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Tanatologia: Estudo da Morte e do Morrer

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EMENTA
- Introdução e histórico do campo da tanatologia;
- Aspectos culturais da morte;
- Aspectos psicológicos da morte e do morrer;
- Aspectos éticos e bioéticos da morte e do morrer;
- O acompanhamento ao paciente terminal e a família;
- A equipe de saúde diante da morte.
OBJETIVOS ESPECIFICOS
- Identificar a importância do campo da tanatologia para a prática do enfermeiro;
- Discutir os aspectos sócio-culturais envolvidos nos processos de morte e luto nas sociedades ocidentais;
- Instrumentalizar o Aluno de enfermagem, a partir de uma concepção interdisciplinar, para atuar junto aos pacientes, famílias e equipe de saúde que vivenciam a morte e o morrer;
- Discutir com o aluno as estratégias de enfretamento em situações de crise diante da morte do cliente.
TANATOLOGIA
É uma disciplina pertinente para o contexto atual dos indivíduos e da sociedade, e, especificamente, para a enfermagem, em seu exercício do cuidar.
As práticas atuais de atendimento ao cliente em fase terminal têm sido marcadas pela crescente evolução tecnológica que permite o prolongamento da vida do cliente.
Sensibilizando-o a entender o cliente e sua família no momento de morrer, assim como preparando-o a refletir sobre a própria morte e a impotência diante dela.
É essencial que o enfermeiro entenda a morte como uma contingência natural do ser humano, conseguindo trabalhar de forma saudável as possíveis frustações profissionais que possam surgir nos momentos de morte do cliente.
ORIGEM
A palavra tanatologia tem sua origem no idioma grego na união dos radicais thanatos e logos. Na mitologia grega, thanatos era uma entidade masculina, representativa da morte. Filho da noite e irmão do sono, era constantemente representado com asas, tendo nas mãos uma foice, uma urna cujo conteúdo provável era de cinzas e uma borboleta, como esperança de uma nova vida.
Quanto a logos, significa estudo, assim o significado de tanatologia seria o estudo da morte. O dicionário Houaiss concorda com essa ideia quando apresenta uma das definições como “teoria ou estudo científico sobre a morte, causas...”
No entanto, estudos realizados nas últimas décadas deixam clara a possibilidade de estender a definição inicial. Ampliando a perspectiva, podemos dizer que a tanatologia estuda a morte, os processos de morrer, o luto e as perdas.
COMO SUPERAR UMA PERDA?
Vivemos de perder e abandonar e de desistir. E mais cedo ou mais tarde, como maior ou menos sofrimento, todos nós compreendemos que a perda é, sem dúvida, uma condição permanente. (Viorst, 1988)
MORTE
Com o decorrer do tempo na cultura ocidental, o fenômeno morte vem assumindo cada vez mais uma conotação de algo “não natural”, encarado pela sociedade com certo preconceito, como algo impronunciável ou no qual não se fizesse necessário pensar. Assim, para as equipes de assistência, a morte acaba por assumir um caráter de fracasso, como se fosse responsabilidade de alguém da equipe impedi-la, A morte acarreta rompimento de vínculos, perda de papéis e um luto de duração variável.
· Única certeza no plano da existência; 
· A ideia de pensamento diante do aniquilamento; 
· O que interessa não é a morte em sentido abstrato;
· Indivíduo e Aniquilamento; 
· O que a morte destrói? Um ser que interage.
MORTE E FUNÇÃO DOS RITOS
· Absorver, comunicar e expulsar o fantasma do aniquilamento;
· Transição do desespero e da angústia para o consolo e a esperança.
REFLETIR SOBRE ESSA AFIRMATIVA
A consciência não fará jamais a experiência da sua morte, mas viverá durante toda sua vida com uma imagem empírica da morte, aquela que uma dada sociedade formula a partir do desaparecimento gradual dos seus membros” (Jean Ziegler)
ATITUDES DIANTE DA MORTE E DO MORRER (Elizabeth Kubler-Ross)
ESTÁGIOS:
· Primeiro = negação e isolamento.
· Segundo = raiva. 
· Terceiro = barganha. 
· Quarto = depressão. 
· Quinto = aceitação
NEGAÇÃO E ISOLAMENTO
Essa negação ansiosa proveniente da comunicação de diagnóstico é muito comum ... A negação funciona como um para-choque depois de notícias inesperadas e chocantes, deixando que o paciente se recupere com o tempo, mobilizando outras medidas menos radicais. [...] Comumente, a negação é uma defesa temporária, sendo logo substituída por uma aceitação parcial.
A RAIVA
Quando não é mais possível manter firme o primeiro estágio de negação, ele é substituído por sentimentos de raiva, de revolta, de inveja e de ressentimento. Surge, lógica, uma pergunta: “Por que eu?”
A BARGANHA
A barganha, na realidade, é uma tentativa de adiamento. A maioria das barganhas são feitas com Deus, são mantidas em segredo, ditas nas entrelinhas. Psicologicamente, as promessas podem estar associadas a uma culpa recôndita. Portanto, seria bom se as observações feitas pelos pacientes não fossem menosprezadas
DEPRESSÃO
Quando o paciente não pode mais negar sua doença ... Seu alheamento ou estoicismo, sua revolta e raiva cederão lugar a um sentimento de grande perda: depressão,
A ESPERANÇA
A única coisa que geralmente persiste, em todos estes estágios, é a esperança. algum sentido, que pode compensar, caso suportem por mais algum tempo. Não importa que nome tenha, descobrimos que todos os pacientes conservaram essa sensação que serviu de conforto em ocasiões especialmente difíceis.
PERDAS
São fenômenos que ocorrem inúmeras vezes ao longo da vida de cada indivíduo, não necessariamente ligados à morte. Costumam despertar sensações de angústia, medo e solidão, análogas à morte e contém em seu bojo sofrimento, dor e tristeza. Mesmo as perdas de pequeno porte costumam precisar de um tempo para serem elaboradas.
As maneiras como reagimos as perdas é influenciada por vários fatores, como a faixa etária, o desenvolvimento cognitivo e emocional, as circunstâncias da perda, a dinâmica familiar (a forma com que o paciente está inserido no contexto familiar e os papéis exercidos pelos membros da família), a cultura e os fatores sociais. Também tem papel importante o tipo de relação prévia do indivíduo com o próprio corpo.
LUTO
Estudo do luto passa pelo aprofundamento do conceito de subjetividade, já que as representações da vida e da morte para o indivíduo têm a ver com a particularidade de suas vivências. Denomina-se luto uma reação a uma perda e representa uma reação natural a esta, seja ela real ou simbólica. Para que haja o processo de elaboração de uma perda, é imprescindível o aparecimento do luto.
O luto é um processo de abandono de esquemas conhecidos quanto de aprendizagem de novos esquemas. Ele se compõe por fases não-lineares que podem ser aqui enumeradas: uma reação de choque ou torpor; a negação (aqui define como a defesa a uma informação que não é possível, absorver imediatamente); a raiva; a barganha (momento em que há uma tentativa de negociação); a depressão (tristeza pela perda, pesar), e a aceitação que vai levar o indivíduo a organizar a vida com a nova realidade.
INTRODUÇÃO E HISTÓRICO DO CAMPO DA TANATOLOGIA
A vida se constitui em um bem precioso para os seres humanos. A maioria das pessoas busca incessantemente o prolongamento desta e um bem-estar cada vez maior para desfrutar da condição de estar vivo. Atualmente, diversas profissões e áreas da ciência focam justamente a possibilidade de aumentar os anos de vida dos indivíduos, e também a almejada qualidade de vida, com destaque especial para a área da saúde.
Uma das formas de alcançar esse prolongamento da vida e do bem-estar é, certamente, trabalhar em termos de prevenção das mais diversas formas de morte, ou seja, buscar a prevenção de doenças e agravos de saúde, de acidentes de trânsito, de homicídios e suicídios. Assim, entende-se que ao se falar a respeito deste tema, fala-se prioritariamente da qualidade de viver. 
O fenômeno da morte desencadeia uma série de reações e dificuldades nas pessoas. Essas dificuldades estão relacionadas com a incapacidade humana de representar psiquicamente a finitude da vida. Assim, esse tema é um dos assuntos mais discutidos ao longo dos séculos, embora ainda seja incompreendido pelo ser humano, que segue constantementecom questionamentos
Nesse sentido, religião e ciência desempenham um papel importante na maneira como as pessoas enfrentam a possibilidade de falecer. Para os que seguem crenças, rituais ou doutrinas religiosas, esta etapa da vida é vista, muitas vezes, como algo transcendente, o que possibilita abrandar a dúvida sobre “o que vem depois”. 
De acordo com Kovács (2003), rituais religiosos podem proporcionar que a morte seja simbolizada, permitindo que o sujeito se coloque no lugar de quem morreu e passe a suportar gradualmente a certeza de que isso também acontecerá consigo. Para os que procuram apoio na ciência, a busca é por explicações mais concretas para o fenômeno.
O que se pode considerar como certo é que todos vão vivenciá-la, alguns através da perda de familiares e amigos primeiramente, outros já através da sua própria morte. 
A Tanatologia surge como uma área de conhecimento destinada à compreensão do processo de morrer, abarcando vários estudos sobre esta temática e incluindo um vasto campo de atuação, como os cuidados a pacientes terminais e seus familiares, o processo de humanização dos cuidados paliativos, os processos de luto antes e depois da morte, a compreensão de comportamentos autodestrutivos, como o suicídio, a eutanásia, o suicídio assistido, dentre outros temas que incluem discussões em torno do assunto (Kovács, 2003, 2008).
Na prática, o desenvolvimento da Tanatologia como campo de atuação está mais centrado no cuidado e acompanhamento de pacientes terminais e familiares que se encontram em processo de luto pelo sofrimento e perda de entes queridos, tanto por doenças, como por acidentes imprevisíveis; e mais recentemente, percebe-se espaço para atuação e compartilhamento desse saber nas tragédias coletivas, como é o caso dos desastres aéreos, terremotos e enchentes – eventos cada vez mais comuns em nosso cotidiano. 
A área do saber e de atuação da Tanatologia não está restrita a um único tipo de profissional. Médicos, psicólogos, assistentes sociais, enfermeiros e outros profissionais da saúde possuem algum tipo de conhecimento prévio sobre o assunto, o que se pode considerar que facilite sua prática; todavia, devem buscar sempre o aprofundamento teórico e técnico de como trabalhar com pessoas em processo de luto. 
Em geral, o trabalho de Tanatólogos se encontra em quartos de hospitais, UTI´s, clínicas de repouso e de tratamentos ambulatoriais, em unidade de cuidados paliativos – hospices, ou, ainda, na própria casa do doente, por meio dos cuidados domiciliares – home care. Atualmente, a prática realizada no domicílio do paciente tem sido um recurso muito utilizado frente ao desafio do sistema de saúde para a diminuição do tempo de permanência dos pacientes em internação hospitalar.
O tema da morte desencadeia uma série de reações e dificuldades a serem enfrentadas pelo ser humano. As dificuldades estão relacionadas com a incapacidade psíquica dos indivíduos de representar a morte. Percebê-la é defrontar-se com a própria finitude. Para Hintermeyer (2006), o ser humano é contra a morte e luta veementemente contra a possibilidade do seu desaparecimento, esforçando-se para adiar este momento por meio da ciência. Nesse cenário, a Tanatologia se torna uma possibilidade relevante para a compreensão e atuação frente aos aspectos que envolvem tal processo.

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