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Livro do Professor Física Volume 8 © Editora Positivo Ltda., 2015 Dados Internacionais para Catalogação na Publicação (CIP) (Maria Teresa A. Gonzati / CRB 9-1584 / Curitiba, PR, Brasil) M867 Dal Moro, Guilherme Andre. Física : ensino médio / Guilherme Andre Dal Moro ; reformulação dos originais de: Euler de Freitas Silva Júnior ; ilustrações Divo, Eduardo Borges, Jack Art. – Curitiba : Positivo, 2016. v. 8 : il. Sistema Positivo de Ensino ISBN 978-85-467-0406-4 (Livro do aluno) ISBN 978-85-467-0407-1 (Livro do professor) 1. Física. 2. Ensino médio – Currículos. I. Silva Júnior, Euler de Freitas. II. Divo. III. Borges, Eduardo. IV. Art, Jack. V. Título. CDD 373.33 Presidente: Ruben Formighieri Diretor-Geral: Emerson Walter dos Santos Diretor Editorial: Joseph Razouk Junior Gerente Editorial: Júlio Röcker Neto Gerente de Arte e Iconografia: Cláudio Espósito Godoy Autoria: Guilherme Andre Dal Moro; reformulação dos originais de: Euler de Freitas Silva Júnior Supervisão Editorial: Jeferson Freitas Edição de Conteúdo: Milena dos Passos Lima (Coord.), Halina dos Santos França e Alysson Ramos Artuso Edição de Texto: Alexandre Gomes Popadiuk Revisão: Alessandra Cavalli Esteche, Fabrízia Carvalho Ribeiro e Mariana Bordignon Supervisão de Arte: Elvira Fogaça Cilka Edição de Arte: Alexandra Mascari Cezar Projeto Gráfico: YAN Comunicação Ícones: ©Shutterstock/ericlefrancais, ©Shutterstock/Goritza, ©Shutterstock/Lightspring, ©Shutterstock/Chalermpol, ©Shutterstock/Macrovector e ©Shutterstock/Blinka Imagens de Abertura: ©Shutterstock/philippou e ©Shutterstock/Djomas Editoração: Studio Layout Ilustrações: Divo, Eduardo Borges e Jack Art Pesquisa Iconográfica: Janine Perucci (Supervisão) e Karine Ribeiro de Oliveira Buzinaro Engenharia de Produto: Solange Szabelski Druszcz Produção Editora Positivo Ltda. Rua Major Heitor Guimarães, 174 – Seminário 80440-120 – Curitiba – PR Tel.: (0xx41) 3312-3500 Site: www.editorapositivo.com.br Impressão e acabamento Gráfica e Editora Posigraf Ltda. Rua Senador Accioly Filho, 431/500 – CIC 81310-000 – Curitiba – PR Tel.: (0xx41) 3212-5451 E-mail: posigraf@positivo.com.br 2018 Contato editora.spe@positivo.com.br Todos os direitos reservados à Editora Positivo Ltda. 15 16 Sumário Fundamentos da Óptica ............................. 4 Óptica Física ..........................................................................................................5 Fontes de luz e meios de propagação ....................................................................9 Princípios da Óptica Geométrica ..........................................................................12 Fenômenos ópticos ..............................................................................................16 Reflexão e refração da luz ............................ 23 Leis da reflexão ....................................................................................................25 Espelhos planos ...................................................................................................26 Espelhos esféricos ................................................................................................32 Leis da refração....................................................................................................41 Lentes esféricas ...................................................................................................46 O projeto gráfico atende aos objetivos da coleção de diversas formas. As ilustrações, os diagramas e as figuras contribuem para a construção correta dos conceitos e estimulam o envolvimento com os temas de estudo. Assim, fique atento aos seguintes ícones: Fora de escala numéricaFormas em proporçãoColoração artificial Imagem ampliadaImagem microscópicaColoração semelhante ao natural Representação artísticaEscala numéricaFora de proporção Acesse o livro digital e conheça os objetos digitais e slides deste volume. 3 Ponto de partida 15 A compreensão de como enxergamos os objetos e suas cores está diretamente relacionada ao estudo da luz e seus fenômenos. Ao longo da História, várias foram as tentativas de se entender o que é a luz. O grego Leucipo de Mileto, por exemplo, acreditava que os objetos emitiam pequenas partículas, denominadas eidola, que se desprendiam da superfície e chegavam aos nossos olhos, ocasionando a visão. Com base nessas informações e na fotografia, responda: 1. Como você acha que enxergamos os objetos? 2. Apresente uma justificativa que inviabiliza a teoria das eidola de Leucipo de Mileto. 3. Como você acredita que ocorre a formação das cores dos objetos? Fundamentos da Óptica 1 ©Shutterstock/Shebeko 4 O estudo da Óptica, área da Física na qual são estudados fenômenos e comportamentos relacionados à luz, se subdivide em três campos: a Óptica Física, a Óptica Geométrica e a Óptica Fisiológica. A Óptica Física trata de fenômenos como a interferência e a polarização, que estão diretamente associados à na- tureza da luz. A Óptica Geométrica trata dos fenômenos associados ao Princípio de Fermat, segundo o qual a luz percorre o trajeto entre dois pontos no menor intervalo de tempo possível. A reflexão e a refração são exemplos dos fenômenos estudados na Óptica Geométrica. A Óptica Fisiológica trata de todo o processo envolvido no sentido da visão. Problemas oculares, como miopia, hipermetropia e astigmatismo, são os principais objetos de estudo dessa área. Óptica Física A luz é um elemento imprescindível para a vida na Terra. Devi- do à luz solar, várias espécies de plantas são capazes de produzir energia para si e para outros seres vivos. As chuvas, os ventos e todos os demais fenômenos climáticos são possíveis pela incidên- cia da luz solar. É, ainda, pela reflexão da luz que várias espécies de animais podem enxergar. Além disso, o ser humano é capaz, atualmente, de produzir e controlar a luz, seja pela manipulação do fogo ou de outras tecnologias de geração luminosa. Embora a luz seja absolutamente necessária para nós, as duas principais teorias sobre a sua natureza divergiram por centenas de anos. São elas: a teoria corpuscular e a teoria ondulatória da luz. De certa forma, essa oposição foi unida no século XX e se estabeleceu um novo entendimento para a natureza da luz: a onda-partícula. A teoria corpuscular A teoria corpuscular da luz teve origem na Antiguidade, com os gregos, mas se consolidou somente em meados do século XVII, quando Isaac Newton (1643-1727) elaborou princípios para explicar como fenômenos ópticos – como a reflexão e a dispersão da luz – poderiam ocorrer tendo a luz um caráter de partícula. Nessa concepção, a luz é formada por corpúsculos, produzidos pelas fontes luminosas, que viajam com grande velocidade de um objeto para outro. Entretanto, durante os séculos XVIII e XIX, com o desenvolvimento da teo- ria ondulatória (formulada por, entre outros, Thomas Young, Augustin Fresnel e James Maxwell), a teoria corpuscular foi gradativamente sucumbindo, pois ela não explicava satisfatoriamente alguns fenômenos e princípios ópticos, como a trajetória independente dos raios de luz. identificar as ramificações da Óptica; diferenciar as fontes de luz e seus meios de propagação; compreender os princípios básicos da Óptica Geométrica; analisar os tipos de fenômenos ópticos. propagação; Objetivos da unidade: SR. FÓTON, E SE INTERPRETARMOS COMO UMA PARTÍCULA-ONDA? SER PARTÍCULA OU SER ONDA? EIS A QUESTÃO. No início do século XX, o princípio da dualidade da luz tornou-se a única solução para contemplar, simultaneamente, o comportamento ondulatório e o comportamento corpuscular da luz. Partículas de luz sendo emitidas por uma lâmpada e refletindo em uma superfície Ed u ar d o Bo rg es . 2 01 5. D ig ita l. 5 De acordo com o Princípio de Huygens, uma fonte de luz produz uma onda primária. Em determinado tempo t1, cada ponto da frente de ondapode ser considerado uma fonte secundária, que produz ondas na mes- ma direção e com a mesma velocidade da fonte primária. Em um ins- tante t2, a frente de onda resultante é uma superfície que tangencia as frentes de ondas secundárias. Fo to s: © G u ilh er m e D al M or o A luz, ao passar por orifícios pequenos, sofre difração. As fotografias indicam o padrão de difração de um feixe de laser em uma abertura circular e em uma abertura retangular. O estudo da difração da luz passou a ser de grande importância para as gra- vações e transmissões de dados em alta definição (HD – High Definition). Quando a abertura da câmera para captação de imagens estiver regulada com aberturas muito pequenas, o fenômeno da difração da luz provocará borrões nas imagens gra- vadas, diminuindo sensivelmente a reso- lução das cenas. Esse fenômeno é pouco percebido nas gravações feitas em baixa ou média resolução. Nessas gravações, os pixels – pequenos pontos que compõem a imagem – são maiores e em menor quantidade, o que já reduz a ni- tidez da imagem. 3 Experimento sobre difração. A teoria ondulatória Simultaneamente às teorias de Newton, de que a luz é formada por cor- púsculos, o físico e matemático holandês Christiaan Huygens (1629-1695) fun- damentou os princípios da teoria ondulatória da luz. Para ele, a luz é formada por frentes de ondas primárias, que funcionam como fontes de ondas secun- dárias e, assim, explicam a propagação da luz em novas frentes de ondas. O caráter ondulatório da luz ganhou ainda mais prestígio em meados do século XIX, quando o físico alemão James Clerk Maxwell (1831-1879) encontrou resultados matemáticos que indicavam que a luz é formada por uma combi- nação de ondas elétricas e magnéticas, a radiação eletromagnética. Na verdade, muitos outros fenômenos ópticos, como a difração, a interferência e a polarização, que são observados e explicados pela teoria de Huygens, de fato, indicam que a luz é um tipo de onda. Difração Quando passamos ao lado de um muro, algumas vezes podemos ouvir sons que são produzidos do outro lado, mas não podemos ver quem ou o que produziu esses sons. Isso permite concluir que a luz não contornou o obstáculo, o muro, mas o som o fez sem problemas. Dependendo da situação, uma onda é capaz de contornar obstáculos ou atravessar aberturas (fendas). Esse fenômeno é denominado difração. A difração é um fenômeno típico de ondas e que não é explicado pela teoria corpuscular da luz. Características que diferenciam ondas sonoras de luminosas explicam por que muitas vezes o som sofre difração, mas a luz não. O motivo está relacionado com o comprimento da onda e a dimensão do obstáculo. No entanto, deve-se saber que, para determinadas condições, a luz também é capaz de difratar, conforme as imagens, que mostram luz passando por dois pequenos orifícios de formatos diferentes: o primeiro circular, o segundo retangular. 2 Construção da teoria dual da luz. Frente de onda em t 1 Fonte primária Fontes secundárias Frente de onda em t 2 De acordo com o Princípio de Huygens, cada ponto da frente de onda pode ser entendido como uma fonte secundária. 6 Volume 8 Interferência Imagine que você está observando as ondas do mar. Em de- terminado momento, duas ondas se sobrepõem e formam pontos em que a onda está mais alta e mais baixa do que normalmente estaria. Esse fenômeno é denominado interferência e também ocorre com ondas luminosas. Observe a imagem ao lado, na qual uma onda passa por duas fendas. É possível perceber que, após as difrações, os novos feixes de luz propagam-se por todo o espaço e, como consequência, passam a interagir um com o outro. Como resultado dessa interferência, nos diversos pontos depois das fendas, observa-se a anulação, diminuição ou maximização da energia total propagada pelas ondas. Prova disso é que, em vez de o anteparo ficar completamente claro, formam-se regiões (franjas) ilu- minadas ou escuras. Polarização A luz comum (não polarizada) é uma onda que tem um ou mais planos de vibração, sendo chamada de onda transversal. Esses planos podem ser representados como mostra a figura ao lado. Alguns cristais têm a propriedade de dividir, em seu interior, a luz não polarizada em feixes polarizados (vibração em apenas um plano). Um modelo mecânico disso pode ser representado por folhas de papel sulfite compondo os inúmeros planos de vibração da luz, as quais, ao serem sol- tas, tentam atravessar dois ralos com fendas de direções perpendiculares entre si. As figuras ao lado demonstram como, no primeiro ralo, passariam apenas as folhas cujos planos de movimen- to fossem paralelos a essas primeiras fendas. Essas folhas não conseguiriam atravessar o segundo ralo, pois seu movimento seria perpendicular às fendas apresentadas. De modo análogo, ao atravessar um polarizador, a luz polarizada vibra em apenas um plano. Se passar por outro polarizador (filtro polaroide) com eixo de polarização per- pendicular ao do primeiro, a luz é completamente absorvida e nada emerge desse segundo polarizador. Assim, podemos dizer que o filtro polaroide pode absorver de 0% a 100% da luz incidente. La tin st oc k/ G IP h ot oS to ck /P h ot or es ea rc h er s As franjas claras e escuras representam, respectivamente, as chamadas interferências construtivas e destrutivas entre as ondas luminosas resultantes das difrações nas duas fendas. 4 Explicação sobre a relação entre a colora- ção das bolhas de sabão e a interferência. 5 Polarização por reflexão. Onda Fe nd a 1 Brilhante Brilhante Brilhante Escuro EscuroFenda 2 anteparo S 1 S 2 A interferência da luz pode ser observada pela projeção em um anteparo da luz que passa em duas pequenas fendas. A luz é uma onda eletromagnética que vibra em inúmeros planos perpendiculares à propagação. Ja ck A rt . 2 01 2. D ig ita l. O polarizador pode ser compreendido, de modo análogo, como uma grade que permite a passagem de somente alguns planos de vibração da luz. Ja ck A rt . 2 01 2. D ig ita l. Física 7 A dualidade da luz Um experimento com a luz, observado no final do século XIX, aparentemente contrariou a teoria ondulatória da luz. Nesse experimento sobre o efeito fotoelétrico, observou-se que a luz poderia retirar elétrons de metais, porém, ao aumentar a intensidade da luz, os elétrons eram retirados em maior quantidade, mas não apresentavam maior energia, conforme previam a ondulatória e o eletromagnetismo clássico de Maxwell. No início do século XX, o físico alemão Albert Einstein (1879-1955) explicou o fenômeno, elaborando uma teoria que leva em consideração a quantização da energia e, consequentemente, da luz. Segundo ele, a retirada dos elétrons de um metal é provocada por uma colisão que ocorre entre fótons de luz e elétrons. Tal teoria sugere, portanto, que a luz pode ser caracterizada como partículas em alguns fenômenos. A natureza quantizada da luz foi eficaz para a compreensão do efeito fotoelétrico, inconsistente de acordo com a teoria ondulatória. Ao mesmo tempo, a teoria ondulatória é perfeitamente adequada para a compreensão de fenôme- nos como a interferência e a difração. A teoria dual da luz foi elaborada a partir da complementaridade entre a teoria corpuscular e a teoria ondulatória, as quais são coerentes a uma gama de fenômenos distintos (e alguns comuns). Assim, as teorias se completam de tal modo que cada uma delas isoladamente é insuficiente para compreender a natureza da luz. Sugestão de atividades: questões 1 a 4 da seção Hora de estudo. Atividades 1. Relacione os fenômenos a seguir com suas respectivas características. 1) Difração 2) Interferência 3) Polarização a) ( 3 ) Permite a passagem dos raios de luz em ape- nas uma direção. b) ( 1 ) Fenômeno relacionado com a capacidade da luz de contornar objetos. c) ( 2 ) Nesse fenômeno, ocorre a sobreposição da luz e regiões declaro e escuro formam-se em um anteparo. 2. Alguns fenômenos que ocorrem com a luz evidenciam seu caráter dual. Assinale os fenômenos que podem ser explicados considerando que a luz se comporta como uma partícula. a) Difração. X b) Efeito fotoelétrico. c) Interferência. d) Independência. e) Polarização. 3. (UNEB – BA) De acordo com o físico Max Planck, que introduziu o conceito de energia quantizada, a luz, ele- mento imprescindível para a manutenção da vida na Terra, como toda radiação eletromagnética, é constituí- da por pacotes de energia denominados: (01) bários. (02) dipolos. (03) íons. A polarização pode direcionar a propagação dos raios de luz. Esse fenômeno é expli- cado pela difração. O efeito fotoelétrico é explicado consideran- do que a luz é formada por fótons, os quais interagem com os elétrons dos metais. (04) pulsos. X (05) fótons. 4. Quais percentuais mínimo e máximo de luz polarizada um filtro polaroide é capaz de absorver? Em que casos ocorrem a absorção mínima e a máxima? 5. (UFSC) Assinale a(s) proposição(ões) correta(s): X (01) a luz, em certas interações com a matéria, com- porta-se como uma onda eletromagnética; em outras interações ela se comporta como partícula, como os fótons no efeitos fotoelétrico. X (02) a difração e a interferência são fenômenos que somente podem ser explicados satisfatoriamente por meio do comportamento ondulatório da luz. X (04) o efeito fotoelétrico somente pode ser explicado satisfatoriamente quando consideramos a luz for- mada por partículas, os fótons. (08) o efeito fotoelétrico é consequência do comporta- mento ondulatório da luz. X (16) devido à alta frequência da luz violeta, o “fóton vio- leta” é mais energético do que o “fóton vermelho”. 6. Escolha um dos três fenômenos estudados – difração, interferência e polarização – e pesquise uma aplicação tecnológica. No caderno, explique como o princípio físi- co relacionado ao fenômeno é aplicado e, de modo ge- ral, explique o funcionamento da tecnologia abordada. A luz é constituída de pacotes de energia denominados fótons. 6 Gabaritos. São as chamadas franjas de interferência, que surgem quando a luz atravessa, por exemplo, uma fenda dupla. 8 Volume 8 7 Um pouco da história da Óptica Geométrica.Fontes de luz e meios de propagação O pintor francês do período napo- leônico Claude-Joseph Vernet (1714- 1789) empregou, em várias de suas obras, mais de uma fonte luminosa. No quadro ao lado, ele utilizou a luz proveniente de uma fogueira e da Lua para retratar o cotidiano de pescado- res do século XVIII. Para a Óptica, essas duas fontes estão classificadas em grupos distintos que levam em consideração o fato de a fonte emitir luz própria ou refletir a luz que chega até ela. Outra classificação importante para a Óptica é o meio no qual a luz se propaga. No quadro, é possível observar a representação de pessoas, barcos e de uma leve neblina sobre o mar, que reduz a visibilidade dos obje- tos mais distantes. Fontes de luz Com relação à sua natureza, as fontes de luz podem ser classificadas como fontes primárias ou fontes secundárias. São denominados fontes primárias os objetos que emitem luz própria. © Sh u tt er st oc k/ Pa ve lk © Sh u tt er st oc k/ Te ro H ak al a © Sh u tt er st oc k/ C h on es O Sol, a chama de uma fogueira e uma lâmpada produzem radiação visível, por isso são denominados fontes primárias. Uma fonte de luz é considerada uma fonte secundária quando reflete a luz proveniente de uma fonte primária. Assim, fontes secundárias não produzem luz própria. © Sh u tt er st oc k/ vo va n © Sh u tt er st oc k/ Jo h n B ill © Sh u tt er st oc k/ Ia n 2 01 0 A Lua, uma flor e uma folha não produzem luz própria e são visíveis somente devido à reflexão da luz incidente sobre elas. Por esse motivo, são denominadas fontes de luz secundárias. VERNET, Claude-Joseph. Noche: escena de la costa mediterránea con pescadores y barcas. 1753. 1 óleo sobre tela, color., 96,5 cm × 134,6 cm. Museu Thyssen-Bornemisza, Madri. © M u se o Th ys se n -B or n em is za /F ot óg ra fo d es co n h ec id o A fogueira emite luz própria, enquanto as pessoas refletem a luz que chega até elas. Física 9 Com relação às dimensões, as fontes de luz podem ser clas- sificadas como fontes extensas ou pontuais. São denominadas fontes extensas aquelas cujas dimensões não podem ser des- prezadas em relação ao ambien- te ou ao objeto que iluminam. Fontes pontuais, por outro lado, são aquelas cujas dimensões podem ser desprezadas em re- lação ao ambiente ou ao objeto que iluminam. Independentemente da fonte que emite a luz, a velocidade de propagação da radiação luminosa no vácuo sempre é de, aproximadamente, 300 000 km/s. Em meios materiais, e dependendo das propriedades do material, a velocidade de propagação da luz é menor do que a sua velocidade no vácuo. Meios de propagação A nitidez com que se visualiza uma fonte de luz depende do meio em que a luz se propaga. Em determinados meios, a propagação da luz ocorre de modo regular, permitindo que a visualização da fonte emissora seja perfeitamen- te nítida e, por isso, esse meio é denominado transparente. © Sh u tt er st oc k/ d og b ox st u d io © iS to ck p h ot o. co m /P re ec h aT H Em meios transparentes, como vidros e água parada, a luz se propaga de modo regular, isto é, feixes que incidem paralelos continuam se propagando de modo paralelo. Em alguns meios, denominados translúcidos, o feixe de luz não se propaga de modo regular, havendo alterações na direção de propagação dos raios de luz. Como consequência, nesses meios, não é possível a visualização nítida da fonte de luz. © Sh u tt er st oc k/ C ar la N ic h ia ta © Sh u tt er st oc k/ Ev ru Em meios translúcidos, como vidros jateados e canelados, os raios de luz se propagam de modo irregular. Logo, raios de luz que incidem paralelamente deixam de se propagar paralelamente. 8 Classificação da luz em fontes simples e compostas. © S h u tt er st oc k/ ad p eP h ot o © Sh u tt er st oc k/ ro m ak om a A dimensão de uma fonte relativa ao objeto iluminado ou à distância que está do objeto iluminado é um critério para a classificação das fontes como extensas ou pontuais. 10 Volume 8 Os meios em que a luz não se propaga e é absorvida são denominados opacos. © Sh u tt er st oc k/ N sh u b in © iS to ck p h ot o. co m /N as tc o Meios opacos não permitem a propagação dos raios de luz. Raio e feixe de luz Na Óptica Geométrica, a luz é representada por segmentos de retas que são emitidos ou refletidos pelas fontes de luz e se propagam pelo espaço. Essa representação é denominada raio de luz. O feixe de luz – também chamado de pincel de luz – é um conjunto de raios de luz que se propagam paralela, di- vergente ou convergentemente. Embora o feixe tenha sempre infinitos raios, é representado por um número (finito) de raios que possibilita a visualização e o estudo de seu comportamento. Feixe convergente Feixe divergente Feixe paralelo Atividades 9 Gabaritos. 1. Um andarilho caminha à noite em um deserto. É uma noite de lua cheia, o céu está limpo e cheio de estrelas. Ele consegue ver o planeta Vênus, alguns vaga-lumes, uma serpente e as luzes de uma cidade distante. Classifique as palavras destacadas em fontes primárias e secundárias de luz. Primárias: estrelas, vaga-lumes, luzes. Secundárias: lua cheia, vaga-lumes, Vênus, serpente. © iS to ck p h ot o. co m /s su ap h ot o Os raios de luz são representações geométricas da trajetória da luz feitos por um ente geométrico orientado que indica a direção e o sentido de propa- gação da luz. Um raio de luz é um elemento fundamental da Óptica Geométrica. Na imagem, a luz emitida pelo farol produz uma região de maior luminosidade, que forma um cone ou cilindrode luz, o feixe de luz. Física 11 2. Com base nos estudos realizados sobre meios de propagação, apresente três tipos de meios translúcidos. Vidro jateado, papel vegetal e janela de banheiro. 3. (FEI – SP) A luz solar se propaga e atravessa um meio translúcido. Qual das alternativas a seguir representa o que acontece com a propagação dos raios de luz? X a) b) c) d) e) 4. (UEL – PR) Considere as seguintes afirmativas: I. A água pura é um meio translúcido. II. O vidro fosco é um meio opaco. III. O ar pode ser um meio transparente. Sobre as afirmativas acima, assinale a alternativa correta. a) Apenas a afirmativa I é verdadeira. b) Apenas a afirmativa II é verdadeira. X c) Apenas a afirmativa III é verdadeira. d) Apenas as afirmativas I e III são verdadeiras. e) Apenas as afirmativas II e III são verdadeiras. O ar pode ser um meio transparente, se sua camada não for muito espessa e se não estiver com muitas impurezas, neblina, etc. Princípios da Óptica Geométrica A Óptica Geométrica se fundamenta em três princípios de propagação da luz: princípio da propagação retilínea, princípio da propagação independente e princípio da propagação reversível. Princípio da propagação retilínea da luz Em meios transparentes, isotrópicos e homogêneos a trajetória da luz é retilínea. Em meios isotrópicos e homogêneos, de acordo com o Princípio de Fermat, segundo o qual a distância da luz entre dois pontos é percorrida em tempo mínimo, a trajetória da luz é uma linha reta. © iS to ck p h ot o. co m /F ed ot ov A n at ol y © iS to ck p h ot o. co m /w ill b 23 © iS to ck p h ot o. co m /K er st in W au ric k A sombra é uma região de ausência da luz emitida por uma fonte devido ao bloqueio por um objeto. isotrópicos: meios transparentes em que a propagação da luz se dá da mesma maneira em todas as direções, ou seja, as propriedades do meio são iguais em todas as direções. homogêneos: meios cuja constituição é a mesma em qualquer amostra, ou seja, é composto sempre das mesmas substâncias, distribuídas de forma sempre igual. Sugestão de atividades: questões 5 a 8 da seção Hora de estudo. 12 Volume 8 Considere uma fonte pontual (F) que emite luz em direção a um anteparo (a uma distância D) e a um objeto opaco (a uma distância d), entre a fonte e o anteparo. Fonte de luz Objeto Sombra projetada F Sombra D d h H A proporcionalidade entre as dimensões da sombra projetada e do objeto permite concluir que a luz se propaga em linha reta. No anteparo, há duas regiões distintas: uma iluminada pela fonte e outra em que há bloqueio total da iluminação proveniente da fonte, a sombra. Por semelhança geométrica, considerando a trajetória retilínea da luz, pode-se obser- var que a razão h d é igual à razão H D , logo: h d = H D Considere, agora, uma fonte extensa que ilumina o mesmo objeto e o mesmo anteparo da situação anterior. Nesse caso, ao redor da região de sombra há, ainda, uma região iluminada parcialmente pela fonte de luz, a penumbra. Quando um objeto opaco bloqueia a luz proveniente de uma fonte extensa, observa-se a formação de uma região de sombra (bloqueio total da luz) e uma de penumbra (bloqueio parcial da luz). Penumbra ObjetoFonte extensa Penumbra SombraSombra Sombra projetada Penumbra projetada Princípio da propagação independente dos raios de luz Em shows e peças de teatro, é comum que dois canhões de luz iluminem simultaneamente duas partes distin- tas do palco. Com isso, muitas vezes, os pincéis de luz emitidos por esses canhões se interceptam em seus trajetos. Depois desse cruzamento, cada um desses pincéis mantém sua cor e trajetória, como se nada tivesse ocorrido. Assim, quando dois feixes de luz se cruzam, observa-se que as características dos feixes, após o cruzamento, se mantêm como se ele não tivesse acontecido. Quando dois ou mais raios de luz se cruzam, não há alteração de suas propriedades, como intensidade e direção de propagação. Esse princípio é válido para objetos com dimensões muito superiores ao compri- mento de luz da radiação emitida sobre eles. Física 13 Ja ck A rt . 2 01 2. D ig ita l. Quando dois raios de luz se cruzam, não há alteração das propriedades dos feixes nem das direções de propagação após o cruzamento. © iS to ck p h ot o. co m /z or ab cd e As máquinas fotográficas têm seu funcionamento baseado na ideia da câmara escura, que é uma caixa com um orifício em uma de suas faces. Esse furo permite a entrada de luz proveniente de um objeto de fora da câmara, proje- tando-se uma imagem em sua face posterior, que funciona como anteparo. A figura a seguir mostra como a formação da imagem dentro da câmara escura está baseada nos princípios da propagação retilínea e independente da luz. Uma máquina fotográfica é constituída por uma câmara escura na qual um componente sensível à luz registra a imagem fotografada.d o d i o i © iS to ck p h ot o. co m /C h iy ac at D iv o. 2 00 8. 3 D . Estabelecendo-se a semelhança entre os triângulos formados pelos raios de luz, tem-se: di do = i o Em que o representa o comprimento do objeto, i o comprimento da sua imagem no interior da câmara, do a dis- tância do objeto à câmara e di a distância entre o orifício e o anteparo. Princípio da propagação reversível da luz Quando o motorista de um carro conversa com alguém que está no banco traseiro, é comum essas pessoas manterem contato visual usando o espelho retrovisor interno. Essa é uma situação em que parece óbvio que, se o motorista vê o passageiro pelo retrovisor, o passageiro também vê o motorista. Dito em termos mais próximos aos da Física, os raios de luz emanados pelo olho do motorista refletem no espelho e chegam ao olho do passageiro. É possível que a luz se propague também no caminho inverso: os raios de luz emanados pelo olho do passageiro refletem no espelho e chegam ao olho do motorista. Quando um motorista observa um passageiro pelo retrovisor, o passageiro também pode visualizar o motorista. Ilu st ra çõ es : D iv o. 2 01 5. 3 D . 14 Volume 8 É essa a ideia por trás do princípio da propagação reversível da luz. Para torná-lo mais formal, considere um raio de luz que se propaga de A para B. A B De acordo com o princípio da propagação reversível, a luz pode se propagar pela mesma trajetória anterior, mas no sentido oposto, isto é, de B para A. Além da propagação, o princípio da reversibilidade é válido para situações em que o raio de luz reflete em uma superfície ou muda de meio de propagação. A S C B A S C B A C BS A S C B A trajetória da luz não depende de seu sentido de propagação. Atividades 10 Gabaritos. 1. Nas situações descritas a seguir, identifique qual princípio da Óptica Geométrica está envolvido: a) O motociclista vê que o motorista de um carro está olhando-o pelo espelho retrovisor. Princípio da propagação reversível da luz. b) Uma criança observa sua sombra formada na parede de um prédio. Princípio da propagação retilínea dos raios de luz. c) Em uma peça de teatro, dois holofotes são utilizados para iluminar os atores. Em alguns momentos, as luzes se cruzam, mas os atores continuam sendo iluminados. Princípio da propagação independente da luz. d) Formação do eclipse lunar e do eclipse solar. Princípio da propagação retilínea dos raios de luz. 2. Um pássaro voando baixo projeta no solo a sua sombra. Conforme aumenta sua distância em relação ao solo, sua sombra diminui até desaparecer. Explique por que isso ocorre. 3. Observe as ilustrações a seguir e identifique em qual delas está ocorrendo um eclipse solar e em qual está ocorrendo um eclipse lunar. Justifique sua resposta. a) Sol Lua Terra Eclipse lunar, porque a Lua está na sombra da Terra. I lu st ra çõ es : E d u ar d o Bo rg es . 2 01 5. D ig ita l. b) Sol Lua Terra Eclipse solar, porque a Terra está na sombra da Lua. Física 154. Uma árvore de 4 metros de altura é iluminada pelo Sol e projeta uma sombra de 2,5 metros. Uma mulher pa- rada próximo à árvore tem uma sombra projetada com 1 metro de comprimento. Qual é a altura da mulher? 5. Em certo horário de um dia, uma vara de 3,0 m de altu- ra, na vertical, projeta no solo uma sombra de 50 cm de comprimento. No mesmo local e instante, a sombra de um prédio tem comprimento de 10 m. Quantos andares tem esse prédio, se cada andar dele tem altura de 2,5 m? h = ? 3 m 10 m 0,5 m h h h m 3 10 0 5 0 5 30 60= ⇒ ⋅ = ⇒ = , , Como cada andar tem 2,5 m: quant de andares quant de andares. , .= ⇒ = 60 2 5 24 4 6. Uma bola de diâmetro igual a 15 cm é iluminada por uma lâmpada incandescente que cria, na parede, uma sombra de 20 cm de diâmetro. Sabendo que a bola está a 2,0 m da parede, qual é a distância da lâmpada até a parede? Lâmpada incandescente ParedeBola x d 2,0 m D 15 20 = x x +2 15 x +30 = 20 x 30 = 20 x 15 x 30 = 5 x x = 6 m ⇒ ⋅ ⋅ ⋅ − ⋅ ⇒ ⋅ ⇒ D = x + 2 D = 6 + 2 D = 8 m Fenômenos ópticos Ao olharmos as águas calmas e claras de um lago, podemos observar o reflexo dos elementos do ambiente e, também, enxergar as pedras sub- mersas no fundo do lago. Esses fenômenos ópticos e diversos outros po- dem ser observados pela incidência de luz em uma superfície ou em uma interface entre dois meios e podem ser explicados pela: reflexão regular, re- flexão difusa, refração regular, refração difusa e absorção da luz. Vários desses fenômenos podem ocorrer simultaneamente e a intensidade com que ocorrem depende da natureza do material e da su- perfície do objeto. No decorrer do estudo da Óptica, serão aborda- das com mais profundidade a reflexão e a refração da luz. Neste momento, são apresentados apenas os conceitos de reflexão, refração e absorção da luz. © iS to ck p h ot o. co m /4 FR A reflexão e a refração são fenômenos ópticos que permitem explicar por que é possível ver o reflexo das montanhas e o fundo de um lago. Sugestão de atividades: questões 9 a 15 da seção Hora de estudo. 16 Volume 8 Reflexão A reflexão regular (ou especular) ocorre em superfí- cies opacas perfeitamente refletoras. Em uma superfície plana e polida, por exemplo, um feixe de luz cilíndrico, formado por raios paralelos, é refletido na superfície e os raios mantêm-se paralelos. Superfície © Sh u tt er st oc k/ st oc kf ot oa rt A reflexão regular permite visualizar a imagem de um objeto com nitidez, pois os raios que incidem paralelos refletem de modo paralelo. A difusão da luz, também denominada reflexão di- fusa, ocorre em superfícies que não são perfeitamente polidas. Em uma superfície plana, por exemplo, um feixe de luz composto de raios paralelos é refletido e os raios não mantêm o paralelismo, pois as irregularidades da superfí- cie fazem com que os raios luminosos sejam refletidos em direções variadas. Em reflexões difusas, o feixe emergente tem forma diferente do pincel incidente. A reflexão difusa é o fenômeno que nos permite visualizar os objetos. Uma parede branca, por exemplo, reflete a luz difusamente para nossos olhos, permitindo sua visualização. Superfície Refração A refração se caracteriza pela mudança de meio com mudança de velocidade de propagação. Se a superfície entre os dois meios for polida, raios paralelos mantêm- -se paralelos, o que caracteriza uma refração regular. Na refração, conforme será estudado adiante, pode haver mudança na direção de propagação do feixe de luz con- forme o ângulo de sua incidência na interface dos dois meios. Superfície Ar Água Meios transparentes e planos, como a água calma e alguns tipos de vidros, permitem a propagação regular da luz. Caso a superfície não seja polida, a refração é acom- panhada por perda do paralelismo do feixe de luz, o que caracteriza uma refração difusa. Superfície Meio 2 Meio 1 Meios translúcidos, como vidros jateados ou canelados, permitem a propagação irregular da luz. © Sh u tt er st oc k/ D en is M iro n ov A luz incidente na superfície do mar ou de um lago agitado, por exemplo, reflete de modo difuso. Assim, as imagens refletidas nessas superfícies não têm nitidez. Física 17 Absorção A absorção da luz ocorre quando raios luminosos incidem em uma superfície e não são refletidos (especular ou difusamente) nem refratados. Nesse caso, eles são absorvidos, ocasionando, geralmente, aumento da temperatura da superfície em que incidem. A natureza da superfície e do material que compõe o objeto define, muitas vezes, o fenômeno óptico que predomi- na. Por exemplo, em corpos escuros e opacos, a absorção costuma predominar, enquanto, em corpos claros e opacos, predomina a reflexão. Em interfaces entre superfícies transparentes e homogêneas, predominam os fenômenos da refração (para incidência pouco inclinada em relação à reta perpendicular à superfície) e da reflexão (para incidência muito inclinada em relação à reta perpendicular à superfície). Em superfícies metálicas polidas, o fenômeno predomi- nante é a reflexão regular. As cores dos objetos são determina- das pelos fenômenos da reflexão difusa e absorção da luz. As cores que enxergamos correspondem a determinadas frequên- cias de luz a que nossos olhos são sensí- veis. Por exemplo, objetos azuis, quando iluminados com luz branca, absorvem boa parte das demais cores e refletem, princi- palmente, as frequências de luz que cor- respondem à cor azul. Objetos vermelhos absorvem boa parte das demais cores e re- fletem, principalmente, as frequências de luz que se relacionam com a cor vermelha. Caso um objeto que é percebido como vermelho quando iluminado com luz branca passe a ser iluminado com luz verde, apresentará coloração escura, pois absorverá quase toda a luz que incide sobre ele. Sem luz refletida Sem luz refletida Sem luz refletida Um objeto sobre o qual incide luz branca absorve as cores que não foram refletidas. Nos casos em que nenhuma cor é refletida, o objeto é negro. © Sh u tt er st oc k/ ka vr am Alguns objetos refletem frequências de luz diferentes de outros, o que define suas respectivas cores. Atividades 11 Gabaritos. 1. Em um show ao ar livre, um mágico se apresenta ficando em pé sobre um grande espelho, com o intuito de fazer um número de ilusionismo. Durante esse truque, ele vê sua própria imagem refletida nesse sistema óptico. Quais fenômenos ópticos estão ocorrendo nessa situação? 18 Volume 8 Laranja Verde Azul Violeta Amarelo 580 nm650 nm 560 nm 490 nm430 nm 750 nm 400 nm Se a substância absorve nesta região Ela apresentará essa cor Vermelho Figura 2 Brown, T. Química a Ciência Central. 2005 (adaptado). Qual a cor da substância que deu origem ao espectro da Figura 1? a) Azul. b) Verde. c) Violeta. d) Laranja. X e) Vermelho. 4. Uma planta é colocada dentro de um ambiente interno que não recebe luz externa. O ambiente é iluminado apenas com luz monocromática verde. Mesmo sendo regada corretamente, a planta morre após certo tempo. Por que isso ocorre? Uma planta que recebe apenas radiação monocromática verde não consegue realizar a fotossíntese com eficiência, pois ela reflete praticamente toda a radiação verde. 5. Dois espelhos planos têm suas superfícies refletoras paralelas entre si e estão distanciados cerca de 5 me- tros um do outro. Uma pessoa coloca-se entre os dois espelhos e nota inúmeras imagens suas, tanto em um quanto em outro. Teoricamente, deveriam ser formadas infinitas imagens dessa pessoa. Mas, na prática, isso não ocorre. Explique por que isso acontece. Não existe superfície 100% refletora. Dessa forma, a cada reflexão nesses espelhos, parte da luz é também absorvida, impedindo que ocorram infinitas reflexões em cada espelho. Sugestão de atividades: questões 16 a 20 da seção Hora de estudo. 2. A cor de um objeto é obtida pela reflexão da radiação que nãoé absorvida por ele. a) Quais são as cores primárias e secundárias da luz? Primárias: vermelho, verde e azul. secundárias: ciano, magenta e amarelo. b) A lista a seguir apresenta alguns objetos e suas cores quando iluminados com luz branca. Qual será a cor desses objetos quando iluminados com uma luz monocromática vermelha? I. Camiseta branca: vermelho II. Vaso amarelo: vermelho III. Lápis ciano: preto IV. Mesa preta: preto V. Celular magenta: vermelho 3. (ENEM) Para que uma substância seja colorida ela deve absorver luz na região do visível. Quando uma amostra absorve luz visível, a cor que percebemos é a soma das cores restantes que são refletidas ou transmitidas pelo objeto. A Figura 1 mostra o espectro de absorção para uma substância e é possível observar que há um comprimento de onda em que a intensidade de absor- ção é máxima. Um observador pode prever a cor des- sa substância pelo uso da roda de cores (Figura 2): o comprimento de onda correspondente à cor do objeto é encontrado no lado oposto ao comprimento de onda da absorção máxima. In te ns id ad e de lu z ab so rv id a 400 500 600 700 Comprimento de onda (nm) Figura 1 Organize as ideias 12 Sugestões de respostas. Monte um esquema explicativo estruturando os assuntos estudados nesta unidade. Alguns termos que devem aparecer em seu esquema são: difração, interferência, polarização, reflexão e refração. Física 19 Física em foco Câmara aprova adesão do Brasil ao Observatório Europeu do Sul A Câmara dos Deputados aprovou a adesão do Brasil ao Observatório Europeu do Sul (ESO, na sigla em inglês – European Southern Observatory). O Brasil se tornará o 15º. membro – o primeiro não europeu – da organização, que tem uma infraestrutura científica considerada, em seu conjunto, a mais importante do mundo. Formalmente chamada “Organização Europeia para a Pesquisa Astronômica no Hemisfério Austral”, a entidade é detentora de uma ampla base de telescópios instalados no Chile, incluindo o VLT (Very Large Telescope), GMT (Giant Magellan Telescope), TMT (Thirty Meter Telescope) e está iniciando a construção do E- -ELT (European Extremely Large Telescope), que será o maior telescópio do mundo. Com o acordo, [...] pesquisadores brasileiros poderão participar das pesquisas nas áreas de astrofísica, cosmologia e astronomia, ter seus próprios projetos e contar com tempos exclusivos de uso dos telescópios. Pelo acordo, até 2021 o Brasil deverá pagar 270 milhões de euros (cerca de R$ 945 milhões). Nos dois primeiros anos deverão ser desembolsados apenas cerca de 10 milhões de euros (R$ 35 milhões) em razão do tempo necessário para que a comunidade astronômica e científica brasileira possa passar por um processo de aprendizagem do uso dos equipamentos da ESO. A participação financeira do Brasil tornará o país coproprietário dos telescópios e equipamentos científicos. Além disso, o custo terá contrapartida econômica na forma de participação de empresas brasileiras no fornecimento de peças e serviços para manutenção e atualização dos telescópios atuais e da construção dos novos observatórios. CÂMARA aprova adesão do Brasil ao Observatório Europeu do Sul. Inovação Tecnológica, 20 mar. 2015. Disponível em: <http://www.inovacaotecnologica.com.br/noticias/noticia.php?artigo=camara-aprova-adesao-brasil-observatorio-europeu- sul&id=010175150320#.VUUNr9JViko>. Acesso em: 2 maio 2015. Hora de estudo 1. As cores na bolha de sabão são resultado dos fenô- menos de interferência e refração da luz. Por que al- gumas regiões têm cores azuis e outras regiões são avermelhadas? 2. Um dos princípios da Óptica Geométrica é a propaga- ção retilínea da luz. Entretanto, a luz pode contornar obstáculos que têm dimensões semelhantes ao seu comprimento de onda e iluminar regiões de sombra. Como é denominado esse fenômeno? 3. Algumas lentes polarizadoras são vendidas para pescadores com a garantia de que o uso dessas len- tes melhora a visualização do fundo do lago. Existe consistência física nessa afirmação? Justifique sua resposta. 4. A luz tem um comportamento dual, isto é, ora pode-se comportar como onda e ora como partícula. Cite dois fenômenos nos quais a luz se comporta como onda e dois fenômenos nos quais a luz se comporta como partícula. 5. Conceitue fonte primária e fonte secundária de luz. Apresente dois exemplos de cada uma dessas classifi- cações. 6. (FUVEST – SP) Admita que o Sol subitamente “morres- se”, ou seja, sua luz deixasse de ser emitida. 24 horas após este evento, um eventual sobrevivente, olhando para o céu, sem nuvens, veria: a) a Lua e estrelas; b) somente a Lua; X c) somente estrelas; d) uma completa escuridão; e) somente os planetas do Sistema Solar. A resolução das questões desta seção deve ser feita no caderno. 13 Gabaritos. 20 Volume 8 7. Assinale a alternativa que contém somente fontes pri- márias de luz. a) Vela acesa, tela de cinema, Lua. b) Mercúrio, estrelas, Lua. c) Parede, farol aceso, Sol. d) Lua, lanterna, Júpiter. X e) Sol, lâmpada acesa, estrelas. 8. (IFCE) Considere as seguintes afirmativas. I. Os meios transparentes são meios em que a luz os percorre em trajetórias bem definidas, ou seja, a luz passa por esses meios regularmente. II. Nos meios translúcidos, a luz não se propaga. Esses meios absorvem e refletem essa luz, e a luz absorvi- da é transformada em outras formas de energia. III. Nos meios opacos, a luz não passa por eles com tanta facilidade como nos meios transparentes: sua trajetória não é regular. É(são) verdadeira(s): X a) apenas I. b) apenas II. c) apenas III. d) I e III. e) II e III. 9. Quais são os três princípios da Óptica Geométrica? Exemplifique cada um deles com um fenômeno. 10. Uma câmara escura de 50 mm de comprimento é po- sicionada a 15 metros de uma torre. A imagem focada da torre tem 20 mm de comprimento. 11. Os eclipses solar e lunar são consequências da propa- gação retilínea da luz. Nas afirmações relacionadas à formação dos eclipses, assinale V para verdadeiro ou F para falso: a) ( V ) O eclipse lunar total ocorre quando a Lua fica completamente escondida na sombra da Terra. b) ( F ) No eclipse solar, a Terra é o obstáculo à passa- gem da luz proveniente do Sol. c) ( V ) A chamada “lua de sangue” é consequência da dispersão dos raios solares que atravessam a atmosfera terrestre. d) ( F ) O eclipse lunar ocorre devido ao alinhamento do Sol, da Lua e da Terra nessa ordem. e) ( V ) A Terra pode ser considerada o anteparo no eclipse solar. 12. (FGV – SP) O porão de uma antiga casa possui uma estreita claraboia quadrada de 100 cm2 de área, que permite a entrada da luz do exterior, refletida difusa- mente pelas construções que a cercam. Na ilustração, vemos uma aranha, um rato e um gato, que se encon- tram parados no mesmo plano vertical que intercepta o centro da geladeira e o centro da claraboia. Sendo a claraboia a fonte luminosa, pode-se dizer que, devido à interposição da geladeira, a aranha, o rato e o gato, nessa ordem, estão em regiões de: a) luz, luz e penumbra. X b) luz, penumbra e sombra. c) penumbra, luz e penumbra. d) penumbra, sombra e sombra. e) sombra, penumbra e luz. 13. Numa câmara escura de orifício, a imagem de um pré- dio se forma com uma altura de 5 cm. Se a distância do prédio à câmara aumentar em 100 m, a imagem diminui em 1 cm. Qual é a distância entre o prédio e a câmara na primeira posição? 14. (FATEC – SP) Uma placa retangular de madeira tem dimensões 40 cm x 25 cm. Através de um fio que passa pelo baricentro, ela é presa ao teto de uma sala, permanecendo horizontalmente a 2,0 m do assoalho e a 1,0 m do teto. Bem junto ao fio, no teto, há uma lâmpada cujo filamento tem dimensões desprezíveis. A área da sombra projetada pela placa no assoalho vale, em m2: X a) 0,90 b) 0,40 c) 0,30 d) 0,20 e) 0,10 15. (FUVEST – SP) Em agosto de 1999,ocorreu o último eclipse solar total do século para o hemisfério sul. Um estudante imaginou, então, uma forma de simular eclip- ses. Pensou em usar um balão esférico e opaco, de 40 m de diâmetro, que ocultaria o Sol quando seguro por uma corda a uma altura de 200 m. Faria as observações, protegendo devidamente sua vista, quando o centro do I. Verdadeira. II. Falsa. Nos meios translúcidos, a luz propaga-se em trajetória irregular. III. Falsa. Nos meios opacos, a luz não se propaga. Os planetas, a Lua e uma tela de cinema apenas refle- tem a luz que neles chega. Assim, são fontes secundá- rias de luz. 21Física Sol e o centro do balão estivessem verticalmente sobre- postos e alinhados com o estudante, num dia de céu claro. Considere as afirmações abaixo, em relação aos possíveis resultados dessa proposta, caso as observa- ções fossem realmente feitas, sabendo-se que a distân- cia da Terra ao Sol é de 150 106 km e que o Sol tem um diâmetro de 0,75 106 km, aproximadamente. I. O balão ocultaria todo o Sol: o estudante não veria diretamente nenhuma parte do Sol. II. O balão é pequeno demais: o estudante continuaria a ver diretamente parte do Sol. III. O céu ficaria escuro para o estudante, como se fos- se noite. Está correto apenas o que se afirma em: X a) I b) II c) III d) I e III e) II e III 16. (ENEM) É comum aos fotógrafos tirar fotos coloridas em ambientes iluminados por lâmpadas fluorescen- tes, que contêm uma forte composição de luz verde. A consequência desse fato na fotografia é que todos os objetos claros, principalmente os brancos, aparecerão esverdeados. Para equilibrar as cores, deve-se usar um filtro adequado para diminuir a intensidade da luz verde que chega aos sensores da câmera fotográfica. Na escolha desse filtro, utiliza-se o conhecimento da composição das cores-luz primárias: vermelho, verde e azul; e das cores-luz secundárias: amarelo = vermelho + verde, ciano = verde + azul e magenta = vermelho + azul. Disponível em: <http://nautilus.fis.uc.pt>. Acesso em: 20 maio 2014. (adaptado). Na situação descrita, qual deve ser o filtro utilizado para que a fotografia apresente as cores naturais dos objetos? a) Ciano. b) Verde. c) Amarelo. X d) Magenta. e) Vermelho. 17. (UFRN) Ana Maria, modelo profissional, costuma fazer ensaios fotográficos e participar de desfiles de moda. Em trabalho recente, ela usou um vestido que apresen- tava cor vermelha quando iluminado pela luz do Sol. Ana Maria irá desfilar novamente usando o mesmo vestido. Sabendo-se que a passarela onde Ana Maria vai desfilar será iluminada agora com luz monocromá- tica verde, podemos afirmar que o público perceberá seu vestido como sendo: a) verde, pois é a cor que incidiu sobre o vestido. X b) preto, porque o vestido só reflete a cor vermelha. c) de cor entre vermelha e verde devido à mistura das cores. d) vermelho, pois a cor do vestido independe da radia- ção incidente. 18. De acordo com os fenômenos ópticos estudados, iden- tifique em qual das imagens estão representadas a re- flexão especular, a refração e a absorção. a) S b) Superfície Ar Água c) Superfície 19. Qual é a diferença entre a reflexão difusa e a reflexão especular? 20. (CESGRANRIO – RJ) O espelho de um banheiro é co- mum, plano, feito de vidro. Uma pessoa, em frente a esse espelho, observa a imagem do seu próprio rosto. Assinale a opção que indica corretamente os fenômenos ocorridos com a luz que atravessa o vidro desse espelho para os olhos dessa pessoa, desde o instante em que foi emitida pelo seu rosto, em direção ao espelho. a) Reflexão. b) Refração. c) Reflexão – Refração – Reflexão. d) Reflexão – Refração – Reflexão – Refração – Reflexão. X e) Refração – Reflexão – Refração. Absorção Refração Reflexão Para diminuir a intensidade da luz verde, deve-se usar um filtro que não apresente a componente verde da luz, ou seja, o filtro magenta, composto apenas das cores vermelha e azul. 22 Volume 8 Ponto de partida 16 Na natureza, existem situações em que os objetos podem ser visualizados a partir da reflexão ou refração dos raios luminosos. Nesses casos, o observador não visualiza o objeto, mas a imagem conjugada desse objeto. Com base nessas informações e na fotografia acima, em que as flores posicionadas ao fundo da imagem são vistas nas gotas-d’água, responda: 1. Qual fenômeno óptico está envolvido na fotografia em destaque? Justifique. 2. Sabendo que a parte azul representa o céu, o que podemos afirmar sobre a orientação da imagem da flor? 3. Se essa flor fosse vista em um espelho plano, a orientação da imagem seria a mesma da observada na gota-d’água? Reflexão e refração da luz 1 ©iStockphoto.com/showcake 23 compreender as leis da reflexão e da refração da luz; identificar a formação de imagens em espelhos planos e esféricos; resolver situações que envolvam a formação de imagens em espelhos planos, espelhos e lentes esféricos; aplicar a equação do fabricante em situações-problema; estabelecer uma relação entre os problemas de visão e as lentes de correção. ão da luz; hos planos e esféricos; Objetivos da unidade: Quando raios de luz atingem a interface entre dois meios – em geral, um meio transparente e um opaco com uma superfície polida –, o fenômeno predominante é a reflexão regular. Em alguns casos, pode-se observar a reflexão re- gular em interfaces de superfícies transparentes, como entre ar e água, quando a incidência dos raios de luz é oblíqua. Os espelhos são objetos que refletem a luz regularmente e, de acordo com o formato geométrico, podem produzir imagens com diferentes características. Na reflexão, a luz incide sobre a interface entre dois meios e retorna para o meio de incidência. © iS to ck p h ot o. co m /s ab irm al lic k © Sh u tt er st oc k/ p h ot o. u a © Sh u tt er st oc k/ D en is e Le tt Os primeiros espelhos de que se tem registro datam de 5000 a.C. e foram encontrados nas proximidades do Rio Nilo, em escavações arqueológicas da civilização badariana. Devido aos processos primitivos de polimento de metais usados nessa época, esses espelhos forneciam imagens pouco nítidas. Por volta do século XIII, em Veneza, os espelhos começaram a ser produzidos com uma lâmina de vidro e uma chapa de metal. Durante muito tempo, a fabricação de espelhos foi muito valorizada e algumas peças refletoras eram mais caras que obras de arte de renomados pintores. Os espelhos são construídos em uma base de vidro sob a qual é depositada uma fina camada de metal. D iv o. 2 01 5. 3 D . Atualmente, os espelhos comuns são feitos com a deposição de uma camada de prata, alumínio ou amálgama de estanho sob uma lâmina de vidro. Quando uma fonte de luz é colocada na frente de um espelho, os raios luminosos que partem dela refratam ao pas- sar do ar para o vidro e, em seguida, refletem na película espelhada que é depositada na parte posterior do vidro. Esses raios, então, retornam pelo vidro e, novamente, refratam ao voltar para o ar. Para facilitar as ilustrações dos espelhos, eles costumam ser representados da seguinte forma: Face anterior (aqui incidem os raios de luz) Face posterior (aqui é depositado o material refletivo) A face anterior de um espelho, de vidro, permite que os raios de luz atinjam o metal e sejam refletidos e, ainda, protege o metal de oxidações e outros danos. 24 Volume 8 Leis da reflexão Em um espelho plano, é relativamente fácil saber como um raio de luz reflete, basta seguir as leis da reflexão. Para compreendê-las na ilustração a seguir, considere um raio de luz incidente (ri) que se propaga em um meio transparente homogêneo (meio 1) e incide sobre uma superfície de um meio opaco e refletor (meio 2). O ângulo de incidência é medido em relação a uma reta normal (N) à interface dos dois meios e é denotado por i . O raio refletido (rr) forma com a reta normalum ângulo r, denominado ângulo de reflexão. r i r r N î r̂ E Meio 1 Meio 2 (espelho) A reta normal (N) é sempre perpendicular à superfície. Primeira lei da reflexão: a reta normal ao espelho (N) e os raios de luz incidente (ri) e refletido (rr) estão sempre contidos em um mesmo plano. Segunda lei da reflexão: o ângulo de incidência ( i ) e o ângulo de reflexão ( r ) são sempre iguais. i r Atividades 2 Gabaritos. 1. A Segunda lei da reflexão, segundo a qual o ângulo de incidência é igual ao ângulo de reflexão, é válida somente para os espelhos planos? Não. Essa lei é válida para qualquer situação em que ocorra reflexão, seja em espelhos planos ou curvos, seja ela especular ou difusa. Ocorre que, quando a reflexão é difusa ou em espelhos curvos, o pincel refletido não apresenta formato idêntico ao do incidente. 2. Um raio de luz incide em um espelho plano e forma um ângulo de 54° com a reta normal. Qual é o valor do ângulo formado entre o raio refletido e a superfície do espelho? N RRRI 54° = ? r̂ r + = 90° 54° + = 90° = 90° – 54° = 36° 3. Um raio luminoso incide sobre um espelho plano e re- flete conforme a ilustração a seguir. 42o Determine: a) o ângulo de incidência da luz; i + r = 42° Como: i = r i + i = 42° 2 i = 42° i = 21° b) o ângulo formado entre o raio refletido e o espelho. r + = 90° 21° + = 90° = 90° – 21° = 69° Física 25 4. Na ilustração a seguir, um raio incide sobre um espelho plano E1. O ângulo do raio incidente, i, com a reta nor- mal é de 40º. Determine: 40o 60o E 1 r i N E 2 a) o ângulo de reflexão no espelho E1; b) o ângulo de reflexão no espelho E2. 5. Dois espelhos planos estão unidos, formando um ân- gulo de 30º. Um raio incide sobre uma superfície es- pelhada em um ângulo de 70° com a horizontal. Esse raio, depois de se refletir nos dois espelhos, cruza o raio incidente, formando um ângulo de: 30° 70° a) 90° b) 100° c) 110° X d) 120° e) 140° Espelhos planos Uma das principais características dos espelhos planos é a formação das imagens atrás deles. Essa constatação pode ser comprovada aplicando-se as leis de reflexão para dois raios de luz quaisquer que partem do objeto e incidem no espelho. Considere um objeto pontual localizado diante de um espe- lho plano. Na imagem, são representados dois raios de luz, que saem do objeto e se propagam até o observador após refletirem no espelho. O prolongamento desses raios que chegam até o observador indica a posição da imagem. A localização e a formação da imagem podem ser representadas traçando-se os dois raios que saem do objeto e sofrem reflexão, mas um deles deve ser traçado com incidência perpendicular ao espelho: Objeto Imagem d i d o î î r̂ r̂ A imagem formada em um espelho plano se posiciona atrás dele. Como os ângulos i e r, de acordo com a segunda lei da reflexão, os triângulos evidenciados na imagem são con- gruentes, isto é, têm todos os ângulos iguais. Uma vez que a medida d é idêntica para ambos os triângulos, comprova- -se que as distâncias do objeto ao espelho (do) e da imagem ao espelho (di) também são iguais. Essa propriedade pode ser aplicada também para a formação de imagens de objetos extensos. Objetos extensos podem ser representados simplificadamente por combinações de inúmeros pontos (A, B, C,...), cada qual com sua respectiva imagem formada atrás do espelho. Assim, a imagem e seu respectivo objeto são simétricos e o espelho é o eixo de simetria entre eles. Objeto Observador Imagem Em espelhos planos, a imagem se forma atrás da superfície refletora. Sugestão de atividades: questões 1 a 3 da seção Hora de estudo. 26 Volume 8 Devido a essa simetria, a imagem e o objeto apresentam a mesma orientação (imagem e objeto voltados ambos para cima ou para baixo) e o mesmo tamanho. Assim, para espelhos planos, a imagem conjugada de um objeto real é sempre virtual, direita (mesma orientação) e de mesmo tamanho do objeto. Uma imagem virtual é aquela formada pelo prolongamento dos raios de luz. O oposto é uma imagem real, que é forma- da pelo encontro dos raios de luz de fato. As imagens reais podem ser projetadas. Experimento Materiais • 2 folhas de sulfite de formato A4 • tinta de papel (pode ser guache) • espelho plano de, no mínimo, 15 cm de comprimento Como fazer Com tinta, escreva uma palavra qualquer em uma das folhas de sulfite. Coloque a outra folha de sulfite sobre a que está com a palavra escrita, com a tinta ainda fresca, de forma que parte da tinta passe para essa outra folha sobreposta. Agora leia o que está escrito nas duas folhas. Análise 3 Sugestões de resposta. 1. O que está grafado em ambas as folhas corresponde a letras conhecidas? 2. Coloque cada uma das folhas de sulfite em frente ao espelho plano e observe as imagens que são formadas por elas. O que aconteceu com cada uma das imagens? Para objetos posicionados à frente de espelhos planos, a imagem forma- da é sempre direita, ou seja, ela não sofre inversão. Apesar disso, é possível perceber que um espelho plano provoca a chamada reversão da imagem (o lado direito do objeto passa a ser o esquerdo da imagem e vice-versa), fenômeno denominado enantiomorfismo. Devido ao fenômeno da reversão de imagens, para que os motoristas de automóveis possam ver, por exemplo, uma viatura dos bombeiros pelo espelho retrovisor de seus carros e consigam ler a palavra BOMBEIROS cor- retamente, ela deve ser escrita assim: BOMBEIROS . Costuma-se dizer que, nesses casos, objeto e imagem são figuras enantiomorfas. P. Im ag en s/ Pi th A palavra bombeiros deve estar invertida para que, devido ao enantiomorfismo, seja adequadamente lida por motoristas ao olharem pelo retrovisor. © iS to ck p h ot o. co m /f ili p ef ra za o A A B B C C D D E E A imagem de um espelho plano é virtual, pois é formada pelo prolongamento dos raios de luz. Física 27 Características do espelho plano * O espelho plano é um sistema estigmático, uma vez que para cada ponto objeto há um ponto imagem. Sistemas astigmáticos contêm mais de um ponto imagem para cada ponto objeto. * As distâncias da imagem e do objeto ao espelho são as mesmas. * O ponto objeto e o ponto imagem têm naturezas contrárias. Se a imagem é virtual, o objeto é real, e vice-versa. * Feixes incidentes paralelos são refletidos de modo paralelo pelo espelho plano. Nesses casos, o objeto e a ima- gem são denominados impróprios, pois são localizados no infinito. Campo visual de espelhos planos Ao olhar para um espelho, alguns objetos que estão próxi- mos ao observador podem ser visualizados e outros não. Ima- gine um observador que olha para um espelho plano, com o objetivo de visualizar quatro pontos: A, B, C e D. Na ilustração, as imagens dos pontos A e B podem ser vis- tas pelo observador, mas não as imagens de C e D. A região do espaço que pode ser vista por um observador é chamada de campo visual. O campo de visão de um espelho plano é determinado a partir de dois raios que incidem nas bordas do espelho e se pro- pagam até os olhos do observador: a região interna a esses dois raios define o campo visual. A extensão desse campo depende da distância do observador ao espelho e das dimensões do espelho. Deslocamento de espelhos planos A distância de uma pessoa até um espelho plano e da imagem da pessoa até o mesmo espelho é igual, mas o que aconteceria se a pessoa desse um passo, aproximando-se do espelho? Ou se o espelho fosse afastado da pessoa? Em ambos os casos, o que se tem é um movimento relativo do objeto em relação ao espelho, um movimento de translação. Poderia haver ainda outro tipo de movimento, o que altera o ângulo entre objeto e espelho, ou seja, um movimento de rotação. Translação relativa de espelhos planos Imagine que você está parado atrás de um caminhão que transporta espelhos planos. Um desses espelhos está virado para você e formaa imagem do seu rosto. Quando o caminhão se mo- vimenta para a frente, a distância entre você e o espelho aumen- ta. Logo, a distância entre a sua imagem e o espelho também aumenta diretamente e, como consequência, a distância entre você e sua imagem também aumentará. Podemos generalizar essa situação e considerar um objeto O qualquer a uma distância d de um espelho plano E (em um instante de t = 0). Durante um intervalo de tempo t, o espelho se afasta uma distância se em relação à sua posição inicial e se posiciona a uma nova distância D do objeto. Simultaneamente, a imagem se afasta uma distância si em relação à sua posição inicial. O campo visual de um espelho plano depende de suas dimensões e da distância que se encontra do observador. s e s i I2 D E E O d d D I 1 O deslocamento da imagem si é o dobro do deslocamento do espelho se. Ja ck A rt . 2 01 2. D ig ita l. 28 Volume 8 Observe, por exemplo, uma situação em que um objeto é colocado entre dois espelhos que formam entre si um ângulo de 90º. A ilustração a seguir evidencia que cada espelho forma uma imagem própria, e uma terceira imagem é formada pela reincidência dos raios de luz de um espelho sobre outro. Logo, para espelhos associados a um ângulo de 90º, há três imagens formadas a partir de um objeto. E 1 E 2 I 1 I 12 I 2 Objeto A associação de dois espelhos planos possibilita a formação de diversas imagens de um objeto. P. Im ag en s/ Pi th Em espelhos associados, é possível obter múltiplas imagens de uma pessoa. © Sh u tt er st oc k/ Pa ve l L P h ot o an d V id eo De acordo com a figura, o deslocamento da imagem é si = 2D – 2d ou: si = 2(D – d) Também conforme a imagem, o deslocamento do espelho em relação ao objeto é: se = D – d Comparando as equações, conclui-se que o deslocamento da imagem é o dobro do deslocamento do espelho: si = 2 se Como os dois deslocamentos ocorrem no mesmo intervalo de tempo, a velocidade com que a imagem se desloca (vi) também é o dobro da velocidade com que o espelho se movimenta (ve). vi = 2ve Associação de espelhos planos Em alguns espetáculos de dança, os produtores necessitam que apareçam mais atores no palco do que há no elenco. Nesse caso, pode-se utilizar uma associação de espelhos que permite ampliar o número de imagens dependendo do ângulo em que o espelho é posicionado. Quando um objeto é colocado em frente a dois espelhos que formam um determinado ângulo entre si, cada espelho gera uma imagem para esse objeto. No entanto, a imagem formada em um espelho pode se transformar em um obje- to para o outro espelho, produzindo uma imagem que pode, novamente, se transformar em objeto para o espelho anterior, e assim sucessivamente. Isso possibilita que, para um único objeto, formem-se inúmeras imagens. Física 29 A imagem I1 do objeto O é formada pelo espelho E1 e a imagem I2 do objeto O é formada pelo espelho E2. A ima- gem I12 é formada pela reflexão dos raios de luz tanto no espelho E1 quanto no espelho E2. A equação que permite obter o número de imagens (n) geradas por dois espelhos planos que formam entre si um ângulo qualquer é dada por: n= ° − 360 1 α Se n for ímpar, a equação é válida para qualquer posição do objeto diante dos espelhos. Ilu st ra çõ es : D iv o. 2 01 5. 3 D . Para um número ímpar de imagens, o objeto pode estar posicionado em qualquer lugar à frente dos espelhos. Se n for par, a equação é válida apenas se o objeto estiver no plano bissetor dos espelhos. Objeto posicionado no plano bissetor dos espelhos planos refletindo duas imagens, uma em cada espelho. bissetor: semiplano do espelho que o divide em duas partes iguais. Atividades 1. Uma criança está parada diante de um espelho a uma distância de 1 metro. Em sua camiseta está escrito: Brasil a) Reescreva essa inscrição, na forma que ela aparece no espelho. Brasil b) Qual é a distância da criança à sua imagem? A distância é de 2 metros, pois a distância da crian- ça ao espelho é a mesma distância da imagem ao espelho. 2. Renata deseja comprar um espelho plano para que consiga se enxergar por inteiro. Ela quer gastar o mí- nimo com isso e resolveu determinar qual o menor ta- manho de espelho que precisa comprar. Sabendo que ela tem 1,60 m e seus olhos estão a 1,50 m do chão, determine: H = 1,60m h = 1,50m x x D d distância do bordo inferior do espelho ao solo altura mínima do espelho a) Qual é o menor tamanho de espelho que Renata deve comprar? d H = 1,60m x x Por semelhança de triângulos: d x x d d d m 160 2 2 160 160 2 0 80 , , , ,= ⇒ ⋅ = ⇒ = ⇒ = Observe que a distância da pessoa ao espelho não in- fluencia no tamanho do espelho. 30 Volume 8 Sugestão de atividades: questões 4 a 12 da seção Hora de estudo. b) A que altura do chão ela deve fixar a borda superior do espelho? do espe o D h = 1,50m x x 3. Os objetos 1, 2, 3, 4 e 5 estão posicionados em frente a um espelho plano, conforme a ilustração a seguir. Quais objetos um observador O consegue enxergar? O’ O 5 4 3 2 1 O observador enxerga os pontos 3 e 4. 4. (UNESP) Dois objetos, A e B, encontram-se em frente de um espelho plano E, como mostra a figura. Um ob- servador tenta ver as imagens desses objetos formadas pelo espelho, colocando-se em diferentes posições, 1, 2, 3, 4 e 5, como mostrado na figura. 1 2 3 4 5 A B E B’ A’ O observador verá as imagens de A e B superpondo-se uma à outra quando se colocar na posição a) 1. b) 2. c) 3. d) 4. X e) 5. 5. Numa superfície horizontal, considere um objeto diante de um espelho plano e sua respectiva imagem. Objeto x x Imagem d Objeto x + d x + d Imagem Se, em certo instante, esse objeto se afastar a uma distância d em relação ao espelho, o que ocorrerá com sua imagem? 6. Um ciclista pedala em direção a um edifício que tem uma fachada espelhada. Se sua velocidade é de 15 km/h em relação ao solo, qual é a velocidade de aproximação da imagem do ciclista em relação ao próprio ciclista? A velocidade da imagem em relação ao objeto é igual ao dobro da velocidade do objeto em relação ao solo. Logo, vimagem = 30 km/h. 7. Um mágico resolve fazer um truque de multiplicação dele mesmo. Para isso, ele utiliza dois espelhos planos e fixos que não são percebidos pela plateia. Sabendo que na cena aparecem 5 mágicos, qual é o ângulo for- mado entre os espelhos planos? n = − ⇒ = − ⇒ = ⇒ = ° 360 1 4 360 1 360 5 72 α α α α Se aparecem 5 mágicos, temos 4 imagens. 8. Para cortar custos na produção de uma peça de tea- tro, o diretor resolveu utilizar dois espelhos planos fixos para multiplicar o número de personagens na cena. O menor ângulo de abertura entre os espelhos que per- mite ao público visualizar com qualidade a cena é de 60°. Sabendo que a peça conta com 5 atores, qual é a quantidade de personagens vista na cena? (Considere as imagens formadas e os atores). tã d ti id d tõ 4 12 d ã H d t d n n n= − ⇒ = − ⇒ = 360 60 1 6 1 5 Cada ator produz 5 imagens de si mesmo. Logo, o número de imagens é: 5 imagens 5 atores = 25 imagens no total Considerando que os 5 atores também são vistos pelo pú- blico: 30 personagens na cena. Por semelhança de triângulos: D x x D D D m m 150 2 2 150 150 2 0 75 0 75 0 80 155 , , , , , , , = ⇒ ⋅ = ⇒ = ⇒ = + = Observe que a distância da pessoa ao espelho não influencia na altura que ele precisa estar do chão. Se um objeto se afastar a uma distância d em relação a um espelho plano, sua imagem também vai se afastar uma distân- cia d do espelho. Física 31 Espelhos esféricos Você já reparou que em alguns espelhos a imagem formada apresenta características diferentes do objeto que ela reflete? Ao olhar para uma colher metálica, por exemplo, você pode per- ceber, dependendo da superfície observada (interna ou exter- na) e da distância da colher em relação avocê, que sua imagem pode ficar ampliada, reduzida, direita, invertida e, até mesmo, distorcida. Os espelhos curvos produzem imagens com diversas ca- racterísticas e, por isso, são amplamente utilizados. Em lojas e supermercados, por exemplo, servem para aumentar o campo visual, o que permite que funcionários possam ter visualização mais ampla do ambiente. Em algumas saídas de garagens e em retrovisores externos de veículos, esse tipo de sistema óptico também é usado com o intuito de aumentar o campo visual dos motoristas. Para facilitar a visualização dos dentes ou o aparo da barba, os espelhos esféricos são usados para produzir imagens maiores que os objetos. Existem diversos formatos de espelhos curvos: como os esféricos, parabólicos, hiperbólicos, os quais, dependendo das características geométricas, podem produzir imagens mais ou menos distorcidas em relação aos objetos. Nesta uni- dade, são abordados os espelhos esféricos, isto é, aqueles cuja camada refletora é depositada sobre uma calota esférica. Esfera Calota esférica Uma calota esférica é uma seção de uma esfera. Quando a superfície refletora for a parte interna da calota esférica, o espelho é denominado espelho esférico côncavo. Representação esquemática As leis da reflexão são válidas para espelhos esféricos. P. Im ag en s/ Pi th Em espelhos curvos, a imagem pode apresentar características distintas do objeto que a produz. © iS to ck p h ot o. co m /f ot of ro g Espelhos convexos têm a vantagem de ampliar o campo visual. 32 Volume 8 Caso a superfície refletora seja a parte externa da calota, o espelho é denominado espelho esférico convexo. Representação esquemática Em espelhos convexos, a reflexão ocorre na face externa. Elementos geométricos Para o estudo dos espelhos esféricos, é necessário compreender os principais elementos geométricos desse siste- ma óptico. São eles: calota v C C ep F f R V Os elementos geométricos de um espelho esférico definem suas propriedades de reflexão. • C (centro de curvatura) – centro da esfera da qual a calota do espelho foi produzida; • R (raio de curvatura) – raio da esfera da qual foi recortada a calota esférica; • V (vértice) – vértice da calota, ou posição central do espelho; • ep (eixo principal) – eixo que passa pelo centro e pelo vértice da calota; • F (foco) – o ponto médio do segmento que une os pontos C e V; • f (distância focal) – distância do vértice ao foco do espelho, que corresponde à metade do comprimento do raio; • – ângulo que mede a distância angular entre os dois eixos secundários que cruzam os dois pontos mais externos da calota; abertura do espelho. O foco de um espelho (F) é a posição para a qual se direcionam os raios de luz que incidem paralelos ao eixo principal do espelho. No caso de um espelho côncavo, os raios de luz convergem para o foco. No caso de um espelho convexo, os raios de luz divergem do foco. V F Representação do foco principal de um espelho côncavo F Representação do foco principal de um espelho convexo No caso do espelho côncavo, o foco é dito real. No espelho convexo, é virtual. Física 33 Propriedades dos raios de luz em espelhos esféricos Para saber que tipo de imagem cada espelho forma, é preciso lembrar que a posição de formação da imagem pode ser encontrada a partir do encontro de dois raios de luz (ou do prolongamento deles). Mas como é o comportamento dos raios de luz ao se refletirem em um espelho esférico? Na realidade, o comportamento é o mesmo da reflexão em um espelho plano, os ângulos de incidência e reflexão são iguais. O complicador é que, em razão da superfície curva, não é prático se conhecer a imagem a partir de qualquer raio de luz apenas usando as leis da reflexão. Uma maneira mais usual é partir de, ao menos, dois de quatro casos particulares de raios de luz. Esses quatro casos particulares, cha- mados de raios notáveis, são os seguintes. a) Todo raio que incide paralelamente ao eixo principal do espelho reflete na direção do foco. C F V CFV b) Todo raio que incide na direção do foco reflete paralelamente ao eixo principal. C F v CFV c) Todo raio de luz que incide no vértice do espelho reflete simetricamente em relação ao eixo principal. C F Vî r̂ CFVî r̂ d) Todo raio de luz que incide no espelho na direção de seu centro de curvatura reflete sobre si mesmo. C F V CFV A explicação desse conteúdo pode ser realizada com a resolução do primeiro exercício da seção atividades. 34 Volume 8 Condição de nitidez de Gauss Em geral, os espelhos esféricos produzem imagens sem nitidez e deformadas. No entanto, ao realizar estudos sobre a formação de imagens em espelhos esféricos, o matemático alemão Carl Friedrich Gauss (1777-1855) concluiu que, para esse tipo de espelho não apresentar essas características, devem ser atendidas duas condições, denominadas condições de nitidez de Gauss. • Os raios luminosos devem incidir próximos ao eixo principal e praticamente paralelos em relação a ele. C • O ângulo de abertura ( ) do espelho deve ser pe- queno. Assim, para que o espelho apresente uma área razoável, seu raio de curvatura deve ser gran- de. Com isso, o espelho esférico fica pouco curva- do, aproximando-se de um espelho plano. C Formação de imagens em espelhos esféricos Nos espelhos esféricos, as distâncias da imagem e do objeto ao sistema óptico não são necessariamente iguais. Além disso, o tamanho da imagem pode ser maior, igual ou menor que o objeto. Para determinar a posição, o tama- nho e a orientação da imagem de um objeto qualquer, é preciso fazer a determinação gráfica ou aplicar a equação de Gauss (equação dos pontos conjugados). Esse procedimento, chamado de determinação analítica de imagens, é restrito a espelhos que obedecem às condições de nitidez de Gauss. Nas imagens a seguir, considere que: • B é a posição do objeto, A é a posição de onde saem os raios notáveis, A’ é para onde os raios se direcionam e B’ é a posição da imagem. • D e E são os pontos em que os raios notáveis incidem no espelho. • C, F e V são elementos geométricos do espelho: centro de curvatura, foco e vértice. Formação de imagens em espelhos convexos Em espelhos esféricos convexos, a imagem sempre apresenta a mesma característica, independentemente da distância do objeto em relação ao espelho: a imagem é formada atrás do espelho pelos prolongamentos dos raios de luz (imagem virtual), menor que o objeto (imagem reduzida) e com mesma orientação (imagem direita). Imagem formada em espelho convexo: imagem virtual, reduzida e direita. A B ImagemObjeto Espelho convexoX D E V CB’ A’ F Física 35 Formação de imagens em espelhos côncavos Objeto entre o foco e o vértice Observe que um objeto posicionado entre o foco e o vértice produz uma imagem atrás do espelho formada pelos prolongamentos dos raios de luz (imagem virtual). Além disso, a imagem tem tamanho maior (imagem am- pliada) e está na mesma orientação do objeto – imagem e objeto estão no mesmo semiplano definido pelo eixo principal (imagem direita). Objeto posicionado no foco do espelho Observe que um objeto posicionado no foco do espelho tem seus raios de luz refletidos paralelamente e, consequentemente, não há for- mação de imagem. Nesse caso, a imagem é dita imprópria. Objeto posicionado no foco do espelho: imagem imprópria. Objeto posicionado entre o centro de curvatura e o foco do espelho Em situações em que o objeto é posicionado entre o cen- tro de curvatura e o foco do espelho, a imagem é formada pelo cruzamento dos raios de luz e é posicionada à frente do espe- lho (imagem real), é maior que o objeto (imagem ampliada) e apresenta orientação contrária (imagem invertida). Objeto posicionado entre o foco e o centro de curvatura: imagem real, ampliada e invertida. Objeto posicionado no centro de curvatura do espelho Em casos no quais o objeto é posicionado no centro
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