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TCC Responsabilidade Penal e a Psicopatia Larissa (Queiliane mendes)

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56
INSTITUTO EDUCACIONAL DO NORTE DE MATO GROSSO (IENOMAT)
FACULDADE DE DIREITO DE ALTA FLORESTA (FADAF)
CURSO DE DIREITO
LARISSA PEREIRA ROCHA 
A RESPONSABILIDADE PENAL E A PSICOPATIA 
Alta Floresta - MT
2019
LARISSA PEREIRA ROCHA 
A RESPONSABILIDADE PENAL E A PSICOPATIA 
Monografia apresentada ao Curso de Graduação em Direito, da Faculdade de Direito de Alta Floresta (FADAF), como requisito parcial para a obtenção do título de Bacharel em Direito, sob orientação do (a) Professor (a) Queiliane Mendes Váz.
Alta Floresta - MT
2019
AUTOR: LARISSA PEREIRA ROCHA
TÍTULO: A RESPONSABILIDADE PENAL E A PSICOPATIA
Esta Monografia foi julgada adequada para obtenção do título de Bacharel em Direito e aprovada, em sua forma final, pela Coordenação do Núcleo de Pesquisa e Extensão (NUPE), da Faculdade de Direito de Alta Floresta (FADAF).
Banca Examinadora:
___________________________________________
Presidente: Professor Orientador Esp. Queiliane Vieira Mendes Váz [ título, nome e IES ]
___________________________________________
Membro da Banca Examinadora: [ título, nome e IES ]
___________________________________________
Membro da Banca Examinadora: [ título, nome e IES ]
___________________________________________
Coordenadora do Curso de Direito: Esp. Dakari Fernandes Tessmann, Faculdade de Direito de Alta Floresta - FADAF
Alta Floresta, Mato Grosso, de de 2018.
Dedicatória.
AGRADECIMENTOS
Primeiramente agradecer a Deus por ter me dado força para não desistir e ter me feito chegar até aqui. A minha família pelo auxilio mesmo que de forma indireta, a minha mãe que mesmo estando longe sempre me deu força e não me deixou desistir, e as amizades que a faculdade pode me proporcionar. E a minha Orientadora professora Queiliane que me ajudou com o trabalho.
TERMO DE ISENÇÃO DE RESPONSABILIDADE
Declaro, para os fins de direito e que se fazem necessários, que isento completamente a Faculdade de Direito de Alta Floresta (FADAF) e os professores indicados para compor o ato de defesa presencial, de toda e qualquer responsabilidade pelo conteúdo e ideia expressa na presente monografia.
Estou ciente de que poderei responder administrativa, civil e criminalmente em caso de plágio comprovado. 
Alta Floresta/MT, ____ de Outubro 2019.
LARISSA PEREIRA ROCHA
RESUMO
A metodologia de pesquisa deste trabalho fora pesquisa bibliográfica, onde foram analisados os psicopatas, como identificar a figura do individuo com o transtorno de psicopatia, e diferencia-lo perante o restante da sociedade, já que a jurisdição brasileira por meio da legislação penal não traz uma legislação especifica para os crimes cometidos por este tipo de pessoa. Inicialmente a apresentação da teoria do crime, seus elementos, conceitos e os elementos da culpabilidade e imputabilidade dos agentes, posteriormente o conceito de psicopatia, suas características, evolução e história e por fim a abordagem da psicopatia sob a visão do Direito Penal, as legislações específicas sobre o tema, projetos de leis e as jurisprudências brasileiras nos casos concretos, e a resolução dos problemas enfrentados pela jurisdição brasileira com os indivíduos acometidos pela psicopatia. 
Palavras-chave: Psicopatia. Transtorno. Direito Penal. Culpabilidade. Imputabilidade.
abstract
This work seeks to identify the figure of the psychopathic individual before society and how the Brazilian jurisdiction through the criminal legislation treats the crimes committed by this type of person. Initially, the presentation of the theory of crime, its elements, concepts and guilt and imputability, then the concept of psychopathy, its characteristics, evolution and history and finally the approach to psychopathy from the point of view of criminal law, the laws on the subject, draft laws and the Brazilian jurisprudence in concrete cases.
Keywords: psychopathy. Disorder. Criminal Law. Guilt. Imputability.
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO	9
1 DA RESPONSABILIDADE PENAL.................................................................................10
1.1 Conceito de Crime.............................................................................................................10
1.1.1 Conceito legal ou formal.................................................................................................10
1.1.2 Conceito material............................................................................................................11
1.1.3 Conceito analítico............................................................................................................12
1.2 Teoria do Crime e Suas Correntes..................................................................................13
1.3 Elementos Constituintes De Um Crime..........................................................................15
1.3.1 Fato típico........................................................................................................................15
1.3.2 Ilicitude ou antijuridicidade...........................................................................................17
1.3.3 Culpabilidade...................................................................................................................18
1.4 Imputabilidade E Inimputabilidade................................................................................20
1.5 Medida de Segurança........................................................................................................22
2 A PSICOPATIA	26
2.1 Conceito .............................................................................................................................26
2.2 A Evolução Histórica Da Psicopatia................................................................................28
2.3 Quem São E Como São Os Psicopatas ...........................................................................30
2.3.1 Características.................................................................................................................32
2.3.2 Tipos de psicopatia..........................................................................................................35
2.3.3 Níveis de psicopatia.........................................................................................................35
2.4 O Tratamento....................................................................................................................36
2.5 Psicopatia X Sociopatia....................................................................................................38
3 A RESPONSABILIDADE PENAL DOS PSICOPATAS.................................................40
3.1 A Psicopatia no Âmbito Jurídico.....................................................................................42
3.2 Legislação Brasileira E As Sansões Penais Adequada...................................................43
3.3 Falha Na Legislação Quanto As Medidas Aplicadas Aos Psicopatas...........................45
3.4 Analise de Jurisprudências..............................................................................................48
3.4.1 Apelação criminal nº 2004.01.1.015447-3.....................................................................48
3.4.2 Apelação criminal nº 70016542557................................................................................49
CONSIDERAÇÕES FINAIS.................................................................................................51
REFERÊNCIAS......................................................................................................................52
INTRODUÇÃO
O presente trabalho busca elucidar um dos temas de grande discussão na atualidade, os psicopatas. No inicio das civilizacoes pouco se falava sobre essas pessoas portadoras desse transtorno, já chegaram a ser comparadas com pessoas possuídas pelo demônio, e até como sendo pessoas comdeficiência mental, mas com o avanço dos estudos da psiquiatria no século XIX, tendo como propulsor da psiquiatria o médico Phillipe Pinel, o qual desenvolveu diversos estudos sobre este assunto.	Comment by Queiliane mendes: antigamente? quando?
Apos diversos estudos realizados que se chegou a conclusão que ainda hoje é muito discutida de que os indivíduos que apresentam o transtorno de personalidade antissocial ou psicopatas como são comumente conhecidos são pessoas normais, com suas capacidade intelectuais normais igual a qualquer outro individuo, podendo ser responsabilizados por todos os atos que virem a praticar.
NA INTRODUÇÃO DE CONTEXTUALIZAR O TEMA, APONTAR O PROBLEMA, MÉTODO DE PESQUISA E DIVISÃO DE CAPÍTULOS
Outro ponto do qual é discutido ate os dias de hoje é a questão da cura para a psicopatia, sabe-se que o transtorno de psicopatia não é uma doença como muitos acreditavam assim não existindo uma espécie de cura para o transtorno, alguns estudos já realizados constatam que os indivíduos com psicopatia são uma “espécie de predador”, ou seja, ao sentir necessidade de delinquir não há o que o que fazer para impedir de realizar o ato, assim são pessoas que não tem um controle sobre seus limites.
Por ser um tema tão polemico é que alguns países utilizam de alguns métodos em específicos para tratar desses indivíduos, como exemplo o Estados Unidos que utilizam da castração química com forma de pena para os psicopatas sexuais; Outros países utilizam também a castração química para crimes sexuais. No Brasil não se utiliza deste instituto, apesar de já terem projetos de leis que visavam sobre este caso.
Apesar de o tema apresentar grande relevância em nosso país não existe uma legislação especifica para tratar sobre os psicopatas, já houve propostas de projetos de leis para se tratar deste tema, mas nenhum foi aprovado. Por não haver uma legislação especifica para estes indivíduos é que muito deles voltam a cometer crimes. 
Desta maneira, este trabalho busca demostrar como é a figura do psicopata junto ao sistema jurídico brasileiro, as falhas que existentes, e a falta de legislação especifica para que dom estes casos em especifico.
1 DA RESPONSABILIDADE PENAL
Quando um individuo pratica uma conduta diversa da prevista na lei, este comete um crime, o infrator que cometeu este ato ilícito será julgado e condenado por sua conduta criminosa, desde que em sua conduta tenha ofendido algum bem jurídico protegido pelo Estado, a este agente praticante do ato ilícito será imputada uma penalidade, como forma coercitiva pelo seu comportamento antijurídico e que neste caso vai contra um bem tutelado da sociedade e resguardado por Lei. 
A responsabilidade penal está totalmente vinculada com a pessoa que veio a cometer o então ato ilícito – crime, ou seja, não podendo uma terceira responder pelo ato infrator cometido, sendo assim classificada como uma maneira personalíssima, ou seja, apenas o agente que cometeu a ação é que ira responder pelos atos praticados.
1.1 Conceito De Crime
A palavra crime tem sua nomenclatura de origem do latim crimen, que significa “ofensa ou acusação”. Desta forma o crime é um ato humano contrario a que está descrito na lei, caracterizado por meio de uma atitude que venha a causar algum tipo de dano a um determinado bem que é protegido pela lei. 
Seguindo esta lógica, conceitua: 
É aquele que busca estabelecer a essência do conceito, isto é, o porquê de determinado fato ser considerado criminoso e outro não, sob esse enfoque, crime pode ser definido como todo fato humano que, propositada ou descuidadamente, lesa ou expõe a perigo bens jurídicos considerados fundamentais para a existência da coletividade e da paz social (CAPEZ, 2006, p. 112).
O crime pode ser conceituado de diversas maneiras, mas somente os três mencionados a seguir são os conceitos de maior utilização, são eles o conceito legal descrito no artigo 1° da Lei de Introdução ao Código Penal, o conceito material que é a violação de um bem que se encontra penalmente protegido e o conceito analítico que pode ser considerado como o mais completo dos conceitos. 
A) Conceito legal ou formal : Na definição legal o conceito de crime é determinado pelo legislador da norma, ou seja, explora a ideia de crime partindo da lei, introduzindo um padrão norteador de como devemos ou não nos comportar dentro da sociedade. Seguindo o ângulo formal ou legal o crime é a conduta definida pela lei como tal, desta maneira só haverá o crime se o fato ocorrido possuir uma perfeita conexão com o que está definido na lei como crime.
No conceito formal é importante destacar que se caracteriza o crime na junção da conduta contraria na que está disposta na lei e desta forma é aplicada a sanção que traz como um resultado um comando normativo, do qual se um individuo praticar conduta contraria este será punido pelo seu ato ilegal.
Neste conceito explora-se o crime partindo do que está descrito na lei, ou seja, está será o instrumento padronizador e norteador para que então possamos determinar o que pode ou não fazer. Portanto a ilegalidade é mera oposição formal do fato ocorrido e a norma jurídica positiva, desta forma respeitando o principio da reserva legal a qual define que nulo o crime, nula será a pena aplicada, ou seja, não há crime sem lei anterior que o defina, nem pena sem lei anterior que a comine.
A Lei de introdução ao Código Penal (Decreto - lei de nº. 3.914/41) em seu art. 1º, traz o conceito legal de crime mais utilizado atualmente, vejamos: 
Considera-se crime a infração penal que a lei comina pena de reclusão ou de detenção, quer isoladamente, quer alternativa ou cumulativamente com a pena de multa; contravenção, a infração penal a que a lei comina, isoladamente, pena de prisão simples ou de multa, ou ambas, alternativa ou cumulativamente.(Código Penal Brasileiro, Decreto Lei nº 3.914/41).
Assim, o individuo que realizar conduta diversa da descrita em lei pratica um crime, ou seja, está conduta diferente caracteriza uma ofensa ao comando normativo e, portanto a própria lei. 
Na logica deste conceito o crime parte de um pressuposto de que consiste em uma violação a lei penal incriminadora. Para Damásio de Jesus esse conceito é o resultado do aspecto da técnica jurídica, e do ponto de vista da Lei. Esse critério leva em consideração a relevância do mal produzido pela ação. Assim, somente se legitima o crime quando a conduta proibida apresentar relevância jurídico-penal, mediante a provocação de dano ou ameaça de dano.
b) Conceito material : Já o conceito material define crime como sendo uma ação ou omissão ao qual se proíbe e procura evitar utilizando a  pena como uma forma de ameaça, por constituir um tipo de ofensa seja ela de dano ou de perigo a um bem jurídico de forma individual ou coletivo. Considerado como um conceito falho ao qual prejudica os juízes ao querer saber se ocorreu crime ou não, pois este conceito não analisa o agente que cometeu o delito e se este agiu de maneira dolosa ou culposa, desta maneira o crime pode ser visto como uma conduta que resulta em uma lesão ou um perigo de lesão ao bem jurídico então protegido.
Para Damásio de Jesus o conceito material de crime:
O conceito material do crime é de relevância jurídica, uma vez que coloca em destaque o seu conteúdo teleológico, a razão determinante de constituir uma conduta humana infração penal e sujeita a uma sanção. É certo que sem descrição legal nenhum fato pode ser considerado crime. Todavia, é importante estabelecer o critério que leva o legislador a definir somente alguns fatos como criminoso (JESUS, 2014, p.193).
Este conceito visa à identificação de porque o legislador prevê punição para certos fatos e não para outros. Ou seja, é um conceito muito amplo é usado como guia por alguns legisladores para definir quais são as condutas que ofendem bens juridicamente tutelados e que são merecedores de pena, desta forma o conceito material de crime é prévio ao Código Penal e fornece para o legislador um critério político-criminal sobre o que o Direito Penaldeveria punir e o que não deveria punir.
O Estado é quem ira valorar os bens da vida, protegendo-os por meio de leis penais. Para que assim a sociedade, na conduta que vir gerar algum tipo de lesão ao bem jurídico tutelado haja um sentimento de sensibilidade perante a sociedade.
Neste sentido Roberto Lyra exemplifica:
Todos hão de saber, porque sentirão, o que devemos exprimir pela palavra crime. Julgamos criminologicamente, quando irrompe dentro de nós, diante de certos fatos, a sentença 'isto é um crime'! Este clamor provém da civilização que não se limita a 'invólucro dentro do qual arde a paixão selvagem do homem' (Carlyle). Há até uma sistematização subjetiva lançada na consciência humana através de um direito natural que ficou no verbo e agora será conquista, convicção, ação. (LYRA, Roberto apud NUCCI, Guilherme de Souza. Criminologia, 2006, p.62-63).
 Assim tem por finalidade o Estado em obter o bem coletivo da sociedade, mantando a paz, a ordem, a harmonia e o equilíbrio social, sendo qualquer que seja sua finalidade ou o seu regime politico. 
1.1.3 Conceito analítico 
O conceito analítico de crime é o mais aceitado pela doutrina hodiernamente. E pode ser conceituado como uma ação humana, antijurídica, típica, culpável e punível. A punibilidade seria a possibilidade de aplicar a pena no individuou, porém não é elemento do crime. Hungria ensina que “um fato pode ser típico, antijurídico, culpado e ameaçado de pena, isto é, criminoso, e, no entanto, anormalmente deixar de acarretar a efetiva imposição de pena”.
Este conceito ao contrário do conceito formal e material é considerado o mais completo por apresentar um modelo que tem como objetivo a base para se interpretar o crime sendo o pressuposto de aplicação de pena, contendo uma estrutura mais racional e confiável.
A grande questão em relação ao conceito analítico são seus requisitos na aceitação ou não da culpabilidade como requisito do crime. Há uma grande divergência entre os doutrinadores em aceitar a tipicidade e a antijuridicidade como sendo requisitos de um crime, mas a questão é a aceitação ou não da culpabilidade.
Pode-se dizer então que crime é a conduta típica, antijurídica e culpável, conforme uma análise separada de cada um de seus componentes.
A concepção adotada de crime pode ter dois fatores (fato típico e antijuridicidade), três fatores (fato típico, antijuridicidade e culpabilidade); quatro fatores (fato típico, antijuridicidade, culpabilidade e punibilidade) ou ate cinco fatores (conduta, tipicidade, antijuridicidade, culpabilidade e punibilidade) ou elementos.
Vale ressaltar que não é correto apontar qual seria a teoria correta já que o tema é muito e rico e ate hoje gera discussões entre alguns estudiosos do assunto, porem, a corrente mais aceita no Brasil e no exterior e se divide entre finalista (Assis Toledo, Heleno Fragoso, Juarez Tavares, Rogério Greco, entre outros) e causalista (Nelson Hungria, Frederico Marques, Magalhães Noronha, entre outros). Apesar de adotar a teoria finalista o jurista Damásio de Jesus, durante muito tempo, a considerou como uma teoria bipartida, mas que já foi superada no presente.
Adotando o conceito analítico do crime e a teoria finalista, passa-se a analisar os elementos do crime, sendo estes a conduta típica, antijurídica e a culpabilidade
1.2 Teoria do Crime e Suas Correntes
Aponta-se as três principais teorias que tratam sobre o crime, dentre elas estão:
A teoria bipartite - Elementos do Crime = fato típico e antijurídico. 
Seguindo a teoria desta corrente, crime é todo “fato típico, e ilícito”, desta forma a culpabilidade não faz parte do conceito analítico de crime, sendo apenas como mais um pressuposto para que seja realizada a aplicação da pena. 
Esta teoria remove a culpabilidade do conceito de crime, por basear-se na Teoria Finalista da Ação, criada pelo doutrinador e filósofo Hans Welzel na Alemanha em 1930, e ao qual veio se modificando com a ideia de que o dolo e a culpa estariam de forma implícita ligados na culpabilidade, retirando-os deste contexto para que então pudessem estar conjuntamente ligado ao fato típico, ou seja, na conduta realizada pelo agente.
Por conta da introdução do dolo e da culpa para o fato típico, a culpabilidade perdeu a sua principal função, passando então a exercer apenas um papel de valor e assim sendo somente como mais um dos requisitos para que ai seja feita a aplicação da pena. Desta maneira, segundo a teoria do bipartido, o crime só é afastado se o fato for atípico ou se sobre ele incidir de alguma forma uma das excludentes de ilicitude. Seguem essa teoria os doutrinadores: Damásio de Jesus, Celso Delmanto, Júlio Fabbrini Mirabete, Fernando Capez, Renê Ariel Dotti, dentre vários outros. 
Teoria tripartite - Elementos do Crime = fato típico, antijurídico, culpável. 
Esta teoria apresenta algumas características que podem nos levam a acreditar que seja a teoria mais coerente perante as outras, tendo em vista que esta não possui somente a tipicidade e ilicitude como pressupostos da pena, mas também inclui a culpabilidade dentro deste contexto, assim ambas podem colaborar para que o agente seja de fato responsabilizado ou não pelo delito que este virá a praticar.
Como podemos observar a Teoria Tripartida exige que para que possa haver um crime, o fato devera ser típico, ilícito e culpável, na ausência de qualquer um desses elementos o crime poderá ser afastado. E para que não haja o crime o fato precisaria ser considerado atípico ou então ser de alguma maneira ser considerado em alguma das hipóteses previstas para exclusão da ilicitude, que são: o estado de necessidade, a legítima defesa, e o estrito cumprimento de dever legal ou exercício regular de direito, conforme previstos no código penal em seu artigo. 23, incisos I, II e III. Ou então que seja aceitável no caso concreto alguma das espécies de excludentes de culpabilidade sendo elas a inimputabilidade que nada mais é do que a falta de consciência da ilicitude e inexigibilidade de uma conduta considerada diversa da normal. 
Na parte histórica a concepção da teoria tripartida surgiu com filosofo Beling, que criou o conceito de tipo, e que desta forma passou a fazer parte também do conceito, mas de forma separada do crime. Seguindo esta teoria está a grande maioria dos doutrinadores como: Cezar Bitencourt, Edgard Magalhães Noronha, Francisco de Assis Toledo, Heleno Fragoso, Anibal Bruno, Frederico Marques, Nelson Hungria, Juarez Tavares, Guilherme Nucci, Paulo José da Costa Júnior, Luís Régis Prado, Rogério Greco, Fernando Galvão, Hans Wlezel, João Mestieri, David Teixeira de Azevedo, entre vários outros doutrinadores.
Teoria quatripartida - Elementos do Crime = fato típico, antijurídico, culpável e punível.
Existe também outra corrente que mesmo sendo considerada como a minoritária perante as outras e nunca ter sido adotada pelo Código Penal brasileiro, que conceitua como sendo o crime todo o fato “típico, ilícito, culpável e punível”. Sendo ela adotada pelos doutrinadores: Basileu Garcia, Claus Roxin, entre vários outros.
1.3 Elementos Constituintes de um Crime
Sabe-se que o crime não importando a corrente a qual ira se seguir é caracterizado por três elementos sendo eles o fato típico, antijurídico e o culpável que podem ser apresentados como sendo quesitos indispensáveis para que haja a configuração do ato ilícito, e posteriormente o crime. É através destes três quesitos que o juiz fará a analise e o julgamento do caso, na falta de alguns destes elementos poderá o juiz a vir a absolver o acusado do ilícito praticado. 
Apenas com a analise destes três elementos é que se pode fazer uma valoração da sanção penal que será aplicada ao individuo, na falta de qualquer uma delas acarretara no prejuízo da tipificação do ato como crime, liberando o então acusado da aplicação da pena. Vale ressaltar que cada elemento para a tipificação do crime é analisado separadamente e após preenchidos os requisitos é que se condena o agente como culpado pela infração descrita na lei e assim é aplicada a sançãopara este individuo. 
1.3.1 Fato típico
É o comportamento humano podendo ser positivo ou negativo, e que venha a provocar, em regra, algum tipo de resultado, estando previsto pela lei como uma infração penal. Segundo Fernando Capez (2012, p.102): “é o fato material que se molda perfeitamente aos elementos constantes do modelo previsto na lei penal.” É como se a ação ou a omissão se adequasse de forma perfeita no que o legislador descreve. 
São compostos por quatro outros elementos: a conduta que pode ser comissiva ou omissiva, dolosa ou culposa, o resultado, o nexo causal e a tipicidade. 
a) Conduta comissiva: é o que exige uma atividade do agente, ou seja, uma ação concreta do agente, podendo ser esta ação proibida pela norma. 
b) Conduta omissiva:  nada mais é do que a ação de deixar de fazer algo, como exemplo o artigo 135 do Código Penal – “Deixar de prestar assistência, quando possível fazê-lo sem risco pessoal, à criança abandonada ou extraviada, ou à pessoa inválida ou ferida, ao desamparo ou em grave e iminente perigo; ou não pedir, nesses casos, o socorro da autoridade pública”.
c) Conduta dolosa: esta conduta esta tipificada no artigo 18 do Código Penal – “Diz-se o crime: I - doloso, quando o agente quis o resultado ou assumiu o risco de produzi-lo”.
d) Conduta Culposa: também tipificado no artigo 18 do Código Penal – “Crime culposo: II - culposo, quando o agente deu causa ao resultado por imprudência, negligência ou imperícia”.
Nexo Causal: o nexo causal, também conhecido como relação de causalidade ou nexo de causalidade é o elo entre a conduta e o resultado ocorrido após a ação do agente. A ausência do nexo causal bem como a de qualquer um dos outros elementos do fato típico, afastaria a possibilidade de ter acontecido o crime, tornando-o incompleto. Conforme o artigo. 13 do Código Penal:
Art. 13 - O resultado, de que depende a existência do crime, somente é imputável a quem lhe deu causa. Considera-se causa a ação ou omissão sem a qual o resultado não teria ocorrido.
Superveniência de causa independente	
§ 1º - A superveniência de causa relativamente independente exclui a imputação quando, por si só, produziu o resultado; os fatos anteriores, entretanto, imputam-se a quem os praticou.
A causalidade é um meio ao qual fornece uma espécie de conexão da conduta do agente com o efeito ocasionado pelo resultado.
Tipicidade: a tipicidade é adaptação de um ato praticado pelo agente com certas características que o enquadram na descrição da lei penal e passa então a ser enquadrada como crime. Logo sabemos se não houver a tipicidade na conduta da ação do agente o fato será atípico e assim não haverá crime.
A tipicidade é dividida em formal e material. A tipicidade formal se dá com a junção de um caso concreto e um fato típico. Já a tipicidade material é à lesão ou a ameaça de lesão ao bem jurídico que tutelado pela norma penal. 
Portanto, segundo Nucci (2012, p. 198), a “tipicidade é um instrumento de adequação, enquanto o fato típico é a conclusão desse processo. Considerando o fato ao tipo penal e desta maneira encontramos a tipicidade. Assim para que os fatos da vida real possam ser penalmente valorados, é indispensável que o trinômio esteja presente (conduta + nexo + resultado)”.
Seguindo a teoria de Damásio de Jesus, a tipicidade é uma correspondência entre o fato praticado pelo agente e a descrição de cada espécie da infração contida na lei penal incriminadora. 
Assim, a conduta realizada pelo agente, só será considerada como um crime se for prevista nos termos da lei penal. O tipo do crime pode ser de forma objetiva quando se referir a modelos específicos de comportamento que são proibidos pela norma, ou subjetivo quando imputam alguma espécie de comportamento a alguém.
Sobre tipicidade, o doutrinador Mirabete (1994, p.110) afirma: “Como último elemento do fato típico tem-se a tipicidade, que é a correspondência exata, a adequação perfeita entre o fato natural, concreto, e a descrição contida na lei”.
Sabe-se que não há um conceito expresso de tipicidade na legislação penal, porem no art. 5º, XXXIX, bem como o art. 1º do Código Penal ao que fazem referencia ao princípio da legalidade, o qual resguarda o conceito da tipicidade:
“Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes:
XXXIX – não há crime sem lei anterior que o defina, nem pena sem prévia cominação legal”.
“Código Penal - Art. 1º – Não há crime sem lei anterior que o defina. Não há pena sem prévia cominação legal.”
1.3.2 Ilicitude ou antijuridicidade
A ilicitude também denominada como antijuridicidade ou também ilegalidade, é a diferença entre o fato humano e o ordenamento jurídico ao qual gerará a lesão no bem jurídico tutelado, ou, em outros termos a violação de certos valores jurídicos e criminais. 
Pode-se distinguir a ilicitude da tipicidade, pois a tipicidade é uma espécie de violação à norma, e a ilicitude ao ordenamento jurídico. Desta maneira, a tipicidade implica como uma forma de perda social no ato e a ilicitude a uma perda social só que no caso do resultado. 
Para que a conduta seja considerada como crime, não basta que o fato seja típico, devendo também violar o ordenamento jurídico, ou seja, deve ser ilícita. Assim a ilicitude, em outros termos doutrinários, distingue-se entre ilicitude objetiva, subjetiva, formal e material.
 Ilicitude objetiva: é a capacidade da avaliação do agente. O fato típico não pode estar amparado por causa de algum fato de exclusão.
Ilicitude subjetiva: o fato só é considerado como sendo ato ilícito se o agente tiver a capacidade de avaliar se seu caráter foi mesmo um ato criminoso.
Ilicitude formal: É a simples contrariedade do fato do ordenamento legal o ato ilícito praticado sem haver qualquer tipo de preocupação com o prejuízo social da conduta praticada pelo agente.
Ilicitude material:  trata-se de um dos requisitos da tipicidade, pode ser denominada como “ilicitude” material. 
Segundo Fernando Capez (2012, p.72) “O tipo penal possui uma função seletiva, segundo a qual o legislador escolhe, dentre todas as condutas humanas, somente as mais perniciosas ao meio social, para defini-las em modelos incriminadores”.
No direito penal o delito feito pelo agente pode ser considerado como um dos fatores de desequilíbrio social, ao qual se pode justificar como sendo um fato da repressão para que como fosse uma forma para tentar restabelecer a ordem.
O Código Penal, em seu artigo 23, enumera que são causas excludentes de ilicitude:
Art. 23 - Não há crime quando o agente pratica o fato: 
I - em estado de necessidade; 
II - em legítima defesa; 
III - em estrito cumprimento de dever legal ou no exercício regular de direito. 
O estado de necessidade e a legítima defesa são conceituados nos artigos 24 e 25 do mesmo código, mas apenas o estrito cumprimento do dever legal e o exercício regular do direito são considerados como sendo caudas de excludentes de ilicitude ou de antijuridicidade.
1.3.3 Culpabilidade
Culpabilidade é o juízo de reprovação social e tem como sua principal função a de anteceder a aplicação da pena. 
Para Fenando Capez, a culpabilidade consiste em:
A culpabilidade é a possibilidade de se considerar alguém culpado pela prática de uma infração penal. Por essa razão, costuma ser definida como juízo de censurabilidade e reprovação exercido sobre alguém que praticou um fato típico e ilícito. Não se trata de elemento do crime, mas pressuposto para imposição de pena, porque, sendo um juízo de valor sobre o autor de uma infração penal, não se concebe possa, ao mesmo tempo, estar dentro do crime, como seu elemento, e fora, como juízo externo de valor do agente. Para censurar quem cometeu um crime, a culpabilidade deve estar necessariamente fora dele. (CAPEZ, 2012, p.323).
A culpa esta diretamente ligada ao fundamento e ao limite do direito de punir do Estado democrático de direito,e esta ligada diretamente ao princípio expresso no artigo 71 do Código Penal ao qual estabelece que “a determinação da medida da pena, dentro dos limites definidos na lei, é feita em função da culpa do agente”. A culpabilidade é o juízo de censura jurídica do agente por ter cometido o ato ilícito e não ter agido conforme se deve, seguindo a legislação, pelo que se sabe para que haja a formulação desse juízo de valor o indivíduo precisa agir com consciência e liberdade para tomar a sua decisão, excluindo-se assim os inimputáveis, pois estes não conseguem realizar esse juízo de censura entre o que é certo e errado.
A culpa pode ser vista como um plano objetivo – quando atribuída a uma pessoa um ato ilícito pelo qual aquela é de forma objetiva responsável, ou subjetivo – a verificação dos pressupostos para que se possa imputar a pessoa em particular a responsabilidade do ato praticado. A culpa poderá ser por meio de dolo ou negligência. O dolo é verificado quando o resultado do fato ilícito é consciente e feita pela própria vontade do agente, e a negligência é quando o resultado do fato ilícito era de alguma forma previsível, mas não querido pelo agente. 
Assim, nos crimes causados por negligência a culpa encontra-se na falta de concentração ou na distração dever de cuidado que acabou gerando o resultado ao qual poderia ter sido evitado, mesmo tendo previsibilidade legal, não quer dizer que o agente quis a realização do fato ilícito causada pela ação. A negligência é quando a violação do dever de certo cuidado que o agente estava obrigado a ter e não teve, acaba sendo considerada como a mais gravosa de ação. 
Para que exista culpabilidade, o agente deve ser imputável e consciente de sua ilicitude e de sua conduta. O dolo e a culpa são considerados como elementos subjetivos, sendo retirados da culpabilidade e transferidos para a tipicidade, nesta transferência são observados três elementos: a imputabilidade, consciência da ilicitude e a exigibilidade da conduta diversa. Sendo ausentes qualquer um destes elementos a culpabilidade será prejudicada.
Neste contexto Luiz Flávio Gomes conceitua:
As causas excludentes da culpabilidade denominam-se exculpantes ou dirimentes ou eximentes. Não se confundem com as causas justificantes (ou descriminantes ou excludentes da antijuridicidade: legítima defesa, estado de necessidade, etc.). São distintas, ademais das causas atipificantes (que excluem a tipicidade penal: adequação erro de tipo, princípio da insignificância, princípio da social etc.) assim como das caudas de exclusão da punibilidade (que excluem a punibilidade abstrata: escusas absolutórias, imunidade diplomática, desistência voluntária da tentativa, arrependimento eficaz etc.) (GOMES, 2007, p.01).
Ou seja, se na ação do agente que praticou o ato ilícito e este for constato não haver os requisitos da culpabilidade haverá então a excludente de culpabilidade do agente que acarretara no prejuízo da aplicação da pena. E para haver a aplicação da sansão penal é necessário que todos os requisitos constituintes do crime estejam completos. 
Assim é necessária a ocorrência da violação de um bem protegido pelo Estado, o agente que cometer essa violação devera apresentar uma conduta típica, antijurídica e culpável para que então se possa considera culpado pelo crime.
1.4 Imputabilidade E Inimputabilidade
Imputabilidade é a responsabilização para alguém que veio a cometer um crime. Porém, isso acontece às pessoas que tem o entendimento da ilicitude e das ações e também, as reais medidas de seu entendimento diante da determinação de sua vontade. Assim o imputável é o indivíduo que apresenta sanidade mental em relação aos atos que pratica e a sua vontade, tem a devida compreensão da dimensão da ilicitude e a licitude de sobre seus atos, dentro de uma norma social vigente a qual todos estão sujeitos a ela no caso da legislação. O indivíduo imputável tem a total noção da sua culpa e sobre a sua conduta. 
Quando existe algum tipo de agravo à saúde mental, os indivíduos poderão ser considerados como inimputáveis, se não tiverem certo discernimento sobre seus atos ou se não possuírem certo autocontrole, desta maneira poderão ser isentos de pena. Já a semi-imputabilidade é aqueles que possuem o discernimento ou o autocontrole, mas de forma reduzida ou prejudicada por alguma doença ou algum tipo de transtorno mental. A imputabilidade penal é um dos elementos principais da culpabilidade.
Cleber Masson (2015, p.12) “preceitua que a imputabilidade é a prática da conduta, pois ela deverá ser analisada no tempo da ação ou da omissão. Qualquer ação que seja posterior a prática da conduta não interfere, produzindo apenas efeitos processuais”.
Já o doutrinador Eugenio Zaffaroni preceitua:
A capacidade psíquica requerida para se imputar a um sujeito a reprovação do injusto é a necessária para que lhe tenha sido possível entender a natureza de injusto de sua ação, e que lhe tenha podido permitir adequar sua conduta de acordo com esta compreensão da antijuridicidade, (ZAFFARONI, 2006, p. 536).
A semi-imputabilidade o agente não apresenta uma ausência total do discernimento, porem apresenta um transtorno mental ou outra condição psicológica de forma reduzida ou ate mesmo prejudicada, desta maneira não excluindo sua responsabilização, mas podendo permitir uma redução de um ate dois terços da pena.
Por varias vezes a inimputabilidade estará relacionada com a presença de alguma doença mental o que provoca na hora da pratica do delito alguma alteração na vontade e na compreensão do agente, 
O Código Penal traz a inimputabilidade prevista em seu artigo 26 da seguinte forma: 
Art. 26 - É isento de pena o agente que, por doença mental ou desenvolvimento mental incompleto ou retardado, era, ao tempo da ação ou da omissão, inteiramente incapaz de entender o caráter ilícito do fato ou de determinar-se de acordo com esse entendimento. Redução de pena Parágrafo único - A pena será reduzida de um a dois terços, se o agente, em virtude de perturbação de saúde mental ou por desenvolvimento mental incompleto ou retardado não era inteiramente capaz de entender o caráter ilícito do fato ou de determinar-se de acordo com esse entendimento. (Código Penal Brasileiro, Decreto Lei nº 3.914/41).
O artigo 26 isenta de pena o agente que for considerado como doente psíquico, ou aquele que tem o desenvolvimento psíquico incompleto ou atrasado. Bastam que haja qualquer uma destas formas para garantir que o agente acusado seja isento da pena. E não havendo pena esta não poderá sofrer redução e nem modificação, em certos casos de crimes que foram praticados por doentes psíquicos é feita a verificação de sua insanidade, realizada através de uma perícia feita por um psiquiatra especializado, e levando assim o agente através de laudo do medico psiquiátrica a realizar o tratamento em local adequado.
Temos algumas hipóteses de inimputabilidade, sendo elas:
a) a menoridade penal: os menores de 18 anos são considerados inimputáveis. Sendo irrelevante a emancipação civil. 
b) emoção e paixão: não afastam a possibilidade de imputabilidade. O Código Penal  em seu artigo 28:
 Art. 28 - Não excluem a imputabilidade penal: 
I - a emoção ou a paixão; 
c) doença mental: Consideram-se inimputáveis aqueles que, por alguma doença mental ou desenvolvimento mental incompleto, não possuem, ao tempo da ação ou omissão, o discernimento necessário para entender o caráter ilícito da ação praticada. .
Se no caso o agente, em virtude de algum tipo de perturbação de saúde mental ou por um por algum desenvolvimento incompleto ou retardado não for inteiramente capaz de entender o caráter ilícito do fato a sua pena será reduzida, de 1/3 a 2/3, mas a imputabilidade ainda assim será mantida.
d) embriaguez:  Quanto à embriaguez, a imputabilidade só será afastada se houver a soma destes três requisitos: a) ser completa; b) ocorrer por caso fortuito ou força maior; c) retirar do agente, ao tempo da ação ou omissão, o total discernimento do caráter ilícito da conduta.
Se houver embriaguez de formavoluntária ou culposa, a imputabilidade não poderá ser afastada. A embriaguez voluntária acontece quando o agente tem a intenção de ficar embriagado, o que no caso não afasta a culpabilidade, ou seja, bastaria que o agente ficasse bêbado antes da prática de delito para que assim o mantivesse impune. A embriaguez culposa ocorre quando o agente quer consumir certas substâncias que são capazes de causas a sua embriaguez, mas a sua intenção não seria a de ficar embriagado. Quando a embriaguez for preordenada, com o objetivo de encorajar o agente para praticar algum crime, a pena será agravada conforme artigo 61, II, l do Código Penal.
Art. 61 - São circunstâncias que sempre agravam a pena, quando não constituem ou qualificam o crime:
II - ter o agente cometido o crime:
l) em estado de embriaguez preordenada.
Explicar a ligação entre os textos
Conforme o artigo 28 § 2º, II do Código Penal: 
“A pena poderá ser reduzida de um a dois terços, se o agente, por embriaguez, proveniente de caso fortuito ou força maior, não possuía, ao tempo da ação ou da omissão, a plena capacidade de entender o caráter ilícito do fato ou de determinar-se de acordo com esse entendimento”.
 Ou seja, se o agente é considerado inteiramente incapaz na hora da ação por razão da embriaguez por caso fortuito ou força maior, a culpabilidade é afastada. Mas, se a capacidade for apenas reduzida a pena deve ser reduzida de 1/3 a 2/3, e a imputabilidade será mantida.
1.5 Medida de Segurança
A medida de segurança é uma forma de sanção penal aplicada ao sujeito considerado inimputável, ou seja o que é acometido de doença metal (ou o desenvolvimento mental incompleto ou retardado), com base no grau de sua periculosidade. A medida de Segurança tem como finalidade a reintegração social do individuo que é considerado como sendo perigoso para si e para a sociedade em que ele vive. O código penal de 1940 foi o que instituiu e sistematizou a aplicação da medida de segurança, neste período era aplicado o sistema duplo binário, ou seja, a pena era aplicada juntamente com a medida de segurança, ou seja, o individuo poderia receber a sua pena, podendo ser restritiva de direitos ou privativas de liberdade e também a medida de segurança.
Com o decreto lei de 1969 foi onde passou a se classificar as medidas de segurança em detentivas e não detentivas, acrescentando ainda a interdição profissional e a cassação da direção de veículos. Entretanto o marco mais importante foi à adoção do sistema vicariante, proibindo-se a cumulação das sanções, ou seja, aplica-se a pena ou a medida de segurança e nunca as duas cumulativamente. Assim passou-se a se fazer uma analisa do caso em concreto, caso fosse comprovada a imputabilidade do agente aplicaria-ase a pena como forma de sanção, mas se fosse considerado como absolutamente inimputável, seria aplicada a medida de segurança ao agente, mas ainda se considerado o agente como semi-imputavel caberia ao juiz optar entra a aplicação da pena ou da medida de segurança. Portanto a medida de segurança encontra um embasamento na periculosidade do agente juntamente com a inimputabilidade.
A lei penal brasileira estabelece em seu artigo 26, caput, do Código Penal a definição de inimputabilidade:
Art. 26: É isento de pena o agente que, por doença mental ou desenvolvimento mental incompleto ou retardado, era ao tempo da ação ou omissão, inteiramente incapaz de entender o caráter ilícito do fato ou de determinar-se conforme esse entendimento.
Já no parágrafo único do mesmo artigo temos a definição da semi-imputabilidade:
Parágrafo único. A pena pode ser reduzida de 01 (um) a 2/3 (dois terços), se o agente, em virtude de perturbação de saúde mental ou por desenvolvimento mental incompleto ou retardado não era inteiramente capaz de entender o caráter ilícito do fato ou de determinar-se de acordo com esse entendimento.
Ou seja, existem duas espécies de medida de segurança podendo ser a detentiva ou a privativa de liberdade. A detentiva que seria a internação em hospital e a restritiva que seria o tratamento ambulatorial. Já o artigo 96 do Código Penal e definem quais são os tipos de medida de segurança que podem ser aplicadas aos agentes.
Art. 96 – As medidas de segurança são:
I – internação em hospital de custódia e tratamento psiquiátrico ou, à falta, em outro estabelecimento adequado;
II – sujeição a tratamento ambulatorial.
Parágrafo único – extinta a punibilidade, não se impõe medida de segurança nem subsiste a eu tenha sido imposta.
Quando se constata a inimputabilidade do agente na pratica do delito este não recebe a pena como os outros indivíduos normais, mas sim a medida de segurança que poderá ser internação em hospital de custodia e tratamento ou o tratamento ambulatorial psiquiátrico, conforme demonstra o artigo 97 do Código Penal:
“Art. 97 - Se o agente for inimputável, o juiz determinará sua internação (art. 26). Se, todavia, o fato previsto como crime for punível com detenção, poderá o juiz submetê-lo a tratamento ambulatorial”. 
Comentar esse art.
Já ao se referir quanto ao prazo da aplicação da medida de segurança está será:
§ 1º - A internação, ou tratamento ambulatorial, será por tempo indeterminado, perdurando enquanto não for averiguada, mediante perícia médica, a cessação de periculosidade. O prazo mínimo deverá ser de 01 (um) a 03 (três) anos.
A perícia médica:
§ 2º - A perícia médica realizar-se-á ao termo do prazo mínimo fixado e deverá ser repetida de ano em ano, ou a qualquer tempo, se o determinar o juiz da execução. 
A desinternação ou liberação condicional:
§ 3º - A desinternação, ou a liberação, será sempre condicional devendo ser restabelecida a situação anterior se o agente, antes do decurso de 01 (um) ano, pratica fato indicativo de persistência de sua periculosidade.
§ 4º - Em qualquer fase do tratamento ambulatorial, poderá o juiz determinar a internação do agente, se essa providência for necessária para fins curativos.
A respeito da substituição da pena por medida de segurança para o semi-imputável só será aplicada se for necessário para o individuo um tratamento especial, e a sua pena também poderá ser substituída por medida de segurança conforme o artigo 98 do CP.
Art. 98 - Na hipótese do parágrafo único do art. 26 deste Código e necessitando o condenado de especial tratamento curativo, a pena privativa de liberdade pode ser substituída pela internação, ou tratamento ambulatorial, pelo prazo mínimo de 01 (um) a 03 (três) anos, nos termos do artigo anterior e respectivos §§ 1º a 4º.
Assim pode-se dizer que a medida de segurança tem apenas o caráter de prevenção especial do agente, ou seja, o seu tratamento e não o de prevenção em geral que seria punição para a intimidação dele e dos outros para que não venham mais a delinquir, como é o caso da pena em especifico. A medida de segurança tem o prazo mínimo de 01 a 03 anos e condicionada à cessação da periculosidade do agente para o termino de sua aplicação. Apesar de a internação ter um prazo indeterminado para a sua aplicação. Por conta de não haver um prazo certo de aplicação alguns doutrinadores acabam considerando a medida de segurança como inconstitucional, por conta disto o STF se manifestou a respeito disto:
O Supremo Tribunal Federal firmou o entendimento de que a medida de segurança tem natureza punitiva, razão pela qual a ela se aplicam o instituto da prescrição e o tempo máximo de duração de 30 anos, esse último decorrente da vedação constitucional às penas perpétuas. Sustenta-se, na espécie, com base no disposto nos artigos 75 do CP e 183 da LEP, estar a medida de segurança limitada à duração da pena imposta ao réu, e que, mesmo persistindo a doença mental e havendo necessidade de tratamento, após a declaração da extinção da punibilidade, este deve ocorrer em hospital psiquiátrico, cessada a custódia. (Informativo STF nº 369, 2004, on-line).
Após varias discussões sobre este tema o STF, e posicionou a respeito e vedou a duração indeterminada, assim o réu que for condenado à medida de segurança não poderá exceder o tempo máximo de 30anos, e sendo possível também a aplicação da prescrição conforme o caso. A discussão sobre a limitação temporal se iniciou com o julgamento de um habeas corpus onde se pretendia a extinção da medida de segurança que foi interposta a um paciente com doença mental que praticou o crime de homicídio e por conta disso foi lhe aplicado à medida de segurança em um hospital de custodia, e essa internação já tinha ultrapassado 30 anos, desta maneira a Turma do Superior Tribunal Federal estabeleceu um limite temporal para o prazo da aplicação da medida de segurança.
Outro ponto que fora abordado é que como forma de garantia constitucional nenhum individuo pode ser submetido à prisão perpetua, salva as questões previstas na Lei. Assim a medida de segurança seguindo a conformidade das penas privativas de liberdade e conforme estabelece o art. 183 da Lei de Execução Penal – LEP, onde delimita um período para a sua aplicação, pois esta ocorre em substituição da pena, e assim não podendo ser mais gravosa do que a própria pena.
2 A PSICOPATIA
O termo “psicopatia” é usado há muito tempo e já se tornou mundialmente conhecido, mas o seu nome técnico é transtorno de personalidade antissocial ou (TPA).
A psicopatia é considera como um tipo de comportamento social dos quais os sujeitos são pessoas desprovidas de sua consciência moral, ética e até humana. Além de ser considerada como umas das perturbações de personalidade mais estudadas na atualidade. Os estudos realizados nesta área têm como intuito de entender qual seria o impacto do comportamento das pessoas que são diagnosticadas com este transtorno afetariam a comunidade ao qual elas vivem, já que indivíduos com psicopatia apresentam um alto índice de reincidência criminal, Assim uma pessoa que possui esse transtorno é que vem a cometer delitos facilmente o praticaram mais do que apenas uma vez.
Ao se pensar em psicopatas logo nos vem à ideia de indivíduos que apresentam comportamento diferente do restante da população com certos traços específicos e atitudes características próprias, ou seja, o que ajudaria a reconhecer uma pessoa com esse transtorno de uma maneira mais fácil no meio do restante da sociedade, mas não é desta maneira, sabe-se que os indivíduos acometidos por este tipo de transtorno apresentam um comportamento antissocial, mas que é de pouquíssima percepção em relação às outras pessoas. 
Outro fator é discutido pelos estudiosos desta área é que na maioria das vezes os indivíduos com psicopatia podem a vir a praticar alguma espécie de delito, podendo ser desde um pequeno estelionato ate mesmo a um homicídio ou vários homicídios como em alguns casos, por esse motivo há uma busca para que haja de certa forma um controle social perante estes indivíduos com o restante da população.
2.1 Conceito
O termo psicopata formou-se no século XIX a partir da junção do termo alemão psychopatisch, e da palavra em grego psykhé, que significa “mente”, e mais a palavra pathos, que significa sofrimento, assim caracterizando então como um distúrbio mental.
O conceito de psicopatia sofreu várias alterações através das influências da atualidade e a evolução científica, em alguns casos as pessoas acometidas por este transtorno foram chamadas de loucas e em alguns casos de criminosos. Com a evolução dos anos surgiram diversas designações como perturbação de caráter, perturbação da personalidade antissocial, perturbação da personalidade dissocial e sociopatia.
Sabe-se que o conceito de psicopatia surgiu primeiramente com o trabalho realizado por Pinel em 1809, o qual trouxe o conceito de “mania sem delírio” para caracterizar os indivíduos que apresentavam comportamento atípicos e agressivos. 
Em 1835 surgiu o termo insanidade moral para fazer referência aos sujeitos ao qual a moral e os princípios de conduta possuíam características pervertidas. Já em 1888 um psiquiatra alemão Koch passou a utilizar o termo de inferioridade psicopática, ou seja caracterizada por uma anomalia de caráter devido os aspectos congénitos e aspectos da enfermidade psíquica.
Após a evolução dos estudos no século XX que houve um avanço considerado no estudo da psicopatia, através do desenvolvimento destes estudos é que houve a distinção de doenças mentais e a psicopatia, nesta época que passaram a considerar ser errado defini-la como uma simples doença mental, já que está este transtorno tem como bases traços psíquicos. Assim começaram a diferenciar os portadores desta perturbação os indivíduos que apresentavam características consideradas anormais perante o restante da sociedade. 
Em um estudo mais atual desenvolvido pelo médico psiquiatra Hervey Milton Cleckley onde este indicou alguns traços que seriam mais significativos para o perfil da psicopatia e o seu conceito, dentre eles estão o encanto superficial e boa inteligência; a Inexistência de alucinações ou de outras manifestações de pensamento irracional; Ausência de nervosismo ou de manifestações neuróticas; Ser um bom mentiroso e insincero; o Egocentrismo patológico e incapacidade para amar; uma certa Pobreza geral nas principais relações afetivas; uma Vida sexual impessoal, trivial e um pouco integrada; Ausência de sentimentos de culpa ou até mesmo de vergonha; Perda específica da intuição; a Incapacidade para seguir qualquer plano de vida; Ameaças de suicídio raramente seriam cumpridas; Raciocínio pobre e incapacidade para aprender com a experiência de vida; Comportamento considerado como fantasioso e pouco recomendável com ou sem ingestão de bebidas alcoólicas ou outras drogas; Incapacidade para responder as relações interpessoais; Exibição de comportamentos considerados como antissociais sem escrúpulos então aparentes.
Em nosso dicionário o termo psicopatia é um substantivo masculino e feminino para pessoas que sofrem de um distúrbio mental, que é definido por comportamento tidos como antissociais, pela falta da moral, arrependimento ou o remorso, sendo desta forma incapaz de criar laços afetivos ou até mesmo de sentir amor ao próximo. 
Sabe-se que a psicopatia é uma espécie de anormalidade congênita de personalidade, principalmente nas relações afetivas, volitiva e instintiva, podendo assim os indivíduos acometidos desse mal terem suas faculdades intelectuais normais iguais as outras pessoas da sociedade.
Ao longo da evolução dos estudos e do conhecimento o campo da psicopatologia que ainda é objeto de muitas controvérsias entre os estudiosos por sua multiplicidade em diferentes aspectos que envolvem esta espécie de distúrbio tanto no campo moral, social, criminal e vários outros.
Com o passar dos séculos, o conceito de psicopatia passou por muitos debates além de ser abordado por diversos autores importantes da área, com diferentes formas de tratar sobre o assunto, tornando assim este tema de difícil conceituação por apresentar diversos pontos de vista, desde o inicia do estudo da psiquiatria até os nossos dias de hoje, assim a psicopatia apresenta diversos fatores de sua causa que são relacionados diretamente a disfunção cerebral e distúrbios adquiridos por experiências afetivas.
2.2 A Evolução Histórica Da Psicopatia
Desde o início da sociedade o indivíduo tido como criminoso era visto com maus olhos perante o restante da sociedade , estudos foram feitos para compreender por meio de análises os motivos que levariam seres humanos a fazer o mal para outras pessoas e então descobrir se pode-se dizer que estas são mesmos diferentes das pessoas então consideradas como sendo normais.
Antigamente a sociedade tinha o entendimento de que um indivíduo considerado como psicopata era totalmente diferente do então psicopata dos dias de hoje, sabe-se que desde o início da civilização pessoas vistas como maldosas e cruéis cometiam crimes mesmas inseridas no meio da sociedade. Estudos realizados nestas épocas comprovaram que a psicopatia não tinha uma ligação com a medicina, mas sim estaria ligada diretamente às divindades cultuadas naquela época, ao sobrenatural e até mesmo com a magia negra. As pessoas que entravam em surto psicóticonesta época eram consideradas pelas outras demais da sociedade como possuída por demônios, ou seja, pelo grande fator da religião estar muito presente, acreditavam que um “ser” desconhecido havia entrado no corpo da pessoa em surto e assim causando-lhes esse distúrbio. 
Os romanos foram os primeiros a fazer uma classificação dos delinquentes de sua época da Roma antiga, eles dividiram os transtornos mentais em três estados: os considerados como possuídos, os demoníacos e os energúmenos. As pessoas acreditavam que somente os religiosos seriam capazes de curar os indivíduos nesta situação. Com o passar dos anos e o surgimentos de novos estudos e tecnologias, foram que os transtornos mentais passaram a ser vistos como doenças e não mais como casos de possessões demoníacas, desta forma os então doentes mentais adquiriram um certo interesse das pessoas através de seus comportamentos que eram observados pela medicina a fim de poder entendê-los melhor e defini-los posteriormente.
Com o surgimento da medicina legal, no século XIX, os indivíduos acometidos de problemas ou de doenças mentais eram logo considerados como sendo psicopatas, até que com os avanços dos estudos de médicos da época descobriram que muitos dos criminosos cruéis e perversos, não eram acometidos por nenhuma espécie de loucura, desta maneira que começaram a utilizar o termo “tradição clínica da psicopatia” que era baseada nos estudos de casos reais, entrevistas e na observação dos pacientes.
O médico psiquiatra Phillipe Pinel, considerado como o precursor da psiquiatria foi o primeiro médico a fazer a identificação de algumas perturbações mentais, também apresentou alguns estudos e pesquisas científicas específicas sobre os padrões comportamentais e afetivos dos denominados psicopatas da época, fazendo assim a associação ao conceito de mania sem delírio ao qual ele fazia a descrição dos pacientes com comportamento violentos podiam sim entender o caráter irracional das suas ações, porém não podendo ser considerados como delirantes. Somente nos anos seguintes é que sua pesquisa pode ser aprofundada, em 1940 houve um impulsionamento dos estudiosos e especialistas a respeito dos fatos alegados por Pinel.
Nesta mesma época o também médico psiquiatra Hervey Cleckley, apresentou seu estudo a respeito da psicopatia denominado como “The Mask of Sanity” A Máscara da Sanidade, onde delimitou 16 características da psicopatia já mencionadas no tópico acima, além do mais Hervey Cleckley esclareceu que essas características não eram necessariamente estar presentes todas cumulativamente para então se fazer o diagnóstico. Com tudo, o autor procurou dividir a psicopatia do campo da pura criminalidade e relacioná-la com estudos da personalidade e do comportamento humano, dando maior importância para aspectos específicos como, por exemplo, os aspectos interpessoais e os afetivos.
Após Hervey Cleckley iniciou-se outros meios de estudos a fim de definir novos níveis diferenciados de psicopatia, podendo então assim fazer uma junção com o já então conhecimento adquirido anteriormente e o novos estudos.
Seguindo os estudos e pesquisas desenvolvidos pelos médicos psiquiatras Pinel e Hervey foi que surgiram outros autores da nossa atualidade que também se interessaram neste temo e assim desenvolveram suas próprias teorias sobre o assunto e o que de certa forma contribuíram para a formulação do conceito de psicopatia que nos conhecemos nos dias de hoje.
Depois do desenvolvimentos deste estudos na área foi que passou-se a levar em conta o grau de periculosidade dos chamados de loucos e a propriamente dita loucura, desta forma abandonando assim a ideia de que as pessoas acometidas pela loucura estariam possuídas por demônios e espíritos malignos os quais seriam os responsáveis por suas atitudes, e neste sentindo criando a área que conhecemos como a psiquiatria. Foi através do surgimento da psiquiatria que a medicina passou a sofrer diversas críticas de estudiosos que seriam contrários a este pensamento que na época era tido como sendo revolucionário; Alguns desses críticos chegaram até a alegar que para os médicos todas as pessoas seriam consideradas como doentes de alguma forma e assim tornando impossível a análise mais precisa se essas pessoas estariam mesmo doente ou não. 
Depois do surgimento da psiquiatria na medicina foi que deu início a um novo processo classificatório dos níveis de anomalia das pessoas da época, onde cada indivíduo era analisado pelo seu grau de seu desequilíbrio ao qual podia variar entre o mais leve até o mais grave, e sendo este processo de classificação usado até os dias atuais para então vir a estabelecer o grau da psicopatia de cada pessoa e quais seriam as suas causas.
2.3 Quem são e como são os Psicopatas
As pessoas que apresentam o diagnostico do transtorno de personalidade antissocial, comumente chamado de psicopatia podem ser encontradas em qualquer local da sociedade, podendo ser tanto homens ou mulheres, brancos, negros, índios, ou qualquer outra nacionalidade, indiferente de sua religião, escolaridade ou sua classe social. 
Os psicopatas são considerados como sendo excelentes atores, tem um domínio sobre qualquer assunto, estima-se que haja cerca de 69 milhões de psicopatas no mundo o que daria cerca de 1% da população total mundial. A cadeia é considerada como um dos locais onde pode-se encontram a maioria dos psicopatas, estima-se que cerca de 20% da população carcerária são de psicopatas.
Podemos dizer que os psicopatas são seres humanos comuns como qualquer outro, apresentando apenas um comportamento social diferente dos demais, sendo eles desprovidos da consciência moral, ética e a empatia, ou seja, eles possuem atitudes consideradas inversas quando se trata em seguir regras da sociedade ao qual a população adota, assim um psicopata na maioria das vezes seria um indivíduo que facilmente quebraria as regras e costumes que para o restante da sociedade é visto como normais.
Neste sentido a autora Ana Beatriz Barbosa Silva menciona a respeito dos psicopatas:
Os psicopatas, em geral, são indivíduos frios, calculistas, inescrupulosos, dissimulados, mentirosos, sedutores e que visam apenas o próprio benefício. São incapazes de estabelecer vínculos afetivos ou de se colocarem no lugar de outro. São desprovidos de culpa ou remorso e, muitas vezes, revelam-se agressivos e violentos. Em maior ou menor nível de gravidade, e com formas diferentes de manifestar os seus atos transgressores, os psicopatas são verdadeiros predadores sociais, em cujas veias e artérias corre um sangue gélido. (Silva. 2014. p. 39)
A psicopatia pode apresentar níveis variados, alterando-se em estado leve, moderado e o grave, conforme fora mencionado pela autora Ana Beatriz; ressaltando que estes níveis são percebidos conforme a característica das atitudes apresentadas por cada indivíduo, ou seja, nem todos que sofrem com a psicopatia apresentam características iguais, assim cada indivíduo possui sua característica própria, demonstrando de certa forma que o mesmo sofra com o transtorno de psicopatia.
 Alguns indivíduos com nível de psicopatia mais leves tendem a vir praticar crimes também vistos como mais leves como, por exemplo, o crime contra o patrimônio ou estelionato, já os com níveis mais graves são os que na maioria das vezes se dedicam aos crimes contra as pessoas, ou seja, os assassinatos, estupros dentre outros crimes. Vale lembrar que um psicopata nem sempre será necessariamente um assassino, ou seja, ele age atrás daquilo que lhe dá prazer, podendo ser poder, dinheiro, status, e várias outras coisas, com a finalidade de satisfação do seu prazer pessoal.
A pessoa com psicopatia dispõe de uma espécie de deficiência sobre a compreensão dos sentimentos internos, o que a faz ter um senso comprometido em relação à sua realidade, desta maneira tornando-a uma pessoa incapaz de instituir certas relações de empatia com outras pessoas, assim, o psicopata não responde às manifestações de afeto e carinho igual à outra pessoa normal; Em contrapartida respondema estes sentimentos por meio de emoções de forma frias e calculadas, tudo planejado de forma precisa para alcançar seu objetivo e satisfazer seu prazer.
2.3.1 Características
A grande maioria dos psicopatas demonstram um tipo de personalidade que tem como principais características a falta do sentimento de culpa, remorso, preocupação e empática com as outras pessoas. Ou seja, apresentam uma forma de carência em suas emoções, passando assim a não se importarem com o sofrimento dos demais, além de serem superficialmente encantadores, manipuladores, egocêntricos e um senso de grandiosidade exagerada, podem também apresentar impulsividade, além de não planejarem um futuro para sua vida e gostam de assumir certos riscos, para lhe servirem como forma de prazer. Demonstram também um comportamento visto como antissocial, e um controle dos sentimentos menos desenvolvidos em comparação com o restante dos indivíduos. 
O médico psiquiatra Hervey Cleckley foi um dos primeiros pesquisadores que apontaram um tipo definitivo da psicopatia, através de estudos realizados na década de 40, o autor apresentou 16 características diferentes que definem e compõe o perfil clínico de um psicopata. São estas características:
a) Charme superficial e boa inteligência;
b) Ausência de delírios e outros sinais de pensamento irracional (por isso a psicopatia não deve ser considerada doença mental e sim um transtorno mental);
c) Ausência de nervosismo;
d) Não confiável ;
e) Falsidade e falta de sinceridade;
f) Ausência de remorso ou vergonha;
g) Comportamento antissocial inadequadamente motivado;
h) Julgamento deficitário e falha em aprender com a experiência 
i) Egocentrismo patológico e incapacidade de amar 
j) Deficiência geral nas reações afetivas principais
k) Perda específica de insight
l) Falta de resposta nas relações interpessoais gerais
m) Comportamento fantástico e desagradável com, e as vezes sem, bebida 
n) Suicídio raramente concretizado
o) Vida sexual e interpessoal trivial e deficitariamente integrada e 
p) Fracasso em seguir plano de vida
Essa lista foi utilizada por muito tempo como uma espécie de diagnostico antecipado para o individuo suspeito de ter o transtorno. Seguindo estes conceitos apresentados por Hervey Cleckley, um pesquisador da atualidade conhecido como Robert Hare criou uma espécie de medida da psicopatia, passando a ser mais utilizada e denominada como Psychopathy checklist ou PCL. Hare elencou 20 características que acreditava ser pertencente aos psicopatas, e estas apresentam uma pontuação especifica para cada uma das características presentes na lista.
Posteriormente estas características foram sendo aprimoradas pelo próprio Hare e sendo chamada de PCL-R ou Psychopathy checklist revised, passando então a ser o mais utilizado ate os dias de hoje para o diagnostico da psicopatia, este método foi revisado no ano de 1991 mas apenas no ano 2000 é que foi traduzida e então passou a ter validade aqui no Brasil. Fazem parte da lista do PCL-R:
Itens que se sobrepõem:
a) Lábia, charme superficial – Fator 1 
b) Senso grandioso de autoestima – Fator 1 
c) Mentira patológica – Fator 1
d) Ausência de remorso ou culpa – Fator 1
e) Afeto superficial – Fator 1
f) Crueldade, falta de empatia – Fator 1 
g) Falha em aceitar responsabilidade pelas próprias ações – Fator 1 
h) Comportamento sexual promiscuo – Fator 2
i) Falta de objetivos realistas de longo prazo – Fator 2
j) Impulsividade – Fator 2 
k) Irresponsabilidade – Fator 2
l) Versatilidade criminal – Fator 2
Itens que não se sobrepõe 
m) Ludibriador, manipulador – Fator 1
n) Necessidade de estimulação – Fator 2 
o) Estilo de vida parasita – Fator 2 
p) Controle deficiente do comportamento – fator 2 
q) Problemas comportamentais precoce – fator 2 
r) Muitas relações conjugais de curta relação – fator 2 
s) Revogação da liberdade condicional – fator 2 
t) Delinquência juvenil – fator 2
O PCL-R é uma lista com a junção de 20 características que devem receber um julgamento clinico de um especialista para que então possa pontuar cada uma das características. Este especialista avalia cada termo por meio de uma escala de até 3 pontos, variando do 0 ate o 3. O 0 significa a ausência de um sintoma, o 1 pode ser uma possível presença, o 2 é a presença sem haver duvida pelo examinador, já o 3 é a presença de fato do sintoma, ao marcar 30 pontos ou mais já se pode ser considerado como sendo uma pessoa com o transtorno de psicopata.
Além disto, as características do fator 1 são as caracterizadas com os fatores interpessoais e afetivos por apresentarem itens que são diretamente relacionados com o comportamento interpessoal e as expressões sociais de cada individuo. O fator 2 trata-se do estilo da vida social e antissocial seguindo os itens relacionados ao seu comportamento.
Vale fazer uma observação que os psicopatas têm pleno controle racional, não apresentam delírios, psicoses nem problemas com a razão, ao contrario como já mencionado são considerados como sendo ótimos manipuladores, articuladores para conseguir o que querem. Ou seja não são como os doentes mentais pois os psicopatas apresentam a plena e total consciência do que estão fazendo, eles também sabem se sobressair e dizem exatamente o que a outra pessoa quer ouvir, escondendo desta forma quais são suas reais ações e atitudes.
Utilizamos o termo psicopata na maioria das vezes para mencionar a um adulto, mas sabe-se que esta transtorno apresentam-se em crianças no decorrer da sua infância onde podem apresentar alguns dos sintomas como, por exemplo, a mentira compulsiva e a contrariedade as regras impostas a ela. Assim algumas crianças apresentam a tendência à psicopatia desde pequenas. 
Observando que a psicopatia também se apresentava na infância, Hare desenvolveu um método de diagnostico parecido com o PCL-R especifico para examinar as crianças, este método foi chamado de “the antissocial process screening device” ou APSD, o qual indica a presença de traços de insensibilidade e falta de emoções em crianças de 06 a 13 anos de idade, uma vez que crianças com tendência a psicopatia apresentam um perfil especifico com comportamentos parecidos com os dos adultos com psicopatia.
O diagnóstico da psicopatia só é realizado após os 18 anos através de um diagnóstico psiquiátrico feito por um medico. Até essa idade, os sinais que poderiam indicar um perfil psicopático é que serão analisados e posteriormente diagnosticados com psicopatia ou com o Transtorno de Conduta o que seria diferente do transtorno de psicopatia.
2.3.2 Tipos de psicopatia
Seguindo a logica dos estudos realizados por Hervey Cleckey, existem dois tipos de psicopatas: os psicopatas primários que são os que apresentam algum plano de vida, mas são incapazes de sentir emoção e podem ser capazes de esconder seus impulsos antissociais, e os psicopatas secundários que são os suscetíveis a vir oferecer risco a outras pessoas, são indivíduos com maior propensão a reagir em situações de estresse e de culpa, ou seja, estão propensos a sentir estresse como uma pessoa normal. Podem ser pessoas mais ousadas, aventureiras e consideradas como pouco convencionais, ou seja, são pessoas que criam suas próprias regras. Tal como os psicopatas primários quanto os secundários apresentam ainda uma secunda subdivisão, onde são subdivididos em descontrolados e carismáticos. 
Os psicopatas descontrolados são os que aborrecem ou ate mesmo podem enlouquecer com uma maior facilidade e também com uma maior frequência. Via de regra são homens com impulsos sexuais muito fortes, além de apresentarem certos desejos aumentados como o vicio em drogas, cleptomania, pedofilia ou outras condutas ilícitas e ilegais.
Já os psicopatas visto como carismáticos são os considerados como mentirosos, encantadores, manipuladores e atraentes, estes possuem uma capacidade extrema para a persuasão de outras pessoas com extrema facilidade, além de poderem abandonar tudo o que possuem com uma facilidade inclusive suas vidas e o que já construíram, passando desta forma a acreditarem em suas própriasinvenções com muita mais facilidade.
2.3.3 Níveis de Psicopatia
Os psicopatas de grau leve são a grande maioria podendo estar ao nosso lado no dia a dia e ainda assim passando despercebidos, podem ser nossos colegas da faculdade, o chefe do trabalho, ou ate mesmo nosso vizinho. São de diagnostico mais difícil do que os outros possuem uma vida muito parecida com as demais pessoas da sociedade e dificilmente virão a cometer algum homicídio.
São portadores de uma inteligência acima da media, mas como todo individuo portador desse transtorno são frios, excelentes mentirosos, charmosos e manipuladores, são indivíduos que dificilmente iram param na cadeia por cometer algum tipo de ato ilícito, mas no caso de serem presos podem vir a conseguir uma diminuição na pena por meio de seu comportamento que é considerado como exemplar perante o restante dos outros presos.
Mesmo apresentando o grau mais leve do distúrbio os indivíduos acometidos por ele apresentam os traços da psicopatia desde crianças, já apresentam um comportamento diferenciado tanto perante a família quanto aos coleguinhas na escola, além de já mentirem desde essa época. Os psicopatas de grau moderado a grave apresentam em sua maioria as mesmas características dos de grau leve, apesar disto são os considerados como mais vulneráveis a praticarem delitos mais graves e mais chocantes, por isso são em sua maioria envolvidos no meio carcerário.
Estes são indivíduos agressivos, mentirosos natos, sádicos, impulsivos, autores de golpes e assassinatos, assim para que possam ser visto como pessoas normais perante o restante da sociedade é que estes passam a esconder estas características e a manipularem as pessoas que vivem a sua volta. Na maioria dos casos estão sempre envolvidos com o uso de álcool, drogas e os de grau grave, são os que além de tudo sentem prazer em matar ou seja, seu prazer vem dos assassinatos que ele comete e principalmente do prazer sexual de ver o sofrimento da outra pessoa.
Segundo Eduardo Szklarz em um dos seus artigos, define:
Esses indivíduos não contêm por muito tempo seus impulsos sádicos e é comum o sentimento de tédio, a depressão, transtorno de ansiedade e o enjoo das coisas com mais facilidade, e é por isso que sempre procuram algo novo para fazerem, dificilmente completando o que começou. (SZKLARZ, 2009, p.13)
Ou seja, os psicopatas têm como uma das suas características principais o fato de que não conseguem dar uma sequencia em coisas ao qual iniciam, são pessoas que dificilmente mantem uma relação duradoura com outra, principalmente em se tratando de relacionamentos amorosos.
2.4 O Tratamento 
A psicopatia conforme já foi mencionado a cima, não é considerada como sendo uma doença, mas sim é um transtorno de personalidade. Ou seja, a psicopatia pode ser considerada como uma anormalidade mental e não como uma enfermidade, desta maneira na analise jurídica impediria que um psicopata que cometeu algum tipo de crime seja considerado inimputável, desta forma teria que cumprir a pena normalmente em caso de sua condenação.
Sabe-se que os tratamentos aplicados em psicopatas não apresentaram nenhuma melhora significativa para a redução da violência ou ate mesmo na criminalidade, ou seja, podendo ser considerado ineficaz a tentativa de cura para esse transtorno.
Nesta lógica:
Muitos psicopatas homicidas, quando presos, enganam médicos, psiquiatras, psicólogos e agentes penitenciários, fazendo que eles acreditem que ele se curou e sendo uma pessoa capaz de voltar a conviver com a sociedade. E quando essa errônea decisão é tomada surgem novas vitimas desse psicopata. Sendo pessoas que não aprendem com punições e não havendo cura para a psicopatia, esses indivíduos se tornam predadores irremediáveis para a sociedade, a prisão permanente desses inimigos parece ser a única defesa da comunidade. (MORANA, STONE E FILHO. 2006. P.04)
Estudiosos vendo que os tratamentos não estavam surtindo efeito passaram a aplicar determinados programas que ajudam o psicopata a se reestabelecer, apesar de surtir efeito este tratamento não deve ser indicado para os psicopatas já adultos, pois pode vir a agravar a situação ao invés de melhora-la, já que os psicopatas necessitam de uma supervisão mais rigorosa e se houver falhas estas podem produzir resultados imprevisíveis, pois os indivíduos acometidos pela psicopatia podem utilizar-se desse tratamento para aprender a manipular ainda mais os indivíduos que serão suas vitimas.
As medidas punitivas aplicadas a estes indivíduos também demonstraram muito pouco efeito, ainda mais sobre o aspecto da reincidência, considerando os resultados esperados como negativos. Segundos estudos realizados pela psiquiatra Gwen Adshead, em 2001 ao qual a mesma apresenta a possibilidade de terapia mais eficaz, por meio de uma avaliação que analisaria os fatores que indicam se a psicopatia poderia ou não ser tratada. 
O primeiro fator analisado pelo estudo é que deve ser avaliado a natureza e a gravidade da patologia, ou seja, qual o tipo da psicopatia que vai tratar, já que existem psicopatas violentos e agressivos, como também a os chamados de predadores sociais que são os que agem apenas para prejudicar as suas vitimas, há também os chamados de psicopatas sexuais, os depressivos e vários outros tipos. Ou seja, todos os tipos apresentam graus variáveis para então a realização de um tratamento especifico.
O segundo fator seria o grau do transtorno em outras esferas psicológicas, ou seja, no âmbito social do individuo, o impacto nos setores da sua vida. O quanto o transtorno afetou a vida do individuo e das pessoas que convivem com ele. Esse fator é uma espécie de avaliação do quanto o transtorno contaminou a vida social do individuo. 
Terceiro fator é a analise da saúde do individuo, como na maioria dos transtornos a psicopatia pode haver a possibilidade de haver outras disfunções associadas de origens psíquicas. Frequentemente a entre os psicopatas o uso de substancias entorpecentes ou ate mesmo terem distúrbios de humor o que explicaria a irritação facilmente de alguns indivíduos. Ou seja, a analise da saúde poderia indicar a possibilidade de haver índices de traumas que ocorreram na infância ou ate mesmo por tragédias pessoais.
Já o quarto fator é o momento da intervenção diagnostica e da terapia, avalia-se a condição atual do individuo e tem muito a ver com a realização de um diagnostico precoce. Mas como tudo há a dificuldade de identificação já que de maneira geral o psicopata na maioria das vezes só é descoberto após agir.
O quinto fator seria a experiência da equipe que vai fazer a terapia, já que muitas das vezes o tratamento para a psicopatia não está totalmente preparado para o caso, é comumente ate os próprios terapeutas a ideia de que os indivíduos com psicopatia são seres violentes e incuráveis, levando os indivíduos acometidos do grau mais leve do distúrbio a ter de certa forma prejuízo no tratamento já que passam a ser excluídos da terapia e que neste caso poderia evitar que o transtorno se agravasse para um grau ainda maior.
Já o sexto e ultimo fator seria a disponibilidade de unidades especializadas para realizar o atendimento destas pessoas em especiais, já que na maior parte do sistema de saúde não possuem unidades especificas de tratamento para esses indivíduos, uma vez que não poderiam receber o acompanhamento comumente com outras pessoas.
2.5 Psicopatia x Sociopatia
Ambos são transtorno de personalidade antissocial ou (TPAS), a sua principal diferença está no modo em qual se desenvolvem o transtorno. A psicopatia é considerada como sendo inata do individuo, sendo assim, o psicopata já nasce com essa característica, já a Sociopatia pode ser desenvolvida no decorrer da vida do individuo, podendo ser por meio da educação recebida, relações sociais ou ate mesmos traumas que aconteceram no desenvolver da vida.
Sabe-se que a psicopatia e a Sociopatia possuem diversas características relacionadas entre si, mas a sua origem pode demostrar a diferença entre estes

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