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Manobra squeeze em potros neonatos

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MANOBRA SQUEEZE EM POTROS NEONATOS
MORENO, A. P.
‘Graduanda em Medicina Veterinária no Centro Universitário Moura Lacerda
RESUMO
A manobra squeeze é uma técnica utilizada em potros que passaram por um parto distócico com síndrome do mal ajustamento neonatal onde os potros neonatos não apresentam um comportamento normal, o que ocorre em 5% dos partos. Essa técnica consiste em envolver o potro de forma específica com uma corda e exercer pressão moderada por alguns minutos com o intuito de mimetizar o canal do parto no momento do nascimento e assim cessar a produção de neuroesteróides sedativos que estão impedindo o potro de exercer seu comportamento normal.
PALAVRAS-CHAVE: neonatologia, equinos, síndrome do mal ajustamento
ABSTRACT
The squeeze method is a tecnique used in foals that had birth anormlities like maladjustment síndrome. The Foals do not have a normal comportamento, that occurs in 5% of the births, the tecnique consists in involve the foal on a specific form with a rope and exerce a moderate pression for a few minutes with the objective to mimetize the birth canal and cease sedactive neurosteroids production that will allow the foal produce your natural behaviour.
KEY-WORDS: neonatology, equine, neonatal maladjustment síndrome
INTRODUÇÃO
De acordo com MILLAR, 2019 a chamada manobra squeeze em neonatos foi desenvolvida por John Madigan, professor da Universidade da Califórnia e consiste em envolver o potro que não nasceu de parto natural ou que tenha tido síndrome do malajustamento neonatal com uma corda exercendo pressão e tempo similar com a do momento em que o neonato passa pelo canal do parto.
Esse procedimento tem o objetivo de cessar a produção de neuroesteróides produzidos no segundo estágio do parto, como o potro não passou pela pressão ocasionada pelo canal do parto no momento do nascimento ele fica em um estado “adormecido” como se não tivesse plena consciência de seu nascimento, de estímulos químicos que os preparam para a vida extrauterina e ações obrigatórias para sua sobrevivência.
TOTH, 2010 relata que essa condição ocorre em 3 a 5% dos potros, onde os esteróides em altas doses produzidas pelo corpo causas alterações em sistema nervoso central e quando age em receptores causam sonolência comprovada por eletroencefalografia por meio da movimentação dos olhos, queda de parâmetros como frequências cardíaca e respiratória e diminuição da temperatura retal, aumento plasmático do hormônio adenocorticotrópico, sulfato de dihidroepiandrostenediona e andrenostenidiona que ocorre pela diminuição de produção pelo conjunto hipotálamo-pituitária-adrenal-axis que seria responsável por estímulos que preparam o potro para a vida extrauterina.
O gatilho necessário para que o potro neonato reconheça a mãe não ocorre se essa sedação estiver ocorrendo em seu organismo, dessa forma ocorrem graves prejuízos para sua sobrevivência como a não procura pela amamentação, andar a esmo, dificuldade de equilíbrio e coordenação, hipersensibilidade a estímulos e fraqueza.
DESCRIÇÃO DA TÉCNICA
Do lado esquerdo do potro se inicia passando a corda por cima do pescoço e entre os membros torácicos puxe a corda para cima e depois por baixo formando um loop, aperte o loop na altura da cintura para manter fixado mantendo a bolina na cernelha, passe a corda agora para o lado direito pela circunferência do animal e na cernelha, mantendo a corda atrás do cotovelo e com aproximadamente 10 cm de distância do primeiro loop, passe a corda pelas costelas e volte para a coluna para fazer o próximo engate que também deve estar a 10 cm do anterior, deve-se manter uma pressão constante em todo o percurso da corda. Com um assistente segurando o potro se posicione atrás do potro e mantenha a pressão por todo o tempo de duração de 20 minutos por sessão, é necessário de 5 a 10 quilos de pressão para mimetizar a pelve da égua no momento da expulsão do feto do canal do parto, use uma balança de bagagem para ter certeza que a pressão correta está sendo exercida. Para finalizar a sessão diminua a tensão da corda e permita que o potro reaja, retire lentamente a corda, se afaste e observe sua reação, haverá diminuição dos sinais de sedação e mais interesse por estímulos e por se alimentar.
CONCLUSÃO
A manobra squeeze tem tido bons resultados como tratamento de potros com síndrome do malajustamento neonatal, é importante lembrar de sempre utilizar material de boa qualidade e seguir o método à risca para não causar pressão excessiva e gerar problemas para o potro como fraturas costocondral. Além disso é um método de contenção seguro para os neonatos com até 3 dias de idade para a realização de pequenos procedimentos como administração de plasma, coleta de exames, ultrassonografia e cuidado com os cascos. Apesar disso a técnica não é indicada para potros que nunca ficaram de pé, com fraturas de costela, histórico de choque, sepse, prematuridade e com anormalidades congênitas.
BIBLIOGRAFIA
ALEMAN, M.; WEICH, K. M.; MADIGAN, J. Survey of Veterinarians Using a Novel Physical Compression Squeeze Procedure in the Management of Neonatal Maladjustment Syndrome in Foals. Department of Medicine and Epidemiology, School of Veterinary Medicine, University of California. 2017.
Aplicação do método madigan para suporte de potros recém nascidos (madigan foal squeeze). Redação infoequestre, 2018. Online. Disponível em: https://infoequestre.vet/noticias/aplicacao-do-metodo-de-madigan-para-suporte-de-potros-recem-nascidos-madigan-foal-squeeze/. Acessado em: 27. jun. 2020.
MILLAR, B. Performing the Madigan foal squeeze method to aid in the treatment of equine neonatal maladjustment syndrome. Veterinary nursing journal, v. 34, n.12, p. 307-309, 2019.
TOTH, B.; ALEMAN, M.; BROSNAN, R. J. et al. Evaluation of squeeze-induced somnolence in neonatal foals. AJVR, v. 73, n. 12, p. 1881- 1889, 2012.
PICKLES, K. J.; MADIGAN, J. E.; TORSKE, S. et al. Use of squeeze-induced somnolence for routine plasma administration in healthy neonatal foals. British Equine Veterinary Association Congress 2014. Equine veterinary journal, S. 47, v. 46, p. 4., 2014.
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