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Ultrassonografia seriada na gestacao de cadelas

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS 
ESCOLA DE VETERINÁRIA E ZOOTECNIA 
RESIDÊNCIA MULTIPROFISSIONAL EM ÁREA DA SAÚDE – MEDICINA 
VETERINÁRIA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
ULTRASSONOGRAFIA SERIADA NA GESTAÇÃO DE CADELAS 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Nathália Aparecida de Paula 
Orientadora: Prof.ª Dr.ª Naida Cristina Borges 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
GOIÂNIA 
2014 
 
ii 
 
NATHÁLIA APARECIDA DE PAULA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
ULTRASSONOGRAFIA SERIADA NA GESTAÇÃO DE CADELAS 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Monografia apresentada para obtenção 
do grau de Especialista em Residência 
Médico-Veterinária junto à Escola de 
Veterinária e Zootecnia da Universidade 
Federal de Goiás. 
 
 
 
 
Área de Concentração: 
Diagnóstico por Imagem 
 
 
 
Orientadora: 
Prof.ª Dr.ª Naida Cristina Borges 
 
 
 
 
 
 
 
GOIÂNIA 
2014 
iii 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Dedico este trabalho ao meu 
cachorro Mickey, que foi meu 
companheiro por 16 anos e 
despertou em mim, o amor 
aos animais. 
 
iv 
 
AGRADECIMENTOS 
 
Agradeço a Deus, por ter me dado saúde e força para superar as 
dificuldades e que iluminou o meu caminho durante esta caminhada. 
Aos meus pais Juscimar e Odair, meus exemplos de perseverança e 
força, pelo amor incondicional, pela paciência, apoio, dedicação e carinho. 
As minhas irmãs, Aline pelo apoio e amizade, e a Katiússe, que se 
encontra com Deus, mas que sempre está comigo me protegendo e guiando. 
A todos os familiares, e pessoas que considero da família, que 
torceram e acreditaram na conclusão desta residência, fico muito grata. 
Especialmente a minha madrinha Joana e prima Brenda pelo incentivo e apoio 
incondicional e aos meus tios Neire e Ivaldir, assim como meus primos Daiana e 
Jorge, que sempre estiveram presentes me apoiando, incentivando e que 
tornaram mais fácil essa etapa da minha vida. 
Aos meus companheiros da residência, em especial à minha R2, 
Nathália Bragato, a quem devo muito o que aprendi, à Patrícia, Tathyane e Luiza, 
que foram muito importantes nessa etapa da minha vida, sempre me apoiando, 
me aconselhando, pelas ótimas histórias vividas, pela amizade e por ajudar a 
tornar a residência menos difícil e mais divertida, deixando agradáveis 
lembranças que serão eternamente guardadas no coração, muito obrigada. 
Аоs meus colegas residentes do Hospital Veterinário, especialmente às 
novas residentes de imagem, Carla e Fernanda, pеlаs alegrias, tristezas е dores 
compartilhadas. Cоm vocês, aprendi muito também. 
Aos pós graduandos, Luiz Henrique, Ana Paula Costa, Priscilla 
Nasciutti e Marcelo Borges que sempre se dispuseram a ajudar e ensinar. E em 
especial a Ana Carolina Vasques Vilela, pelo incentivo a fazer essa residência e 
amizade. 
A Escola de Veterinária e Zootecnia, e ao Hospital Veterinário, por 
tornar essa especialização possível , e a todos os funcionários. 
Agradeço a todos os professores e médicos veterinários do Hospital 
pela paciência e ensinamentos compartilhados. 
A minha orientadora, Profa. Dra. Naida Cristina Borges, pelos 
ensinamentos, orientação, empenho, paciência e credibilidade, obrigada por tudo. 
v 
 
A professora Tilde Froes, aos residentes, pós-graduandos e estagiários 
do setor de imagem do Hospital Veterinário da UFPR, que me receberam tão bem 
para a realização do meu estágio eletivo, contribuindo ainda mais nesse processo 
de especialização na área de diagnóstico por imagem. 
Ao ministério da educação pela oportunidade de me especializar. 
Aos animais atendidos durante a residência, com os quais aprendi 
muito e a alguns proprietários, pela gentileza e credibilidade em mim. 
Enfim, agradeço a todas as pessoas do meu convívio que acreditaram 
e contribuíram, mesmo que indiretamente, para a conclusão desta residência. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
vi 
 
SUMÁRIO 
LISTA DE FIGURAS ............................................................................................. vii 
LISTA DE QUADROS ............................................................................................ ix 
1 INTRODUÇÃO .................................................................................................... 1 
2 REVISÃO DE LITERATURA ............................................................................... 3 
2.1 FISIOLOGIA REPRODUTIVA .......................................................................... 3 
2.2 FERTILIZAÇÃO ................................................................................................ 5 
2.3 GESTAÇÃO: DURAÇÃO E NINHADA ............................................................. 6 
2.4 DIAGNÓSTICO DA GESTAÇÃO ..................................................................... 7 
2.5 MONITORAMENTO ULTRASSONOGRÁFICO DA GESTAÇÃO .................... 9 
2.5.1 NÚMERO DE FETOS.................................................................................. 10 
2.5.2 IDADE GESTACIONAL ............................................................................... 10 
2.5.2.1 Mensuração fetal ...................................................................................... 11 
2.5.2.2 Organogênese fetal .................................................................................. 15 
2.5.3 VIABILIDADE FETAL .................................................................................. 24 
3 CONCLUSÃO .................................................................................................... 28 
4 CONSIDERAÇÕES FINAIS .............................................................................. 29 
5 REFERÊNCIAS ................................................................................................. 30 
 
 
 
 
 
 
 
vii 
 
LISTA DE FIGURAS 
FIGURA 1 – Mensurações ultrassonográficas em cadelas gestantes. A) Diâmetro 
do saco gestacional (DSG), B) Comprimento crânio-caudal (CCC), C) Diâmetro 
biparietal (DBP), D) Diâmetro do corpo (DC) (Pul: pulmão, FG: fígado, Est: 
estômago). Fonte: Serviço de diagnóstico por imagem_HV_UFG. ...................... 12 
FIGURA 2 - Ultrassonografia das estruturas extra-fetais em cadelas gestantes. A) 
Vesículas gestacionais anecóicas e rodeadas por uma fina placenta ecogênica 
em desenvolvimento, que está cercada pela parede uterina (seta). Embrião é visto 
como um foco ecogênico ao longo da parede da vesícula gestacional (cabeça de 
seta), B) Placenta zonária visualizada como estrutura hiperecóica focal cilíndrica 
(seta vazia), saco vitelínico (seta cheia), membrana amniótica envolvendo o feto 
(cabeça de seta) menos ecogênica que o saco vitelínico. Fonte: Serviço de 
diagnóstico por imagem_HV_UFG. ...................................................................... 17 
FIGURA 3 – Ultrassonografia de embriões em diferentes fases gestacionais em 
cadelas. A) Vesícula gestacional contendo um embrião ecogênico em formato 
oblongo (seta cheia) e saco vitelínico em formato de “U” (seta vazia), B) Vesícula 
gestacional contendo embrião em formato bipolar (cabeça de seta), e saco 
vitelínico em formato tubular (seta cheia) e a placenta zonária (seta vazia). Fonte: 
Serviço de diagnóstico por imagem_HV_UFG. .................................................... 19 
FIGURA 4 - Ultrassonografia de estruturas fetais em cadelas gestantes. A) 
Imagem longitudinal do abdômen do feto com duas áreas anecóicas (Bx: bexiga, 
Est: estômago), B) Imagem longitudinal do tórax do feto evidenciando o coração 
com câmaras cardíacas bem definidas (seta), pulmão hiperecóico e parte do 
fígado (FG) hipoecóico. Fonte: Serviço de diagnóstico por imagem_HV_UFG.... 20 
FIGURA 5 – Ultrassonografia de estruturas fetais em cadelas gestantes. A) 
Imagem longitudinal do abdômen do feto evidenciando o rim hipoecóico (entre 
cursores) com córtex e medular bem definidos, B) Imagem da cabeça do feto. O 
olho é redondo e anecóico (seta), a lente é esférica, e o corpo vítreoé anecóico. 
Fonte: Serviço de diagnóstico por imagem_HV_UFG .......................................... 21 
FIGURA 6 - Ultrassonografia do abdômen caudal de feto canino em corte 
longitudinal. Visualizam-se as alças intestinais com conteúdo hiperecóico e a 
bexiga com conteúdo anecóico (BX). Fonte: Serviço de diagnóstico por 
imagem_HV_UFG ................................................................................................ 22 
FIGURA 7 - Imagens ultrassonográficas da aferição da frequência cardíaca fetal 
em cadelas gestantes. A) Batimento cardíaco normal em um feto vivo, B) 
file:///C:/Users/NATHALIA/Desktop/CORRAÇAO%20NAIDA/TCC%20GESTAÇÃO%20CORRIGIDO%20FINAL.doc%23_Toc393119277
file:///C:/Users/NATHALIA/Desktop/CORRAÇAO%20NAIDA/TCC%20GESTAÇÃO%20CORRIGIDO%20FINAL.doc%23_Toc393119277
file:///C:/Users/NATHALIA/Desktop/CORRAÇAO%20NAIDA/TCC%20GESTAÇÃO%20CORRIGIDO%20FINAL.doc%23_Toc393119277
file:///C:/Users/NATHALIA/Desktop/CORRAÇAO%20NAIDA/TCC%20GESTAÇÃO%20CORRIGIDO%20FINAL.doc%23_Toc393119277
file:///C:/Users/NATHALIA/Desktop/CORRAÇAO%20NAIDA/TCC%20GESTAÇÃO%20CORRIGIDO%20FINAL.doc%23_Toc393119278
file:///C:/Users/NATHALIA/Desktop/CORRAÇAO%20NAIDA/TCC%20GESTAÇÃO%20CORRIGIDO%20FINAL.doc%23_Toc393119278
file:///C:/Users/NATHALIA/Desktop/CORRAÇAO%20NAIDA/TCC%20GESTAÇÃO%20CORRIGIDO%20FINAL.doc%23_Toc393119278
file:///C:/Users/NATHALIA/Desktop/CORRAÇAO%20NAIDA/TCC%20GESTAÇÃO%20CORRIGIDO%20FINAL.doc%23_Toc393119278
file:///C:/Users/NATHALIA/Desktop/CORRAÇAO%20NAIDA/TCC%20GESTAÇÃO%20CORRIGIDO%20FINAL.doc%23_Toc393119278
file:///C:/Users/NATHALIA/Desktop/CORRAÇAO%20NAIDA/TCC%20GESTAÇÃO%20CORRIGIDO%20FINAL.doc%23_Toc393119278
file:///C:/Users/NATHALIA/Desktop/CORRAÇAO%20NAIDA/TCC%20GESTAÇÃO%20CORRIGIDO%20FINAL.doc%23_Toc393119278
file:///C:/Users/NATHALIA/Desktop/CORRAÇAO%20NAIDA/TCC%20GESTAÇÃO%20CORRIGIDO%20FINAL.doc%23_Toc393119278
file:///C:/Users/NATHALIA/Desktop/CORRAÇAO%20NAIDA/TCC%20GESTAÇÃO%20CORRIGIDO%20FINAL.doc%23_Toc393119279
file:///C:/Users/NATHALIA/Desktop/CORRAÇAO%20NAIDA/TCC%20GESTAÇÃO%20CORRIGIDO%20FINAL.doc%23_Toc393119279
file:///C:/Users/NATHALIA/Desktop/CORRAÇAO%20NAIDA/TCC%20GESTAÇÃO%20CORRIGIDO%20FINAL.doc%23_Toc393119279
file:///C:/Users/NATHALIA/Desktop/CORRAÇAO%20NAIDA/TCC%20GESTAÇÃO%20CORRIGIDO%20FINAL.doc%23_Toc393119279
file:///C:/Users/NATHALIA/Desktop/CORRAÇAO%20NAIDA/TCC%20GESTAÇÃO%20CORRIGIDO%20FINAL.doc%23_Toc393119279
file:///C:/Users/NATHALIA/Desktop/CORRAÇAO%20NAIDA/TCC%20GESTAÇÃO%20CORRIGIDO%20FINAL.doc%23_Toc393119279
file:///C:/Users/NATHALIA/Desktop/CORRAÇAO%20NAIDA/TCC%20GESTAÇÃO%20CORRIGIDO%20FINAL.doc%23_Toc393119280
file:///C:/Users/NATHALIA/Desktop/CORRAÇAO%20NAIDA/TCC%20GESTAÇÃO%20CORRIGIDO%20FINAL.doc%23_Toc393119280
file:///C:/Users/NATHALIA/Desktop/CORRAÇAO%20NAIDA/TCC%20GESTAÇÃO%20CORRIGIDO%20FINAL.doc%23_Toc393119280
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file:///C:/Users/NATHALIA/Desktop/CORRAÇAO%20NAIDA/TCC%20GESTAÇÃO%20CORRIGIDO%20FINAL.doc%23_Toc393119281
file:///C:/Users/NATHALIA/Desktop/CORRAÇAO%20NAIDA/TCC%20GESTAÇÃO%20CORRIGIDO%20FINAL.doc%23_Toc393119281
file:///C:/Users/NATHALIA/Desktop/CORRAÇAO%20NAIDA/TCC%20GESTAÇÃO%20CORRIGIDO%20FINAL.doc%23_Toc393119281
file:///C:/Users/NATHALIA/Desktop/CORRAÇAO%20NAIDA/TCC%20GESTAÇÃO%20CORRIGIDO%20FINAL.doc%23_Toc393119281
file:///C:/Users/NATHALIA/Desktop/CORRAÇAO%20NAIDA/TCC%20GESTAÇÃO%20CORRIGIDO%20FINAL.doc%23_Toc393119281
file:///C:/Users/NATHALIA/Desktop/CORRAÇAO%20NAIDA/TCC%20GESTAÇÃO%20CORRIGIDO%20FINAL.doc%23_Toc393119282
file:///C:/Users/NATHALIA/Desktop/CORRAÇAO%20NAIDA/TCC%20GESTAÇÃO%20CORRIGIDO%20FINAL.doc%23_Toc393119282
file:///C:/Users/NATHALIA/Desktop/CORRAÇAO%20NAIDA/TCC%20GESTAÇÃO%20CORRIGIDO%20FINAL.doc%23_Toc393119282
file:///C:/Users/NATHALIA/Desktop/CORRAÇAO%20NAIDA/TCC%20GESTAÇÃO%20CORRIGIDO%20FINAL.doc%23_Toc393119282
viii 
 
Ausência de batimento cardíaco em feto morto, representado pela ausência do 
traçado. Fonte: Serviço de diagnóstico por imagem_HV_UFG ............................ 25 
FIGURA 8 – Imagens ultrassonográficas de uma cadela gestante comparando 
fetos da mesma ninhada. A) Morte fetal demonstrada por anatomia fetal mal 
definida e distorcida (seta), B) Diâmetro biparietal em feto viável. Fonte: Serviço 
de diagnóstico por imagem_HV_UFG .................................................................. 26 
file:///C:/Users/NATHALIA/Desktop/CORRAÇAO%20NAIDA/TCC%20GESTAÇÃO%20CORRIGIDO%20FINAL.doc%23_Toc393119284
file:///C:/Users/NATHALIA/Desktop/CORRAÇAO%20NAIDA/TCC%20GESTAÇÃO%20CORRIGIDO%20FINAL.doc%23_Toc393119284
file:///C:/Users/NATHALIA/Desktop/CORRAÇAO%20NAIDA/TCC%20GESTAÇÃO%20CORRIGIDO%20FINAL.doc%23_Toc393119284
file:///C:/Users/NATHALIA/Desktop/CORRAÇAO%20NAIDA/TCC%20GESTAÇÃO%20CORRIGIDO%20FINAL.doc%23_Toc393119284
ix 
 
LISTA DE QUADROS 
 
QUADRO 1 - Média e desvio padrão dos parâmetros gestacionais obtidos do 10° 
ao 60° dia de gestação (contados a partir do último dia de cruzamento) em 
cadelas da raça Yorkshire Terrier e Boxer ........................................................... 13 
QUADRO 2 - Fórmulas para cálculo da idade gestacional e dias antes do parto 
em pequenas, médias e grandes raças caninas, utilizando medidas de estruturas 
fetais e extra-fetais ............................................................................................... 15 
QUADRO 3 - Média e intervalo da idade gestacional na primeira detecção 
ultrassonográfica das estruturas extra-fetais ........................................................ 18 
QUADRO 4 - Média e intervalo da idade gestacional na primeira detecção 
ultrassonográfica das estruturas fetais ................................................................. 23 
1 INTRODUÇÃO 
 
A determinação inicial da gravidez e a idade gestacional são 
importantes para o manejo reprodutivo em pequenos animais (KIM & SON, 2007). 
Na Medicina os parâmetros gestacionais são determinados por exames 
de sangue e pela ultrassonografia e o acompanhamento seriado é importante 
para que se possa estabelecer a saúde do feto e da mãe durante a gestação. 
Na medicina veterinária empregam-se os mesmos exames para 
diagnóstico gestacional, sendo a ultrassonografia o exame mais indicado e 
utilizado. Entretanto, ainda não é rotina o acompanhamento seriado durante a 
gestação. Acredita-se que este lapso no emprego da ultrassonografia, aliada ao 
exame clinico durante toda a gestação, deve-se principalmente a fatores 
financeiros e à falta de conhecimento da utilidade da ultrassonografia. 
O exame ultrassonográfico tem grande utilidade na rotina veterinária de 
pequenos animais, no que diz respeito ao acompanhamento da gestação. Por 
meio da ultrassonografia é possível o diagnóstico gestacional precoce, assim 
como a monitoração da cadela prenhe, estimativa do tempo de gestação e 
tamanho da ninhada, avaliação da viabilidade fetal e detecção de possíveis 
anormalidades da gestação e dos fetos (KUSTRITZ, 2005; JOHNSON, 2009), 
além de ser totalmente inócuo para a fêmea e para seus fetos (CASTRO et al., 
2011). 
Vários estudos têm sido desenvolvidos visando aprimorar a 
ultrassonografia gestacional seriada, seja estabelecendo idades gestacionais, 
tanto pela organogênese fetal, como por medições de estruturas gestacionais, ou 
avaliando a viabilidade e sofrimento fetal (ALMEIDA et al., 2003; KUTZLER et al., 
2003; LEITE, 2003; ENGLAND & RUSSO, 2006; KIM & SON, 2007; LENARD et 
al., 2007; FERRARI, 2009; HILDEBRANDT et al., 2009; TEIXEIRA et al., 2009; 
BLANCO et al., 2011; CAMARGO et al, 2011; CASTRO et al., 2011; 
MALDONADO et al, 2012; GIL et al., 2013; OLIVEIRA, 2013). 
Durante os dois anos de residência no Hospital Veterinário (HV) da 
Universidade Federal de Goiás (UFG) foram atendidos vários casos, tanto para 
diagnóstico de gestação, como para avaliação da viabilidade fetal.A 
ultrassonografia gestacional despertou meu interesse desde o começo, tendo em 
2 
 
consideração sua importância na medicina veterinária. No entanto, os exames 
foram executados de forma pontual, sem a possibilidade de acompanhamento da 
concepção ao parto. 
Desta forma, decidiu-se por realizar uma revisão de literatura, tendo 
por objetivo avaliar o uso do exame ultrassonográfico como método de 
diagnóstico e de acompanhamento gestacional em cadelas, enfocando sua 
utilização no diagnóstico precoce, no acompanhamento do desenvolvimento e da 
vitalidade embrionária e fetal, na determinação da idade gestacional e na provável 
data do parto. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
3 
 
2 REVISÃO DE LITERATURA 
 
2.1 FISIOLOGIA REPRODUTIVA 
 
O ciclo estral de cadelas é nitidamente diferente do de outras espécies 
domésticas. O anestro, o proestro e o estro longos, o tempo de vida do corpo 
lúteo não sofrer influência da gravidez, a ovulação de um oócito imaturo e a 
vitalidade longa de oócitos e esperma dentro do trato genital feminino, são 
particularidades dessa espécie (JOHNSON, 2009). 
A puberdade em cadelas ocorre no intervalo de seis a 24 meses, sendo 
a média entre nove e 10 meses (JOHNSON, 2009). O interestro, intervalo entre o 
início de um ciclo estral para o seguinte, pode ser regular ou variável dentro de 
cadelas individuais, variando entre quatro e 12 meses, com média de sete meses, 
não sendo prolongado pela gravidez ou pela lactação (SCHAEFERES-OKKENS, 
2005; JOHNSON, 2009). 
Após oito anos de idade, a duração e a frequência dos ciclos tornam-se 
menos regulares e o intervalo interestros aumenta. Fatores ambientais também 
podem afetar o intervalo interestros, como no caso de uma cadela em anestro ser 
colocada perto de uma cadela no estro, o que pode adiantar o início do seu 
proestro em várias semanas. Além disso, cadelas alojadas juntas, frequentemente 
têm ciclos sincronizados (SCHAEFERES-OKKENS, 2005). 
Os estágios do ciclo estral são o proestro, o estro, o diestro e o 
anestro. Enquanto o proestro e o estro constituem a fase folicular do ciclo 
reprodutivo, o diestro representa a fase lútea do ciclo (EDENS & HEATH, 2003). 
O proestro tem duração média de nove dias, com intervalo de três a 17 
dias. Este é o período onde a cadela é sexualmente atraente, rejeitando os 
avanços do macho, até o momento onde permite a cópula (EDENS & HEATH, 
2003; SCHAEFERES-OKKENS, 2005). A atratividade e receptividade para os 
machos aumentam gradualmente ao longo do proestro. Os folículos ovarianos em 
desenvolvimento produzem estrógenos, dentre os quais, o estradiol é o mais 
importante (JEFFCOATE, 1998; JOHNSON, 2009). Os estrogênios causam 
inchaço vulvar, alongamento e hiperemia dos cornos uterinos, aumento da cérvix, 
espessamento da parede vaginal e sangramento uterino, caracterizando assim, 
4 
 
os principais sinais desse período, como corrimento vaginal serosanguinolento e 
inchaço vulvar (JEFFCOATE, 1998; EDENS & HEATH, 2003). 
O estro dura em média nove dias, com intervalo entre três a 21 dias. O 
edema vulvar pode continuar presente, embora possa dar lugar a uma vulva mais 
macia e flácida, a descarga geralmente diminui, podendo permanecer 
serosanguinolenta ou tornar-se cor de palha (DAVIDSON & FELDMAN, 2005). 
Portanto, mudanças bruscas na aparência da descarga não são necessariamente 
indicadores de transição do proestro ao estro (JOHNSON, 2009). O melhor 
indicador é a receptividade da fêmea ao macho, que ocorre quando as 
concentrações de estrogênio diminuem e as de progesterona aumentam 
(JEFFCOATE, 1998; EDENS & HEATH, 2003). 
O aumento nas concentrações de estradiol durante o proestro, via 
feedback positivo para o hipotálamo, desencadeia o pico pré-ovulatório do 
hormônio luteinizante (LH), que por sua vez, provoca a ovulação e a subsequente 
formação de corpo lúteo (CL) e secreção de progesterona pelo ovário. Na cadela 
o aumento inicial na secreção de progesterona coincide com o pico de LH 
(JOHNSON, 2009). Embora o início do estro geralmente ocorra junto com o 
aumento de LH (EDENS & HEATH, 2003), também pode ocorrer quatro dias 
antes ou seis dias após. Desta forma, o dia em que uma cadela permite a cópula 
não está intimamente associado com o pico de LH ou ovulação (JOHNSON, 
2009). 
Não há sinais externos para marcar o início do diestro, além da 
cessação dos sinais de estro, ou seja, há reversão do tamanho vulvar, a fêmea 
não atrai mais o macho e a descarga vaginal diminui, muitas vezes tornando-se 
mucoide. O diestro tem duração aproximada de 70 dias (DAVIDSON & 
FELDMAN, 2005) e nesta fase, a concentração sérica de progesterona aumenta 
rapidamente durante as primeiras duas semanas após a ovulação, permanece 
elevada, mas diminui gradualmente durante os próximos dois meses, 
independentemente de ocorrer uma gravidez. No final do diestro, há redução nas 
concentrações deste hormônio e aumento na atividade secretória da prolactina, 
alterações muito similares às que ocorrem em fêmeas prenhes, e que pode ser 
considerada uma das explicações da grande incidência de pseudogestação em 
cadelas (JOHNSON, 2009). 
5 
 
O anestro, que segue o diestro e termina com o início do proestro, é 
marcado pela inatividade reprodutiva, involução uterina e reparação endometrial. 
Tem duração bem variável, mas em média permanece por quatro meses e meio. 
(DAVIDSON & FELDMAN, 2005; JOHNSON, 2009). 
 
 
2.2 FERTILIZAÇÃO 
 
A ovulação na maioria das cadelas ocorre de 24 a 48 horas após o pico 
de LH no sangue. Os oócitos são liberados do folículo ainda imaturos, diferindo de 
outras espécies que ovulam oócitos maduros. Sendo assim, o oócito canino 
necessita de aproximadamente 24 a 96 horas para sofrer a completa maturação 
no oviduto (DAVIDSON & FELDMAN, 2005; JOHNSON, 2009). A ovulação é um 
processo longo, ou seja, os ovócitos vão sendo liberados de forma gradativa e 
não de uma só vez, o que permite que eles maturem em períodos diferentes, 
possibilitando a fertilização por espermatozoides de vários machos. Dessa forma, 
uma cadela pode gerar filhos de diferentes cães (JEFFCOATE, 1998). 
O tempo de vida dos oócitos secundários (maduros), referido como o 
período fértil, é de dois a quatro dias, talvez mais. Assim, a melhor época para 
acasalamento, período mais provável para que resulte em concepção, está 
compreendido entre três e sete dias após o pico de LH, ou após o dia inicial que a 
progesterona atinge 2 a 3 ng / ml (DAVIDSON & FELDMAN, 2005). 
Os espermatozoides do cão são depositados no interior da vagina e em 
seguida ascendem pelo muco até o útero. Após a ejaculação, necessitam de um 
período de sete horas para que o processo de capacitação transcorra e eles se 
tornem aptos a transpor a zona pelúcida do óvulo. Os espermatozoides são 
resistentes e podem permanecer ferteis no trato genital feminino por sete dias 
(NYLAND & MATTOON, 2002; JARRETA, 2004). 
O fim do período fértil está relacionado ao envelhecimento do oócito, 
mas as alterações no colo do útero e no ambiente da tuba uterina também 
desempenham papel importante. Contudo, o tempo que o óvulo permanece no 
oviduto e a longevidade dos espermatozóides sugere que um único acasalamento 
seja capaz de resultar em concepção (JOHNSON, 2009). 
6 
 
A fecundação ocorre nas tubas uterinas, onde ocorre o 
desenvolvimento dos óvulos fecundados em mórula antes de entrar no útero. Em 
seguida, inicia-se a blastulação e, blastocistos caninos precoces entram no útero 
cerca de oito a dez dias após a ovulação. Depois, ocorre a glastulação e, de 12 a 
17 dias após a ovulação, os embriões migram dentro do útero, ficando igualmente 
espaçados dentro de ambas as tubas uterinas. A implantação é concluída entre 
18 a 21 dias após a ovulação (JOHNSON, 2009). 
O desenvolvimento pré-natal é dividido em três períodos: período do 
óvulo (dias 2-17), embrião (dias 19-35) efeto (35 dias para o nascimento). O 
período do óvulo segue a fecundação e é caracterizado por um blastocisto, que 
fica livre na trompa uterina e migra para o útero. O período do embrião começa 
com a implantação dos blastocistos e termina com a conclusão da organogênese. 
O período do feto é durante o qual aparecem as características próprias, e 
maturação de tecidos e órgãos e o crescimento rápido do corpo (PHEMISTER, 
1974; PRETZER, 2008). 
 
 
2.3 GESTAÇÃO: DURAÇÃO E NINHADA 
 
A gestação da cadela tem duração média de 65 dias, podendo variar 
entre 57-72 dias, se calculados a partir da data da primeira cobertura (LINDE-
FORSBERG, 2005; JOHNSON, 2009). Esta grande variação deve-se a vários 
fatores: a fêmea pode permitir várias cópulas durante o período estral, o 
acasalamento pode ocorrer antes da ovulação, a ovulação ocorre em um longo 
intervalo de tempo, os óvulos recém-liberados são imaturos e necessitam de 
aproximadamente três dias para que seja possível a fertilização, os 
espermatozoides podem sobreviver durante vários dias no trato reprodutivo da 
cadela, entre outros (JOHNSON, 2009). LINDE-FORSBERG (2005), infere que 
esta grande variação resulta, principalmente, do período de estro comportamental 
longo e variável da cadela. 
O cálculo da duração da gestação é mais seguro quando realizado a 
partir do pico pré-ovulatório do hormônio luteinizante (64 a 66 dias), ovulação (63 
dias), primeiro dia de diestro, confirmado citologicamente (57 ± 3 dias), ou 
7 
 
momento da fecundação (60 dias), podendo variar de acordo com a raça de cão e 
o tamanho da ninhada também (LINDE-FORSBERG, 2005; JOHNSON, 2009). 
EILTS et al. (2005) observaram que o Labrador Retriever tem o período 
gestacional mais curto, se comparado ao do Pastor Alemão e ao Golden retriever. 
Observaram, também, que há uma correlação negativa entre a quantidade de 
filhotes por ninhada e a duração da gestação, ou seja, quanto maior o número de 
filhotes, menor será o tempo até o momento da parição. 
Saúde geral, condição corporal, nutrição e idade têm grande influência 
sobre a fecundidade. As taxas de concepção, o tamanho da ninhada e a 
sobrevivência neonatal são maiores em cães mais jovens. Após cinco anos de 
idade ocorre declínio na taxa de concepção e no tamanho da ninhada e a 
mortalidade neonatal aumenta (JOHNSON, 2009). 
De acordo com JOHNSON (2009) o número de filhotes varia com a 
raça (raças menores produzem menos óvulos e tendem a ter menos filhotes por 
ninhada) e com a paridade (maiores ninhadas ocorrem no terceiro e quarto parto). 
Além disso, o tamanho da ninhada em cães é menor em cadelas jovens e 
aumenta aos três e quatro anos, diminuindo novamente à medida que a cadela 
envelhece (LINDE-FORSBERG, 2005). 
 
 
2.4 DIAGNÓSTICO DA GESTAÇÃO 
 
O diagnóstico precoce da gravidez é uma solicitação comum dos 
proprietários aos médicos veterinários. Criadores de animais ficam ansiosos para 
confirmar a gravidez, determinar o número de fetos e saber sobre a possível data 
do parto. Além disso, casos de acasalamentos indesejados ou acidentais também 
podem exigir uma resposta definitiva e rápida sobre o estado de gravidez 
(NYLAND & MATTOON, 2002). 
A gestação pode ser confirmada pela palpação do abdômen, exames 
de imagem, como radiografia e ultrassonografia, e pela dosagem plasmática de 
relaxina (JOHNSON, 2009). 
A dosagem de relaxina, o hormônio produzido principalmente pela 
placenta, específico da gestação em cadelas, é um exame pouco utilizado, pois 
8 
 
não contribui com informações sobre número de fetos, sua viabilidade e nem é 
capaz de reconhecer estresse ou sofrimento fetal. Nas fêmeas grávidas, a 
relaxina atinge níveis detectáveis em soro ou plasma tão cedo quanto 20 dias 
após o pico de LH, e permanece elevada durante a gravidez até o parto ou 
aborto, quando diminui vertiginosamente. Embora a relaxina possa ser detectada 
20 dias após a cópula, indica-se a realização da dosagem aos 30 ou mais dias 
após o acasalamento (JOHNSON, 2009). 
A palpação abdominal é relativamente fácil e de rápida execução, mas 
pode haver falhas, principalmente se houver tensão muscular e se a ninhada for 
pequena (JARRETTA, 2004). O momento mais fácil e mais preciso para detecção 
de gravidez por meio deste método está entre 21 e 35 dias após o acasalamento. 
A detecção mais precoce é limitada pelo pequeno tamanho do útero e, 
em gestações superiores a 35 dias, os sacos gestacionais individuais podem 
tornar-se não palpáveis, pois há um aumento generalizado do útero (NYLAND & 
MATTOON, 2002). Esse aumento pode ocorrer também devido a outros 
processos, como piometra, assim, torna-se difícil a determinação, com base em 
achados somente pela palpação abdominal, da causa deste aumento uterino 
(JOHNSON, 2009). 
A radiografia do útero aumentado pode ser consistente com a gravidez 
precoce, mas a mineralização fetal é o achado radiográfico definitivo. Desta 
forma, as radiografias abdominais para diagnóstico de gestação devem ser 
realizadas tardiamente, tanto pelos efeitos deletérios das radiações ionizantes 
durante a fase inicial do desenvolvimento fetal, como pelo fato da mineralização 
fetal ocorrer somente após o 45° dia pós pico de LH (JARRETTA, 2004). 
As radiografias também são empregadas para estimar o número de 
fetos, identificar problemas relacionados à distocia e para confirmar a presença de 
fetos remanescentes (JOHNSON, 2009). Adicionalmente, esta técnica auxilia na 
identificação de alterações características de morte fetal, como modificações 
ósseas, extremas flexões do corpo do feto, ou a presença de gás ao redor dele 
(KEALY et al., 2011). Contudo, sua contribuição diagnóstica é pobre no que diz 
respeito à organogênese e maturação fetal (NYLAND & MATTOON, 2002). 
Consideradas as limitações e efeitos deletérios do exame radiológico, o 
exame ultrassonográfico tornou-se o meio de diagnóstico mais preciso para a 
9 
 
avaliação da prenhez, além de ser totalmente inócuo para a fêmea e para seus 
fetos. Por meio dele, pode-se confirmar a gestação precocemente, estimar a 
idade gestacional e a data do parto nas cadelas, avaliar as condições dos ovários 
e do útero, viabilidade fetal e o desenvolvimento fetal em diferentes estágios 
gestacionais (CASTRO et al., 2011). 
Assim, um enfoque especial será dado a este método de diagnóstico 
para monitoramento da gestação. 
 
 
2.5 MONITORAMENTO ULTRASSONOGRÁFICO DA GESTAÇÃO 
 
A ultrassonografia é um excelente método de detecção da gravidez em 
cadelas, pois, além de detectar precocemente a gravidez, também tem a 
vantagem de estimar o número de fetos, o tempo de gestação e de avaliar a 
viabilidade fetal (JOHNSON, 2009). 
A primeira mudança detectável é a visualização do útero dilatado, 
podendo ser visto tão cedo quanto sete dias após o acasalamento da cadela, 
porém é um achado inespecífico (NYLAND & MATTOON, 2002). De acordo com 
JARRETTA (2004) e KEALY et al. (2011) o aumento do volume uterino também é 
um indicador da influência hormonal e, cadelas em atividade cíclica têm aumento 
uterino, independentemente da gestação. Assim, o primeiro sinal de confirmação 
da gravidez é a detecção do saco gestacional no útero (NYLAND & MATTOON, 
2002; JARRETTA, 2004; HECHT, 2008; KEALY et al., 2011). 
Embora seja possível identificar o saco gestacional aos dez dias após o 
acasalamento (JOHNSON, 2009), clinicamente recomenda-se aguardar 30 dias 
após a última data de cobertura para a avaliação ultrassonográfica de gestação 
(HECHT, 2008), visando reduzir as chances de resultados falso negativos 
(DICKIE, 2006), pois de acordo com NYLAND & MATTOON (2002), os sacos 
gestacionais com embriões viáveis podem ser identificados com 94% de precisão 
nesse período. 
 
 
 
10 
 
2.5.1 NÚMERO DE FETOS 
 
A determinação ultrassonográfica do tamanho da ninhada não é 
precisa (HECHT, 2008), especialmente no início da gravidez, quando as vesículasembrionárias podem estar sobrepostas por gás intestinal, e no final da gestação, 
pois a imagem na tela do monitor do aparelho reproduz apenas pequenas 
secções do útero, o que torna impossível a visibilização integral do mesmo, sendo 
assim muito difícil assegurar que um concepto não tenha sido perdido ou, que 
seja contado duas vezes (NYLAND & MATTOON, 2002; DICKIE, 2006; KEALY et 
al., 2011). 
A presença de vários fetos dificulta a contagem precisa, pois pode 
ocorrer sobreposição e dobra de um feto sobre si mesmo. Somado a isso, 
também podem ocorrer imperceptíveis reabsorções de um ou mais fetos ao longo 
da gestação (ENGLAND & RUSSO, 2006; LENARD, et al., 2007; FERRARI, 2009; 
KEALY et al., 2011). No entanto, pode-se fazer uma estimativa do número fetal, 
que é mais precisa entre o 28° e 35° dias (NYLAND & MATTOON, 2002; KEALY 
et al., 2011), quando cada concepto é suficientemente grande para ser 
identificado individualmente, mesmo ainda sendo uma estrutura discreta. A 
precisão é maior em ninhadas iguais ou menores que quatro filhotes, enquanto 
que em grandes ninhadas geralmente subestima-se o numero de filhotes 
(DICKIE, 2006; TEIXEIRA et al., 2009). 
 
 
2.5.2 IDADE GESTACIONAL 
 
A capacidade de determinar a idade gestacional (IG) e prever o dia do 
parto na cadela é de considerável importância clínica, especialmente no caso de 
risco de aborto, gestação prolongada, cesariana eletiva ou distocia (LINDE-
FORSBERG, 2005). 
Na maioria das cadelas o parto ocorre aos 65 ± 1 dia após o pico de 
LH, que coincide com o forte aumento inicial da progesterona no soro, mas por 
vários motivos, listados anteriormente, o tempo exato da concepção e, portanto, a 
idade gestacional ou fetal, é realmente uma incógnita (LINDE-FORSBERG, 2005). 
11 
 
Quando comparada com a espécie humana, a aplicação do ultrassom 
para estimar a idade fetal em cadelas é limitada, devido à grande variação de 
raças e de tamanho nessa espécie (CASTRO et al., 2011). 
 A idade fetal canina pode ser estimada pela mensuração fetal e pela 
organogênese fetal (progressão e desenvolvimento dos órgãos fetais) (LENARD 
et al., 2007). 
 
2.5.2.1 Mensuração fetal 
 
A IG aproximada e o número de dias até o parto (DAP) podem ser 
obtidos por meio da medição de vários parâmetros associados com o concepto. 
A escolha da estrutura corpórea a ser mensurada vai depender principalmente do 
período gestacional, mas também da posição e orientação do feto em relação ao 
transdutor (DICKIE, 2006). 
Entre o 20° e o 37° dias, as principais medidas realizadas são o 
diâmetro do saco gestacional (DSG) (Figura 1A) e o comprimento crânio-caudal 
(CCC) (Figura 1B). Apesar de serem de fácil realização, há uma margem de erro 
de precisão da IG de um a dois dias. Vale ressaltar também, que a mensuração 
do CCC, após o 48° dia, torna-se difícil devido à flexão e tamanho fetal, que 
ultrapassa o campo da imagem da tela (NYLAND & MATTOON, 2002; DICKIE, 
2006). 
Após o 40° dia, outras mensurações podem auxiliar, como o diâmetro 
biparietal (DBP) (Figura 1C) e o diâmetro do corpo do feto (DC) (Figura 1D), este 
último, mensurado em plano transversal, na altura do fígado. Tais medidas devem 
ser obtidas em mais de um feto, quando presentes (NYLAND & MATTOON, 
2002). 
 
12 
 
 
 
 
 
 
LEITE (2003) acompanhou a gestação em cadelas das raças Yorkshire 
e Boxer, realizando mensurações do útero, dos sacos gestacionais, da espessura 
da placenta e dos diâmetros bipariteal e do corpo fetal. Os valores médios e 
desvio padrão dessas medidas em milímetros (mm) estão demonstrados no 
Quadro 1. 
 
 
 
 
 
FIGURA 1 – Mensurações ultrassonográficas em cadelas gestantes. A) 
Diâmetro do saco gestacional (DSG), B) Comprimento 
crânio-caudal (CCC), C) Diâmetro biparietal (DBP), D) 
Diâmetro do corpo (DC) (Pul: pulmão, FG: fígado, Est: 
estômago). Fonte: Serviço de diagnóstico por 
imagem_HV_UFG. 
13 
 
QUADRO 1 - Média e desvio padrão dos parâmetros gestacionais obtidos do 10° 
ao 60° dia de gestação (contados a partir do último dia de 
cruzamento) em cadelas da raça Yorkshire Terrier e Boxer 
Parâmetros 
avaliados 
Raça 
Espessura 
uterina 
Diâmetro 
interno 
dos SG 
Diâmetro 
externo 
dos SG 
Espessura 
da 
placenta 
DBP DC 
10° 
Yorkshire 
Terrier 
3,0±0,0 
Boxer 6,5±2,8 
15° 
Yorkshire 
Terrier 
4,0±1,2 
Boxer 7,9± 1,1 
 
 
20° 
Yorkshire 
Terrier 
4,0±1,2 5,5± 2,2 11,5± 3,0 
Boxer 9,7± 0,3 12,0± 0,8 12,0± 0,8 
 
 
25° 
Yorkshire 
Terrier 
 13,1± 2,9 18,2± 3,3 
 
 
Boxer 13,1± 2,3 19,0± 2,9 
 
30° 
Yorkshire 
Terrier 
 
17,25± 
3,5 
24,2± 2,9 3,5± 0,5 
 
Boxer 22,1± 3,6 29,5± 2,2 
 
35° 
Yorkshire 
Terrier 
 4,6± 0,8 10,3±0,5 
 
Boxer 4,2± 0,6 10,5±1,2 
 
40° 
Yorkshire 
Terrier 
 5,5± 1,2 12,8±1,1 20,3±3,2 
Boxer 6,4± 1,1 14,3±1,7 24,2±2,2 
45° 
Yorkshire 
Terrier 
 5,6± 1,2 15,6±0,9 23,1±2,8 
Boxer 7,0± 1,2 17,8±0,6 30,2±3,2 
50° 
Yorkshire 
Terrier 
 18,7±1,3 28,1±2,3 
Boxer 20,9±1,0 37,1±5,0 
55° 
Yorkshire 
Terrier 
 22,8±1,3 30,6±3,7 
Boxer 23,9±0,8 44,6±4,2 
60° 
Yorkshire 
Terrier 
 24,3±0,5 34,3±1,7 
Boxer 27,0±1,6 54,3±5,6 
Fonte: Leite (2003) 
 
TEIXEIRA et al. (2009) determinaram em cadelas da raça Rottweiler os 
diâmetros biparietal e do corpo fetal como as medidas mais adequadas para 
indicar a idade gestacional, por apresentarem alta correlação e permitirem 
mensuração durante toda a segunda metade da gestação. Além disso, 
constataram que a avaliação das fórmulas pela média das medidas obtidas em 
cada dia resulta em variação maior do que a observada quando se utiliza o maior 
valor. Por esse motivo, foi recomendada a utilização da medida do feto maior para 
14 
 
estimar a idade gestacional, minimizando assim, os erros provocados pela 
variabilidade. 
Em estudo retrospectivo com 83 cadelas (32 raças), KUTZLER et al. 
(2003) observaram que a acurácia na definição da data do parto não é afetada 
pelo tamanho da ninhada e nem pelo peso corporal materno. Utilizando fatores de 
correção para raças pequenas (< 9 kg) e gigantes (> 40 kg), a acurácia da 
determinação data de parto num intervalo de 65 ± 2 dias foi de 87%. A maior 
acurácia na predição da data do parto foi obtida quando os fetos foram 
mensurados no 30° dia pós-pico de LH. A acurácia foi menor que 50% quando as 
medidas foram feitas no final da gestação, depois do 39° dia; esse declínio 
provavelmente foi devido à variação no crescimento fetal de cada raça nesse 
tempo. 
BECCAGLIA & LUVONI (2006), usando equações derivadas de curva 
de crescimento específicas para cães pequenos e médios, concluíram que o DBP 
e o DSG são ambos confiáveis para predizer a data do parto, 70 e 77% (65 ± 1 
dia) respectivamente e com diferença de dois dias, 85 e 86%. Assim, uma 
previsão igualmente precisa pode ser obtida tanto no início, como no final da 
gestação. 
Outras medidas também podem ser utilizadas. ALMEIDA et al. (2003) 
obtiveram medidas da espessura da placenta (EP) entre 43 e 39 dias antes do 
parto em cadelas da raça boxer, e a variável EP apresentou-se altamente 
correlacionada ao número de dias do parto, denotando ser também um bom 
indicador de idade gestacional. O que também foi constatado por MALDONADO 
et al. (2012), que determinou que a equação linear Y= 0,021x – 0,314, onde “y” 
representa a espessura da placenta em cm, e “x” a idade gestacional em dias, 
apresenta a melhor correlação entre a espessura da placenta e a idade 
gestacional. 
Com base nas medidas de estruturas fetais e extra-fetais foram 
desenvolvidas fórmulas para determinar a idade gestacional e prever o tempo de 
parto (Quadro 2). Utilizando estes parâmetros, o tempo de parto pode ser previsto 
com precisão de ± 2 a 3 dias (HECHT, 2008), porém o cálculo da idade 
gestacional não é exato, pois além dos erros provenientes das mensurações 
produzidas a partir de artefatosde imagem, haverá a influência de outros fatores, 
15 
 
como a diferença de tamanho e conformação entre as diversas raças; e dentro da 
mesma raça, fatores como a genética dos pais, o desenvolvimento corpóreo fetal 
e o tamanho da ninhada (JARRETA, 2004). Assim, é necessário estabelecer 
padrões de medidas e cálculos para animais de um mesmo porte ou característica 
racial (TEIXEIRA et al., 2009; CAMARGO et al., 2011). 
 
QUADRO 2 - Fórmulas para cálculo da idade gestacional e dias antes do parto 
em pequenas, médias e grandes raças caninas, utilizando medidas 
de estruturas fetais e extra-fetais 
MEDIDA FÓRMULA RAÇA/PORTE AUTORES 
DSG 
DAP= 63,2 - (18,58+0,71 x mm) Maltês Son et al., 2001 
DAP= 63,4 - (18,92+0,65 x mm) Yorkshire Son et al., 2001 
DAP= (mm - 82,13) / 1,8 Médio Luvoni e Grioni, 2000 
DAP= (mm - 68,68) / 1,53 Pequeno Luvoni e Grioni, 2000 
IG= -8,8666 x cm + 48,461 Shih-tzu Camargo et al., 2011 
IG= 19,66 + 6,27 x (cm) Beagles Yeager et al., 1992 
IG=(6 x cm)+ 20 Médio Nyland e Mattoon, 2002 
EP 
cm= 0,021 x IG - 0,314 P/M/G Maldonado et al.,2012 
mm=0,2399 x DAP + 10,828 Boxer Almeida et al., 2003 
DBP 
DAP= (mm - 29,18) / 0,7 Médio Luvoni e Grioni, 2000 
DAP= (mm - 25,11) / 0,61 Pequeno Luvoni e Grioni, 2000 
DAP=-10,64x cm+40,09 Rottweiler Teixeira et al., 2009 
DAP= 63,2 – (24,7 + 1,54 x mm) Maltês Son et al., 2001 
DAP= 63,4 – (23,89 + 1,63 x mm) Yorkshire Son et al., 2001 
IG= -14,262 x cm + 35,17 Shih-tzu Camargo et al., 2011 
IG= 21,08 + 14,88 x cm – 0,11 x cm² Beagle Yeager et al., 1992 
IG= (15 x cm) + 20 Médio Nyland e Mattoon, 2002 
mm= 0,6374 x DAP + 28,301 Boxer Silva et al., 2007 
DC 
DAP= -6,51 x cm + 36,00 Rottweiler Teixeira et al., 2009 
IG= 22,89 + 12,75 x cm - 1,17 x cm² Beagle Yeager et al., 1992 
IG=-8,8103 x cm + 29,977 Shih-tzu Camargo et al., 2011 
IG= (7 x cm) + 29 Médio Nyland e Mattoon, 2002 
CCC 
IG= 24,64 + 4,54 x cm – 0,24 x cm² Beagle Yeager et al., 1992 
IG= (3 x cm)+ 27 Médio Nyland e Mattoon, 2002 
DC+DBP 
DAP=34,27 – 5,89 x DBP(cm) – 2,77 x DC 
(cm) 
Médio England et al., 1990 
IG= (6 x DBP[cm]) + (3 x DC[cm]) + 30 Médio Nyland e Mattoon, 2002 
*IG: Idade gestacional é calculada baseada em dias pós pico de LH ± 2 dias; DAP: Dias antes do 
parto é calculado baseado numa duração de gestação de 65± 2 dias; DSG: Diâmetro do saco 
gestacional; EP: Espessura da placenta; DBP: Diâmetro biparietal; DC: Diâmetro do corpo; CCC: 
Comprimento crânio-caudal 
2.5.2.2 Organogênese fetal 
 
 A observação do desenvolvimento dos órgãos fetais é uma técnica 
relativamente simples e confiável para a previsão da idade gestacional canina. A 
predição ideal da idade gestacional e tamanho da ninhada, por meio da avaliação 
16 
 
ultrassonográfica, deve ser realizada no início ou no meio da gravidez, entre 20 a 
43 dias após o pico de LH (LENARD et al., 2007). 
Os sacos gestacionais são vistos como estruturas de 2mm de 
diâmetro, preenchidas por conteúdo anecóico (fluido coriônico) rodeado por uma 
fina parede hiperecóica (trofoblasto) (DICKIE, 2006; KIM & SON, 2007; HECHT, 
2008). Os sacos gestacionais foram observados entre o 19° e o 20° dia após pico 
de LH em Beagles (YEAGER & CONCANNON, 1990), e entre 17°e 19° dia pós 
pico de LH em Schnauzer, a detecção mais precoce se deu devido a utilização de 
um transdutor de frequência mais elevada (10 MHz) (KIM & SON, 2007). 
FERRARI (2009) identificou as vesículas aos 9,7 ± 2,2 dias, a visualização mais 
precoce foi justificada devido ao uso de transdutores de maior frequência, porém 
os dias de gestação foram contados a partir da data do cruzamento, diferente de 
outros trabalhos, que foram a partir do pico de LH. 
O saco gestacional, que é englobado por uma fina camada hiperecóica 
periférica interna do útero (placenta em desenvolvimento) (Figura 2A), começa a 
mudar a forma de esférico a oblongo a partir do 28° dia pós-onda pré ovulatoria 
de LH. A placenta zonária é reconhecida entre o 27° e o 30° dia, como uma 
estrutura focal cilíndrica, mais evidente no 36° dia (Figura 2B) (NYLAND & 
MATTOON, 2002; HECHT, 2008), A placenta foi observada aos 23,7± 2,2 dias, 
quando avaliou-se a gestação a partir da data do acasalamento (FERRARI, 
2009). 
A membrana saco vitelínico é primeiramente detectada como uma 
membrana fetal ecogênica em forma de “U” (Figura 3A), tornando-se uma 
estrutura tubular entre o 27° e o 31° dia e estendendo-se de um pólo a outro do 
saco gestacional, com eventual dobramento sobre si mesmo entre 31° e 35° dias 
(Figura 3B) (NYLAND & MATTOON, 2002). KIM & SON (2007) visualizaram o 
saco vitelínico no 25° dia (24°-26°) com mudança para forma tubular no 26° dia 
(26°-27°). 
 
 
17 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
A membrana alantoideana pode ser reconhecida como uma membrana 
fina e menos ecogênica, em torno do embrião e do saco vitelínico, do 27° ao 31° 
dia (NYLAND & MATTOON, 2002; KEALY et al., 2011). Eventualmente, o 
alantoide ocupa toda a vesícula e o saco vitelínico mantém-se dobrado como 
forma tubular. Cuidados devem ser tomados para não confundir isso com 
membranas fetais anormais ou separados (DICKIE, 2006). 
Um resumo dos achados ultrassonográficos das estruturas extra-fetais 
em diferentes fases da gestação esta disposto no Quadro 3. 
 
 
 
 
 
FIGURA 2 - Ultrassonografia das estruturas extra-fetais em cadelas gestantes. 
A) Vesículas gestacionais anecóicas e rodeadas por uma fina 
placenta ecogênica em desenvolvimento, que está cercada pela 
parede uterina (seta). Embrião é visto como um foco ecogênico 
ao longo da parede da vesícula gestacional (cabeça de seta), B) 
Placenta zonária visualizada como estrutura hiperecóica focal 
cilíndrica (seta vazia), saco vitelínico (seta cheia), membrana 
amniótica envolvendo o feto (cabeça de seta) menos ecogênica 
que o saco vitelínico. Fonte: Serviço de diagnóstico por 
imagem_HV_UFG. 
18 
 
QUADRO 3 - Média e intervalo da idade gestacional na primeira detecção 
ultrassonográfica das estruturas extra-fetais 
Achados 
ultrassonográficos 
Média±DP 
(dias) 
Intervalo 
(dias) 
Autores 
Vesícula 
gestacional 
18,0±0,9 17-19 Kim & Son (2007) 
17,9±1,1 16-21 Aissi & Slimani (2008)* 
9,7±2,2 8-13 Ferrari (2009)* 
- 20 
Nyland & Mattoon (2002); Hecht 
(2008) 
Placenta Zonária 
24,9±1,1 23-24 Kim & Son (2007) 
23,7±0,8 23-25 Aissi & Slimani (2008)* 
23,7±2,2 22-27 Ferrari (2009)* 
- 22-24 Hecht (2008) 
Membranas fetais 
- saco vitelínico 
forma de “U” 
25,0±0,9 24-26 Kim & Son (2007) 
24,8± 0,78 24-26 Aissi & Slimani (2008)* 
- 25-28 Nyland & Mattoon (2002) 
-saco vitelínico 
tubular 
26,4± 0,5 26-27 Kim & Son (2007) 
- 27-31 Nyland & Mattoon (2002) 
-membrana 
amniotica 
27,7± 1,0 26-29 Kim & Son (2007) 
26,8± 0,6 26-28 Aissi & Slimani (2008)* 
-membrana 
alantoide 
- 27-31 Nyland & Mattoon (2002) 
*Contaram os dias de gestação a partir do cruzamento, diferente dos outros autores, que 
contaram a partir do pico de LH. 
 
O embrião é visto pela primeira vez entre o dia 23 e 25 após o pico de 
LH, como uma estrutura oblonga, ecogênica, de vários milímetros de 
comprimento, localizada no saco gestacional esférico (NYLAND & MATTOON, 
2002; HECHT, 2008). No estudo realizado por KIM & SON (2007), o embrião foi 
detectado mais precocemente, em torno de 22,6 ± 0,5 dias (variando de 22-23 
dias) e o batimento cardíaco foi detectado no mesmo dia ou um dia após, sendo 
caracterizado como uma pequena oscilação dentro do embrião, indicando a 
viabilidade do mesmo (YEAGER & CONCANNON, 1990; DICKIE, 2006). De 
acordo com YEAGER & CONCANNON (1990), se os dias fossem calculados a 
partir da primeira cobertura, e não a partir do pico de LH, a média dos dias em 
que são visualizadas essas estruturas seria menor, porém esses dias teriam um 
intervalo maior. 
19 
 
À medida que o embrião aumenta, por volta do 25° ao 28° dia pós pico 
de LH, ele se afasta da parede uterina, ligado a ela pelo saco vitelínico (Figura 
3A) (NYLAND& MATTOON, 2002; KEALY et al., 2011). 
KIM & SON (2007) observaram que o aparecimento da forma bipolar 
(Figura 3B) e dos brotos dos membros surge aos 28 (27-30) e 29 (27-31) dias, 
respectivamente. FERRARI (2009) observou esses eventos concomitantemente 
aos 23 ± 2,2 dias após o acasalamento, o que foi explicado pelo fato de que, 
diferentemente de KIM & SON (2007), que realizou exames diários nas cadelas, 
FERRARI (2009) realizou exames semanais. 
 
 
 
 
 
 
 
 
O desenvolvimento fetal progride rapidamente a partir do dia 30, 
permitindo o reconhecimento ultrassonográfico da organogênese (HECHT, 2008). 
O movimento Fetal caracterizado por flexão dorsal da cabeça e extensão dos 
membros é comum entre o 33° e 35° dia (NYLAND & MATTOON, 2002; 
JOHNSON, 2009). Os primeiros órgãos abdominais a serem visibilizados são a 
vesícula urinária e o estômago, a partir do 35°-39° dias, e aparecem como áreas 
focais anecóicas no abdômen caudal e próximo ao fígado respectivamente 
FIGURA 3 – Ultrassonografia de embriões em diferentes fases 
gestacionais em cadelas. A) Vesícula gestacional 
contendo um embrião ecogênico em formato oblongo 
(seta cheia) e saco vitelínico em formato de “U” (seta 
vazia), B) Vesícula gestacional contendo embrião em 
formato bipolar (cabeça de seta), e saco vitelínico em 
formato tubular (seta cheia) e a placenta zonária (seta 
vazia). Fonte: Serviço de diagnóstico por 
imagem_HV_UFG. 
20 
 
(Figura 4A) (NYLAND & MATTOON, 2002). KIM & SON (2007) detectaram esses 
órgãos mais precocemente. No 31° (29°-33°) foi observado o estômago e no 32° 
(31°-35°) dia, a vesícula urinária. Como o estômago e a bexiga se enchem e 
esvaziam durante a gestação, podem ser observados vários graus de distensão 
durante o curso do exame (NYLAND & MATTOON, 2002). 
O esqueleto do feto é detectado como estruturas hiperecóicas com 
sombra acústica entre o 33°- 39° dias (NYLAND & MATTOON, 2002) e no dia 
34,9 ± 1,6 (29-33) de acordo com KIM & SON (2007). A cabeça é a primeira a ser 
detectada, seguida por mineralização rápida de coluna vertebral torácica e 
costelas e depois, pela coluna cervical e esqueleto apendicular (NYLAND & 
MATTOON, 2002). 
Os pulmões ainda não estão cheios de ar e, assim, aparecem como 
uma região ecogênica dentro da caixa torácica envolvendo o coração (Figura 4B). 
A ecogenicidade do pulmão pode variar durante o desenvolvimento, inicialmente é 
isoecóica à do fígado, sem clara definição entre eles, e se tornam hiperecóicos 
quando o feto se desenvolve, entre o 38° e 42°dia (NYLAND & MATTOON, 2002; 
JARRETTA, 2004), e no 35° dia (34-36) de acordo com KIM & SON (2007). 
 
 
 
 
 
 
FIGURA 4 - Ultrassonografia de estruturas fetais em cadelas 
gestantes. A) Imagem longitudinal do abdômen 
do feto com duas áreas anecóicas (Bx: bexiga, 
Est: estômago), B) Imagem longitudinal do tórax 
do feto evidenciando o coração com câmaras 
cardíacas bem definidas (seta), pulmão 
hiperecóico e parte do fígado (FG) hipoecóico. 
Fonte: Serviço de diagnóstico por 
imagem_HV_UFG. 
21 
 
Os rins são inicialmente detectados no 42° dia (41°-43°) como 
estruturas hipoecóicas com a pelve renal anecóica (KIM & SON, 2007). Com o 
passar do tempo, o córtex renal e medular podem ser diferenciados e a pelve 
renal se torna menos dilatada (Figura 5A) (JARRETTA, 2004). 
Os olhos são vistos entre o 39° e o 47° dia (Figura 5B) (NYLAND & 
MATTOON, 2002). O coração tem ecogenicidade variando de hipoecóica a 
anecóica, com ecos que representam as paredes da câmara e válvulas cardíacas. 
As quatro câmaras do coração são vistas a partir do 40° dia e os grandes vasos 
cardíacos podem ser visibilizados após alguns dias (JARRETA, 2004). 
 
 
 
 
 
 
 
A idade máxima que conseguimos estimar com a ultrassonografia pela 
avaliação da organogênese é de 57 a 58 dias, fase em que as alças intestinais 
estão formadas e são visibilizadas com movimento (Figura 6) (JARRETA, 2004). 
 
FIGURA 5 – Ultrassonografia de estruturas fetais em cadelas 
gestantes. A) Imagem longitudinal do abdômen do 
feto evidenciando o rim hipoecóico (entre cursores) 
com córtex e medular bem definidos, B) Imagem da 
cabeça do feto. O olho é redondo e anecóico (seta), 
a lente é esférica, e o corpo vítreo é anecóico. Fonte: 
Serviço de diagnóstico por imagem_HV_UFG 
22 
 
 
 
 
 
 
Como descrito, por meio do exame ultrassonográfico observa-se que a 
faixa de idade gestacional para a aparência inicial da maioria das características 
anatômicas é pequena e consistente, tornando esta uma boa técnica para a 
previsão da idade gestacional, mas para isso exames sequenciais devem ser 
realizados. No entanto, realizar o exame no final da gravidez pode ser desafiante, 
pois poucos novos marcos na aparência ultrassonográfica do feto se 
desenvolvem após o 50° dia; assim essa técnica sozinha pode não ser tão útil 
(LENARD, 2007). 
O uso combinado das mudanças ao longo do desenvolvimento fetal e 
as medidas fetais e extrafetais fornecem uma estimativa mais segura sobre a fase 
do desenvolvimento gestacional (KIM & SON, 2007). 
Um resumo dos achados ultrassonográficos das estruturas fetais em 
diferentes fases da gestação está disposto no Quadro 4: 
 
 
FIGURA 6 - Ultrassonografia do abdômen caudal de feto 
canino em corte longitudinal. Visualizam-se as 
alças intestinais com conteúdo hiperecóico e a 
bexiga com conteúdo anecóico (BX). Fonte: 
Serviço de diagnóstico por imagem_HV_UFG 
23 
 
QUADRO 4 - Média e intervalo da idade gestacional na primeira detecção 
ultrassonográfica das estruturas fetais 
Achados 
ultrassonográficos 
Média±DP 
(dias) 
Intervalo 
(dias) 
Autores 
Embrião 
22,6±0,5 22-23 Kim & Son (2007) 
22,8±1,0 21-24 Aissi & Slimani (2008)* 
16,7±2,2 15-20 Ferrari (2009)* 
- 23-25 Nyland & Mattoon (2002); Hecht (2008) 
Atividade cardíaca 
23,4±0,5 23-24 Kim & Son (2007) 
23,0±0,9 22-24 Aissi & Slimani (2008)* 
16,7±2,2 15-20 Ferrari (2009)* 
- 23-25 Nyland & Mattoon (2002); Hecht (2008) 
Forma bipolar 
28,9±1,1 27-30 Kim & Son (2007) 
23,7±2,2 22-27 Ferrari (2009)* 
- 28 Nyland & Mattoon (2002) 
Brotos dos 
membros 
29,8±1,4 27-31 Kim & Son (2007) 
29,7±0,8 28-31 Aissi & Slimani (2008)* 
23,7±2,2 22-27 Ferrari (2009)* 
- 35 Nyland & Mattoon (2002) 
Movimento fetal 
32,5±0,8 32-34 Kim & Son (2007) 
30,4±1,6 28-31 Aissi & Slimani (2008)* 
30,7±2,2 29,34 Ferrari (2009)* 
 34-36 Hecht (2008) 
Estômago 
31,2±1,6 29-33 Kim & Son (2007) 
33,4±1,1 32-35 Aissi & Slimani (2008)* 
30,7±2,2 29-34 Ferrari (2009)* 
 35-39 Nyland & Mattoon (2002); Hecht (2008) 
Bexiga Urinária 
32,6±1,8 31-35 Kim & Son (2007) 
34,9±1,2 33-37 Aissi & Slimani (2008)* 
37,7±2,2 36-41 Ferrari (2009)* 
- 35-39 Nyland & Mattoon (2002); Hecht (2008) 
Esqueleto 
34,9±1,6 34-38 Kim & Son (2007) 
35,1±0,7 34-36 Aissi & Slimani (2008)* 
37,7±2,2 36-41 Ferrari (2009)* 
- 33-39 Nyland & Mattoon (2002); Hecht (2008) 
Pulmão 
Hiperecoico X 
FG 
35,8±0,8 34-36 Kim & Son (2007) 
35,1±0,7 34-36 Aissi & Slimani (2008)* 
37,7±2,2 36-41 Ferrari (2009)* 
- 38-42 Nyland & Mattoon (2005); Hecht (2011) 
Rim 
42,2±0,7 41-43 Kim & Son (2007) 
44,8±2,2 43-48 Ferrari (2009)* 
- 39-47 Nyland & Mattoon (2002) 
Olhos - 39-47 Nyland & Mattoon (2002) 
Câmaras cardíacas - 40 Nyland & Mattoon (2002) 
Intestino - 57-63 Nyland & Mattoon (2002) 
*Contaram os dias de gestação a partir do cruzamento, diferente dos outros autores, 
que contaram a partir do pico de LH. 
 
 
24 
 
2.5.3 VIABILIDADE FETAL 
 
A ultrassonografia é empregada para detectar grande variedade de 
condições indesejáveis que podem ocorrer durante a gravidez. Estes incluem a 
reabsorção fetal, aborto, desenvolvimento embrionário retardado, sofrimento fetal, 
anomalias fetais, morte fetal antes ou durante o parto (NYLAND & MATTOON, 
2002). 
A viabilidade fetal tem sido avaliada pelo nível de movimentação fetal e 
pelo número de batimentos cardíacos por minuto (bpm), que é cerca de duas atrês vezes o da mãe, geralmente no intervalo de 220-240bpm (OLIVEIRA, 2013). 
A frequência cardíaca fetal deve ser maior que 220 bpm e em casos de hipóxia a 
mesma diminui. Valores entre 180 a 220 bpm indicam estresse fetal leve, 
enquanto que valores menores que 180 bpm sinalizam sofrimento fetal grave 
(ZONE e WANKE, 2001; GIL et al., 2013). 
Para determinar a frequência cardíaca (FC) fetal é utilizada a 
ultrassonografia modo-M, que é um método aparentemente simples, porém, nem 
sempre é possível realizar esse procedimento com precisão, particularmente nas 
cadelas de grande porte e nas obesas, ou ainda em animais taquipneicos 
(NYLAND & MATTOON, 2002). Outro fator limitante é a presença de contrações 
uterinas intermitentes, que podem gerar reduções temporárias na frequência 
cardíaca fetal, voltando ao normal, após um a dois minutos. Assim, ressalta-se a 
importância de realizar análise mais de uma vez no mesmo filhote sob essas 
condições (GIL et al., 2013). 
Outro dilema na avaliação da FC está no fato de que, normalmente, a 
frequência cardíaca fetal diminui próximo ao parto, o que pode gerar dúvidas 
quanto ao real sofrimento fetal (JARRETA, 2004). Além disso, fetos adormecidos, 
podem apresentar FC naturalmente mais baixa, quando comparados aos demais 
fetos acordados e em movimentação. Assim, para evitar erros indicativos de 
sofrimento fetal, manobras semelhantes ao balotamento, mas de menor 
intensidade, podem ser realizadas, além de colocar a gestante para andar na sala 
e depois prosseguir com o exame, evitando dessa maneira, erros de interpretação 
(GIL et al., 2013). 
25 
 
O ultrassom apresenta um potencial valor para diagnóstico de morte 
embrionária e fetal. Sinais de morte fetal incluem ausência de batimento cardíaco 
(Figura 7) e movimento fetal, postura fetal anormal, espessamento das 
membranas fetais, redução do volume e aumento da ecogenicidade do fluido 
fetal, acúmulo de gás dentro do feto ou útero e visibilização da anatomia fetal mal 
definida e distorcida (Figura 8A) (JARRETTA, 2004; HECHT, 2008). 
 
 
FIGURA 7 - Imagens ultrassonográficas da aferição da frequência cardíaca 
fetal em cadelas gestantes. A) Batimento cardíaco normal em 
um feto vivo, B) Ausência de batimento cardíaco em feto morto, 
representado pela ausência do traçado. Fonte: Serviço de 
diagnóstico por imagem_HV_UFG 
 
Quando a morte embrionária ocorre antes do 25° dia de gestação, o 
embrião geralmente é completamente reabsorvido, sendo reconhecida por uma 
redução no tamanho do embrião com perda da definição de suas margens em 
comparação aos conceptos adjacentes, por vesículas gestacionais de formato 
irregular, redução no fluido embrionário, passando de anecóico para hipoecóico, 
com presença de partículas ecogênicas e ausência de batimento cardíaco e, por 
último, colapso da vesícula gestacional com espessamento da parede do útero 
(ENGLAND & RUSSO, 2006; HECHT, 2008; KEALY et al., 2011). Essas 
alterações podem ocorrer concomitantes com endometrite (FARROW, 2003). 
26 
 
Além disso, é possível haver reabsorção de apenas um feto e a gestação 
prosseguir (JARRETTA, 2004). De acordo com FERRARI (2009) a reabsorção 
ocorre, geralmente, entre a terceira e a quarta semanas de gestação, com 
desaparecimento completo da vesícula gestacional ao início da quinta semana. 
A morte fetal, após cerca de 35 dias de gestação, geralmente resulta 
em aborto, podendo não afetar toda a ninhada. Fetos falecidos perdem 
rapidamente a aparência ultrassonográfica normal e são expulsos em dois dias. O 
útero será semelhante em aparência a um útero pós-parto (NYLAND & 
MATTOON, 2002; JARRETTA, 2004). 
Retenção fetal pode ser diagnosticada pela presença de ossos fetais 
ecogênicos. Anomalias fetais geralmente não são detectadas, em virtude da 
natureza multípara da gravidez e o pequeno tamanho dos embriões (KEALY et 
al., 2011). 
Embora um número grande de defeitos congênitos possa ocorrer em 
cães, esses defeitos são raramente diagnosticados no útero. Hidrocefalia, efusão 
pleural fetal e hidrópsia fetal ou anasarca são exemplos de anormalidades fetais 
que podem ser detectadas por meio do ultrassom (JARRETTA, 2004; HECHT, 
2008). 
 
 
 
 
 
FIGURA 8 – Imagens ultrassonográficas de uma cadela 
gestante comparando fetos da mesma ninhada. 
A) Morte fetal demonstrada por anatomia fetal 
mal definida e distorcida (seta), B) Diâmetro 
biparietal em feto viável. Fonte: Serviço de 
diagnóstico por imagem_HV_UFG 
27 
 
Outras técnicas têm sido indicadas, como a avaliação, por meio do 
modo doppler triplex das artérias envolvidas na gestação, para determinar com 
maior precocidade a hipóxia fetal (BLANCO et al, 2011; SILVA et al, 2012; 
OLIVEIRA, 2013) e a ultrassonografia em 3D e 4D (HILDEBRANDT et al.,2009). 
OLIVEIRA (2013) comprovou, como já estabelecido na medicina, que 
as alterações Dopplerfluxométricas precedem a redução da frequência cardíaca, 
na ocorrência de sofrimento fetal; promovendo assim, melhor assistência prestada 
às fêmeas em período gestacional, uma vez que antecipa o diagnóstico de 
sofrimento fetal e, consequentemente, a decisão da conduta clínica a ser adotada. 
A ultrassonografia em 3D e 4D é uma ferramenta adicional para a 
análise estrutural detalhada do desenvolvimento gestacional do cão 
(HILDEBRANDT et al.,2009). O exame tridimensional pode ser aplicado em 
algumas situações na medicina fetal, como no diagnóstico de anormalidades 
congênitas e dismorfologia (FELICIANO et al., 2007), enquanto que a aplicação 
de ultrassonografia 4D permite a visualização de atividades comportamentais 
complexas dos fetos no útero. Estudos de seguimento são necessários para 
utilizar plenamente esta nova tecnologia para a medicina veterinária 
(HILDEBRANDT et al., 2009). 
Diante do exposto, constata-se a importância do exame 
ultrassonográfico na avaliação do feto e das cadelas durante toda a gestação. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
28 
 
3 CONCLUSÃO 
 
A ultrassonografia é um excelente método de detecção da gravidez em 
cadelas, pois além de ser um método não invasivo, de baixo custo operacional e 
inócuo, ele nos permite a detecção precoce da gestação, estimativa do número de 
fetos, provável data do parto, avaliação da organogênese e viabilidade fetal. 
 O exame ultrassonográfico deve ser realizado de forma sequencial e 
seriada para otimizar as informações acerca do feto e da mãe. 
A indicação da cesariana é uma decisão clínica que deve ser baseada 
no histórico do animal, exame físico e achados ultrassonográficos. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
29 
 
4 CONSIDERAÇÕES FINAIS 
 
Com a demanda crescente por serviços qualificados na medicina 
veterinária, sobretudo no que se refere aos animais de companhia, os exames de 
imagem apresentam-se como poderosos aliados da clínica médica. Em particular, 
a ultrassonografia gestacional que, como já foi mencionado, é um exame de 
grande auxilio na medicina veterinária e que mais me despertou interesse durante 
os dois anos de residência. 
No entanto, é necessário além dos conhecimentos teóricos e práticos 
nesta área, conhecimento principalmente de clínica médica, para que, além de 
poder compreender os sinais encontrados, elaborar os laudos com exatidão. 
Assim, a residência foi de suma importância, pois além da área 
específica, proporcionou contato com as outras áreas: clinica médica, cirurgia, 
patologia clínica e patologia animal, o que foi essencial para uma 
profissionalização qualificada na área de diagnóstico por imagem. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
30 
 
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Diagnostic Imaging : The Dog and Cat. St. Louis: Mosby, 2003. cap. 72, p. 
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