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EMBRIOLOGIA E HISTOLOGIA - PERIODO 1

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Introdução à Embriologia e Histologia 
 
O que é Embriologia? 
 
No sentido literal significa 
o estudo do embrião, mas 
comumente o termo se refere ao 
desenvolvimento pré-natal, ou 
seja, o estudo do embrião e do 
feto. O desenvolvimento humano 
desperta grande interesse, em 
particular o conhecimento de 
nossas origens e a fantástica 
transformação de uma única 
célula até a formação de um 
bebê. 
 
Visão histórica sobre a Embriologia 
 
a.C. - Acredita-se que um breve tratado sobre Embriologia hindu tenha sido 
escrito. Além disso, precisamos destacar a ajuda dos gregos nesse processo, 
dentre eles, Hipócrates, considerado o pai da Medicina e Aristóteles, 
considerado o fundador da Embriologia, que escreveu um tratado sobre o 
assunto. 
 
Claudius Galeno (130-201 a.C.) - Escreveu livro intitulado Sobre a formação do 
feto, abordando desenvolvimento e a nutrição dos fetos. 
 
Leonardo da Vinci (1452-1519) - Realizou desenhos precisos de dissecções do 
útero gravídico contendo um feto. 
 
Karl Ernst von Baer (1792-1876) - Passou a ser considerado o pai da 
Embriologia moderna por causa de sua contribuição para o conhecimento da 
origem de tecidos e órgãos. 
 
Robert Edwards e Patrick Steptoe (Século XX) – Foram pioneiros na técnica 
revolucionária do desenvolvimento humano, a fertilização in vitro. 
 
 
 
Início do desenvolvimento humano 
 
O desenvolvimento humano tem início após o encontro entre os gametas 
masculino e feminino, que se unem originando uma nova célula. 
 
Os humanos são seres diploides, isto é, apresentam 23 pares de 
cromossomos, totalizando 46 cromossomos em suas células. Entretanto, seus 
gametas são haploides, apresentando apenas 23 cromossomos. Os gametas 
apresentam a metade do número de cromossomos, porque após a fecundação 
será restaurado o número de cromossomos da espécie, que será mantido de 
geração em geração, garantindo que o cariótipo permaneça constante 
 
Essa é uma informação importante, pois existem vários distúrbios 
genéticos que ocorrem por causa de alterações cromossômicas. A presença de 
cromossomo extra pode gerar síndromes, como Síndrome de Down (trissomia 
do cromossomo 21). A ausência de cromossomo, causa a Síndrome de Turner 
(monossomia do cromossomo X). 
 
O desenvolvimento humano é dividido em pré-natal e 
pós-natal 
 
O período pré-natal é dividido em: 
 
 
Há um ramo da Embriologia, denominado Teratologia, que estuda o 
desenvolvimento anormal, observando a presença de malformações congênitas, 
que podem ser estruturais, funcionais, metabólicas, comportamentais ou 
hereditárias. Os estágios do desenvolvimento embrionário que são mais 
vulneráveis a alterações compreendem a divisão e diferenciação celular e 
morfogênese em seu ápice. 
 
 
 
Os profissionais da Saúde precisam ter o conhecimento das bases da 
Embriologia para entender as ações relacionadas à gametogênese, transportes 
dos gametas, fertilização, implantação, relações materno-fetal, e períodos 
críticos, identificando os possíveis desvios que podem ocorrer durante esse 
processo que culminam em malformações congênitas. 
 
O que é Histologia? 
 
É o estudo dos tecidos. Mas, é necessário ressaltar que existem níveis de 
organização do corpo humano. 
 
 
 
Você se recorda dos componentes básicos dessas células? 
 
Observe a tabela a seguir com as principais estruturas e suas funções 
básicas. 
 
Membrana Plasmática Controle de entrada e saída de substâncias 
Citoplasma Contém organelas e diversas substâncias 
Núcleo Contém o material genético 
Retículo endoplasmático rugoso Síntese proteica 
Retículo endoplasmático liso Síntese de lipídios 
Peroxissomo Degradação da água oxigenada 
Lisossomo Digestão intracelular 
Ribossomo Síntese proteica 
Centríolo Divisão celular 
Aparelho de Golgi Secreção 
Mitocôndria Respiração celular 
 
 
A Matriz Extracelular (MEC), como o próprio nome sugere, é encontrada 
no lado externo da célula, produzida pela própria célula. Ela desempenha 
diversas funções: 
 
 
 
 
A composição e quantidade da 
MEC são variáveis, dependendo do 
tecido em questão, e podem assumir 
diferentes aspectos. Em geral, existem 
duas categorias básicas, que são as 
fibras e a substância fundamental. 
O esquema demonstra a 
composição geral da MEC, com dois 
tipos de tecidos: tecido epitelial com 
pouca quantidade de MEC e, logo 
abaixo, o tecido conjuntivo (ou 
conectivo) com MEC abundante. 
 
 
 
 
Métodos Histológicos 
 
Existem inúmeros métodos para observação e estudo dos tecidos, com a 
preparação de lâminas para microscopia óptica. O mais frequentemente usado 
é o método da parafina, que permite que o tecido se encontre o mais preservado 
possível mantendo sua composição e estrutura que possuía quando vivo. 
 
1. Técnica de Parafina 
Antes de iniciar o procedimento é necessário realizar a coleta do material, 
clivagem e identificação da amostra. Em seguida, recomenda-se realizar as 
etapas a seguir, tratando adequadamente o tecido depois de retirado do corpo. 
• Fixação: Realizada com a finalidade de evitar a destruição das células 
por autólise (suas próprias enzimas), bactérias ou afins, preservando a 
morfologia e estrutura do tecido. Geralmente, é utilizado formaldeído a 4% 
em solução tamponada. 
• Desidratação: Nesta etapa a água do tecido será́ extraída. Em geral, é 
realizado em álcool etílico com concentrações crescentes, iniciando com 
álcool a 70% e finalizando com álcool absoluto (100%). 
• Diafanização ou clareamento: Esta fase será́ necessária para 
substituição do etanol por um líquido miscível com o meio de inclusão 
(geralmente Xilol). Essa substância é capaz de tornar o tecido translúcido. 
Tal procedimento é importante, pois permite a passagem de luz do 
microscópio. 
• Impregnação: Ocorre a penetração da parafina nos vasos, espaços 
intercelulares e interior das células, tornando as estruturas estáticas, o 
que facilita os cortes. Por causa do calor, o xilol evapora e o tecido será́ 
ocupado pela parafina fundida, geralmente, em estufa à 60o. 
• Inclusão: Neste momento, o objetivo é obter um bloco de parafina de 
forma retangular para ser cortado. Para isso, é necessário colocar o tecido 
em um recipiente de forma retangular, que contenha parafina fundida e 
deixar secar em temperatura ambiente. 
Após esses procedimentos são realizados, no micrótomo, os cortes 
histológicos, chamados de microtomia. Em geral, os cortes são bastante 
delgados, com espessura que pode variar entre 6μm a 8μm (micrômetro). São 
colocados em água quente para deixá-los mais estirados e depositados nas 
lâminas. 
São introduzidos os métodos de coloração a esse procedimento, com a 
finalidade de facilitar a visualização do tecido e destacar determinados 
componentes. A maioria dos corantes utilizados para essa finalidade se 
comporta como ácidos ou básicos. 
• Quando os componentes do tecido são corados com corante ácido (por 
exemplo: eosina, Orange G, fucsina ácida) são chamados de acidófilos. 
• Quando os componentes do tecido são corados com corante básico (por 
exemplo: hematoxilina, azul-de-toluidina, azul-de-metileno) são 
chamados de basófilos. 
A coloração dupla pela hematoxilina e eosina (HE) é a mais utilizada. 
• As estruturas coradas de roxo/azul pela hematoxilina são núcleo celular e 
outras estruturas de natureza ácida. 
• As estruturas coradas de rosa pela eosina são citoplasma e o colágeno 
do material extracelular. 
Corte de bronquíolo terminal corado com HE. As estruturas acidófilas, 
como o citoplasma, foram corados com eosina (rosa) e as estruturas basófilas, 
como o núcleo, foram coradas com hematoxilina (roxo). 
2. Microscopia 
 
Precisamos de equipamento que auxiliem na ampliação da imagem com 
boa resolução. Como são estruturas celulares, não é possível visualizá-las a olho 
nu. 
Existem diversos tipos e modelos de microscópio, com preços, funções e 
técnicas de preparo diferentes. Abordaremos com mais detalhes apenas o 
microscópio óptico. Ele possui duas grandes partes:MECANICA (B) OTICA (A) 
Tubo Condensador 
Platina Objetiva 
Revolver Ocular 
Braço 
Parafuso macrométrico e micrométrico 
Base 
 
 
 
 
 
 
É possível calcular o poder de ampliação total do microscópio da seguinte 
maneira: 
Multiplica-se a ampliação da ocular pela ampliação da objetiva. Por 
exemplo: Um microscópio apresenta a ampliação da ocular de 10x e foi 
selecionada a ampliação da objetiva de 40x. A ampliação total será de 400x. 
Basta multiplicar os dois valores informados. 
 
 
 
Biossegurança 
 
É o conjunto de ações, procedimentos, técnicas, metodologia ou 
dispositivos capazes de minimizar os riscos relacionados com suas atividades, 
baseado na seguinte interação: Essa prática mantém o ambiente, os 
profissionais e os pacientes seguros. Existem leis e normas que regulamentam 
a biossegurança, tais como: 
 
• Lei Brasileira de Biossegurança 8974/95 
• Norma Regulamentadora 32 (NR-32) 
• Norma Regulamentadora 6 (NR-6) 
 
O uso do equipamento individual (EPI) compreende os dispositivos de uso 
pessoal e intransferível destinados à proteção do profissional: luva, máscaras, 
protetores oculares, avental, jaleco, touca, propés, entre outros. 
O descarte de materiais perfurocortantes também devem ser realizado de 
maneira apropriada em coletores específicos. 
Modelo de coletor de papelão para descarte de materiais 
perfurocortantes. 
Os equipamentos de proteção coletiva (EPC) abrangem autoclave, 
extintores, lava-olhos, cabines de segurança biológica, entre outros. 
Os equipamentos de proteção coletiva (EPC) abrangem autoclave, 
extintores, lava-olhos, cabines de segurança biológica, entre outros. 
Alguns exemplos de EPCs. As letras A e B se referem respectivamente 
ao chuveiro e lava-olhos, letra C à autoclave e a letra D a cabines de segurança 
biológica. 
 
Embriologia 
 
Aparelho reprodutor masculino e feminino 
 
Sistema genital masculino 
 
O sistema genital masculino é composto por: 
 
 
 
 
 
Testículo 
 
Os testículos se desenvolvem retroperitonealmente na parede dorsal da 
cavidade abdominal e, durante o desenvolvimento fetal, eles são conduzidos e 
alojados no escroto. É um órgão par, ovoide, que fica suspenso e dentro do 
escroto (bolsa músculo-cutânea). O escroto auxilia a deixar em temperatura dos 
testículos mais baixa que a temperatura corporal, desempenho um papel 
fundamental. 
O testículo é o órgão responsável pela produção dos gametas masculinos 
e também se relaciona com produção hormonal. 
O processo de migração para o escroto conduz um saco de membrana 
serosa, denominado túnica vaginal, que é oriunda do peritoneo, formando uma 
espécie de saco peritoneal que envolve o testículo. A túnica vaginal é dividia em 
duas camadas: a lâmina parietal (externa) e lâmina visceral (interna). Os 
testículos são recobertos pela túnica albugínea, que é uma cápsula de natureza 
conjuntiva, fibrosa e resistente. 
A partir da túnica albugínea, partem os septos fibrosos, que são 
responsáveis por dividir o órgão em partes de formato piramidal, denominados 
lobos testiculares. 
No interior desses lobos, encontram-se os túbulos seminíferos, que são 
tubos que se apresentam de forma enovelada, unidos aos tubos retos, dando 
origem à rede testicular. Os túbulos seminíferos são os responsáveis pela 
produção dos espermatozoides, o gameta masculino. Além dos túbulos 
seminíferos, são encontrados tecido conjuntivo frouxo altamente vascularizado, 
vasos linfáticos, nervos e células intersticiais (também chamadas de células de 
Leydig), relacionadas à produção de andrógeno testicular (testosterona). 
 
 
Epidídimo 
 
Localizado na face posterior do testículo, o epidídimo, pode ser dividido 
em três partes: cabeça, corpo e cauda. Ele apresenta circunvoluções 
compactadas do ducto do epidídimo e também é envolto pela túnica vaginal. É 
de extrema importância para o processo de maturação e armazenamento dos 
espermatozoides. 
É válido lembrar que a porção da cauda desse epidídimo é contínua com 
o ducto deferente, que é responsável por conduzir os espermatozoides para o 
ducto ejaculatório. 
 
 
 
Para realizar o método da 
esterilização do homem, conhecido 
como vasectomia, é feita uma 
incisão na parte superior do escroto 
para executar uma ligação e/ou 
excisão do ducto deferente. Por essa 
razão, o líquido ejaculado não 
contém espermas, pois apenas o 
trajeto desses espermatozoides foi 
interrompido. E, por não serem 
expelidos, se degeneram no 
epidídimo e na parte proximal do 
ducto deferente. 
 
Glândulas seminais 
 
São glândulas encontradas em pares, em formato alongado e situadas 
entre o fundo da bexiga urinária e o reto. Responsáveis por secretar um líquido 
alcalino e espesso que se mistura aos espermatozoides ao entrar nos ductos 
ejaculatórios. Contém frutose, prostaglandinas e proteínas, constituindo 
aproximadamente 60% do volume do líquido seminal. 
 
Próstata 
 
É a maior glândula acessória do sistema genital masculino, é ímpar e sua 
secreção também compõe o líquido seminal, leitoso e alcalino. É provável que 
essa alcalinidade, auxilie a neutralizar o ambiente ácido encontrado, em especial 
na vagina, caso contrário poderia destruir os espermatozoides. Além disso, pode 
também se relacionar ao aumento da motilidade nos espermatozoides. 
É comum que após a meia-idade ocorra seu aumento de maneira 
benigna, chamado de hipertro(a da próstata, mas esse aumento pode gerar 
algumas intercorrências, tais como a obstrução da uretra. 
Outra condição que recebe atenção se relaciona ao câncer de próstata 
que, em casos mais avançados, pode ocasionar na sua remoção associada com 
as glândulas seminais, ductos ejaculatórios e até mesmo as partes terminais dos 
ductos deferentes. 
 
Glândulas bulbouretrais 
 
Essas pequenas glândulas 
se situam póstero-laterais à parte 
membranácea da uretra. Sua 
secreção se assemelha a muco e 
entra na uretra durante a excitação 
sexual. 
 
 
Pênis 
 
Considerado o órgão copulador masculino, é composto por tecido erétil, 
formado por dois corpos cavernosos e um corpo esponjoso. 
No corpo cavernoso anteriormente ocorre uma dilatação, denominada de 
glande, que apresenta um orifício em seu ápice, chamado de óstio externo da 
uretra, onde se encontra o terminal da uretra esponjosa, que percorre 
longitudinalmente o centro do corpo esponjoso. 
A uretra masculina é comum ao seu sistema genital e ao seu sistema 
urinário. Pode conduzir urina da bexiga para o exterior ou fornecer uma saída 
para o sêmen. 
 
 
 
Sistema genital feminino 
 
Assim como no sistema genital masculino, o feminino também está 
relacionado com a produção dos gametas. Mas é importante lembrar que além 
dessa função, é nele que ocorre a fecundação e ele também é responsável por 
oferecer condições favoráveis para o desenvolvimento do novo ser humano até 
seu nascimento. Esse sistema é divido em: 
 
 
 
Órgãos externos 
 
Abrangem: glândulas vestibulares, 
bulbo do vestíbulo, clitóris, lábios 
menores, lábios maiores e monte 
púbico, sendo estes os constituintes 
do pudendo feminino (vulva). 
 
 
 
Órgãos internos 
 
Compreendem: vagina, útero, tubas 
uterinas e ovário. 
 
 
Atenção As glândulas mamárias também são consideradas como parte do 
sistema genital feminino. 
 
Vagina 
 
Apresenta-se como um 
tubo musculo membranáceo, que se 
estende do cérvix do útero até o 
vestíbulo da vagina, sendo considerado 
o órgão copulador da mulher. 
Em seu tecido de 
revestimento encontra-se depósitos de 
glicogênio, cujos produtos resultantes de 
sua quebra contribuem para níveis 
baixos de pH nos líquidos vaginais, que 
parecem exercer uma função 
bacteriostática. 
Possui como funções fundamentais: 
• Propicia a excreção do líquido menstrual; 
• Possibilita o parto natural, pois forma parte do canal pélvico; 
• Recebe o órgão de cópula masculino e o sêmen liberado durante 
o ato sexual. 
Útero 
 
É um órgão muscular oco, ímpar, situado entre a bexiga urinária e o reto. 
Pode ser dividido em: 
• Corpodo útero: Forma os dois terços superiores (abrange istmo e fundo); 
• Fundo do útero: Extremidade superior do corpo do útero, acima da 
implantação das tubas uterinas; 
• Istmo: Apresenta-se como uma espécie de estrangulamento do corpo do 
útero, acima do cérvix; 
• Colo do útero (cérvix): Parte inferior estreita e cilíndrica. 
 
 
 
A parede que forma o corpo do útero é espessa e formada por três 
camadas: 
• Perimétrio: Túnica serosa externa, que consiste em tecido epitelial 
sustentado por tecido conjuntivo; 
• Miométrio: Túnica muscular média, que consiste em músculo liso; 
• Endométrio: Túnica mucosa interna, que consiste em por tecido 
conjuntivo com diversas glândulas endometriais. É composto por duas 
camadas, a basal, que se encontra em contato direto com o miométrio e 
a funcional, que é voltada para o lúmen do útero. 
 
 
 
Tubas uterinas 
 
São pares e projetam-se lateralmente sob a forma de tubos horizontais. 
As tubas uterinas apresentam fibras musculares, em sua composição na 
túnica muscular, que permitem os movimentos peristálticos; e apresentam 
células ciliadas, na túnica mucosa, que possibilitam a movimentação. Essas 
características se relacionam com uma das funções da tuba uterina: a de 
transporte, em especial do óvulo até o útero. 
Podem ser divididas em quatro partes: 
• Parte uterina: Representa a porção intramural, que se abre através do 
óstio uterino na cavidade do útero; 
• Istmo: Porção menos calibrosa, de parede espessa, situada junto ao 
útero; 
• Ampola: Parte mais larga e longa, local onde geralmente ocorre a 
fecundação; 
• Infundíbulo: É a extremidade distal que se abre na cavidade periotoneal, 
que apresenta aspecto irregular similar a franjas, denominadas fímbrias. 
A fímbria de maior destaque é chamada de fímbria ovárica. 
 
 
 
A ligadura das tubas 
uterinas (ou laqueadura) é um 
método cirúrgico seguro para o 
controle de natalidade. Essa 
esterilização consiste na 
interrupção do trajeto realizado 
pelos ovócitos, o que impede o 
encontro com o espermatozoide. 
Nesse caso, os ovócitos liberados 
entram na tuba e se degeneram. 
 
Ovários 
 
É um órgão par, situado 
próximo à tuba uterina. Pode ser 
dividido em córtex do ovário, onde 
é possível observar os folículos 
ovarianos em diferentes estágios 
de maturação e medula, que ocupa 
a região central. 
No ovário, encontram-se os 
gametas femininos e também a 
produção de dois importantes 
hormônios: estrogênio e 
progesterona. 
 
 
Gametogênese 
 
Qual seria a relação entre o sistema genital masculino e feminino para a 
contribuição da reprodução humana? Principalmente a formação dos gametas. 
Para que ocorra a redução do número de cromossomos dessas células, 
elas precisam passar por uma divisão celular chamada meiose. Trata-se de um 
tipo de divisão especial que ocorre somente nas células germinativas da nossa 
espécie, pois são diploides (2n=46 cromossomos). Essa divisão pode ser 
desmembrada em duas fases: 
 
Primeira divisão meiótica ou reducional 
 
Como o próprio nome sugere, é capaz de reduzir à metade o número de 
cromossomos. Esse fato pode ocorrer pelo pareamento dos cromossomos 
homólogos na fase de prófase I, que se separam na fase da anáfase I, em que 
cada um se descola para cada polo dessas futuras novas células. Nessa fase, 
também ocorre o crossing-over, que é importante para a variabilidade genética. 
 
 
 
 
 
Segunda divisão meiótica ou equacional 
 
Nesse processo, os cromossomos das duas células-filhas formadas após 
a meiose I (n=23 cromossomos) são mantidos, pois os cromossomos se alinham 
individualmente na fase de prófase II, e separam suas cromátides em direção 
aos polos dessas novas células na anáfase II. Isso resulta na formação de quatro 
células-filhas, geneticamente diferentes e haploides. 
 
 
 
 
Espermatogênese 
O processo de espermatogênese, que ocorre no interior dos túbulos 
seminíferos, tem início na puberdade e continua até a velhice. As células 
germinativas são encontradas na base do epitélio dos túbulos seminíferos junto 
com as células de Sertoli. 
As células de Sertoli são distribuídas por toda a periferia do epitélio 
seminífero. Essas células de sustentação são unidas firmemente e formam a 
barreira hematotesticular, uma barreira imunológica que separa os 
espermatozoides em formação do restante do corpo, e fornecem suporte 
estrutural e aporte nutricional às células germinativas. 
Externamente, os túbulos seminíferos são separados por mesênquima e 
dão origem às células intersticiais (ou células de Leydig), responsáveis pela 
secreção de testosterona, sendo responsáveis pela atividade de formação dos 
espermatozoides, bem como pela sua manutenção reprodutiva. 
A imagem a seguir mostra a 
organização das células germinativas e 
das células de Sertoli no interior do 
túbulo seminífero; e as células 
intersticiais ou células de Leydig 
encontradas no interstício, entre os 
túbulos seminíferos. 
 
 
A espermatogênese consiste em sucessivas divisões mitóticas nas 
espermatogônias, que são células diploides. Essas células crescem e sofrem 
mudanças graduais, se transformando em espermatócitos primários, que 
também são diploides. Em seguida, cada espermatócito primário sofre a primeira 
divisão meiótica, gerando duas novas células ao final desse processo, que 
apresentam a metade do número de cromossomos, chamadas de espermatócito 
secundário. Na sequência, eles sofrem uma segunda divisão meiótica gerando 
quatro novas células ao final desse processo, que se mantêm haploides, as 
espermátides. Essas células não sofrem mais divisão celular, mas passam por 
profundas mudanças que culminam na transformação 1 em espermatozoide 
maduro, por meio de um processo de diferenciação chamado espermiogênese . 
 
 
O espermatozoide maduro é uma célula altamente especializada e móvel 
constituído de cabeça, representando seu volume maior, que contém o núcleo 
recoberto pelo acrossomo; colo, que é a junção entre a cabeça e a cauda; e 
cauda, que fornece a motilidade do espermatozoide e é composta por três 
segmentos: Peça intermediária, que contém as mitocôndrias; Peça principal; 
Peça final. 
 
Controle hormonal da espermatogênese 
O controle da espermatogênese ocorre pela complexa interação entre 
hipotálamo, hipófise e gônodas. Os hormônios ganodotróficos, liberados pela 
hipófise, estimulam a produção de hormônio luteinizante (HL) e de hormônio 
folículo- estimulante (HFS). 
O HL atua sobre as células intersticiais estimulando a secreção da 
testosterona — que possui diversas funções, como: desenvolvimento dos órgãos 
sexuais primários e características sexuais masculinas secundárias. 
A liberação do HFS atua no testículo, sobre as células de Sertoli, que 
oferecem o suporte para o desenvolvimento dos diferentes estágios dessas 
células germinativas. 
As células de Sertoli podem secretar a inibina, que inibe a liberação 
desses hormônios hipofisários, que, consequentemente, participa do controle da 
produção hormonal e da espermatogênese. 
 
Orogênese 
 
É o processo de transformação da célula germinativa feminina (ovogônia) 
em um óvulo maduro. Pode ser conhecido também como orogênese. 
Diferente do que acontece com os homens, a mulher tem o início desse 
processo durante seu período pré-natal, mas só será concluído após a 
puberdade. Desse modo, no momento do nascimento, a mulher apresenta 
aproximadamente dois milhões de ovócitos primários, mas apenas cerca de 40 
mil sobrevivem até a puberdade. 
Durante o período pré-natal, as ovogônias, células germinativas diploides 
encontradas no ovário, sofrem sucessivas divisões mitóticas, aumentando 
assim, sua quantidade. Após essa fase, essas células crescem, tornando-se os 
ovócitos primários. 
Após sua formação, as células pertencentes ao estroma ovariano 
constituem uma camada simples de células que cercam os ovócitos primários, e 
são chamadas de folículo primordial. 
Os folículos primordiais iniciam 
sua primeira divisão meiótica, mas o 
processoé interrompido na prófase I, 
permanecendo suspenso até a 
puberdade, quando será́ iniciado o 
ciclo reprodutivo feminino. Quando a 
mulher passa pela fase da puberdade, 
as células que circundam os ovócitos 
se transformam em folículo primário. 
 
O ovócito maduro só́ completará a primeira divisão meiótica pouco antes 
de ser liberado, transformando-se em ovócito secundário, uma célula haploide. 
No momento da ovulação, o ovócito secundário inicia a segunda divisão 
meiótica, mas é interrompido na fase de metáfase, sendo eliminado caso não 
haja fecundação. 
Essa fase será́ completada somente se um espermatozoide o fecundar. 
Caso isso ocorra, novamente quase todo o material citoplasmático será́ 
direcionado para a nova célula, agora chamada de óvulo e a outra formará o 
segundo corpo polar, que se degenerará rapidamente. 
 
 
O ovócito primário dá origem a 
duas células após o processo de 
divisão celular. Uma recebe quase 
todo o material citoplasmático, sendo 
denominada ovócito secundário. A 
outra não recebe praticamente 
nenhum citoplasma, sendo chamada 
de primeiro corpo polar, que é uma 
célula pequena, que logo se 
degenera. 
 
Ciclo reprodutivo da mulher 
 
Acabamos de ver que a formação do gameta feminino apresenta diversas 
peculiaridades. Percebemos ainda, que nenhum ovócito primário se forma 
depois do nascimento dessa mulher. Mas, se a mulher não produz mais ovócitos, 
como ela irá produzir seus gametas? 
A produção ocorre por outro processo complexo, responsável 
basicamente pelo ciclo reprodutivo da mulher. Ele acontece mensalmente, com 
a maturação completa de um ovócito, que será liberado para uma possível 
fecundação: o ciclo menstrual. 
O ciclo menstrual tem uma profunda relação com o ciclo ovariano, pois os 
folículos, onde estão localizados os ovócitos, também sofrem modificações. O 
ciclo reprodutivo será regido por quatro hormônios básicos: 
 
 
 
Ciclo ovariano 
 
Os hormônios LH e HFS atuam de forma cíclica no ovário para o 
desenvolvimento de folículos, ovulação e formação do corpo lúteo. 
 
Desenvolvimento folicular 
 
Inicialmente, ocorre sem qualquer internação hormonal, mas quando 
chega à puberdade, a maturação desse folículo acontece mediante a presença 
do HFS, que atua sobre as células foliculares, cujas células da granulosa ali 
presentes são estimuladas a produzir pequenas quantidades de estrogênio. 
Além disso, forma-se uma cavidade repleta de líquido, denominada antro, 
contendo o líquido folicular, que transforma essa estrutura em um folículo 
secundário. 
Sob múltiplas influências hormonais, o folículo continua seu processo de 
crescimento e realiza pressão contra a parede do ovário, formando uma pequena 
saliência nessa região. Nesse momento passa a ser chamado de folículo 
maduro, ou folículo de Graaf. 
 
 
 
 
Ovulação 
 
Um pouco antes da 
ovulação, por volta do 14 dia, 
ocorre a formação do ovócito 
secundário sob a influência do 
HL, que, ao atingir seu pico de 
concentração, auxilia na liberação 
desse ovócito secundário do 
ovário para a tuba uterina. 
 
 
 
Corpo Lúteo 
 
Após a ovulação, as paredes do folículo, formadas por células 
remanescentes sob a influência do LH, transforma-se no corpo lúteo, 
responsável por secretar progesterona. 
Quando ocorre a fecundação, esse corpo lúteo passa a secretar grandes 
quantidades desse hormônio. Mas, caso a fecundação não ocorra, o corpo lúteo 
se degenera, transformando-se em um tecido cicatricial, chamado de corpo 
albicans. 
 
 
 
Ciclo menstrual 
 
Além de mudanças no 
ovário, também ocorrem 
alterações mensais no útero, sob 
a influência hormonal, em 
especial, dos hormônios 
ovarianos que se relacionam com 
o aumento da espessura ou 
desprendimento da camada 
funcional do endométrio. 
 
 
Fase menstrual 
 
Baseada em um ciclo regular com 28 dias. É iniciada no primeiro dia de 
sangramento. Esse sangramento ocorre por causa da descamação do tecido 
endometrial, que dura, em média, quatro dias. 
A fase menstrual é associada à redução dos níveis de estrogênio e 
progesterona por não ter ocorrido fecundação. Ao mesmo tempo, ocorre o 
aumento da secreção do HFS para estimular o crescimento de outros folículos 
ovarianos. 
 
 
Fase proliferativa 
 
Tem duração média de nove dias. É possível observar que com o 
crescimento dos folículos, aumenta a quantidade de estrogênio. Esse aumento 
auxilia o aumento da espessura do endométrio, que apresenta glândulas 
aumentadas e alongamento das artérias. A ovulação, sob influência hormonal, 
ocorre por volta do 14 dia do ciclo. 
 
 
 
Fase secretória 
 
Apresenta duração média de 13 dias. Após a ovulação, o corpo lúteo (ou 
corpo amarelo) secreta progesterona, que auxilia o epitélio glandular a secretar 
um material rico em glicogênio, e ajuda no espessamento do endométrio, cujas 
glândulas se tornam amplas, tortuosas e saculares e as artérias cada vez mais 
enrodilhadas. 
Caso não haja fecundação, esse corpo lúteo se degenera, reduzindo o 
estímulo hormonal, que, consequentemente, gera alterações vasculares, 
causando isquemia do tecido epitelial e descamação do mesmo. Desse modo, o 
ciclo menstrual é reiniciado. 
 
 
 
Os métodos contraceptivos orais são projetados para o impedimento da 
ovulação; provocam alterações nas características físico-químicas do 
endométrio e do muco cervical e, para isso, fazem uso de hormônios sintéticos, 
isolados ou associados, tais como estrogênio e progesterona. 
Desse modo, a quantidade de hormônio contida em cada pílula, faz com 
que o sistema reprodutor feminino seja enganado, para que não haja 
necessidade de produzir mais hormônios, sinalizando para sua suspensão. 
Como consequência dessa sinalização, não haverá produção e secreção de 
determinados hormônios, entre eles, o LH, que impede a liberação do ovócito. 
 
Fertilização e desenvolvimento embrionário da 1a a 2a 
semana 
 
Encontro dos gametas 
Para que um novo ciclo de vida se inicie, é necessário que os gametas 
maduros se encontrem no aparelho reprodutor feminino para ocorrer a 
fertilização. 
 
Transporte do ovócito 
O gameta feminino será 
liberado durante o processo de 
ovulação, aproximadamente no 
14° dia do ciclo menstrual. 
Normalmente um ovócito, 
formado por um complexo de 
células que consiste em zona 
pelúcida e corona radiata, é 
liberado. 
Principais estruturas do ovócito 
• O ovócito é liberado do ovário e 
capturado pela tuba uterina (na região 
onde se encontram as fímbrias). 
• Ao mesmo tempo, devido a alterações 
hormonais, as células epiteliais com 
presença de cílios, juntamente com a 
musculatura lisa, pertencentes à tuba 
uterina, iniciam movimentos 
sincronizados. 
• Começa o transporte lento do ovócito, 
que é conduzido até a região da 
ampola da tuba uterina; esse 
transporte dura cerca de 72 horas. 
 
 
 
 
 
Transporte do espermatozoide 
Desde sua produção nos túbulos 
seminíferos, os espermatozoides 
percorrem um sistema de ductos para 
sua maturação no epidídimo e, depois, 
continuam sendo transportados, e são 
misturados com as secreções fluidas 
das glândulas acessórias, até chegarem 
à uretra. 
Cerca de 200 a 600 milhões de 
espermatozoides são depositados 
durante o ato sexual, mas somente 
cerca de 200 conseguem chegar ao 
local da fertilização. 
 
 
 
A direção do trajeto realizado pelos 
espermatozoides no sistema genital 
masculino está indicado pelas setas. 
Durante a cópula, quando 
liberados no sistema genital feminino, os 
espermatozoides necessitam percorrer 
novo caminho iniciado com a passagem 
pelo canal cervical uterino. Eles sobem 
com o auxílio dos movimentos 
musculares das estruturas do canal, 
associados aos movimentos natatórios 
dos espermatozoides. Prosseguem até 
encontrar o ovócito na região da ampola 
da tuba uterina. 
 
 
Ao atravessarem a região cervical, 
os espermatozoides iniciam a reação de 
capacitação, uma vez que as secreções 
liberadas no sistema genital feminino são 
capazes de influenciar que a superfície 
acrossômicaseminífera, contendo 
glicoproteínas, seja alterada. 
 
Fertilização 
A partir do encontro do espermatozoide com o ovócito na ampola da tuba 
uterina, uma série de eventos ocorre dando início à fertilização, cujo término está 
associado à formação do zigoto. Geralmente ocorre em 24 horas e apresenta a 
seguinte sequência: 
 
 
 
 
 
 
 
 
1. Penetração do espermatozoide na corona radiata 
 
Para que ocorra a fecundação não 
basta apenas o encontro desses gametas. 
O espermatozoide necessita, ainda, 
passar por algumas barreiras para chegar 
ao ovócito. 
A primeira é a corona radiata, que 
constitui sua camada mais externa. Esse 
evento acontece graças à ação de uma 
enzima localizada na região do acrossomo 
do espermatozoide, a hialuronidase, que 
está relacionada à dissociação das células 
formadoras dessa camada. 
 
 
 
2. Penetração do espermatozoide na zona pelúcida 
 
 
Após a passagem pela corona 
radiata, é necessário que o espermatozoide 
ultrapasse outro obstáculo, a zona pelúcida, 
e sofra a ação de enzimas acrossômicas. 
Após a ligação à zona pelúcida, 
ocorre a reação acrossômica que se 
relaciona ao processo de fusão da 
membrana plasmática do espermatozoide 
com a membrana acrossômica externa. Em 
seguida a esse evento, o espermatozoide 
consegue atravessar essa zona, atingindo o 
espaço perivitelino 
 
3. Fusão das membranas celulares dos gametas 
 
Após a passagem pelo 
espaço perivitelino, as membranas 
do espermatozoide e ovócitos se 
fundem. Após a fusão dessas 
membranas dos gametas, ocorre 
um processo chamado de reação 
da zona, que, em geral, elimina a 
capacidade de os espermatozoides 
penetrarem na zona pelúcida. 
 
 
Acredita-se que esse impedimento evite que outros espermatozoides 
possam fecundar o mesmo ovócito, que poderia resultar em poliespermia. Em 
nossa espécie, isso levaria a um desenvolvimento anormal. 
 
 
4. Término da segunda divisão meiótica do ovócito 
secundário 
Após a fusão das membranas, a região da cabeça do espermatozoide 
entra no ovócito e a cauda é degenerada. Em seguida, o ovócito secundário 
finaliza a segunda divisão meiótica, que resulta na formação do óvulo e dos 
corpos polares. 
 
 
5. Formação dos pronucleos masculino e feminino 
O núcleo formado após essa divisão meiótica é chamado de pronúcleo 
feminino. O núcleo que estava situado na cabeça do espermatozoide forma o 
pronúcleo masculino. 
 
 
6. Encontro dos pronucleos 
 
Quando entram em contato, os pronúcleos masculino e feminino rompem 
suas membranas e os cromossomos se misturam e se organizam ao redor do 
fuso mitótico. Com esse evento, tem-se a formação de uma nova célula diploide 
conhecida como zigoto, finalizando o processo de fertilização. 
 
Nesse caso, se o 
espermatozoide possuir o 
cromossomo sexual X, será 
desenvolvida uma mulher. 
Mas, se o espermatozoide 
possuir o cromossomo Y, um 
homem se desenvolverá. 
 
 
	
Primeira semana de desenvolvimento 
Uma vez formado o zigoto, o que acontece depois? Inicia-se um processo 
chamado clivagem. 
A clivagem é uma das etapas iniciais do desenvolvimento. Seu processo 
se relaciona ao número de divisões mitóticas consecutivas que o zigoto sofre, 
acarretando o aumento do número de células. Essas células são conhecidas 
como blastômeros. Em geral, a clivagem ocorre cerca de 30 horas após a 
fertilização, enquanto percorre o caminho da tuba uterina em direção ao útero. 
Durante esse trajeto, a estrutura é envolvida por uma camada gelatinosa 
espessa, denominada zona pelúcida. A zona pelúcida impede que a estrutura, 
com aumento crescente do número de células, aumente seu volume final. 
 
1. Durante as divisões mitóticas 
sequenciais, o zigoto se divide, 
formando dois blastômeros, 
chamado estágio de 2 células. 
2. Logo após, sofre divisão mais 
uma vez, passando ao estágio 
de 4 células. 
3. Em seguida, chega ao estágio 
de 8 células. 
 
 
Durante esse processo, os blastômeros se compactam, tomando a forma 
de uma esfera, em uma ação denominada compactação. 
Três dias após a fecundação, essa estrutura torna-se uma massa 
compacta, contendo cerca de 16 blastômeros, chamada de mórula (devido à 
semelhança com a amora). Aproximadamente no quarto dia após a fertilização, 
essa estrutura passa a se chamar blastocisto. 
No estágio em que o concepto também pode ser chamado de blástula é 
possível perceber uma dissociação desse compacto de células, que forma uma 
cavidade repleta de líquido, chamada de blastocele. Nesse momento, há dois 
tipos celulares: 
• Trofoblasto - Forma a camada externa dessa célula. Dá origem às 
estruturas extra-embionárias, entre elas a placenta. 
• Embrioblasto - Forma a massa interna, que ainda está envolta pela zona 
pelúcida. O embrioblasto dará origem ao corpo do embrião. 
 
Com o tempo, o blastocisto tem sua zona pelúcida degenerada e, com 
isso, cresce rapidamente de tamanho. Todo esse processo, desde a fertilização 
até a implantação no útero, dura cerca de uma semana. 
 
 
A implantação do blastocisto no útero, também conhecida como nidação, 
geralmente ocorre através do polo embrionário ao tecido epitelial que compõe a 
camada do endométrio. 
Mais mudanças ocorrem nesse processo. Em seguida à penetração do 
blastocisto, é possível observar uma rápida mudança na camada do trofoblasto, 
que se divide em duas novas camadas: 
• Citotrofoblasto - É derivado das células trofoblásticas, são mitoticamente 
ativas. 
• Sinciciotrofoblasto - Refere-se à massa fundida e multinucleada oriunda 
do citotrofoblasto, cujas suas projeções conseguem invadir o tecido 
endometrial, formando a placa trofoblástica. 
 
 
Durante o processo inicial de diferenciação, o estroma contido no útero 
sofre diversas modificações, conhecidas por reação decidual. Ao final da 
primeira semana, o blastocisto é praticamente todo implantado no endométrio e 
sua nutrição ocorre pelos tecidos que foram rompidos durante o processo. 
 
 
 
 
E como aconteceria a gestação gemelar? Primeiro precisamos entender 
que podemos dividir em dois tipos principais: os dizigóticos e os monozigóticos. 
 
Gêmeos dizigóticos 
 
Geralmente, a mulher libera um 
ovócito a cada ciclo menstrual, mas por 
diversos fatores, ela pode liberar dois 
ovócitos. Caso ambos sejam fecundados 
por dois espermatozoides distintos ocorre a 
gestação gemelar, com placentas distintas. 
Por isso, eles podem apresentar sexos 
distintos e serem geneticamente diferentes. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Gêmeos monozigóticos 
 
Os gêmeos ocorrem após a 
fecundação de um único ovócito e único 
espermatozoide. Em geral, ocorre a 
separação do mesmo embrião em duas 
novas células. Acredita-se que, em especial, 
na região do embrioblasto. 
Nesse tipo de gestação também pode 
ocorrer a separação incompleta das células, 
que podem favorecer a união desses 
gêmeos pelo tecido que não foi totalmente 
separado, também conhecido como gêmeos 
xifópagos, ou gêmeos siameses. 
 
 
 
 
Segunda semana de desenvolvimento 
Enquanto o processo de implantação do blastocisto no endométrio é 
concluído, as mudanças continuam acontecendo. O citotrofoblasto permanece 
produzindo células para o sinciciotrofoblasto, que prossegue invadindo o 
endométrio. 
Outra função relacionada ao sinciciotrofoblasto se relaciona com a 
produção do hormônio gonadotrofina coriônica humana (hCG). Com a detecção 
de sua subunidade beta é possível realizar o teste de gravidez. 
Esse hormônio é muito importante para a sinalização do corpo lúteo, que 
inicialmente continua a produção da progesterona, o que evita a descamação do 
endométrio e, consequentemente, um aborto espontâneo. 
 
 
 
Uma série de alterações ocorrem no embrioblasto da blástula. A massa 
interna dessa estrutura inicia seu processo de diferenciação dando origem a 
duas camadas de células: 
• Epiblasto - É a camada mais externa, composto por células colunares 
altas, relaciona-se à formação do assoalho da cavidade amniótica, que 
envolve o embrião contendo um fluido.Constitui o embrião propriamente 
dito. 
• Hipoblasto Ou endoderma extraembrionário - É a camada mais interna, 
composto por células cuboides e origina o revestimento endodérmico do 
saco vitelínico primário. 
 
O antigo embrioblasto, que se encontra entre o saco vitelino primário e a 
cavidade amniótica, com suas duas camadas bem definidas, é denominado 
disco bilaminar. 
 
 
A proliferação do epiblasto se relaciona com a formação das células do 
mesoderma extraembrionário. Com aproximadamente dez dias ocorre a 
implantação completa no endométrio, acompanhada de regeneração, recobrindo 
a falha no epitélio endometrial para que o processo ocorresse, similar a um 
tampão de coágulo sanguíneo fibrinoso. 
 
 
Próximo ao final da segunda semana, surgem as vilosidades coriônicas 
primitivas, considerado o primeiro estágio para o desenvolvimento das 
vilosidades coriônicas placentárias. 
 
 
Por volta do 14 dia, o embrião ainda apresenta uma forma discoide, 
enquanto as células hipoblásticas se tornam colunares em determinada área, e 
se organizam para formar a placa pré-cordal. Essa placa é um indicador do local 
onde ficará a boca futuramente, tornando-se um importante organizador da 
região da cabeça. 
 
 
O local onde comumente ocorre a implantação do blastocisto é o 
endométrio. Quando a implantação ocorre em outros lugares é chamada de 
gravidez ectópica. 
 
 
Existem diversos locais possíveis para a implantação extrauterina, porém 
a mais comum ocorre no istmo ou na ampola da tuba uterina, conhecida como 
gravidez tubária. Muitas causas se relacionam com seu surgimento, mas em 
geral se relacionam aos fatores que podem atrasar ou mesmo impedir o 
deslocamento do zigoto ao útero. 
Na maioria dos casos, cursam com ruptura da tuba uterina observada até 
a oitava semana de desenvolvimento embrionário, que culmina com a morte do 
concepto. 
 
Desenvolvimento embrionário da 3a a 8a semana e 
período fetal 
 
Terceira semana de desenvolvimento 
Esse estágio do desenvolvimento embrionário é caracterizado por 
profundas mudanças nas estruturas estudadas até o momento. 
 
I - Gastrulação 
No início da 3a semana ocorre um processo denominado gastrulação, em 
que é possível observar nitidamente a formação de três camadas germinativas. 
Durante esse estágio, o embrião pode ser chamado de gástrula. A gastrulação 
é considerada um marco da morfogênese — é o período em que ocorre o início 
da formação da estrutura do corpo, que o disco bilaminar se transforma em um 
disco trilaminar, que dará origem a todos os tecidos que compõem nosso 
organismo. 
1. A formação da linha primitiva surge de forma caudal, medial e dorsal no 
disco embrionário, com a proliferação das células epiblásticas. 
2. Durante esse processo, surge ainda uma pequena depressão no local do 
nó primitivo, denominada fosseta primitiva. 
3. A linha se alonga, com a adição de células, em direção à extremidade 
caudal e à extremidade cefálica, e forma o nó primitivo (ou Nó de 
Hensen) , simultaneamente constituindo o sulco primitivo. 
 
 
Quando a linha primitiva passa a existir, é possível identificar o eixo 
cefálico-caudal, além das superfícies dorsal e ventral e dos lados direito e 
esquerdo do embrião. 
No momento em que ocorre a invaginação das células epiblásticas, 
observa-se a formação do sulco primitivo e da fosseta primitiva. 
No processo, algumas células se destacam da superfície (epiblasto) 
migrando e formando o mesênquima ou mesoblasto (arranjados de maneira 
dispersa com grande quantidade de matriz extracelular), formando o 
mesoderma intraembrionário. 
Estudaremos a sua importância na formação da maioria dos tecidos de 
sustentação do embrião adiante. 
 
Três camadas germinativas ficam estabelecidas: ectoderma, mesoderma 
e endoderma, que darão origem a tecidos e órgãos específicos. 
 
 
 
• Ectoderma - Camada de células que se localiza mais externamente no 
disco embrionário trilaminar. Origina o sistema nervoso central e 
periférico, a epiderme, entre outras estruturas, como pelos, unhas e 
esmalte dental. 
• Mesoderma - É o folheto de camada de células que se localiza de 
maneira intermediária no disco embrionário trilaminar. Origina os 
músculos liso e estriado, tecidos conjuntivos, vasos sanguíneos, além de 
estarem interligados à formação de órgãos dos sistemas excretores e 
reprodutores. 
• Endoderma - É o folheto de camada de células que se localiza mais 
internamente no disco embrionário trilaminar. Origina revestimentos 
epiteliais de vias respiratórias e do trato digestório, além de glândulas, 
pâncreas e fígado. 
 
 
II – Neurulação 
Na 3a semana ocorre o processo denominado neurulação, envolvendo a 
formação do tubo neural e das cristas neurais, que são de extrema importância 
para a formação do sistema nervoso central e periférico. Durante esse estágio, 
o embrião pode ser chamado de nêurula. 
Durante a formação do nó primitivo, um processo muito importante ocorre. 
Abaixo dessa estrutura, entre o ectoderma e endoderma embrionário, inicia-se o 
processo notocordal, que dará origem à notocorda. 
 
 
 
O processo notocordal cresce em direção à placa pré-cordal, formando 
uma espécie de bastão oco, que também indica o futuro local da coluna vertebral. 
 
 
 
A notocorda funciona como 
uma espécie de indutor para que 
ocorra o espessamento da 
ectoderma. Esse evento é essencial 
para a formação da placa neural, 
sendo a região da ectoderma que 
forma a placa neural também 
conhecida como neuroectoderma. 
 
 
Após sua formação, um processo de invaginação se inicia dando origem 
ao chamado sulco neural, que apresenta elevação das bordas laterais, as pregas 
neurais. Essas pregas neurais começam a se aproximar e se fundem, 
transformando a placa neural em tubo neural. Essa estrutura está relacionada 
com a formação do encéfalo e da medula espinhal (SNC). 
 
 
 
Nesse momento, o fechamento do tubo neural tem início na região central 
e apresenta abertura em suas extremidades. 
 
 
 
 
Durante o fechamento do tubo neural 
ocorre um desprendimento do ectoderma 
superficial, dando origem a células 
neuroecdermais, também conhecidas como 
células da crista neural, que migrarão para 
as laterais direita e esquerda do tubo neural, 
formando as cristas neurais. Essas 
estruturas estão relacionadas com a origem 
de nervos cranianos e espinhais (SNP). 
 
 
 
Aborto espontâneo 
É uma perda involuntária que ocorre, geralmente, antes da 20a semana 
de gestação. Existem inúmeras causas, embora geralmente esteja relacionado 
a desenvolvimento anormal do embrião, infecções virais ou bacterianas, idade 
materna, obesidade, consumo de drogas, bebida ou fumo. 
Quanto maior o tempo de gestação, mais intensos são os sintomas. O 
sangramento vaginal é o sintoma mais clássico, que pode vir associado ou não 
por cólicas; pode haver perda de líquido, coágulos, mal- estar geral, com 
presença de febre e dor de cabeça. Muitas mulheres já sofreram aborto 
espontâneo, mas quando ocorre até a 6a semana, comumente, é confundido 
com atraso menstrual. 
Desenvolvimento mesodérmico 
Pós a formação do mesoderma, ele se espalha lateralmente como uma 
camada única de células mesenquimais. Durante o desenvolvimento, três 
regiões passam a ser destacadas nesse mesoderma embrionário: 
• Mesoderma paraxial — Encontra-se mais próximo ao tubo neural; 
• Mesoderma intermediário — Região compacta ao lado do 
mesoderma paraxial; 
• Mesoderma lateral. 
Próximo ao final da 3a semana do desenvolvimento, o mesoderma 
paraxial se diferencia em pares cuboides, denominados somitos, localizados em 
ambos os lados do tubo neural, formados cefalocaudalmente. Os somitos estão 
relacionados à origem da maior parte do esqueleto axial, à musculatura 
associada e à derme da pele adjacente. 
 
 
O mesoderma intermediário está intimamente ligado ao desenvolvimento 
do sistema urogenital. No mesoderma lateral há os espaços celômicos, que se 
unem para formar uma cavidade semelhante a uma ferradura, denominadaceloma intraembrionário. 
 
 
 
O celoma intraembrionário divide o mesoderma lateral em duas camadas: 
Mesoderma somático ou parietal, que recobre o âmnio e sua união com o 
ectoderma forma a somatopleura, que se relaciona à parede do corpo do 
embrião; Mesoderma esplâncnico ou visceral, que recobre o saco vitelínico e sua 
união com o endoderma forma a esplancnopleura, que se relaciona ao intestino 
do embrião. 
 
 
 
Adiante veremos que, aproximadamente, no segundo mês, o celoma 
intraembrionário será dividido em três camadas do corpo: cavidade pericárdica, 
cavidade pleural e cavidade peritoneal. O mesoderma extraembrionário envolve 
o âmnio e o saco vitelino. 
A extremidade posterior do embrião apresenta-se conectada ao 
trofoblasto (que dará origem à placenta) por uma estrutura estrita, chamada de 
pedúnculo embrionário, que posteriormente se transformará no cordão umbilical. 
 
 
 
 
Desenvolvimento primitivo do coração e grandes vasos 
 
O coração e os grandes vasos apresentam origens similares, por meio de 
células mesenquimais da área cardiogênica, por volta do final da 3a semana. O 
sistema cardiovascular é considerado o primeiro sistema a funcionar de maneira 
eficiente no embrião. Tem início com a formação de dois grandes tubos, os tubos 
endocárdicos (A), que após fusão, resultam em um único tubo cardíaco, o 
coração primitivo (B). 
 
 
 
O coração primitivo está 
conectados a estruturas como 
córion, pedúnculo do embrião, vasos 
do embrião e saco vitelínico, que 
compõem o sistema cardiovascular 
primitivo. É possível observar que, a 
partir da 22a semana, o coração já 
começa a bater e pouco depois, o 
fluxo sanguíneo pode ser visto por 
meio de ultrassonografia com 
Doppler. 
Quarta semana de desenvolvimento 
Na 4a semana, o tubo neural está se fechando, mas as extremidades, 
chamadas de neuroporos rostral e caudal, ainda estão abertas. 
 
Atenção Fechamento dos neuroporos: Caso o fechamento dos neuroporos 
não ocorra, poderá causar sérias complicações como: Falha no fechamento do 
neuroporo rostral pode se relacionar com anencefalia ou Falha no fechamento 
do neuroporo caudal pode se relacionar com mielodisplasias, como espinha 
bífida. 
 
O primeiro arco, ou arco mandibular é bastante visível, além da região do 
encéfalo anterior apresentar uma elevação proeminente da cabeça. 
Aproximadamente com 26 dias, é possível observar o brotamento dos membros 
superiores. Ao final da 4a semana observamos as fossetas ópticas, placódios 
ópticos (futuros cristalinos dos olhos) e brotamento dos membros inferiores. 
 
 
Atenção Teratogênicos: O contato com teratógenos é capaz de produzir uma 
anomalia congênita, em especial entre a quarta e a oitava semana. Esses 
agentes teratógenos podem ser físicos (ex. radiação), químicos (ex. drogas) e 
biológicos (ex. bactérias). Por isso, deve-se evitar a exposição, principalmente 
nesse período, pois os órgãos estão sendo formados. 
 
Quinta à oitava semana de desenvolvimento 
Embora na 5a semana as mudanças não sejam tão grandes quanto na 
semana anterior, percebe-se o constante crescimento da cabeça do embrião, 
que se destaca do restante do corpo, em especial devido ao desenvolvimento 
encefálico. Além disso, forma-se o seio cervical, cujo crescimento do arco hioide 
forma uma depressão ectodérmica. Observa-se ainda, a formação das placas 
das mãos, acompanhadas pelo surgimento dos primórdios dos dedos, também 
conhecido como raios digitais. 
Na 6a semana, nota-se a diferenciação dos cotovelos e pulsos dos 
membros superiores. A região dos olhos torna-se mais nítida, provavelmente 
devido à pigmentação da retina. 
A 7a semana é marcada pelo intestino que penetra no celoma 
extraembrionário, o processo de herniação umbilical fisiológica. Percebe-se 
também a indicação dos futuros dedos das mãos. 
Na última semana do período 
embrionário, a 8a semana, também 
ocorrem muitas mudanças, como o 
desaparecimento da cauda, o plexo 
vascular do couro cabeludo, a separação 
dos dedos, formação das pálpebras 
(embora os olhos permaneçam abertos). E 
embora, apresente aparência humana 
nessa fase, percebe-se ainda, a 
desproporção da cabeça com o restante 
do corpo. 
 
 
Calculando a idade da gestação 
Para isso é necessário saber a data da última menstruação (DUM), 
lembrando que se conta pelo primeiro dia de sangramento; com o auxílio do 
disco gestacional (gestograma) é possível prever a data provável do parto. 
A data da última menstruação ocorre duas semanas antes da fertilização, 
pois como já vimos, a ovulação ocorre por volta do 14a dia após a menstruação. 
Quando é desconhecida essa informação é possível detectar pela 
realização da ultrassonografia precoce. 
Período Fetal 
A partir da 9a semana inicia-se o chamado período fetal, que é marcado 
especialmente pelo crescimento rápido do feto, amadurecimento dos órgãos e 
ganho de massa corporal nas semanas finais dessa gestação. 
Até o final da 12a semana percebe-se a produção de urina, que é 
excretada diretamente no líquido amniótico; o feto reabsorve parte desse líquido, 
e os consequentes produtos da excreção são direcionados à circulação materna 
por meio da membrana placentária. Ocorre a formação das impressões digitais 
e o início da diferenciação da genitália externa. A eritropoese, relaciona-se à 
formação das células vermelhas, que, inicialmente, são produzidas no fígado. 
Ao final da 12a semana nota-se a mudança dessa atividade para o baço. 
A partir da 13a semana, os membros inferiores se alongam rapidamente 
e na semana seguinte, embora ainda possam ser imperceptíveis para a mãe, 
seus movimentos tornam-se mais coordenados. Nessa fase, também ocorre o 
processo de ossificação. 
Por volta da 17a semana, os movimentos do feto podem ser sentidos pela 
mãe. Embora a placenta esteja desenvolvida, continua a crescer, e apresenta 
dois componentes: o fetal (formado pelo saco coriônico) e o materno (derivado 
do endométrio). 
Os nutrientes maternos são passados para o feto através da placenta, e 
as excretas do feto são eliminadas também por ela, que exerce as funções de: 
nutrição, respiração, excreção, defesa imunitária e produção de hormônios. 
 
Parto prematuro 
Embora os fetos que nascem prematuramente apresentem taxa de 
sobrevivência muita alta devido aos recursos encontrados em unidades de 
cuidados intensivos, eles necessitam de atenção especial. 
Quando o nascimento ocorre entre a 22a e a 25a semana é extremamente 
difícil que o bebê consiga sobreviver, uma vez que seu sistema respiratório é 
imaturo. Quando há prematuridade extrema e os bebês apresentam peso inferior 
dois quilos é possível haver mais chances de óbito. 
Ao nascer após o tempo adequado, será́ chamado de pós-termo, e 
também poderão ocorrer algumas complicações caso isso aconteça. 
 
Entretanto, quando ocorre entre a 26a e 29a semana, suas chances são 
grandes, pois são capazes de respirar com os cuidados adequados, além de 
alcançar um grau de maturidade que permite o controle dos centros respiratórios 
e da temperatura corporal. 
Ao final da 28a semana, a medula óssea torna-se o principal local para a 
formação das células vermelhas, a hematopoese. Percebe-se a redução da pele 
translúcida enrugada, devido à formação de gordura subcutânea. Mas, com 30 
semanas, sua pele se torna rosada e lisa. 
 
Quando se aproximam da 36a semana, as circunferências abdominal e 
cefálica são praticamente iguais. Nota-se a presença do reflexo de preensão 
palmar e a pele apresenta um aspecto mais escamativo. 
Nessa fase, em caso de meninos, os testículos se encontram na bolsa 
escrotal e em caso de meninas, os grandes lábios já́ se apresentam totalmente 
formados. A partir de 38 semanas são considerados a termo. 
O feto continua a deglutir o que está no líquido amniótico e essa mistura 
resultará na produção do mecônio, muito importante para os primeiros trabalhos 
intestinais. 
Em geral, o feto já́ está em apresentação cefálica, preparado para o 
nascimento. Casonão esteja, a equipe médica deverá optar pela melhor opção 
do parto. 
 
 
Histologia 
 
Matriz extracelular 
Os tecidos não são constituídos apenas por células, uma vez que também 
apresentam uma espécie de malha tridimensional organizada de moléculas que 
rodeiam as células, a matriz extracelular (MEC), que é produzida pelas próprias 
células. A MEC apresenta inúmeras funções devido à sua diversidade, como: 
 
 
A matriz é formada por elementos fluidos e fibrosos, e seus componentes 
e quantidade podem variar entre os tecidos. Cada tecido tem uma MEC de 
composição única, que pode ser especialmente adaptada, dependendo de sua 
localização. Os tecidos apresentam dois elementos: 
• Substância fundamental amorfa: Composta por cadeias de 
polissacarídeos, como glicosaminoglicanas (GAGs) e proteoglicanas, que 
se relacionam à formação de material semelhante a gel hidratado, 
envolvidas na circulação de nutrientes, hormônios e outros mensageiros 
químicos. 
• Fibras: Composto por proteínas fibrosas, como colágenas (fibrilares e não 
fibrilares) e elásticas (por exemplo, elastina), que se relacionam à 
formação do arcabouço estrutural e elástico de diferentes tecidos. 
Apresentam fibronectina e laminina (lâmina basal), que se relacionam à 
adesão matriz-célula. 
 
 
Características gerais dos tecidos básicos 
Os quatro tecidos básicos que compõem o corpo humano são: 
 
 
 
 
Tecido epitelial 
O tecido epitelial é o primeiro tipo que abordaremos, percebendo suas 
características gerais e particularidades, bem como as duas principais formas 
em que podem ser encontrados: Revestimento e Glandular. 
 
Morfologia geral 
Pode ser caracterizado pela presença de células epiteliais (geralmente 
poliédricas, ou seja, com várias faces), justapostas e com pouca MEC 
(primordialmente compondo a lâmina basal). Devido à ausência de vasos 
sanguíneos em suas células (chamado de avascular), recebe nutrientes por meio 
do tecido conjuntivo subjacente. 
 
Suas células contêm 
quantidade considerável de citoplasma 
(devido à intensa atividade exercida). 
É um tecido polarizado, apresenta uma 
região voltada para a superfície, 
denominada polo apical, e, em 
oposição, uma região voltada para o 
lado oposto, denominado de polo 
basal, além das regiões laterais. 
 
Polo apical 
Há presença de canais iônicos, proteínas transportadoras e enzimas 
específicas. Nas células epiteliais, essa região pode conter determinadas 
especializações que se relacionam com funções distintas. 
 
Polo basal 
Geralmente, encontra-se a lâmina basal associada à lâmina reticular. 
Essas duas lâminas compõem a membrana basal, que permite a conexão entre 
o tecido epitelial e o tecido conjuntivo. 
A membrana basal é uma barreira seletiva de movimentação de 
substâncias entre esses dois tecidos, e também influencia na diferenciação e 
proliferação das células epiteliais. As células epiteliais são justapostas e 
apresentam forte adesão entre si, proporcionada tanto pelas proteínas integrais 
da membrana lateral de suas células quanto pelas especializações presentes 
responsáveis pela formação das junções celulares. 
As junções celulares promovem a aderência entre as células, e se 
relacionam com o fechamento do espaço intercelular, e, em certas situações, 
com a comunicação entre células vizinhas. De maneira geral, o conjunto das 
junções celulares pode ser dividido em três grandes grupos, de acordo com sua 
função: 
• Junções de adesão: zônula de adesão, desmossomos e 
hemidesmossomos; 
• Junções impermeáveis: zônula de oclusão; 
• Junções de comunicação: junção comunicante (gap junction). 
 
 
 
Qual é a função do revestimento? 
 
O revestimento é uma grande 
função exercida pelo epitélio, uma vez 
que ele recobre a superfície corporal e a 
protege. O epitélio também está 
presente no revestimento de órgãos, 
cavidades corporais, vasos sanguíneos 
e linfáticos. 
 
Suas funções são: 
• Secreção, presente nas glândulas. 
• Adicionadas aos epitélios especiais, desempenham função germinativa, 
sensorial, de absorção e excreção. 
 
 
 
 
Tecido epitelial de revestimento 
O tecido epitelial de revestimento reveste superfícies internas e externas 
do organismo. Dessa maneira, consegue separar o tecido conjuntivo adjacente 
do meio externo ou das cavidades internas do corpo. 
 
Classificação quanto à forma da célula 
 
Pavimentosa 
É uma célula que apresenta a 
largura e o comprimento maiores que 
sua altura, com o núcleo central e 
alongado. Tem um aspecto mais 
achatado, que faz lembrar um 
pavimento; por isso facilita a passagem 
de substâncias. 
 
Cúbica 
É uma célula que apresenta 
largura, altura e comprimento iguais, 
com núcleo redondo central. Tem 
aspecto de cubo 
 
Colunar 
É uma célula que apresenta a 
altura maior que a largura e o 
comprimento. Tem aspecto mais 
alongado, que faz lembrar uma coluna. 
 
 
 
 
Classificação quanto ao número de camadas da célula 
 
• Simples - Apresentam apenas uma camada de células, que se encontram 
em contato com a lâmina basal. Por isso, facilita a passagem de 
substâncias. 
 
Epitélio de revestimento com apenas uma camada (considerado simples) 
e com: 
• Células em formato pavimentoso — Tecido epitelial de revestimento 
simples pavimentoso, encontrado nos vasos sanguíneos, por exemplo. 
• Células em formato cúbico — Tecido epitelial de revestimento simples 
cúbico, encontrado nos túbulos renais, por exemplo. 
• Células cilíndricas — Tecido epitelial de revestimento simples prismático, 
como é o caso dos intestinos. 
 
 
• Estratificado - Apresentam mais de uma camada de células, e só as 
células que se encontram na base entram em contato com a lâmina basal. 
Por isso, estão relacionados à resistência. 
 
Possui classificação quanto ao formato de células pelas que compõem a 
camada mais superficial. 
 
 
 
Existem alguns epitélios que não são classificados nas categorias 
anteriores: 
• Epitélios de transição - As formas das células epiteliais variam de acordo 
com seu estado (relaxado ou distendido), e são encontrados no 
revestimento do sistema urinário. 
• Epitélios pseudoestratificados - Embora sejam formados apenas por uma 
camada de células (como ocorre no epitélio simples), suas células 
possuem diferentes tamanhos, e consequentemente, seu núcleo se 
apresenta em alturas diferentes (e remete ao epitélio estratificado, pois 
dá a impressão de várias camadas). 
 
As células epiteliais podem apresentar especializações da membrana 
apical, com o objetivo de aprimorar o desempenho de sua função. Caso essa 
especialização esteja presente na célula, deve ser acrescentada na 
classificação. 
 
Especialização de membrana 
Existem inúmeras especializações tanto apicais quanto baso laterais que 
podem ser encontradas nas células epiteliais. 
 
Especializações apicais 
 
• Microvilosidades (ou microvilos) - Projeções da membrana celular, que 
podem aumentar a absorção celular, encontradas por exemplo, no 
intestino. 
• Estereocílios - Prolongamentos compridos e imóveis da célula, que 
podem apresentar função de aumentar a absorção, como no epidídimo, 
ou função sensitiva, como no ouvido interno. 
• Cílios - Projeções móveis das células, que se relacionam ao transporte, 
como na traqueia. 
• Flagelo – Projeções móveis, semelhantes aos cílios, porém mais longos 
e únicos na célula, que também se relacionam ao transporte, como no 
espermatozoide. 
 
Pele 
Quando falamos de tecido epitelial de revestimento, não podemos deixar 
de falar sobre a pele, que, de acordo com sua classificação, será denominada 
como tecido epitelial de revestimento pavimentoso estratificado queratinizado, 
por causa do formato de suas células, do número de camadas e da 
especialização encontrada na membrana apical. Tem como função geral a ação 
imunológica, servindo como barreira de proteção contra patógenos, 
impermeabilidade, percepção sensorial e termorregulação. 
A pele é formada por camadas e não é composta apenas por tecido 
epitelial, são elas: 
• Epiderme- Camada mais superficial (composta por tecido epitelial), 
avascular (por isso precisa do suporte de um tecido conjuntivo 
subjacente). Apresenta sua origem embrionária no folheto da ectoderma. 
• Derme - Localizada logo abaixo da epiderme (composta por tecido 
conjuntivo), é responsável pela nutrição da epiderme (que ocorre por meio 
de difusão), pois é extremamente vascularizada. Contém terminações 
nervosas sensoriais, nervos, vasos linfáticos. Apresenta sua origem 
embrionária no folheto da mesoderma e pode ser subdividida em: Derme 
papilar (Constituída por tecido conjuntivo frouxo) e Derme reticular 
(Constituída por tecido conjuntivo denso não modelado). 
 
Existem ainda, os 
considerados anexos da pele, 
que abrangem pelos e unhas. 
Alguns autores consideram 
também mais uma camada da 
pele, a chamada hipoderme. 
 
 
Epiderme e suas camadas 
A epiderme pode ser dividida em quatro camadas: 
 
• Estrato basal 
• Estrato espinhoso 
• Estrato granuloso 
• Estrato córneo. 
 
O estrato basal se refere à 
camada de células em contato com a 
camada basal, que possui grande 
atividade mitótica. À medida que essas 
células se deslocam para o estrato 
córneo (mais superficial), que é 
constituído por células mortas, 
produzem proteínas, que resultam na 
queratina. Dessa maneira, oferece 
proteção contra atrito, retenção de 
água e até proteção contra invasão de 
agentes agressores 
 
 
Tecido glandular 
O tecido epitelial de revestimento inicia um processo de proliferação, que 
invade o tecido conjuntivo e, dessa maneira, se divide em células glandulares, 
especializadas em secreção de diversos elementos. 
 
 
 
Em determinados tecidos há presença de células secretoras que 
desempenham isoladamente sua função, que são chamadas de glândulas 
unicelulares, como ocorre com as células caliciformes. Quando há o 
agrupamento de várias células secretoras, são chamadas de glândulas 
multicelulares (ou pluricelulares), como acontece com as glândulas sudoríparas. 
 
 
 
Classificação 
De acordo com sua forma e função, o epitélio glandular pode ser 
classificado em dois grandes grupos: 
 
 
 
Glândulas exócrinas 
Podem ser classificadas da seguinte forma: 
 
• De acordo com a forma da porção secretora 
1. Tubular: Possui forma de tubo, podendo se apresentar de forma reta ou 
enovelada, por exemplo, a glândula sudorípara. 
2. Acinar: Possui forma semelhante ao cacho de uva por ser arredondada, 
por exemplo, a glândula sebácea. 
3. Túbulo-acinosa: Possui os dois tipos de forma, podendo ser considerada 
como mista, por exemplo, glândulas salivares sublinguais. 
 
As glândulas exócrinas podem 
não apresentar ramificações, sendo 
classificadas como simples ou com a 
presença de ramificações, chamadas 
de compostas. 
 
• De acordo com o tipo de secreção 
1. Serosa: Secreta fluido aquoso, por exemplo, glândulas salivares 
parótidas. 
2. Mucosa: Secreta muco, por exemplo, glândulas duodenais. 
3. Seromucosa (ou mista): Apresenta células serosas e mucosas, por 
exemplo, glândulas salivares sublinguais. 
 
• De acordo com a liberação de secreção 
1. Merócrina: Quando o produto secretado é liberado, não causa nenhum 
dano à célula, fazendo a explusão por exocitose. Por exemplo: células 
acinares pancreáticas. 
2. Apócrina: Quando o produto secretor é liberado e uma parte do 
citoplasma apical é perdido. Por exemplo: glândulas mamárias. 
3. Holócrina: Quando o produto secretor é liberado e a célula secretora 
morre no processo. Por exemplo: glândulas sebáceas. 
 
 
 
Glândulas endócrinas 
Podem ser classificadas de acordo com o arranjo das células epiteliais, 
podendo ser folicular (ou vesicular), quando as células se arranjam em folículos, 
onde se acumula a secreção (por exemplo, tireoide), ou pode ser cordonal, onde 
as células se localizam de forma enfileirada, formando cordões, que se 
comunicam entre si (por exemplo, paratireoide). 
 
Existem alguns órgãos que 
apresentam a função endócrina e 
exócrina, como é o caso do 
pâncreas, que possui a porção 
exócrina, que libera o suco 
pancreático para o duodeno, mas 
apresenta a porção endócrina, 
que secreta os hormônios insulina 
e glucagon. Dessa maneira, são 
chamados de glândulas mistas. 
 
 
Tecido Conjuntivo 
 
Características gerais 
O tecido conjuntivo apresenta diversos tipos de células imersos em 
abundante Matriz Extracelular (MEC), e representa um grupo de variados tecidos 
com diversas funções, além de ser vascularizado. 
As formas das células e os constituintes da MEC são fundamentais para 
determinar o tipo de tecido e, consequentemente, a função por ele exercida. 
Esse tecido tem origem embrionária nas células mesenquimais, derivando 
o folheto germinativo mesoderma. 
 
Funções 
 
 
Componentes celulares comuns 
Muitas células encontradas no tecido conjuntivo são produzidas nele 
mesmo e ali permanecem, desempenhando suas respectivas funções. 
Algumas células são locais, enquanto outras são transitórias, tais como 
leucócitos, que vêm de outras partes e permanecem provisoriamente no tecido. 
Esses tipos de células variam entre o conjuntivo, dependendo da função 
desempenhada. 
 
 
O tecido conjuntivo propriamente dito é formado pelas células: 
 
 
 
 
Fibroblastos 
São células jovens, ativas, de formato estrelado, considerados como 
células essenciais do tecido, encarregados de produzir MEC, em especial com 
síntese de colágeno, elastina, proteoglicanas e glicoproteínas estruturais. 
Relacionam-se ao controle da proliferação e diferenciação celular. 
 
Quando não estão ativos e mais 
quiescentes, os fibroblastos apresentam 
mudança em sua morfologia que se 
encontra mais retraída e fusiforme 
(sendo chamados de fibrócitos). 
 
 
 
Cicatrização de ferimentos 
Quando ocorre uma lesão, há estímulos para a proliferação dos 
fibroblastos, que contribuem para a cicatrização, em especial com aumento da 
secreção dos elementos da MEC. Além disso, por estímulos também, há 
diferenciação das células para os chamados miofibroblastos, que participam do 
fechamento da cicatriz pela contração, retraindo o tecido cicatricial. 
 
Macrófagos 
É o segundo tipo mais comum de células do tecido, geralmente, 
apresentam seu núcleo em formato ovoide, mas, sua forma pode variar 
dependendo de seu estado funcional. 
São células ativas, com superfície irregular e projeções que facilitam no 
movimento ameboide, com grande capacidade de fagocitose. 
São originadas do monócito (célula do sangue), que são capazes de 
atravessar a parede dos vasos e se dirigir ao tecido conjuntivo, e lá adquirem a 
forma do macrófago, acompanhadas de aumento do complexo golgiense, 
retículo endoplasmático rugoso e lisossomos, que, consequentemente, 
aumentam o tamanho da célula. 
 
 
 
 
Macrófagos e Fagocitose 
De maneira geral, os macrófagos podem ser considerados células de 
defesa do nosso organismo, sendo um importante componente do sistema 
imune no combate aos patógenos invasores, além da remoção de restos 
celulares. 
Os macrófagos realizam os processos por meio de fagocitose, que 
através de pseudopodes englobam essas partículas, que são conduzidas para o 
interior da célula, onde ficam completamente envolvidas por uma estrutura 
chamada de fagossomo. O fagossomo se une aos lisossomos, formando o 
vacúolo digestivo, onde são lançadas enzimas que irão degradar essa partícula 
ingerida. O que não for digerido pela célula, será excretado como corpo residual. 
 
1. Fagocitose de uma célula inimiga 
2. Fusão de um fagossomo e um 
lisossomo 3. Enzimas degradam a 
célula inimiga 
4. Fragmentos da célula inimiga 
5. Liberação dos fragmentos 
 
 
Mastócitos 
São células com formato globoso e grande, com núcleo esférico e central, 
não apresentam prolongamentos, mas há grande presença de grânulos. 
Também se apresentam em grande quantidade em diversas variedades do 
tecido conjuntivo. 
 
Plasmócitos 
São células ovoides, com núcleo esférico, que em geral se localizam em 
posição excêntrica (fora do centro), com grande quantidadede retículo 
endoplasmático rugoso. 
Apresentam-se em menor número no tecido conjuntivo em estado normal, 
mas são abundantes em locais que possuem maior propensão à penetração de 
bactérias, tais como intestino. 
 
 
 
Leucócitos 
São considerados constituintes do tecido conjuntivo vindos do sangue por 
migração das células através da parede dos vasos (chamado de diapedese), 
onde essas células de defesa se encontram em maior quantidade em locais com 
propensão à entrada de agentes invasores. 
Os tipos mais comuns de se encontrar no tecido são: 
 
 
 
 
Células adiposas 
São células esféricas, grandes, originadas de células mesenquimais, 
especializadas em armazenar gordura. 
 
Matriz Extracelular 
Assim como os componentes celulares, a MEC também apresenta 
variação em sua composição entre os tecidos conjuntivos. É composta por 
componentes fibrilares e não fibrilares, que conferem aos tecidos suas 
características funcionais. 
 
• Componentes não Fibrilares 
A substância fundamental amorfa é uma espécie de gel incolor, muito 
hidratado, de aspecto viscoso, rica em glicosaminoglicanas, proteoglicanas e 
glicoproteínas multiadesivadas, no qual as células e outros componentes se 
encontram imersos. 
Caracteriza-se por preencher espaços entre as células e as fibras do 
tecido, além de permitir a passagem de células e uma barreira para a entrada de 
micro-organismos. 
 
• Componentes Fibrilar 
Como já vimos, as principais fibras que compõem a MEC são produzidas 
pelos fibroblastos, mas sua constituição pode variar entre os tecidos conjuntos e 
esse fato, confere suas características morfológicas e funcionais peculiares. 
Sendo assim, os principais elementos fibrilares no tecido conjuntivo 
propriamente dito se referem às: Fibras colágenas, reticulares e elásticas. 
 
1. Fibras Colágenas 
O colágeno é a proteína mais abundante no corpo humano, possui mais 
de 20 variações conhecidas (os principais são classificados do tipo I ao IV). 
Dessa forma, as fibras colágenas, que podem variar suas características entre 
os tecidos conjuntivos, são os elementos fibrilares mais abundantes na MEC. As 
fibras colágenas tipo I são as mais frequentes. 
 
Queloide 
É um tipo de fibrose que ocorre devido ao acúmulo excessivo de 
colágeno. Esse depósito excessivo do colágeno que se forma na cicatriz gera 
um espessamento, que se projeta além da superfície da pele. Acaba sendo um 
problema de difícil resolução, uma vez que pode reaparecer depois de removido. 
 
2. Fibras reticulares 
São formadas essencialmente por colágeno do tipo III, além de 
abundância de glicoproteínas e proteoglicanas. Por apresentarem diâmetro 
pequeno, são muito delicadas e formam uma espécie de rede tridimensional, em 
especial, em órgãos hematopoiéticos e linfoides. 
Geralmente, servem de apoio às células, gerando suporte que 
possibilitam se adaptar às mudanças fisiológicas, em especial às relacionadas 
com alterações de forma e volume. 
 
3. Fibras elásticas 
O principal constituinte é a glicoproteína estrutural, a elastina, e também 
apresentam miofibrilas. São mais finas que as fibras colágenas e não 
apresentam estriação longitudinal, que se ramificam e formam uma espécie de 
malha irregular, e como o próprio nome sugere, conferem elasticidade ao tecido. 
Assim como as outras fibras, são sintetizadas pelos fibroblastos. 
 
Classificação 
O tecido conjuntivo pode ser dividido em dois grandes grupos: o chamado 
tecido conjuntivo propriamente dito e o grupo de tecido conjuntivo especializado, 
com funções altamente específicas, dos quais fazem parte os tecidos adiposo, 
cartilaginoso, ósseo e hematopoiético. 
 
 
Tecido conjuntivo propriamente dito frouxo 
Esse tipo de tecido contém todos os elementos típicos que foram 
apresentados até agora com abundância de MEC, sem que nenhum desses 
componentes tenha predomínio acentuado. Os elementos mais comuns são os 
fibroblastos, macrófagos, as fibras de colágeno e elástica. O tecido também 
apresenta vasos sanguíneos e linfáticos e fibras nervosas. 
Ele preenche os espaços entre as fibras e feixes musculares, além de 
apoiar e nutrir as células endoteliais (que são avascularizadas), e também 
desempenha papel na defesa do organismo. 
Como o próprio nome sugere, as fibras se dispõem frouxamente, são 
flexíveis, mas pouco resistente a trações. 
 
Tecido conjuntivo denso 
Apresenta basicamente a mesma composição do tecido conjuntivo 
propriamente dito frouxo. Possui os componentes celulares em menor 
quantidade e as fibras colágenas em abundância. 
O fibroblasto é o tipo celular que se apresenta de maneira mais 
acentuada, já que se relaciona com a produção de fibras. 
Como o próprio nome sugere, as fibras se dispõem densamente, o tecido 
é menos flexível, porém mais resistente a trações. Por causa da disposição de 
suas fibras, pode ser subdividido em mais dois grupos: o denso modelado e o 
denso não modelado. 
 
• Tecido conjuntivo denso não modelado 
As fibras colágenas se apresentam em feixes que são arranjados sem 
orientação fixa. Por causa de sua organização entrelaçada, formam uma espécie 
de trama tridimensional, que confere ao tecido resistência às trações que são 
exercidas em qualquer sentido. É bastante vascularizado e pode ser encontrado, 
por exemplo, na derme. 
 
• Tecido conjuntivo denso modelado 
 Diferente do tipo anterior, os feixes de fibras colágenas desse tecido são 
arranjadas em orientação fixa e paralelas, e alinhadas aos fibroblastos e às 
células que as produzem, o que confere ao tecido mais resistência e 
elasticidade, quando comparado ao denso não modelado. 
Em geral, são organizadas dessa forma devido à resposta à tração 
exercida em determinado sentido, com o objetivo de fornecer o máximo de 
resistência às possíveis forças exercidas nesse tecido. 
Pode ser encontrado, por exemplo, nos ligamentos e tendões. E por não 
apresentarem vasos sanguíneos, a nutrição e oxigenação são realizadas por 
meio de difusão do tecido conjuntivo propriamente dito denso não modelado. 
 
Tecido conjuntivo elástico 
 
Esse tecido é formado por fibras elásticas grossas arranjadas em feixes 
paralelos. O espaço contido entre essas fibras é preenchido por fibroblastos e 
fibras colágenas. 
Como o próprio nome sugere, apresenta grande elasticidade e sua cor é 
tipicamente amarelada. Isso ocorre devido à abundância de fibras elásticas. 
Esse tipo de tecido não é muito encontrado no corpo humano, mas pode ser 
observado, por exemplo, no ligamento amarelo da coluna vertebral. 
 
Tecido conjuntivo reticular 
O principal constituinte são as fibras reticulares, sendo associadas às 
células reticulares (consideradas fibroblastos especializados), o que confere 
facilidade na formação de arcabouços capazes de promover sustentação às 
células livres. 
São encontrados em órgãos linfoides e em órgãos formadores de células 
sanguíneas. 
 
 
 
 
Tecido conjuntivo mucoso 
Esse tecido apresenta MEC predominante, com presença acentuada 
especialmente de ácido hialurônico, mas com pouca quantidade de fibras 
colágenas, elásticas e reticulares, por isso possui consistência gelatinosa. 
É considerado o tecido essencial para a formação do cordão umbilical, 
sendo conhecido por gelatina de Wharton. Pode ser encontrado também na 
polpa dental jovem. 
 
Tecido adiposo 
Esse é um tipo especializado de tecido conjuntivo, localizado 
principalmente sob a pele (quando se encontra nesse local é chamada também 
de hipoderme), embora também possa ser encontrado em camadas de 
revestimentos em órgãos como coração e rins. Pode corresponder, em pessoas 
com massa corporal normal, de 20 a 25% da massa corporal da mulher e de 15 
a 20%, no homem. 
 
Funções 
1. Atua como reserva energética, uma vez que é especializado em 
armazenar gordura; 
2. É Isolante térmico, evitando a perda de calor; 
3. Auxilia a manter os órgãos em sua posição normal; 
4. Protege contra choques mecânicos, em especial quando se apresenta 
sob a forma de coxins. 
 
O tecido adiposo que se

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