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Prática de Ensino em Arte II Material Teórico Responsável pelo Conteúdo: Profa. Ms. Solange dos Santos Utuari Ferrari Revisão Textual: Profa. Dra. Selma Aparecida Cesarin O Ensino de Arte e Questão da Inclusão Escolar • Introdução • Leis, Conquistas e Lutas • Vamos à Ação Educativa? • Leitura de Imagem Multissensorial • Oficina Multissensorial • Atelier de Arte • Oficina de Escultura • Oficina de Pintura • Oficina de Dança e Teatro • Para Pensar e Agir na Prática da Educação Inclusiva · Apresentar conceitos e fundamentos sobre o ensino de Arte voltado para o estudo da questão da inclusão escolar; · Conhecer as etapas de elaboração de projetos de trabalho didático com foco no ensino de Arte em realidades de inclusão escolar; · Apresentar exemplos de ações educativas em Escolas, Institui- ções e Museus no atendimento ao público com necessidades educativas especiais; · Analisar as problemáticas sobre exclusão e inclusão, integração e marginalização; · Discutir Arte, educação e formação de currículo com foco no direito à inclusão educacional e social; · Aprender a elaborar projetos de trabalho didático para a prática de ensino de Arte para públicos com necessidades educativas especiais. OBJETIVO DE APRENDIZADO O Ensino de Arte e Questão da Inclusão Escolar Orientações de estudo Para que o conteúdo desta Disciplina seja bem aproveitado e haja uma maior aplicabilidade na sua formação acadêmica e atuação profissional, siga algumas recomendações básicas: Assim: Organize seus estudos de maneira que passem a fazer parte da sua rotina. Por exemplo, você poderá determinar um dia e horário fixos como o seu “momento do estudo”. Procure se alimentar e se hidratar quando for estudar, lembre-se de que uma alimentação saudável pode proporcionar melhor aproveitamento do estudo. No material de cada Unidade, há leituras indicadas. Entre elas: artigos científicos, livros, vídeos e sites para aprofundar os conhecimentos adquiridos ao longo da Unidade. Além disso, você também encontrará sugestões de conteúdo extra no item Material Complementar, que ampliarão sua interpretação e auxiliarão no pleno entendimento dos temas abordados. Após o contato com o conteúdo proposto, participe dos debates mediados em fóruns de discussão, pois irão auxiliar a verificar o quanto você absorveu de conhecimento, além de propiciar o contato com seus colegas e tutores, o que se apresenta como rico espaço de troca de ideias e aprendizagem. Organize seus estudos de maneira que passem a fazer parte Mantenha o foco! Evite se distrair com as redes sociais. Mantenha o foco! Evite se distrair com as redes sociais. Determine um horário fixo para estudar. Aproveite as indicações de Material Complementar. Procure se alimentar e se hidratar quando for estudar, lembre-se de que uma Não se esqueça de se alimentar e se manter hidratado. Aproveite as Conserve seu material e local de estudos sempre organizados. Procure manter contato com seus colegas e tutores para trocar ideias! Isso amplia a aprendizagem. Seja original! Nunca plagie trabalhos. UNIDADE O Ensino de Arte e Questão da Inclusão Escolar Contextualização Desde 1996, a questão da educação inclusiva vem sendo discutida de modo mais amplo pela sociedade. Existem muitas propostas para a educação inclusiva, no entanto, há problemas na infraestrutura da Escola, na formação de educadores, na orientação das fam, que comprometem diretos e qualidade de trabalho, entre outras problemáticas. Os professores, de modo geral, precisam se preparar bem para criar propostas e projetos que atendam às necessidades dos alunos portadores de deficiência, dificuldades de aprendizagem e situações sociais de risco, pois esse profissional poderá vir a trabalhar em diferentes realidades e instituições, além de lidar com muitas singularidades, haja vista que os alunos podem apresentar muitas questões, tais como: deficiência visual, auditiva, motora e cognitiva, entre outras situações, além das questões sociais, que também são excludentes. O ensino de Arte pode ser um espaço para a construção do conhecimento sobre acervos culturais e artísticos, como também pode se constituir em momentos de expressão em linguagens da Arte e desencadeador de processos de criação. Sugerimos que você leia a reportagem: BIBIANO, Bianca. A classe vira ateliê: diversidade de materiais e reorganização da sala ajudam a levar para a turma o mesmo espaço de criação dos artistas. Revista Nova Escola, abr. 2009. Disponível em: https://goo.gl/qdGt2l. Acesso em: 10 out. 2016. E para ampliar seus saberes sobre a educação inclusiva, indicamos, ainda, que você leia o texto da Declaração de Salamanca, disponível em: https://goo.gl/aJbxeD. Acesso em: 10 out. 2016. Ex pl or Sugerimos, também, que você assista ao filme Somos Todos Diferentes/Como Estrelas Na Terra. Título Original Taare Zameen Par. Direção: Aamir Khan / Amole Gupte. País de Origem: Índia. Ano lançamento: 2007. Duração: 165 minutos. Ex pl or E, por fim, leia o texto teórico e pesquise sobre ações educativas em Arte voltadas para a questão da inclusão escolar. 8 9 Introdução Figura 1 - Norman Rockwell. O problema que todos vivemos com. Ano 1964. Óleo sobre tela. Dimensões: 91 cm x 150 cm (36 pol x 58 pol) Fonte: Wikimedia Commons Eu tenho um sonho que minhas quatro pequenas crianças vão um dia viver em uma nação onde elas não serão julgadas pela cor da pele, mas pelo conteúdo de seu caráter. Eu tenho um sonho hoje! Eu Tenho Um Sonho – Discurso de Martin Luther King Jr. Fonte: https://goo.gl/fv6U6r Nesta unidade, a proposta é estudar sobre o ensino de Arte voltado para a questão da educação inclusiva. Vamos começar com uma reflexão: » Qual a sua visão sobre os temas: exclusão/inclusão e integração/ marginalização? Para compreender esses temas é preciso fazer um estudo sobre os contextos históricos e sociais dos últimos tempos. No decorrer do século XX, e ainda na atualidade, muitos movimentos políticos e sociais ergueram bandeiras para defender a construção de uma sociedade democrática e emancipadora, baseada no respeito aos direitos humanos. Porém, esses movimentos encontraram resistência por parte da sociedade, que ainda defende a segregação e a desigualdade, tanto social e cultural quanto educacional. Observe a imagem acima. A pintura, criada em 1964, com o titulo O problema que todos vivemos com, por Norman Rockwell (1894-1978), mostra uma criança afrodescente estadunidense; trata-se de Ruby Bridges(1954) que, em 1960, tinha apenas seis anos de idade. 9 UNIDADE O Ensino de Arte e Questão da Inclusão Escolar Era época da segregação racial nos Estados Unidos da América e a pequena Ruby teve de ir para escola escoltada por agentes do Governo para que não sofresse violência e tivesse seu direito garantido. Repare que existem marcas de objetos que são atirados em direção à menina por agressores, representados na obra por manchas e por palavras hostis escritas na parede. É como se os agressores estivessem no lugar do observador da obra. A pintura não mostra os rostos dos agentes, talvez para mostrar que a Lei é direito de todos, sem distinção. Não permitir o acesso de qualquer criança à escola, seja lá qual for a causa motivadora dessa segregação, é um ato de exclusão e marginalização. Segregação é um processo de afastamento em que pessoas ou grupos são proibidos de ter contato físico ou social com outras pessoas. Muitos fatores podem provocar a segregação, no entanto, a causa mais conhecida em várias partes do mundo é o preconceito, que discrimina os indivíduos em função de fatores étnicos raciais, sociais, culturais, políticos ou econômicos. Ex pl or Quando pensamos nas palavras exclusão/inclusão e integração/marginali- zação e seus significados, somos remetidos a inúmeras problemáticas e questões que, ao longo da História, marcaram a vida de muitas pessoas. A questão da educaçãoinclusiva não está ligada apenas a um grupo de pessoas; ela abrange um conceito muito mais amplo como, por exemplo, a preocupação com o preconceito por motivo de origem étnica racial, religiosa, gênero, cultural, social ou cognitiva, mobilidade ou habilidade no caso de pessoas portadoras de alguma deficiência. A palavra exclusão está associada a não permissão ou desqualificação do sujeito, ou seja, há pré-julgamento no qual se determina que uma pessoa ou grupo não tem o direito de estar ou de fazer parte de um processo, seja ele educacional, profissional, social ou outro qualquer. Nesses casos, acontece também a marginalização, ou seja, o indivíduo fica à margem de seus direitos. No caso da escola, existem muitas argumentações para tentar justificar tanto preconceito: “a criança não acompanha”, “não temos vagas, recursos ou preparo para atender”, “alunos com esses problemas podem atrapalhar o rendimento de outras crianças ou o desempenho de notas da Instituição Escolar”, e assim seguem muitas falas preconceituosos que mobilizam a marginalização de milhares de crianças e jovens, por muitos motivos. Embora exista Legislação para garantir o direito de uma criança ou jovem de ir à escola, como no caso da pequena Ruby, é preciso que se faça valer a Lei. 10 11 Leis, Conquistas e Lutas Figura 2 - O bailarino Marcos Abranches no solo “Corpo sobre Tela” (espetáculo de dança), inspirado na vida e obra do pintor irlandês Francis Bacon Fonte: funarte.gov.br Eu sou aquela mulher a quem o tempo muito ensinou. Ensinou a amar a vida e não desistir da luta, recomeçar na derrota, renunciar a palavras e pensamentos negativos. Acreditar nos valores humanos e ser otimista. Creio na força imanente que vai gerando a família humana, numa corrente luminosa de fraternidade universal. Creio na solidariedade humana, na superação dos erros e angústias do presente. Aprendi que mais vale lutar do que recolher tudo fácil. Antes acreditar do que duvidar. Poema Mulher de Cora Coralina Fonte: https://goo.gl/dya4vf 11 UNIDADE O Ensino de Arte e Questão da Inclusão Escolar Todo direito só é conquistado e legitimado com lutas e Leis. Algumas vezes, as lutas acontecem em mobilizações de grupos de pessoas unidas por uma causa ou ideal; por outras, por pessoas que são exemplos de luta. Na imagem, vemos o bailarino Marcos Abranches, no espetáculo de dança Corpo sobre Tela. Esse artista tem paralisia cerebral; ele sofreu complicações no parto e nasceu prematuro, o que ocasionou a sua condição. Marcos Abranches diz que a sua deficiência não o atrapalha em seguir vivendo e fazendo Arte. Critica quem vê as pessoas com deficiência com olhar de dó ou preconceito. Esse artista quer ser um exemplo de luta pelo respeito à dignidade e direitos da pessoa com deficiência. No poema Mulher, de Cora Coralina, lemos a mensagem de esperança e perseverança na luta por uma sociedade melhor. E você, por quais causas luta? Quais as manifestações e lutas para garantir educação inclusiva que você conhece? Vamos fazer aqui um breve estudo sobre essas questões, mas como a Educação está sempre em transformação, será preciso estar atento(a) aos debates da atualidade. No passar dos anos, muitas conquistas foram realizadas. Em 1988, garantiu-se, na Constituição da República, que todo cidadão brasileiro tem direito a se desenvolver livre de qualquer preconceito, seja em função de sua origem, etnia racial, gênero sexual, idade, religião ou quaisquer outras formas de discriminação. Ficou garantido, também, que toda criança e jovem tem direito à escola e ao acesso às áreas de conhecimento, tais como o domínio de todas as linguagens (língua pátria, estrangeiras e artísticas) e ao desenvolvimento cientifico, humanístico e esportivo. No ano de 1989, foi implementada a Lei nº 7.853/89, que considera crime “recusar, suspender, adiar, cancelar ou extinguir a matrícula de um estudante por causa de sua deficiência, em qualquer curso ou nível de ensino, seja ele público ou privado”. Inclusive, as pessoas que cometerem tal infração serão processadas e presas, se for o caso. Já em 1990, ficou estabelecida a garantia de que toda criança ou jovem da Educação Básica tem direito à igualdade de condições para o ingresso e a permanência na Escola e que no caso de atendimento especializado a alunos com necessidades educativas especiais, esse atendimento educacional especializado deve ser na própria Escola, a fim de incluir todos no Sistema de Ensino Nacional. Esses direitos foram expressos no Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), aprovado pelo Congresso Nacional nesse mesmo ano e publicado na Lei Federal nº 8069. 12 13 Em 1994, a Organização das Nações Unidas (ONU) divulgou uma resolução que apresenta princípios políticos e educacionais para a educação especial em todo mundo. Embora não tenha efeito de Lei, essa resolução, que ficou conhecida como a Declaração de Salamanca, orienta os países a resolverem seus problemas internos em relação à educação inclusiva. O texto divulgado na Declaração de Salamanca traz em seu conteúdo encaminhamentos para criar políticas de inclusão em várias situações como, por exemplo, oferecer atendimento especializado para as crianças que foram impedidas de frequentar a Escola em função de serem exploradas no trabalho infantil, abuso sexual ou discriminação por serem pobres, por dificuldades de aprendizado ou pertencentes a grupos étnicos raciais. Leia um trecho da Declaração de Salamanca: » Toda criança tem direito fundamental à educação, e deve ser dada a ela a oportunidade de atingir e manter o nível adequado de aprendizagem; » Toda criança possui características, interesses, habilidades e necessidades de aprendizagem que são únicas; » Sistemas educacionais deveriam ser designados e programas educacionais deveriam ser implementados no sentido de se levar em conta a vasta diversidade de tais características e necessidades; » Aqueles com necessidades educacionais especiais devem ter acesso à escola regular, que deveria acomodá-los dentro de uma pedagogia centrada na criança, capaz de satisfazer a tais necessidades; » Escolas regulares que possuam tal orientação inclusiva constituem os meios mais efi cazes de combater atitudes discriminatórias, criando-se comunidades acolhedoras, construindo uma sociedade inclusiva e alcançando educação para todos; além disso, tais escolas proveem uma educação efetiva à maioria das crianças e aprimoram a efi ciência e, em última instância, o custo da efi cácia de todo o sistema educacional. A Declaração de Salamanca orienta que as crianças e jovens que têm defi ciências devem ter acesso à Escola em processo de inclusão escolar e de atendimento especial. Disponível em: https://goo.gl/1vu1CT. Acesso em: 10 out. 2016. Ex pl or O ano de 1996 foi muito importante para vários segmentos da Educação e, em especial, para a educação inclusiva. Nesse ano a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LBD) estabeleceu que o atendimento especializado pode ocorrer em classes ou em escolas especiais, quando não for possível oferecê-lo na escola comum, mas que toda criança ou jovem tem direito de se matricular na Escola de Educação Básica. Em 2000, mais conquistas foram implantas com as Leis nº10.048 e nº 10.098, que ofereceram a garantia do acesso livre e irrestrito a qualquer local público de pessoas com dificuldade de mobilidade ou outra qualquer. 13 UNIDADE O Ensino de Arte e Questão da Inclusão Escolar Nesse sentido, os edifícios devem ser adequados à acessibilidade e à mobilidade. Os meios de transporte também foram obrigados a ter condições de acesso e ficou estabelecido, ainda, que todos os meios de comunicação e redes de Informação Tecnológica têm de se preocupar em garantir acessibilidade a todos. Assim, você pode observar que em muitos prédios encontramos rampas ou elevadores adequados. Também há tradução em linguagem de sinais em alguns programas ou propagandas. Algumasembalagens trazem a linguagem em Braille e computadores e aparelhos celulares também têm funções para acessibilidades. Porém, ainda estamos longe de garantir o acesso a todos os portadores de deficiência do país. Encontramos edifícios e meios de transporte sem as devidas adaptações e o Sistema de Comunicação nem sempre tem preocupação efetiva com esse público. Outra importante conquista aconteceu em 2003, com a alteração da Lei de Diretrizes e Bases nº 9 394/96, que foi modificada pela Lei nº 10 639/03, que estabelece, em seu Art. 26-A que, nos estabelecimentos de Ensino Fundamental e Médio, oficiais e particulares, torna-se obrigatório o ensino sobre História e Cultura afro-brasileira. No § 1º dessa mesma Lei, ficou estabelecido, também, que o conteúdo programático a que se refere o caput desse artigo incluirá o estudo da História da África e dos africanos, a luta dos negros no Brasil, a cultura negra brasileira e o negro na formação da sociedade nacional, resgatando a contribuição do povo negro nas áreas social, econômica e política pertinentes à História do Brasil. Essa Lei também garante, em seu § 2º, que os conteúdos referentes à História e à Cultura afro-brasileira serão ministrados no âmbito de todo o currículo escolar, em especial nas áreas de Educação Artística e de Literatura e História brasileiras e no Art. 79-B. fica garantido no calendário escolar a inclusão do dia 20 de novembro como o “Dia Nacional da Consciência Negra”. Em 2008, a Lei nº 11 645 é sancionada e propõe a introdução no currículo da Escola dos diversos aspectos da História dos Povos Indígenas no Brasil, além do que a Lei nº 10 639/03 já garantia. No entanto, 2016 é um ano em que se discute a reforma em vários níveis da Educação, principalmente no Ensino Médio. Há muitas críticas em relação a essas mudanças que podem comprometer a educação inclusiva e os recursos para o desenvolvimento da Educação como um todo. É importante acompanhar os debates, mudanças e se posicionar. Como a Educação inclusiva ainda não está totalmente garantida em nossa sociedade, muita luta há pela frente. Investigue mais sobre as leis e os documentos que marcaram a história da educação inclusiva. Vimos que esses debates, questionamentos e conquistas aconteceram com maior intensidade a partir de 1988, apesar de ser uma luta muito mais antiga; no entanto, essas lutas sempre irão existir enquanto houver preconceito que leve à exclusão e marginalização de pessoas. 14 15 Educação Inclusiva e Atualidade Estude a história e não se esqueça de estar sempre atento(a) aos debates atuais. No site do Senado Federal, há um link em que os cidadãos podem dar sua opinião sobre os projetos que tramitam para aprovação e mudanças nas Leis do nosso país. Acesse o endereço disponível em: https://goo.gl/LYDdj4. Acesso em: 10 out. 2016. Ex pl or Vamos à Ação Educativa? O Tema Aqui é a Arte na Educação Inclusiva Figura 3 Fonte: iStock/Getty Images A cada finalização de debate teórico, oferecemos propostas para você am- pliar seu repertório cultural e didático, além de expandir sua reflexão sobre o tema estudado e relacionar teoria à prática docente. Os projetos aqui sugeridos seguem a metodologia de Projetos de Trabalho Didático, que sempre preve- em as seguintes proposições: » Fazer sondagens para perceber os interesses e necessidades dos alunos, além de compreender as diretrizes do trabalho e todo o processo de elaboração, gestão e avaliação de um projeto de ação educativa; » Pesquisar sobre procedimentos metodológicos e conceitos que serão fundamentais para o desenvolvimento do projeto; » Escolher linguagens artísticas e conceitos para serem trabalhados no projeto; 15 UNIDADE O Ensino de Arte e Questão da Inclusão Escolar » Organizar tempo, espaço e preparar os materiais necessários; » Estabelecer parcerias com os alunos e ser um gestor de projetos; » Estabelecer critérios e procedimentos para avaliar não apenas o desempenho dos alunos, mas todo o andamento do projeto. Vimos que a educação inclusiva pode estar associada a muitos contextos e realidades. Alunos com necessidades educacionais especiais podem precisar de distintas ações educativas, pois cada aluno apresenta uma história e situação como, por exemplo, crianças com deficiência visual, auditiva, cadeirantes ou cognitiva (que envolvem questões de aprendizagem). Para ampliar seus saberes didáticos, seguem ideias de oficinas e ações educativas para diferentes públicos. Leitura de Imagem Multissensorial Figura 4 - Programa PEDE – Programas Educativos Públicos Especiais Fonte: arcomodular.com.br A maneira de ver o mundo de uma pessoa cega é pela percepção tátil, auditiva, olfativa ou paladar. A multissensorialidade é um aspecto explorado cotidianamente pelos alunos que possuem essa deficiência. A palavra multissensorialidade se refere a situações em que usamos dois ou mais estímulos sensoriais. No ensino de Arte, podemos também descobrir muitas possibilidades de trabalho a partir da multissensorialidade. O método multissensorial de aprendizado de leitura de imagem já é usado por muitos museus e instituições culturais. 16 17 Figura 5 - Qualquer exemplo de imagem de Arte impressa com a tecnologia Tactography Fonte: wesmile.it Até fotografias podem ser apreciadas pelo tato. Uma experiência com leitura tátil de fotografias aconteceu em 2010, no Museu da Imagem e Som (MIS). Durante a exposição De Fotografia à Tactography, o público com deficiência visual pode apreciar as imagens tocando as fotografias com as mão, graças à tecnologia de Tactography. Essa tecnologia permite imprimir em alto-relevo as imagens fotografadas. Com um escâner especial capaz de mapear as proporções e a profundidade de uma imagem fotografada, é possível conseguir imagens impressas que podem ser apreciadas por todos pela visão ou, no caso das pessoas com deficiência visual, pelo tato. A fotografia é uma linguagem tão utilizada na Arte, meios de comunicação e cotidiano e também pode ser acessível para pessoas com deficiência visual. Na exposição que aconteceu no MIS, em 2010, o fotógrafo brasileiro Gabriel Bonfim, autor das fotografias que foram expostas, disse que preferiu produzir as imagens em relevo na cor branca. Essa atitude teve como intenção chamar a atenção das pessoas que não tem a deficiência e também proporcionar situação mais igualitária. Veja o que ele disse em entrevista na época: Eu aumento o nível de percepção com o relevo para quem é deficiente visual e pinto de branco para diminuir a percepção de quem enxerga. Com isso eu consigo duas coisas: primeiro, igualar todo mundo no mesmo patamar e, segundo, para perdermos essa ignorância de achar que o mundo deles [deficientes visuais] é totalmente escuro, que não conseguem fazer nada, que estão perdidos e que são apenas uma parte ‘deixada’ da sociedade. Gabriel Bonfim, em entrevista para o canal Youtube. Disponível em: https://goo.gl/74YKRH. Acesso em: 10 out. 2016). 17 UNIDADE O Ensino de Arte e Questão da Inclusão Escolar Figura 6 - Exposição em 3D permite sentir a imagem na ponta dos dedos Fonte: https://goo.gl/R49RbN Outra iniciativa e proposição de apreciação de imagens pelo toque tem acontecido em várias instituições no Brasil, a partir dos estudos e metodologias desenvolvidas pela professora Amanda Tojal, que vem pesquisando há alguns anos sobre a apreciação de obras de Arte por meio de vários estímulos e ambientes multissensoriais. Em sua pesquisa teórica, metodológica e museológica, Amanda Tojal propõem aos visitantes de museus a integração entre público, espaço e obra artística. Os estudos sobre as questões cognitivas, sensoriais e motoras voltadas para esse público com necessidades especiais também fazem parte de suas preocupações. Nas visitas e oficinas propostas em museus em que vem trabalhando ou prestando assessoria, Amanda Tojal desenvolveu, em parceria com vários profissionais, materiais adaptados emalto relevo, com texturas e, em alguns casos, com peças para montar, recursos auditivos e olfativos com gravações de sons e objetos com aromas. Em 1997, durante a exposição O toque revelador: retratos e autorretratos, crianças portadoras de deficiências visuais puderam participar de jogos de quebra cabeça, em que os cortes foram feitos a partir do traçado do artista. Também esta- vam disponíveis na sala de exposição materiais em alto relevo para serem tocados. 18 19 Figura 7 - Tropical. Data de Aquisição: 1929. Técnicas e Dimensões: óleo sobre tela, 77 X 102 Fonte: MALFATTI, Anita Outro projeto com a participação e pesquisa de Amanda Tojal vem acontecendo na Pinacoteca do Estado de São Paulo, com o título “Programa Educativo para Públicos Especiais (PEPE)”, que tem como propósito especial abrir espaço para a apreciação do acervo desse importante museu brasileiro a pessoas com necessidades especiais. O programa desenvolve propostas de acessibilidade para grupos de pessoas com deficiências sensoriais, físicas, intelectuais e transtornos mentais. Há mediação feito em Libras (Língua Brasileira de Sinais) e os visitantes podem tocar obras na linguagem da escultura da Galeria Tátil de Esculturas Brasileiras. Também foram desenvolvidos vários materiais em relevo e jogos para possibilitar experiências estéticas aos visitantes no encontro com o acervo desse museu. Na leitura da imagem Tropical, de autoria da artista brasileira Anita Malfatti (1889-1964), por exemplo, o público pode percorrer os traços da artista com o toque dos dedos em uma réplica em alto relevo, feita em placa de resina, e também sentir o aroma das frutas retratadas por meio de essências. 19 UNIDADE O Ensino de Arte e Questão da Inclusão Escolar Figura 8 - Bananal. Data de Aquisição: 1928. Técnicas e Dimensões: óleo sobre tela, 87 X 127 Fonte: SEGALL, Lasar Em exercícios de apreciação de imagem a partir da obra Mestiço, do artista Candido Portinari (1903-1962), os visitantes podem, além de também tocar uma réplica em placa de resina, participar de um jogo em que o público entra literalmente na pintura, por meio de um material preparado especialmente para essa experiência multissensorial. Nessas experiências, a linguagem do teatro também é trabalhada. Figura 9 Fonte: Wikimedia Commons 20 21 Na exposição sentir para ver, os visitantes, de modo geral (com deficiência ou não), podiam ver e tocar réplicas de obras de Arte do acervo da Pinacoteca do estado de São Paulo. Observe que há possibilidades de sentir os traços dos artistas e também perceber os relevos e texturas de uma paisagem, natureza morta ou retratos. Ofi cina Multissensorial A proposta é criar estímulos táteis, sonoros e olfativos a partir de imagens de obras de Arte: » Podemos começar por escolher uma obra de Arte; » Observe a imagem e veja qual potencial ela possui (tátil, sonoro, olfato ou todos); » Sobre uma imagem impressa, cole cordões e materiais com texturas; » Grave sons que possam ter relações com a imagem; » Recorte uma imagem de uma obra de Arte a partir dos traços do artista (contornos) e crie um quebra cabeça a partir deles. Use material em relevo para estimular a percepção de alunos com deficiência visual; » Escolha essências com aromas que possam estimular a percepção da imagem para que não tem o recurso, entre outras possibilidades; » A linguagem do teatro também pode ser trabalhada a partir do que a imagem de uma obra de Arte pode provocar. Amanda Tojal chama esse exercício de quadro vivo. Veja exemplo a seguir. 21 UNIDADE O Ensino de Arte e Questão da Inclusão Escolar Figura 10 Fonte: Wikimedia Commons Veja exemplos de obras multissensoriais em https://goo.gl/Y2aVGV Ex pl or Para saber mais sobre o trabalho de Amanda Tojal, sugerimos que você assista ao Documentário O toque revelador. Direção: Andréa Marques Barbosa. Projeto: O Museu e a Pessoa Deficiente. Coordenação: Amanda Tojal. Realização/Produção: Universidade de São Paulo e Museu de Arte Contemporânea, São Paulo. Ano de produção: 1997. Duração: 9’. Disponível em: https://goo.gl/6nFGIp Leia também o material em PDF disponível em: https://goo.gl/Cu98Ai Nesse documentário, Amanda Tojal relata que a base teórica desse projeto se alicerçou na Abordagem Triangular do ensino da Arte, preconizada por Ana Mae Barbosa, em que temos como foco de trabalho os três eixos: » Leitura e apreciação da Arte; » Fazer artístico; » Contextualização de conhecimentos estéticos, históricos e socioculturais. Ex pl or 22 23 Atelier de Arte Quando trabalhamos com portadores de necessidades especiais, é importante oferecer situações de aprendizagem multissensoriais e também condições para desenvolver a autonomia. Nesse sentido, é preciso adaptar o ambiente para acessibilidade, colocar o material a ser usado em local que o aluno possa pegar e depois guardar. Por exemplo, se as crianças são cadeirantes, o local de acesso aos materiais devem ser mais baixo, na altura adequada. No caso de haver crianças com deficiência visual no grupo de alunos, será importante colocar legendas em Braille. O professor pode pesquisar a tradução da palavra na Internet e depois fazer as marcar com uma agulha de costura sobre uma placa de papelão ou usar tinta de relevo para fazer as marcas sobre uma placa de papel. Também é importante pensar na mobilidade no espaço do atelier. O educador deve observar a distância entre uma mesa e outra, entre as cadeiras e os outros móveis etc., além de cuidar para que no espaço não haja materiais cortantes ou pontiagudos. Nesse espaço, é importante deixar vários materiais em relevo com texturas e que sejam estimulantes para questões multissensoriais, como sons e essências aromáticas, além de cores e variedades de formas. No caso de alunos com questões cognitivas ou com transtorno e dificuldades de aprendizagem, tais como autismo, dislexia ou deficiência mental, o melhor é deixar o ambiente com várias imagens de obras de Arte e bem colorido. Você pode separar os materiais por cores, como, por exemplo, o setor verde, pode ser aquele em que ficam os pincéis, o setor amarelo, no qual ficam as tintas, e assim por diante. O ideal é que o ambiente seja agradável e seguro e que os alunos se sintam motivados a criarem. Em um espaço seguro e motivador, o professor poderá desenvolver muitas oficinas. Ofi cina de Escultura Será importante apresentar imagens de obras de escultores para nutrir o repertório dos alunos; fale também sobre o fato de existirem diferentes maneiras e materiais para criar esculturas. A escultura é uma forma de representação e expressão tridimensional de um objeto em diversos materiais e são manifestações artísticas muito antigas; porém ainda muito utilizadas. Os escultores podem usar diferentes processos entre o ato de esculpir, modelar, construir, juntar. 23 UNIDADE O Ensino de Arte e Questão da Inclusão Escolar Esse tipo de oficina é bastante apropriado para trabalhar com alunos de diferentes necessidades. No entanto, no caso dos alunos com deficiência visual, o trabalho para estimular a percepção de materiais e objetos tridimensionais é fundamental. Algumas ações podem ser interessantes, como, por exemplo, oferecer aos alunos materiais como blocos de gesso e colheres para esculpir (nunca podemos usar materiais pontiagudos e nem cortantes). Argila ou massinha para modelar, objetos (embalagens de papel por exemplo e fitas adesivas) para construir e juntar e criar. A proposta em um projeto como esse é que o professor sempre pesquise e encontre o material adequado para sua turma de alunos e sua realidade. Oficina de Pintura Nesta oficina, podemos propor aos alunos que criem suas próprias tintas, como, por exemplo, a tinta aquarela caseira. A aquarela é um material transparente que oferece ótimo efeitos e leveza no traço. Por suas características, esse material é muito usado em processos de Arte terapia. A aquarela também pode ser interessantepara trabalhar com alunos com dificuldades de aprendizagem e questões cognitivas. Para criar essa tinta, podemos utilizar o seguinte processo: o professor pode orientar os alunos a colocarem em um copo de plástico descartável 1 colher de goma arábica (vendida em papelarias) e 5 gotas de anilina comestível (usada em bolos e doces), na cor de sua preferência. Basta misturar e está pronta sua tinta aquarela. Outra informação importante é dizer aos alunos para repetir esse procedimento com outras cores. Não há necessidade de fazer a cor branca: deixe sem pintar as partes do papel para representar as áreas mais claras. É importante também dizer aos alunos que essa tinta é solúvel em água. Assim, eles podem utilizar esse tipo de solvente (não tóxico), pois é possível diluir a tinta e conseguir várias nuances de cores entre tons claros e escuros. Os alunos podem fazer várias experiências para que percebam o material, como, por exemplo, colocar mais água para a tinta ficar clara ou acrescentar menos, para conseguir os tons mais escuros e intensos. As possibilidades de criar imagens com aquarela são infinitas e o que importa é que os alunos se expressem em suas poéticas pessoais. Vale lembrar que os professores precisam conhecer o público com o qual trabalham e as etapas do processo de criação dos alunos. 24 25 Ofi cina de Dança e Teatro O fato de os alunos não poderem andar ou se movimentar plenamente não significa que não possam se expressar com seus corpos na Artes Cênicas (dança e teatro). Vimos que o artista Marcos Abranches, mesmo com paralisia cerebral, não deixa de se expressar na Arte da Dança. Também observamos que o teatro pode ser usado na leitura de imagens no exercício de quadro vivo, proposta de Amanda Tojal. Assim, nesse tipo de atividade, é importante que o professor pesquise e crie situações de aprendizagem em que os alunos também possam se expressar corporalmente, mesmo com limitações motoras ou outras deficiências e demandas. Uma proposta é trabalhar com modelagem corporal. O professor pode propor aos alunos que façam dois grandes círculos, um interno e outro externo; que formem duplas, com cada um posicionado de frente para o outro. Os participantes do círculo interno serão as “estátuas” a serem “modeladas” e os do círculo externo serão os “mestres” e deverão “modelar” o corpo dos colegas. Um aluno ficará à disposição do outro, que irá modelá-lo. O “modelo” deverá mexer o corpo do outro aluno para que mova pernas, braços, cabeça, dedos, expressão facial... Depois que um foi a “escultura modelada” e o outro o “artista’’, o professor pode trocar as funções (quem fez o “artista” será agora a “escultura”). Outra ideia é trabalhar com o conceito de corpo tridimensional. Nesse caso, o professor pode solicitar aos alunos que dancem livremente ao som de uma música (dentro de suas possibilidades, mesmo no caso de cadeirantes, eles podem movimentar os braços, mãos, cabeça...). Nesse exercício, será fundamental que os alunos mexam o corpo fazendo diferentes movimentos. O professor pode propor que os alunos percebam e acompanhem o ritmo. Conversar sobre a questão de que o corpo é tridimensional, que possui largura, altura e profundidade e que tem potencial para expressar gestos e poses, além da questão que esse corpo ocupa um espaço é importante para que os alunos percebam as possibilidades de expressão do seu próprio corpo e que também superem tabus e preconceitos por parte de todos os alunos envolvidos nesse tipo de dinâmica. Para Pensar e Agir na Prática da Educação Inclusiva É importante que o professor converse antes com os alunos e perceba as possibilidades e dificuldades dessas propostas e esteja sempre aberto a adaptar qualquer exercício diante de suas realidades de trabalho. 25 UNIDADE O Ensino de Arte e Questão da Inclusão Escolar O fazer artístico é fundamental para trabalhar com a educação inclusiva. Esse trabalho vem crescendo no Brasil e pede cada vez mais profissionais preparados para lidar com diferentes realidades, tais como a educação especial, a integração de alunos em liberdade assistida, os alunos vítimas de violência, os alunos em situações de risco e outras. Incluir não é criar trabalhos especializados em instituições específicas; praticar a educação inclusiva é colocar todos na Escola e diante de suas dificuldades e limitações procurar encontrar caminhos de superação e aceitação de todos. As propostas aqui apresentadas podem ser feitas com alunos com deficiência ou necessidades especiais de inclusão e com alunos que não tenham questões específicas. O que importa é oferecer a todos a mesma possiblidade de desenvolvimento e interação social. Esse trabalho não é fácil porque parte primeiro das superações de preconceitos e limites dos próprios educadores e da sociedade como um todo. Também é necessário preparo e intenção positiva para trabalhar em prol da educação inclusiva. Qual a sua opinião? Você está preparado para esse desafio? Finalizamos aqui nosso estudo sobre a educação inclusiva e o ensino de Arte. Sugerimos que você amplie seu saber pela pesquisa. Para seguir pensando, fica uma frase de Paulo Freire (2015, p.93): Como professor não é possível ajudar o educando a superar sua ignorância se não supero permanentemente a minha. Não posso ensinar o que não sei. Mas, este, repito, não é um saber que a pensar devo falar e falar com palavras que o vento leva. É saber, pelo contrário. Que devo viver concretamente com os educandos. O melhor discurso sobre ele é o exercício de sua prática. 26 27 Material Complementar Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade: Vimos que a educação inclusiva pode ter muitas realidades e necessidades. Isso exige cada vez mais competência e habilidades por parte dos educadores, que tem pela frente o desafio de fazer valer os direitos humanos pronunciados pela ONU e pelas Leis brasileiras. Para ampliar seus saberes indicamos conhecer mais sobre o tema estudando a partir do material sugerido a seguir: Livros Parâmetros Curriculares Nacionais BRASIL. Secretaria de Educação Fundamental. Parâmetros curriculares nacionais: Adaptações Curriculares / Secretaria de Educação Fundamental. Secretaria de Educação Especial. Brasília: MEC /1998; Políticas Públicas Culturais de Inclusão de Públicos Especiais em Museus TOJAL, Amanda Pinto da Fonseca. Políticas públicas culturais de inclusão de públicos especiais em museus. 2007. 322f. Tese (Doutorado em Ciência da Informação) Escola de Comunicações e Artes – USP, São Paulo, 2007.; Leitura Declaração do Direitos Humanos ONU. Declaração de Direitos Humanos. Procedimentos-Padrões das Nações Unidas para a Equalização de Oportunidades para Pessoas Portadoras de Deficiências, A/RES/48/96, Resolução das Nações Unidas adotada em Assembleia Geral. Salamanca/Espanha, 1994. Declaração de Salamanca. https://goo.gl/nguSVO Toque Revelador UTUARI, Solange. O toque revelador. Instituto Arte na escola. https://goo.gl/D0QBc1 27 UNIDADE O Ensino de Arte e Questão da Inclusão Escolar Referências BAUTISTA, R. (org.). Necessidades educativas especiais. Lisboa: Dinalivros, 1997. BLANCO, R.; DUK, C. A. A integração dos alunos com necessidades especiais na região da América Latina e Caribe. In: MANTOAN, M. T. A integração de pessoas com deficiência – contribuições para uma reflexão. São Paulo: Memnon, 1997. BRASIL. Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional n.º 5.692/71. Brasília, MEC, 1971. ______. Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional nº 9.394/96. Brasília: Brasil, 1996. ______. Parâmetros Curriculares Nacionais: Arte (5ª a 8ª séries). Secretaria de Educação Fundamental. Brasília: MEC/SEF, 1998. ______. Parâmetros Curriculares Nacionais: Arte. Secretaria de Educação Fundamental. Brasília: MEC/SEF, 1997. ______. Secretaria de Educação Fundamental. Parâmetros Curriculares Nacionais: Arte. Volume 6. Brasília: MEC/SEF, 1997. ______. Secretariade Educação Fundamental. Parâmetros curriculares naciona- is: Adaptações Curriculares / Secretaria de Educação Fundamental. Secretar- ia de Educação Especial. Brasília : MEC /1998. CARVALHO, E. N. S. de. Escola integradora: uma alternativa para a integração escolar do aluno portador de necessidades educativas especiais. In: SORIANO, E. M. L. de A. Tendências e desafios da educação especial. Brasília: MEC, 1994. CARVALHO, E. N. S. de; MONTE, F. R. F. do. A educação inclusiva de portadores de deficiências em escolas públicas do DF. Temas em Educação Especial III. São Paulo: Universidade de São Carlos, 1995. COLL, C. Psicologia e currículo - uma aproximação psicopedagógica à elaboração do currículo escolar. São Paulo: Ática, 1996. COLL, C.; PALACIOS, J.; MARCHESI, A. Desenvolvimento psicológico e educação – necessidades educativas especiais e aprendizagem escolar. Porto Alegre: Artes Médicas, 1995. DEWEY, J. Democracia e educação. 3.ed. São Paulo: Companhia Editora Nacional, 1959. FREIRE, Paulo. Pedagogia da autonomia. São Paulo: Paz e Terra, 2015. GOFFREDO, V. L. F. S. Integração ou segregação? O discurso e a prática das escolas públicas da rede oficial do município do Rio de Janeiro. Integração, Brasília, 10 (4): 17 - 22, 1992. 28 29 HERNÁNDEZ, F. Cultura visual, mudança educativa e projeto de trabalho. Porto Alegre: Artes Médicas Sul, 2000. HERNANDEZ, F.; VENTURA, M. A. Organização do currículo por projetos de trabalho. 5.ed. Porto Alegre: Artmed, 1998. NEVES, Josélia. Museus Acessíveis… museus para todos?! Disponível em: <http://www.scribd.com/doc/17576420/NEVES2006Museus- Para--‐Todos#open_ download>. Acesso em: 13 jul. 2011. ONU. Declaração de Direitos Humanos. Paris. 1948. Disponível em: <http:// www.onu- ‐brasil.org.br/documentos_direitoshumanos.php>. Acesso em: 15 maio 2010. ______. Declaração de Direitos Humanos. Procedimentos – Padrões das Nações Unidas para a Equalização de Oportunidades para Pessoas Portadoras de Deficiências, A/RES/48/96, Resolução das Nações Unidas adotada em Assembleia Geral. Salamanca/Espanha: 1994. PINHEIRO, Lena Vania R. Educação da sensibilidade, informação em Arte e tec- nologias para inclusão social. Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia, Rio de Janeiro, v. 1, n. 1, 2005. Disponível em: <http://revista.ibict. br/inclusao/index.php/inclusao/article/view/16/29>. Acesso em: 10 jun. 2011. SASSAKI, R. K. Inclusão – construindo uma sociedade para todos. Rio de Janeiro: WVA, 1997. SCOZ, B. J. L.; RUBINSTEIN, E.; ROSSA, E. M. M.; BARONE, L. M. C. Psicopedagogia – o caráter interdisciplinar na formação e atuação profissional. Porto Alegre: Artes Médicas, 1987. TOJAL, Amanda Pinto da Fonseca. Museu de Arte e público especial. 1999. 191f. Dissertação (Mestrado em Artes) Escola de Comunicações e Artes. USP, São Paulo, 1999. ______. Políticas públicas culturais de inclusão de públicos especiais em museus. 2007. 322f. Tese (Doutorado em Ciência da Informação) Escola de Comunicações e Artes – USP, São Paulo, 2007. UTUARI, Solange. O toque revelador. Instituto Arte na escola. Disponível em: <http://Artenaescola.org.br/uploads/dvdteca/pdf/arq_pdf_142.pdf>. Acesso em: 10 out. 2016. UTUARI , Solange e outros. Por Toda Parte, 6.º ano. São Paulo: FTD, 2016. ______. Por Toda Parte, 7.º ano. São Paulo: FTD, 2016.______. Porta Aberta Arte 4.º e 5º anos. São Paulo: FTD, 2015. WERNECK, C. Ninguém mais vai ser bonzinho, na sociedade inclusiva. Rio de Janeiro: WVA, 1997. 29
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