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Ação Declaratória de Inexistência de Débito c c pedido de tutela antecipada e condenação em danos morais

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MIKELE MELONI PASSETO 
ADVOGADA 
OAB/SP 324.625 
 
1 
 
AVENIDA JOSÉ BENELLI, N. 161 AVENIDA JOSÉ BENELLI, N. 161 AVENIDA JOSÉ BENELLI, N. 161 AVENIDA JOSÉ BENELLI, N. 161 –––– RIBEIRÃO PRETO RIBEIRÃO PRETO RIBEIRÃO PRETO RIBEIRÃO PRETO –––– SP SP SP SP ---- TEL. TEL. TEL. TEL. (16)99270(16)99270(16)99270(16)99270----6939 (16) 32346939 (16) 32346939 (16) 32346939 (16) 3234----0775077507750775 
 
EXCEL EN TÍ SSI MO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA ____ VARA CÍVEL DA 
COMARCA DE R I BEIRÃO PR ETO , EST ADO DE SÃO P AU LO 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
ANA MARIA RAMOS COSSENSA, brasileira, viúva, portadora da 
CI.RG sob o n. 26.594.185-4 SSP/SP e inscrita no CPF/MF sob o n. 019.819.818-37, 
residente e domiciliada sito à Rua Joaquim Gonçalves Ledo, n. 305, Jardim Jandaia, Cep.: 
14.060-400, nesta cidade e comarca de Ribeirão Preto, Estado de São Paulo, por intermédio 
de sua advogada e procuradora (doc. 01), com escritório sito à Avenida José Benelli, n. 161, 
na cidade de Ribeirão Preto, Estado de São Paulo, onde recebe intimações, vem, 
respeitosamente perante Vossa Excelência propor 
 
AÇÃO DECLARATÓRIA DE INEXISTÊNCIA DE RELAÇÃO 
CONTRATUAL C.C PEDIDO DE TUTELA ANTECIPADA, REPETIÇÃO DE INDÉBITO, 
CONSIGNAÇÃO EM PAGAMENTO E INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS, com base no 
artigo 461 e parágrafos do Código Civil Brasileiro e Lei 8.078 de 11 de setembro de 1990; 
 
em face de BANCO BMG S/A, inscrito no CNPJ/MF sob o n. 
61.186.680/0001-74, estabelecido à Avenida Álvares Cabral, n. 1.707, Bairro Santo 
Agostinho, Cep.: 30.170-001, na cidade de Belo Horizonte, Estado de Minas Gerais, e 
ALIANÇA PRESTADORA DE SERVIÇOS DE INFORMAÇÕES CADASTRAIS LTDA, inscrita 
no CNPJ/MF sob o n. 12.595.698/0001-14, estabelecida sito à Rua Dr. Luiz Januário, n. 262, 
sala 201 parte, Centro, Cep.: 28.990-000, na cidade de Saquarema, Estado do Rio de 
Janeiro, pelos motivos fáticos e jurídicos a seguir expostos. 
MIKELE MELONI PASSETO 
ADVOGADA 
OAB/SP 324.625 
 
2 
 
AVENIDA JOSÉ BENELLI, N. 161 AVENIDA JOSÉ BENELLI, N. 161 AVENIDA JOSÉ BENELLI, N. 161 AVENIDA JOSÉ BENELLI, N. 161 –––– RIBEIRÃO PRETO RIBEIRÃO PRETO RIBEIRÃO PRETO RIBEIRÃO PRETO –––– SP SP SP SP ---- TEL. TEL. TEL. TEL. (16)99270(16)99270(16)99270(16)99270----6939 (16) 32346939 (16) 32346939 (16) 32346939 (16) 3234----0775077507750775 
 
 
 
1 - DA GRATUIDADE DA JUSTIÇA. 
 
 
Primeiramente, requer-se seja deferida a gratuidade de Justiça, com 
fulcro na Lei n. 1.060/50, com as alterações introduzidas pela Lei n. 7.510/86, por não ter a 
autora condições de arcar com as custas e honorários advocatícios e periciais sem prejuízo 
de seu próprio sustento e de sua família, conforme declaração anexa (doc. 02). 
Conforme se depreende da análise do art. 4ª da Lei 1.060/50, a 
simples manifestação é bastante a ensejar o deferimento da assistência judiciária gratuita. 
Senão vejamos: 
“A parte gozará dos benefícios da assistência judiciária, mediante 
simples afirmação, na própria petição inicial, de que não está em condições de pagar as 
custas do processo e os honorários de advogado, sem prejuízo próprio ou de sua família.” 
Ademais, a assistência jurídica gratuita é um direito constitucional 
fundamental de acesso ao ordenamento jurídico e aos órgãos de distribuição de Justiça. 
Assim, temos que é dever do Estado assegurar a todos o acesso à justiça, e principalmente, 
garantir a efetividade e o aproveitamento de tal direito, conforme está expressamente 
expresso na Carta Magna, em seu art. 5.º XXXV. 
No particular, as decisões dos Tribunais, como se exemplifica, têm 
entendido que a declaração do autor é mais que suficiente para a obtenção da assistência 
judiciária com os benefícios da justiça gratuita vejamos: 
 
JUSTIÇA GRATUITA - Necessidade de simples afirmação de pobreza 
da parte para a obtenção do benefício - Inexistência de 
incompatibilidade entre o art. 4.º da Lei n.º 1.060/50 e o art. 5.º, 
LXXIV, da CF. Ementa oficial: O art. 4.º da Lei n.º 1.060/50 não 
colide com o art. 5º, LXXIV, da CF, bastando à parte, para que 
obtenha o benefício da assistência judiciária, a simples afirmação da 
sua pobreza, até prova em contrário (STF - 1ª T.; RE nº 207.382-
2/RS; Rel. Min. Ilmar Galvão; v.u.; RT 748/172) 
“AGRAVO DE INSTRUMENTO – Pedido de justiça gratuita - 
Admissibilidade - Pressuposto de assistência jurídica integral e 
gratuita é a insuficiência de recursos financeiros (art.5°, LXXIV, CF) 
- Presunção "juris tantum" que prevalece até prova em contrário - 
Inteligência do art. 4° da Lei 1060/50 - Recurso provido.” (AI n° 
835.233-5/5-00, 6ª. Câmara de Direito Público, TJSP, Rel. Des. 
Israel Goes dos Anjos, j. 17/11/2008). 
 
Além disso, o art. 1.° da Lei no. 7.115/83 dispõe que: 
 
MIKELE MELONI PASSETO 
ADVOGADA 
OAB/SP 324.625 
 
3 
 
AVENIDA JOSÉ BENELLI, N. 161 AVENIDA JOSÉ BENELLI, N. 161 AVENIDA JOSÉ BENELLI, N. 161 AVENIDA JOSÉ BENELLI, N. 161 –––– RIBEIRÃO PRETO RIBEIRÃO PRETO RIBEIRÃO PRETO RIBEIRÃO PRETO –––– SP SP SP SP ---- TEL. TEL. TEL. TEL. (16)99270(16)99270(16)99270(16)99270----6939 (16) 32346939 (16) 32346939 (16) 32346939 (16) 3234----0775077507750775 
 
"A declaração destinada a fazer prova de vida, residência, pobreza, 
dependência econômica, homonímia ou bons antecedentes, quando 
firmada pelo próprio interessado ou por procurador bastante, e sob 
as penas da lei, presume-se verdadeira" 
 
Não exige a lei a comprovação do estado de miserabilidade, 
contentando-se com a afirmativa da parte necessitada. Como também não é necessário 
encontrar-se o postulante em situação de miserabilidade, mas apenas que não tenha 
condições no momento, de arcar com as despesas processuais. E mais, ainda que 
possuísse um rendimento constante, se a condição financeira em que se encontrasse a parte 
não fosse suficiente para arcar com às custas judiciais, não haveria óbice algum para que lhe 
houvesse a concessão. 
A Lei n.° 1.060/50 prevê a concessão dos benefícios da justiça 
gratuita a todo aquele cuja situação econômica não lhe permita pagar ás custas do processo 
e os honorários de advogado, sem prejuízo do sustento próprio ou da família. Ora, o 
legislador ao perpetrar esta Lei teve como objetivo primordial o acesso ao Judiciário, haja 
vista que, como prelecionam Cappelletti e Garth em sua obra ‘Acesso à Justiça’ “(...) os altos 
custos também agem como barreira poderosa sob o sistema (...)” (1988, p. 18). 
A Lei 1.060/50 veio ao encontro desta dificuldade preceituando que 
para a concessão do benefício da justiça gratuita, como regra, basta a postulação, cabendo à 
parte contrária a devida impugnação e a comprovação de que tenha sido indevida eventual 
concessão. 
Além do mais, conforme os ensinamentos de Cintra, Grinover e 
Dinamarco na Teoria geral do processo: 
 
“Acesso à Justiça não se identifica, pois, com a mera admissão ao 
processo, ou possibilidade de ingresso em juízo [...]mas, para a 
integralidade de acesso à justiça, é preciso isso e muito mais. A 
ordem jurídico-positiva (Constituição e leis ordinárias) e o lavor dos 
processualistas modernos têm posto em destaque uma série de 
princípios e garantias que, somados e interpretados 
harmoniosamente, constituem o traçado do caminho que conduz as 
partes à ordem jurídica justa. O acesso à justiça é, pois, a idéia 
central a que converge toda a oferta constitucional e legal desses 
princípios e garantias. Assim, (a) oferece-se mais ampla admissão 
de pessoas e causas ao processo (universalidade da jurisdição), 
depois (b) garante-se a todas elas (no nível cível e criminal) a 
observância das regras que consubstanciam o devido processo legal, 
para que (c) possam participar intensamente da formação do 
convencimento do juiz que irá julgar a causa (princípio do 
contraditório), podendo exigir dele a (d)efetividade de uma 
participação em diálogo – tudo com vistas a preparar uma soluçãoque seja justa, seja capaz de eliminar todo o resíduo de insatisfação. 
MIKELE MELONI PASSETO 
ADVOGADA 
OAB/SP 324.625 
 
4 
 
AVENIDA JOSÉ BENELLI, N. 161 AVENIDA JOSÉ BENELLI, N. 161 AVENIDA JOSÉ BENELLI, N. 161 AVENIDA JOSÉ BENELLI, N. 161 –––– RIBEIRÃO PRETO RIBEIRÃO PRETO RIBEIRÃO PRETO RIBEIRÃO PRETO –––– SP SP SP SP ---- TEL. TEL. TEL. TEL. (16)99270(16)99270(16)99270(16)99270----6939 (16) 32346939 (16) 32346939 (16) 32346939 (16) 3234----0775077507750775 
 
Eis a dinâmica dos princípios e garantias do processo, na sua 
interação teleológica apontada para a pacificação com justiça” 
(2002, p. 33)(g.n.). 
 
Ora, a alegação do interessado para que se conceda o benefício da 
gratuidade judiciária constitui presunção juris tantum de que ele é necessitado. Havendo 
dúvida fundada quanto à veracidade, pode ser exigida prova da condição por ele declarada. 
E mais “persistindo a dúvida quanto à condição do interessado, deve se decidir a 
seu favor, em homenagem aos princípios constitucionais de acesso à Justiça (CF 5º 
XXXV)” (Nelson Nery Júnior, Código de Processo Civil Comentado, p. 1.459, 
2003). 
Desta feita, inconteste o direito da autora de ser inclusa sob os 
auspícios da assistência judiciária gratuita, por não ter condições de arcar com custas 
processuais. 
 
2- DOS FATOS 
 
Esta ação tem por objetivo obter provimento jurisdicional que 
declare a inexistência do contrato 238880359, que indevidamente as rés vincularam no 
benefício previdenciário da autora Ana Maria Ramos Cossensa, referente a empréstimo 
consignado, sendo que a autora jamais assinou qualquer contrato com as rés, bem como, 
seja devolvido o valor de R$ 148,44 (cento e quarenta e oito reais e quarenta e quatro 
centavos) que indevidamente foi descontado do benefício previdenciário da autora na data 
de 01/10/2013, bem como a condenação das rés ao pagamento de indenização por danos 
morais. 
A autora, em 08/04/2011, contratou através do Banco Morada um 
empréstimo, cujo valor total financiado foi de R$ 5.405,13, sendo R$ 5.307,58 de valor 
principal creditado e R$ 97,55 de IOF. 
Aplicada a taxa mensal de 1,85% e a taxa anual de 24,60%, 
resultando uma prestação mensal de R$ 148,44, pelo prazo de 60 meses. 
O vencimento da primeira prestação ocorreu em 10/06/2011 e o 
vencimento da última prestação está previsto para 10/05/2016. O número do contrato é 
09349960, conforme se comprova pela ficha cadastral (doc. 3). 
Apesar de abusivo o valor das prestações, a autora vem efetuando 
o pagamento delas regularmente. 
Ocorre que, em setembro/2013, a autora recebeu um telefonema 
de uma atendente da Aliança Prestadora de Serviços de Informações Cadastrais Ltda (Ellos), 
propondo-lhe um novo empréstimo, junto ao Grupo Financeiro BMG, com a condição de 
manter a prestação mensal de R$ 148,44, por mais 60 meses, e quitar o contrato anterior. 
A autora não aceitou a proposta. Passados alguns dias, outra 
atendente da Aliança ligou novamente informando que haviam feito ordem de pagamento no 
MIKELE MELONI PASSETO 
ADVOGADA 
OAB/SP 324.625 
 
5 
 
AVENIDA JOSÉ BENELLI, N. 161 AVENIDA JOSÉ BENELLI, N. 161 AVENIDA JOSÉ BENELLI, N. 161 AVENIDA JOSÉ BENELLI, N. 161 –––– RIBEIRÃO PRETO RIBEIRÃO PRETO RIBEIRÃO PRETO RIBEIRÃO PRETO –––– SP SP SP SP ---- TEL. TEL. TEL. TEL. (16)99270(16)99270(16)99270(16)99270----6939 (16) 32346939 (16) 32346939 (16) 32346939 (16) 3234----0775077507750775 
 
Banco Santander, agência da Avenida Saudade no valor de R$ 1.070,00. A autora entrou em 
desespero, pois, não havia aceitado a proposta e informou isso a atendente. 
A atendente então coagiu a autora dizendo que “se ela não 
aceitasse o empréstimo, a funcionária que havia feito o primeiro contato seria demitida e que 
a autora não poderia deixar isso acontecer”, dizendo ainda que “se a autora não teria 
compaixão da pobre funcionária que seria demitida”. 
Mesmo sendo coagida, desesperada por estar passando por esta 
situação e aos prantos a autora não aceitou a proposta. 
Preocupada com o telefonema, a autora, entrou em contato com um 
correspondente do BANCO BMG S.A, localizado nesta cidade de Ribeirão Preto – SP, sito na 
Rua Duque de Caxias, n. 1.063, buscando informações sobre esse telefonema que havia 
recebido e afirmando novamente que não queria um novo empréstimo ou qualquer 
renegociação de dívida. Na ocasião, a pessoa que atendeu a autora ligou para o Banco BMG 
S.A, no Rio de Janeiro – RJ, e pediu para a própria autora explicar a situação para a 
atendente “Ana Cristina” e, após, para o gerente desta, chamado “Leandro”, os quais lhe 
garantiram que não ocorreria qualquer renovação de dívida. 
Entretanto, mesmo a autora recusando a proposta, a empresa ré 
Aliança Prestadora de Serviços de Informações Cadastrais Ltda (Ellos), encaminhou-lhe pelo 
correio uma ficha de detalhe da proposta, com um anexo de passo a passo de como proceder 
o preenchimento, ficha cadastral Natural, uma cédula de crédito bancário e uma carta para 
renegociação com liquidação de saldo devedor (docs. 04/09), os quais deveriam ser 
assinados e postados dentro do envelope em branco que acompanhara a documentação, em 
até 15 dias corridos do recebimento (doc. 10). 
De imediato, a autora entrou em contato com os telefones 
constantes na “Cláusula IX – Atendimento ao Cliente”, da ficha cadastral que recebera, 
informando novamente que não pretendia a renegociação da dívida. Falou no SAC do Banco 
BMG, através do telefone 08009797050, tendo obtido o protocolo 34097560. 
Posteriormente, sem o consentimento da autora, foi enviada uma 
ordem de pagamento no Banco Santander, agência da Avenida Saudade, a importância de 
R$ 1.070,00 (hum mil e setenta reais), como se ela tivesse anuído com a proposta de 
renovação que lhe fora ofertada. 
Apesar de não ter autorizado o empréstimo consignado ou assinado 
qualquer contrato, o Banco BMG S.A, no dia 01/10/2013 descontou do seu benefício o valor 
de R$ 148,44 (cento e quarenta e oito reais e quarenta e quatro centavos), causando ainda 
mais revolta na autora (docs. 11/12). 
Diante dessa afronta, a autora encaminhou um email através da 
ouvidoria do Banco BMG S.A e recebeu o número de registro 00245522 (docs. 13/15), mas 
até a presente data não houve qualquer retorno por parte do Banco BMG S.A. 
Não conseguindo resolver seu caso perante o BMG, a autora 
encaminhou um email para Secretaria da Justiça e da defesa da Cidadania e sua 
manifestação foi protocolada sob o n. 552426 (docs. 16/17). 
MIKELE MELONI PASSETO 
ADVOGADA 
OAB/SP 324.625 
 
6 
 
AVENIDA JOSÉ BENELLI, N. 161 AVENIDA JOSÉ BENELLI, N. 161 AVENIDA JOSÉ BENELLI, N. 161 AVENIDA JOSÉ BENELLI, N. 161 –––– RIBEIRÃO PRETO RIBEIRÃO PRETO RIBEIRÃO PRETO RIBEIRÃO PRETO –––– SP SP SP SP ---- TEL. TEL. TEL. TEL. (16)99270(16)99270(16)99270(16)99270----6939 (16) 32346939 (16) 32346939 (16) 32346939 (16) 3234----0775077507750775 
 
Passado o tempo, sem qualquer providência por partes das 
empresas rés, a autora propõe a presente ação, objetivando consignar o valor emitido 
através de ordem de pagamento, sem a sua autorização, de modo a deixar claro a sua 
vontade de não renegociar a dívida, tampouco liquidar o saldo devedor, e sim manter o 
contrato originário de número 093349960 contrato com o Banco Morada, com o pagamento 
das prestações mensais de R$ 148,44 até 10/05/2016. 
Pretende enfim, que seja declarada inexigível a relação jurídica com 
as rés, que não seja a decorrente do contrato n. 238880359, restabelecendo-se as partes ao 
status quo, bem como a devolução em dobro da parcela descontada na data de 01/10/2013. 
 Além disso, diante do fato de a autora ter ficado bastante abalada, 
transtornada, desesperada e inconformada com a atitude das empresas rés ao lhe impor 
uma renegociação de dívida que não concordara desde o princípio, pretende que as 
empresas rés sejam condenadas ao pagamento de indenização por danos moraissofridos, 
principalmente no que tange a coação feita pela funcionária da empresa ré Aliança 
Prestadora de Serviços de Informações Cadastrais Ltda. 
Os danos são patentes, eis que a imposição de uma renegociação 
sem o seu consentimento, como ocorreu, viola a boa-fé e a liberdade de contratar que deve 
nortear os contratos em geral. Nesse contexto, fundado na teoria do desestímulo, atento à 
qualidade das partes, grau de culpa e extensão dos danos causados, requer seja fixada uma 
indenização capaz de reparar o mal causado e impor necessária sanção às requeridas. 
 
3 – DA RESPONSABILIDADE SOLIDÁRIA 
 
Como informado anteriormente, a atendente da ré Aliança (Ellos) 
entrou em contato com a autora para oferecer empréstimo consignado com o Banco BMG 
S.A e apesar da recusa da autora e a falta de contrato assinados, o Banco BMG S.A 
descontou de seu benefício previdenciário na data de 01/10/2013 o valor de R$ 148,44, 
referente a 1ª parcela do empréstimo. 
Sendo assim, o Banco BMG S.A e a Aliança Prestadora de Serviços 
de Informações Cadastrais Ltda, são responsáveis solidários pelos danos sofridos pela 
autora. 
O parágrafo único do art. 7º do CDC estabeleceu o princípio da 
solidariedade legal para responsabilidade pela reparação dos danos causados ao consumidor. 
A Norma estipulou expressamente a responsabilidade solidária, em conformidade com a lei 
substantiva pátria, deixando firmada a obrigação de todos os partícipes pelos danos 
causados, nos moldes também do Código Civil (art. 942). 
Isso significa que o consumidor pode escolher a quem acionar: um 
ou todos. Como a solidariedade obriga a todos os responsáveis simultaneamente, todos 
respondem pelo total dos danos causados. 
MIKELE MELONI PASSETO 
ADVOGADA 
OAB/SP 324.625 
 
7 
 
AVENIDA JOSÉ BENELLI, N. 161 AVENIDA JOSÉ BENELLI, N. 161 AVENIDA JOSÉ BENELLI, N. 161 AVENIDA JOSÉ BENELLI, N. 161 –––– RIBEIRÃO PRETO RIBEIRÃO PRETO RIBEIRÃO PRETO RIBEIRÃO PRETO –––– SP SP SP SP ---- TEL. TEL. TEL. TEL. (16)99270(16)99270(16)99270(16)99270----6939 (16) 32346939 (16) 32346939 (16) 32346939 (16) 3234----0775077507750775 
 
Do ponto de vista processual a escolha do consumidor em mover a 
ação contra mais de um responsável solidário está garantida na forma de litisconsórcio 
facultativo (CPC, art. 46). 
A regra da solidariedade estabelecida no parágrafo único em 
comento aparece novamente de forma expressa no caput do art. 18, no caput do art. 19, 
nos parágrafos 1º e 2º do art. 25, no parágrafo 3º do art. 28 e no art. 34. Dessa forma, está 
claro no sistema do CDC que a responsabilidade quer por defeitos, quer por vícios, é sempre 
solidária. 
Ressalta-se, ainda, o aspecto de que a responsabilidade na Lei n. 
8.078 é objetiva, de maneira que a ampla solidariedade legal e expressamente reconhecida, 
diferentemente da regra do regime privatista do Código Civil, independe da apuração e 
verificação de culpa ou dolo. Caberá ao responsável acionado, depois de indenizar o 
consumidor, caso queira, voltar-se contra os outros responsáveis solidários para se ressarcir 
ou repartir os gastos, com base na relação jurídica existente entre eles. 
 
 
4- DA OFENSA AOS DISPOSITIVOS NORMATIVOS REGULAMENTADORES DO 
EMPRÉSTIMO CONSIGNADO EM FOLHA DE PAGAMENTO DE BENEFÍCIO 
PREVIDENCIÁRIO. INEXISTÊNCIA DA RELAÇÃO CONTRATUAL (INSTRUÇÃO 
NORMATIVA INSS/PRES Nº 28, DE 16 DE MAIO DE 2008 - DOU DE 19/05/2008) 
 
 
Como se não bastasse o desrespeito com a autora, as empresas rés 
infringiram as normas específicas pertinentes ao contrato de empréstimo consignado, nos 
moldes do caso apresentado. 
O contrato de empréstimo consignado é, hoje, um dos instrumentos 
de concessão de crédito mais utilizado por indivíduos que percebem benefício previdenciário, 
seja pelo seu fácil acesso e quitação, seja pelo número de instituições financeiras 
credenciadas para o oferecimento deste serviço. 
Os beneficiários da previdência social são os principais contratantes 
dentre os diversos indivíduos que utilizam este serviço, em especial pela própria 
característica do serviço social de previdência, que visa especialmente a inclusão e garantia 
destas classes na sociedade. 
A importância destas classes é acompanhada pela necessidade de 
maior atenção e fiscalização do poder público no exercício da atividade financeira por parte 
das instituições habilitadas para tanto. 
Mesmo frente a este fator, o número de fraudes e crimes cometidos 
no uso do contrato de empréstimo consignado é enorme, sendo um dos principais problemas 
encontrados entre a classe beneficiária da previdência. O beneficiário se tornou um alvo de 
indivíduos que buscam o enriquecimento ilícito através de contrato criminoso e inexistente 
em nome da vítima. 
MIKELE MELONI PASSETO 
ADVOGADA 
OAB/SP 324.625 
 
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AVENIDA JOSÉ BENELLI, N. 161 AVENIDA JOSÉ BENELLI, N. 161 AVENIDA JOSÉ BENELLI, N. 161 AVENIDA JOSÉ BENELLI, N. 161 –––– RIBEIRÃO PRETO RIBEIRÃO PRETO RIBEIRÃO PRETO RIBEIRÃO PRETO –––– SP SP SP SP ---- TEL. TEL. TEL. TEL. (16)99270(16)99270(16)99270(16)99270----6939 (16) 32346939 (16) 32346939 (16) 32346939 (16) 3234----0775077507750775 
 
A situação das fraudes e crimes perpetrados contra os beneficiários 
mostrou-se tão preocupante que, em 16 de maio de 2008 – Publicado no DOU em 19 
de maio de 2008, o INSS editou a INSTRUÇÃO NORMATIVA INSS/PRES N. 28, que 
“Estabelece critérios e procedimentos operacionais relativos à consignação de 
descontos para pagamento de empréstimos e cartão de crédito, contraídos nos 
benefícios da Previdência Social.” 
Referida Instrução Normativa não permite mais que os contratos 
sejam firmados fora das agências bancárias e que as contas favorecidas não sejam aquelas 
de titularidade do contratante, o que diminui, com certeza, o número de “golpes” até então 
facilitados. Esta atitude do Poder Público mostra seriedade do problema enfrentado. 
Como foi narrado anteriormente, a autora jamais ingressou em 
qualquer instituição bancária do BMG S.A com a finalidade de firmar contrato de empréstimo 
consignado, ou mesmo assinou qualquer documento apresentado por funcionário da 
instituição, especialmente na sede ou filial da empresa ré. E assim se afirma – ingressar na 
instituição – pelo fato de que é exigência legal para a validade do contrato em discussão, 
conforme preceitua o artigo abaixo mencionado da INSTRUÇÃO NORMATIVA INSS/PRES 
N. 28. 
 
Art. 4º A contratação de operações de crédito consignado só poderá 
ocorrer, desde que: 
 
I - a operação financeira tenha sido realizada na própria instituição 
financeira ou por meio do correspondente bancário a ela vinculada, 
na forma da Resolução Conselho Monetário Nacional nº 3.110, de31 
de julho de 2003, sendo a primeira responsável pelos atos 
praticados em seu nome; (g.n) 
 
A manifestação expressa (art. 3º, III da IN/INSS/PRES N. 28, de 16 
de maio de 2008) do beneficiário é requisito essencial para a validade da consignação, 
onde sua inobservância produz a nulidade do contrato em questão. Havendo a referida 
ofensa, acompanhada de fraude, demonstra-se a inexistência da relação contratual, uma 
vez que decorre de situação criminosa. Além disso, o acordo deve ser instruído “mediante 
contrato firmado e assinado com apresentação do documento de identidade e/ou 
Carteira Nacional de Habilitação – CNH, e Cadastro de Pessoa Física – CPF, junto 
com a autorização de consignação assinada, prevista no convênio”. 
Ressalta-se ainda, a impossibilidade de autorização por telefone, onde a gravação de voz 
funcione como prova do ato, conforme estabelece o artigo 3º, III da INSTRUÇÃO 
NORMATIVA INSS/PRES N. 28: 
 
III - a autorização seja dada de forma expressa, por escrito ou por 
meio eletrônico e em caráter irrevogável e irretratável, não sendo 
aceita autorização dada por telefone e nem a gravação de voz 
MIKELE MELONI PASSETO 
ADVOGADA 
OAB/SP 324.625 
 
9 
 
AVENIDA JOSÉ BENELLI,N. 161 AVENIDA JOSÉ BENELLI, N. 161 AVENIDA JOSÉ BENELLI, N. 161 AVENIDA JOSÉ BENELLI, N. 161 –––– RIBEIRÃO PRETO RIBEIRÃO PRETO RIBEIRÃO PRETO RIBEIRÃO PRETO –––– SP SP SP SP ---- TEL. TEL. TEL. TEL. (16)99270(16)99270(16)99270(16)99270----6939 (16) 32346939 (16) 32346939 (16) 32346939 (16) 3234----0775077507750775 
 
reconhecida como meio de prova de ocorrência. (Alterado pela IN 
INSS/PRESS Nº 39, DE 18/06/2009). 
 
 
De todos os lados há inobservância das regras relativas à 
consignação, regulamentada pela instrução normativa citada. Muito mais que inobservância 
a autora foi vítima de possível fraude. 
Portanto, resta inexistente a relação contratual entre a autora 
e a empresa ré Banco BMG S.A. 
 
 
5 – DA OBRIGAÇÃO DE NÃO FAZER 
 
 
Diante do valor enviado através de ordem de pagamento na agência 
Santander para a autora e a manifesta pretensão de não realizar qualquer nova relação 
jurídica com as empresas rés, requer que Vossa Excelência determine em sede de tutela 
antecipada, a obrigação de não fazer nenhuma renegociação de dívida com a autora, 
tampouco quitarem o saldo devedor do contrato n. 09349960 firmado com o Banco Morada, 
mantendo-o em seus termos, até o seu término, previsto para 10/05/2016, sob pena de se 
fizerem, incidir multa diária, nos termos do art. 84 da Lei 8.078/90 e art. 461 do Código de 
Processo Civil, bem como seja determinada a abstenção de 
qualquer desconto do benefício da autora, junto ao INSS, até 
que seja resolvida a discussão judicial a respeito da 
inexistência do referido contrato. 
Ressalta-se que o artigo 84 do Código de Defesa do Consumidor, 
em atenção aos artigos 30 e 35, I, desse mesmo Codex, estabelece que a execução da 
obrigação de fazer ou não fazer deve ser efetivada em forma específica, somente se 
resolvendo em perdas e danos se o credor assim o preferir, ou ainda, se impossível o seu 
cumprimento: 
 
“Art. 84 – Na ação que tenha por objeto o cumprimento da obrigação 
de fazer ou não fazer, o juiz concederá a tutela específica da 
obrigação ou determinará providências que assegurem o resultado 
prático equivalente ao do adimplemento. 
Parágrafo primeiro – a conversão da obrigação em perdas e danos 
somente será admissível se por elas optar o autor ou se impossível a 
tutela específica ou a obtenção do resultado prático correspondente. 
Parágrafo segundo – A indenização por perdas e danos se fará sem 
prejuízo da multa (art. 287, do Código de Processo Civil). 
MIKELE MELONI PASSETO 
ADVOGADA 
OAB/SP 324.625 
 
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AVENIDA JOSÉ BENELLI, N. 161 AVENIDA JOSÉ BENELLI, N. 161 AVENIDA JOSÉ BENELLI, N. 161 AVENIDA JOSÉ BENELLI, N. 161 –––– RIBEIRÃO PRETO RIBEIRÃO PRETO RIBEIRÃO PRETO RIBEIRÃO PRETO –––– SP SP SP SP ---- TEL. TEL. TEL. TEL. (16)99270(16)99270(16)99270(16)99270----6939 (16) 32346939 (16) 32346939 (16) 32346939 (16) 3234----0775077507750775 
 
Parágrafo terceiro – Sendo relevante o fundamento da demanda e 
havendo justificado receio de ineficácia do provimento final, é lícito 
ao juiz conceder a tutela liminarmente ou após justificação prévia, 
citado o réu. 
Parágrafo quarto – O juiz poderá, na hipótese do parágrafo terceiro 
ou na sentença, impor multa diária ao réu, independente de pedido 
do autor, se for suficiente ou compatível com a obrigação, fixando 
prazo razoável para o cumprimento do preceito. 
Parágrafo quinto – Para a tutela específica ou para a obtenção do 
resultado prático equivalente, poderá o juiz determinar as medidas 
necessárias, tais como busca e apreensão, remoção de coisas e 
pessoas, desfazimento de obra, impedimento de atividade nociva, 
além de requisição de força policial.” 
 
A lei 8.952/94, modificando o regime da execução de obrigação de 
fazer e não fazer prevista no direito privado brasileiro, porém, repetindo praticamente o 
sistema instituído pelo artigo anteriormente descrito, deu nova redação ao caput e 
parágrafos do art. 461 do Código de Processo Civil: 
 
“Art. 461 – Na ação que tenha por objeto o cumprimento de 
obrigação de fazer ou não fazer, o juiz concederá a tutela específica 
da obrigação ou, se procedente o pedido, determinará providências 
que assegurem o resultado prático equivalente ao do adimplemento. 
 
Parágrafo primeiro – a obrigação somente se converterá em perdas 
e danos se o autor o requerer ou se impossível a tutela específica ou 
a obtenção do resultado prático correspondente. 
 
Parágrafo segundo – A indenização por perdas e danos dar-se-á sem 
prejuízo da multa (art. 287, do Código de Processo Civil). 
 
Parágrafo terceiro – Sendo relevante o fundamento da demanda e 
havendo justificado receio de ineficácia do provimento final, é lícito 
ao juiz conceder a tutela liminarmente ou mediante justificação 
prévia, citado o réu. A medida liminar poderá ser revogada ou 
modificada, a qualquer tempo, em decisão fundamentada. 
 
Parágrafo quarto – O juiz poderá, na hipótese do parágrafo anterior 
ou na sentença, impor multa diária ao réu, independente de pedido 
do autor, se for suficiente ou compatível com a obrigação, fixando 
prazo razoável para o cumprimento do preceito. 
 
Parágrafo quinto – Para a efetivação da tutela específica ou para a 
obtenção de resultado prático equivalente, poderá o juiz, de ofício 
ou a requerimento, determinar as medidas necessárias, tais como 
MIKELE MELONI PASSETO 
ADVOGADA 
OAB/SP 324.625 
 
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AVENIDA JOSÉ BENELLI, N. 161 AVENIDA JOSÉ BENELLI, N. 161 AVENIDA JOSÉ BENELLI, N. 161 AVENIDA JOSÉ BENELLI, N. 161 –––– RIBEIRÃO PRETO RIBEIRÃO PRETO RIBEIRÃO PRETO RIBEIRÃO PRETO –––– SP SP SP SP ---- TEL. TEL. TEL. TEL. (16)99270(16)99270(16)99270(16)99270----6939 (16) 32346939 (16) 32346939 (16) 32346939 (16) 3234----0775077507750775 
 
busca e apreensão, remoção de pessoas e coisas, desfazimento de 
obra, impedimento de atividade nociva, além de requisição de força 
policial.” 
 
Consigna-se que, quanto aos requisitos do adiantamento da tutela 
de mérito, na ação condenatória em obrigação de fazer ou não fazer, a lei exige menos do 
que para a mesma providência na ação de conhecimento (CPC 273), já que aqui, no artigo 
461 do Código de Processo Civil, se contenta com a existência de mera probabilidade, ou 
seja, a relevância do fundamento da demanda. 
No caso em debate, justifica-se o pedido de antecipação de tutela, 
em razão do comprometimento da credibilidade da autora, bem como da efetividade do 
processo. 
Assim sendo, dada a natureza inibitória dessa tutela, requer, a 
imposição de uma multa, num valor significativamente alto, a 
fim de compelir as rés a abstenção de qualquer desconto do 
benefício da autora, junto ao INSS, até que seja resolvida a 
discussão judicial a respeito da inexistência do referido 
contrato. 
Requer ainda, que as rés não contratem nova 
relação jurídica com a autora, devendo ser mantido o contrato 
n. 09349960 firmado com o Banco Morada. 
Nesse contexto, Nelson Nery Júnior e Rosa Maria Andrade Nery, in 
Código de Processo Civil comentado, 3ª edição, São Paulo – Editora Revista dos Tribunais, 
1997, p. 673, fazem a brilhante observação: 
 “o juiz não deve ficar com receio de fixar o valor em quantia alta, 
pensando no pagamento. O objetivo das astreintes não é obrigar o réu a pagar o valor da 
multa, mas obrigá-lo a cumprir a obrigação na forma específica. A multa é apenas inibitória. 
Deve ser alta para que o devedor desista de seu intento de não cumprir a obrigação 
específica. Vale dizer, o devedor deve sentir ser preferível cumprir a obrigação na forma 
específica a pagar o alto valor da multa fixada pelo juiz”. 
Ressalta-se que a tutela jurisdicional efetiva não está nas 
sentenças, mas nos resultados práticos que elas venham efetivamente a produzir na vida das 
pessoas. 
 
6 - DOS DIREITOS DO CONSUMIDOR 
 
No caso em debate deve ser aplicado o Código Consumerista, uma 
vez que a relação ora sub judice é tipicamente uma relaçãode consumo, haja vista ter, de 
MIKELE MELONI PASSETO 
ADVOGADA 
OAB/SP 324.625 
 
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AVENIDA JOSÉ BENELLI, N. 161 AVENIDA JOSÉ BENELLI, N. 161 AVENIDA JOSÉ BENELLI, N. 161 AVENIDA JOSÉ BENELLI, N. 161 –––– RIBEIRÃO PRETO RIBEIRÃO PRETO RIBEIRÃO PRETO RIBEIRÃO PRETO –––– SP SP SP SP ---- TEL. TEL. TEL. TEL. (16)99270(16)99270(16)99270(16)99270----6939 (16) 32346939 (16) 32346939 (16) 32346939 (16) 3234----0775077507750775 
 
um lado empresas que oferecem seus produtos e serviços (art. 3.º CDC) e, de outro, um 
consumidor final e hipossuficiente (art. 2.º CDC), que deve ser protegido contra práticas 
abusivas pelo Código de Defesa do Consumidor, qual emana da Carta Magna supra citada 
(art. 5.º, XXXII) e contem normas de ordem pública e interesse social. 
Dentre estas normas de ordem pública e interesse social presentes 
no indigitado diploma legal aplicam-se, principalmente, aquelas que reconhecem a 
vulnerabilidade do consumidor (art. 4.º, I), as que garantem o acesso ao judiciário para 
buscar a efetiva prevenção e reparação de danos patrimoniais e morais (art. 6.º, VI e VII), 
as que facilitam a defesa dos direitos do consumidor, mormente com a inversão do ônus da 
prova (art. 6.º, VIII), as que coíbem e tornam nulas de pleno direito as práticas e cláusulas 
contratuais abusivas impostas pela ré (art. 39 e incisos, e art. 51 e incisos), sem contar o 
reconhecimento da boa-fé objetiva, com todas as suas consequências jurídicas, como 
princípio e norma impositiva presente em toda e qualquer relação de consumo (art. 4.º, III, 
e art. 51, IV) e ainda, a garantia de que o consumidor não será exposto a ridículo nem 
submetido a constrangimento ou ameaça (arts. 42 e 71). 
O Estado Democrático de Direito pressupõe uma ordem econômica 
justa, onde não pode haver qualquer prejuízo que implique em enriquecimento sem causa, 
muito menos pagamento indevido que gere tal enriquecimento. 
É a letra da Carta Magna: 
 
Art. 170. A ordem econômica, fundada na valorização do 
trabalho humano e na livre iniciativa, tem por fim assegurar a todos existência 
digna, conforme os ditames da justiça social, observados os seguintes princípios: 
(...) 
III - função social da propriedade; 
V - defesa do consumidor; 
VII - redução das desigualdades regionais e sociais 
 
Além de que, a conduta das empresas ré ferem o direito amparado 
constitucionalmente, o direito a dignidade humana, previsto no art. 1.º da nossa Carta 
Magna, in verbis: 
Art. 1º - A República Federativa do Brasil, formada pela 
união indissolúvel dos Estados e Municípios e do Distrito Federal, constitui-se em 
Estado Democrático de Direito e tem como fundamentos: (...) 
 
 
A DIGNIDADE DA PESSOA HUMANA 
 
Assim, a dignidade humana é um valor máximo, supremo, de valor 
moral, ético e espiritual intangível, de tal sorte a afirmar com o mestre Paulo Otero que o 
mesmo é: 
MIKELE MELONI PASSETO 
ADVOGADA 
OAB/SP 324.625 
 
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AVENIDA JOSÉ BENELLI, N. 161 AVENIDA JOSÉ BENELLI, N. 161 AVENIDA JOSÉ BENELLI, N. 161 AVENIDA JOSÉ BENELLI, N. 161 –––– RIBEIRÃO PRETO RIBEIRÃO PRETO RIBEIRÃO PRETO RIBEIRÃO PRETO –––– SP SP SP SP ---- TEL. TEL. TEL. TEL. (16)99270(16)99270(16)99270(16)99270----6939 (16) 32346939 (16) 32346939 (16) 32346939 (16) 3234----0775077507750775 
 
 
“dotado de uma natureza sagrada e de direitos inalienáveis, 
afirma-se como valor irrenunciável e cimeiro de todo o modelo constitucional, 
servindo de fundamento do próprio sistema jurídico: O Homem e a sua dignidade 
são a razão de ser da sociedade, do Estado e do Direito” 
 
Por isso mesmo, Flávia Piovesan leciona com percuciência que o 
valor da dignidade da pessoa humana impõe-se como núcleo básico e informador de todo e 
qualquer ordenamento jurídico, como critério e parâmetro de valoração a orientar a 
interpretação e compreensão de qualquer sistema normativo, mormente o sistema 
constitucional interno de cada país. 
No âmbito interno, importa destacar que o mais precioso valor da 
ordem jurídica brasileira, erigido como fundamental pela Constituição de 1988, foi a 
dignidade da pessoa humana, que, como consectário, impõe a elevação do ser humano ao 
ápice de todo o sistema jurídico, sendo-lhe atribuído o valor supremo de alicerce da ordem 
jurídica. A dignidade da pessoa humana, pois, serve como mola de propulsão da 
intangibilidade da vida do homem, dela defluindo o respeito à integridade física e psíquica 
das pessoas, a admissão da existência de pressupostos materiais (patrimoniais, inclusive) 
mínimos para que se possa viver e o respeito pelas condições fundamentais de liberdade e 
igualdade. 
 
7 - NECESSIDADE DE INVERSÃO DO ONUS DA PROVA 
 
É cediço que a relação em questão trata de relação de consumo 
sendo, portanto, regida pelo Código de Defesa do Consumidor, que estabelece: 
 
“Art. 3º. Fornecedor é toda pessoa física ou jurídica, pública 
ou privada, nacional ou estrangeira, bem como os entes despersonalizados, que 
desenvolvem atividade de produção, montagem, criação, construção, 
transformação, importação, exportação, distribuição ou comercialização de 
produtos ou prestação de serviços.” 
 
São direitos básicos do consumidor, dentre outros, a inversão do 
ônus da prova a seu favor quando for ele hipossuficiente, nos termos do artigo 6º, inciso 
VIII, do Código de Defesa do Consumidor: 
 
“Art. 6º. São direitos básicos do consumidor: (...) 
 
IV – a facilitação da defesa de seus direitos, inclusive com a 
inversão do ônus da prova, a seu favor, no processo civil, quando, a critério do juiz, 
MIKELE MELONI PASSETO 
ADVOGADA 
OAB/SP 324.625 
 
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AVENIDA JOSÉ BENELLI, N. 161 AVENIDA JOSÉ BENELLI, N. 161 AVENIDA JOSÉ BENELLI, N. 161 AVENIDA JOSÉ BENELLI, N. 161 –––– RIBEIRÃO PRETO RIBEIRÃO PRETO RIBEIRÃO PRETO RIBEIRÃO PRETO –––– SP SP SP SP ---- TEL. TEL. TEL. TEL. (16)99270(16)99270(16)99270(16)99270----6939 (16) 32346939 (16) 32346939 (16) 32346939 (16) 3234----0775077507750775 
 
for verossímil a alegação ou quando for ele hipossuficiente, segundo as regras 
ordinárias de experiências...” 
 
Com efeito, consoante os ensinamentos de Cecília Matos, in verbis 
temos que: 
 
“a prova destina-se a formar a convicção do julgador, que 
pode estabelecer com o objeto do conhecimento uma relação de certeza ou de 
dúvida. Diante das dificuldades próprias da reconstrução histórica, contenta-se o 
magistrado em alcançar não a verdade absoluta, mas a probabilidade máxima; a 
dúvida conduziria o julgador ao estado de non liqued, caso não fosse elaborada 
uma teoria de distribuição do ônus da prova. Conceituado como risco que recai 
sobre a parte por não apresentar a prova que lhe favorece, as normas de 
distribuição do ônus da prova são regras de julgamento utilizadas para afastar a 
dúvida. Neste enfoque, a lei prevê a facilitação para o consumidor através da 
inversão do ônus da prova, adequando-se o processo à universalidade da 
jurisdição, na medida em que o modelo tradicional mostrou-se inadequado às 
sociedades de massa, obstando o acesso à ordem jurídica efetiva e justa.” 
 
Nesse diapasão, fica claro que, no caso concreto, a única 
hipossuficiente é a autora, pois, "a hipossuficiência que a lei se refere tem um aspecto 
técnico. 
Não diz respeito à simples condição natural de fragilidade 
econômica do consumidor. Trata-se de um desconhecimento técnico e informativo do 
funcionamento produto ou serviço que lhe prejudica processualmente a produção de prova 
eis que esse desconhecimento lhe tolhe a aptidão de determinar o ponto a ser periciado ou 
mesmo de como fazer para esclarecê-lo no processo. 
O autor Luiz Antonio Rizzato Nunes, no seu livro Curso de Direito do 
Consumidor, São Paulo: Saraiva, 2004, discorre que: “o consumidor é a parte mais fraca da 
relação jurídica de consumo. Essa fraqueza, essa fragilidade, é real, concreta, e decorre de 
dois aspectos: um de ordem técnica e outro de cunhoeconômico. 
O primeiro está ligado aos meios de produção, cujo conhecimento é 
monopólio do fornecedor. E quando se fala em meios de produção não se está apenas 
referindo aos aspectos técnicos e administrativos para a fabricação e distribuição de produtos 
e prestação de serviços que o fornecedor detém, mas também ao elemento fundamental da 
decisão: é o fornecedor que escolhe o que, quando e de que maneira produzir, de sorte que 
o consumidor está à mercê daquilo que é produzido. 
O segundo aspecto, o econômico, diz respeito à maior capacidade 
econômica que, por via de regra, o fornecedor tem em relação ao consumidor. É fato que 
haverá consumidores individuais com boa capacidade econômica e às vezes até superior à de 
pequenos fornecedores. Mas isso é a exceção da regra geral.” 
MIKELE MELONI PASSETO 
ADVOGADA 
OAB/SP 324.625 
 
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AVENIDA JOSÉ BENELLI, N. 161 AVENIDA JOSÉ BENELLI, N. 161 AVENIDA JOSÉ BENELLI, N. 161 AVENIDA JOSÉ BENELLI, N. 161 –––– RIBEIRÃO PRETO RIBEIRÃO PRETO RIBEIRÃO PRETO RIBEIRÃO PRETO –––– SP SP SP SP ---- TEL. TEL. TEL. TEL. (16)99270(16)99270(16)99270(16)99270----6939 (16) 32346939 (16) 32346939 (16) 32346939 (16) 3234----0775077507750775 
 
Continua o autor: 
“A vulnerabilidade, é o conceito que afirma a fragilidade econômica 
do consumidor e também técnica. Mas hipossuficiência, para fins da possibilidade de 
inversão do ônus da prova, tem sentido de desconhecimento técnico e informativo do 
produto e do serviço, de suas propriedades, de seu funcionamento vital e/ou intrínseco, de 
sua distribuição, dos modos especiais de controle, dos aspectos que podem ter gerado o 
acidente de consumo e o dano, das características do vício etc.” 
Por conta de todo o exposto, requer-se aplicação do Código 
Consumerista com a consequente inversão do ônus da prova, devendo esta ser tratada como 
regra de procedimento e não de julgamento. 
 
8 – VULNERABILIDADE DO CONSUMIDOR – DEVOLUÇÃO EM DOBRO 
 
Com a edição da Lei 8.078/90 adotou o direito brasileiro o princípio 
da vulnerabilidade do consumidor (art. 4º, I), verdadeira “espinha dorsal” do sistema 
protetivo e princípio sobre o qual se assenta toda a linha filosófica do movimento que 
culminou com a edição do Código de Defesa do Consumidor. 
De fato, não há outra forma de encarar atualmente as relações 
entre consumidor e fornecedor sem se atentar para o fato de que o consumidor é a parte 
mais fraca das relações de consumo. É, dito que outro modo, a parte que se apresenta frágil 
e impotente diante do poder econômico, técnico e até mesmo político do fornecedor. 
Pautado por este princípio é que o Código de Defesa do Consumidor 
definiu como direitos básicos do consumidor o direito “ à efetiva prevenção e reparação de 
danos patrimoniais e morais, individuais, coletivos e difusos” (art. 6º, VI). 
E, além da disposição genérica, para casos especiais, sempre atento 
à singular vulnerabilidade do consumidor, previu a Lei n. 8.078/90 a obrigação de 
devolução em dobro do valor cobrado em excesso, acrescido de correção e juros legais. 
A regra consta literalmente no parágrafo único do artigo 42 do Código: 
 
“O consumidor cobrado em quantia indevida tem direito à repetição 
do indébito, por valor igual ao dobro do que pagou em excesso, 
acrescido de correção monetária e juros legais, salvo hipótese de 
engano justificável”. 
 
Na verdade, o art. 42 do Código de Defesa do Consumidor, além de 
equilibrar as forças do jogo econômico, tem função dissuasora evidente. Ou o fornecedor 
acerca-se de todas as garantias ao determinar a cobrança de consumidor ou, como é 
corrente no mundo todo, será apenado pela devolução do dobro do que recebeu. 
Diante da inexistência de contrato assinado, por óbvio não poderia 
ser descontado do benefício da autora o valor de R$ 148,44 (cento e quarenta e oito reais e 
quarenta e quatro centavos – docs. 11/12). 
MIKELE MELONI PASSETO 
ADVOGADA 
OAB/SP 324.625 
 
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AVENIDA JOSÉ BENELLI, N. 161 AVENIDA JOSÉ BENELLI, N. 161 AVENIDA JOSÉ BENELLI, N. 161 AVENIDA JOSÉ BENELLI, N. 161 –––– RIBEIRÃO PRETO RIBEIRÃO PRETO RIBEIRÃO PRETO RIBEIRÃO PRETO –––– SP SP SP SP ---- TEL. TEL. TEL. TEL. (16)99270(16)99270(16)99270(16)99270----6939 (16) 32346939 (16) 32346939 (16) 32346939 (16) 3234----0775077507750775 
 
Referido valor, foi efetivamente descontado pelo Banco BMG S.A. 
indevidamente porque não há nenhum contrato que autorize a cobrança. 
Sendo assim, as empresas rés deverão devolver o valor de R$ 
148,44 (cento e quarenta e oito reais e quarenta e quatro centavos) em dobro, acrescido de 
correção e juros legais. 
 
9 – A DEMONSTRAÇÃO DO DANO NA DEMANDA 
 
 
Desde que o Banco BMG S.A emitiu ordem de pagamento para a 
autora na quantia de R$ 1.070,00 (hum mil e setenta reais), a mesma deixou de ter 
tranquilidade, já que não pretende contrair novo empréstimo, sofrendo com isso danos 
morais, passível de indenização. 
Pior ainda, foi a forma como a atendente da empresa ré Aliança 
coagiu a autora para aceitar o novo empréstimo, levando a mesma as lágrimas e desespero. 
Diante desses fatos, tem-se por provado o dano moral, 
independentemente de qualquer outra prova, eis que qualquer pessoa que realiza o 
parcelamento de uma dívida não vê a hora de quitá-lo, sobretudo quando o valor da parcela 
já esta comprometendo seu cotidiano. Contrair um novo empréstimo, antes de findo o 
vigente, somente a onerará ainda mais. 
Consequentemente, as empresas rés, que deram causa a tamanha 
agressão, devem responder pelo dano moral proveniente de seus atos. 
Destaca-se que a situação aparente tratar-se, até mesmo, de um 
ato ilícito criminal, o qual dever ser de plano reparado e reprimido. 
No caso em debate, as empresas rés não tinham o direito de 
efetuarem, sem autorização, a renegociação da dívida da autora e pior, descontarem de seu 
benefício o valor de R$ 148,44 (cento e quarenta e oito reais e quarenta e quatro centavos) 
sem consentimento e muito menos contrato assinado. 
Nessa esteira, a lei é clara em relação à reparação do dano, pois, 
tem-se que aquele que, por ação ou omissão voluntária, negligência ou imprudência, violar 
direito e causar dano a outrem, ainda que exclusivamente moral, comete ato ilícito, ficando 
obrigado a reparar os prejuízos ocasionados (art. 186 e 187 do Código Civil). 
Sendo assim, é de inteira Justiça que seja reconhecido a autora o 
direito básico (art. 6, VI do CDC) de ser indenizada pelos danos sofridos, em face da conduta 
negligente das empresas rés em firmar contrato não assinado pela autora, bem como 
sem obediência as regras específicas de contratação 
estabelecida na lei e nas Instruções Normativas do INSS, danos 
esses de natureza moral que são presumidamente reconhecidos: 
 
MIKELE MELONI PASSETO 
ADVOGADA 
OAB/SP 324.625 
 
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AVENIDA JOSÉ BENELLI, N. 161 AVENIDA JOSÉ BENELLI, N. 161 AVENIDA JOSÉ BENELLI, N. 161 AVENIDA JOSÉ BENELLI, N. 161 –––– RIBEIRÃO PRETO RIBEIRÃO PRETO RIBEIRÃO PRETO RIBEIRÃO PRETO –––– SP SP SP SP ---- TEL. TEL. TEL. TEL. (16)99270(16)99270(16)99270(16)99270----6939 (16) 32346939 (16) 32346939 (16) 32346939 (16) 3234----0775077507750775 
 
APELAÇÃO CÍVEL. AÇÃO DE INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS. 
EMPRÉSTIMO NÃO PACTUADO. DESCONTO INDEVIDO DAS PARCELAS 
EFETUADO DIRETAMENTE NO BENEFÍCIO PREVIDENCIÁRIO 
PERCEBIDO PELA AUTORA. DÍVIDA INEXISTENTE. NEGLIGÊNCIA DA 
INSTITUIÇÃO FINANCEIRA. DEVER DE INDENIZAR CARACTERIZADO. 
DANOS MORAIS PRESUMIDOS. PLEITO DE MINORAÇÃO DO 
QUANTUM ARBITRADO A TÍTULO DE DANOS MORAIS. VALOR 
ADEQUADO AO GRAU DE CULPA DA APELANTE. PRINCÍPIOS DA 
RAZOABILIDADE E DA PROPORCIONALIDADE OBSERVADOS. 
SENTENÇA MANTIDA. RECURSO CONHECIDO E DESPROVIDO. 
Configura dano moral presumido, passível de indenização, a atitude 
negligente da instituição financeira que desconta do benefício 
previdenciário percebido pela autora, parcela referente a 
empréstimo que esta nãocontratou. "Comete ilícito, passível de 
indenização por dano moral, estabelecimento bancário que desconta 
do benefício previdenciário do autor, parcela referente a empréstimo 
consignado não contratado pelo consumidor. Mantém-se o valor dos 
danos morais arbitrados, quando em consonância com à posição 
econômica e social das partes, à gravidade de sua culpa e às 
repercussões da ofensa, desde que respeitada a essência moral do 
direito." (Ap. , de Lages, rel. Monteiro Rocha, Quarta Câmara de 
Direito Civil, 31/10/2008). O quantum indenizatório arbitrado deve 
traduzir-se em montante que, por um lado, sirva de lenitivo ao dano 
moral sofrido, sem importar em enriquecimento sem causa do 
ofendido; e, por outro lado, represente advertência ao ofensor e à 
sociedade de que não se aceita a conduta assumida, ou a lesão dela 
proveniente.1 
 
Uma vez reconhecido o dano ocasionado, cabe estipular o quantum 
indenizatório que, levando em consideração o princípio da proporcionalidade e razoabilidade, 
e ainda todo o abalo psicológico da autora e a capacidade financeira de que ocasionou o 
dano, deve ser fixado como forma de compensar o prejuízo sofrido, além de punir o agente 
causador e evitar novas condutas ilícitas, preconizando o caráter educativo e reparatório e 
evitando uma medida judicial abusiva e exagerada. 
Diante dessa orientação, uma vez ciente de que não havia 
consentimento para que se procedesse a nenhuma renegociação, as rés eram obrigadas, por 
lei, a não realizá-la. Não agindo dessa forma, a autora tem direito a ser ressarcida pelos 
danos que vem sofrendo. 
Acresce-se que a conduta das rés em considerarem “aceita” a 
renegociação da dívida por parte da autora, procedendo como se estivessem autorizadas 
para tanto, acarretou a esta inúmeras preocupações, trouxe abalos profundos á sua pessoa, 
 
1 (TJ-SC - AC: 415765 SC 2009.041576-5, Relator: Carlos Adilson Silva, Data de Julgamento: 08/10/2010, Quarta Câmara de 
Direito Civil, Data de Publicação: Apelação Cível n. , de Blumenau) 
 
MIKELE MELONI PASSETO 
ADVOGADA 
OAB/SP 324.625 
 
18 
 
AVENIDA JOSÉ BENELLI, N. 161 AVENIDA JOSÉ BENELLI, N. 161 AVENIDA JOSÉ BENELLI, N. 161 AVENIDA JOSÉ BENELLI, N. 161 –––– RIBEIRÃO PRETO RIBEIRÃO PRETO RIBEIRÃO PRETO RIBEIRÃO PRETO –––– SP SP SP SP ---- TEL. TEL. TEL. TEL. (16)99270(16)99270(16)99270(16)99270----6939 (16) 32346939 (16) 32346939 (16) 32346939 (16) 3234----0775077507750775 
 
além de proporcionar-lhe um sentimento de revolta por se sentir tão hipossuficiente em 
relação às rés. Assim, justificável a condenação destas ao pagamento de indenização por 
dano moral, nos termos do art. 5º, inc. X, da Constituição Federal. 
 
10 – DA CONSIGNAÇÃO EM PAGAMENTO 
 
As rés fizeram uma ordem de pagamento no valor de R$ 1.070,00 
(hum mil e setenta reais) no Banco Santander na agência da Avenida Saudade, desta cidade, 
sem o consentimento da autora. 
Sendo assim, requer-se que V.Exa. autorize a consignação em Juízo 
da quantia de R$ 1.070,00 (hum mil e setenta reais), a fim de que não se efetive qualquer 
renegociação de dívida com as rés, mantendo-se as partes no status quo. 
 
11 - DOS REQUERIMENTOS 
 
Pelos fatos e fundamentos exposto, requer a autora, que se digne 
Vossa Excelência a: 
a) concessão dos benefícios da assistência judiciária gratuita, por 
ser a autora pessoa pobre na acepção legal do termo e não possuir condições de suportar as 
custas do processo sem prejuízo de seu sustento, conforme declaração acostada; 
b) conceder a tutela antecipada, inaudita altera pars e initio litis, 
para determinar que as rés se abstenham de realizar a renegociação da dívida da autora com 
liquidação do saldo devedor, da forma como pretendiam, mantendo-se os termos do contrato 
firmado com o Banco Morada sob o n. 09349960, cujo término está previsto para 
10/05/2016, sob pena de multa diária em valor a ser desde logo fixado por V.Exa; 
c) Autorizar a consignação em Juízo da quantia de R$ 1.070,00 
(hum mil e setenta reais), valor este enviado pelas rés através de ordem de pagamento que 
as mesmas fizeram sem seu consentimento, a fim de que não se efetive qualquer 
renegociação de dívida com as rés; 
d) A condenação do Banco BMG S.A à devolução em dobro do valor 
descontado indevidamente do seu benéfico previdenciário, com correção monetárias e juros 
legais; 
e) a citação das rés, nos endereços acima mencionados, para que 
querendo, contestem a presente ação no prazo legal, sob pena de aplicação da revelia, nos 
termos do que dispõe o art. 319 do Código de Processo Civil; 
f) que a presente ação seja JULGADA TOTALMENTE 
PROCEDENTE para declarar inexistente a relação jurídica entre a autora e as empresas rés, 
tendo em vista que a autora não concordou e não assinou qualquer contrato de consignação 
de empréstimo; 
MIKELE MELONI PASSETO 
ADVOGADA 
OAB/SP 324.625 
 
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AVENIDA JOSÉ BENELLI, N. 161 AVENIDA JOSÉ BENELLI, N. 161 AVENIDA JOSÉ BENELLI, N. 161 AVENIDA JOSÉ BENELLI, N. 161 –––– RIBEIRÃO PRETO RIBEIRÃO PRETO RIBEIRÃO PRETO RIBEIRÃO PRETO –––– SP SP SP SP ---- TEL. TEL. TEL. TEL. (16)99270(16)99270(16)99270(16)99270----6939 (16) 32346939 (16) 32346939 (16) 32346939 (16) 3234----0775077507750775 
 
g) condenar as rés ao pagamento de indenização por danos morais 
em valor a ser arbitrado por Vossa Excelência, levando-se em consideração a Teoria do Valor 
do Desestímulo; 
h) A condenação das rés em honorários advocatícios, em percentual 
sobre a condenação, a ser arbitrado por Vossa Excelência; 
i) A condenação das rés em todas as custas processuais; 
j) a juntada aos autos dos documentos instruidores da ação e do 
pedido (inteligência do art. 283 c.c 396, ambos do Código de Processo Civil; 
k) Declare a inversão do ônus da prova (Art. 6º, VIII do CDC), 
porque presentes os requisitos legais que autorizam o seu deferimento; 
l) Requer-se ainda, os benefícios do art. 172, parágrafos 1º ao 3º 
do Código de Processo Civil; 
m) Requer ainda, provar o alegado por todos os meios de prova em 
direito admitidas, em especial pelo depoimento pessoal do representante legal das empresas 
ré, oitiva de testemunhas, prova documental e pericial e outras cabíveis a espécie. 
n) Por fim, requer-se, por derradeiro, que todas as intimações 
sejam realizadas em nome da procuradora, sob pena de nulidade, nos termos do art. 236, § 
1.º do Código de Processo Civil. 
 
Dá-se à presente causa o valor de R$ 1.366,88 (hum mil, trezentos 
e sessenta e seis reais e oitenta e oito centavos). 
 
Termos em que, 
Pede e espera deferimento. 
Ribeirão Preto, 06 de novembro de 2013 
 
 
 
 
MIKELE MELONI PASSETO – adva. 
OAB/SP 324.625

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