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1 SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO ............................................................................................ 2 2 ÉTICA E RESPONSABILIDADE SOCIAL ................................................... 3 3 A HISTÓRIA DA RESPONSABILIDADE SOCIAL....................................... 5 4 CONCEITO: RESPONSABILIDADE SOCIAL ........................................... 10 5 CRISE SOCIOAMBIENTAL ...................................................................... 12 6 RESPONSABILIDADE SOCIAL NAS EMPRESAS................................... 15 6.1 Doutrina da Responsabilidade Social ................................................. 18 6.2 Doutrina do Interesse do Acionista ..................................................... 19 7 A RESPONSABILIDADE SOCIAL COMO ESTRATÉGIA EMPRESARIAL 20 8 ÉTICA, MORAL E VALORES ................................................................... 24 9 ÉTICA E RESPONSABILIDADE PROFISSIONAL.................................... 26 10 GESTÃO DA RESPONSABILIDADE SOCIAL ....................................... 28 11 NORMA NBR 16001 .............................................................................. 33 11.1 Principais pontos da NBR 16001:2004 ........................................... 34 12 ISO 26000 - DIRETRIZES EM RESPONSABILIDADE SOCIAL ............ 36 12.1 Aplicação ISO 26000 ...................................................................... 37 13 BIBLIOGRAFIA ...................................................................................... 39 2 1 INTRODUÇÃO Prezado aluno! O grupo educacional FAVENI, esclarece que o material virtual é semelhante ao da sala de aula presencial. Em uma sala de aula, é raro – quase improvável - um aluno se levantar, interromper a exposição, dirigir-se ao professor e fazer uma pergunta, para que seja esclarecida uma dúvida sobre o tema tratado. O comum é que esse aluno faça a pergunta em voz alta para todos ouvirem e todos ouvirão a resposta. No espaço virtual, é a mesma coisa. Não hesite em perguntar, as perguntas poderão ser direcionadas ao protocolo de atendimento que serão respondidas em tempo hábil. Os cursos à distância exigem do aluno tempo e organização. No caso da nossa disciplina é preciso ter um horário destinado à leitura do texto base e à execução das avaliações propostas. A vantagem é que poderá reservar o dia da semana e a hora que lhe convier para isso. A organização é o quesito indispensável, porque há uma sequência a ser seguida e prazos definidos para as atividades. Bons estudos! 3 2 ÉTICA E RESPONSABILIDADE SOCIAL Fonte: amplatitude.com.br A responsabilidade social e a ética estão diretamente ligadas. A ética é a base da responsabilidade social e é manifestada através dos princípios e valores aplicados pela organização na direção dos negócios. Uma rápida retrospectiva histórica permite constatar que, embora tenha existido desde os primórdios do capitalismo (como atesta, por exemplo, o clássico de Engels, Situação da classe trabalhadora na Inglaterra, de 1845), foi sobretudo a partir do final dos anos 60 que o questionamento ético e social das empresas ganhou força – justamente numa época em que o sistema capitalista encontrava-se sob críticas acirradas. A temática suscitou uma grande variedade de discussões teóricas, tendo acabado por institucionalizar- se durante os anos 80 sob a forma de três escolas de pensamento: a Business Ethics, a Business & Society, e a Social Issues Management. É importante ressaltar que os Estados Unidos ocuparam uma posição hegemônica (e, durante muitos anos, quase solitária) nesse campo, pois lá nasceu e desenvolveu-se a maior parte dos estudos sobre o assunto, os quais somente mais tarde vieram a difundir-se por outras regiões do mundo, inclusive o Brasil. (KREITLON, 2004, p. 1 apud COSTA, Leandro Giovede ). Embora tenha havido uma preocupação com a doutrina moral e a responsabilidade social desde a origem do capitalismo, essa preocupação ainda está em discussão devido à grande influência da moralidade no mundo dos negócios na tomada de decisões. O capitalismo impulsivo levou a um grande número de pessoas excluídas e, devido a políticas inadequadas e terrorismo mobilizados por fanáticos religiosos, esse 4 processo foi exacerbado, levando à adoção de nova atitude das organizações (governo, empresas ou organizações relacionadas) pela sociedade ou do terceiro setor. Os consumidores adotaram uma posição mais consciente e exigente. No mundo dos negócios, a ética influencia o processo corporativo de tomada de decisões para determinar quais são os valores que afetam os vários grupos de parceiros e para estabelecer como os dirigentes podem usar tais valores no dia-a-dia da administração da organização. Assim, a ética nas organizações constitui um elemento catalisador de ações socialmente responsáveis da organização por meio de seus parceiros e dirigentes. (CHIAVENATO, 2005, p. 44 apud COSTA, Leandro Giovede). Com base nessa nova realidade, a organização descobriu estratégias de ação social que não apenas ajudam a solucionar possíveis dificuldades, mas também trazem bons resultados para as partes interessadas. Pode-se dizer que a demanda do consumidor desempenha um papel decisivo no crescimento da transferência da empresa para a gestão de responsabilidade social e orienta as ações de responsabilidade social corporativa. Com o mundo globalizado e a disseminação de informações na Internet e nas redes sociais, é cada vez mais difícil para os profissionais de marketing obter uma vantagem competitiva em seus produtos, serviços e marcas. Cada inovação tecnológica ou um novo produto lançado são rapidamente imitados por fabricantes de marcas rivais e cada vez mais solicitadas pelos varejistas. (PRINGLE E TOMPSON, 2000, apud COSTA) Seja devido à consciência da empresa, escândalos corporativos, ameaças dos concorrentes ou à importância da lealdade à marca, o fato é que o investimento responsável está aumentando. Em resumo, pode-se dizer que mais e mais empresas correm o risco de mudar seus métodos de marketing para dar a elas um novo perfil e um significado mais ético. Isso se deve a mudanças nos valores dos conceitos de ética e responsabilidade social e no comportamento do consumidor, que são mais exigentes para as empresas, para que possam fazer mais pela sociedade, além de pagar impostos e criar oportunidades de emprego. 5 3 A HISTÓRIA DA RESPONSABILIDADE SOCIAL Fonte: hcor.com.br A Responsabilidade Social já foi reconhecida com vários nomes, como: Responsabilidade Social Corporativa, Responsabilidade Social Empresarial, Responsabilidade Socioambiental, Responsabilidade Social e Cidadania, Empresarial, Responsabilidade nos Negócios, Responsabilidade Social e Sustentabilidade. Conclui-se que a responsabilidade social, como a própria sociedade, é um conceito dinâmico, em estado de constante desenvolvimento e constante transformação. Esse conceito está diretamente relacionado às expectativas e necessidades da sociedade, bem como à maneira como reagimos às atitudes e à maneira como reagimos ao impacto de indivíduos ou grupos e ecossistemas. No contexto internacional, os debates entre os Estados membros das Nações Unidas sobre os temas direitos humanos, direitos trabalhistas, meio ambiente e desenvolvimento sustentável levaram a uma reafirmação do conceito de responsabilidade social relacionado às organizações em todos os setores sociais. A ética ambiental visa conscientizar as pessoas e proteger o meio ambiente, melhorando assim a qualidade da vida individual e coletiva. A relação entre moralidade e sustentabilidade envolve as gerações futuras para garantir que não tenhamos um impacto significativo nas condições de vida das pessoas futuras. É 6 necessáriofazer do desenvolvimento sustentável uma prioridade. O desenvolvimento é necessário e inevitável, no entanto, devemos mudar imediatamente nossa visão sobre os recursos naturais. Ética ambiental corresponde ao comportamento que nós, seres humanos, devemos ter para com o meio ambiente em que vivemos. A ecologia nos fornece os elementos para que descubramos como deve ser concretizada a ética ambiental. (CARVALHO, 2011) Resgatando acontecimentos mundiais que afetaram a responsabilidade social corporativa, podemos mencionar: O termo "responsabilidade social" foi originalmente escrito em uma declaração de 120 industriais britânicos. O documento mencionava que a responsabilidade das pessoas que dirigem esse setor é manter um equilíbrio justo entre os vários interesses do público, consumidores, funcionários e acionistas. ”No entanto, as primeiras demonstrações para defender essa ideia foram no início do século XX, American Charlies Eliot (1906), Hakley (1907) e John Clark (1916), e em 1923 com o inglês Oliver Sheldon (OLIVEIRA, 2000, p. 2 apud BENEDICTO et al, 2008). Oliver Sheldon tentou cobrir toda a gerência em seu livro "Management Philosophy", em 1923, ou seja, a associação e o posicionamento da sociedade, na tentativa de combinar ética social e práticas de gestão. Sheldon estabeleceu um conjunto de princípios destinados a encontrar um equilíbrio entre os métodos de produção científica e a responsabilidade social da administração. Nesse processo, o autor apontou claramente que o mecanismo de produção é um elemento secundário dos fatores humanos. Dessa maneira, Sheldon expandiu o escopo da filosofia de gestão, para que não se limite mais à produtividade interna da empresa, mas a uma série de princípios e valores que a sociedade acredita (ORCHIS; YUNG; MORALES, 2000, p. 4 apud BENEDICTO et al, 2008). Após a Primeira Guerra Mundial, com a necessidade de reconstrução em muitos países, as pessoas viram a estreita cooperação entre a indústria e as comunidades, e novas instruções administrativas foram desenvolvidas. Durante esse período, cresceram as associações sociais individuais, como sindicatos, igrejas e clubes políticos, e além de procurar melhorar as condições dos trabalhadores, essas associações também esperam que a sociedade como um todo melhore. Esse espírito de assistência mútua iniciado na sociedade, combinado com o conhecimento científico baseado nas ideias de Sheldon e aplicado à administração, começou a despertar a 7 responsabilidade social nos objetivos corporativos. (ORCHIS; YUNG; MORALES, 2000, apud BENEDICTO et al, 2008). Em 1953, um fato interessante despertou discussão pública sobre o envolvimento da empresa na sociedade e suas responsabilidades. Durante este período, os acionistas da A.P Smith Manufacturing Company enfrentaram problemas e se opuseram a doar recursos financeiros para a Universidade de Princeton. Naqela época, o Departamento de Justiça dos EUA promulgou a Lei de Caridade Corporativa, que estabeleceu que as empresas podem buscar o desenvolvimento social (ASHLEY; COUTINHO; TOMEI, 2000, p. 2-5 apud BENEDICTO et al, 2008). Fonte: wikipedia.org Os anos 70 estavam preocupados com como e quando as empresas deveriam responder às suas obrigações sociais. A demonstração social do comportamento da empresa se torna extremamente importante. Nesta década, a doutrina se espalhou para os países europeus nos negócios e na academia escolar. Na Alemanha, o tema se desenvolveu rapidamente e já na metade da década, cerca de 200 das maiores empresas do país combinaram demonstrações financeiras com objetivos sociais. No entanto, foi a França que tomou medidas formais na mesma década para formalizar o problema, se tornando o primeiro país a "obrigar as empresas a fazerem balanços periódicos de seu desempenho social no tocante à mão de obra e às condições de trabalho” (OLIVEIRA, 2000, p. 2-3 apud BENEDICTO et al, 2008). 8 Na década de 1980, as empresas estavam cada vez mais sob pressão para buscar mudanças econômicas e se tornaram um ambiente propício para discussão e disseminação de conceitos de responsabilidade social. Especialmente nos países em vias de democratização política, o tema está agora ligado à ética nos negócios e à qualidade do trabalho e da vida (DE BENEDICTO, 2002 apud BENEDICTO et al, 2008). Na década de 1990, vários autores conhecidos participaram mais da questão da responsabilidade social, levantando assim, discussões sobre ética corporativa e questões éticas, envolvendo questões ambientais, enormes diferenças de educação e injustiça social e o papel das organizações, com importante contribuição definição. Hoje, o tema “responsabilidade social” assume um aspecto ético-empresarial tão forte, ao ponto de estar transformando-se em uma “doutrina empresarial”, sem a qual não há sucesso (DE BENEDICTO, 2002 apud BENEDICTO et al, 2008) Em suma, o padrão mundial contemporâneo promoveu a transformação da ordem social, econômica, política e cultural e se adaptou ao novo modelo de relacionamento entre mercados e instituições, sociedade e organizações. No Brasil, com o estabelecimento da Associação dos Dirigentes Cristãos de Empresas (ADCE), a responsabilidade social começou a ser discutida na década de 1960. Em 1965, a associação publicou uma Carta de Princípios do Dirigente Cristão de Empresas, cujo principal objetivo era mostrar que a empresa tinha funções sociais diante de seus trabalhadores e das comunidades em que operava. No entanto, o conceito de responsabilidade social só ganhou efetivamente espaço para o desenvolvimento no final da década de 80 e consolidou sua posição através de cenários econômicos nos últimos anos. Este cenário econômico apresenta as características de competitividade global, escassez nacional e aumento da pobreza. A deterioração do meio ambiente, o fortalecimento dos movimentos sociais e a transformação do mundo contemporâneo trouxeram incertezas e fatores de instabilidade que ameaçam a sobrevivência das organizações. As ações das chamadas organizações não-governamentais (ONG’s) ou entidades do terceiro setor são fatores fundamentais que motivam as pessoas a buscar soluções para os problemas ambientais e sociais do país. O Instituto Brasileiro de Análises Sociais e Econômicas (Ibase) é um ponto positivo nessa área, fundada 9 pelo sociólogo Hebert de Souza (Hebert de Souza), ainda é a defensora da formulação e divulgação do equilíbrio social da empresa até hoje. Em 1997, o Ibase lançou um modelo de balança social em cooperação com o jornal Gazeta Mercantil (publicação disponível gratuitamente). O "Selo do Balanço Social" foi criado para incentivar as empresas a participar voluntariamente de projetos sociais. No mesmo ano, o Conselho Empresarial Brasileiro para o Desenvolvimento Sustentável (CEBDS) foi criado para promover o entendimento de questões ambientais, econômicas e sociais entre o setor produtivo, a sociedade civil e o governo para alcançar o desenvolvimento sustentável. Legalmente, a questão do equilíbrio social passou a ser objeto da Lei nº 3. 1416, que estipula publicações obrigatórias de equilíbrio social para empresas privadas com mais de 100 funcionários e todas as empresas públicas, concessionárias e titulares de licenças de serviço público. . Em 1998, o Instituto Ethos foi fundado por um grupo de empresários e executivos do setor privado. É um centro de troca de experiências, organização de conhecimento e desenvolvimento de ferramentas, que podem ajudar as empresas a analisar suas práticas de gestão e aprofundar seu compromisso com a responsabilidade social e o desenvolvimento sustentável. Nessa perspectiva, o investimento social privado começou a se formar no Brasil, com foco na alocação voluntária de recursos privados, a fim de buscar retornos alternativos para a inclusão social einfluenciar políticas públicas, organizações e universidades. Pode-se dizer que as organizações de hoje precisam estar cientes não apenas de suas responsabilidades econômicas e legais, mas também de suas responsabilidades éticas, morais e sociais. A responsabilidade moral corresponde às atividades, políticas e comportamentos esperados pelos membros da sociedade, embora a lei não preveja isso. Eles contêm uma série de padrões, normas ou expectativas de comportamento para atender aos requisitos legais, justos e corretos do público (partes interessadas) de acordo com suas expectativas. As organizações terão que aprender a equilibrar os lucros, respeitar a lei, respeitar a ética e a necessidade de alguma forma de caridade na comunidade. 10 Podemos afirmar que um dos impactos da economia global é a aplicação de normas éticas e de moral mais rigorosas em todo o mundo, porque a própria organização precisa manter uma boa imagem diante do público ou porque o pedido direto do público faz com que a organização se baseie e agem conforme tais padrões. Todas essas são respostas comerciais às novas pressões sociais e econômicas provocadas pela globalização. Essas pressões levaram a empresa a realizar auto- análises continuamente. 4 CONCEITO: RESPONSABILIDADE SOCIAL A responsabilidade social corporativa é entendida como o relacionamento ético da empresa com todos os grupos de interesse afetados ou afetados por seu desempenho e o respeito ao meio ambiente e o investimento em comportamento social. Inclui a expansão e evolução do conceito da empresa além do ambiente interno. Nesse caso, à medida que as empresas se integram à sociedade, elas podem ver a interdependência entre elas. No nível da comunidade, essa responsabilidade se traduz em ações concretas que trarão benefícios à sociedade e retornarão, criando ou criando as condições necessárias para o crescimento da cidadania. A definição de responsabilidade social está intimamente relacionada ao conceito de cidadania, especialmente cidadania participativa. “As organizações empresárias, graças à riqueza que acumulou e que têm o potencial de concentrar, trazem em si o grande potencial de mudar e melhorar o ambiente social. Este poder de transformação tem encontrado na literatura um conjunto de terminologias que surgem na tentativa de identificá-lo e caracterizá-lo, a saber: cidadania empresarial, filantropia empresarial, 11 filantropia estratégica, solidariedade corporativa, responsabilidade social empresarial, organização cidadã”. Lima (2000, p. 2 apud BENEDICTO; RODRIGUES; PENIDO, 2008) Esse conceito não possui uma definição única, mas várias definições em torno do mesmo problema: ações para melhorar a qualidade da vida social. A responsabilidade social sempre foi confundida com caridade. Pode-se dizer que a responsabilidade social é um estágio mais alto da cidadania corporativa, e seu objetivo é estimular o desenvolvimento dos cidadãos e promover o desenvolvimento de indivíduos e cidadãos coletivos. Baseia-se na consciência social e nas obrigações cívicas, não na caridade. Por outro lado, a caridade é baseada na assistência que visa contribuir para a sobrevivência de grupos sociais vulneráveis através de doações de grupos e entidades sociais. A filantropia é uma doação simples. É o resultado do aumento da sensibilidade e da consciência social dos empreendedores. A responsabilidade social reflete as ações de uma empresa para apoiar a cidadania. Esta é uma forma de participação social e é uma solução para Intervenção direta de questões sociais. Mais especificamente, podemos dizer que a filantropia começa com ações pessoais e voluntárias e tem muitas vantagens. No entanto, a responsabilidade social transcende a vontade individual e é formado um consenso que é uma obrigação moral e econômica para todos os que vivem na sociedade, com foco nos direitos humanos, sociais, políticos, culturais e econômicos. Em outras palavras, isso é apenas uma ação, um estágio de preparação para um background mais amplo de responsabilidade social e um estágio antes da responsabilidade social. O fato de uma empresa ter comportamento social não significa que tenha um senso de responsabilidade social: de fato, muitos outros comportamentos e participação também são necessários. Atuar com responsabilidade significa comprometer-se com uma missão, carreira ou filosofia baseada em valores sociais e culturais. Portanto, é absolutamente necessário incorporar as práticas de responsabilidade social da empresa em sua filosofia e torná-la parte integrante de seus objetivos de negócios. Após o surgimento dessas crenças, é necessário trabalhar dentro da empresa para produzir uma cultura de grupo responsável perante a sociedade. Se houver uma subcultura baseada em um paradigma contrário às práticas de responsabilidade social na empresa, a organização certamente terá dificuldade em fazer esse trabalho. 12 5 CRISE SOCIOAMBIENTAL Fonte: 60graus.com A chamada crise ambiental atingiu agora a escala global. Todo lugar na terra experimenta os efeitos negativos da exploração natural de uma maneira ou de outra. A deterioração dos problemas ambientais traz a percepção que a natureza é essencial para o desenvolvimento humano, e os recursos naturais são limitados. No entanto, a moderação do sistema socioeconômico em relação a essa realidade parece ser muito lenta. Lovelock (2004 apud ORSI, 2015) apontou que a Terra tem buscado equilíbrio, mas os humanos estão constantemente quebrando esse equilíbrio natural. Dessa maneira, planetas que tentam reconstruir seus sistemas levarão a eventos imprevisíveis, colocando a própria civilização em perigo. É a emergência do sujeito consumidor, que terá seu reconhecimento de cidadão respeitado quanto maior for sua capacidade de consumo. Neste sentido a corrida que se acelera a cada dia produziu não uma sociedade capaz de saciar suas necessidades, mas sim de consumo desenfreado e desnecessário de bens, em níveis comprometedores para a capacidade de resiliência dos sistemas planetários. (CENCI; BURMANN, 2013, pp. 133 e 134 apud SANTOS, 2017) As características das crises ambientais confundem sua compreensão e são frequentemente associadas a variáveis simples de conotação ecológica. http://60graus.com/ 13 É possível perceber a crise ambiental, especialmente quando analisamos as notícias divulgadas pela mídia de massa, como falta de água potável, poluição de lixo, desmatamento, assoreamento de rios e vários outros exemplos que podemos citar. É claro que essas características fazem parte dos sérios problemas ambientais que a sociedade enfrenta, mas é necessário procurar outros fatores para pensar na crise ambiental e compreendê-la de maneira mais ampla. Aspectos que envolvem a crise ambiental Fonte: Orsi 2006 Em relação à sociedade, enfatizamos a degradação causada pela riqueza e pela pobreza. Por um lado, se o alto consumo e os padrões de vida desperdiçados da classe mais rica exercem grande pressão sobre o sistema natural, por outro lado, a pobreza também causa uma série de impactos ambientais. Relacionado à ecologia, é claro que os substratos naturais que apoiam a sociedade são limitados; portanto, o uso de substratos naturais sem considerar as restrições da reorganização natural produzirá inevitavelmente modelos insustentáveis de uso a longo prazo dos recursos naturais. No campo político, também enfatizamos a crise de legitimidade nacional. O status tradicional do país de redistribuir renda por meio de serviços de saúde, educação e previdência social fica comprometido porque sua estrutura não pode mais considerar esses serviços, ou seja, o estado abandonou esses serviços, o que é um fator muito sério, principalmente porque se tratar da classe mais pobre da sociedade. Embora o Estado tenha se minimizadocomo executor de certos serviços, começou a 14 exercer o papel de regulador e inspetor, mas essas funções não foram implementadas efetivamente, o que estava relacionado a muitas emergências no país. Se o país não tem legitimidade e não pode desempenhar funções sociais críticas, é óbvio que toda a sociedade está enfrentando não apenas problemas ambientais, mas também todos os aspectos de seu desenvolvimento. Em relação à tecnologia, as visões não são iguais, pois não representam o problema em si, mas seu uso, portanto, quando não são considerados todos os aspectos envolvidos na aplicação da tecnologia, ou se esse uso se baseia na em interesses específicos e ignora todos os efeitos negativos de sua aplicação. De fato, com o avanço da tecnologia, a humanidade ganhou muito: melhorias na saúde, habitação, saneamento, transporte, comunicações, etc. O planejamento econômico pode ser um dos pontos básicos para discutir a crise ambiental. Primeiro, pode ser enfatizado as ações reais de comando dos atores da hegemonia do sistema econômico em uma rede global. Eles escolheram e excluíram o território em suas ações e impuseram um impulso à produção espacial, que raramente era proporcional aos ideais da população local e não respeitava as características naturais da área. Nesse plano econômico, a competitividade entre as regiões é incentivada, e o objetivo é atrair investimentos para suas regiões, estados e cidades, e até o estado criou condições ideais para a reprodução do capital. No entanto, eles geralmente ignoram os custos de longo prazo de sua população e desenvolvimento. Se, por um lado, pode enfatizar esse uso e exploração desiguais de territórios, por outro, também pode analisar a falta de consenso sobre certos métodos de economia ambiental no nível econômico. Essa falta de consenso é descrita como um aspecto da própria crise, mas dificulta a proposição de novos métodos no nível econômico para fornecer novas formas de lidar com as relações econômicas. Permear os Aspectos Ideológicos e Culturais da Crise Ambiental. Embora todos mostrem singularidade na maneira como percebem a natureza e em relação à natureza e à sociedade circundante, a sociedade contemporânea tem uma característica distintiva: consumismo e individualismo. Dentro da lógica do capitalismo, esses recursos cresceram e se aprofundaram, transformando pessoas em consumidores e mercadorias ao mesmo tempo. A dinâmica entre esses campos 15 cria e replica o espaço. Se essa estrutura socioeconômica é abalada de várias maneiras, é inevitável que todo o sistema suportado por ela sofra um processo de mudança para aliviar os problemas mais prementes que surgem. As causas profundas desses problemas colocam desafios a toda a sociedade, e o planejamento urbano precisa encontrar maneiras de enfrentá-los para tornar o ambiente urbano um espaço permanente para melhorar a qualidade de vida e a equidade. A busca pela satisfação e pela felicidade através do consumo resulta em uma devastação irreparável dos ecossistemas do nosso planeta. O grande acúmulo de lixo e a questão energética são alguns dos maiores problemas que a sociedade futuramente irá enfrentar. Há, ainda, uma crise de acesso à alimentação e a desigualdade na distribuição de renda, o que causa exclusão social e fere diretamente os Direitos Humanos. Sendo assim a relação do ser humano com a natureza precisa ser repensada. Essa é a única forma pela qual o meio ambiente pode se recuperar dos impactos e da devastação causadas pela sociedade consumista e antiecológica. Ao descrever a crise ambiental como uma crise multifacetada, é possível olhar para a cidade de outra maneira e perceber que é necessário considerar a produção e a reprodução do espaço sob diferentes perspectivas. Os problemas ambientais urbanos não são causados apenas pelas propriedades físicas dos sistemas naturais, assim como as causas básicas desses problemas não são apenas onde ocorrem. Mesmo que o problema se manifeste no nível local e sejam necessárias medidas urgentes, outras áreas maiores, mesmo as globais, podem desempenhar um papel decisivo na geração de certos fenômenos. 6 RESPONSABILIDADE SOCIAL NAS EMPRESAS Em termos de negócios, pode-se dizer que a responsabilidade social é uma ação voluntária para promover uma sociedade mais justa e um ambiente mais limpo. Muitas vezes, as organizações criam planos sociais que acabam criando benefícios mútuos entre a empresa e a comunidade, melhorando assim a qualidade de vida dos funcionários e dos próprios residentes. O desenvolvimento da comunidade na qual está inserida, a preservação do meio ambiente, uma comunicação transparente interna e externa, o investimento no ambiente de trabalho, no bem-estar dos funcionários, o retorno aos acionistas, a satisfação dos clientes, os investimentos em 16 educação, saúde e esportes, são exemplos de ações que caracterizam a responsabilidade social das empresas. (BENEDICTO; RODRIGUES; PENIDO, 2008) Responsabilidade social significa o conceito de que a empresa não apenas visa obter lucro, mas além de trazer benefícios financeiros para os funcionários da empresa, também deve fazer contribuições sociais para o ambiente circundante. Portanto, a responsabilidade social geralmente envolve medidas que trazem cultura e boas condições para a sociedade. Pesquisas e debates sobre o tema responsabilidade social começaram nos Estados Unidos nas décadas de 1960 e 1970 e foram marcados pela Guerra do Vietnã. A produção e o uso de armas avançadas causam danos à vida humana e ao meio ambiente e insatisfação ao público. No ambiente de trabalho, outros problemas decorrentes da discriminação baseada em raça ou sexo também são relevantes, aumentando o apelo das pessoas por uma nova atitude em relação ao comportamento organizacional. No Brasil, a Associação dos Dirigentes Cristãos de Empresas (ADCE) foi criada na década de 1960, mas foi somente em meados da década de 1970 que o foco na responsabilidade social começou a se expandir. Na década de 1980, as ONGs foram consolidadas, os sindicatos foram fortalecidos e a sociedade começou a participar efetivamente da luta por melhores condições de vida e salários mais justos. As organizações mudaram e a conscientização empreendedora precisa ser aumentada, mas, segundo Torres (2001, apud TISOTT, etc., 2006), "o principal fator que afeta essas mudanças é o crescimento da participação popular". As limitações da ação nacional geraram um consenso de que as políticas de desenvolvimento social exigem a participação de novos participantes. Diante da exclusão social, foi descoberto nos últimos anos que empresas privadas vêm mobilizando cada vez mais recursos para atividades sociais. Os empresários percebem que o governo não pode apenas atender às demandas da ação social. Esse aumento de iniciativas privadas de importância pública é um fenômeno recente. Na década de 1980, as organizações começaram a se concentrar em questões que envolvem a sociedade e o meio ambiente. A década de 1990 abriu o caminho para a compreensão da nova direção da ação social. Diante da exclusão social, é preciso assumir as responsabilidades 17 necessárias, porque o bem-estar comum depende das ações conjuntas de todos os setores da economia. Nesse caso, deve ser enfatizada a importância das empresas como agentes para promover o desenvolvimento econômico e o progresso tecnológico, que possuem uma enorme capacidade de criar e criar recursos. Contra o velho paradigma, de que as empresas se concentram apenas na geração de lucros para sobreviver no mercado, devem implementar preços baixos, fornecer produtos de qualidade e cumprir suas responsabilidades sociais, porque os consumidores têm mais opções e preferem empresas que se integram à comunidade. É inegável que fazer boas ações e realizar a própriaresponsabilidade social se tornou uma parte importante do sucesso dos negócios e, mais importante, se tornou uma vantagem competitiva. Portanto, compromisso com o comportamento ético, contribuição para o desenvolvimento econômico e melhoria da qualidade de vida dos funcionários, familiares e comunidades são fatos reconhecidos pelas empresas socialmente responsáveis. Pode-se dizer que existem sete vetores de responsabilidade social, que são: Fonte: Autor Do ponto de vista da gestão de negócios, isso significa uma mudança de atitude, com foco na qualidade do relacionamento e no valor de todos. Portanto, a responsabilidade social depende do reconhecimento de que o comportamento social deve trazer benefícios à sociedade, proporcionar conquistas profissionais aos funcionários, trazer benefícios aos parceiros e ao meio ambiente e trazer retornos aos investidores. 18 “Começa a haver a percepção de que uma sociedade empobrecida, com renda mal distribuída, violenta, como a nossa, não é uma sociedade propícia para os negócios. Henri Ford, quando aumentou o salário de seus funcionários, queria ter uma sociedade que pudesse ser mais justa. Os empresários começam a perceber (mas ainda em pouco grau) que uma sociedade deteriorada ameaça os próprios negócios e que não adianta demitir os funcionários, pois não terão quem compre, não terão uma sociedade justa.” (GRAEJ, O. Responsablidade social nas empresas. Programa Roda Viva/TV Cultura. São Paulo, setembro, 2001.) A responsabilidade social corporativa pode trazer muitos benefícios para a empresa, como: Fortalecimento de sua imagem; Capacidade de atrair e reter talentos; Maior comprometimento e lealdade dos empregados, que passam a se identificar melhor com a empresa; Maior aceitação pelos clientes, que a cada dia se tornam mais exigentes; Maior facilidade de acesso a financiamento, pois é real a tendência de os fundos de investimentos passarem a financiar apenas empresas socialmente responsáveis; Contribuição para sua legitimidade perante o estado e a sociedade. Maximiano (2004 apud GONZALEZ, 2009), comenta que não existe debate em relação ao fato de que as organizações, assim como as pessoas têm responsabilidades sociais, tendo em vista que o comportamento destes afeta outras pessoas e, sabe-se, que algumas pessoas e grupos estão dispostos a exigir essas responsabilidades por meio de ação política, imprensa, legislação e ação parlamentar. No entanto, existem duas tendências nessa área, cada uma com fortes argumentos: Doutrina da Responsabilidade Social e Doutrina do Interesse do Acionista. 6.1 Doutrina da Responsabilidade Social 19 Essa corrente reconhece as responsabilidades sociais das organizações em geral, principalmente das empresas. É baseado na premissa de que as organizações são instituições sociais, que existem sob a autorização da sociedade e usarão recursos sociais e afetarão sua qualidade de vida. Segundo Maximiano (2004), um dos principais representantes da cadeia é Andrew Carnegie, que publicou um livro que estabeleceu dois princípios de responsabilidade social corporativa, baseados em uma visão paternalista do papel dos empresários nos funcionários e clientes. Princípio da Caridade - Esse princípio diz que as pessoas mais sortudas da sociedade devem cuidar das pessoas mais infelizes, incluindo desempregados, doentes, pobres e deficientes físicos. Essas pessoas de sorte podem obter ajuda diretamente, ou através de organizações como igrejas e associações, e não através de suas empresas, e os indivíduos podem decidir o valor da caridade que pretendem buscar. Princípio do Zelo - O princípio estipula que as empresas e os ricos devem se considerar guardiões da propriedade. Carnegie acredita que o dinheiro das pessoas ricas é de confiança da sociedade e pode ser usado para qualquer fim que a sociedade considerar legal. O papel da empresa é também aumentar a riqueza social por meio de investimentos prudentes e uso prudente de recursos sob sua responsabilidade. Embora, seja conhecida a ideia de responsabilidade social, revebeu grande apoio quando a deterioração dos ecossistemas causada pela poluição levou as pessoas a debater os prós e os contras da sociedade industrial. Devido à pressão provocada pelos grupos de proteção de direitos, muitos países formularam legislação rigorosa sobre essas questões. A existência dessa legislação é um dos principais fatores que as empresas devem considerar ao tomar decisões que envolvam considerações éticas. 6.2 Doutrina do Interesse do Acionista Segundo Maximiano (2004 apud GONZALEZ, 2009), outra fonte de responsabilidade social é que as empresas devem obrigações aos acionistas. O representante mais famoso da doutrina é Milton Friedman. Ele disse que a principal responsabilidade da empresa é maximizar os interesses dos acionistas. 20 De acordo com essa visão, a ética da tomada de decisões de negócios inclui encontrar alternativas que geram mais dinheiro, porque o código promove o uso mais eficiente dos recursos pessoais, organizacionais, sociais e ambientais. Observa-se que tais doutrinas não contemplam as instituições públicas que prestam serviço público, mas apenas as instituições privadas, o que explica a ênfase no lucro e a preocupação com o entorno como meio para atingir aquele objetivo. 7 A RESPONSABILIDADE SOCIAL COMO ESTRATÉGIA EMPRESARIAL Fone: www.blog.fipecafi.org No século XX, o conceito de cidadania foi estendido à sociedade política e incorporado pela sociedade civil (pessoas físicas e jurídicas). As empresas com senso de responsabilidade social não apenas tratam o investimento social como uma instituição de caridade, mas também o incluem como um investimento em seu planejamento estratégico. Hoje, doar para instituições de caridade não é mais o principal objetivo dos empreendedores. Eles estão preocupados com as novas necessidades do mercado: investir na sociedade. Diferentemente da assistência assistida, as empresas prestam atenção aos resultados de seus investimentos e exigem monitoramento e avaliação das operações. 21 As empresas que podem ser consideradas cidadãos investem não apenas no cumprimento da lei, mas também no sentido de antecipar as necessidades humanas, a fim de permitir que a sociedade se desenvolva de maneira abrangente. Uma maneira de começar com essa situação é perceber os funcionários como pessoas e maximizar seu potencial. Dessa forma, a empresa vence porque os funcionários satisfeitos geram mais; os funcionários ganham dinheiro porque investem em suas vidas e comunidades privadas investindo na sociedade; afinal, a sociedade vence, todas essas mudanças estão ocorrendo. No ambiente de negócios brasileiro, pode haver duas perspectivas muito diferentes sobre o comportamento social: a visão pós-lucro da responsabilidade social corporativa e a visão frontal do lucro. O primeiro ponto de vista vem da ideia clássica de gestão corporativa de maximização simples do lucro, que não utiliza a análise ambiental como ferramenta estratégica. Nesse caso, geralmente são tomadas ações após incidentes nas comunidades vizinhas, que impactam negativamente a empresa, como desastres ambientais, diferentes situações de desastres, altos índices de criminalidade, analfabetismo, falta de saneamento e várias outras necessidades sociais. A segunda visão toma o desenvolvimento sustentável da sociedade como objetivo principal, que faz parte do plano estratégico da organização e aponta o equilíbrio entre desempenho corporativo ético e compromisso social. Atualmente, fatores como educação, saúde, meio ambiente, segurança, cultura, esporte e lazer são responsáveis pelo crescente ciclo de consumo e pelo desenvolvimento de toda a cadeia produtiva de toda a sociedade. Sem muito esforço, é possível perceberque a empresa que não é apenas lucrativa, mas também a mais importante responsabilidade social da humanidade, recebeu maior atenção e reconhecimento sob a preferência de seus clientes. Em uma pesquisa com aproximadamente 2.000 estudantes de MBA da You & Company, eles descobriram que, mesmo que isso signifique um salário mais baixo, mais de 50% deles estão mais dispostos a trabalhar em empresas éticas. Portanto, as empresas com esse conceito podem atrair e reter talentos. Até o momento, neste caso, também existe o marketing social, envolvendo toda a cadeia relacionada à organização: funcionários, fornecedores, distribuidores e comunidades, e não mais apenas relacionadas à sociedade, no processo, incluindo 22 ética nos negócios e respeito pela sociedade. Portanto, essa relação vai além da satisfação dos desejos dos consumidores e é responsável a médio e longo prazo. A expansão da estratégia é a chamada responsabilidade social corporativa. Fonte: sejadivergente.com Exemplos a serem citados: CORREIOS: PAPAI NOEL O Papai Noel dos Correios tem como objetivo presentear as crianças que estão em situação de vulnerabilidade social. TV GLOBO: CRIANÇA ESPERANÇA O projeto tem como objetivo a conscientização do público em relação aos direitos de crianças e adolescentes da nossa sociedade. MCDONALDS: MCDIA FELIZ Outro projeto incrível e que faz sucesso em mais de 20 países é o McDia Feliz idealizado pelo Instituto Ronald McDonald que faz parte da rede fast food McDonalds com o objetivo de ajudar causas sociais, através de trabalhos sociais. A diferença entre marketing social e marketing comercial reside no objetivo de realizar essas atividades. O marketing social visa conscientizar o público sobre causas ou problemas específicos. Esse tipo de movimento está relacionado à motivação relacionada ao 23 comportamento motivador ou à mudança de percepções sociais, e essa percepção está relacionada a razões do ambiente social que exigem cada vez mais visibilidade. Isso foi alcançado pelas grandes marcas que abordam essas questões, fortalecendo seu valor, construindo marcas e buscando uma sociedade mais justa. A segunda é especializada na venda de produtos e serviços, além de coletar lucros e bom desempenho para o ambiente da empresa. O marketing comercial tem como foco as vendas, satisfazendo os clientes e promovendo cada vez mais o consumo de produtos disponíveis no mercado. A responsabilidade social corporativa é um processo contínuo projetado para alcançar a responsabilidade social e o desenvolvimento econômico e ambiental sustentável. Este é o primeiro conceito da empresa para funcionários e parceiros, para que o conceito seja absorvido e comprado, para que eles possam atuar como verdadeiros agentes de mudança e contribuir para a criação de empresas cidadãs. Com esse entendimento, a empresa não apenas começou a atrair interesse em seu nicho de mercado, mas também atraiu interesse em outros mercados através da simples exposição e aprimoramento da marca. A responsabilidade social é apenas uma dimensão da responsabilidade social corporativa. O cumprimento da responsabilidade social é baseado na prática de comportamento social contra o público interno e externo. Por outro lado, a responsabilidade social corporativa é mais abrangente porque inclui práticas e modelos sociais, ética e práticas e modelos de gerenciamento de responsabilidade social. É a soma de responsabilidade moral, responsabilidade social e responsabilidade ambiental. “Responsabilidade Social Corporativa é o comprometimento dos empresários em adotar um comportamento ético e contribuir para o desenvolvimento econômico, simultaneamente, a qualidade de vida de seus empregados e de seus familiares, da comunidade local e da sociedade como um todo.” (Conselho Empresarial Mundial, 1998). A busca da responsabilidade social corporativa tem, em resumo, as seguintes características: Plural A empresa está satisfeita com acionistas, funcionários, mídia, governo, departamentos não governamentais e ambientais e comunidades. O diálogo 24 participativo no processo representa uma mudança no comportamento da empresa e uma maior legitimidade social. Distributiva Responsabilidade social corporativa é um conceito aplicável a toda a cadeia produtiva. Este é um conceito de interesse comum, ou seja, deve ser espalhado por todo o processo de produção. Sustentável Responsabilidade social e desenvolvimento sustentável são conceitos complementares. Uma atitude responsável garante que os recursos não sejam escassos. Desenvolvimento sustentável refere-se ao meio ambiente, melhorando a imagem da empresa e alcançando crescimento direcionado. Uma situação sustentável é preventiva e tem potencial para evitar riscos futuros. Transparente A globalização requer transparência. As empresas são cada vez mais obrigadas a publicar relatórios anuais, que medem seu desempenho das mais diferentes maneiras. 8 ÉTICA, MORAL E VALORES O filósofo Aristóteles acredita que as características da ética são as metas e objetivos a serem alcançados, ou seja, viver bem, viver feliz, viver junto e servir aos outros. Nesse sentido, a moralidade pode ser considerada como um gesto, que se refere a uma maneira de ser, isto é, a essência do comportamento humano. Esta é uma maneira de lidar com a situação da vida, e também uma maneira de construir relacionamentos com os outros. A moralidade é derivada da palavra grega "ethos", que significa que o modo de existência e moralidade são derivados do latim e dos "costumes" latinos, que é costume. O valor, da etimologia, vem do latim valere, que tem valor e custo. As palavras depreciação, invalidez, bravura ou eficácia têm a mesma origem e traduzem 25 esses conceitos em valores humanos. Podemos entender que os valores são o ensino do certo e do errado, a partir do qual reproduzimos os valores impostos pela sociedade. Diante dessas definições, há confusões sobre o verdadeiro significado de cada uma delas. Para resolver essa confusão com os seguintes esclarecimentos: moral é um conjunto de normas que regem o comportamento social humano obtido pela educação, tradição e vida cotidiana; a moralidade é obrigatória. Por outro lado, a palavra ética representa um conjunto de valores que podem levar o comportamento das pessoas em relação a outras pessoas na sociedade, garantindo assim o bem- estar social. Valores são as diretrizes que norteiam nosso comportamento. Com base neles, decidimos como agir em resposta às diferentes situações que a vida nos impõe. Eles estão principalmente relacionados ao seu impacto no trabalho que fazemos para as pessoas, a sociedade ou o meio ambiente. A palavra "moral" vem do latim "Morales", que significa "relativo ao costume", ou seja, é considerada correta do ponto de vista da ação. A moralidade sempre existiu, portanto, todo mundo tem uma consciência moral, fazendo-o distinguir o bem do mal. Na tribo original, a moralidade se originou na sociedade primitiva. Por outro lado, devido à necessidade de um maior grau de cultura, Sócrates produziu a ética. Ele estuda e interpreta a ética, porque não apenas leva as pessoas a agir através da tradição, educação ou hábitos, mas principalmente pela fé e inteligência. A moral não é apenas um comportamento pessoal, porque as pessoas são essencialmente pessoas sociais, ou seja, a moral também é uma causa social. Além disso, esses comportamentos morais são aceitos voluntariamente com a livre participação das pessoas. Os conceitos éticos estão relacionados ao entendimento de conflito, autonomia e coerência. Quando uma pessoa pode entender e explicar o código de ética, além de agir de acordo com os princípios que propôs, ela se torna moral. A ética é um tipo de legislação sobre o comportamento moral das pessoas.No entanto, as funções básicas são as mesmas de qualquer teoria para explorar, esclarecer ou estudar a realidade dada. 26 Ética e moral são os maiores valores das pessoas. Ambos significam "respeitar e venerar a vida". O homem forma ou destrói seu ambiente com o livre arbítrio, ou apoia a natureza e suas criaturas, ou sucumbe a tudo o que pode governar, para que ele mesmo se torne o bem e o mal deste planeta. Dessa forma, ética e moral e valores são formados na mesma realidade. A ética e a morla têm o mesmo significado. No entanto, no nível ideológico, a moral tende a ser especial devido à especificidade de seus objetos, enquanto a ética tende a ser universal devido à abstração de seus princípios. 9 ÉTICA E RESPONSABILIDADE PROFISSIONAL. Fonte: definicao.net Dentro da sociedade e das organizações, o comportamento ético no trabalho que segue padrões e valores é fundamental para alcançar a excelência profissional. Não basta continuar melhorando para obter credibilidade profissional, pois essa posição moral deve ser adotada. Com isso, conquista-se a confiança e o respeito dos superiores e de outros colaboradores. A ética profissional é um conjunto de valores, padrões e comportamentos que podem orientar e conscientizar as atitudes e comportamentos dos profissionais da organização. Portanto, a ética profissional é de grande importância para empresas e profissionais que buscam desenvolvimento na carreira. 27 O comportamento ético também contribui para o progresso dos processos internos, a melhoria da produtividade, a consecução de objetivos e a melhoria dos relacionamentos interpessoais e do clima organizacional. É importante que a empresa tenha um código de conduta ética para orientar o comportamento dos funcionários de acordo com os padrões e condições da organização. O Código de Ética nos Negócios promove a adaptação colaborativa e serve como manual para uma boa vida no ambiente de trabalho. Considere alguns fatores importantes que contribuem para o processo de desenvolvimento de carreira: honestidade, confidencialidade, capacidade, prudência, humildade e justiça. Algumas profissões possuem comitês representativos responsáveis pela formulação de códigos de ética específicos para cada área profissional, como o Conselho Federal de Medicina (CFM), ou Conselho Federal de Engenharia e Agronomia (Confea). O "Código de Ética" desenvolvido pelo Conselho visa regulamentar os procedimentos e comportamentos operacionais para garantir a segurança dos profissionais e usuários de cada serviço. Eles estabeleceram princípios éticos e morais para ocupações específicas e impuseram ações disciplinares contra trabalhadores que não seguem os procedimentos e normas de sua região para proteger a sociedade da injustiça e desrespeito em qualquer área. Portanto, o Conselho também é responsável por monitorar o cumprimento do Código de Ética. Independentemente de terem ou não um código específico, todas as profissões exigem a observância de valores éticos e princípios éticos considerados universais, como honestidade, capacidade e responsabilidade. 28 10 GESTÃO DA RESPONSABILIDADE SOCIAL Fonte: aempreendedora.com.br Nos últimos anos, a responsabilidade social adquiriu conhecimento globalmente e começou a configurar modelos de gestão para tornar a empresa mais próxima dos funcionários e das partes interessadas, como: público interno, fornecedores, clientes, comunidades, etc. Essa premissa promove o apoio à sociedade e cria uma vantagem competitiva no mercado. Nesse sentido, a empresa começou a focar sua estratégia em alcançar e demonstrar desempenho ambiental, econômico e social de maneira consistente com as práticas reconhecidas pelo mercado. Essa nova tendência de responsabilidade compartilhada não significa que as responsabilidades do governo sejam reduzidas. Pelo contrário, fortalece o papel interno do governo como um formulador de políticas públicas de longo alcance. Leva os interesses públicos e a equidade social como objetivo e aumenta o papel das políticas públicas. Responsabilidade de gerenciar suas máquinas, recursos públicos e naturais de maneira socialmente responsável. Além disso, pode e deve ser um importante fomentador, articulador e facilitado deste novo modelo configurado para realizar negócios. O Brasil sempre foi o protagonista do movimento e desenvolveu um padrão nacional de responsabilidade social: ABNT NBR 16001: Requisitos do sistema de 29 gerenciamento de responsabilidade social em 2004, o Inmetro desenvolveu um plano brasileiro de certificação de responsabilidade social para esse fim. O Brasil também cooperou com a Suécia para liderar o grupo de trabalho ISO (Organização Internacional de Padronização). A tarefa deste grupo de trabalho é preparar as Diretrizes de Responsabilidade Social ISO 26000: 2010, publicadas em 1º de novembro de 2010. Como resultado dessas ações, foi criado o Fórum de Responsabilidade Social do Governo, e o Inmetro é um dos coordenadores. Fonte: inmetro.gov.br O Inmetro é responsável pelo gerenciamento do plano e pela definição dos requisitos de certificação por meio do comitê de avaliação da conformidade, determinando assim a forma da avaliação. O Fórum Nacional de Normalização da ABNT coordena o desenvolvimento de padrões técnicos que definem os requisitos que as organizações devem atender. Por meio da coordenação geral da certificação, o Inmetro também é responsável por acreditar os certificadores que realizam e concedem a certificação no programa. Na gestão e padronização do plano, de partes interessadas de todos os níveis da sociedade participaram das ações do Comitê Técnico do Inmetro e do Comitê Especial de Pesquisa da ABNT relacionados ao PBCRS. 30 O principal padrão de referência normativo do plano é o padrão ABNT NBR 16001, requisitos do sistema de gerenciamento de responsabilidade social. A norma brasileira foi revisada em 2012 e é baseada nas Diretrizes da ISO 26000- Responsabilidade Social. O padrão determina o que a organização deve fazer e quais requisitos devem ser atendidos. Ao avaliar o sistema de gerenciamento de responsabilidade social de uma organização, todas as etapas do processo de certificação são executadas por um organismo de certificação OCR (Organismo de Certificação de Sistema da Gestão da Responsabilidade Social) aprovado pelo Inmetro que avalia a capacidade desses certificadores de realizar as atividades especificadas neste plano. Portanto, o Inmetro definiu o processo de certificação e realizou a acreditação do organismo de certificação, depois revisou a organização e emitiu um certificado para a organização que atende aos requisitos da norma. O certificado também está marcado com o selo do Inmetro. A certificação do Sistema de Gestão de Responsabilidade Social (SGRS), baseada na ABNT NBR 16001, envolve três aspectos principais de sustentabilidade, sendo econômico, social e ambiental. De acordo com esse padrão, responsabilidade social é entendida como: “A responsabilidade de uma organização pelos impactos de suas decisões e atividades na sociedade e no meio ambiente, por meio de um comportamento ético e transparente que: Contribua para o desenvolvimento sustentável, inclusive a saúde e o bem-estar da sociedade; leve em consideração as expectativas das partes interessadas; esteja em conformidade com a legislação aplicável; seja consistente com as normas internacionais de comportamento e esteja integrada em toda a organização e seja praticada em suas relações." (ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS, 2010) O padrão estabelece sete princípios que as organizações devem seguir e tem como alvo comportamentos socialmente responsáveis. São eles: Accountability ou responsabilização; Transparência; Comportamento ético; Respeito pelos interessesdas partes interessadas; Respeito pelo estado de direito; Respeito pelas normas internacionais de comportamento; Respeito aos direitos humanos 31 As organizações também devem abordar sete temas considerados críticos para a responsabilidade social: Governança organizacional, Direitos humanos, Práticas de trabalho, Meio ambiente, Práticas operacionais justas, Questões do consumidor Participação e desenvolvimento da comunidade. NORMA SA 8000 O objetivo da SA 8000 (Social Accoutability) é fornecer um padrão baseado nas normas internacionais de direitos humanos e nas leis trabalhistas nacionais que protege e permite todo o pessoal sob controle e influência da empresa, independentemente de produzir ou fornecer serviços, incluindo os empregados e fornecedores/subcontratados, subfornecedores e auxiliares domésticos. Lançado em outubro de 1997 pela CEPAA - Council on Economics Priorities Accreditation Agency, (CEPAA), agora é conhecido como SAI - Social Accountability International, organização não governamental americana, a Social Accountability 8000 (SA8000) é o primeiro padrão global de certificação em responsabilidade social corporativa. Além de autorizar organizações qualificadas para certificação, a SAI atualmente tem o papel de promover e facilitar a implementação de padrões globais. O padrão SA8000 é um padrão global de responsabilidade social baseado em boas condições de trabalho, desenvolvido e supervisionado pela Organização Internacional de Responsabilidade Social (SAI). O padrão é baseado nos princípios internacionais de direitos humanos e nas convenções da Organização Internacional do Trabalho (OIT) que incentivam a administração a implementar mudanças sistemáticas e sustentáveis nas operações comerciais. A norma SA8000 visa melhorar as condições de trabalho das organizações globais, melhorando as condições dos funcionários da empresa, abrangendo os seguintes aspectos: - Trabalho infantil e trabalho escravo - Sistemas de Gestão da Saúde e Segurança Ocupacional - Liberdade de associação e direito à negociação coletiva - Discriminação - Práticas disciplinares 32 - Horas de trabalho - Remuneração - Sistemas de Gestão Além de definir normas trabalhistas em todo o mundo, a SA 8000 também inclui acordos internacionais existentes, incluindo convenções da OIT, a Declaração Universal dos Direitos Humanos e a Convenção das Nações Unidas sobre os Direitos da Criança. A aprovação na certificação SA 8000 significa que, além das condições de trabalho de funcionários, parceiros e fornecedores, as organizações também devem considerar o impacto social de suas operações. Pode ser aplicado a qualquer empresa de qualquer tamanho no mundo. Benefícios da Norma de Certificação SA 8000 Comprova o compromisso com a responsabilidade social e o tratamento ético dispensado aos seus colaboradores, em conformidade com os padrões globais. Melhora a gestão e o desempenho da cadeia de valor. Permite garantir a conformidade com os padrões globais e reduz o risco de negligência, exposição pública e possíveis ações judiciais. Apoia a visão corporativa, construindo e reforçando a lealdade dos seus colaboradores, clientes e partes interessadas. Permite demonstração de uma responsabilidade social apropriada nas licitações de contratos internacionais ou na expansão local para acomodar novos negócios. As organizações interessadas em demonstrar conformidade com os requisitos da norma devem ser revisadas por profissionais e técnicos de entidades independentes conhecidas. O certificado é concedido apenas a organizações que atendem plenamente aos requisitos da norma. Para aumentar a credibilidade do plano, o padrão exige que os funcionários da empresa selecionem um representante para supervisionar a implementação do plano, o que não acontece hoje com as normas ISO 9000 e 14000. No entanto, deve ser realizado uma auditoria interna antes de solicitar uma auditoria externa. É recomendável realizar uma pré-auditoria. 33 Na auditoria de certificação, é realizada uma visita de auditoria para encontrar evidências objetivas do processo de implementação, que foram obtidas durante entrevistas com funcionários e partes interessadas. 11 NORMA NBR 16001 A norma NBR 16001 foi elaborada para ser adequada a todos os tipos e tamanhos de organizações e para se adaptar às diferentes condições geográficas, culturais e sociais do Brasil. A responsabilidade social é configurada no modelo de gestão, que aproxima o relacionamento entre a organização e seus stakeholders (público interno, fornecedores, clientes, comunidades do entorno, etc.). Essa premissa requer o apoio da sociedade para gerar vantagens competitivas. Nesse sentido, as organizações estão cada vez mais focadas em alcançar e demonstrar desempenho ambiental, econômico e social de maneira consistente com as práticas reconhecidas pelo mercado. Com esse objetivo, foi formulada a Norma Nacional de Gestão de Responsabilidade Social ABNT NBR 16001, de modo que é necessário analisar seu conteúdo, pois pode fornecer uma referência para um modelo de gestão adequado de várias organizações brasileiras. A ABNT NBR 16001 - Responsabilidade social - Sistema da gestão - Requisitos publicou sua primeira edição em novembro de 2004 e a sua segunda versão em julho de 2012. A versão de 2012 foi baseada na diretriz internacional ISO 26000 publicada em novembro de 2010. A revisão da ABNT NBR 16001 ocorreu no âmbito da Comissão Especial de Estudos de Responsabilidade Social da ABNT, tendo ficado em consulta nacional. Outros países também têm desenvolvido normas nacionais com o propósito de certificação à luz da ISO 26000. A NBR 16001 é um padrão de sistema de gerenciamento que é auditado e construído com base em requisitos verificáveis, para que as organizações possam buscar certificação de terceiros, o que não é o caso da norma de diretrizes ISO 26000. A NBR 16001 é um padrão de sistema de gerenciamento que é auditado e construído de acordo com requisitos verificáveis, para que as organizações possam buscar certificação de terceiros, o que não é o caso do padrão ISO 26000. 34 11.1 Principais pontos da NBR 16001:2004 A ABNT NBR 16001 estabelece os requisitos mínimos relacionados ao sistema de gestão de responsabilidade social, permitindo às organizações formular e implementar políticas e objetivos, que devem levar em consideração os requisitos legais, seus compromissos éticos e as preocupações em promover a cidadania e o desenvolvimento sustentável, além da transparência de suas atividades. De acordo com Ursine e Sekiguchi (2005), os pontos mais relevantes desse padrão são: - É aplicável a todos os tipos e portes de organização. Embora o público usual de normas de sistemas de gestão sejam as grandes corporações, essa norma foi redigida de forma a aplicar-se também às pequenas e médias empresas, de qualquer setor, bem como às demais organizações públicas ou do terceiro setor que tiverem interesse em aplicá-la; - Entendimento amplo do tema “Responsabilidade Social”. Essa norma incorporou o conceito mais amplo de Responsabilidade Social, ao aproximá-lo do desenvolvimento sustentável e incluir em seu cerne o engajamento e a visão das partes interessadas; - Necessidade de comprometimento dos funcionários e dirigentes de todos os níveis e funções. Em diversos pontos da norma ressalta-se a necessidade de comprometimento dos dirigentes e funcionários de todos os níveis e funções, em especial os da alta direção, uma vez que se trata de um tema transversal; - Necessidade de uma política da responsabilidade social e o desenvolvimento de programas com objetivos e metas. A norma prescreve que a alta administração deve definir a política de Responsabilidade Social, “consultando as partesinteressadas” e assegurando, dentre outros tópicos, que a mesma “inclua o comprometimento com a promoção da ética e do desenvolvimento sustentável”. Na etapa de planejamento, a organização deverá estabelecer, implementar e manter objetivos e metas da Responsabilidade Social, com o envolvimento de funções e níveis relevantes dentro da organização e demais partes interessadas. As organizações devem desenvolver programas, com objetivos e metas, que deverão contemplar esses temas da Responsabilidade Social: Boas práticas de governança; Combate à pirataria, sonegação, fraude e corrupção; 35 Práticas leais de concorrência; Direitos da criança e do adolescente, incluindo o combate ao trabalho infantil; Direitos do trabalhador, incluindo o de livre associação, de negociação, a remuneração justa e benefícios básicos, bem como o combate ao trabalho forçado; Promoção da diversidade e combate à discriminação (por exemplo: cultural, de gênero, de raça/etnia, idade, pessoa com deficiência); Compromisso com o desenvolvimento profissional; Promoção da saúde e segurança; Promoção de padrões sustentáveis de desenvolvimento, produção, distribuição e consumo, contemplando fornecedores, prestadores de serviço, entre outros; Proteção ao meio ambiente e aos direitos das gerações futuras; Ações sociais de interesse público. Dado o sucesso do modelo PDCA (planejar, executar inspeção, planejar ações, executar, avaliar e executar) usado anteriormente pelas normas ISO 9001 e ISO 14001, foi decidido que a base do sistema padrão é a mesma, o que ajuda a gerenciar com os sistemas existentes, com integração de sistemas para evitar a criação de sistemas e departamentos isolados. Esclareceu que atender aos requisitos da norma não significa que a organização tenha um senso de responsabilidade social, mas um sistema de gerenciamento de responsabilidade social. A norma estipula que as comunicações externas e internas da organização devem estar em conformidade com esta regra. A introdução de padrões incorpora essas preocupações em seu texto. Auditabilidade - Essa norma é estruturada com base nos requisitos, permitindo que as organizações busquem a certificação de seu sistema de gerenciamento de responsabilidade social de organizações externas. Em fevereiro de 2006, o Inmetro publicou os critérios de avaliação da conformidade para as organizações que desejarem implementar um sistema de gestão conforme a NBR 1600, iniciativa inédita no mundo, uma vez que o Inmetro foi o primeiro órgão governamental a assumir a coordenação de um programa de avaliação da conformidade baseado em uma norma 36 de gestão da Responsabilidade Social. Atualmente, existem cerca de 20 empresas certificada. 12 ISO 26000 - DIRETRIZES EM RESPONSABILIDADE SOCIAL Fonte: adsqualidade.com.br No dia 1º de novembro de 2010, foi publicada a Norma Internacional ISO 26000 – Diretrizes sobre Responsabilidade Social, cujo lançamento foi em Genebra, Suíça. No Brasil, no dia 8 de dezembro de 2010, a versão em português da norma, a ABNT NBR ISO 26000, foi lançada em evento na Fiesp, em São Paulo. De acordo com a ISO 26000, a responsabilidade social reflete-se no desejo e no objetivo de uma organização de incorporar fatores socioambientais em seu processo de tomada de decisão e de ser responsável pelo impacto de suas decisões e atividades na sociedade e no meio ambiente. Isso significa que comportamentos éticos e transparentes contribuem para o desenvolvimento sustentável, cumprem as leis aplicáveis e cumprem os padrões internacionais de conduta. Isso também significa que a responsabilidade social é integrada em toda a organização, é praticada em seu relacionamento e leva em consideração os interesses das partes envolvidas. O padrão fornece orientação para todos os tipos de organizações dos seguintes tipos, independentemente do tamanho ou localização: Conceitos, termos e definições referentes à responsabilidade social; 37 Histórico, tendências e características da responsabilidade social; Princípios e práticas relativas à responsabilidade social; Os temas centrais e as questões referentes à responsabilidade social; Integração, implementação e promoção de comportamento socialmente responsável em toda a organização e por meio de suas políticas e práticas dentro de sua esfera de influência; Identificação e engajamento de partes interessadas; Comunicação de compromissos, desempenho e outras informações referentes a responsabilidade social. 12.1 Aplicação ISO 26000 A ISO 26000 é um padrão não vinculativo, ou seja, implementação não obrigatória, aplicável a todos os tipos de organizações, com foco nas empresas que desejam implementar planos de sustentabilidade. Foi preparado e introduzido pela International Organization for Standardization (ISO) ,ou seja, Organização Internacional de Padronização. O objetivo de desenvolver a norma internacional de responsabilidade social ISO 26000 é apoiar o tópico em todo o mundo, e seu processo de preparação é considerado o maior e mais complexo processo realizado pela Organização Internacional de Padronização (ISO). Durante o processo de preparação, contou com a participação de 99 países, incluindo mais de 450 especialistas e 210 observadores. Uma iniciativa coordenada pelo Brasil e pela Suécia consistindo em várias partes interessadas: indústria, governo, trabalhadores, consumidores, organizações não-governamentais, serviços de apoio, academia e instituições de consultoria. Além de recomendar procedimentos para o sistema de gestão, a norma também possui as características de orientação, direção e integração de conceitos, princípios e temas relacionados à responsabilidade social. Ele não trata da certificação, nem propõe formalmente um sistema de gerenciamento. Por ser um padrão único e diferente do histórico de design de outros padrões ISO, é essencial que a empresa estrategicamente se comunique, compreenda, experimente e aplique- o para encaminhar suas políticas de desenvolvimento sustentável. 38 A estrutura do padrão é dividida em sete capítulos. Começa com a contextualização de conceitos e a determinação de princípios, temas principais e questões de responsabilidade social. No capítulo 1, a norma fornece conceitos e princípios básicos para as atividades da organização, que devem ser internalizadas pela cultura e pelas operações subsequentes e estender sua cadeia de valor: ética, transparência, responsabilidade, conformidade legal, dialogar e respeitar os interesses da parte interessada. Se referindo ao tema central, descreve e discute as ações e expectativas de cada tema: governança organizacional, direitos humanos, meio ambiente, práticas leais de operação, questões relativas ao consumidor e envolvimento com a comunidade e seu desenvolvimento. O capítulo 7 discute a aplicação dos conceitos mencionados em outros capítulos. Para incorporar a responsabilidade social na gestão de uma organização, os seguintes tópicos devem ser abordados: analisar como algumas características essenciais, principalmente os temas centrais, relacionam-se com responsabilidade social, determinar a relevância e significado dos assuntos essenciais para a organização; avaliar as possibilidades dentro de sua esfera de influência e estabelecer prioridades para tratar de assuntos e questões essenciais. Cada sistema de gestão depende da identificação de indicadores e indicadores que devem ser monitorados. No que diz respeito à ISO 26000, para determinar o escopo da responsabilidade social, é essencial identificar questões relacionadas às suas atividades e decisões, ações e expectativas relacionadas, e considerar o impacto das atividades e decisões organizacionais, considerando os benefícios. E as expectativas das partes interessadas. Como não há certificação,um dos desafios em utilizá-lo é o processo de avaliar seu nível de suficiência. Este é um dos principais debates que envolvem seu desenvolvimento, mas, no total, podemos pensar na especificação como um grande acordo global, um retrato do mundo, cujas expectativas estão impressas em suas páginas, envolvendo a responsabilidade social que as organizações irão praticar. Sua importância na realidade dos negócios é uma questão de decisões internas da organização e pressão externa. Acreditamos que métodos serão desenvolvidos para determinar se as auditorias externas por entidades independentes atendem aos pré-requisitos especificados na norma. 39 13 BIBLIOGRAFIA ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. Norma Internacional ISO 26000: Diretrizes sobre Responsabilidade Social. São Paulo, 2010. ASHLEY, Patrícia Almeida. Ética e Responsabilidade Social nos Negócios. 2. ed. São Paulo: Saraiva, 2005. ALMEIDA, Patrícia Ashley de; GOVATTO, Ana Claudia Marques. Ética e responsabilidade social nos negócios. Comunicação & Inovação, v. 3, n. 5, 2010. BENEDICTO, Samuel Carvalho De; RODRIGUES, Ângelo Constâncio; PENIDO, Aline Micheli da Silva. Surgimento e evolução da responsabilidade social empresarial: uma reflexão teórico-analítica. XXVIII Encontro nacional de engenharia de produção, Rio de Janeiro, p. 1-13, 16 out. 2008. CARVALHO, Jeferson Moreira de. Meio ambiente - Ética e Responsabilidade. Carta Forense, São Paulo, 4 jan. 2011. COSTA, Leandro Giovede. 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