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Apostila Princípios de Economia 2018 - 1o ECO

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UNIVERSIDADE ESTADUAL NORTE DO PARANÁ 
UENP 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
PRINCÍPIOS DE ECONOMIA 
 
 
P/ O CURSO DE ECONOMIA 
 
 
 
 
 
 
 
 
Prof. FERNANDO ANTONIO SORGI 
 
 
 
 
 
 
 
 
Cornélio Procópio 
2018 
 
 
 
2 
PLANEJAMENTO ANUAL 
 1o. ANO 3a. e 5ª. feira 
 
DATA CONTEÚDO OBS. 
06/03 Semana do calouro 
08/03 Evento PROEC para calouros 
13/03 Apresentação e planejamento do semestre 
15/03 Cap. 1 – Economia e ciência 
20/03 Cap. 1 
22/03 Cap. 2 – Os problemas Econômicos Fundamentais 
27/03 Cap. 2 
29/03 Cap. 3 – Curva das possibilidades de produção 
03/04 Cap. 3 
05/04 Cap. 4 – Formação dos preços – Oferta de Demanda 
10/04 Cap. 4 
12/04 Cap. 5 – O Equilíbrio da oferta e da demanda 
17/04 Trabalho: Exercícios para revisão em sala 
19/04 Prova 1º. Bimestre 
24/04 Vistas da prova 
26/04 2ª. Chamada de Prova bimestral 
03/05 Cap. 6 – Medidas de Elasticidade 
08/05 Cap. 6 
10/05 Cap. 6 
15/05 Cap. 7 – Teoria da Produção 
17/05 Cap. 7 
22/05 Cap. 7 
24/05 Cap. 8 – Lei dos rendimentos decrescentes 
29/05 Cap. 9 – Teoria dos Custos 
05/06 Cap. 9 
07/06 Cap. 9 
12/06 1ª. Avaliação do 2º. Semestre 
14/06 Vistas da Avaliação 
19/06 Cap. 10 – Seminário Grupo 1 – Estrutura de Mercado 
21/06 Cap. 10 – Seminário Grupo 2 
26/06 Cap. 10 – Seminário Grupo 3 
28/06 Cap. 10 – Seminário Grupo 4 
03/07 Trabalho: Exercícios para revisão em sala 
05/07 Prova Escrita 1º. Semestre 
10/07 Vistas da prova 
12/07 2ª. Chamada de Prova Escrita 
13 a 30 FÉRIAS 
31/07 Cap. 11 – Elaboração dos preços de venda 
02/08 Cap. 11 
07/08 Cap. 11 
09/08 Cap. 12 – Teoria da moeda 
14/08 Cap. 13 – Inflação 
16/08 Cap. 13 
21/08 
 
 
 
3 
23/08 1ª. Avaliação do 2º. Semestre 
28/08 SEMANA DE ECONOMIA 
30/08 SEMANA DE ECONOMIA 
04/09 Cap. 14 – Macroeconomia 
06/09 Cap. 14 
11/09 Cap. 14 
13/09 Cap. 14 
18/09 Trabalho: Exercícios para revisão em sala 
20/09 Prova 3º. Bimestre 
25/09 Vistas da prova 
27/09 2ª. Chamada de Prova bimestral 
02/10 Cap. 15 – Política Monetária 
04/10 Cap. 15 
09/10 Cap. 15 
11/10 Cap. 16 – Crescimento de desenvolvimento Econômico 
16/10 Cap. 16 
18/10 Cap. 16 
23/10 Cap. 16 
25/10 Cap. 17 – Setor Externo 
30/10 Cap. 17 
01/11 Cap. 17 
06/11 Cap. 18 – Setor Público 
08/11 Cap. 18 
13/11 Cap. 18 
20/11 
22/11 
27/11 Trabalho: Exercícios para revisão em sala 
29/11 Prova Escrita 2º. Semestre 
04/12 Vistas da prova 
06/12 2ª. Chamada de Prova Escrita 
11/12 EXAME 
TOTAL 144 HORAS 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
4 
CONTEÚDO PROGRAMÁTICO 
 
 
 
SUMÁRIO 
 
 
Cap. 1: Economia e ciência - Fundamentos dos problemas econômicos....................5 
 
Cap. 2: Os problemas econômicos fundamentais - A organização dos sistemas 
econômicos..................................................................................................................9 
 
Cap. 3: A Curva das Possibilidades de Produção......................................................14 
 
Cap. 4: Formação dos preços – Lei da oferta e procura............................................16 
 
Cap. 5: O equilíbrio da oferta e procura.....................................................................21 
 
Cap. 6: A elasticidade da procura e da oferta – elasticidade preço da procura ........24 
 
Cap. 7: A Teoria da Produção....................................................................................30 
 
Cap. 8: A lei dos rendimentos decrescentes e dos custos crescentes......................35 
 
Cap. 9: Teoria dos custos...........................................................................................38 
 
Cap. 10: Estruturas de mercado.................................................................................43 
 
Cap. 11: Como elaborar preços de venda..................................................................47 
 
Cap. 12: Teoria da moeda – Histórico e uso / Funções da moeda............................53 
 
Cap. 13: Teoria da moeda – Os meios de pagto. / Efeito multiplicador da moeda 
escritural / Inflação.....................................................................................................56 
 
Cap. 14: Política Macroeconômica.............................................................................60 
 
Cap. 15: Política Monetária........................................................................................63 
 
Cap. 16: Teoria do desenvolvimento: o crescimento como objetivo básico...............67 
 
Cap. 17: Setor Externo...............................................................................................73 
 
Cap. 18: Setor Público................................................................................................77 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
5 
CAPÍTULO 1 
 
ECONOMIA E CIÊNCIA 
 
FUNDAMENTOS DOS PROBLEMAS ECONÔMICOS 
 
 
 
SÍNTESE 
 
- A Economia e seu múltiplo interesse. 
 
- O impulso da economia como ciência: 
 Quando: povos primitivos / sec. 18 e 19 / I e II guerras / depressão de 30. 
 Como: Da importância da economia em tudo e em todos os tempos. 
 
- A economia como ciência social: 
 O bom senso 
 A observação cautelosa 
 
- A ciência econômica: 
 Definição 
 Objeto de estudo 
 
- A escassez de recursos e as necessidades ilimitadas: 
 A escassez 
 As necessidades primárias 
 A criação das necessidades 
 O paradoxo – ontem/hoje 
 A racionalização 
 
- As alternativas de produção e o pleno emprego dos recursos: 
 A eficiência máxima 
 O problema das opções 
 
 
COMENTÁRIOS 
 
- 0 papel da Economia 
 
- É uma ciência que diz respeito à todas as pessoas indistintamente, e não apenas 
aos economistas. 
- Os povos primitivos preocupavam-se com a organização de sua atividade 
econômica. À partir do aumento da população, fazia-se as trocas, e a economia 
foi evoluindo. 
No século 18 as grandes descobertas técnicas, alteraram o comportamento 
produtivo dos povos e a Economia apontou como ciência. 
No século 19 com a revolução industrial o progresso foi extraordinário, e a 
economia ganhou novo impulso. 
 
 
 
6 
A oferta cresceu e a comercialização modificou-se. 
Surge então os formadores de teorias econômicas: “Adam Smith”. 
Na fase das grandes guerras as nações alteraram sua produção que passou a 
ser material bélico. 
Outra fase foi a grande depressão econômica que abalou as nações ocidentais, e 
desenvolveu instrumentos de análise econômica para restabelecer a normalidade 
e reabsorver os desempregados. Em 1936, J M Keynes, traz idéias econômicas 
que são importantes até hoje: A Escola Moderna da Economia. Suas idéias eram 
contrárias às clássicas: “O governo deve ser o grande orientador da economia de 
seu país”. 
O governo ativou a economia gerando emprego e gastou muito dinheiro para 
isso. 
A Economia, como ciência, desempenha dois papéis básicos na análise das 
questões nacionais: a primeira diz respeito à compreensão, descrição e previsão 
da ação dos agentes econômicos; a segunda se refere à definição de políticas 
econômicas com vista a atingir determinados objetivos e construir uma sociedade 
mais justa. 
Existe uma diferença entre descrição (economia positiva) e prescrição (economia 
normativa): 
Economia positiva: diz respeito ao que é, foi ou será. 
Economia normativa: se preocupa com o que deveria ser. 
 
 
- O que é Economia 
- Economia é a ciência social que estuda a administração dos recursos escassos e 
dos problemas deles decorrentes, tanto para usos alternativos quanto para fins 
competitivos, com o objetivo de produzir e distribuir bens e serviços a fim de 
satisfazer as necessidades materiais da sociedade. 
- A etimologia da palavra Economia é proveniente da expressão grega oikos + 
nomos, onde oikus, no sentido mais amplo, quer dizer casa e nomos norma ou 
normatização e, daí, dar ordem, organizar, administrar, prover. 
 
- O objeto da Economia 
- Aos economistasse atribui zelar pelo uso adequado dos fatores de produção e 
recursos naturais para que a sobrevivência do homem na Terra não seja 
comprometida. 
- O pensamento do economista não pode se confundir com o do administrador que 
visa sempre a eficiência empresarial à maximização do lucro, pois esses 
objetivos são muitas vezes obtidos com o sacrifício da sociedade e com o 
desgaste dos recursos naturais. 
- O objeto da economia é o ser humano. Não pode ser pensada de forma fria e 
sim com base no bom senso e de forma cautelosa. (FALÁCIAS DA 
COMPOSIÇÃO). 
- O objetivo da economia é a criação e repartição das riquezas. 
 
- Divisão da Economia 
 
- Economia descritiva: Se dedica a observação, levantamento, descrição e 
classificação dos fatos econômicos, bem como do comportamento dos agentes 
econômicos. 
 
 
 
7 
- Economia política: Trata dos princípios que devem reger os agentes econômicos, 
a formação do Estado e a relação com seus agentes. 
- Teoria econômica: Se divide em micro e macroeconomia. 
A microeconomia cuida das unidades elementares de produção e de consumo, 
considerando individualmente o comportamento dos agentes econômicos. Da 
microeconomia fazem parte a teoria do consumidor, a teoria da empresa, a teoria 
da produção e da distribuição de bens e serviços econômicos. 
A macroeconomia tomou impulso com a falência do equilíbrio automático do 
mercado verificado na grande depressão de 1929, a tomada de consciência dos 
países subdesenvolvidos de sua situação de dependência e atraso econômicos, 
o desemprego estrutural e os desequilíbrios de mercado. 
- Política econômica: Utiliza os princípios, leis, teorias e modelos econômicos com 
a finalidade de desenvolver a ação econômica de forma adequada com os 
objetivos nacionais. É um ramo da economia voltado para a prática econômica. 
 
- A Lei da escassez: produzir o máximo de bens e serviços com os recursos 
escassos disponíveis a cada sociedade. Na realidade, a escassez dos recursos 
disponíveis acaba por gerar a escassez dos bens econômicos. 
- Os bens econômicos não existem de forma abundante e prontos para serem 
consumidos no local e no momento exato em que o consumidor deles necessita. 
Normalmente, é necessário um longo caminho para tornar os bens disponíveis 
para o consumo. Mesmo assim, os bens são limitados frente às necessidades 
ilimitadas da humanidade. O poder aquisitivo das pessoas em confronto com o 
preço dos bens e serviços é o elemento seletivo, de modo que uns têm maior 
alcance de consumo e outros praticamente não têm poder de compra algum, 
embora tenham necessidades e carências. O mercado, via preço e renda, 
estabelece quem tem acesso aos produtos oferecidos em quantidades limitadas. 
 Com exceção do ar, os demais bens não são livres. Nenhum sistema econômico 
conseguiu até hoje satisfazer a todas as necessidades da coletividade. A 
escassez é a mais severa das leis milenares. 
A tecnologia e a capacidade científica revelam suas limitações. 
À medida que os recursos produtivos se expandem e se aperfeiçoam, os desejos 
e as necessidades humanas crescem mais que proporcionalmente. 
As necessidades humanas, primárias, renovam-se dia a dia e exigem contínuo 
suprimento dos bens destinados a atendê-las. 
As necessidades primárias são: alimentação, vestuário e habitação. Mesmo que 
pequena parcela da população ativa possa satisfazer o resto da população em 
suas necessidades primárias, o problema se perpetua, pois o ser humano está 
sempre criando novas necessidades e os povos aumentando o seu padrão de 
vida e o bem estar material. 
Além de criarmos necessidades de forma natural, também criamos de forma 
artificial, como a propaganda. 
Em 1ª vista, há um paradoxo: Os povos da Idade Média tinham menos 
necessidades do que os povos atuais e os povos atuais possuem um maior 
volume de bens à disposição. 
Quanto mais bens alcançam elevado nível de produção em massa e satisfazem 
as necessidades humanas, novos desejos são criados pelo homem, continuando 
assim o problema das necessidades ilimitadas. 
Povos civilizados são os que despertam para novas necessidades. 
Coisas ontem supérfluas são hoje imprescindíveis. 
 
 
 
8 
Enquanto os desejos materiais do homem parecem insaciáveis, os recursos para 
atendê-los permanecem escassos. Essa é a essência do problema econômico. 
O emprego de tais recursos deve ser racional e bem administrado. 
Primeiro em sua plena utilização e segundo com objetivo de sua melhor 
combinação. 
 
 A eficiência máxima e o pleno emprego são alcançados quando se mobilizam 
todas as possibilidades de produção da economia. 
Com a reunião e combinação dos recursos: terra, trabalho, capital, capacidade 
tecnológica e capacidade empresarial, uma economia pode obter bens e 
serviços que atendam as necessidades da coletividade. 
Porém as produções sempre serão limitadas. 
Quando uma economia está operando em regime de máxima eficiência, só 
poderá aumentar a produção de determinado produto se desistir ou diminuir a 
produção de outro. 
A esse problema soma-se os das opções. 
As políticas econômicas têm ainda o problema de optar qual o melhor caminho a 
ser tomado. 
 
 
Utilidade 
Utilidade de um bem “X” é a capacidade desse bem satisfazer direta ou 
indiretamente alguma necessidade humana. O consumo dos bens produz algum 
tipo de satisfação. Essa é a razão de toda a economia. Utilizar adequadamente 
os meios de produção a fim de produzir bens e serviços de modo a satisfazer ao 
máximo as necessidades materiais da sociedade, ou seja, maximizar a função 
de bem-estar social. 
 
Utilidade total 
Utilidade total de um indivíduo é o nível de satisfação obtido por esse indivíduo, 
devido ao consumo de n bens, em um dado período de tempo. Ou seja, utilidade 
total de um bem “X” é a soma das utilidades fornecidas por cada unidade 
consumida desse bem. 
À medida que nossas necessidades de um bem “X” vão sendo satisfeitas, os 
acréscimos na satisfação total vão diminuindo, podendo até se tornarem 
negativos, caso o uso cresça excessivamente. 
 
Utilidade marginal 
A utilidade marginal de um bem “X” é a variação na utilidade total devido ao 
consumo de uma unidade a mais desse bem. Como as primeiras unidades 
consumidas nos dão um nível mais alto de satisfação, porque nossas carências 
vão diminuindo, à medida que vamos satisfazendo as necessidades, a utilidade 
marginal é uma função decrescente. 
Relacionando a utilidade marginal decrescente com o preço, parece plenamente 
aceitável que o consumidor se dispõe a pagar cada vez menos por quantidades 
adicionais de um bem “X”. 
A utilidade marginal é determinante para a decisão de consumo do indivíduo, pois é 
a partir das necessidades que faltam para satisfazer que ele toma suas decisões 
de compra e não pelo consumo já efetuado. 
 
 
 
 
9 
CAPÍTULO 2 
 
OS PROBLEMAS ECONÔMICOS FUNDAMENTAIS 
 
A ORGANIZAÇÃO DOS SISTEMAS ECONÔMICOS. 
 
 
 
SÍNTESE 
 
- O que e quanto produzir? Nível econômico 
- Como produzir? Nível tecnológico 
- Para quem produzir? Nível social 
- As respostas: * O que e quanto? Votos do consumidor. 
 Meta: curva das possibilidades. 
 * Como? Concorrência entre produtores./ Tecnologia. 
 Meta: Racionalizar. 
- Sistema econômico ideal. 
- Organização da atividade econômica. 
 Divisão do trabalho. 
 Justiça distributiva. 
 Os Liberais e os críticos(Marx). 
 Qual deverá ser a forma de organização ideal? 
- Elementos básicos do sistema: 
1- Estoque de recursos produtivos. 
2- Complexo de unidades de produção. 
3- Conjunto de instituições. 
- Fluxo Real. 
- Fluxo Monetário. 
- Inter-relação dos fluxos. 
 
 
COMENTÁRIOS 
 
Toda economia tem os seus problemas básicos: decidir sobre segurança ou 
bem-estar; sobre bem-estar imediato ou produção de base para bem-estar no futuro. 
Investimento ou consumo? Presente ou futuro? Além das opções básicas, as 
modernas economias possuemum conjunto de alternativas que requerem 
otimização. 
Caso a sociedade decida por uma das opções dos problemas básicos, ainda nos 
resta saber quais os produtos à serem elaborados, em que quantidades e através de 
que processo deverão ser fabricados e, finalmente como repartir o produto dessa 
atividade entre os membros da coletividade. 
No nível econômico decide-se sobre o que e quanto produzir. No nível 
tecnológico, sobre como produzir. No social, para quem produzir ou, como repartir o 
produto. 
O sentido econômico da questão o que e quanto produzir, advém do 
conhecimento da máxima possibilidade econômica. A eficiência exige que as 
combinações estejam na curva de possibilidades de produção. Portanto nunca se 
deve ficar aquém da curva, pois denota desperdício de possibilidades ou recursos, o 
 
 
 
10 
que não é compatível com a necessidade econômica do pleno emprego de recursos. 
Nem tampouco além da curva, pois esses níveis são inalcançáveis. 
No nível tecnológico vamos resolver como produzir. Obteremos máxima 
eficiência produtiva que se alcança pela mobilização total dos recursos, e pela 
melhor combinação possível dos mesmos. Os melhores métodos devem ser 
adotados. As unidades produtivas devem combinar recursos patrimoniais e humanos 
e a sociedade deve absorver a tecnologia de forma que a técnica não implique em 
desperdício do potencial humano, pelo desemprego tecnológico. 
No nível social o sistema econômico deve decidir de que forma será repartida a 
produção total obtida. 
Portanto a eficiência distributiva é tão importante quanto à eficiência produtiva. 
Adam Smith escreveu: “Nenhuma sociedade pode ser florescente e feliz se a 
maioria dos que a constituem são pobres e miseráveis”. 
Um dos principais defeitos do mundo em que vivemos é a incapacidade para 
garantir o pleno emprego e a arbitrária e desigual repartição da riqueza. 
Nenhum método de produção pode atingir seu mais alto grau de eficiência 
econômica se não alcançar seu mais alto grau de eficiência técnica. 
Como chegar a essas soluções? 
O que e quanto produzir? As unidades de produção só devem dedicar-se a 
produção de determinado bem, se a coletividade julgar necessário. Portanto deve-se 
buscar a opinião do consumidor pelas pesquisas de mercado, através de 
amostragem estatística. A meta é a curva das possibilidades de produção. Essa 
análise deve ser feita contínua. 
Como produzir? Isso se consegue através da concorrência entre produtores. 
Deve-se obter a máxima eficiência na combinação e na alocação dos recursos 
disponíveis. As técnicas empregadas devem levarão máximo nível possível de 
produção. A meta é a racionalização no uso dos recursos produtivos. 
Para quem produzir? Aqui tratamos de alcançar a fronteira do bem-estar social e 
individual. 
Um sistema econômico ideal é o capaz de harmonizar com perfeição a solução 
dos três problemas econômicos centrais, por isso representa o objetivo da 
organização econômica das nações. Esse sistema deve obter elevada eficiência 
produtiva combinada com a eficiência distributiva. 
 
 
 
 A constituição de um sistema econômico ideal implica a 
 ampliação desta área. 
 
 
 
 
A ORGANIZAÇÃO DA ATIVIDADE ECONÔMICA. 
Para que haja uma organização econômica, é necessário também um 
envolvimento social, ético e político. A organização da atividade econômica tem o 
objetivo de assegurar maior eficiência à alocação de seus recursos. 
Uma das formas de se facilitar às soluções dos problemas econômicos é pela 
divisão do trabalho. Essa idéia vem dos primórdios da humanidade. A divisão do 
trabalho conduziu ao equacionamento e soluções relacionadas com a eficiência 
produtiva, contudo trouxe mais complexidade as questões de justiça distributiva. 
 
 
 
11 
Quanto mais especializada se torna a atividade, mais complexa fica a exata 
medição das contribuições individuais. Por isso se impõe a necessidade de 
desenvolver e aplicar modelos que reduzem os desequilíbrios da repartição. 
Os liberais do séc. l8 e l9, propuseram o individualismo, a livre iniciativa e a 
concorrência empresarial. Sua proposta era o livre sistema de preços e mercado. 
Os críticos do sistema liberal capitalista, baseados nos ideais Marxistas, 
propuseram o bloqueio da liberdade empresarial, o coletivismo e a direção estatal. 
Em lugar de mecanismos livres, seriam implantados sistemas centralizados de 
controle, coordenando metas de produção da economia, alocação de recursos e a 
repartição do produto. 
Entre os extremos são possíveis inúmeros modelos. Qual o ideal? 
Essa é a mais complexa questão da análise econômica. 
Na verdade os problemas centrais de uma economia só terão respostas 
diferentes, mas nenhum sistema poderá eliminá-los. 
 
A estrutura de um sistema econômico se divide em três grupos de elementos 
básicos: 
 
1 – Estoque de recursos produtivos: 
Esse grupo é a base da atividade econômica. Terra, capital e trabalho. 
Os recursos produtivos se dividem em: 
- Humanos: população economicamente ativa e a capacidade empresarial. 
- Físicos: recursos naturais, capital e tecnologia. 
Sem a reunião desses recursos, nenhuma forma de atividade econômica é 
possível. Os estoques desses elementos condicionam a existência, a extensão e a 
eficiência da produção. 
Um sistema só se constitui com a união e a combinação desses recursos. 
 
2 – Complexo de unidades de produção: 
Porém os estoques de recursos, simplesmente unidos e combinados, não 
alcançam sua plena significação econômica. Precisam ser mobilizados pelas 
unidades de produção (conjunto das empresas), que integram o aparelhamento 
produtivo da sociedade. 
As principais células dos sistemas econômicos são as unidades de produção. 
Empregando os recursos disponíveis, essas unidades dão origem aos fluxos real e 
monetário, executando assim, as tarefas relacionadas aos problemas centrais da 
economia. 
 
3 – Conjunto de instituições: 
Todo sistema econômico deve dispor de um conjunto de instituições jurídicas, 
políticas sociais, e econômicas que dão forma às atividades desenvolvidas pela 
sociedade. 
Essas instituições definem as relações entre as unidades de produção e os 
centros de disposição dos recursos produtivos. 
Instituições jurídicas: OAB, escolas de direito, advogados, poder judiciário. 
Disciplina as atividades individuais e coletivas, determinando as esferas de ação, os 
deveres e obrigações das unidades produtivas e dos detentores dos recursos. 
Instituições políticas: Governo e seus organismos, sindicatos. Definem as 
relações entre o Estado, as empresas e a coletividade. 
 
 
 
12 
Instituições sociais: INSS, SENAI, SENAC, SESC. Estabelecem planos de 
conduta para os setores da atividade econômica. Cuida do lado humano do sistema. 
O processo de crescimento econômico tem como principal condição, o 
suprimento de recursos humanos e patrimoniais. As barreiras ao processo de 
expansão das possibilidades de produção e do crescimento econômico são: 
tecnologia incipiente, recursos humanos mal preparados, insuficiência de capital, 
capacidade empresarial pouco agressiva, reduzidos recursos naturais. Esse 
crescimento depende da forma como operam as unidades de produção: eficiência 
do aparelhamento produtivo e atuação das empresas. 
Para completar, o crescimento econômico, precisa de um conjunto de 
instituições que facilitem os procedimentos econômicos do sistema. 
 
- FLUXO REAL E MONETÁRIO 
Toda atividade econômica é ativa e dinâmica, todos os recursos estão em 
permanente movimento. Participando desses movimentos, as unidades de produção 
geram um fluxo de bens e serviços para satisfazer as necessidades da sociedade. 
- Fluxo Real: descreve a relação entre as unidades familiares, que incluem todos 
os indivíduos que participam das atividades produtivas e consomem bens e 
serviços finaiselaborados, e as unidades de produção. 
 
 Terra - capital - trabalho 
 
 
EMPRESAS FAMÍLIAS 
 
 Bens e serviços 
 
 
 
Os dois agentes, unidade familiar e de produção, se relacionam e dão origem à 
produção real de bens e serviços. Os recursos de produção pertencem às unidades 
familiares, que fornecem trabalho, capacidade empresarial, tecnologia, recursos da 
terra e poupança para formação de capital que fluem para as unidades de produção 
que os une e combina para a elaboração de bens ou para prestação de serviços. E 
para completar o fluxo, esses bens e serviços fluem das unidades de produção para 
as famílias, destinando-se à sua subsistência e conforto material. 
- Fluxo Monetário: ao empregar os recursos fornecidos pelas unidades 
familiares, as unidades de produção os remuneram, pagando-lhes salários, aluguéis, 
juros, lucros e dividendos. Com a remuneração, as unidades familiares adquirem 
poder aquisitivo e retransferem às unidades de produção, pelos preços pagos na 
aquisição dos bens e serviços, os fluxos monetários originados por ela. 
Quando se participa do processo produtivo, adquire-se o direito de consumir 
uma parcela dos bens e serviços produzidos pela sociedade. 
 
INTER-RELAÇÃO DOS FLUXOS REAL E MONETÁRIO. 
A organização econômica se fundamenta em dois grandes mercados: o de 
recursos de produção e o de bens e serviços. 
No mercado de recursos de produção, as unidades familiais exercem função de 
oferta e as unidades de produção função de procura. 
 
 
 
13 
No mercado de bens e serviços, as unidades de produção exercem função de 
oferta e as unidades familiais de procura. 
Tanto em um quanto em outro mercado, os preços refletem as disponibilidades e 
as pressões da procura. Os preços também se movimentam dependendo da escala 
de escassez e de utilidade dos recursos e dos bens. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Terra – capital – trabalho Terra – capital - trabalho 
 MERCADO 
 Salários – juros DE RECURSOS Salários–juros–aluguéis-lucro 
 
 Alugueis - lucros 
 
 
 EMPRESAS FAMÍLIAS 
 
 
 Gastos com bens e Gastos com bens 
 serviços e serviços 
 MERCADO DE 
 Bens e serviços BENS E SERVIÇOS Bens e serviços 
 
 
 
 MERCADO 
 FINANCEIRO 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
14 
CAPÍTULO 3 
 
A CURVA DA TRANSFORMAÇÃO OU DAS POSSIBILIDADES DE PRODUÇÃO 
 
 
SÍNTESE 
 
- A plena utilização dos recursos 
- Os 4 pontos notáveis 
- Os deslocamentos das curvas 
- Causas dos crescimentos econômicos 
 
 
COMENTÁRIOS 
 
 A curva de possibilidades de produção da Economia é uma função que 
representa a produção máxima que se consegue produzir de dois bens com uma 
dada dotação de fatores, na hipótese de uso eficiente e capacidade plena de 
produção. 
 É, portanto, uma função limite, para a qual deve-se fazer a produção tender, 
 As curvas de possibilidades de produção da Economia também podem servir 
para análise do estágio de desenvolvimento de um país e de sua vocação natural. 
 A plena utilização dos recursos de produção pode ser mostrada através de um 
gráfico. 
 Vamos considerar uma economia hipotética: país = A; tempo = 6 anos; 
produção = armas/margarina; população = constante; tecnologia = estável; recursos 
produtivos = totalmente aproveitados. 
 
GRÁFICO 1 
 
 
ANOS 1 2 3 4 5 6 
ARMAS 750 600 450 300 150 0 Y 
MARGARINA 0 140 180 225 240 250 X 
 
 
 Y 
 
 750 
 
 600 - - - - - - - - - - - - - - - - - 
 
 450 - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - 
 
 300 - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - 
 
 150 - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - 
 
 
 0 50 100 150 200 250 X 
 
 
 
15 
 Qualquer ponto da curva representa a produção máxima da economia. 
 Qualquer ponto no interior da curva mostra que existe alguma capacidade 
ociosa, isto é, pode-se aumentar ainda mais a produção. Essa curva limita o máximo 
da produção em estudo. 
 Só se consegue alterar a curva além da produção possível, se alterarmos as 
premissas impostas do país: mais tecnologia, mais mão de obra ou mais recursos 
naturais, ou seja, mais recursos de produção de uma forma geral. 
 
 Os quatro pontos notáveis das curvas das possibilidades de produção são: 
 
1- Ponto de pleno desemprego: situação representada apenas teoricamente, pois 
torna-se necessário pelo menos um mínimo de produção para a simples 
subsistência. 
 
2- Ponto de operação com capacidade ociosa: representa situação prática muito 
comum e normal. Na prática sempre existe uma certa capacidade ociosa. 
Mesmo que seja para simples reparos sempre existem máquinas paradas. Nem 
todos os equipamentos de uma economia estarão sendo plenamente utilizados 
em dado momento. 
 
3- Ponto de pleno emprego: representa uma situação ideal, dificilmente alcançado. 
Um dos objetivos da política econômica é a manutenção do pleno emprego. 
Embora o pleno emprego seja um dos ideais mais significativos, seu alcance 
parece impossível, a não ser em situações extremas, como os períodos de 
guerra, quando são mobilizadas todas as forças de combate e suas retaguardas 
de produção. 
 
4- Ponto que representa um nível impossível de produção. Só se alcança esse 
ponto em períodos futuros, desde que ocorram deslocamentos positivos da 
curva de possibilidades preestabelecida. 
 
Ao longo do tempo as curvas de possibilidades de produção sofreram sensíveis 
deslocamentos positivos. 
 Os deslocamentos positivos das curvas decorrem da expansão ou melhoria 
dos recursos disponíveis. Esse deslocamento positivo das fronteiras de produção da 
economia se deve a um conjunto de fatores interdependentes: 
 É necessário que a população aumente e que sejam adequadamente treinados 
para o exercício de funções produtivas. Também é preciso que os recursos de 
capital (edificações, equipamentos e instrumentos de produção) e a infra-estrutura 
básica (ferrovias, portos, hidrelétricas) registrem acréscimos. As reservas naturais 
devem também suportar o aumento das pressões. E finalmente ocorrer a melhoria 
da capacidade tecnológica da economia. 
Inversamente, também podem as curvas sofrer deslocamentos negativos, que 
ocorrem durante as guerras, as pestes, as geadas. 
 O processo de expansão dos recursos de produção preexistente é chamado 
de acumulação. Embora as economias desenvolvidas produzam bens supérfluos e 
de luxo em altos níveis, seus investimentos básicos e em infra-estrutura (processo 
de acumulação) tendem a ser altos, expandindo-se cada vez mais em suas 
capacidades operacionais, Essas são causas fundamentais dos círculos viciosos da 
afluência econômica. 
 
 
 
16 
CAPÍTULO 4 
 
FORMAÇÃO DOS PREÇOS 
 
SÍNTESE 
 
- Valor e preço 
- A teoria objetiva de David Ricardo: 
 O valor trabalho 
 A oferta determina o preço 
- A teoria subjetiva de Gossen e Wieser: 
 Aescassez e a procura 
 A procura determina o preço 
- A tesoura de Marshall: 
 A oferta e a procura determinam o preço 
- A procura: 
 Definição 
 Quantidades procuradas em relação aos níveis de preços 
- A oferta: 
 Definição 
 Quantidades ofertadas em relação aos níveis de preços 
 >P >QO 
 Variáveis que afetam a demanda e suas relações 
 Variáveis que afetam a oferta 
 
COMENTÁRIOS 
 
- Preço é a expressão monetária do valor dos bens e serviços. O que é que 
determina o valor de um bem? Quais os elementos dos valores atribuídos aos 
bens e serviços? 
 
- A teoria objetiva de David Ricardo: o grande diferencial na formação do preço de 
alguma coisa era o trabalho. A unidade tempo de trabalho para a produção de 
um bem é que dava o valor à esse bem. Portanto a oferta determinaria o preço 
do produto. 
 
- A teoria subjetiva de Gossen: essa teoria veio contrariar o pensamento 
ricardiano. Todas as mercadorias tinham uma relativa escassez e utilidade. Essa 
escassez somada a sua utilidade ou preferência individual, é que seriam os 
verdadeiros determinantes do valor. À medida que um produto se torna mais 
escasso e mais útil, o seu preço aumenta. Portanto o preço é determinado pela 
procura. 
 
- A tesoura de Marshall: verificou-se que as duas teorias acima têm uma dose de 
razão e de erro. Marshall, então, fez uma analogia: “Qual das duas facas da 
tesoura corta a folha de papel?” E verificou-se que na verdade o preço é 
determinado simultaneamente tanto pela oferta quanto pela procura. 
A partir dessa nova teoria, vamos examinar a lei de oferta e da procura para 
podermos entender como de movimentam e se formam os preços no mercado. 
 
 
 
 
17 
- A lei da procura: As quantidades que os consumidores estarão dispostos e aptos 
a adquirir, em função dos níveis de preços, em determinado período de tempo. 
Essa relação é inversamente proporcional. Quando aumenta o preço, diminui as 
quantidades procuradas. 
QP = f (P) 
 P 
 
 5 
 
 4 
 Curva de procura >P <QP 
 3 
 
 2 
 
 1 
 
 0 QP 
 5 10 15 20 25 
 
Razões dessa teoria: 
a) Obstáculo natural: determinado pela quantidade de dinheiro em posse de 
cada indivíduo. Se não temos dinheiro suficiente para cobrir o aumento de 
preços, a quantidade procurada declina. 
b) Efeito substituição: se o indivíduo está acostumado a comprar sempre um 
certo produto de mesma marca, caso o preço dessa marca sofra reajustes no 
preço, ele será substituído por outra marca similar, onde cai as quantidades 
procuradas. 
 
- A lei de oferta: é a relação que se faz entre as quantidades ofertadas no 
mercado em função dos níveis de preços, em determinado período de tempo. 
Essa relação é diretamente proporcional, ou seja, na medida em que cresce o 
preço, o produtor vai aumentar as quantidades ofertadas. 
QO = f (P) 
 
 P 
5 
 
4 
 
3 curva de oferta >P >QO 
 
2 Razões dessa teoria: 
 a) Quando aumenta o preço, o produtor 
1 poderá obter lucros maiores, por isso 
 QO aumentar a quantidade ofertada. 
 0 5 10 15 20 25 b) Fugir da lei dos rendimentos decres- 
centes, pois com mais lucro, poderá 
comprar mais recursos produtivos 
escapando da lei. 
 
 
 
18 
 VARIÁVEIS QUE AFETAM A DEMANDA E A OFERTA 
 
OS DESLOCAMENTOS DA DEMANDA: As variações nas quantidades 
procuradas podem ser independentes das variações dos preços de acordo com 
alguns fatores a seguir: 
 
1- DIMENSÃO DO MERCADO CONSUMIDOR: quando se aumenta o 
número de consumidores aptos a consumir, a curva da procura de 
determinado produto poderá se deslocar positivamente mesmo que 
se mantenha fixo o preço do produto. 
2- RIQUEZA E RENDA - VARIAÇÃO DO PODER AQUISITIVO: se o 
poder de compra dos consumidores, for maior, mesmo que se 
mantenha fixo o preço do produto, as pessoas poderão comprar 
mais aumentando a quantidade procurada. 
3- ATITUDES E PREFERÊNCIAS DO CONSUMIDOR: neste caso 
devemos pensar que as preferências podem ser manejadas pelas 
campanhas publicitárias que tem por objetivo, fazer com que mais 
consumidores voltem sua preferência sobre o produto em pauta. 
Daí teremos um acréscimo na quantidade procurada. 
4- EXPECTATIVA DE OFERTA: o consumidor sempre tem uma 
expectativa de oferta de determinado produto. Se a expectativa for 
ruim (haverá falta do produto) a quantidade procurada aumenta. Se 
a expectativa for boa (haverá sobra de produto) a quantidade 
procurada permanece constante e às vezes até diminui. 
5- PREÇOS DOS PRODUTOS SUBSTITUTOS: se aumentarmos os 
preços de determinado produto substituto de um outro que 
permanece com seu preço inalterado, os consumidores do primeiro 
produto passarão a consumir o 2o produto, aumentando assim a 
quantidade procurada do mesmo. 
 
OS DESLOCAMENTOS DA OFERTA: As variações nas quantidades 
ofertadas também podem existir, independentemente dos preços de acordo com os 
seguintes fatores: 
 
1- No DE EMPRESAS APTAS: a quantidade ofertada cresce ou 
decresce dependendo do número de empresas aptas a produzirem 
determinado produto. 
2- OFERTAS DOS RECURSOS PRODUTIVOS: dependendo da 
disponibilidade dos recursos de produção a quantidade ofertada 
pode variar. 
3- PREÇOS DOS RECURSOS: se os preços dos recursos se 
elevarem, a quantidade ofertada pode diminuir. 
4- ALTERAÇÕES NA ESTRUTURA tecnológica. 
5- EXPECTATIVA SOBRE A EVOLUÇÃO DA PROCURA: o 
empresário tendo uma boa expectativa de procura sobre o seu 
produto, certamente aumentará a quantidade ofertada. 
 
 
 
 
 
 
 
19 
 A FUNÇÃO GERAL DA DEMANDA 
 
 qdi = f (pi, ps, pc, R, G) 
 
qdi = quantidade demandada do bem i / t 
 
pi = preço do bem i / t 
 
ps = preços dos bens substitutos ou concorrente / t 
 
R = renda do consumidor / t 
 
G = gostso e hábitos do consumidor / t 
 
 RELAÇÃO ENTRE A QUANTIDADE DEMANDADA E O PREÇO DO BEM 
 
qdi = f(pi)  ∆qdi / ∆pi < 0  relação é inversa 
 
 
 RELAÇÃO ENTRE QUANTIDADE DEMANDADA E PREÇOS DE OUTROS 
BENS 
 
a) Bens substitutos ou concorrentes 
 
qdi = f(ps)  ∆qdi / ∆ps > 0  relação é direta 
 
 Exemplos de bens substitutos: 
 
 - carne de vaca, frango e peixe; 
 - cerveja de várias marcas; 
- viagem de trem ou ônibus 
 
b) Bens complementares 
 
qdi = f(pc)  ∆qdi / ∆pc < 0  relação é inversa 
 
Exemplos de bens complementares: 
 
- camisa social e gravat; 
- pão e manteiga; 
- sapato e meia. 
 
 
 RELAÇÃO ENTRE DEMANDA DE UM BEM E A RENDA DO CONSUMIDOR 
(R) 
 
qdi = f(R) 
 
 
 
 
20 
a) ∆qdi / ∆R > 0 : bem normal: aumentos da renda elevam a demanda do 
bem. 
 
b) ∆qdi / ∆R < 0 : bem inferior: aumentos da renda levam a queda de 
demanda do bem: carne de segunda, roupas usadas, etc. 
 
c) ∆qdi / ∆R = 0 : bem de consumo saciado ou neutro: aumentos de renda 
não interferem na demanda do bem; alimentos básicos. 
 
 
 OBSERAVÇÕES ADICIONAIS 
 
Variações da demanda dizem respeito ao deslocamento da curva da demanda, 
em relação as alterações em ps, pc, R ou G. (própria curva). 
 
Variações na quantidade demanda refere-se ao movimento ao longo da própria 
curva, em virtude da variação do preço do próprio bem pi com as outras variáveis 
constantes. (pontos específicos da curva). 
 
EXERCÍCIOS SOBRE DEMANDA DE MERCADO – ATIVIDADE CLASSE.21 
CAPÍTULO 5 
 
O EQUILIBRIO: OFERTA E PROCURA. 
 
 
SINTESE 
 
- O preço de equilíbrio. 
- Os deslocamentos da procura. 
- Os deslocamentos da oferta 
- Os deslocamentos e os movimentos do preço 
- Os preços como orientadores. 
 
 
COMENTÁRIOS 
 
 O PREÇO DE EQUILÍBRIO: Vamos agora verificar como é que as forças e 
mecanismos de mercado, através das leis da oferta e da procura, formam um preço 
de equilíbrio. 
 Quando o mercado está em situação de concorrência perfeita, o ponto de 
equilíbrio é o ponto onde os dois agentes do mercado, consumidor e produtor, 
estarão simultaneamente satisfeitos. Se o preço estiver abaixo do ponto de equilíbrio 
será bom para o comprador, porém o produtor estará insatisfeito. 
 Em linguagem gráfica, o preço de ajustamento, é determinado pela 
intersecção das curvas de oferta e de procura, é o ponto onde se igualam as 
quantidades procuradas e ofertadas. 
 Abaixo desse ponto de encontro, as quantidades procuradas serão superiores 
às ofertadas, o que levará a uma competição entre consumidores, forçando uma 
elevação natural dos preços estimulando os produtores ao aumento na produção. 
 Esses ajustamentos é que garantem o adequado suprimento do mercado. 
 A função básica dos preços é a de orientar as empresas no sentido de 
utilizarem racionalmente os recursos disponíveis, injetando no mercado quantidades 
que sejam compatíveis com as reais tendências e capacidade de absorção da 
produção. 
 
 
 
 PREÇO (R$) 
 1000 - procura oferta 
 
 800 - 
 E 
 600 - ponto de equilíbrio 
 
 400 - 
 
 200 - 
 
 0 | | | | | QP e QO 
 2 4 6 8 10 
 
 
 
22 
OS DESLOCAMENTOS DA PROCURA E DA OFERTA E O MOVIMENTO 
DOS PREÇOS: 
 
Os deslocamentos das curvas da procura e da oferta determinam mudanças 
nos preços de equilíbrio do produto. 
 
Demonstraremos a seguir 4 hipóteses: 
 
Hipótese a): Quando a procura se expande e a oferta não se altera, o preço 
de equilíbrio se desloca para um nível mais alto. Ex.: Se não houver expansão de 
oferta de peixes na semana santa ou de flores no dia de Finados. 
 
 
 P P1 
 P O 
 
 E1 
 
 E 
 QP e QO 
 
 
Hipótese b): Quando a procura se retrai e a oferta não se altera, o preço de 
equilíbrio cairá. Ex.: é o que ocorreria com o mercado de refrigerantes se as 
empresas produtoras não restringissem o volume de oferta durante o inverno. 
 
 
 
 P P O 
 P1 
 E 
 
 E1 
 
 QP e QO 
 
 
Hipótese c): Se a procura permanecer estável e a oferta expandir-se, os 
preços sofrerão diminuição para haver absorção da produção excedente. Ex.: 
produtos agrícolas nos períodos de colheita. 
 
 
 P 
 P O 
 
 E O1 
 
 
 E1 
 QP e QO 
 
 
 
23 
Hipótese d): Quando a procura não se altera e a oferta se retrai, o preço de 
equilíbrio se elevará. Isto acontece com a carne bovina nos meses de inverno, 
quando o emagrecimento do gado desestimula o abate, registrando altas nos preços 
da carne. 
 
 
 P 
 P O1 
 O 
 E1 
 E 
 
 QO e QP 
 
 
 
 
OS PREÇOS COMO ORIENTADORES: Nas condições de livre iniciativa, da 
concorrência perfeita, o sistema de preços será um eficaz orientador das atividades 
econômicas, atuando como um sinalizador das tendências dos produtores e dos 
consumidores. 
O preço é um dos mais perfeitos índices da escassez, capaz de orientar o 
funcionamento do sistema econômico em condições de máxima eficiência e de ótimo 
aproveitamento dos meios de produção disponíveis. 
 
EXERCÍCIOS SOBRE EQUILÍBRIO DE MERCADO – ATIVIDADE CLASSE. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
24 
CAPÍTULO 6 
 
MEDIDAS DE ELASTICIDADE 
 
ELASTICIDADE-PREÇO DA DEMANDA / ELASTICIDADE RENDA DA 
DEMANDA 
 
 
SÍNTESE 
 
1. Elasticidade-preço da demanda 
- Definição – fórmula. 
- Porque do estudo. 
- Classificação de elasticidade: 
 a) Inelasticidade relativa ( E < 1) 
 b) Elasticidade unitária ( E = 1) 
 c) Elasticidade relativa ( E > 1) 
 d) Elasticidade perfeita ( E –> ∞) 
 e) Inelasticidade plena ( E –> 0) 
- Fatores que influenciam a Epp: 
 Efeito substituição 
 Essencialidade do bem 
 Importância relativa do bem no orçamento do consumidor 
- Formas de cálculo: 
 Elasticidade no ponto 
 
2. Elasticidade renda da demanda 
- Definição - fórmula 
- Classificação da elasticidade: 
a) Bem superior ou de luxo (Erp > 1) 
b) Bem normal (Erp > 0) 
c) Bem inferior (Erp < 0) 
d) Bem de consumo saciado (Erp = 0) 
 
 
COMENTÁRIOS 
 
1. Elasticidade-preço da demanda: 
 
Já verificamos, no estudo da lei da procura, que uma curva típica da procura 
revela que uma alteração no nível de preços para maior provoca alteração para 
menor nas quantidades procuradas. Conhecemos a direção, o sentido, mas não a 
magnitude numérica: isto é, se o preço aumenta em 10%, quanto cairá a quantidade 
demandada? 
Porém cada produto ou classe de produtos tem uma curva de procura 
diferente, quanto à sua concavidade ou inclinação, mostrando assim as 
sensibilidades diferentes em relação à variação dos preços. Esses diferentes graus 
de sensibilidade podem ser quantificados através do conceito da elasticidade-preço 
da procura ou demanda, e o conceito de elasticidade fornece as respostas 
numéricas. 
 
 
 
25 
Trata-se de um conceito de ampla aplicação em Economia. Exemplos da 
Macroeconomia: 
 Elasticidade das exportações em relação à taxa de câmbio. 
 Elasticidade da demanda da moeda em relação à taxa de juros. 
 
 
 Definição: é a relação entre a variação das quantidades procuradas e a 
variação dos preços. Mede a sensibilidade, a resposta dos 
consumidores, quando ocorre uma variação no preço de um bem ou 
serviço. 
 
 
 
Fórmula: Epp = QP / QP 
 P / P 
 
 
Obs: Como QP / P é negativa pela lei geral da demanda por ser essa uma função 
inversamente proporcional, e P e QP são valores positivos, a elasticidade-preço da 
demanda é sempre negativa. Por essa razão, seu valor é usualmente expresso em 
módulo. 
 
 - Classificaçao da elasticidade: 
 
a) Inelasticidade relativa ( E < 1 ); Dando-se um aumento no preço de 
determinado produto, a variação da quantidade procurada decresce menos 
que proporcionalmente à variação do preço. Ex.: Alimentos. Mesmo que haja 
grande aumento de preços, a quantidade procurada decresce pouca coisa, 
por se tratar de produto de 1ª necessidade. 
b) Elasticidade unitária ( E = 1 ) : Dando-se um aumento no preço do produto, a 
quantidade procurada cai na mesma proporção da variação do preço. 
c) Elasticidade relativa ( E > 1 ) : Variando-se o nível de preço de um produto 
positivamente, a quantidade procurada, cai mais que proporcionalmente ao 
aumento do preço. Ex.: roupas de luxo, viagens, produtos supérfluos. 
d) Elasticidade perfeita ( E - oo ) : Dando-se um aumento de preço para 
determinado produto, mesmo que seja uma pequena variação, nota-se que a 
quantidade procurada desapareça imediatamente. Ex.: prático difícil. Produto 
exageradamente supérfluo e sem utilidade. Ou num mercado de concorrência 
perfeita 
e) Inelasticidade plena ( E – 0) : Dando-se um aumento no preço do produto, 
mesmo que seja com variação elevada e contínua, a quantidade procurada 
permanece constante, não sofre variação. Ex.: Um medicamento raro, que 
mantém a sobrevida de alguém. Mesmo que haja um grande aumento no 
preço, a quantidade procurada não se altera. 
 
- Fatores que influenciam a Elasticidade-preço da Demanda: 
 
a) Efeito Substituição: Quanto maior for a disponibilidade de bens substitutos, 
mais elástica será a demanda, pois, dado um aumento de preços, o 
consumidor tem mais opções para “fugir” do consumo desse produto. Os26 
consumidores são sensíveis à variação de preços. Como a elasticidade 
depende da quantidade de bens substitutos, observa-se que, quanto mais 
específico o mercado, maior a elasticidade. Ex.: Pasta de dentes mentol 
Sorriso > pasta de dentes. 
b) Essencialidade do bem: Quanto mais essencial o bem, mais inelástica sua 
procura. Ex.: Sal. Quanto mais essencial um produto, mais inelástico será, 
portanto quanto mais supérfluo mais elástico. 
c) Importância relativa do bem no orçamento do consumidor: Essa importância, 
ou peso do bem no orçamento, é dada pela proporção de quanto o 
consumidor gasta no bem, em relação a sua despesa total. Quanto maior o 
peso no orçamento, maior a elasticidade-preço da procura. Ex.: Carne = Epp 
alta; fósforo = Epp baixa. 
 Representação gráfica dos conceitos de elasticidade-preço da procura: 
 
 
 
 P P P 
 P2 
 P2 P2 
 P1 
 P1 P1 
 QP QP QP 
 QP2 QP1 QP2 QP1 QP2 QP1 
 
 
 
 
 P P 
 
 __________ 
 
 
 QP QP 
 ( E – oo) ( E – 0 ) 
 
 
 - Formas de cálculo: 
 
a) Elasticidade no ponto: calculada num ponto específico da demanda, a dado 
preço e quantidade. 
 
1. Por acréscimos finitos (  ): 
 
Epp  = QP / QPo = Po_ . QP 
 P / Po QPo P 
 
 
Exemplo: Dados P0 = 10,00; P1 = 15,00; Q0 = 120; Q1 = 100, calcular a 
elasticidade-preço da demanda, no ponto inicial (0). 
 
 
 
 
27 
Basta substituir na fórmula: Epp  = 10 . (100 – 120) = 10 . (-20) = 0,33 
 120 (15 – 10) 120 5 
 
Portanto, demanda inelástica no ponto inicial (P0 , Q0). 
 
2. Por derivada: 
 
Utilizam-se derivadas quando se tem uma estimativa estatística da função demanda. 
 
2.1. Quando a demanda é apresentada apenas em função do preço do bem, 
utilizam-se derivadas simples: 
 
 Epp = Po_ . d QP 
 QPo d P 
 
 
Exemplo: Dada a função demanda de um bem QP = 40 – 2P, calcular a elasticidade-
preço da demanda no ponto P = 2,00. 
 
Para calcular a elasticidade, precisamos conhecer antes o valor da quantidade 
demandada (QP), ao preço de 2,00. Basta substituir na fórmula: QP = 40 – 2(2) = 36. 
 
A derivada de QP em relação a P, é igual a –2. 
 
Substituindo esses valores na fórmula da elasticidade-preço da demanda, temos: 
 
Epp = 2 (-2) = - 4 = 0,12 
 36 36 
 
A demanda é inelástica ao preço de $ 2,00. 
 
2.2. Quando a demanda é apresentada em função de outras variáveis, além do 
preço, como renda dos consumidores, preços de substitutos, utilizam-se derivadas 
parciais: 
 
 
 Epp  = P .  QP 
 QP  P 
 
 
 Exemplo: Dada a equação da demanda QP = 20 – 4P + 0.4R, calcular a 
elasticidade-preço da demanda ao nível de preço P0 = $ 5,00 e de renda R0 = $ 
1.000,00. 
 O primeiro passo é determinar qual a quantidade de demanda ao preço $ 5,00 
e nível de renda $ 1.000,00, que é feito substituindo-se os valores na função 
demanda: 
 
 QP = 20 – 4 (5) + 0,4(1000) = 400 
 
 A elasticidade-preço da demanda é igual a: 
 
 
 
28 
 Epp  = 5 (-4) = 0,05 demanda inelástica. 
 400 
 
b) Elasticidade no arco: Se quisermos a elasticidade num trecho da curva da 
demanda, em vez de um ponto específico, tomamos a média dos preços e a 
média das quantidades. 
 
 
P0 + P1 
 Epp  = 2 ___ . QP 
 QP0 + QP1 P 
 2 
 
que é igual a: 
 
 
 Epp  = P0 + P1 . QP 
 QP0 + QP1 P 
 
 
 
2. Elasticidade-renda da Demanda: 
 
 
Definição: É a variação percentual da quantidade demandada, dada uma 
variação percentual da renda do consumidor. 
 
 
 
 
 Fórmula: Erp = R . QP 
 QP R 
 
 
 Ao lado da elasticidade-preço da demanda, a elasticidade-renda da demanda 
é o conceito de elasticidade mais difundido. Normalmente, a elasticidade-renda da 
demanda de produtos manufaturados é superior à elasticidade-renda de produtos 
básicos, como alimentos. Isso porque, quanto mais elevada a renda, a tendência é 
aumentar mais o consumo de produtos, como, eletrônicos e automóveis em relação 
aos alimentos (cujo consumo tem um limite fisiológico). 
 Esse fato é a base para justificar a tese de que países mais pobres, que 
normalmente exportam produtos primários e importam manufaturados, tendem a 
apresentar déficits crônicos em seu balanço de pagamentos, contrariamente aos 
países mais ricos. 
 
 - Classificação da elasticidade: 
 
a) Erp > 1: bem superior ou de luxo: dada uma variação da renda, o 
consumo varia mais que proporcionalmente; 
b) Erp > 0 : bem normal: o consumo aumenta quando a renda aumenta; 
 
 
 
29 
c) Erp < 0 : bem inferior: a demanda cai quando a renda aumenta; 
d) Erp = 0 : bem de consumo saciado: variações na renda não alteram o 
consumo do bem. 
 
Obs.: O caso em que a elasticidade-renda é nula nem sempre indica um bem 
de consumo saciado. Pode ser simplesmente o mercado de algum produto 
que não seja afetado por variações de renda, como arroz, sal, açúcar, etc. 
 
3. Questões para revisão: 
 
Qual é a definição de “Elasticidade–preço da procura”? 
 
Os produtos supérfluos possuem qual conceito de elasticidade-preço da procura? 
a) Inelasticidade relativa 
b) Elasticidade unitária 
c) Elasticidade relativa 
d) Inelasticidade plena 
 
3) Se quando aumentamos o preço de determinado produto a quantidade procurada 
do mesmo cai mais que proporcionalmente à variação do preço, que tipo de 
elasticidade-preço da procura verificamos? 
a) Inelasticidade relativa. 
b) Elasticidade unitária 
c) Elasticidade relativa 
e) Elasticidade perfeita 
4) Quais fatores influenciam na elasticidade-prêço da demanda? 
 
 
EXERCÍCIOS: 
 
Determinar o grau de elasticidade-preço de procura (algebricamente e graficamente) 
evidenciando o produto mais supérfluo. 
 
 
1 ) Produto A: P1 = 20,00 QP1 = 80 Produto B: P1 = 15,00 QP1 = 120 
 P2 = 21,00 QP2 = 64 P2 = 27,00 QP2 = 114 
 
 
2 ) Produto A: P1 = 34,00 QP1 = 190 Produto B: P1 = 12,00 QP1 = 96 
 P2 = 48,00 QP2 = 144 P2 = 18,00 QP2 = 74 
 
 
3 ) Produto A: P1 = 36,00 QP1 = 120 Produto B: P1 = 42,00 QP1 = 94 
 P2 = 20,00 QP2 = 164 P2 = 34,00 QP2 =138 
 
 
4 ) Produto A: P1 = 22,00 QP1 = 78 Produto B: P1 = 35,00 QP1 = X 
 P2 = 25,00 QP2 = 67 P2 = 39,00 QP2 = 102 
 E = 1,4886 
 
 
 
 
 
30 
CAPÍTULO 7 
 
TEORIA DA PRODUÇÃO: CARACTERIZAÇÃODOS RECURSOS 
MOBILIZAÇÃO DOS RECURSOS: O FLUXO DA PRODUÇÃO RESULTANTE 
 
 
SÍNTESE 
 
Conceitos básicos: 
 Escolha do Processo de produção 
 Análise de curto e longo prazo 
 Produto total, produtividade média e produtividade marginal 
 Economia de escala 
 
Caracterização dos recursos: 
 A população economicamente mobilizável 
 Os recursos de capital 
 A capacidade tecnológica 
 A capacidade empresarial 
 As reservas naturais 
 
Mobilização dos recursos: 
 As categorias de bens e serviços: de consumo; intermediários; de capital 
 A promoção do crescimento 
 
 
COMENTÁRIOS 
 
 - CONCEITOS BÁSICOS 
 
 A teoria da Produção estuda as relações tecnológicas e físicas, entre a 
quantidade produzida de um bem e as quantidades de insumos utilizados na 
produção do mesmo. 
 
 1 – PRODUÇÃO: é o processo pelo qual uma firma transforma os fatores ou 
recursos de produção adquiridos em produtos ou serviços para a venda no mercado. 
Assim, a firma é uma intermediária: compra insumos, combina-os segundo um 
processo de produção escolhido e vende produtos no mercado. 
 
 2 – A ESCOLHA DO PRCESSO DE PRODUÇÃO: O processo de produção 
pode ser ou mão-de-obra intensiva, ou capital intensivo, ou terra intensivo, 
dependendo do fator de produção utilizado em maior quantidade, relativamente aos 
demais. 
 A escolha do processo de produção depende de sua eficiência. A eficiência 
pode ser avaliada pelo ponto de vista tecnológico ou pelo ponto de vista econômico. 
 
 Eficiência técnica ou tecnológica: entre dois ou mais processos de 
produção, é aquele que permite produzir uma mesma quantidade de produto, 
utilizando menor quantidade física de fatores de produção. 
 
 
 
 
31 
 Eficiência econômica: entre dois ou mais processos de produção, é aquele 
que permite produzir uma mesma quantidade de produto, com menor custo 
de produção. 
 
- ANÁLISE DE CURTO E LONGO PRAZO NA PRODUÇÃO 
 
 Na Teoria Microeconômica, a questão do prazo está definida em termos da 
existência ou não de fatores fixos de produção. 
 Os fatores de produção fixos são aqueles que permanecem inalterados, 
quando a produção varia, enquanto os fatores de produção variáveis se alteram, 
com a variação da quantidade produzida. 
 
1- ANÁLISE DE CURTO PRAZO: é definida quando se produz com pelo 
menos um fator de produção fixo e os demais variáveis. 
 
2- ANÁLISE DE LONGO PRAZO: é definida quando a produção considera 
que todos os fatores de produção (mão-de-obra, capital, instalações, 
matérias-primas, terra) variam. Ou seja, a longo prazo, não existem fatores 
fixos de produção. 
 
- CONCEITOS DE PRODUTO TOTAL, PRODUTIVIDADE MÉDIA E 
MARGINAL 
 
1 – PRODUTO TOTAL (PT): é a quantidade total produzida, em determinado 
período de tempo. 
 PT = q 
 
2 – PRODUTIVIDADE MÉDIA (PMe): é a relação entre o total produzido e a 
quantidade do fator de produção utilizado , em determinado período de tempo. 
 
Produtividade Média da Mão-de-obra: PMen = PT (é a qtde produzida por 
trabalhador) N 
 
Produtividade Média do Capital: PMek = PT 
 K 
 
3 – PRODUTIVIDADE MARGINAL (PMg): é a variação do produto, dada uma 
variação de uma unidade na quantidade do fator de produção, em determinado 
período de tempo. 
 
Produtividade Marginal de Mão-de-obra: PMgn = PT = q 
 N N 
 
Produtividade Marginal de Capital: PMgk = PT = _q_ 
 K K 
 
- ECONOMIAS DE ESCALA 
 
A longo prazo, interessa analisar as vantagens de desvantagens de a 
empresa aumentar sua dimensão, seu tamanho, o que implica demandar mais 
 
 
 
32 
fatores de produção. Isso introduz o conceito de rendimentos ou economias de 
escala. 
O que acontece com a produção quando variamos igualmente todos os 
insumos? (Portanto estamos falando de longo prazo). Ou seja, o que acontece 
quando aumentamos o tamanho ou escala da empresa? 
 
 Economia de escala técnica ou tecnológica: quando a produtividade física 
varia, com a variação de todos os fatores de produção. 
 Economia de escala pecuniária: quando os custos por unidade produzida 
variam, com a variação de todos os fatores de produção. 
 
- CARACTERIZAÇÃO DOS RECURSOS 
 
 Toda economia em atividade de produção de dispor de 5 recursos básicos 
que são constituídos por bases humanas e patrimoniais. É a interação e mobilização 
dessas bases que resulta o processo de produção. 
 
 1 – A POPULAÇÃO ECONOMICAMENTE MOBILIZÁVEL: é representada por 
um seguimento da população total, delimitado pela faixa etária apta ao exercício de 
atividades produtivas. O estágio de desenvolvimento econômico do país é que 
determina os limites destas faixas etárias. Nas economias menos desenvolvidas a 
idade de acesso às funções produtivas é acentuadamente mais baixa do que nas 
economias maduras que possuem alto padrão de desenvolvimento econômico. De 
forma geral, o acesso se dá entre 15 e 25 anos, que é justificado pela variação dos 
períodos de preparação do indivíduo e pelas diferentes legislações sociais de cada 
país. Verifica-se também o período mínimo exigido para aposentadoria. 
 Portanto existem diferenças internacionais quanto à proporção do seguimento 
da população economicamente mobilizável. Isso demonstra enormes variações nas 
taxas de participação das faixas etárias pré e pós-produtivas. A média, porém, gira 
em torno de 40% da população total, faixa mobilizável à qual compete suportar os 
encargos sociais de produção de bens e serviços. 
 
 2 – OS RECURSOS DE CAPITAL: o estoque de capital da economia é 
constituído pelo conjunto de instrumentos e infra-estruturas mobilizados pela 
população ativa que dão suporte ás operações produtivas tornando-as mais 
eficientes. Desde o arco e flecha até os mais aperfeiçoados sistemas informatizados, 
os recursos de capital evoluíram para permitirem o desenvolvimento da produção em 
larga escala. O capital é representado pelo heterogêneo conjunto de riquezas 
acumuladas à produção de novas riquezas. 
 
 3 – A CAPACIDADE TECNOLÓGICA: pode ser considerada como um fator 
de produção de natureza qualitativa. É o elo de ligação entre a população 
economicamente mobilizável e os recursos de capital. Com a transmissão de 
conhecimento, a capacidade tecnológica evolui e se transforma. Os sistemas 
econômicos exigem um desenvolvimento da tecnologia aplicada devido ao 
extraordinário desenvolvimento dos recursos de capital. 
 Esta capacidade é intimamente ligada á qualificação dos recursos humanos. 
Aí está a importância do “saber fazer”. 
 As nações desenvolvidas contam com bases de recursos de capital 
acumulado e com recursos humanos preparados para operar o processo produtivo. 
 
 
 
33 
 4 – A CAPACIDADE EMPRESARIAL: assim como a tecnológica é uma 
capacidade de natureza qualitativa. Trata-se do espírito empreendedor que 
movimenta, combina e anima os demais recursos de produção do sistema. Pode ser 
de caráter privado ou público. Público, quando o Estado mobiliza os recursos para a 
produção de formação de infra-estrutura de apoio. Privada ou de livre iniciativa, 
quando o empresário ou grupos privados implantam, ampliam e operam seus 
empreendimentos econômicos de produção. É o fator energizante do sistema. 
 
 5 – AS RESERVAS NATURAIS: é constituído pelo extraordinário conjunto de 
elementos da natureza utilizados no processamento primário da produção. 
 
 
- A MOBILIZAÇÃO DOS RECURSOS 
O emprego dos estoques de recursos, ao nível de cada unidade de produção, 
dá origem a um fluxo contínuo de emprego, fornecimento e realimentação, cuja 
interrupção implica na desorganização do quadro em que se desenvolvem as 
atividades dos sistemas econômicos. 
Essas atividades se dividem em primárias, secundárias e terciárias. 
 
A) AS CATEGORIAS DE BENS E SERVIÇOS 
 
- Bem: é tudo aquilo capaz de atender uma necessidade humana. Podem ser 
materiais ou imateriais. 
- Bens livres 
- Bens livres são os que existem em abundânciana natureza e estão disponíveis 
para o consumo de qualquer pessoa, sem que para seu consumo seja 
necessário qualquer tipo de pagamento. 
- Bens econômicos 
- Bens econômicos são aqueles que passam por uma avaliação monetária para 
serem consumidos. 
Com exceção do ar, os demais bens não são livres. 
 
Sua classificação se dá em 3 níveis: 
 
1 – Bens e serviços de consumo: são os de uso imediatos ou duráveis, destinados 
ao atendimento das necessidades da população. É o conjunto de produtos 
resultantes de atividades secundárias e terciárias. Os bens de consumo se 
dividem em bens de consumo final e de consumo intermediário. Os bens de 
consumo final são destinados a satisfazer as necessidades humanas e 
compõem duas categorias de acordo com o seu tempo de uso. Os bens que 
duram vários ciclos são os bens de consumo duráveis, como o automóvel, os 
eletrodomésticos, os móveis, etc. Os bens que são consumidos imediatamente 
com o uso são os de consumo não duráveis, como os alimentos, materiais de 
limpeza e higiene. Há, ainda, os bens semiduráveis, como o vestuário. 
 
2 – Bens e serviços intermediários: são os constituídos por insumos destinados 
ao reprocessamento. Esses bens reingressam no aparelho produtivo para serem 
transformados em bens capazes de atender as necessidades finais. As 
sementes, as fibras, os minérios e outros. Os bens de consumo intermediário 
são utilizados no processo de produção de outros bens, ou para serem 
 
 
 
34 
consumidos passam por outro processo de produção. Estes se dividem em 
matérias primas e material de processo. As matérias-primas se incorporam total 
ou parcialmente ao produto final. Os materiais de processo são bens auxiliares 
que entram no processo produtivo para ajudar na produção, mas terminada sua 
finalidade são retirados do processo, não se incorporando ao produto final. 
 
3 – Bens de capital: são constituídos por uma categoria especial de bens finais. 
São bens que não são destinados ao consumo, mas são considerados terminais 
em relação ao fluxo de produção. Ex.: As bases infra-estruturais como ferrovias, 
portos, hidrelétricas, rodovias, entrepostos de abastecimento e outros fixos de 
utilização coletiva. As edificações fabris, implementos agrícolas, equipamentos 
industriais e outros. São fontes para o processo de crescimento econômico. 
 
Existe ainda uma última divisão de bens: 
 
Bens públicos: Bens públicos são aqueles cujo consumo por uma pessoa não 
reduz sua disponibilidade para outros e teoricamente todos têm direito de uso. 
Ex,: segurança pública, iluminação pública, estradas, ondas sonoras e sinais de 
satélites 
 
 
B) A PROMOÇÃO DO CRESCIMENTO: Quando o crescimento da produção 
permite que se amplie o consumo per capta de recursos de capital, estarão 
concretizando-se uma das pré-condições para o processo de desenvolvimento 
econômico e social. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
35 
CAPÍTULO 8 
 
A LEI DOS RENDIMENTOS DECRESCENTES – LEI DOS CUSTOS 
CRESCENTES 
 
 
SÍNTESE 
 
- Enunciado 
- Relação c/ a curva das possibilidades de produção 
- Demonstração numérica dos efeitos dessa lei 
- Restrições ou exceções 
- Efeitos da lei sobre a curva das possibilidades 
 
 
COMENTÁRIOS 
 
 Enunciado: “Variando-se um ou dois fatores de produção, mantendo-se fixos 
os demais fatores, em um determinado período de tempo, haverá um decréscimo na 
variação de produção (possibilidade marginal), podendo inclusive tornar-se nula”. 
 A lei dos rendimentos decrescentes está intimamente relacionada com os 
deslocamentos das curvas de possibilidades de produção. 
 Como já vimos, para que ocorra a expansão das possibilidades de produção, 
deve-se haver um aumento de todos os recursos de produção envolvidos. 
 Quando o suprimento de um dos recursos não se altera, permanecendo fixo 
ao longo de um período produtivo, não ocorrerão deslocamentos constantes, mas 
sim decrescentes. 
 Quando se fixa um recurso de produção, pode-se dificultar a expansão normal 
das fronteiras de produção do sistema. 
 Fixemos recursos naturais e daremos doses variáveis dos recursos trabalho e 
capital 
 
________________________________________________________________________________ 
 periodo recursos variáveis recursos fixos possibilidades possibilidades 
 de produção marginais 
 produtivo trabalho capital naturais máxima de produção 
 1 2 3 X Y /\ X /\ Y 
 t0 30 10 200 150 450 - - 
 t1 34 18 200 189 567 39 117 
 t2 38 26 200 221 663 32 96 
 t3 42 34 200 244 729 23 66 
 t4 46 42 200 255 762 11 33 
 t5 50 50 200 255 762 0 0 
 
 
 Suponhamos que a economia do exemplo tenha mobilizado em regime de 
pleno emprego 30 milhões de trabalhadores(1), 200 mil Km2 de terra(3) e recursos 
de capital avaliados em 10 bilhões de unidades monetárias(2) para se produzir X e 
Y. 
 
 
 
36 
 Se houvesse um maior suprimento de recursos humanos e de capital, porém 
fixando-se recursos naturais, o que ocorreria com os níveis totais e marginais de 
produção? 
 Certamente os resultados iniciais seriam animadores, pois os níveis de 
produção registrariam acréscimos compensadores. Porém com o passar do tempo, 
os acréscimos tornam-se cada vez menos expressivos até que no período t5, não se 
obteve nenhum acréscimo nas possibilidades de produção da economia.(Ex.: PIT 
STOP p/ troca de pneus na F1). 
 A lei dos rendimentos decrescentes resulta da variação de parte dos fatores 
de produção, com manutenção de um deles em doses fixas, 
 Essa lei está sujeita a restrições ou exceções. 
 Em escala macroeconômica, a ocorrência ou não do decréscimo de 
rendimento, depende das formas de combinações dos recursos ou fatores de 
produção e das modificações tecnológicas que o sistema possa vir a absorver. Uma 
melhor combinação de fatores ou uma sensível melhoria nos níveis de tecnologia 
podem produzir em períodos sucessivos, rendimentos constantes e até crescentes, 
mesmo fixando-se um dos fatores usados. 
 
 
 Po P1 > P1 P2 > P2 P3 
 
 Os acréscimos nas possibilidades de produção, tornam-se 
 cada vez menores quando se fixa um dos recursos, provo- 
 cando rendimentos decrescentes. 
 
 
- A LEI DOS CUSTOS CRESCENTES. 
 
 Enunciado: “Quando um sistema de produção de uma economia opera ä 
níveis de pleno emprego, a obtenção de quantidades adicionais de determinado 
produto implica na redução das quantidades de outro produto; mesmo com redução 
constante do produto sacrificado, serão obtidas quantidades adicionais cada vez 
menores do produto que se decidiu aumentar a produção. Isso devido a progressiva 
inflexibilidade dos recursos de produção disponíveis em uso. 
 Nesse fenômeno, não estamos supondo qualquer variação derecursos, pois 
esses permanecem inalterados. O que se altera é a destinação que se dá a eles nas 
diversas alternativas de produção. Ex.: 
 
________________________________________________________________________________ 
 ALTERNATIVAS PARA CANALIZAÇÃO DOS RECURSOS 
________________________________________________________________________________ 
 PRODUÇÃO EM MILHÕES DE UNIDADES POR ANO 
 ALTERNATIVA PRODUTO X PRODUTO Y PROD. MARG. DE Y 
 A 250 0 ----- 
 B 200 250 250 
 C 150 450 200 
 D 100 600 150 
 E 50 700 100 
 F 0 750 50 
 
 
 
 
 
37 
Essa lei demonstra que certos recursos (humanos, de capital e naturais) que 
apresentam elevada produtividade para certa classe de produtos, poderão não se 
adaptar à produção de outra classe. 
 Os custos sociais crescem quando se transfere recursos de produção de um 
produto para outro sem que haja a perfeita adaptação dos mesmos. 
 Ex.: Na alternativa B, houve um custo de 50 unidades do produto X para se 
produzir 250 do Y, mas já na alternativa E, com o mesmo custo de 50 unidades de X 
só se conseguiu um acréscimo de 100 unidades de Y. 
 Ex.: Agricultura e pecuária. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
38 
CAPÍTULO 9 
 
TEORIA DOS CUSTOS. 
 
 
SÍNTESE 
 
- Custos econômicos 
- Custos fixos e variáveis 
- Custos médios e marginais 
 
 
COMENTÁRIOS 
 
 - Definição: Custo é o sacrifício necessário para produzir um bem ou serviço. 
Quando o custo se traduz em desembolso, chama-se despesa ou gasto. 
 
 - Tipos de custos: 
 
 - Custos sociais e custos alternativos: Há tipos de custos que a sociedade 
incorre no processo produtivo, mas que não traduzem em desembolso para a 
empresa. São os chamados custos sociais. Os mais comuns são: poluição sonora, 
dos rios, e da atmosfera. Existem também os custos que representam o sacrifício 
que a empresa faz para produzir um bem ao usar os fatores produtivos, deixando de 
produzir com eles outro bem, que daria alguma receita alternativa. Esses custos se 
chamam alternativos e são estimados pela receita líquida que a empresa deixa de 
auferir na segunda atividade mais rendosa. Esses custos não representam despesa 
no processo produtivo, mas devem ser considerados como alternativa para 
avaliação do investimento. 
 
- Custos econômicos ou de oportunidade: Os custos econômicos para a 
produção de um bem, constituem-se das alternativas das quais precisamos desistir a 
fim de produzirmos o bem. 
Custo de oportunidade é a alternativa mais valorizada que as pessoas 
sacrificam como conseqüência de suas decisões. O conceito de custo de 
oportunidade implica a realização de uma troca. Obter mais de um bem significa 
obter menos de outro. 
 Por exemplo: Para produzirmos trigo, precisamos desistir da produção de 
milho, tomate ou aveia. As alternativas perdidas ou as oportunidades sacrificadas 
constituem os verdadeiros custos econômicos necessários para iniciarmos uma 
atividade. A isso chamamos de "custos de oportunidade”. 
 Precisamos estimar os custos implícitos para a utilização dos recursos. Uma 
estimativa de custo implícito para a utilização de um recurso econômico envolve uma 
avaliação de todos os usos alternativos aos quais se presta este recurso. A melhor 
alternativa possível constitui o verdadeiro custo de utilização deste recurso. 
 Exemplo: Se você trabalha em sua própria fazenda, geralmente você não 
paga a si mesmo um salário explícito. Em vez disso, você fica com o que sobra 
depois de pagar todos os outros custos. Mas qual é o custo econômico para o seu 
trabalho na fazenda? Depende das alternativas de que você desiste para trabalhar 
na fazenda. Se o melhor emprego externo que você poderia obter fosse em uma loja 
 
 
 
39 
ganhando um salário de R$ 5.000,00 por ano, este seria o custo implícito pelo seu 
trabalho na fazenda. Mas, se você tem uma pós-graduação, suas alternativas 
perdidas podem girar em torno de R$ 25.000,00 ou mais, por ano, sendo esse seu 
custo implícito por trabalhar na fazenda. 
 No caso de pagamentos monetários, os custos de oportunidade encontram-se 
explicitamente estabelecidos. 
 - Procedimento padrão para calcular o custo de oportunidade por 
unidade para uma curva de possibilidades de produção: 
1. Comece com qualquer aumento na produção de um bem e 
suponha que esse seja o ganho. 
2. Meça a perda (a redução da produção do outro bem necessária 
para ter esse ganho). 
3. O custo de oportunidade por unidade do bem ganho é a perda 
dividida pelo ganho. 
Exemplo: Medindo o custo de oportunidade 
Problema: O carpinteiro leva atualmente uma hora para fabricar cadeiras e 
três horas para produzir bancos. Qual o custo de oportunidade por cadeira se 
ele usar mais uma hora nas cadeiras (supondo-se que ele ainda trabalhe 
apenas quatro horas)? Qual o valor monetário desse custo de oportunidade 
se o preço do banco é R$ 12,00? E se o preço da cadeira é R$ 25,00, 
quantas horas devem ser dedicadas a sua produção? 
Solução: Trabalhando uma segunda hora nas cadeiras, são feitas mais 3 
cadeiras, porém menos 4 bancos. Portanto, o custo de oportunidade por 
cadeira na segunda hora é de 4/3 de um banco. Em termos monetários, são 
R$ 16,00 (4/3 x R$ 12,00). Ou seja, na segunda hora, para cada cadeira o 
carpinteiro deixa de produzir 4/3 de um banco. O custo monetário de 
oportunidade por cadeira numa terceira hora dedicada a produção de 
cadeiras é de R$ 36,00 (3 x R$ 12,00) e numa quarta hora, R$ 96,00 (8 x R$ 
12,00). O operário deve dedicar duas horas para a produção de cadeiras; 
acima disso, inclusive na segunda hora, cada cadeira acrescenta mais R$ 
25,00 do que se perde. Mas o custo de oportunidade por cadeira durante a 
terceira e quarta horas (R$ 36,00 e R$ 96,00) excede o ganho de R$ 25,00 da 
produção de cadeiras. Essas horas serão mais bem empregadas na produção 
de bancos. 
 
 - Custos reais da empresa: São aqueles que se traduzem em desembolso e 
compõem a planilha de custos dos produtos gerados pela empresa. 
 
 - CUSTOS FIXOS: Por custo fixo se entende os custos da empresa que não 
dependem, no curto prazo, da quantidade de produção. São custos de seguro, 
aluguéis, administração, etc. 
 Com os programas de contenção de despesa, o elemento de custos mais 
visado é o fixo. É nele que geralmente aparecem as gorduras. Além disso, os custos 
fixos podem, muitas vezes, ser reduzidos sem que a produção seja afetada. 
Vários fatores de produção desempenham papeis importantes no sistema 
produtivo. 
 No exemplo do plantio de determinado cereal temos: a terra utilizada, o 
fertilizante, os grãos de semente, o maquinário, a mão de obra, etc. 
 
 
 
40 
 Nem todos os recursos podem ser ajustados instantaneamente. Alguns 
recursos são fixados por um certo período de tempo. Por exemplo, fixar um contrato 
de cinco anos para arrendamento de terra, ou um pagamento total fixo de impostos. 
 Recursos fixos não variam conforme a percentagem de produção. 
 Dois períodos se distinguem: o longo prazo, onde todos os recursos são 
variáveis; e o curto prazo, onde alguns dos recursos são fixos. 
 
- CUSTOS VARIÁVEIS: São os que variam proporcionalmente com a 
quantidade produzida. Representam uma proporção fixa dos custos finais de 
produção.

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