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Dialogando com a Dialética

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Dialogando com a Dialética:
A primeira barreira que encontramos no ser humano é o ego, é muito difícil para os meros mortais humanos, ditos seres racionais, abandonar certos instintos primitivos, certos conceitos e principalmente o Orgulho. Há de nos lembrarmos de que em um passado não tão distante, poderia se matar pela honra.
Vemos que a inferioridade humana e irracional de muitos, nos leva ao retrocesso intelectual, ao atrofiamento cerebral ao ponto do indivíduo ser incapaz de se desculpar, de reconhecer seu próprio erro, de dizer com naturalidade “eu errei”, “eu não sei”, “por favor”, “obrigado”, “poderia me ensinar”, “me perdoe”. Não é vergonhoso o não saber, mas é pavoroso agir como se fosse uma biblioteca sem ao menos ter passado por uma. Dizer que tem formação acadêmica, sem ter frequentado a escola. Para o crescimento intelectual, humano e social se é necessário abrirmos mãos de muitas coisas desnecessárias assim como o ego e a vaidade, diga-se de passagem.
É neste ponto que todos deveriam entender e compreender o sentido da dialética, que pelo menos na teoria se demonstra bela e de fundamental importância para todos nós, como espécie coletiva que visa o crescimento do indivíduo ou pessoa humana. Mas para isso é preciso aceitar sua mutação eterna. É preciso ter maturidade para compreender e aceitar as variações de aceitação, ou seja, se hoje te aplaudem amanhã irão lhe vaiar, é preciso sair do obsoleto para aceitar outras ideias e opiniões alheias. Isso é que nos fará bem. Mas ao conflitar ou negar o erro, o banal e o errôneo debata, muitas serão as vezes que ira compreender que estava errado em considerar um discurso banal ou simplesmente apagará um pouco da banalidade. Basta que todos aprendam a debater, discutir o assunto, saber usufruir e se enriquecer com essa maravilhosa arte.
Agora você deve estar se perguntando o que seria essa dialética que quem está falando?
Dialética nada mais é, de que a arte do dialogo, a arte em debater um assunto. A dialética é um debate onde as ideias podem ser diferentes, onde o posicionamento é defendido e contradito logo depois. Para os gregos é a arte de separar os fatos, dividir as ideias para um debate com mais clareza.
Também é uma forma de filosofar, e este conceito foi debatido por décadas por filósofos como Sócrates, Platão, Aristóteles, Hegel, Marx, entre outros. A dialética é o poder da argumentação, mas infelizmente pode ser utilizado de forma pejorativa, assim como, por exemplo, o uso exagerado de sutilezas.
Podemos classificar três pilares da dialética que são:
Tese, antítese e síntese.
Tese:
Eu digo para você que Èsù é o guardião do universo, pois li em um artigo que o confirma como tal.
Antítese:
Você me diz que não concorda, pois leu em uma revista, diferente do que li no livro, onde diz que Èsù era o porteiro do céu.
Síntese:
Vendo as duas teorias, percebemos que Èsù é o guardião do universo assim como o porteiro do céu, assim unimos nossas opiniões em uma só.
Entre tanto a dialética é um eterno ciclo, nossa síntese é transformada em tese quando uma terceira pessoa apresenta a ela uma antítese. A antítese é a opinião de que Èsù atua em vários seguimentos do universo. Ao se concordar com esta pessoa formamos mais uma síntese, de que, Èsù é guardião do universo e também o porteiro do céu, podendo esta síntese virar novamente uma tese e assim sucessivamente.
Desculpem a forma grotesca para explicação, mas espero ter tido êxito enquanto ao entendimento sobre o assunto.
Este exemplo é a forma que deveria ocorrer todo e qualquer debate, dialogo ou discussão, mas nem sempre isso acontece, principalmente quando o ego, a vaidade assume o comando as sínteses de hoje podem se tornar frágeis teses de amanhã. As certezas de hoje acabam deixando a dialética de lado.
O mundo esta repleto de “donos da verdade”, e essas pessoas matam, intimidam e exterminam civilizações, credos, culturas apenas para impor sua opinião como verdade, eles estão atuantes, na política, nas igrejas, escolas e por toda parte. 
É dever de todos os seres civilizados em se promover um conceito de dialogo pacífico, mas o que vemos nas próprias discussões, podemos observar as imposições de opiniões. Faz parte da natureza humana ou talvez da cultura, isso não da pra se afirmar ao certo, mas esta presente, sempre presente, a necessidade em se ter razão, o medo de ferir o orgulho ou o ego ao ser contrariado; a vergonha estruturada em nossa estúpida preocupação de como somos vistos pelos outros ao perceberem nossas teses sendo derrubadas por antíteses de outras pessoas.
Ninguém é obrigado a acatar a opinião da outra pessoa, mas deveríamos, e isso é muito difícil, compreender em que nosso opositor se baseou para obter àquela opinião, assim, com certeza aprenderíamos muito mais, debateríamos de forma mias saudável, acrescendo sabedoria e compreensão a nós mesmos.
O contrario da dialética o que se é comum ver é a Erística, assim como já descrito à cima, a necessidade de ter razão. Os debates na maioria das vezes se tornam uma batalha, e é aí que entra o lado negativo da dialética que podemos explicar bem com a Erística.
A Erística é a técnica de debate onde não se busca um consenso ou o entendimento, mas simplesmente vencer a discussão. Mesmo sem ter razão. É a vitória a qualquer custo. Simples assim. Elaborada na Grécia antiga e bem definida no tratado de Schopenhauer intitulado A dialética Erística, essa técnica de debate se tornou um dos alicerces de nossa sociedade.
Tiranos, Charlatões, e até mesmo os grandes filósofos a utilizam para manipular as massas. Entendo a Erística como a energia nuclear da dialética, podendo ser usada para o bem ou para o mal.
Pensem nisso ao se depararem aos discursos fervorosos daqui pra frente.
Eu não pretendo neste artigo apresenta-lo como verdade absoluta, não meus caros e nobres irmãos na fé, muito pelo contrário, tenho a plena consciência de meus erros, pode se observar por alguns artigos que por ventura já tiveram a oportunidade de ler. Tem muitas coisas que eu não sei e tantas outras que eu julgava saber. E caso vocês me virem no erro, no infame ou em plena ignorância, poderiam, por favor, me ensinar? Pois estou tentando fazer a minha parte.
Ire gbogbo wa!
Fagboala Monteiro.

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