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INSTITUTO DE GEOGRAFIA DA UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO EDIFÍCIO DE GEOGRAFIA E HISTÓRIA CIDADE UNIVERSITÁRIA "ARMANDO DE SALLES OLIVEIRA" Caixa Postal n P 20.715 05508 - SÃO PAULO (Capital) UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO INSTITUTO DE GEOGRAFIA 14 BIOGEOGRANA São Paulo, 1978 POR UMA TEORIA DE CLASSIFICAÇÃO Dt GEOSSISTE- MAS DE VIDA TERRESTRE V. 8. SOCTCHAVA (Comunicação apresentada na Reunião do Setor de Problemas Físico-Geográficos Complexos — 9 de fevereiro de 1972). S U M A R I O l — Esferas geográficas e posição teórica na classificação de geossistemas. II — O princípio bi-lateral na classificação de geossistemas. III — O "Geoma" e sua integração nos "geômeros" das mais altas categorias. IV — Critérios .dinâmicos para uma classificação de geossistemas. V — O problema do zoneamento natural na classificação de geossistemas. VI — Sobre a elaboração de legendas cartográficas à base da classificação de geossistemas. VII— Limites e perspectivas. - ESFERAS GEOGRÁFICAS E POSIÇÃO TEÓRICA NA CLASSIFICAÇÃO DE GEOSSISTEMAS. Sistematizar o parcelamento do meio natural é um requisi- to indispensável à solução de muitos problemas geográficos, tais como a elaboração de cartas de paisagens ("landschaft") — entre elas os mapas panorâmicos do geossistema russo-asiático. O en- volvimento com esse tema, durante o ano passado, no Instituto de Geografia da Sibéria e do Extremo Oriente, motivou o autor a preparar a presente comunicação. Embora alguns estudos e pro- posições gerais sobre geossistemas tenham sido discutidos, a classificação dos mesmos foi considerada como capaz de suprir bases novas à elaboração de cartas panorâmicas, seja pela sua importância cartográfica, seja pela mais variada importância geográfica. Embora não sendo, pela sua amplitude, assunto novo, a classificação de geossistemas, quando colocada a nível de paisa- gem, configura-se como discussão de importância primordial. O mérito desses estudos, além da corrente desenvolvida por A.A. GRIGORIEV, também cabe a N.A. SVOZDETSKI, A. G. ISSATCHENKO, N. I. MlKLAlLOV, N.A. SOLNTEGEV e ou- tros. Todos esses autores, bem conhecidos em nossas fontes bi- bliográficas, aos quais se juntam geógrafos estrangeiros, nos seus diversos trabalhos, consideraram apenas este ou aquele aspecto do nosso centro de interesse. No presente artigo não tenciona- mos relatar o resumo dos seus trabalhos; restringimo-nos a mencionar apenas aqueles em que esquemas de classificação de paisagens estejam, de certo modo, fundamentados em prin- cípios básicos. -2- Já são passados mais de dez anos desde que se fez a propos- ta para estruturação de um mapa de paisagens na URSS (2,4). Não obstante, até agora, a teoria de classificação do meio natural, apresenta-se como um trabalho insuficiente. Se tivermos em mãos um mapa panorâmico, representando amplas extensões, subcontinentes, veríamos que a base para a elaboração de suas legendas, apoiando-se numa concepção global comum, abrangeria tudo. Assim sendo, a discussão dos princípios de classificação, impões-se como requisito necessário. Seguindo V. I. VERNADSKI (1) acreditamos que o am- biente geográfico ou o geossistema planetário divide-se en inúme- ros domínios; entre eles, aquele do "geócoro" assume uma posi- ção vital; as mais perfeitas das esferas: aquelas dos oceanos e mares e também da vida subárea (continental). Ainda que, sem dúvida, existam alguns princípios gerais, o enfoque para a classificação de geossistemas com limites em cada uma das esferas mencionadas é especial. A concepção geosférica de VERNADSKI apresenta-nos uma perspectiva e serve de base para uma importante generalização so- bre a grande quantidade e interpretação da geosfera. Esta ideia requer, necessariamente, uma elaboração posterior mais precisa; mas isso ultrapassa nossa atual tarefa. A classificação dos geos- sitemas com posição vital — o objetivo a que se consagra o pre- sente artigo — não pode ser construída sem sua teoria científica. Como tal mantém algumas situações fundamentais assumi rido em relação a ela um significado de axiomas em sua atual compreen- são (10). Enumeremos estas situações: 1 — O meio natural organiza-se em termos de hierarquias funcionais — os geossistemas. Em outras palavras, divi- de-se em partes (geossistemas de classes diversas e sub- -3- sistemas) entre as quais se estabelecem relações simul- tâneas. 2 — Leis correspondentes, outorgadas pelo geossistema atuam em restritas extensões limítrofes. Cada catego- ria de geossistema possui o seu espaço paramétrico. Fi- nalmente, diante da generalidade, dirige-se à três ordens dimensionais do .geossistema: planetária, regional, topológica (3, 5 e 6). 3 — Os geossistemas apresentam-se simultaneamente sob diferentes aspectos às raízes estruturais e às transfor- mações de estado, subordinadas a uma invariante. As modificações desta (junto com todos os elementos de sua estrutura) procede diante da evolução (conversão da não transformação) dos geossistemas. As diversas transformações no estado dos geossistemas face à invariante permanente, significam a sua dinâmica. 4 — Na caracterização do meio natural verifica-se a conver- gência de dois princípios; homogeneidade e diferencia- ção. No processo de desenvolvimento natural desse domínio funcionam, ao mesmo tempo os processos de homogeneidade e diferenciação. Todas as classes de geossistemas com estrutura homogénea chamam-se "geômeros", e os de estrutura diferenciada são chama- dos de "geócoros". 2 - O PRINCIPIO BILATERAL DE CLASSIFICAÇÃO DE GEOSSISTEMAS A elaboração de uma classificação de geossistemas requer a mais profunda formulação conceituai. A medida que nossos -4- conhecimentos foram se apronfundando, a propósito de "paisa- gem" evoluíram e submeteram-se ulteriormente a uma noção , mais precisa de "geossistema". Isto se refere, particularmente à noção de "homogéneo" e "diferenciado" do mesmo, como prin- cípios fundamentais à classificação em duas fileiras. Há dez anos a expressão "áreas homogéneas da natureza" já é utilizada por geógrafos especialmente na República Democrá- tica Alemã. Apesar disso o critério de homogeneidade do geossis- tema, não pode ainda ser considerado como medida fixada. A ideia sobre "geossistemas homogêneoas", na prática, pode bene- ficiar-se de uma certa analogia (relação) com aquela há muito tempo usada em termodinâmica bem como em relação à fitoce- nologia onde há muito se elabora a ideia sobre homogeneidade "florística" na composição das associações vegetais. A solução metodológica para a questão da homogeneidade torna-se mais propícia a partir de áreas homogéneas elementares (pode-se chamá-las "biogeocenoses"). Também se pode destacar (subtrair) do meio natural, alguns enclaves homogéneos, que ascedem à categoria do "fácies" na fileira dos geômeros. Na atualidade o problema de hornogeneidade dos geossiste- mas elementares pode equacionar-se até mesmo experimental- mente, por meio de estudos dos regimes naturais, da horizontabi- lidadee verticalidade da composição do geossistema, de métodos cartográficos à grande escala e de outras técnicas. Nós já desfru- tamos de alguns resultados nesse campo, encarando a homoge- neidade à base da observação, passando à descrição pormenori- zada da biogeocenose e elaborando modelos. A olho nu pode-se avaliar a biogeocenose pela composição (sinusial-parcelar) seja na relação ecológica potencial seja pelo seu ritmo natural. Tudo isso se corrige, suplementarmente com -5- pontos de vista mais objetivos e práticos que nós levamos em con- sideração, destacando na carta a área correspondente. Pode-se chegar a avaliar a homogeneização em diferentes graus de preci- são baseados em estudos experimentais e observações visuais. Isto deve ser considerado pelos geógrafos que devem fazer essa avaliação segundo suas possibilidades. De uma ou de outra; maneira (visual ou experimental) a área homogénea é o ponto de partida para a classificação do geossistema. As áreas homogéneas similares unem-se no fácies, ainda também segundo o princípio de homogeneidade.Daí para as generalizações, às classes superiores vão se superpondo (grupos e classes de fácies, geomas, etc.), até formarem em sua totalidade a classificação da fileira dos geômeros. A área homogénea elementar (geômero elementar ou bio- geocenose) exprime-se em pequenos espaços. Na prática, como sistema de trocas do material energético, somente pode funcionar em interacão com as áreas homogéneas contíguas, pertencentes a outra fácies. O menor número de parcelas de combinações terri- toriais de áreas elementares, assegurando o mínimo de condições para o seu funcionamento e a manutenção específica do carater (tonus) da geografia física, constitui o geócoro elementar ou área de "diferenciaçãp elementar". Unindo pequenas áreas "homogé- neas" a área de diferenciação elementar por sua vez, serve-se par- cialmente (integra-se como parte) do geócoro de grau superior imediato: um microgeócoro. Ainda em territórios pequenos e, junto com ele, em comunidades naturais singulares, estes se unem no mezzo e dai passam ao macrogeócoro até atingir na província a mais importante divisão territorial do meio natural. Adicionan- do-se todas essas parcelas atinge-se a classificação dessa fileira especial dos geossistemas, constituindo-se nos geócoros de varia- das dimensões. A divisão taxonômica exibe essa noção através de duas fileiras no Quadro l. -6- Tanto as duas fileiras (geômeros e geócoros) são indepen- dentes quanto, em pontos definidos, são interdependentes. Nos limites das dimensões planetárias o perfil dos tipos do meio natu- ral corresponde a zona f fsico-geográfica. As subclasses dos geô- meros não raro se comunciam com os limites das regiões f ísico- geográficas. Então, no que se refere aos geomas as propriedades de suas leis somente funcionam nos casos de limites de zonas; outras vezes em subzonas; por último, colocam-se as províncias ou grupos de províncias em sucessão vertical nas montanhas. Como via de regra as particularidades estruturais próprias dos fácies mantêm-se no nível do macrogeócoro. Não obstante, em todos os casos, não se queira ver união rígida, mas, não raro a conexão entre geócoro e geômero, num mesmo nível, se faz espontaneamente (Quadro I). Ademais, ainda que, na concentra- ção fundamental o fácies esteja nos limites de um macrogeócoro qualquer, e o geoma esteja em conformidade com os limites dos geócoros das classes superiores, habitualmente, em todos esses casos, não ocorre com absoluta correspondência. Áreas caracte- rísticas para todos os geômeros são como enclaves incorporados na região de supremacia de seus geômeros vizinhos. Por exemplo, no meio das taigas os geômeros e geomas, não raro, possuem enclaves propagados na subzona norte da taiga (Quadro I). 3 - O GEOMA E SUAS GENERALIZAÇÕES NOS GEÔME- ROS DAS CATEGORIAS SUPERIORES. O "Geoma", em nosso entender, é da categoria dos geô- meros, estando nos limites entre as divisões do meio natural regional e as dimensões topo lógicas. Isto, sobretudo, é impor- tante na divisão de ordem topológica; a estrutura que nós conhe- cemos pelos cuidadosos estudos e pela integração das áreas -7- homogéneas elementares, unindo-se com os fácies, em seguida com os grupos e classes fácies. A par disso todas as divisões da dimensão regional mostram a sua união com os geomas, seus subgrupo, grupos e subclasses. O geoma pode ser considerado como um requisito básico para uma divisão da fileira dos geô- meros. A questão sobre os princípios e métodos estabelecidos pe- los geomas é essencial. Começamos com aquilo que não tem completamente um significado único para os geomas, referindo-se a diferentes tipos do meio natural. Nenhum de nós pode ter em conta os geomas das taigas, tanto quanto eles predominam no mapa de paisagens russo-asiáticas. Os geomas mostram a generalização das classes das fácies, que se evidenciam no desenvolvimento do processo de investiga- ção. A par disto eles se separam dentro dos marcos do grupo e subgrupo dos geomas, que já lhes determina o ponto de vista geográfico-geral, entre estes a hidroclimática, a orográfica e outros. Os geomas destacam-se pelo sinal (indício) da ordem topológica, generalizando até ao nível regional. Diante da genera- lização do geoma, toma-se em consideração todas as especifici- dades estruturais das classes fácies, mas principalmente os seus componentes críticos estão na taiga: a mesoforma do relevo, a hidrotérmica, os solos e a vegetação. No Quadro II estão os dados explicativos de taigas, dos geômeros de ordem superior, às quais estão submetidos os geomas. Entende-se provavelmente, para cada subzona e província o estabelecimento de sua geomorfologia, hidroclimática e parâme- tros pedo-botânicos para delimitação dos geomas. Determina-se muito o estudo do território. Nenhuma classificação é absoluta; é necessário modificá-la, aperfeiçoá-la. Especialmente no que se refere à fixação de geomas e aos seus subordinados da dimensão -8- to pó lógica dos geomas, exigindo, para uma absorção no estudo da estrutura do geossistema, inúmeros métodos. Numa perspec- tiva imediata seria a confeção de seus modelos matemáticos para um mais completo conhecimento interconexo entre os compo- nentes do geossistema. 4 - CRITÉRIOS DINÂMICOS PARA UMA CLASSIFICAÇÃO DO GEOSSISTEMA. Sabe-se que qualquer geossistema, em cada parcela de tem- po, encontra-se em determinado estado de dinâmica. Isso acres- centa, ao conhecimento do domínio das paisagens, um mosaico multicolorido abrangendo todo o nosso ambiente natural; com- preendê-lo e ordená-lo, particularmente através de um enfoque unilateral é muito difícil. Somente é possível comparar os geos- sistemas um com o outro e classificá-los com um inventário pró- prio das suas transformações dinâmicas. Já se mencionou que um dos axiomas da teoria de classificação dos geossistemas se refere à dinâmica: às estruturas primitivas e às mudanças de estado, às funções de determinada invariante. Nós nos abstivemos dos fundamentos posteriores desta concepção, porque já o fizemos em outras publicações. (7.9). As estruturas primitivas radicais e as suas mudanças de esta- do e as modificações são chamadas agentes exteriores (primeira- mente se pode ter presente somente os geossistemas elementares), ligando-se com um único núcleo matriz. Elas formam na totali- dade uma grande quantidade, cuja ordenação somente é possível numa direção: classificar todas as mudanças de estado (incluindo até as transformações que tenham influência sobre o homem) até a ligação recíproca com o núcleo-matriz (fácies - radical). Por — 9 — outras palavras, com a fácies radical ligam-se as primeiras parcelas da raiz, as fácies obscuras (transicionais) e, também as diversas modificações produzidas pelas influências exteriores, devem ser consideradas como um certo objetivo dinâmico, que nós chama- mos de epifácies. Embora cada epifácie seja próprio da estrutura invariante, nós, entretanto, já propusemos um meio de sua expressão. Convém nutrir-se de ideias generalizadas sobre epifácies: organi- zando-as em colunas, no cume das quais se marcam diferentes estados dinâmicos de geossistemas, penetrando numa única epifácie enquanto as costas das colunas indicam uma relação recíproca entre os geômeros, formando a epifácie. Diante des- tas costas de colunas é possível indicar não apenas uma tendên- cia para a união, mas em certa medida, uma caracterização do sistema dinâmico, que é a epifácie. Publicou-se os modelos destas colunas (8), mas a questão permanece, em essência, sem elaboração. A utilização plena da teoria das colunas nos estudos sobre os geossistemas já está bastante adiantada. Entretanto, somen- te nos é acessível particularidades do diagnóstico do ambiente natural, através dos fundamentos dos estudos das estruturas primitivas (radicais) da fácies, que é ao mesmo tempo o núcleo matriz da epifácie. A classificação dos geossistemas deve revelar a tendência dinâmica do meio natural, sem o que ela não pode servir par- ticularmente às tarefas e responsabi l idades dos geógrafos atuais, que são o levantamento,a descoberta de possibilidades e a reve- lação do optimum natural em que vive a sociedade humana. Ao problema de classificação do geossistema â base de um inventário dinâmico, liga-se também a questão sobre a idade, ou mais precisamente, de sua existência, naquele corte do tempo. '*• durante o qual funciona a estrutura, própria deste geossistema, com sua correlação entre os componentes. A simples taxonomia dos geossistemas, há muito tempo, não tem mais sentido, particu- larmente quando precisa a idade de geossistemas isolados. O enfoque genético, os diferentes tratados paleogeográficos e suas reconstruções, contribuíram para a elaboração de uma clas- sificação dos fenómenos geográficos com o registro de seus desen- volvimentos. Não obstante, nos tempos atuais, não podemos nos restringir a isso. É necessário resolver as tarefas de classificação, tendo em mente não apenas o passado, no estudo do qual nós devemos muito ao êxito da paleogeografia, mas também a pers- pectiva futura da evolução do geossistema. Há quase vinte anos discute-se a questão sobre a idade poten- cial da vegetação (nas relações entre as formações e associações vegetais). O problema se coloca na aplicação para construção de legendas de cartas geobotânicas e no ensino (no lugar da vegeta- ção com estruturas violadas) das fitocenoses, que se formarão dentro dos próximos 100 — 200 anos. Esta questão deve ser colo- cada como de ampla atualidade, também para o geossistema. Dentro de 100 — 200 anos, os geossistemas espontâneos da vege- tação regional, poderão ainda, como -em nossos dias, correspon- der a uma estrutura existencial e, por conseguinte, nós podemos discutir somente sobre os limites de sua mudança territorial. O fácies é outra coisa, já que no seu desenvolvimento tem- poral é possível ocorrerem novas formações, particularmente com um inventário das escalas globais atuais e com a influência da so- ciedade humana na natureza. A utilização do critério dinâmico não se limita à esfera de colocação da fácies e da epifácies. Generaliza-se, a fácies, na divisão da classe posterior; nós devemos ter em mente a estru- -10- -11 - tura radical da fácies e simultaneamente, também, agrupando-se, em sua volta, mudanças de estado. Os grupos de epifácies organi-. zam-se totalmente, estando de acordo com as escalas de classifi- cação dos topogeômeros. O grupo epifácies apresenta-se como o mais completo polissistema dinâmico. Deve referir-se a uma pos- terior generalização do grupo fácies, na classe fácies e depois na dos geomas. As ideias sobre as classes de epifácies e dos epigeo- mas devem ainda ser elaboradas, mas atualmente não devem ser esquecidas (ideias) quando da construção de classificações. A classificação, ainda que representando na dinâmica aque- les limites principais do geossistema, e nem sempre de maneira suficientemente plena, caracteriza esta mudança de estado do geossistema, o que mostra um interesse especial por determinados objetivos. Deste ponto de vista, com excecão do científico co- mum, convém criar classificações especiais. Os seus princípios de construção devem ser diversos, mas, classificando-se uma a outra mudança no estado do geômero, sempre é necessário marcar as relações deste estado com o núcleo matriz do geossistema. 5- ZONEAMENTO NATURAL COMO PROBLEMA PARA UMA CLASSIFICAÇÃO DO GEOSSISTEMA. Ê necessário dizer que a classificação de geossistema, possui uma inclinação para sistematizar os geômeros e os geócoros. Se o zoneamento f ísico-geográfico for compreendido apenas como sistema de divisão territorial, com fundamento na descoberta das regiões naturais simultâneas (que se reconhece serem muitas), será necessário considerá-lo na qualidade de um dos aspectos de classificação do geossistema, com referência à colocação dos geó- coros e sua simultaneidade. -12- Na Geografia o confronto das ideias de "classificação" e "zoneamento" já possui uma certa história. A complexidade e a descendência do zoneamento, algumas vezes, nomeia a classifica- ção do território pelo conjunto dos sinais naturais ou por um dos componentes da paisagem (por exemplo, a vegetação ou a geo- morfologia). Discutindo a possibilidade de utilização em zonas distintas por métodos estatísticos, R. REYNOLDOS (11) chegou a uma conclusão: a de que os contornos das zonas são uma opera- ção classificatória. Todavia, no início do ano de 1950, enfatizou- se a importância de cartas topológicas da paisagem para a execu- ção do zoneamento f ísico-geográfíco. Assim esta concepção con- tinuou a. desenvolver-se e acabou por receber reconhecimento. O princípio de duas fileiras de classificação do geossistema intro- duz uma novidade na solução da questão sobre as correlações entre ambos estabelecidos pelas representações sobre a tipologia (classificações) das paisagens e zoneamento físíco-geográfico. Diante desta consideração enriqueceu-se os conhecimentos sobre zoneamentos f ísico-geográficos de todas as classes e ampliam-se as possibilidades de suas características funcionais e tratamento dinâmicos. O próprio zoneamento em si fica como uma importante tarefa para a geografia física, mas sua metodologia muda à luz do modo de pensar dos cientistas contemporâneos. Simultanea- mente renovam-se os procedimentos metodológicos do zonea- mento. Nós não podemos repetir o que dizem a esse respeito muitos de nossos autores, e mesmo autores estrangeiros, buscan- do novos caminhos para o zonemanto. Mas todos acentuamos que a solução lógica do princípio de zoneamento serve-se da teoria geral dos sistemas. Especialmente os princípios de zonea- mento "zonal e azonal" (9), jogando seu tempo um determinado papel na elaboração do esquema de zoneamento natural. Nos tempos atuais, somente pode-se utilizá-los como argumento ao sistema de análise. O princípio de duas fileiras de classificação do - 13- geossistema abre-se para estas possibilidades complementares. No Quadro l enumerou-se doze classes, subordinadas aos "geócoros". Este desenvolvimento e a lista complementar das jnidades taxonômicas estão em nossas proposições iniciais (15). Nós as consideramos como sistema hierárquico das diferentes classes taxonomicas. Ao princípio de classfficacão dos geócoros (zoneamento fisíco-geográfico) nós acreditamos ser possível chamá-lo estrutu- ra dinâmica. Cada geócoro (exceto o elementar) é um polissis- tema. Ele inclui algumas de suas subordinações ao "geócoro", e finalmente, por sua vez, combinamos, em conformidade com o princípio, a representação com um grande número de "geô- meros". Preliminarmente a rede de zoneamento (geócoros de dife- rentes classes), utiliza-se totalmente de um dos argumentos esta- belecidos pelos taxons dos "geômeros" (no primeiro momento os fácies e os geomas). Para uma caracterização precisa a noção dos limites comuns dos geócoros será dada por estudos mais permenorizados e em classificações posteriores. Este trabalho acompanha o geossistema cartográfico, a elaboração de colunas e de modelos numéricos. A classificação dos geômeros serve para a correção da clas- sificação da fileira do geócoro. Do zoneamento, conforme haja necessidade, nós retornamos novamente aos sistemas dos geôme- ros, tendo em mente, tanto a fácies e o geoma, como também a epifácies e o epigeoma, contendo com as raízes e as mudanças de estado da divisão do meio natural. Tal enfoque serve para a hie- rarquia do geossistema e também para a estrutura dinâmica. Não se recusa a concepção "zonal" e "azonal", antes, deve-se aceitá-la. -14- Os princípios de classificação dependem da dimensão do "geócoro". Segundo este ponto de vista coloca-se uma proposta de ordem teTminológica: reservar ao "zoneamento" somente o sentido de classificação do território regional em sua dimen- são planetária. A divisão do macrogeócoro na constituição de suas unidades territoriais é uma evidência da extensão do mosaico topogeócoro. O princípio de classificação do geócoro ocorre em todas as dimensões, mas na coleta topológica ela tem uma particularidade e se realiza com a aplicação de métodos particulares,baseando-se num fundamento de grandes escalas nas investigações naturais. Para uma maior precisão procedemos a alguns reparos, no que se refere a taxonomia dos "geócoros", assinaladas no Quadro III. Os grupos físicos-geográficos regionais e os subcontinentais são os megageócoros, destacamento essencial que permite com- pletar a classificação planetários. O cinturão zonal de diferencia- ção do "geócoro" leva em consideração a separação das regiões: para cada região ele deve possuir uma linha específica. As subzonas e diferentes províncias subordinam-se em várias regiões com as latitudes zonais. A região fisiográfica do Ob-lrti- chski pode servir como exemplo do caso onde as províncias se subordinam às subzonas. Na região do Amur-Kazalinski a sub- zona distingue-se dentro da província (6). Em conclusão, cita- mos o exemplo de classificação do geócoro planetário e da di- mensão regional. -15- 6- SO3RE A FORMAÇÃO DE LEGENDA NOS MAPAS DE PAISAGENS À BASE DE CLASSIFICAÇÃO DE GEOSSISTEMAS. Comumente se sabe o significado da classificação para a construção dos mapas de paisagens. Este é um problema espe- cial dentro de sua complexidade e amplitude, nós o discuti- mos apenas a propósito do emprego da carta síntese do tipo re- presentação da paisagem russo-asiática na escala de 12.500.000, sua estrutura e aplicação. E necessário admitir que a classifica- ção de paisagens, raramente pode ser utilizada, sem quaisquer modificações, na representação da legenda de uma carta. Na maioria dos casos a classificação se transforma em legenda. Como acertadamente fixou A. J. ISSATCHENKO (3), passar de classificação para a legenda é uma das operações inerentes à generalização cartográfica. Tomando como base o mapa de paisagem, na compreen- são corrente, valoriza-se a classificação dos geômeros, mas co- meça-se a levar em consideração a classificação dos geócoros, no mesmo território, em todas as etapas de elaboração do mapa. A divisão de legenda, que aparece na carta síntese da paisa- gem, como contorno de separação qualitativa é o epigeoma. No texto da legenda eles se generalizam em subgrupos, grupos e classes de epigeomas. A sua definição se dá no geoma radical (com seus grupos, subgrupos e classes) e na dependência das particularidades estruturais que elegem os sinais de tonalidade. Mencionamos que os mapas, em casos isolados, se exibem os contornos das classes de fácies ou até grupos de fácies, desde que a superfície onde elas predominem seja bastante grande. É necessário esclarecer ao usuário do mapa de paisagem que as estruturas primitivas (radicais), têm não somente um significa- do teórico (por enquanto contribui para a descoberta de muitas leis correspondentes ao meio natural), mas uml importante senti- do prático. As estruturas radicais particularmente completas rechaçaram o ecológico e frequentemente o recurso potencial do terreno. A comparação de uns com os outros abastece o usuário e o faz ver nos mapas as estruturas primitivas e com tal grau de gene- ralização, que diante delas, as principais leis correspondentes ao meio natural se evidenciam de forma particularmente clara. Nos mapas de mudança de estado, os reflexos daqueles em que se encontram em um dado momento, os quadros.de geossis- tema, apresentam um grande interesse que é não apenas utilitário, mas também importante, para classificar algumas questões teóri- cas. Quer se mostrar que com as mudanças de estado, pode ser percorrido um caminho com indícios adicionais no mapa funda- mental. Nos casos de fileiras é com o auxílio das cartas específi- cas particulares, as quais refletem estas mudanças de estado, e que apresentam um determinado interesse para nós. No que se refere ao primeiro caminho que nós devemos realizar na carta de paisagem russo-asiática, que consiste mostrar, sobre a base da tonalidade dos geomas primitivos, certas deriva- ções de estado. Isto se realiza com a ajuda de pequenos traços de separações com sinais gráficos ou outros sinais. Raciocinando bem, não é possível (nem necessário) mostrar todas as mudanças de estado dos geomas. É necessário selecioná-las, organizando as representações particularmente de interesse comum. Nas legen- das de mudança de estado, assinalam-se abaixo das mesmas, um número e também o radical do geoma com outra cifra, ou de algum outro modo, permite-se distinguir a estrutura primitiva de sua subordinação à mudança de estado. A questão técnica pode ser solucionada diferentemente, mas em todos os casos, tanto na mesma carta quanto na sua legenda à parte, deve ser sugerida a ligação da mudança de estado com o seu radical (a estrutura pri- mitiva). -17- Em cartas especiais demonstra-se, como no caso dosgeôme- ros, que as mudanças de estado podem ser realizadas diferente- mente na dependência dos tipos de mudanças que se deseja repre- sentar nos mapas (terras aradas no lugar de antigos geomas de tai- ga, grandes extensões de pradarias no passado percorridas pelos rios temporários com matas ciliares, e solos arenosos substituídos por pinheirais, etc.). A única condição obrigatória é cartografar as mudanças de estado dos geômeros, de tal modo que seja forneci- do o sinal do núcleo matriz do epiogema com o qual elas se rela- cionam. Isto, em todos os casos, deve ser refletido na legenda (memória da carta), mas com possibilidade de se mostrar também na mesma carta. Para atingir este objetivo pode ser utilizado tam- bém o uso de perfis. É necessário compreender que quanto maio- res possibilidades possui a humanidade por partes de optimização do meio natural, tanto mais nos interessamos em conhecer não apenas a atual mudança de estado do geossistema, mas também seu potencial. Em muitos casos, nos mapas síntese dos geômeros, pode es- tar a marca do limite do geocoro (províncias e classes isoladas mais altas). De tal maneira o mapa alcança uma bela fundamenta- ção de regionalização da natureza, mas ele não exclui a necessida- de de uma carta especial do geocoro. Não obstante, não é neces- sário, finalmente, organizar apenas na rede de fronteira regional, nas províncias, nos distritos e em outras classes regionais. No tom limite do geocoro o pensamento demonstrativo completo mostra- -se com os fatores principais que determinam a integração dos geômeros nos limites dados pelo geocoro. É conveniente mostrar nos tais mapas, por meio de cifras, a correlação entre os diversos componentes da. natureza; com os próprios dados do geocoro, também expressar o balanço da radiação, algum índice complexo de evaporação em relação ao total de precipitações atmosféricas, índices de produtividade biótica e outros mais. Atualmente para exibição de cartas que exibem universalida- des e sínteses dos geócoros, também se encontram modelos ainda carentes de aperfeiçoamento. A par disso, cresce, permanentemen- te, a atual idade da carta de geócoros do tipo especializado, sele- cionando elementos de informações naturais, da agricultura, das vias de transporte, outros tipos de carta, necessários para a solu- ção de problemas, procuram assinalar novas zonas com o registro do optimum de sua natureza. Em confronto com cartas dos geô- meros, cartas de tal família, asseguram uma substancial informa- ção de sentido prático. 18- 7 - LIMITAÇÕES E PERSPECTIVAS É necessário dizer que uma classificação de geômeros e de geócoros, em muitos casos, não pode servir para vários objetivos. Isto comumente se refere à classificação nas ciências, particular- mente no seu significado auxiliar. As classificações são criadas para determinados objetivos e cada um deles possui uma esfera restrita de aplicação. Não obstante, a simples proposta dessa limitação não fudamenta a negação da objetividade de classifi- cação de geossistema (especialmente a dos geócoros), preservan- do-se a teoria original de envolver um tão elevado número de zoneamentos, justificáveis apenas em vista do objetivo prag- mático. Entre as finalidades das fixações das principais classifi- cações dos geossistemas, nós consideramos a revelação de leis concernentes ao meio natural.Este objetivo é teórico, mas possuía há muito tempo uma aproximação de consequência prática. A classificação de geossistemas é uma das mais impor- tantes concepções da Geografia Física. Neste sentido nós não nos afastamos das noções metodológicas ocorrentes, segundo as quais a finalidade da classificação, para a descoberta das co- nexões interiores, é próprio das classificações do objeto. Parti- cularmente, é importante ter presente uma classificação dos geó- coros, ou do zonemaneto, enquanto se põe em dúvida a execu- ção de tais classificações em bases objetivas. A descoberta de ligações geográficas e a revelação de leis do meio natural é a determinação direta de uma proposição para uma classificação. O princípio de duas fileiras enfatiza essa tendência. -19- Pode-se considerar tais famílias de classificação como bási- cas, pois que se assegurando nela a informação, ela recebe tam- bém uma aplicação prática direta, para várias operações produti- vas. Mas, no fundamental, para um objeto prático, deve-se elabo- rar classificações especiais baseando-se, por um lado, na classifica- ção básica, e por outro, no ramo da produtividade normativa, nos interesses que ela cria. Estas classificações também se constróem em bases objetivas, mas com diferenças, segundo a sua determi- nação. As classificações, comg também muitas outras generaliza- ções científicas, não são absolutas. É necessário corrigi-las; basear-se em novas investigações dos objetos classificados, utili- zando-se de tudo aquilo que nos é oferecido como apetrechos teóricos e metodológicos, acompanhando o desenvolvimento geo- gráfico e da ciência atual, seja com respeito a uma classificação básica de geossistema, seja também a uma dada aplicação par- ticular. A esfera dos geócoros com vida terrrestre — concernente à nossa natureza — é muito complexa. Ela consiste num grande número de objetos diferentes e variados, próprios de suas nume- rosas e frequentes contradições nas transformações dinâmicas. Os requisitos iniciais para esta esfera são complexos, com inúme- ras manifestações caóticas. A essência de todo geossistema re- quer que nós o discutamos mais especificamente, junto com as diversas mudanças das estruturas primitivas, as imprecisas e não poucas separações entre uma e outra; há muito tempo que elas já mudaram de rumo e da influência espontânea do homem. Para que se possa compreender, em tais condições, o nosso inte- resse pelas leis do meio natural, é necessário compreender a for- mação fundamental da paisagem, abstrair, inicialmente, o princi- pal do secundário, separar a longa da curta experiência. Há mui- to tempo que este não é um caminho novo, este pensamento científico já possui um século. Ao evidenciar-se a lei fundamental do i meio natural, por meio da abstração básica do caótico, o grande papel pertence à classificação do geossistema, objetivo perseguido para o acrés- cimo de conhecimentos. Na atual etapa do desenvolvimento dos estudos sobre o sistema, tal classificação deve completar-se com um programa de investigações experimentais e utilizar, no curso de sua elaboração, da noção sobre invariante. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 1. V. I. VERNADSKI, A construção química da biosfera terrestre e seus arredores, Moscou, 1965. 2. N. A. GVOZDIETSKI, livro: Matéria - conferências em toda a URSS, Moscou, 1961. 3. A.G. ISSATCHENKO, Quadros físico-geográficos, 1961. 4. A.G. ISSATCHENKO (1962). 5. V.B. SOTCHAVA, Questões Geográficas, Leningrado, 1956. 6. V.B. SOTCHAVA, Zoneamento natural do extremo- Oriente, Irkutski, 1962. 7. V.B. SOTCHAVA, Geografia e Ecologia, Leningrado, 1.970. 8. V.B. SOTCHAVA, Topologia das Estepes - geossiste- ma, Leningrado, 1970. 9. V.l. PROCAIEV, Fundamentos Metodológicos para um zoneamento físico-geográfico, Leningrado, 1967. 10. Questões filosóficas atuais sobre a lógica formal, Mos- cou 1962. 11. R. REYNOLDS, Geographical Review, 46, 1956. -20- -21 ÍA QUADRO II MODELOS DE CLASSIFICAÇÃO DO GEÔMERO PLANETÁRIO E DA DIMENSÃO REGIONAL .EIRA DOS GÊÓCOROS {•ográfica l tf es f ísico-geográf iças t es o-geográficas Com zoneamento vertical Província "9) ' rol * (zonas) (zonas) i (grupos determinados) :ícadas CATEGORIA DO GEÔMERO Aspectos dos tipos do ambiente natural Tipo do ambiente natural Classe geoma Subclasse do geoma Grupo de geomas Subgrupo de geomas Geomas G E Ô M E R O Landschaft setentrional da região extratropical Taipa Planície Euroasiática Ob Irtichski Taiga de conífera escura de Ob Irtichski Geomas do meio das taigas de coníferas escuras de Ob Irtichski Montanha Euroasia'tica Baical - Dijudjurski Taiga de conífera de Baical Dijudjurski Geomas de montanha conífera de taigas com desenvolvimento jjwrticuiar mente favora'vel Classes fácies generalizam-se Á reas hom ogéneas ele (biogeocenose) 3 3 Tl v, O 8 O f C lasse fácies G eom a TO PO LÓGICO !*S Kl Ê? °" f & VI 2 q io* § o c I Cí S 3 2 o, . it f 1 8. 2 — 51 I 8. - 1 S ubgrupo dos geom as G rupo dos geom as S ubclasse dos geom as C lasse de geom as REGIONAL ã- o H3- õ" 1 | O <2 \| 1; \ 0 5'o 5' ir *' 5" W S. CP M t O5-. 3 Q N— o 3 l a 5i a v»* §' 1 5; — • 8 T ipos do m eio natura (tipos de iandshafts) P erspectiva dos tipos i (parspectiva do-* tipos = O I l * 1— S. PLANETÁRIO r S u b co n t in e n te s O Q.e regkles f í 8 2<o o>. 2; S M § ai. f F IL E IR A 1 1 O m O i § tf> tf) 0 O i 1 o > ? s Tl Fm 55 o V) o § G eom as tf) f i i v* G ru p o de geo< g w» S ubclasse do e 8 &) C lasse geom a a o a> O" 5' -t 1 f 3 Cs_ A specto s dos t am biente natu — tí t C A T E G O R I > 8 o mo m a O oom i O m O •n õ
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