortalecimento de quadríceps em cadeira extensora. 
Os exercícios de cadeia cinética aberta trabalham com menor 
estabilidade, mas são indicados quando de pretende fazer fortalecimento 
muscular isolando determinados grupos musculares. 
Cadeia cinética fechada (CCF): 
É quando durante uma contração muscular, o ponto fixo é sua 
inserção (inserção distal), enquanto o ponto móvel é sua origem (inserção 
proximal). Ex: fortalecimento de quadríceps durante agachamento. 
 
 54 
Os exercícios em cadeia cinética fechada promovem mais 
estabilidade e sinergismo muscular, porém, não permitem trabalhar 
grupos musculares isolados. 
Critérios para a escolha da cadeia cinética a ser trabalhada: 
 
Imagem: Cadeias Cinéticas. 
Cada indivíduo possui um organismo com características intrínsecas 
e extrínsecas diferentes. Durante o fortalecimento muscular, tanto para 
reabilitação como para o treinamento, deve-se respeitar o objetivo do 
tratamento / treinamento assim como as características físicas do indivíduo 
trabalhado. 
 
 55 
Movimentos com dominância de Joelho 
Movimento amplo de joelho e tornozelo. 
Exemplo: agachamento. 
 
Imagem: Movimento dominante de joelho, agachamento. 
Movimentos com dominância de Quadril 
Movimento amplo do quadril, atuação mínima do joelho e tornozelo. 
Exemplo: Levantamento terra. 
 
 56 
 
Imagem: Movimento dominante de quadril, levantamento terra. 
 
 
 
 
 
 
 57 
CAPÍTULO 04 
Reabilitação 
Para desenvolver programas de reabilitação, permitindo que os 
pacientes alcancem seus objetivos da maneira mais eficiente, 
fisioterapeutas e profissionais de educação física devem ter uma 
compreensão completa do processo de cicatrização. 
O objetivo deste capítulo é descrever o processo inflamatório 
em geral, bem como definir classificações e características de tecidos 
moles. 
Seguindo essas definições, a cura será definida em termos de 
intenção primária e secundária. Por fim, o processo de cicatrização, em 
relação a cada tipo de tecido conjuntivo, será diferenciado para que os 
clínicos possam entender mais claramente como desenvolver programas 
de reabilitação individuais para esportes específicos e lesões ortopédicas. 
 
 58 
 
Imagem: Joelho. 
Tecidos moles 
Durante a cicatrização pós-cirúrgica dos tecidos moles, a 
resposta inflamatória começa inicialmente quando os vasos sanguíneos 
são rompidos, causando sangramento nos espaços intersticiais. Esse 
sangramento causa uma série de reações vasculares e celulares, incluindo 
a ativação de plaquetas sanguíneas que funcionam para controlar o 
 
 59 
sangramento. 
A ativação das plaquetas sanguíneas é uma resposta 
hemostática primária que desencadeia vários mediadores químicos como 
a serotonina e o difosfato de adenosina (ADP), levando à formação de um 
coágulo. 
Esses mediadores químicos ativam a vasoconstrição das 
arteríolas, o que leva ao acúmulo de plaquetas ativadas, formando um 
coágulo hemostático temporário. 
A formação desse coágulo é considerada uma resposta 
hemostática secundária que, subsequentemente, inicia o acúmulo de uma 
rede de fibrina que funciona para fornecer estabilidade ao coágulo recém-
formado. 
Essa rede de fibrina fornece a estrutura para acúmulo de 
elementos sanguíneos (glóbulos vermelhose brancos) e células do tecido 
conjuntivo (fibroblastos). 
Os glóbulos brancos são necessários para resolver a inflamação 
durante os estágios primários do processo de cicatrização, e os 
fibroblastos são necessários para a formação do tecido conjuntivo fibroso 
e a síntese de colágeno durante os estágios secundários da cicatrização 
 
 60 
dos tecidos moles. 
Assim, a rede de fibrina que resulta durante a formação do 
coágulo, estabelece uma ligação direta entre a hemostasia e o 
subsequente processo de reparo e maturação do tecido. 
 
Imagem: Síntese de Colágeno. 
Lesões no sistema musculoesquelético geralmente envolvem 
tendões, ligamentos e cápsulas articulares. Essas estruturas curam através 
de uma série de eventos que ocorrem nos tecidos vasculares em resposta 
a lesões ou traumas cirúrgicos, secundários a infecções e outras doenças 
 
 61 
relacionadas. 
Embora o osso seja considerado um tecido conjuntivo, o processo de 
cicatrização óssea difere de outra cicatrização do tecido conjuntivo mole. 
A resposta do corpo a lesões ou traumas é imediata e direta. 
O tecido conjuntivo que foi danificado ou ferido cura com formação 
de cicatriz fibrosa, denominada reparo, ao invés de regeneração de tecido, 
que restaurará a função e estrutura normais do tecido. 
A série de eventos que ocorrem no sistema vascular e no nível celular 
para a cicatrização de tecidos moles é, essencialmente, a mesma em todos 
os tecidos conjuntivos moles. 
O processo de reparo não é específico para cada tecido conjuntivo, 
principalmente porque cada tecido tem uma composição estrutural 
diferente. 
A regeneração do tecido conjuntivo mole envolve três processos 
básicos. Muitos autores que usam linguagens descritivas diferentes a tratar 
desta regeneração. 
 
 
 62 
Fases da regeneração 
As fases de cicatrização dos tecidos moles são descritas por Bryant 
como: (1) inflamação, (2) fibroplasia e (3) maturação da cicatriz. 
Daly descreve o processo como: (1) inflamação, (2) formação de 
tecido de granulação e (3) matriz e remodelação. 
Já Martinez-Hernandez e Amenta o descrevem de forma semelhante 
usando a terminologia: (1) inflamação, (2) proliferação e (3) maturação. 
Note-se que a única diferença está na terminologia, não no processo 
em si. É importante entender que esses eventos na cicatrização de tecidos 
moles são sequenciais e cada estágio se sobrepõe ao estágio anterior. A 
duração de cada estágio depende de vários fatores, incluindo, entre 
outros, extensão do tecido lesionado, vascularização do tecido lesionado 
e tipo de tecido lesionado. Fatores que impedem a cicatrização do tecido 
mole conjuntivo serão discutidos mais adiante neste capítulo. 
Inflamação 
O primeiro estágio do reparo do tecido conjuntivo é a inflamação. A 
inflamação é uma resposta ampla e normal às alterações vasculares no 
tecido conjuntivo lesionado. A inflamação é essencial para o reparo 
 
 63 
tecidual; sem ele, a cicatrização ou reparo de tecido lesionado não 
ocorrerá. 
Existem cinco características da inflamação: inchaço (tumor), 
vermelhidão (rubor), calor, dor e perda de função ou movimento (paresia). 
O processo inflamatório é essencialmente o mesmo, seja de trauma 
agudo ao tecido ou lesão repetitiva de microtraumas (uso excessivo) no 
tecido conjuntivo. 
 
A inflamação pode ser categorizada em três etapas sobrepostas: 
 
(1) aguda; 
(2) subaguda; 
(3) crônica; 
 
O estágio de inflamação aguda dura aproximadamente 3 a 4 dias; o 
estágio subagudo dura aproximadamente 10 dias a 2 semanas; e o estágio 
crônico começa essencialmente no final do estágio subagudo e pode 
continuar por meses ou mais. 
A inflamação crônica não ocorre com todas as lesões, e algumas 
 
 64 
lesões evitam essa fase completamente. A inflamação crônica surge como 
resposta à inflamação aguda não resolvida, microtrauma recorrente ou 
repetitivo ou irritação persistente de material estranho nos tecidos. 
 
Inflamação Aguda 
A inflamação aguda é ativada por uma série de mediadores químicos 
que afetam principalmente o sistema vascular e as células dos tecidos 
lesionados. Consiste na resposta inicial ao trauma ou lesão de tecido e 
funções para localizar e/ou destruir materiais ou agentes estranhos. 
 
Imagem: Joelho inflamado. 
 
 
 
 65 
Alterações Vasculares 
Com inflamação aguda, há uma sequência de respostas vasculares; 
ocorre vasoconstrição, seguida imediatamente por vasodilatação e 
aumento do fluxo sanguíneo, aumento da permeabilidade vascular e 
aumento da viscosidade sanguínea com diminuição do fluxo sanguíneo. 
Essas respostas vasculares resultam em um acúmulo de líquido 
intersticial na área lesionada, denominada edema. Juntamente com as 
alterações vasculares que ocorrem nos vasos sanguíneos, o impedimento 
dos vasos linfáticos locais com um declínio na drenagem linfática do 
líquido intersticial também contribui para o edema. Apesar desses 
aparentes efeitos negativos, alterações vasculares são necessárias para as 
funções fagociticas dos glóbulos brancos. 
 
Resposta celular 
A resposta dos glóbulos brancos à inflamação fornece defesas 
inespecíficas e específicas contra microrganismos patogênicos invasores. 
O sistema de defesa inato, defesa não específica, fornece proteção 
geral contra uma ampla variedade de agentes patogênicos. Barreiras 
físicas (pele), bem como barreiras mecânicas e químicas, fornecem uma 
 
 66 
defesa inespecífica inicial. O sistema de defesa adaptativo é uma resposta 
imunológica específica a patógenos persistentes. 
O sistema de defesa adaptativo será discutido no que se refere à 
inflamação crônica mais adiante neste capítulo. 
 
Imagem: Resposta celular. 
 
Inflamação Subaguda 
A fagocitose bem-sucedida normalmente marca o fim do estágio 
 
 67 
agudo da inflamação. Em condições favoráveis, os sinais e sintomas de 
inflamação aguda desaparecem dentro de 3 a 4 dias após a lesão. 
Posteriormente, os sinais e sintomas da fase subaguda desaparecerão em 
aproximadamente 2 semanas. 
Com a saída dos neutrófilos, os "agentes" da fase aguda da 
inflamação, os monócitos se tornam as células fagocíticas primárias das 
fases aguda e subaguda tardia. Uma vez que os monócitos emigram 
através das lacunas intercelulares na parede vascular e para os espaços 
intersticiais, eles aumentam e amadurecem para células fagocíticas 
altamente duradouras, chamadas macrófagos. 
Os macrófagos representam a grande maioria das células fagocíticas 
a partir de 3 dias após a lesão e continuam por aproximadamente 2 
semanas. Eles se movem livremente nos tecidos e se acumulam no local 
da invasão patogênica. Sua tarefa é muito parecida com a das células 
fagocíticas dos neutrófilos, mas, como mencionado antes, elas têm uma 
"vida útil" prolongada. 
 
Inflamação Crônica 
Se a fagocitose de agentes patogênicos invasores por neutrófilos e 
 
 68 
macrófagos for bem-sucedida, as reações inflamatórias precoces à lesão 
são resolvidas com mais frequência. 
A inflamação crônica é motivada por agentes patogênicos 
implacáveis e pode durar várias semanas ou até meses. 
 
 
 
 
Imagem: Tempo x Inflamação. 
 
Fase de Reparo Fibroblástico 
Depois que os detritos dos tecidos, agentes estranhos e outros 
materiais patogênicos são removidos do local do trauma através da 
fagocitose, o segundo estágio da cicatrização dos tecidos moles é iniciado. 
 
Fibroblastos e formação de colágeno 
Os fibroblastos são atraídos para o local da lesão por macrófagos que 
 
 69 
liberam vários produtos químicos para atrair essa migração. Uma vez que 
os fibroblastos proliferam para a área, eles se localizam na rede de fios de 
fibrina do coágulo. 
 
 
Imagem: Formação Colágeno. 
Os fibroblastos acumulados são diretamente responsáveis pela 
formação de colágeno no coágulo. O colágeno, que é a principal proteína 
de suporte para todos os tipos de tecido conjuntivo, funciona para 
desenvolvera nova matriz de tecido no local do coágulo. Essa nova matriz 
tecidual é formada através do processo sinérgico de síntese e lise de 
 
 70 
colágeno, que funcionam para se acumular e se decompor, 
respectivamente. Por causa do trauma, a síntese da formação de colágeno 
é antes de tudo, enquanto a lise ocorre mais tarde no processo de 
cicatrização. 
 
Formação de Tecido Granulado 
Através do processo de síntese de colágeno e fibrogênese, um tipo 
fibroso temporário de tecido conjuntivo é formado no local do trauma. 
Esse tecido, chamado tecido granulado, é fibroso, mas é relativamente 
imaturo e carece de resistência à tração. 
Esse tipo de tecido tem duas características diferentes: síntese da 
formação de colágeno tipo III na matriz tecidual e formação de nova rede 
vascular, chamada neovascularização. 
Cartilagem – Estrutura e Função 
A cartilagem é um tecido conjuntivo denso composto por 
condrócitos. Ele fornece suporte e estrutura para o sistema esquelético. 
Existem três tipos de cartilagem: cartilagem hialina, fibrocartilagem e 
 
 71 
cartilagem elástica. 
A cartilagem hialina, também conhecida como cartilagem articular, 
reveste as superfícies articulares dos ossos e contém uma grande 
quantidade de colágeno. 
A fibrocartilagem é encontrada nos discos intervertebrais, bem como 
nos meniscos. 
A cartilagem elástica é encontrada na laringe e na aurícula da orelha 
e, por possuir mais elastina que as outras, é mais flexível. 
Como a cartilagem hialina é mais frequentemente ferida, ela é 
discutida em mais detalhes. 
 
Resposta a Lesões 
A resposta de cicatrização da cartilagem, após o trauma, e seu 
potencial de reparo dependem da localização da lesão, do tipo de lesão 
sofrida e se a lesão envolve dano ao osso subcondral. 
Quando o dano ocorre apenas na cartilagem articular, normalmente 
os sintomas são mínimos. A cartilagem carece de suprimento sanguíneo e, 
portanto, o processo inflamatório não ocorre. 
Buckwalter e Mow descrevem três tipos de lesões da cartilagem 
 
 72 
articular. O primeiro, como mencionado anteriormente, envolve danos à 
matriz sem “ruptura visível da cartilagem articular”. Se a estrutura básica 
permanecer intacta e um número significativo de células não danificadas 
permanecer, as células poderão restaurar a composição normal do tecido. 
Ligamentos – Estrutura e Função 
Os ligamentos são dispostos em feixes paralelos de colágeno, 
compostos por filas de fibroblastos. Esses feixes de colágeno podem ter 
um padrão de onda que permite um ligeiro alongamento da estrutura sem 
causar danos ao tecido. 
Os ligamentos funcionam para guiar a posição do osso durante o 
movimento normal e também contribuem para a estabilidade das 
articulações, conectando os ossos adjacentes. 
Os ligamentos também fornecem entrada proprioceptiva ou uma 
sensação de posição articular através da função de terminações nervosas 
livres e de mecanoreceptores localizados dentro do ligamento. 
 
 
 
 73 
Resposta a lesões 
Quando os ligamentos se rompem, há dor e sangramento 
significativos. O edema ocorre como resultado da resposta inflamatória, 
que resulta em uma infiltração de eritrócitos, leucócitos e linfócitos. O 
prazo para a cura do ligamento está totalmente associado com o processo 
de reabilitação e individualidade. Se a ruptura do ligamento for extra 
capsular, ocorre sangramento no espaço subcutâneo. 
Tendões – Estrutura e Função 
Tendões são cordões de fibras de colágeno organizadas 
regularmente que conectam o tecido muscular ao osso. Eles são 
compostos de fibras densamente compactadas dispostas paralelamente, 
dando aos tendões uma das maiores forças de tração de todos os tecidos 
moles. 
 
Resposta a Lesões 
Lesões nos tendões podem resultar de um trauma agudo ou de 
estresse repetitivo na estrutura. Quando um tendão é estendido devido a 
 
 74 
um aumento da carga mecânica além de sua resistência à tração, a fase 
inflamatória começa. Dentro de 4 dias após a lesão, começa o reparo, com 
a infiltração de fibroblastos e células fagocíticas. 
Ossos – Estrutura e Função 
 
O osso é, às vezes, considerado um tipo de tecido conjuntivo. O osso 
protege os órgãos internos, serve como uma alavanca para os músculos e 
fornece uma estrutura de suporte para o corpo. Consistem em células vivas 
e minerais depositados em uma matriz. Essas células, chamadas osteócitos 
(análogos aos fagócitos), são produzidas pelos osteoblastos (análogos aos 
fibroblastos) e reabsorvidas pelos osteoclastos. 
 
Resposta a Lesões 
Os ossos passam por três estágios de cicatrização quando 
danificados. Quando um osso é inicialmente fraturado, os vasos 
sanguíneos são danificados e um hematoma se forma. Essa fase 
inflamatória aguda dura aproximadamente 4 dias. 
 
 75 
Dentro de 5 a 7 dias, o hematoma se resolve e os osteoblastos já 
entraram na área para produzir um coágulo de fibrina. Durante o reparo e 
a regeneração, os osteoclastos reabsorvem os tecidos ósseos danificados 
e as células ósseas antigas, enquanto a atividade osteoblástica produz 
novas células ósseas. 
Tecido muscular – Estrutura e Função 
O tecido muscular é composto por células que têm a capacidade 
única de encurtar ou contrair. O tecido muscular é essencial para mover o 
sistema musculoesquelético, circular o sangue e mover os alimentos pelo 
intestino. O tecido muscular tem a capacidade de contrair-se devido à sua 
composição de fibras de actina e miosina. O tecido muscular é altamente 
celular e possui um suprimento abundante de vasos sanguíneos. 
 
Resposta a Lesões 
O músculo esquelético pode ser danificado por trauma (lesão) ou 
infecção. Lesões no músculo resultam quando a tensão gerada excede a 
capacidade de tração das fibras musculares. O trauma direto também 
 
 76 
pode criar disfunção muscular. Contusões ocorrem quando as fibras 
musculares foram danificadas ou parcialmente interrompidas por um 
golpe direto. A força excessiva que causa uma contusão pode causar 
sangramento interno, resultando em equimoses externamente e edema 
internamente. 
Tecido epitelial – Estrutura e Função 
O tecido epitelial, vulgarmente conhecido como pele, cobre todas as 
superfícies internas e externas do corpo. No entanto, também pode incluir 
o tecido que reveste o esôfago, que não faz parte da pele. O tecido 
epitelial reveste as cavidades corporais, bem como os órgãos ocos, e é o 
tecido predominante encontrado nas glândulas exócrinas. 
 
Resposta a Lesões 
As lesões que podem ocorrer no tecido epitelial incluem feridas, 
infecções, inflamações e doenças. Os tecidos epiteliais também podem 
ser traumatizados durante procedimentos cirúrgicos. Felizmente, as 
células epiteliais podem se regenerar após o trauma. O período de tempo 
 
 77 
necessário para a cura geralmente ocorre dentro de alguns dias, desde 
que a ferida seja superficial e haja um ambiente ideal para a cicatrização. 
Tecido Nervoso – Estrutura e Função 
O tecido nervoso é constituído por células chamadas neurônios e 
neuroglia. Cada tipo de célula possui características únicas. Os neurônios 
são especializados para gerar e conduzir atividade elétrica, e neuroglia 
fornecem suporte estrutural para os neurônios. A neuroglia funciona para 
ligar neurônios e influenciar a nutrição e a atividade elétrica dos neurônios. 
Cada neurônio consiste em um corpo celular, dendritos e um axônio. O 
corpo celular contém o núcleo, que serve como centro metabólico da 
célula. 
 
Resposta a Lesões 
As células nervosas são facilmente danificadas por trauma físico, 
toxinas, infecções e desequilíbrios metabólicos. O nervo cura à sua 
maneira, dependendo da quantidade de lesão no nervo. O tecido nervoso 
 
 78 
não pode se regenerar quando a célula nervosa morre. Os nervos 
periféricos podem se regenerar desde que a lesão não afete o corpo da 
célula. Quanto mais próxima a lesão estiver do corpo celular, mais difícil 
será a regeneração

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