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INTRODUÇÃO A PSICOLOGIA: CONSTITUIÇÃO DA PSICOLOGIA COMO CIÊNCIA Rayza de Oliveira Rossi A Psicologia foi classificada como "ciência" pelo psicólogo alemão Wilhelm Wundt (1832 — 1920), antes a psicologia era considerada parte de Filosofia. Psicologia é a ciência que estuda o comportamento e as funções da mente, tem como objetivo imediato a compreensão de grupos e indivíduos tanto pelo estabelecimento de princípios universais como pelo estudo de casos específicos, e tem, segundo alguns, como objetivo final o benefício geral da sociedade. A função dos psicólogos é tentar compreender o papel das funções mentais no comportamento individual e social, estudando também os processos fisiológicos e biológicos que acompanham os comportamentos e funções cognitivas. Além dos campos terapêutico e acadêmico, a psicologia aplicada é empregada em outras áreas relacionadas ao comportamento humano, como a psicologia do trabalho nos ambientes industriais ou organizacionais, psicologia educacional, psicologia esportiva, psicologia da saúde, psicologia do desenvolvimento, psicologia forense, psicologia jurídica, dentre outros. Os psicólogos são os profissionais responsáveis pela elaboração a aplicação dos testes psicológicos e pela construção de escalas que buscam compreender os mais diversos processos mentais (atenção, memória, linguagem, inteligência entre outros), para depressão, ansiedade, e para os mais diversos objetivos como uma avaliação psicológica, um processo seletivo de emprego e na Psicologia Forense por exemplo. A psicologia é a ciência que estuda o comportamento e os processos mentais dos indivíduos (psiquismo). Cabe agora definir tais termos: Dizer que a psicologia é uma ciência significa que ela é regida pelas mesmas leis do método científico as quais regem as outras ciências: ela busca um conhecimento objetivo, baseado em fatos empíricos. Pelo seu objeto de estudo a psicologia desempenha o papel de elo entre as ciências sociais, como a sociologia e a antropologia, as ciências naturais, como a biologia, e áreas científicas mais recentes como as ciências cognitivas e as ciências da saúde. Comportamento é a atividade observável (de forma interna ou externa) dos organismos na sua busca de adaptação ao meio em que vivem. Dizer que o indivíduo é a unidade básica de estudo da psicologia significa dizer que, mesmo ao estudar grupos, o indivíduo permanece o centro de atenção – ao contrário, por exemplo, da sociologia, que estuda a sociedade como um conjunto. Os processos mentais são a maneira como a mente humana funciona – pensar, planejar, tirar conclusões, fantasiar e sonhar. O comportamento humano não pode ser compreendido sem que se compreendam esses processos mentais, já que eles são a sua base. Como toda a ciência, o fim da psicologia é a descrição, a explicação, a previsão e o controle do desenvolvimento do seu objeto de estudo. Como os processos mentais não podem ser observados mas apenas inferidos, torna-se o comportamento o alvo principal dessa descrição, explicação e previsão (mesmo as novas técnicas visuais da neurociência que permitem visualizar o funcionamento do cérebro não permitem a visualização dos processos mentais, mas somente de seus correlatos fisiológicos, ou seja, daquilo que acontece no organismo enquanto os processos mentais se desenrolam). Descrever o comportamento de um indivíduo significa, em primeiro lugar, o desenvolvimento de métodos de observação e análise que sejam o mais possível objetivos e em seguida a utilização desses métodos para o levantamento de dados confiáveis. A observação e a análise do comportamento podem ocorrer em diferentes níveis – desde complexos padrões de comportamento, como a personalidade, até a simples reação de uma pessoa a um sinal sonoro ou visual. A introspecção é uma forma especial de observação (ver mais abaixo o estruturalismo). A partir daquilo que foi observado o psicólogo procura explicar, esclarecer o comportamento. A psicologia parte do princípio de que o comportamento se origina de uma série de fatores distintos: variáveis orgânicas (disposição genética, metabolismo, etc.), disposicionais (temperamento, inteligência, motivação, etc.) e situacionais (influências do meio ambiente, da cultura, dos grupos de que a pessoa faz parte, etc.). As previsões em psicologia procuram expressar, com base nas explicações disponíveis, a probabilidade com que um determinado tipo de comportamento ocorrerá ou não. Com base na capacidade dessas explicações de prever o comportamento futuro se determina a também a sua validade. Controlar o comportamento significa aqui a capacidade de influenciá-lo, com base no conhecimento adquirido. Essa é parte mais prática da psicologia, que se expressa, entre outras áreas, na psicoterapia. Para o psicólogo soviético A. R. Luria, um dos fundadores da neuropsicologia a psicologia do homem deve ocupar-se da análise das formas complexas de representação da realidade, que se constituíram ao longo da história da sociedade e são realizadas pelo cérebro humano, incluindo as formas subjetivas da atividade consciente sem substituí-las pelos estudo dos processos fisiológicos que lhes servem de base nem limitar-se a sua descrição exterior. Segundo esse autor, além de estabelecer as leis da sensação e percepção humana, regulação dos processos de atenção, memorização (tarefa iniciada por Wundt), na análise do pensamento lógico, formação das necessidades complexas e da personalidade, considera esses fenômenos como produto da história social (compartilhando, de certo modo com a proposição da Völkerpsychologie de Wundt e com as proposições de estudo simultâneo dos processos neurofisiológicos e das determinações histórico-culturais, realizadas de modo independente por seu contemporâneo Vigotsky). (Silva, Juliana Vieira Almeida,2013) Três grupos distintos de argumentos têm sido usados ao longo desta como obstáculos à possibilidade de constituição da psicologia como ciência. Muitos destes problemas foram superados ao longo da história da disciplina, mas alguns deles ainda hoje esperam solução filosófica, o que faz da psicologia moderna um projeto de ciência inacabado. Uma vez que a ciência moderna se apresenta como atividade que estabelece hipóteses sobre leis naturais através de experimentação e formalização (se possível matematização), e que estas hipóteses testadas também devem apresentar capacidade preditiva, sempre foi questionada interna e externamente a possibilidade de investigação científica da psique, consciência, ou de quaisquer das definições originais de objeto desta disciplina. Por fim, temos ainda um terceiro grupo de problemas a serem superados por um projeto de ciência consistente, os metodológicos, que serão expostos sumariamente. Estes incluem as alegações de impossibilidade de observação direta do fenômeno psicológico, da dificuldade metodológica de sua quantificação, das limitações éticas para a pesquisa em psicologia e da enorme quantidade de variáveis envolvidas na explicação psicológica. REFERÊNCIAS SILVA, Juliana V. A. Psicologia: o que é?. Psicologia: o que é?, [s. l.], 24 maio 2013. Disponível em: http://www.psicologiaitajai.com.br/psicologia-o-que-e/. Acesso em: 2 jun. 2020.
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