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eBook Completo - Fisioterapia na Saúde da Criança_SER (Versão Digital)

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Prévia do material em texto

FISIOTERAPIA NA
SAÚDE DA CRIANÇA
Fisioterapia na Saúde da Criança
Mateus Dias Antunes
GRUPO
SER
EDUCACIONAL
gente criando o futuro
Mateus Dias Antunes
Na rotina do � sioterapeuta que atua no setor de Pediatria, é muito frequente o surgi-
mento de pacientes com diversas patologias, algumas até raras. 
Com a inclusão da �sioterapia pediátrica, é considerado possível reverter ou redu-
zir algumas alterações, evitando a necessidade de tratamentos futuros com medi-
camentos ou até mesmo procedimentos cirúrgicos. Por isso, conhecer o desenvolvi-
mento, as alterações e as possibilidades de intervenções � sioterapêuticas é essencial 
para a prática clínica do � sioterapeuta no contexto infantil.
No contexto geral, o conteúdo deste material foi elaborado para fornecer a você, es-
tudante, os principais conceitos teóricos e práticos sobre o processo normal e tam-
bém patológico de disfunções que acometem a infância, e que são mais encontrados 
na prática clínica � sioterapêutica. 
Além disso, a leitura e o aprendizado possibilitarão a você replicar alguns testes que 
serão fornecidos ao longo deste material.
FISIOTERAPIA NA 
SAÚDE DA CRIANÇA
SER_FISIO_FISACRI_CAPA.indd 1,3 27/04/2021 11:16:10
FISIOTERAPIA 
NA SAÚDE DA 
CRIANÇA
© Ser Educacional 2021
Rua Treze de Maio, nº 254, Santo Amaro 
Recife-PE – CEP 50100-160
*Todos os gráficos, tabelas e esquemas são creditados à autoria, salvo quando indicada a referência.
Informamos que é de inteira responsabilidade da autoria a emissão de conceitos. 
Nenhuma parte desta publicação poderá ser reproduzida por qualquer meio 
ou forma sem autorização. 
A violação dos direitos autorais é crime estabelecido pela Lei n.º 9.610/98 e punido pelo artigo 184 do 
Código Penal.
Imagens de ícones/capa: © Shutterstock
Presidente do Conselho de Administração 
Diretor-presidente
Diretoria Executiva de Ensino
Diretoria Executiva de Serviços Corporativos
Diretoria de Ensino a Distância
Autoria
Projeto Gráfico e Capa
Janguiê Diniz
Jânyo Diniz 
Adriano Azevedo
Joaldo Diniz
Enzo Moreira
Mateus Dias Antunes 
DP Content
DADOS DO FORNECEDOR
Análise de Qualidade, Edição de Texto, Design Instrucional, 
Edição de Arte, Diagramação, Design Gráfico e Revisão.
SER_FISIO_FISACRI_UNID1.indd 2 26/04/2021 17:10:01
Boxes
ASSISTA
Indicação de filmes, vídeos ou similares que trazem informações comple-
mentares ou aprofundadas sobre o conteúdo estudado.
CITANDO
Dados essenciais e pertinentes sobre a vida de uma determinada pessoa 
relevante para o estudo do conteúdo abordado.
CONTEXTUALIZANDO
Dados que retratam onde e quando aconteceu determinado fato;
demonstra-se a situação histórica do assunto.
CURIOSIDADE
Informação que revela algo desconhecido e interessante sobre o assunto 
tratado.
DICA
Um detalhe específico da informação, um breve conselho, um alerta, uma 
informação privilegiada sobre o conteúdo trabalhado.
EXEMPLIFICANDO
Informação que retrata de forma objetiva determinado assunto.
EXPLICANDO
Explicação, elucidação sobre uma palavra ou expressão específica da 
área de conhecimento trabalhada.
SER_FISIO_FISACRI_UNID1.indd 3 26/04/2021 17:10:01
Unidade 1 - Atuação do fisioterapeuta na saúde da criança
Objetivos da unidade ........................................................................................................... 12
Fisioterapia aplicada à pediatria em diferentes espaços e contextos ..................... 13
Atuação do fisioterapeuta na UTI neonatal ................................................................ 14
Atuação do fisioterapeuta neurofuncional infantil .................................................... 18
Atuação do fisioterapeuta da saúde da criança na atenção primária à saúde ... 20
Fisioterapia aplicada à artrogripose múltipla congênita ............................................. 21
Aspectos clínicos da artrogripose múltipla congênita ............................................. 23
Avaliação e intervenções fisioterapêuticas para crianças com artrogripose 
múltipla congênita ........................................................................................................... 28
Fisioterapia aplicada ao torcicolo muscular congênito .............................................. 35
Aspectos clínicos do torcicolo muscular congênito ................................................. 36
Avaliação e intervenções fisioterapêuticas para crianças com torcicolo muscular 
congênito ........................................................................................................................................38
Sintetizando ........................................................................................................................... 40
Referências bibliográficas ................................................................................................. 41
Sumário
SER_FISIO_FISACRI_UNID1.indd 4 26/04/2021 17:10:01
Sumário
Unidade 2 - Fisioterapia pediátrica nas disfunções congênitas e neurológicas
Objetivos da unidade ........................................................................................................... 47
Fisioterapia aplicada ao pé torto congênito ................................................................... 48
Aspectos clínicos do pé torto congênito ..................................................................... 49
Avaliação e intervenções fisioterapêuticas para criança com pé torto congênito ....53
Fisioterapia aplicada à lesão neonatal do plexo braquial .......................................... 61
Aspectos clínicos da lesão neonatal do plexo braquial ........................................... 62
Avaliação e intervenções fisioterapêuticas para criança com lesão neonatal do
plexo braquial ................................................................................................................... 64
Fisioterapia aplicada à paralisia cerebral ...................................................................... 67
Aspectos clínicos da paralisia cerebral ...................................................................... 68
Avaliação e intervenções fisioterapêuticas para criança com paralisia cerebral ......71
Sintetizando ........................................................................................................................... 76
Referências bibliográficas ................................................................................................. 77
SER_FISIO_FISACRI_UNID1.indd 5 26/04/2021 17:10:01
Sumário
Unidade 3 - Fisioterapia pediátrica nas disfunções ortopédicas e métodos avaliativos
Objetivos da unidade ........................................................................................................... 81
Fisioterapia aplicada à pediatria e osteogênese imperfeita ....................................... 82
Aspectos clínicos da osteogênese imperfeita ........................................................... 84
Avaliação e intervenções fisioterapêuticas para criança com osteogênese imperfeita 85
Fisioterapia aplicada ao atraso do desenvolvimento neuropsicomotor e desnutrição 88
Aspectos clínicos das alterações no desenvolvimento neuropsicomotor e 
desnutrição..................................................................................................................89
Avaliação e intervenções fisioterapêuticas para criança com alterações no 
desenvolvimento neuropsicomotor e desnutrição.....................................................96
Ficha de avaliação e atividades terapêuticas aplicadas na fisioterapia pediátrica........100
Testes específicos e atividades terapêuticas para crianças ................................ 104
Sintetizando ......................................................................................................................... 108
Referências bibliográficas ............................................................................................... 109
SER_FISIO_FISACRI_UNID1.indd 6 26/04/2021 17:10:01
SumárioUnidade 4 - Recursos utilizados em fisioterapia pediátrica
Objetivos da unidade ......................................................................................................... 112
Posicionamento e atendimento demonstrativo em pediatria .................................... 113
Posicionamento em pediatria ...................................................................................... 115
Ação em fisioterapia pediátrica .................................................................................. 118
Método mãe-canguru e exercícios cognitivos para crianças .................................. 120
Método mãe-canguru ................................................................................................... 122
Atividades cognitivas para crianças .......................................................................... 124
Uso da realidade virtual na fisioterapia pediátrica .................................................... 127
Aspectos conceituais da reabilitação virtual na fisioterapia pediátrica ................. 128
Nintendo Wii na reabilitação neurológica pediátrica ............................................. 131
Sintetizando ......................................................................................................................... 133
Referências bibliográficas ............................................................................................... 134
SER_FISIO_FISACRI_UNID1.indd 7 26/04/2021 17:10:01
SER_FISIO_FISACRI_UNID1.indd 8 26/04/2021 17:10:01
Na rotina do fi sioterapeuta que atua no setor de Pediatria, é muito frequen-
te o surgimento de pacientes com diversas patologias, algumas até raras. 
Com a inclusão da fi sioterapia pediátrica, é considerado possível reverter ou 
reduzir algumas alterações, evitando a necessidade de tratamentos futuros com 
medicamentos ou até mesmo procedimentos cirúrgicos. Por isso, conhecer o de-
senvolvimento, as alterações e as possibilidades de intervenções fi sioterapêuti-
cas é essencial para a prática clínica do fi sioterapeuta no contexto infantil.
No contexto geral, o conteúdo deste material foi elaborado para fornecer 
a você, estudante, os principais conceitos teóricos e práticos sobre o processo 
normal e também patológico de disfunções que acometem a infância, e que 
são mais encontrados na prática clínica fi sioterapêutica. 
Além disso, a leitura e o aprendizado possibilitarão a você replicar alguns 
testes que serão fornecidos ao longo deste material.
FISIOTERAPIA NA SAÚDE DA CRIANÇA 9
Apresentação
SER_FISIO_FISACRI_UNID1.indd 9 26/04/2021 17:10:01
Esta obra é dedicada a todos os estudantes de fi sioterapia que buscam o 
conhecimento e a melhora da qualidade de vida dos seus pacientes. 
O professor Mateus Dias Antunes é 
mestre em Promoção da Saúde (2017) 
e graduado em Fisioterapia (2015) pela 
Universidade Cesumar – Unicesumar. 
É pesquisador do grupo Fisioterapia 
Clínica: estudo da função e disfunção 
(USP) desde 2018 e do grupo de Ativi-
dade Física e Envelhecimento (Unicesu-
mar) desde 2012. Atua como revisor de 
periódicos científi cos nacionais e inter-
nacionais. Tem experiência na área de 
saúde coletiva, com ênfase na promo-
ção da saúde, atuando com os seguin-
tes temas: educação em saúde, doen-
ças reumáticas, espaços e práticas que 
promovem a saúde de indivíduos, gru-
pos e famílias. É professor desde 2017 
na área de Fisioterapia.
Currículo Lattes:
http://lattes.cnpq.br/4926064696686266
FISIOTERAPIA NA SAÚDE DA CRIANÇA 10
O autor
SER_FISIO_FISACRI_UNID1.indd 10 26/04/2021 17:10:02
ATUAÇÃO DO 
FISIOTERAPEUTA NA 
SAÚDE DA CRIANÇA 
1
UNIDADE
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Objetivos da unidade
Tópicos de estudo
 Conhecer as principais características da formação e desenvolvimento do 
fisioterapeuta pediátrico;
 Compreender as áreas de atuação do profissional de fisioterapia na saúde da 
criança;
 Analisar as causas da artrogripose múltipla congênita;
 Aplicar uma avaliação fisioterapêutica na artrogripose múltipla congênita;
 Conhecer maneiras de reabilitação fisioterapêutica na artrogripose múltipla 
congênita;
 Identificar as causas do torcicolo muscular congênito; 
 Aplicar uma avaliação fisioterapêutica do torcicolo muscular congênito;
 Conhecer maneiras de reabilitação fisioterapêutica do torcicolo muscular 
congênito.
 Fisioterapia aplicada à pediatria 
em diferentes espaços e contextos
 Atuação do fisioterapeuta na UTI 
neonatal
 Atuação do fisioterapeuta 
neurofuncional infantil
 Atuação do fisioterapeuta da 
saúde da criança na atenção 
primária à saúde
 Fisioterapia aplicada à 
artrogripose múltipla congênita
 Aspectos clínicos da artrogripose 
múltipla congênita
 Avaliação e intervenções 
fisioterapêuticas para crianças com 
artrogripose múltipla congênita
 Fisioterapia aplicada ao torcicolo 
muscular congênito
 Aspectos clínicos do torcicolo 
muscular congênito
 Avaliação e intervenções 
fisioterapêuticas para crianças com 
torcicolo muscular congênito
FISIOTERAPIA NA SAÚDE DA CRIANÇA 12
SER_FISIO_FISACRI_UNID1.indd 12 26/04/2021 17:10:12
Fisioterapia aplicada à pediatria em diferentes 
espaços e contextos
O fi sioterapeuta que atua na saúde da criança, também chamado de fi siote-
rapeuta pediátrico, é responsável por atuar com atendimentos de recém-nas-
cidos até o período da puberdade, por volta dos 12 anos. 
De acordo com Fujisawa, Silva e Valenciano, no artigo Atividade lúdica na fi -
sioterapia em pediatria: revisão de literatura, publicado em 2017, devido às dife-
renças de abordagens em cada faixa etária, os serviços pediátricos e o fi siotera-
peuta envolvido devem considerar as especifi cidades fi siológicas e anatômicas 
do desenvolvimento infantil, pois as crianças apresentam condições clínicas e 
necessidades diferenciadas quando comparadas com adultos. 
Ainda, os autores enfatizam que o desenvolvimento na infância é consi-
derado complexo e global, já que abrange tanto fatores como crescimento e 
maturação neuromotora quanto aprendizagem, linguagem, aquisições mo-
toras e aspectos psicossociais.
Existem muitas possibilidades de atuação para tratamento de desordens 
multifatoriais causadas por patologias adquiridas ou congênitas, alterações 
genéticas, nascimento prematuro, dentre outros. Em relação às áreas de 
atuação profissional, podemos destacar a neurológica, a traumatológica e 
ortopédica, a cardiorrespiratória, a oncológica e a preventiva. Com o intui-
to de promover o desenvolvimento das potencialidades 
da criança, busca-se sempre a independência, fazendo 
com que ela melhore de acordo com a evolução do 
tratamento. O comprometimento, envolvimento e a 
participação da família são de extrema importância e, 
sem dúvida, fazem total diferença para a 
reabilitação. 
Devido ao constante desenvolvi-
mento do corpo e da aquisição de 
novas habilidades, toda criança 
precisa desenvolver habilidades 
cognitivas e motoras. Por isso, é es-
sencial que ela seja observada em todos 
FISIOTERAPIA NA SAÚDE DA CRIANÇA 13
SER_FISIO_FISACRI_UNID1.indd 13 26/04/2021 17:10:12
os aspectos do seu desenvolvimento. Caso sejam observadas mudanças, a 
família deve descrevê-las para que, após a avaliação, o profissional promo-
va estímulos corretos, promovendo o desenvolvimento satisfatório. 
A fisioterapia pediátrica conta com avaliação, planejamento e realização 
de um programa de reabilitação fundamentado nas limitações, insuficiên-
cias e interesses de cada criança. Conforme demonstrado por Caricchio, em 
Tratar brincando: o lúdico como recurso da fisioterapia pediátrica no Brasil, 
publicado em 2017, a avaliação é uma etapa extremamente importante e 
decisiva, uma vez que nela deverão ser analisados os aspectos sensitivos, 
motores, comportamentais e cognitivos da criança para que seja estipulado 
o melhor plano terapêutico, em conjunto com sua família.
É importante destacar que reavaliações, orientaçõese educação são a 
base do programa terapêutico na fisioterapia pediátrica. A abordagem fisio-
terapêutica pediátrica, conforme Fujisawa, Silva e Valenciano (2017), deve 
ser sempre humanizada e o profissional deve considerar outros aspectos 
que potencializam a interação da criança, principalmente por meio do lú-
dico, utilizando ambientes alegres, recursos visuais e musicais atraentes, 
além de permitir a habituação ao local de terapia e a afetividade ao ser 
carinhoso, conversar, sorrir, acalmar e pegar no colo.
Não podemos esquecer que o atendimento da criança deve ser sempre 
bem avaliado, planejado e aplicado de maneira lúdica e, se necessário, deve 
contar com o auxílio da família para continuar com a manutenção do ganho 
obtido. 
Agora, você vai conhecer outros aspectos que estão relacionados ao 
atendimento fisioterapêutico do público infantil. 
Atuação do fisioterapeuta na UTI neonatal
O fi sioterapeuta que atua na Unidade de Terapia Intensiva Neonatal (UTIN) 
cuida, principalmente, dos pulmões do neonato. A drenagem postural associada 
à percussão, vibrações e sucção são utilizadas no manejo fi sioterapêutico dos 
distúrbios respiratórios neonatais. Em grande parte dos hospitais, um exemplo 
bem comum é que as extubações podem ser realizadas pelo fi sioterapeuta, de 
acordo com o protocolo da unidade neonatal (Figura 1). Além dos cuidados res-
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SER_FISIO_FISACRI_UNID1.indd 14 26/04/2021 17:10:12
piratórios, ele também está envolvido na avaliação e no manejo de neonatos 
com distúrbios neurológicos e/ou musculoesqueléticos.
Figura 1. Exemplo de atendimento na Unidade de Terapia Intensiva para neonato. Fonte: Shutterstock. Acesso em: 
01/01/2021.
É importante destacar que, ao longo da última década, a fisioterapia se tor-
nou uma parte reconhecida e integrante do tratamento de bebês recém-nas-
cidos em UTIN de todo o mundo (OLIVEIRA; MENDONÇA; FREITAS, 2015). Em 
relação aos aspectos conceituais e históricos dessa atuação profissional, um 
dos primeiros estudos clínicos publicados sobre o efeito da fisioterapia respi-
ratória em neonatos foi em 1969, época em que pesquisadores notaram que 
havia um amplo gradiente de pressão arterial de oxigênio alveolar e uma falha 
em manter a oxigenação arterial normal entre pacientes ventilados no ar por 
respiração com pressão positiva intermitente. 
ASSISTA
A fisioterapia respiratória é uma área de atuação muito 
utilizada na pediatria. Além disso, ela tem sido usada 
para limpar secreções e ajudar na ventilação pulmonar 
de recém-nascidos que necessitam de ventilação mecâ-
nica devido a problemas respiratórios. Para mais infor-
mações, assista ao vídeo Conheça mais sobre fisiotera-
pia respiratória para bebê.
FISIOTERAPIA NA SAÚDE DA CRIANÇA 15
SER_FISIO_FISACRI_UNID1.indd 15 26/04/2021 17:10:13
Sendo assim, a partir desses achados, pesquisadores levantaram a hipóte-
se de que era possível melhorar a oxigenação abrindo áreas de atelectasia ou 
removendo secreções que bloqueiam os brônquios, e uma das formas de 
fazer isso era por meio da fisioterapia respiratória. Em seguida, um estudo de 
pesquisa foi elaborado e realizado para testar essa hipótese e duas descobertas 
significativas foram relatadas: a primeira é que a pressão parcial de O2 caiu sig-
nificativamente após a fisioterapia respiratória e levou uma hora para voltar ao 
normal. Na segunda, destacaram que fisioterapia e hiperinsuflação associada à 
fisioterapia não restauraram a pressão parcial de O2 ao normal.
Sendo assim, a fisioterapia passou por uma série de evoluções para chegar a 
protocolos utilizados para reabilitar e promover a alta do paciente. Para conhe-
cer um pouco mais da atuação do fisioterapeuta na terapia intensiva, é impor-
tante reforçar uma breve comparação das diferenças fisiológicas e anatômicas 
entre adultos e neonatos, conforme mostra o Diagrama 1.
DIAGRAMA 1. CARACTERÍSTICAS FISIOLÓGICAS E ANATÔMICAS DE NEONATOS EM 
COMPARAÇÃO AOS ADULTOS
Fonte: CALAZANS et al., 2015; ISRAEL et al., 2020; SILVA et al., 2017. (Adaptado).
As costelas do recém-nascido estão posicionadas horizontalmente e os músculos 
intercostais são fracos, resultando em um padrão respiratório predominantemente 
abdominal ou diafragmático.
Os pulmões neonatos são menos complacentes do que os de um adulto, entretanto, a 
parede torácica é mais complacente devido à natureza cartilaginosa das costelas e falta 
de força muscular intercostal. Esta diferença pode levar a um aumento na resistência e 
obstrução das vias aéreas. O diâmetro estreito das vias aéreas do lactente e um reflexo 
de vacuidade fraco ou ausente também podem levar à obstrução das vias aéreas.
O recém-nascido ou bebê prematuro é altamente suscetível à falha do diafragma e 
compensa a dificuldade respiratória aumentando a 
frequência em vez da profundidade da ventilação.
Um recém-nascido tem uma laringe alta, permitindo que a epiglote guie a laringe 
para trás do palato mole para produzir uma via aérea direta da cavidade nasal para 
os pulmões. Isso faz com que os neonatos sejam respiradores de nariz obrigatórios. 
Eles também são capazes de respirar e engolir simultaneamente dos dois aos três 
meses de idade.
Alguns reflexos do bebê prematuro não estão totalmente desenvolvidos até 32-34 
semanas de gestação. Todos esses fatores, embora normais para um recém-nascido, 
contribuem para a dificuldade respiratória.
FISIOTERAPIA NA SAÚDE DA CRIANÇA 16
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Sabendo das diferenças primordiais do neonato em relação ao adulto, é 
importante que o profissional entenda o mecanismo da respiração artificial e 
também os programas de reabilitação. A terapia intensiva, especialmente a fisio-
terapia respiratória para o neonato, tem algumas indicações importantes nesta 
faixa etária (ARAKAKI et al., 2015). As condições mais referidas para fisioterapia 
são: aspiração de mecônio, cirurgia envolvendo o tórax ou abdômen, doença da 
membrana hialina e pneumonia. 
A causa mais comum de desconforto respiratório no neonato é a doença da 
membrana hialina, que está relacionada com níveis insuficientes de surfactante 
no pulmão. É mais frequentemente associada à prematuridade, parto cesáreo, 
diabetes materna, asfixia perinatal e choque, e o segundo filho de gêmeos. 
Os sintomas geralmente aparecem dentro de duas a três horas após o nas-
cimento, com deterioração progressiva dentro de 24 a 48 horas (CAON et al., 
2020). A pneumonia pode se desenvolver a qualquer momento durante o perío-
do neonatal e as condições que aumentam o risco de um recém-nascido de de-
senvolvê-la incluem asfixia intrauterina; cirurgia torácica e abdominal superior 
com anestesia geral; intubação e ventilação mecânica; prematuridade e ruptura 
prematura de membranas.
Os objetivos da fisioterapia respiratória são manter as vias aéreas desobs-
truídas; eliminar o excesso ou as secreções acumuladas do trato respiratório; 
manter níveis adequados de oxigenação; melhorar a função respiratória geral 
do recém-nascido; prevenir complicações respiratórias como atelectasia, infec-
ção e retenção de secreções e expandir segmento(s) colapsado(s) do pulmão. 
Por outro lado, as contraindicações para fisioterapia são: condição muito ins-
tável do bebê; pneumotórax recente que não possui cateter intercostal in situ; 
hemorragia pulmonar na presença de secreções coradas de san-
gue; hipotermia grave e temperatura inferior a 36,3 °C. 
Nesse sentido, podemos notar que o fisiotera-
peuta que atua nesta área neonatal, principal-
mente na terapia intensiva, tem uma grande 
responsabilidade; por isso, é uma área que 
merece muito estudo, especialização e apro-
fundamento nas técnicas para serem aplicadas 
em momentos tão delicados da vida.
FISIOTERAPIA NA SAÚDE DA CRIANÇA 17
SER_FISIO_FISACRI_UNID1.indd 17 26/04/2021 17:10:13
Atuação do fisioterapeuta neurofuncional infantil
A fi sioterapia neurofuncionalinfantil é uma área de atuação muito pro-
missora que busca prevenir, reabilitar e estabilizar as consequências resultantes 
de afecções relacionadas ao sistema nervoso (central e periférico). 
O principal objetivo dessa atuação é proporcionar a melhora no quadro mo-
tor, garantindo maior independência e autonomia na realização de atividades 
de vida diária de crianças com disfunções neuromusculares. Em relação às in-
dicações, essa abordagem é indicada para artrogripose, crianças com atrasos 
do desenvolvimento, espinha bífi da; hidrocefalia; lesão medular; microcefalia; 
miopatias; paralisia braquial obstétrica; paralisia cerebral; pé torto congênito; 
recém-nascidos de alto risco; síndrome de Down; torcicolo muscular congênito; 
dentre outras.
Durante a avaliação fi sioterapêutica, o profi ssional deve identifi car as difi -
culdades e habilidades motoras da criança para, então, planejar o programa de 
reabilitação, oferecendo orientações para condutas em domicílio e também em 
ambiente escolar. O tratamento reabilitativo auxilia na redução das consequên-
cias neuromotoras das disfunções, ajudando na recuperação dos padrões de 
desenvolvimento, orientando as famílias e cuidadores em relação ao manuseio 
e interação com a criança, sempre buscando o bem-estar e apropriado desen-
volvimento neuromotor.
Os atendimentos podem começar com recém-nascidos. Quanto à frequência, 
ela pode variar conforme o quadro clínico da criança. Durante o processo de 
reabilitação neurofuncional infantil, é muito importante contar com o auxílio 
dos pais e/ou responsáveis, uma vez que eles passam muito mais tempo com 
a criança, garantindo o processo de continuidade terapêutica em casa (PACHE-
CO et al., 2014). Com isso, é possível esclarecer dúvidas quanto ao manuseio e 
posicionamento da criança, além de fornecer orientações para o estímulo do 
desenvolvimento em ambiente domiciliar.
O fi sioterapeuta, na maioria das vezes, é o interventor nas fases mais pre-
coces de riscos, como no período pré-natal, e ainda pode ser considerado o 
mediador em tudo que promova bem-estar à crianç a. Alguns autores destacam 
que o aumento da atividade motora proporciona uma melhora na saúde mental 
e física, assim como propicia um aumento de outros aspectos de funcionamento, 
FISIOTERAPIA NA SAÚDE DA CRIANÇA 18
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tais como o desempenho cognitivo e a recuperação neural e funcional (COSTA; 
MARTINS; TERTULIANO, 2020; CARDOSO; FELICIANO, 2020; REBELO et al., 2020).
A partir disso, fica explícito que a atividade motora é essencial para a intera-
ção com o ambiente físico, como comer, falar, vestir ou se deslocar no espaço. 
É importante destacar que um melhor condicionamento físico promove mais 
saúde e prevenção ou diminuição de deficiências secundárias. Toda interven-
ção, para ser considerada como efetiva, deve ser capaz de promover alterações 
nos domínios de atividade e participação baseados no modelo da classificação 
internacional de funcionalidade, bem como na qualidade de vida (MÉLO et al., 
2020). Para atender às necessidades particulares de cada criança, na maior parte 
das vezes é essencial combinar possibilidades e recursos fisioterapêuticos.
DIAGRAMA 2. ESQUEMA DE PLANEJAMENTO POR MEIO DE RECURSOS, MÉTODOS E 
TÉCNICAS FISIOTERAPÊUTICAS NO ÂMBITO NEUROFUNCIONAL INFANTIL
Fonte: MÉLO et al., 2017, p. 55. (Adaptado).
Com essa perspectiva, a intervenção fisioterapêutica precisa de motivações 
que ajudam para alterações nas estruturas e também funcionalidades corporais, 
bem como otimizações e adequações ambientais, para promover melhor intera-
ção entre o ambiente e o indivíduo.
 
 
 
Fisioterapia na 
promoção, prevenção 
e reabilitação 
Métodos e técnicas 
em cinesioterapia 
utilizados pela 
Fisioterapia
Métodos 
integrativos 
Recursos auxiliares
adicionais 
FISIOTERAPIA NA SAÚDE DA CRIANÇA 19
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Atuação do fisioterapeuta da saúde da criança na aten-
ção primária à saúde
Os cuidados com a saúde da criança 
estão entre as ações essenciais do Mi-
nistério da Saúde no Brasil, sendo fun-
damentais a promoção do nascimento, 
crescimento e o desenvolvimento sau-
dável. Deste modo, deve acontecer o 
enfoque prioritário na prevenção das 
doenças prevalentes e também na vigi-
lância dos fatores que podem deixar a 
criança em risco. 
Nessa perspectiva, Caldas, Oliveira e Portes (2013) destacam que o programa 
Saúde da Família tem como estratégia a reorientação da atenção primária à saúde 
e de todo o sistema, além da priorização de um conjunto de ações de caráter inte-
gral, equânime e de qualidade que engloba a participação da comunidade. Ainda, 
esses autores enfatizam que essas ações se caracterizam como um imenso desafi o 
que o Ministério da Saúde brasileiro tem procurado enfrentar ao longo dos anos, 
por meio da promoção de políticas públicas diferenciadas para alcançar as necessi-
dades dos diferentes segmentos populacionais, principalmente as crianças. Dessa 
forma, os cuidados com a saúde da criança estão entre as ações essenciais do Mi-
nistério da Saúde, que intenciona buscar os mais diferentes ambientes, como as 
unidades de atenção primária à saúde, as casas, escolas e creches.
Essas ações precisam ser realizadas em toda a sua plenitude, envolvendo 
desde o nascimento e o desenvolvimento saudável, assim como o cuidado com 
as doenças mais prevalentes no período infantil e a promoção do crescimento 
com um panorama prioritário para a vigilância à saúde das crianças que apre-
sentam maior risco. Tendo em consideração que, na fase infância, desenvolve-
-se uma parte signifi cativa das potencialidades do indivíduo, os distúrbios que 
incidem nesse ciclo de vida são responsáveis por consequências consideradas 
graves para pessoas e comunidade. Outrossim, Caldas, Oliveira e Portes (2013) 
enfatizam que a hospitalização da criança, na maioria das vezes, refl ete na es-
trutura familiar como um problema relativamente complexo e promove custos 
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para o sistema de saúde, que poderiam ser evitados por meio de atividades de 
prevenção primária.
Nesse sentido, os autores afi rmam também que a diarreia e a pneumonia 
associadas à desnutrição são as doenças mais responsáveis pela morte no pri-
meiro ano de vida, e os acometimentos mais comuns em crianças até os quatro 
anos de idade são as infecções respiratórias agudas, as defi ciências nutricionais 
e as doenças infecciosas. Por fi m, alguns dados do departamento de informática 
do Sistema Único de Saúde do Brasil foram pesquisados e os autores encontra-
ram as principais causas de internações hospitalares de crianças em Juiz de Fora 
– MG, que foram as doenças do aparelho respiratório, as afecções originadas no 
período perinatal e as doenças do aparelho digestivo.
Sendo assim, devem ser priorizadas ações em todos os níveis de atenção na 
saúde da criança, sendo defendidas e incentivadas pela Agenda de Compromis-
sos para a Saúde Integral da Criança e Redução da Mortalidade Infantil. Essas 
ações e estratégias confi guram como uma proposta de trabalho integral, envol-
vendo a saúde da mulher, a gestação, o nascimento e também o acompanha-
mento do crescimento e desenvolvimento da criança, sendo assim, 
uma tendência de cuidado para o futuro. 
Para fi nalizar, é essencial a realização de ações in-
terdisciplinares, abrangendo integralmente a pre-
venção de agravos e a promoção da saúde infantil, 
principalmente em visitas mensais aos domicílios, 
bem como necessárias visitas às escolas e creches 
da comunidade.
Fisioterapia aplicada à artrogripose múltipla congênita
Artrogripose é um termo que, segundo Valdés-Flores e colaboradores 
(2016), deriva das palavras gregas arthron e gryposis, signifi cando articula-
ções encurvadas. 
Na literatura científi ca foram utilizadosinúmeros sinônimos para descrever 
essa característica clínica, tais como: amioplasia congênita; artromiodisplasia 
congênita; contraturas congênitas múltiplas; miodistrofi a fetal deformante; rigi-
dez articular congênita múltipla; artrogripose múltipla congênita. 
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Essa afecção está ligada a um grupo heterogêneo significativamente grande 
de doenças, representada por músculos contraídos e pela limitação congênita 
não progressiva do movimento de duas ou mais articulações diferentes com 
cápsulas periarticulares grossas (VALDÉS-FLORES et al., 2016).
Figura 2. Características da criança com artrogripose múltipla congênita. Fonte: SVARTMAN et al., 1995, [n.p.]. 
É consideravelmente rara a artrogripose múltipla congênita, acontecendo 
em aproximadamente um a cada 3000-5000 recém-nascidos de ambos os sexos. 
Estão envolvidas, em 50% a 60% dos casos, as quatro extremidades, já os mem-
bros inferiores em 30% a 40%, e os membros superiores em menor quantidade, 
representando cerca de 10% a 15%. A luxação e subluxação dos quadris, das 
patelas e dos joelhos acontece em 20% dos casos, ao passo que as articulações 
vertebrais e temporomandibulares estão raramente envolvidas.
A amioplasia é o tipo mais comum de artrogripose, sendo caracterizada por 
um terço de todos os casos. Ela representa um posicionamento simétrico dos 
membros com pé torto equinovaro grave e cotovelos estendidos. Além disso, 
normalmente o paciente pode ter um hemangioma facial médio. Valdés-Flores 
e colaboradores (2016) destacam que anomalias genitais ou estruturais podem 
estar presentes em alguns pacientes, os ombros são curvados e também volta-
dos para dentro e os antebraços são pronados, com deformidades de flexão de 
punhos e dedos. 
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Além dessas alterações, o envolvimento dos membros inferiores também in-
clui joelhos fl exionados ou estendidos. Os quadris, por sua vez, poderão estar 
fl exionados e voltados para fora ou podem também estar estendidos e luxa-
dos ou subluxados. A artrogripose múltipla congênita pode estar presente em 
mais de 150 doenças específi cas e elas incluem um grupo grande e específi co 
de doenças neurogênicas e miopáticas, fatores que produzem uma limitação 
intrauterina do movimento fetal e anomalias no tecido conjuntivo.
Alguns estudos importantes na literatura científi ca sobre a artrogripose 
múltipla congênita destacam fatores causadores das contraturas: agentes blo-
queadores neuromusculares, anticonvulsivantes, bloqueadores neuromuscula-
res, etanol, hipertermia, imobilização dos membros, inseticidas e vírus (VALDÉS-
-FLORES et al., 2016). Os resultados tiveram uma infl uência no desenvolvimento 
dos membros, promovendo a perda de massa muscular com o desequilíbrio da 
força muscular nas articulações. 
Além disso, a etiologia da artrogripose múltipla congênita inclui dois fatores: 
genéticos e ambientais. Ao realizar análise molecular, os resultados mostraram 
que um determinado fenótipo, devido a mutações em distintos genes, pode ter 
causado a heterogeneidade genética da doença (VALDÉS-FLORES et al., 2016). 
Nesse sentido, podemos notar que ela apresenta uma diversidade de caracte-
rísticas e a fi sioterapia é uma ótima aliada para promover a funcionalidade e a 
qualidade de vida das crianças. 
Aspectos clínicos da artrogripose múltipla congênita
A artrogripose múltipla congênita é uma doença rara considerada não 
progressiva, sendo representada por diversas contraturas articulares e podendo 
estar acompanhada pela fraqueza muscular e fi brose. 
As anormalidades neurológicas parecem ser uma das causas mais comuns, 
uma vez que alguns distúrbios cerebrais são detectados por ressonância mag-
nética, ultrassom pré-natal e em autópsias pós-parto, tais como epilepsia, de-
feitos na migração neural, hipoplasia cerebral, holoprosencefalia, degeneração 
do trato piramidal e atrofi a olivopontocerebelar, que pode estar associada à 
aneuploidia cromossômica, síndrome genética subjacente ou resultado de um 
teratógeno (KALAMPOKAS et al., 2012). 
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De acordo com os autores supraci-
tados, a doença das células do corno 
anterior é uma das causas mais co-
muns de degeneração da medula espi-
nhal, sendo a atrofia muscular espinhal 
uma segunda causa neurogênica pró-
xima da artrogripose. Outra possibili-
dade é a neuropatia periférica que foi 
associada com artrogripose múltipla 
congênita devido à desmielinização dos 
axônios de médio a grande porte como 
resultado da deficiência das proteínas 
de mielina P0 e P2, mostrando que a interrupção da mielinização periférica no 
estágio de promielina parece ser a origem da deficiência de mielina. Além disso, 
a falha no alongamento da coluna e no crescimento longitudinal das células de 
Schwann também pode levar à artrogripose múltipla congênita.
Segundo Kalampokas e colaboradores, no artigo Diagnosing Arthrogryposis 
Multiplex Congenita: A Review publicado em 2012, em relação às anormalidades 
musculares, uma associação tem sido fortemente estabelecida entre artrogripo-
se múltipla congênita e miastenia, principalmente por causa dos anticorpos ma-
ternos que entram na circulação fetal por meio da transferência transplacentária 
e, assim, inibem a função do receptor de acetilcolina fetal, levando a danos no 
músculo fetal, movimento fetal prejudicado no útero e desenvolvimento de múl-
tiplas contraturas articulares. Além disso, distúrbios vindos dos músculos, como 
miopatias, distúrbios mitocondriais, distrofia muscular e miosite, são causas co-
muns de artrogripose múltipla congênita. Estes incluem miopatia intranuclear 
de bastonetes, miopatia nemalínica, doença do núcleo central e muitos outros 
tipos de miopatias congênitas causadas por uma mutação no gene que codifica 
para troponina I. 
As distrofias musculares congênitas são o resultado da função anormal do 
complexo distrofina-glicoproteína associada no sarcolema dos músculos esque-
léticos. O mecanismo fisiopatológico dessa alteração está localizado na área das 
fibras musculares, sistema nervoso central e nas células presentes no tecido car-
tilaginoso (condrócitos) (FERREIRA et al., 2005). 
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A artrogripose múltipla congênita também pode resultar de anormali-
dades do tecido conjuntivo devido a uma resposta colagênica por conta da 
perda de massa muscular, com um desequilíbrio da força muscular nas arti-
culações. A resposta colagênica consiste na substituição parcial do volume 
muscular e espessamento do colágeno das cápsulas articulares, levando 
à fixação articular, redução do movimento fetal e contraturas observadas 
na síndrome de Larsen, síndrome do pterígio e síndrome de Beals-Hecht 
(KALAMPOKAS et al., 2012).
Para classificar a artrogripose múltipla congênita, existem diversos subgru-
pos conhecidos que se diferem em sinais, sintomas e causas. A principal causa 
tem relação com fatores genéticos e ambientais, ocorrendo individualmente 
ou com uma sobreposição significativa entre eles. Para estabelecer um diag-
nóstico diferencial na primeira infância, é fundamental determinar primeiro se 
uma criança tem função neurológica normal. A artrogripose é o resultado das 
seguintes alterações segundo Kalampokas e colaboradores (2012):
• Amioplasia: maneira mais comum de artrogripose múltipla congênita, 
síndrome simétrica esporádica caracterizada pelo desenvolvimento simétrico 
impróprio dos músculos dos membros, que são substituídos por tecido adipo-
so e conjuntivo e, frequentemente, um hemangioma da linha média;
• Artrogripose distal: síndrome hereditária autossômica dominante com 
um envolvimento característico das articulaçõesdistais e preservação das 
grandes articulações;
• Doenças sistêmicas do tecido conjuntivo: grupo de síndromes autos-
sômicas dominantes, recessivas ou hereditárias ligadas ao cromossomo X que 
se manifestam com múltiplas contraturas, micrognatia (deformação da mandí-
bula inferior), hidropisia (derramamento de líquido seroso em te-
cidos ou em cavidade do corpo), higroma cístico (malformação 
congênita rara do sistema linfático) e hipoplasia 
cardíaca e pulmonar.
Uma função neurológica anormal mostra 
que a redução do movimento fetal no útero 
é resultado de uma anormalidade do siste-
ma nervoso (central ou periférico,) da placa 
motora ou dos músculos. 
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DIAGRAMA 3. CLASSIFICAÇÃO DA ARTROGRIPOSE
Embora o movimento fetal seja observado por ultrassom na oitava semana 
de gestação, a maioria dos casos de artrogripose múltipla congênita é diagnos-
ticado no pré-natal, durante o segundo ou terceiro trimestre da gravidez, com 
ultrassom e/ou com a combinação de consideração materna para movimentos 
fetais reduzidos no útero (KALAMPOKAS et al., 2012). 
A combinação de consideração materna para acinesia fetal com anormalida-
des ultrassonográficas (geralmente antes da percepção do movimento fetal) dará 
a perspectiva de uma síndrome artrogripótica. Quanto mais cedo ocorrerem as 
contraturas, mais difícil será o diagnóstico pré-natal precoce (BATISTA et al., 2019). 
O diagnóstico principal é feito quando uma falta de mobilidade e uma posição anor-
mal são observadas na ultrassonografia de rotina. Esses achados devem orientar o 
profissional a uma avaliação cuidadosa da anatomia fetal e das articulações.
QUADRO 1. ACHADOS ULTRASSONOGRÁFICOS NA ARTROGRIPOSE MÚLTIPLA CONGÊNITA
Fonte: KALAMPOKAS et al., 2012. (Adaptado). 
Classificação
da artrogripose
Função neurológica 
normal 
Amioplasia
Desordem sistêmica 
do tecido 
Artrogripose distal 
Múltiplos distúrbios 
de pterígio 
Função neurológica 
anormal
Características 
dismórficas 
Falta de 
mobilidade
Convulsões 
fetais
Fraturas múlti-
plas da diáfise
Translucência 
nucal aumentada
Costelas finas
Higroma cístico
Ventriculomegalia 
cerebral
Deformidades de 
membros
Micrognatia
Volume de líquido 
amniótico alterado
Deformidades em 
flexão fixas
Posição 
anormal
Contraturas
Escoliose
Retardo de 
crescimento 
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É importante destacar que a visualização de detalhes da dinâmica de pequenas 
estruturas anatômicas pode ser feita de uma forma melhor e com mais antece-
dência com o uso de ultrassom 4D, dando a possibilidade de um diagnóstico de 
insuficiência motora ao final do primeiro trimestre. 
Além disso, quando falamos sobre as características da artrogripose múltipla 
congênita, as deformidades se apresentam, na maioria das vezes, de maneira si-
métrica e múltipla, sendo que as extremidades distais apresentam maior gravida-
de. As manifestações clínicas também podem estar em outros lugares, ou seja, em 
alterações da pele (redução da elasticidade, escassez de tecido subcutâneo e falta 
de pregas); nas articulações (rigidez e restrição de movimentos, podendo haver a 
presença de luxação); na atrofia muscular e na substituição da massa muscular 
por tecido fibroso e adiposo (estruturas periarticulares são mais espessas).
Ainda, indivíduos com artrogripose não apresentam déficits intelectuais, sen-
do até mesmo identificados alto grau de inteligência, auxiliando-os na superação 
da incapacidade. Alguns dos sinais e sintomas mais comuns estão associados ao 
ombro, cotovelo, punho, mão, quadril, joelho e pé. Em alguns casos, um pequeno 
número de articulações pode ser afetado, mantendo uma amplitude de movimen-
to quase completa; no entanto, nos tipos mais graves, quase todas as articulações 
estão envolvidas, incluindo a mandíbula e a coluna. Além disso, as complicações 
podem incluir várias anomalias congênitas dos órgãos.
QUADRO 2. SINAIS E SINTOMAS NA ARTROGRIPOSE MÚLTIPLA CONGÊNITA
Fonte: KALAMPOKAS et al., 2012. (Adaptado). 
Ombro
Rotação interna
Cotovelo
Extensão-pronação
Punho
Desvio ulnar
Mão
Flexão fixa dos dedos, polegar na palma
Quadril
Flexionado, abduzido e girado externamente
Joelho
Flexão
Pé
Torto
Outros
Escoliose, hipoplasia pulmonar, problemas respiratórios, retardo de crescimento, hemangioma facial médio, 
variações da mandíbula facial, hérnias abdominais, alterações cardíacas congênitas, fístulas traqueoesofágicas, 
anormalidades oftalmológicas
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Altiok e colaboradores (2019) destacam que alguns estudos demonstraram 
que crianças com artrogripose múltipla congênita deram menos passos durante 
o dia e mantiveram um nível de atividade mais baixo do que seus pares com 
desenvolvimento típico. Além disso, a capacidade de caminhar é um desafio para 
aqueles com contraturas de flexão do joelho maiores do que 30° e para aque-
les que usam órteses de tornozelo e pé para deambular. Outros pesquisadores 
destacaram que o funcionamento físico da criança com artrogripose múltipla 
congênita é mais baixo em crianças que dependiam de órteses para caminhar. 
É importante destacar que muitos estudos realizados em todo o mundo sobre 
artrogripose múltipla congênita contribuem para o conhecimento sobre a qualida-
de de vida dessas crianças. Por fi m, é importante identifi car a opinião das crianças 
sobre suas órteses para melhorar a funcionalidade e adaptação em casa.
Fica evidente, desse modo, que artrogripose múltipla é uma classe de 
doença clínica e etiologicamente heterogênea, em que o diagnóstico preciso, o 
reconhecimento da patologia subjacente e a classificação são de importância 
fundamental para o prognóstico, bem como para a seleção do tratamento 
adequado. Nesse sentido, frente às deformidades e alteraç õ es da artrogripo-
se múltipla congênita, torna-se imprescindível a atuação do fisioterapeuta para 
promover métodos e técnicas fi sioterapêuticas com a fi nalidade de restaurar, 
desenvolver e conservar a capacidade física do indivíduo. 
Avaliação e intervenções fisioterapêuticas para 
crianças com artrogripose múltipla congênita
Primeiramente, vamos conhecer como é realizado o tratamento no útero da mãe. 
Gestações em curso com artrogripose múltipla congênita detectada no feto, 
com risco aumentado de restrição de crescimento intrauterino, osteopenia, 
mandíbula pequena e polidrâmnio (quadro em que há o aumento do volume do 
líquido amniótico durante a gestação), devem ser monitoradas de modo rigoro-
so e antecipadas. 
Como qualquer fator que reduz o movimento fetal contribui para as contra-
turas, o aumento inverso da atividade fetal deve ter um impacto favorável. Por-
tanto, a terapia ainda dentro do útero para aumentar o movimento fetal deve 
ser considerada, mas em comparação com estudos sobre fi sioterapia pós-natal 
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e tratamentos ortopédicos não há relatórios sistemáticos sobre possíveis me-
lhorias do resultado motor com exercício fetal pré-natal. No entanto, exercícios 
maternos, cafeína e respiração materna profunda são conhecidos por aumentar 
o movimento fetal.
As mães podem fazer isso diariamente se houver detecção pré-natal de con-
traturas congênitas. Os níveis de açúcar no sangue materno, refeições, bem 
como música ou estímulos sonoros também parecem afetar os movimentos fe-
tais. Em segundo lugar, a realização de parto prematuro após constatação do 
amadurecimento dos pulmões parece reduzir a gravidade das contraturas, pois 
a fisioterapia começaria mais cedo.
Sendo assim, quando a artrogripose múltipla congênita for detectada, é 
recomendado que a mãe seja encaminhada a um centro de cuidados especiali-
zado. O manejo interdisciplinare multiprofissional para atendimento individua-
lizado, dependendo da etiologia, irá melhorar o desenvolvimento da criança. 
Além disso, qualquer bebê com artrogripose deve ter parto cesáreo, para evitar 
fraturas, e em maternidades, para garantir atendimento multidisciplinar espe-
cializado ao recém-nascido.
Para avaliação do paciente na clínica de fisioterapia, é importante avaliar os 
seguintes itens: ficha de anamnese, que apresenta informações sobre dados 
pessoais e histórico clínico da criança; teste para mensurar a força dos grupos 
de músculos flexores e extensores de tronco; flexores, extensores, abdutores e 
adutores do quadril, flexores e extensores de joelho e dorsiflexores e flexores 
plantares de tornozelo; avaliação da flexibilidade e avaliação do tipo de órteses 
e dispositivos auxiliares utilizados para a realização da marcha.
Em relação às intervenções, primeiro vamos conhecer as direcionadas ao 
membro superior. O membro superior é a região mais acometida em pacien-
tes com artrogripose múltipla congênita, correspondendo a 55% dos 
pacientes. A posição “clássica” do membro superior no nascimento 
é descrita como rotação interna dos ombros, extensão 
dos cotovelos, flexão dos punhos, deformidade po-
legar na palma da mão e movimento variável dos 
dedos. Apesar desta descrição clássica, uma gran-
de variabilidade está frequentemente presente. É 
importante notar, no entanto, que os achados de-
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vem ser simétricos bilateralmente e qualquer variação significativa disso justifica 
uma investigação mais próxima quanto à etiologia. 
São fundamentais o alongamento e a imobilização no início, pois durante o 
primeiro ano de vida há um período significativo de recuperação, em que po-
dem ser observadas grandes melhorias. Como resultado, qualquer consideração 
para reconstrução cirúrgica deve ser adiada até pelo menos um ano de idade, 
no mínimo, e se a melhoria contínua ainda estiver sendo avaliada, é indicado 
adiar mais. 
O objetivo do procedimento cirúrgico é aumentar a função dos membros 
superiores e o desempenho das atividades da vida diária. O tratamento deve ser 
individualizado e várias abordagens têm sido descritas para tratar as deformi-
dades. Uma consideração importante para todos esses pacientes são as dificul-
dades anestésicas significativas que existem e, certamente, a cirurgia deve ser 
realizada em uma instituição que esteja familiarizada com pacientes portadores 
de artrogripose múltipla congênita.
Já em relação ao tratamento, o manejo das deformidades do pé é difí-
cil porque elas são apenas parte do problema, uma vez que existem outras 
deformidades articulares, contraturas e luxações. Ainda, historicamente, o 
principal tratamento do pé torto na artrogripose era cirúrgico. Diferentes 
tratamentos cirúrgicos foram propostos, incluindo procedimentos de tecidos 
moles, com os mais populares sendo a liberação posterior e posteromedial, e 
procedimentos ósseos incluindo talectomias e osteotomias. O método Pon-
seti mudou completamente o tratamento do pé torto idiopático. Vários estu-
dos científicos de grandes centros de reabilitação internacionais mostraram 
que o método Ponseti também é eficaz para o tratamento do pé torto na 
artrogripose múltipla congênita.
EXPLICANDO
O pé torto é muito comum na prática fisioterapêutica 
com crianças e necessita de um tratamento intensivo. 
O fisioterapeuta deve sempre saber o que é feito no 
método Ponseti, que é nada mais do que manipulações e 
imobilizações seriadas e tenotomia do tendão de aquiles
da criança, com o objetivo de corrigir as deformidades 
do pé torto congênito.
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A reabilitação da artrogripose múltipla 
congênita deve se concentrar em três níveis de 
tratamento: estrutura corporal, atividade e 
participação. Sendo assim, a fisioterapia deve 
trabalhar para aumentar a participação social, faci-
litar o autocuidado, melhorar a força muscular, otimizar 
a amplitude de movimento, promover a mobilidade, a in-
dependência e a autonomia. 
A fisioterapia em crianças com artrogripose deve ser um equilíbrio entre es-
ses três níveis de tratamento, de acordo com as necessidades de cada estágio 
de desenvolvimento neuromotor. Em bebês com artrogripose, a apresentação 
clínica das contraturas é pior ao nascimento. Logo após, a tração e a mobilização 
podem melhorar a amplitude de movimento.
O posicionamento frequente e correto de um bebê é fundamental e au-
xilia no desenvolvimento do controle da cabeça e do tronco, além de facilitar 
as atividades funcionais, fortalecer a musculatura dos membros e melhorar a 
amplitude de movimento. 
É essencial o acompanhamento do paciente com artrogripose múltipla 
congênita por equipes multiprofissionais, para aplicar a avaliação e intervenção 
de maneira certa. Sendo assim, a atuação fisioterápica é de fundamental 
importância e deve começar objetivando não apenas a correção das deformida-
des presentes, mas também o desenvolvimento global da criança, uma vez que 
o prognóstico costuma ser favorável.
Como maneira ideal de tratamento fisioterapêutico, enfatiza-se o alonga-
mento de tecidos encurtados; a prática de exercícios físicos passivos e ativos de 
mobilização; a manutenção e/ou melhora da amplitude de movimento articular; 
o fortalecimento muscular; a utilização de órteses para redução das deformida-
des e a prevenção de contraturas. 
É importante destacar que a criatividade do fisioterapeuta é essencial para 
que a reabilitação seja eficaz, sendo fundamental a reavaliação periódica global 
do paciente. Além dos ganhos físicos, a intervenção fisioterapêutica atua na 
melhora dos aspectos psicossociais, como aumento da autoestima, promoven-
do maior autonomia e independência e melhorando, ainda que indiretamente, a 
qualidade de vida e as relações de convívio social.
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O indivíduo com artrogripose apresenta diversas limitações e diminui-
ção da funcionalidade devido a alterações musculares e rigidez articular, 
fazendo com que, em muitos casos, o tratamento cirúrgico torne-se indis-
pensável. Nestes casos, o tratamento fisioterapêutico precoce tem o objeti-
vo de diminuir as contraturas articulares e melhorar a maleabilidade dos te-
cidos moles. Devido às alterações ortopédicas da criança com artrogripose 
múltipla congênita, é essencial que a fisioterapia promova o fortalecimento 
muscular para possibilitar a máxima independência na marcha e nas suas 
atividades de vida diária. 
Devido à ausência de massa muscular, a força muscular está reduzida nas 
crianças com artrogripose múltipla congênita, interferindo negativamente na 
sua funcionalidade, principalmente em relação à marcha/locomoção.
Para realizar o fortalecimento muscular, pode-se utilizar alguns recursos, 
como elásticos de diversas intensidades (thera-band), caneleiras de diversos pe-
sos, dois pares de caneleiras, andador com pés fixos e bengala canadense ou 
outro recurso que promova o fortalecimento.
Rozane e Ruzzon (2016) destacam que o fortalecimento muscular deve ser 
realizado de maneira concêntrica e excêntrica, direcionado para os músculos en-
volvidos principalmente na marcha: flexores, extensores, abdutores e adutores 
de quadril; flexores e extensores de joelho; dorsiflexores e flexores plantares de 
tornozelo; flexores e extensores de tronco. Já para os músculos dos membros 
superiores, os exercícios de fortalecimento têm como intuito a manutenção da 
força existente em alguns pacientes, mas isso pode variar de acordo com a ava-
liação inicial, para ver o nível de força muscular. O treino de força é essencial 
para que a criança obtenha melhor controle motor, principalmente de muscula-
tura de quadril, permitindo a retirada dosuporte do quadril para os que utilizam, 
para que ela possa fazer uso de outras órteses mais funcionais.
Já em relação à frequência, Rozane e Ruzzon (2016) enfatizam que é possível 
realizar três sessões semanais, com duração de 60 minutos cada e durante oito 
meses consecutivos, totalizando 90 sessões de tratamento. Além disso, é impor-
tante realizar avaliações periódicas, aumentando o número de sessões confor-
me necessidade da criança.
Ainda, é imprescindível o acompanhamento individualizado para que a crian-
ça com artrogripose múltipla congênita apresente crescimento e desenvolvimento 
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adequados. Nesse sentido, alguns métodos e técnicas presentes na fisioterapia são 
propostos, como a fisioterapia aquática, abordagem que tem mostrado resultados 
benéficos em estudos científicos no mundo todo, pois provoca o movimento por 
meio da redução da gravidade, associada aos efeitos da temperatura mais alta da 
água, pressão hidrostática e flutuação. Essas temperaturas mais elevadas ajudam na 
diminuição da espasticidade, tensão e rigidez muscular, estimulando o relaxamento 
dos tecidos moles.
A reabilitação por meio da água é agradável e divertida, o que concede um cará-
ter lúdico às atividades e otimiza, consequentemente, os resultados da terapia com 
crianças. Os exercícios realizados no ambiente aquático são ótimos, pois promovem 
melhor interação entre terapeuta e paciente. No entanto, deve haver controle ade-
quado dos músculos do tronco antes que movimentos complexos e antigravitacio-
nais dos braços e pernas sejam possíveis. 
Ainda, ao longo dos primeiros 3-4 meses de vida, eles são especialmente 
importantes na ativação e estimulação da função muscular e no alongamento das 
articulações contraídas para melhorar o neurodesenvolvimento do bebê. O alonga-
mento passivo diário e a imobilização em bebês aumentam a funcionalidade. Con-
forme o bebê se torna mais velho, a locomoção e outras habilidades motoras se 
desenvolvem intensamente, a amplitude de movimento e a força dos músculos dos 
membros inferiores devem ser mantidas e o uso de equipamentos, como muletas, 
bengalas e cadeira de rodas para maximizar a mobilidade, é explorado. Veja na Figura 
3 exemplos de dispositivos para locomoção que podem ser utilizados por crianças. 
Figura 3. Dispositivos auxiliares utilizados por pacientes com artrogripose múltipla congênita. Fonte: RODRIGUEZ 
et al., 2019, [n.p.]. 
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Órteses de fabricação personalizada são indicadas para uso em dispositivos 
auxiliares, melhorando a capacidade da criança durante a deambulação e permi-
tindo que ela realize outras funções que promovem independência, autonomia 
e capacidade funcional. Outro modelo interessante é a utilização de órteses de 
tornozelo que oferecem a possibilidade de trocar o sapato, promovendo uma 
maior aceitação e utilização da criança. 
Com o aumento da idade, a frequência da fisioterapia diminui em compa-
ração com o primeiro ano de vida, mas o fortalecimento muscular e a manu-
tenção da amplitude de movimento, bem como o treinamento funcional, são 
muito importantes. Outra possibilidade para aliar a fisioterapia é a utilização 
de outros recursos, como a vestimenta exoesquelética, que atua para melho-
rar a funcionalidade, pois a criança com artrogripose múltipla congênita pode 
apresentar deficiências nos movimentos dos braços, impactando negativamente 
as atividades da vida diária, como alcançar, explorar objetos, brincar e promover 
o autocuidado (BABIK; CUNHA; LOBO, 2019).
Figura 4. Vestimenta exoesquelética (a) e brinquedos para adaptação (b). Fonte: BABIK, CUNHA; LOBO, 2019, [n.p.]. 
Babik, Cunha e Lobo (2019) mostraram em seu estudo que, ao longo do tem-
po, as crianças melhoraram significativamente seu acoplamento visual e manual, 
bem como sua capacidade de levantar objetos de uma superfície e de manipular 
objetos usando uma das mãos; além disso, as crianças apresentaram maior mul-
timodalidade, variabilidade e intensidade de seus comportamentos lúdicos. Nes-
se sentido, essas roupas podem atuar como um dispositivo de assistência e rea-
bilitação eficaz para melhorar a brincadeira de crianças com deficiência motora.
(a) (b)
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Crianças com artrogripose apresentam múltiplos problemas que requerem 
uma abordagem multidisciplinar. Nessa perspectiva, o papel central de uma 
abordagem multidisciplinar envolvendo todas as partes interessadas, especial-
mente as famílias, deve ser incentivado. Orientações específi cas são necessárias 
para informar os pacientes, familiares e profi ssionais de saúde sobre a melhor 
abordagem para lidar com essas condições complexas. A fi sioterapia precoce 
mobiliza as articulações e previne os músculos da atrofi a muscular por desuso. 
Deve-se ter cuidado com a fi sioterapia para evitar fraturas iatrogêni-
cas de ossos longos, uma vez que os ossos longos são mais 
frequentemente osteoporóticos. A maioria dos bebês afe-
tados precisará de cuidados ortopédicos e multidiscipli-
nares. A moldagem deve ser adiada alguns meses para 
mobilizar os tecidos articulares, se possível.
Fisioterapia aplicada ao torcicolo muscular congênito
O torcicolo é usado comumente para descrever uma condição na qual 
o músculo esternocleidomastóideo é encurtado no lado envolvido, promo-
vendo uma inclinação ipsilateral e rotação contralateral da face e do quei-
xo. Uma das primeiras referências escritas sobre tal deformidade apareceu 
na descrição clássica de Plutarco, Alexandre, o Grande. Logo em seguida, o 
torcicolo muscular congênito tornou-se definido a partir de estudos histo-
lógicos e de ressonância magnética, mostrando atrofia muscular e fibrose 
intersticial.
O torcicolo muscular congênito é considerado uma condição potencial-
mente dolorosa para bebês e pode se apresentar com um pseudotumor no 
músculo esternocleidomastóideo. É a terceira condição musculoesquelética con-
gênita mais comum em recém-nascidos, com incidência variando de 0,3 a 16%. 
Está associado a disfunções na coluna cervical superior e às vezes é referido 
como desequilíbrio cinético devido à tensão suboccipital. 
As abordagens de tratamento incluem terapia manual, terapia de reposicio-
namento e, em casos graves sem resolução, toxina botulínica e cirurgia. Por fi m, 
ele pode levar a alterações secundárias, como assimetria craniana, e também a 
problemas funcionais, incluindo problemas de amamentação. 
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Aspectos clínicos do torcicolo muscular congênito
Avanzi e colaboradores mencionam no artigo Avaliação estética e funcional do 
tratamento cirúrgico do torcicolo congênito com a técnica de liberação distal do mús-
culo esternocleidomastoideo, publicado em 2009, que Tubby defi niu o torcicolo, 
em 1912, como “uma deformidade, congênita ou adquirida na origem, caracte-
rizada pela inclinação lateral da cabeça para o ombro, com torção do pescoço e 
desvio da face” (n.p.). 
Ainda, o torcicolo muscular congênito é considerado como uma condição in-
dolor causada por encurtamento unilateral do músculo esternocleidomas-
tóideo e que na maioria das vezes ele aparece durante a infância. 
Figura 5. Criança com torcicolo muscular congênito. Fonte: MOHAMAD; RAHMAN; SANIASIAYA, 2020, p. 390. 
O torcicolo muscular congênito é observado em 0,3-1,9% de todos os nasci-
dos vivos. Devido ao encurtamento efetivo do músculo esternocleidomastóideo 
no lado envolvido, há inclinação ipsilateral da cabeça e rotação contralateral da 
face e do queixo. Diversas teorias foram propostas, mas a verdadeira etiologia 
do torcicolo muscular congênito permanece incerta. Várias causas são destaca-
das na literatura, entreelas: apinhamento intrauterino ou fenômeno vascular; 
fi brose de sangramentos periparto; miopatia primária do músculo esternoclei-
domastóideo; parto traumático e síndrome compartimental. 
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Ainda, conforme apontado por Lopes e colaboradores (2009), existe uma se-
paração do torcicolo muscular congênito em dois grandes grupos: torcicolos 
musculares e torcicolos com tumefacção do esternocleidomastóideo. Va-
mos conhecê-los?
• Torcicolos musculares: representam torcicolos que apresentam contratu-
ra do músculo esternocleidomastóideo, mas sem tumefacção palpável;
• Torcicolos com tumefacção do esternocleidomastóideo: são todos os 
torcicolos com tumefacção palpável, de consistência dura e móvel.
É importante destacar que os torcicolos posturais incluem os torcicolos sem 
tumefacção ou contratura do músculo esternocleidomastóideo e que o termo 
torcicolo muscular congênito engloba os três subgrupos. 
Um exemplo de protocolo de tratamento fisioterapêutico para torcicolo 
muscular congênito, proposto por Leung e Leung em 1987 e mencionado por 
Pagnossim e colaboradores em uma publicação de 2008 intitulada Torcicolo con-
gênito: avaliação de dois tratamentos fisioterapêuticos, consiste em um modelo de 
tratamento intensivo com realização diária de sessões fisioterapêuticas, além 
de contar com a adesão dos pais para a aplicação dos exercícios e dos cuida-
dos domiciliares. Nesse sentido, é importante incentivar os pais a realizarem as 
orientações e exercícios.
Os exercícios para realizar na sessão de fisioterapia são: 
• Analgesia com calor local superficial; 
• Massoterapia para o músculo esternocleidomastóideo com criança em 
decúbito dorsal, com cinco repetições e permanecendo por dez segundos 
na posição; 
• Alongamentos para o músculo esternocleidomastóideo com criança em decú-
bito dorsal, com cinco repetições e permanecendo por dez segundos na posição;
• Flexão lateral da cabeça em direção ao ombro contralateral; 
• Rotação cervical simultânea à flexão lateral para o lado contraído; 
• Orientação aos pais para permanecer com exercícios domiciliares. 
As orientações domiciliares, por sua vez, são: observar e corrigir o po-
sicionamento da cabeça da criança durante o sono, o transporte e a ama-
mentação; sempre favorecer o alongamento passivo do músculo contraído; 
intensificar o tratamento com estímulos visuais e sonoro; favorecer a movi-
mentação ativa do pescoço de forma lúdica.
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Avaliação e intervenções fisioterapêuticas para crianças 
com torcicolo muscular congênito
O fi sioterapeuta pode analisar o prontuário do paciente ou perguntar à 
família os seguintes itens, conforme destacado por Pagnossim e colaborado-
res (2008): 
• Antecedentes maternos: idade, tipo de parto e antecedentes gestacionais; 
• Antecedentes pessoais da criança: data de nascimento, sexo, idade do diag-
nóstico, ser ou não primogênito, cor e doenças associadas; 
• Achados clínicos: complicações evolutivas, distúrbio visual, existência ou 
não de rotação cervical, hemi-hipoplasia da face, localização do nódulo no pes-
coço e presença ou ausência de nódulo intramuscular; 
• Tratamento: data da primeira consulta, tratamentos anteriores, situação 
após tratamento, período entre o diagnóstico e a melhora do estado clínico, tra-
tamento intensivo, necessidade ou não de intervenção cirúrgica, dentre outros. 
Nos primeiros meses de vida, o tratamento inclui observação clínica, uso 
de órteses, aplicação de um programa ativo de estimulação e posicionamento, 
alongamento manual e manipulação vigorosa do músculo esternocleidomastói-
deo que está contraturado. 
O tratamento cirúrgico é mais indicado aos pacientes mais velhos 
e músculo tenso com banda de constrição, além de pacientes que não 
tenham melhorado nos últimos seis meses de alongamento manual e para 
aqueles com inclinação persistente da cabeça, com déficit maior do que 15º 
na rotação e inclinação lateral passiva. Ainda, o tratamento pode ser reali-
zado por tenotomia subcutânea ou aberta do músculo, tenotomia bipolar, 
procedimentos mioplásticos ou ressecção radical do músculo esternoclei-
domastóideo. 
Em relação às abordagens pós-operatórias, alguns estudos defendem o uso 
de órteses ou imobilizações gessadas por um tempo que varia de três semanas a 
seis meses, enquanto outros indicam apenas a fi sioterapia precoce e continuada 
para a reeducação postural e evitar recidivas (AVANZI et al., 2009). Melhores re-
sultados estéticos e de mobilidade cervical são esperados quando o tratamento 
cirúrgico é realizado até os 12 anos de vida, evitando, assim, consequências 
como deformidade dos ossos cranianos ou faciais.
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Veja, a seguir, algumas formas de atuação fisioterapêutica no torcicolo mus-
cular congênito, conforme apresentado por Nunes e Pereira (2012): 
• Adaptações habitacionais; 
• Alongamento manual ativo do músculo esternocleidomastóideo; 
• Alongamento manual passivo do músculo esternocleidomastóideo; 
• Aplicação de ortóteses; 
• Calor superficial local; 
• Orientações aos cuidadores; 
• Facilitação do desenvolvimento neurológico, sensório e motor; 
• Fortalecimento do músculo esternocleidomastóideo contralateral; 
• Massagem e outras técnicas de mobilização dos tecidos moles;
• Promoção da inserção da criança no seu ambiente escolar; 
• Promoção da interação entre criança e família; 
• Reeducação postural global; 
• Técnicas de manuseio e posicionamento da cabeça do bebê; 
• Utilização de ligaduras funcionais. 
Fica evidente, portanto, que a fisioterapia tem muito a acrescen-
tar na reabilitação do torcicolo muscular congênito e os 
resultados são favoráveis. Por fim, um ponto muito im-
portante de enfatizar é a relação entre o fisioterapeuta 
e a família, pois ela é essencial para a manutenção dos 
ganhos da terapia.
DICA
O controle cervical é uma das primeiras aquisições motoras voluntárias da 
criança. Ele é fundamental para promover, no futuro, maior independência 
e autonomia, influenciando positivamente na sua capacidade funcional. 
Nesse sentido, uma boa avaliação da cervical é fundamental para promo-
ver a reabilitação. 
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Sintetizando
Nesta unidade, foi possível identificar que as possibilidades de atuação do fi-
sioterapeuta na saúde da criança são diversas e que é necessário um grande olhar 
clínico para uma boa avaliação, planejamento e intervenção fisioterapêutica.
As enfermidades que acometem o período gestacional e neonatal represen-
tam uma enorme porcentagem de pacientes nas clínicas de fisioterapia, então, 
foi possível conhecer nesta unidade algumas das principais e mais importantes 
características para poder propor objetivos e condutas fisioterapêuticas para 
cada alteração.
Além disso, conhecemos maneiras de avaliar e tratar clinicamente alterações 
e protocolos fisioterapêuticos. Outro ponto importante diz respeito ao incentivo 
da manutenção dos exercícios e a realização correta das alterações que são pas-
sadas à família e/ou cuidadores. 
Por fim, o tratamento clínico e fisioterapêutico é essencial para todas as alte-
rações que acometem a saúde da criança. Ainda, para melhorar a funcionalida-
de da criança, é importante saber que haverá um objetivo específico para cada 
característica da doença. 
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