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trabalho de CIÊNCIAS CRIMINAIS INTEGRADAS

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UNIVERSIDADE ESTÁCIO DE SÁ 
PÓS EM DIREITO PENAL E PROCESSUAL PENAL 
 
 
Resenha Crítica de Caso 
ARYON CAVALCANTE DE OLIVEIRA 
 
 
 
Trabalho da disciplina CIÊNCIAS 
CRIMINAIS INTEGRADAS 
Tutor: Prof. DANIELA BASTOS 
SOARES 
 
 
CURITIBA 
2020 
http://portal.estacio.br/
 
 
 
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DROGA E CRIME - ALGUMAS DAS DIVERSAS INTERFACES 
 
Tratamento da relação existente entre as drogas e a violência 
 
Esta cada vez mais evidente, que estamos passando por uma onda de violência, 
que esta diretamente relacionada ao tráfico quanto ao uso de entorpecentes. Seja na sociedade 
em que vivemos ou no seio familiar. 
Há tempos as estatísticas referentes a criminalidade em decorrência do comércio 
de drogas sofrem um crescimento constante. Os dependentes químicos sofrem com alterações 
em seus organismos, causada pela devastadora dependência química, que resultam tanto como 
lhes conferir um comportamento violento ou acentuam esse comportamento já existente no 
usuário. 
Esta agressividade que resulta da dependência química pode acabar tomando 
proporções ainda maiores transformando-se em violência, levando-se em consideração e de 
acordo com seu contexto familiar e social. 
Ressalta-se que este comportamento agressivo e violento, não é perigoso somente 
a outras pessoas, e sim também ao próprio dependente químico, visto que pode acabar se 
ferindo gravemente durante os surtos psicóticos, que pode ter ou durante um estado estar 
altamente drogado, ou numa terrível abstinência. 
Há de se fazer a diferenciação do individuo que é usuário de drogas do que é 
dependente químico. 
Enquanto o usuário de drogas faz o uso eventual, sem tornar isso parte da rotina, 
o dependente químico não tem domínio sobre sua vontade de utilizar substâncias ilícitas, o 
que transforma esse hábito em uma prioridade no seu dia a dia e afeta negativamente sua vida 
em diversos aspectos. 
Visto esta diferença, há de se convir que no caso do simples usuário, deveria 
somente ser atenuada sua pena caso comprovado que praticou o delito sob o efeito dos 
entorpecentes, e este uso não se deu de forma premeditada, nem com o intuito de criar 
coragem de pratica-lo. Como o mesmo não é dependente e somente faz uso de drogas 
eventualmente, não há de se falar em uma forma diferente de cumprir sua pena. 
 
 
 
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Já no caso do dependente químico, este sim, merece maior atenção do Estado pois 
como, o vício é uma doença terrível, que diminui a seu poder de controle sobre sua vida e 
diminui drasticamente ou lhe retira totalmente o seu poder de determinar-se de acordo com o 
entendimento sobre fatos delituosos, deveria este receber o devido tratamento, pois se trata de 
uma questão de saúde. 
Pois não adianta de nada, simplesmente julgar, condenar e joga-lo num presidio, 
sem que o mesmo seja tratado, para que possa se libertar do vício assim vindo a ressocializar-
se, podendo este estar apto voltar a viver em sociedade, assim cortando o mal pela raiz. 
Mas não é o que ocorre, o nosso judiciário arcaico, extremamente punitivista, 
ainda preso a mentalidade que vigorava na época da confecção do Código Penal, só preza pela 
punição, sem olhar para os outros objetivos que a pena tem, que seria o de prevenção e 
ressocialização. 
Claro que existe o incidente de insanidade mental no nosso ordenamento, mas o 
mesmo acaba se tornando inviável diante da infinidade de provas pré constituídas que o 
Magistrado exige para que se possa vir a instaura-lo, ora pois se existissem tais provas não 
seria necessário a instauração de referido incidente. 
O que ocorre é que, o judiciário não trata a questão com a seriedade e o devido 
respeito que merece, ressalta-se que é mais vantajoso tratar o dependente químico logo na 
primeira vez que o mesmo vem a cometer um delito do que simplesmente encarcera-lo, pois 
sem o devido tratamento o mesmo vai voltar a delinquir em razão do vício, inúmeras vezes, 
trazendo desta forma um tremendo prejuízo a sociedade e também ao poder judiciário. É 
logico que o tratamento não é 100 % eficaz, mas reduziria muito a reincidência. 
É claro que a pena privativa de liberdade serve como um castigo, ou seja, uma 
represália a conduta delituosa praticada pelo agente, mas tem que cumprir também a sua 
função social, que seria a disponibilização do devido tratamento adequado aos dependentes 
químicos, seja por questões de saúde pública seja por questões de segurança pública, também 
em respeito aos princípios da dignidade da pessoa humana, individualização da pena, 
razoabilidade e proporcionalidade.

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