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Livro-Texto - Unidade I (2)(1)

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Prévia do material em texto

Autor: Prof. Guilherme Juliani de Carvalho
Colaboradores: Profa. Sandra Castilho
 Prof. Mauro Kiehn
Responsabilidade Social 
nas Organizações
Professor conteudista: Guilherme Juliani de Carvalho
Doutorando em Administração pela UNIP, mestre em Administração de Empresas – Gestão 
Estratégica de Organizações pela Universidade Fumec (2013), graduando em Ciências Contábeis 
pela UNIP e graduado em Administração de Empresas pelo Centro Universitário Senac/SP (2016) e 
em Comunicação Social – Relações Públicas pelo Centro Universitário Newton Paiva (2009). Possui 
especialização em Planejamento, Gestão e Implementação da Educação a Distância pela Universidade 
Federal Fluminense (2015), MBA em Gestão de Marketing pelo Centro Universitário UNA (2010) 
e em Gestão de Negócios pela mesma instituição (2010). Atua como docente universitário desde 
2010 nas áreas de gestão, marketing, projetos e empreendedorismo. É coordenador de graduação 
e pós-graduação com publicações em diversos congressos, anais e revistas científicas, além de 
capítulos de livros.
© Todos os direitos reservados. Nenhuma parte desta obra pode ser reproduzida ou transmitida por qualquer forma e/ou 
quaisquer meios (eletrônico, incluindo fotocópia e gravação) ou arquivada em qualquer sistema ou banco de dados sem 
permissão escrita da Universidade Paulista.
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)
C331r Carvalho, Guilherme Juliani de.
Responsabilidade Social nas Organizações / Guilherme Juliani 
de Carvalho. – São Paulo: Editora Sol, 2023.
156 p., il.
Nota: este volume está publicado nos Cadernos de Estudos e 
Pesquisas da UNIP, Série Didática, ISSN 1517-9230.
1. Responsabilidade social. 2. Sustentabilidade. 3. Normas. I. Título.
CDU 658.114.8
U517.18 – 22
Profa. Sandra Miessa
Reitora
Profa. Dra. Marilia Ancona Lopez
Vice-Reitora de Graduação
Profa. Dra. Marina Ancona Lopez Soligo
Vice-Reitora de Pós-Graduação e Pesquisa
Profa. Dra. Claudia Meucci Andreatini
Vice-Reitora de Administração e Finanças
Prof. Dr. Paschoal Laercio Armonia
Vice-Reitor de Extensão
Prof. Fábio Romeu de Carvalho
Vice-Reitor de Planejamento
Profa. Melânia Dalla Torre
Vice-Reitora das Unidades Universitárias
Profa. Silvia Gomes Miessa
Vice-Reitora de Recursos Humanos e de Pessoal
Profa. Laura Ancona Lee
Vice-Reitora de Relações Internacionais
Prof. Marcus Vinícius Mathias
Vice-Reitor de Assuntos da Comunidade Universitária
UNIP EaD
Profa. Elisabete Brihy
Profa. M. Isabel Cristina Satie Yoshida Tonetto
Prof. M. Ivan Daliberto Frugoli
Prof. Dr. Luiz Felipe Scabar
 Material Didático
 Comissão editorial: 
 Profa. Dra. Christiane Mazur Doi
 Profa. Dra. Ronilda Ribeiro
 Apoio:
 Profa. Cláudia Regina Baptista
 Profa. M. Deise Alcantara Carreiro
 Profa. Ana Paula Tôrres de Novaes Menezes
 Projeto gráfico:
 Prof. Alexandre Ponzetto
Revisão:
 Kleber Souza
 Luiza Gomyde
Sumário
Responsabilidade Social nas Organizações
APRESENTAÇÃO ......................................................................................................................................................7
INTRODUÇÃO ...........................................................................................................................................................7
Unidade I
1 COMPREENSÃO DA RESPONSABILIDADE SOCIAL .............................................................................. 11
1.1 Conceitos e definições........................................................................................................................ 11
1.2 Evolução e aplicação das práticas de responsabilidade social .......................................... 17
1.3 Crescimento econômico, desenvolvimento econômico e desenvolvimento 
 sustentável .................................................................................................................................................... 24
1.3.1 Agenda 2030 e objetivos do desenvolvimento sustentável da ONU ................................. 27
1.4 Responsabilidade social corporativa: responsabilidade social empresarial e 
responsabilidade social ambiental ........................................................................................................ 30
2 PRINCÍPIOS DA RESPONSABILIDADE SOCIAL ...................................................................................... 33
2.1 Formas de atuação em responsabilidade social ....................................................................... 33
2.2 Responsabilidade social corporativa e cidadania empresarial ........................................... 35
2.3 FNQ, Instituto Ethos e seus indicadores ...................................................................................... 38
3 TERCEIRO SETOR .............................................................................................................................................. 46
3.1 A construção do terceiro setor ....................................................................................................... 50
3.2 O terceiro setor e seu papel na sociedade ................................................................................. 52
4 SUSTENTABILIDADE ........................................................................................................................................ 53
4.1 Pilares da sustentabilidade ............................................................................................................... 59
4.2 A sustentabilidade e a responsabilidade social ........................................................................ 62
4.3 Sistema de Gestão Ambiental (SGA) ............................................................................................ 63
4.4 Agenda ambiental ................................................................................................................................ 66
4.5 Pegada ambiental ................................................................................................................................. 68
Unidade II
5 CONTABILIDADE AMBIENTAL E BALANÇO SOCIAL ............................................................................. 76
5.1 Contabilidade ambiental ................................................................................................................... 76
5.2 Balanço social e relatório de sustentabilidade ......................................................................... 77
5.3 Incentivos fiscais para prática de responsabilidade social .................................................. 80
5.4 Greenwashing ........................................................................................................................................ 83
6 NORMAS E CERTIFICAÇÕES EM RESPONSABILIDADE SOCIAL ...................................................... 88
6.1 Qualidade ................................................................................................................................................. 89
6.2 Ambiental ................................................................................................................................................ 90
6.3 Saúde e segurança ............................................................................................................................... 90
6.4 Sustentabilidade e responsabilidade social ............................................................................... 91
6.5 ISO 26000 ................................................................................................................................................ 94
Unidade III
7 RESPONSABILIDADE SOCIAL SOB A ÓTICA DE DIFERENTES PÚBLICOS ...................................101
7.1 Diferentes públicos envolvidos na prática de responsabilidade social .........................101
7.2 Responsabilidade social na esfera pública ...............................................................................104
7.3 Accountability ......................................................................................................................................1067.4 Ética empresarial ................................................................................................................................107
7.5 Boas práticas de responsabilidade social ..................................................................................110
7.6 Marketing social .................................................................................................................................115
8 PRÁTICAS CONTEMPORÂNEAS EM RESPONSABILIDADE SOCIAL ..............................................120
8.1 Princípios da sustentabilidade associados ao desenvolvimento social e 
à gestão padrão ESG ................................................................................................................................120
8.2 Envolvimento das empresas com o desenvolvimento social: da filantropia 
à gestão socialmente responsável ......................................................................................................126
8.3 Design sustentável .............................................................................................................................129
8.4 Economia circular ...............................................................................................................................132
7
APRESENTAÇÃO
Esta disciplina trata do significado da responsabilidade social organizacional e dos seus princípios 
e práticas desejadas. Aborda também a avaliação das práticas de responsabilidade social e de seus 
resultados, bem como dos seus novos desafios nas organizações. Objetivando saber os princípios e as 
práticas desejados e como avaliar sua aplicação e seus resultados, a disciplina Responsabilidade 
Social nas Organizações busca apresentar aos alunos a visão crítica da gestão socialmente 
responsável. Nela, discutiremos desde os conceitos e evolução da responsabilidade social até os 
mais recentes temas da área.
Ao longo da discussão o aluno poderá compreender a importância da responsabilidade social nas 
organizações, as ferramentas de práticas de gestão socialmente responsável, a legislação que incide 
sobre este assunto e, por fim, a prática ESG, modelo de gestão socialmente responsável de emergente 
importância para as empresas em todo o mundo.
O discente compreenderá também acerca das principais certificações e prêmios setoriais, assim como 
entenderá as relações do tema com diversos públicos e os incentivos fiscais dados às organizações que 
adotam práticas sustentáveis.
Ao final desta disciplina, o aluno deverá estar apto a desenvolver projetos sustentáveis em suas 
organizações, bem como atuar junto ao terceiro setor e entender a responsividade das companhias 
na sociedade em que atua. Espera-se que ele desenvolva competências, senso crítico e capacidade de 
contextualização, visão estratégica, pensamento sistêmico, orientação para processos, orientação para 
resultados, consciência ética e social, além de solução de problemas no que diz respeito às práticas de 
sustentabilidade e responsabilidade social das empresas.
INTRODUÇÃO
A responsabilidade social nos negócios, também conhecida como responsabilidade social das 
organizações, refere-se a pessoas e organizações que se comportam e conduzem negócios de forma 
ética e com sensibilidade em relação a questões sociais, culturais, econômicas e ambientais. Esforçar-se 
pela responsabilidade social ajuda indivíduos, organizações e governos a ter um impacto positivo no 
desenvolvimento dos negócios e na sociedade.
Decisões de negócios inteligentes não são apenas uma questão de contar valores monetários em 
curto prazo. Tomadores de decisão sábios consideram o impacto futuro das escolhas de hoje nas pessoas, 
na comunidade e nos clientes, bem como em suas opiniões.
Embora os resultados de negócios, o investimento, a livre iniciativa e outras forças econômicas 
tradicionais continuem a impulsionar a indústria, a reputação das organizações e sua capacidade de 
competir efetivamente em todo o mundo dependem da integração dos esforços de responsabilidade 
social na tomada de decisões e na melhoria do desempenho.
8
Ser uma empresa socialmente responsável pode reforçar a imagem de uma instituição e construir 
sua marca. A responsabilidade social capacita os funcionários a alavancar os recursos corporativos 
à sua disposição para fazer o bem. Programas formais de responsabilidade social corporativa podem 
aumentar o moral dos funcionários e levar a uma maior produtividade na força de trabalho.
Nos últimos anos tem-se visto o crescimento de danos ambientais, sociais e econômicos com 
consequências irreversíveis causadas pela falta de atuação socialmente responsável das organizações. 
Em 2015, ocorreu o rompimento da barragem em Mariana, no subdistrito de Bento Rodrigues, Minas 
Gerais. Em 2019, a cidade atingida foi Brumadinho, também em Minas Gerais, em que o rompimento de 
outra barragem de uma mineradora devastou florestas, rios, a população ribeirinha e cessou 270 vidas 
(PASSARINHO, 2019). Vejam que esses acidentes geraram danos não apenas ambientais, mas sociais, 
econômicos e cuja recuperação poderá levar décadas.
Figura 1 – Área devastada pelo rompimento da barragem em Brumadinho
Disponível em: https://bit.ly/3Shbqh7. Acesso em: 3 out. 2022.
Kaplan (2016) apontou que se continuarmos produzindo (e não descartando adequadamente) 
plásticos nas taxas atuais, a quantidade deles no oceano superará a de peixes em 2050.
Existe um instrumento chamado pegada ecológica, que é a única métrica utilizada na medição 
de quanta natureza temos e quanta natureza usamos. Conforme a World Population Review (2021), 
a pegada ecológica média mundial foi de 2,75 hectares globais por pessoa (22,6 bilhões no total) e a 
biocapacidade média foi de 1,63 hectares globais em 2021. Isso mostra que estamos consumindo mais 
do planeta do que ele consegue regenerar.
9
Veja no mapa a seguir que os países mais desenvolvidos são aqueles que têm maior déficit de 
regeneração ambiental:
2.00 4.00 6.00 8.00
Pegada ecológica (per capita)
10.00 12.00 14.00 16.000.00
Figura 2 – Pegada ecológica 2021
Adaptado de: https://cutt.ly/mMO6AYW. Acesso em: 3 out. 2022.
O meio ambiente não é o único a sofrer o impacto das organizações: a sociedade, de forma ampla, 
também é impactada. A escravidão moderna é infligida a milhões de pessoas em todo o mundo, mas 
muitas vezes possui outra denominação, fazendo com que muitos não saibam de sua existência. No 
Brasil, a Agência Brasil apontou que 942 trabalhadores foram resgatados em 2020 em situação análoga 
à escravidão. De acordo com o instituto, as pessoas que foram resgatadas do trabalho escravo atuavam 
nas seguintes áreas: 17% estavam em atividades de produção florestal; 15% no cultivo do café e 10% 
na criação de bovinos (PASSOS, 2021).
Além disso, é importante destacar que a responsabilidade social das organizações deve voltar-se aos 
consumidores. Processos limpos de produção, cumprimento de prazos, qualidade de produtos e serviços 
fazem parte do que é entregue ao consumidor por uma empresa socialmente responsável.
E assim se faz o grande desafio das organizações contemporâneas. Muito além da gestão de 
custos, gestão de operações, aumento de mercado e outros fatores decisivos para sobrevivência das 
empresas, é necessário que os gestores estejam atentos à pressão dos diferentes públicos – governo, 
consumidores, funcionários, sociedade, entidades não governamentais – para uma atuação mais 
responsável, minimizando os impactos negativos de suas operações. Manter a responsabilidade social 
em uma empresa garante que a integridade da sociedade e o meio ambiente sejam protegidos. Muitas 
10
vezes, as implicações éticas de uma decisão/ação são negligenciadas para ganho pessoal e os benefícios 
são geralmente materiais. Todavia, isso não pode mais ser a predominância nas organizações.
As práticas de negócios socialmente responsáveis referem-se às atividades corporativas cujo objetivo 
principal é beneficiar indivíduos, uma comunidadeou o meio ambiente. Eles incluem patrocínio, subsídios, 
doação de produtos, voluntariado corporativo, envolvimento da comunidade etc.
Assim, entender a responsabilidade social é fundamental para que o futuro profissional de Administração 
compreenda como uma organização é responsável pelos impactos de suas decisões e atividades na 
sociedade e no meio ambiente, por meio de um comportamento transparente e ético que contribui para o 
desenvolvimento sustentável, incluindo a saúde e o bem-estar de todos.
Sustentado pelos principais autores da área e pelos mais recentes artigos e dados publicados, 
este livro-texto busca contribuir para a formação de gestores socialmente responsáveis, com amplo 
conhecimento sobre as práticas, certificações, incentivos e benefícios da responsabilidade social.
Na unidade I serão discutidos os conceitos de responsabilidade social, desenvolvimento sustentável e 
crescimento econômico. O estudante ainda irá aprender sobre sustentabilidade e seus pilares, o terceiro 
setor e sua formação e contribuição social, bem como a Fundação Nacional de Qualidade e o Instituto Ethos.
Na unidade II, por sua vez, estarão os conteúdos sobre contabilidade e balanço ambiental, assim 
como as certificações concedidas às empresas que praticam responsabilidade social.
Por fim, na unidade III, o discente aprenderá sobre os diferentes públicos envolvidos na prática de 
responsabilidade social e as mais contemporâneas discussões da área, como gestão ESG, economia 
circular e design sustentável.
Bons estudos!
11
RESPONSABILIDADE SOCIAL NAS ORGANIZAÇÕES
Unidade I
1 COMPREENSÃO DA RESPONSABILIDADE SOCIAL
1.1 Conceitos e definições
Há muito tempo temos visto que a relação das organizações com a sociedade tem mudado. Muito 
além de aumentar a margem de lucro, ganhar mais mercado ou abrir filiais, as empresas passaram a 
entender que suas ações geram impactos na sociedade, e esses, por sua vez, nem sempre são positivos.
Até recentemente, a maioria das grandes empresas era conduzida quase exclusivamente com um 
objetivo em mente: lucro. A maximização dos lucros estava no centro de todas as ações ou iniciativas 
adotadas. Começaram a surgir, então, pressões de várias frentes da sociedade: consumidores, governo, 
investidores, organizações não governamentais e outros, que fizeram com que as companhias passassem 
a adotar práticas de responsabilidade social em sua gestão, e assim, nas últimas décadas, mais líderes 
empresariais reconheceram que têm a responsabilidade de fazer mais do que simplesmente maximizar 
os lucros para acionistas e executivos. Em vez disso, buscam não apenas o melhor para suas instituições, 
mas para as pessoas, o planeta e a sociedade em geral.
Há vários benefícios em adicionar iniciativas de responsabilidade social em uma organização: eles 
abrangem desde o aumento da produtividade até a atração dos melhores talentos. Permitem ainda que 
a empresa melhore a sua reputação geral, o que pode abrir portas para novas oportunidades. Escolher 
qual iniciativa é mais apropriada requer uma consideração cuidadosa, mas antes de falarmos sobre 
iniciativas de responsabilidade social nas organizações (RSO), definiremos o motivo de tal tema ser tão 
caro aos gestores.
A responsabilidade social é uma filosofia de gestão na qual indivíduos ou empresas são responsáveis 
por cumprir seu dever cívico e tomar ações que beneficiem a sociedade como um todo. Se uma empresa 
ou pessoa estiver pensando em realizar algo que possa prejudicar o meio ambiente ou a sociedade, ela é 
considerada socialmente irresponsável. De acordo com esse conceito, os gestores devem tomar decisões 
que não apenas maximizem os lucros, mas protejam os interesses da comunidade e da sociedade. 
Vejamos alguns exemplos na sequência:
A ideia de responsabilidade social empresarial parte do princípio de que as 
empresas têm responsabilidade direta sobre muitos problemas que abalam 
a sociedade, e, com isso, têm condições e o dever de colaborar para que 
haja um desenvolvimento equilibrado. De acordo com essa premissa, as 
ações realizadas pelas empresas através de suas técnicas e recursos visando 
atingir seus objetivos materiais podem também colaborar para resolução de 
problemas sociais (PASSOS; BORGES, 2021, p. 240).
12
Unidade I
Responsabilidade social corporativa relaciona-se principalmente à obtenção 
de resultados de decisões organizacionais relativas às questões ou problemas 
específicos que (por algum padrão normativo) têm efeitos benéficos, e não 
adversos, efeitos sobre as partes interessadas corporativas pertinentes. 
A correção normativa dos produtos da ação corporativa tem sido o foco 
principal da responsabilidade social corporativa (EPSTEIN, 1987, p. 104).
Domingos (2007, p. 81) define que a RSO “compreende ações concretas expostas publicamente para 
anunciar uma nova postura dos dirigentes dos sistemas de produção frente às contradições e às tensões 
provocadas pelo capitalismo na sociedade”.
Responsabilidade social nas organizações é a ideia de que uma empresa tem responsabilidade com 
a sociedade que existe ao seu redor. As instituições que adotam a responsabilidade social corporativa 
geralmente são organizadas de maneira que as capacita a ser e agir de maneira socialmente responsável. 
Trata-se de uma forma de autorregulação que pode ser expressa em iniciativas ou estratégias, dependendo 
dos objetivos de uma organização (YEVDOKIMOVA et al., 2018).
De forma geral, pode-se entendê-la como a prática que além de maximizar o valor para o acionista, 
deve agir de forma a beneficiar a sociedade. As empresas socialmente responsáveis precisam seguir 
políticas que promovam o bem-estar da sociedade e do meio ambiente, ao mesmo tempo que diminuem 
os impactos negativos sobre eles.
 Lembrete
Responsabilidade social não é cumprir a lei ou fazer ações isoladas que 
não estejam alinhadas aos reais valores da organização. Cumprir a lei é 
obrigação da organização e práticas de responsabilidade social são aquelas 
conforme os princípios, valores, missão e visão da empresa.
O Banco Mundial, em 2003, definiu responsabilidade social como o compromisso das empresas 
em contribuir para o desenvolvimento econômico sustentável, trabalhando com os funcionários, suas 
famílias, a comunidade local e a sociedade em geral para melhorar a qualidade de vida, de maneira que 
seja boa para os negócios e o desenvolvimento (PETKOSKI; TWOSE, 2003).
Exatamente o que significa “socialmente responsável” varia de uma organização para outra. As 
empresas geralmente são guiadas por um conceito conhecido como triple bottom line (TBL), que 
determina que uma companhia deve se comprometer a medir seu impacto social e ambiental, bem 
como seus lucros. O ditado “lucro, pessoas, planeta” é frequentemente usado para resumir a força motriz 
por trás do referido conceito.
Ao adotar o TBL, a organização passa a levar em conta as questões econômicas, sociais e ambientais 
em suas tomadas de decisões. A definição dos conceitos do TBL, de acordo com a Fundação Nacional da 
Qualidade (2018) abrange:
13
RESPONSABILIDADE SOCIAL NAS ORGANIZAÇÕES
• Responsabilidade ambiental: crê que as organizações devem se comportar da maneira mais 
ecológica possível. É uma das formas mais comuns de responsabilidade social corporativa. Algumas 
empresas usam o termo “gestão ambiental” para se referir a tais iniciativas.
As instituições que buscam adotar a responsabilidade ambiental podem fazê-lo de várias maneiras:
— redução da poluição, das emissões de gases de efeito estufa, do uso de plásticos descartáveis, 
do consumo de água e do lixo em geral;
— aumento da dependência de energia renovável, de recursos sustentáveis e materiais reciclados 
ou parcialmente reciclados;
— compensação do impacto ambiental negativo, por exemplo, plantando árvores, financiando 
pesquisas e doando para causas relacionadas.
Figura 3 – Responsabilidade ambiental
Disponível em:: https://bit.ly/3rGqfyS. Disponível em: 3 out. 2022.
• Responsabilidade ética: preocupa-seem garantir que uma organização opere de maneira justa 
e ética. Aquelas que adotam a responsabilidade ética visam obter um tratamento justo de todas 
as partes interessadas, incluindo liderança, investidores, funcionários, fornecedores e clientes.
14
Unidade I
Por meio dessa prática de responsabilidade ética, o que as organizações podem fazer é atuar com 
a ética de distintas formas, por exemplo, definir um salário mínimo além do piso determinado. 
Ainda nesta conduta uma empresa pode trabalhar unicamente com fornecedores que entreguem 
produtos, ingredientes, materiais ou componentes que sejam adquiridos de acordo com os padrões 
de livre-comércio. Consequentemente, muitas corporações contam com processos para garantir 
que não estejam comprando produtos resultantes de trabalho escravo ou infantil.
• Responsabilidade filantrópica: refere-se ao objetivo de uma empresa de tornar ativamente o 
mundo e a sociedade um lugar melhor.
Além de agir da forma mais ética e ambientalmente amigável possível, as organizações movidas 
pela responsabilidade filantrópica geralmente dedicam uma parte de seus ganhos. Enquanto 
muitas delas doam para instituições de caridade e organizações sem fins lucrativos que se 
alinham com suas missões orientadoras, outras doam para causas nobres que não se relacionam 
diretamente com seus negócios. Há ainda aquelas que criam seu próprio fundo ou organização 
de caridade para retribuir.
• Responsabilidade econômica: trata-se da prática de uma empresa apoiar todas as suas decisões 
financeiras em seu compromisso de fazer o bem nas áreas listadas anteriormente. O objetivo 
final não é simplesmente maximizar os lucros, mas impactar positivamente o meio ambiente, as 
pessoas e a sociedade.
Portanto, com as definições dadas, pode-se definir a RSO como as metas organizacionais alinhadas 
com sustentabilidade e preservação de recursos para as próximas gerações e com respeito às pessoas 
em sua diversidade, focando na redução de desigualdades. De forma geral, trata-se de uma prática que, 
se adotada por todas as organizações, poderá gerar um planeta com menos poluição, lixo, exploração 
de mão de obra, entre outros.
A ideia de responsabilidade social nas organizações é tema de discussão desde a década de 
1950. No entanto, foi apenas mais tarde que as pessoas começaram a entender seu significado e 
impacto. Um marco na discussão do assunto foi a publicação da pirâmide da responsabilidade social 
corporativa de Archie Carroll, em 1991. Sua simplicidade, mas capacidade de descrever a ideia de 
responsabilidade social com quatro áreas, tornou a pirâmide uma das teorias corporativas de RSC 
mais aceitas desde então.
A pirâmide de Carroll sugere que a empresa tem total responsabilidade em quatro níveis: econômico, 
jurídico, ético e filantrópico.
15
RESPONSABILIDADE SOCIAL NAS ORGANIZAÇÕES
Responsabilidade econômica: ser lucrativa, pois antes de atingir as outras 
responsabilidades, uma empresa deve ter a capacidade de arcar com seus 
compromissos financeiros
RSO
Responsabilidade legal: seguir a lei, uma vez que ela é 
codificação da sociedade do certo e do errado
Responsabilidade ética: obrigar-se a 
fazer o que é certo, justo, combater a 
corrupção e agir de forma transparente
Responsabilidade 
filantrópica: ser 
uma empresa cidadã 
e desenvolver práticas de 
melhoras na qualidade de vida
Figura 4 – Pirâmide de Carroll
Adaptado de: Appio, Madruga e Frizon (2018).
Conforme os autores da figura acima, as definições de cada pilar da pirâmide são:
• Responsabilidade econômica: produzir bens e serviços que a sociedade necessita e lucrar com 
eles. As empresas têm acionistas que esperam e exigem um retorno razoável de seus investimentos, 
funcionários que desejam fazer seu trabalho com segurança e justiça, bem como clientes que 
querem produtos de qualidade por preços justos. Trata-se da base da pirâmide sobre a qual todas 
as outras camadas repousam. A responsabilidade econômica na RSE é a obrigação de ser lucrativo 
e a única maneira de uma empresa sobreviver e apoiar a sociedade a longo prazo.
• Responsabilidade legal: obedecer a lei é o segundo nível da pirâmide e obrigação legal da 
empresa. Esta é a responsabilidade mais importante dos quatro níveis, pois mostrará como ela 
conduz seus negócios no mercado. As leis trabalhistas, a concorrência com outras corporações, 
os regulamentos tributários e a saúde e segurança dos funcionários são alguns exemplos das 
responsabilidades legais que uma instituição deve cumprir. Deixar de ser legalmente responsável 
pode ser muito ruim para as companhias.
• Responsabilidade ética: fazer a coisa certa, ser justo em todas as situações e evitar danos. Uma 
empresa não deve apenas obedecer à lei, mas precisa fazer seus negócios de forma ética. Ao 
contrário dos dois primeiros níveis, trata-se de algo que ela não é obrigada a fazer. No entanto, 
é melhor que a corporação seja ética, pois isso não apenas mostra a seus stakeholders que eles 
16
Unidade I
são morais e justos, como também as pessoas se sentirão mais confortáveis comprando seus 
bens/serviços. Ser ecologicamente correto e tratar fornecedores/funcionários adequadamente 
são alguns exemplos de responsabilidade ética.
• Responsabilidade filantrópica: no topo da pirâmide, ocupando o menor espaço está a filantropia. 
As empresas são criticadas há muito tempo por sua pegada de carbono, sua participação na 
poluição, seu uso de recursos naturais e muito mais. Para contrabalançar esses negativos, elas 
devem “retribuir” à comunidade de onde tiram. Embora este seja o nível mais alto de RSC, ele não 
deve ser menosprezado, pois muitas pessoas gostariam de fazer negócios com instituições que 
retribuem à sociedade. A responsabilidade filantrópica é mais do que apenas fazer o que é certo, 
significa algo que se mantém fiel aos valores da companhia.
• Responsabilidade social nas organizações (RSO): segundo a pirâmide de Carroll, negócio 
responsável é aquele que qualifica todos os níveis de responsabilidade antes de assumir a 
filantropia. Sem cumprir as outras responsabilidades, um negócio não pode se sustentar.
 Lembrete
Para atingir a responsabilidade social nas organizações (topo da pirâmide), 
a empresa deve cumprir todos os seus pilares anteriores: econômica, legal, 
filantrópica.
Em suma, a definição de quatro partes de responsabilidade social e a pirâmide de Carroll oferecem 
uma estrutura conceitual para organizações que consiste nas responsabilidades econômica, legal, ética 
e filantrópica ou discricionária. A responsabilidade econômica para obter lucro é esperada por seus 
acionistas, já a responsabilidade ética é aguardada pela sociedade. A responsabilidade filantrópica ou 
discricionária das corporações é esperada e desejada pela sociedade. Com o tempo, as definições para 
cada uma das quatro categorias podem mudar ou evoluir.
 Observação
A responsabilidade social nas organizações não pode ser confundida 
com caridade: a caridade tem fins assistenciais e é um mero paliativo para 
graves problemas sociais, enquanto a responsabilidade social é uma prática 
institucionalizada na empresa.
Existe uma longa e variada discussão associada à evolução do conceito de responsabilidade social. 
A crença atual de que as corporações têm responsabilidade para com a sociedade não é nova. De 
fato, é possível traçar a preocupação da empresa com a sociedade há vários séculos (AGUDELO; 
JÓHANNSDÓTTIR; DAVÍDSDÓTTIR, 2019). No entanto, apenas nas décadas de 1930 e 1940 que o papel 
dos executivos e o desempenho social das corporações começaram a aparecer na literatura e autores 
começaram a discutir quais eram as responsabilidades sociais específicas das empresas. Nas décadas 
17
RESPONSABILIDADE SOCIAL NAS ORGANIZAÇÕES
seguintes as expectativas sociais em relação ao comportamento empresarial mudaram, assim como o 
conceito de responsabilidade social empresarial (RSE).
1.2 Evolução e aplicação das práticas de responsabilidade social
A responsabilidade social corporativa(RSC) tem sido anunciada como a maneira pela qual as 
corporações se posicionam. Nos últimos tempos, o escopo da RSE evoluiu além da escola de administração 
e da retórica empresarial para se tornar um termo reconhecido pela maioria da sociedade. Embora o 
termo RSC possa fazer parte da linguagem geral, as nuances do conceito escapam a muitas pessoas. Isso 
pode ser atribuído ao desenvolvimento fluido da ideologia e, de acordo com sua evolução, tem estado 
em constante fluxo. As discussões sobre RSE avançaram consideravelmente nos últimos anos, tanto 
que a RSC pode agora ser considerada uma ferramenta estratégica na relação entre empresas, governo 
e stakeholders.
Os estudos de Carroll (2015) apontam que já na década de 1920 os gerentes das organizações, 
na época, passaram a assumir a responsabilidade de equilibrar a maximização dos lucros com os 
interesses do mercado e das comunidades. Posteriormente, com o crescimento dos negócios durante a 
Segunda Guerra Mundial e na década de 1940, as empresas passaram a ser vistas como instituições com 
responsabilidades sociais e uma discussão mais ampla sobre o tema começou a ocorrer.
Apesar de datar de 1920, a responsabilidade social nas organizações somente passou a ser teorizada 
e discutida na academia na década de 1950, quando Howard Bowen publicou, em 1953 nos Estados 
Unidos, o livro Responsibilities of the businessman (Responsabilidades sociais do homem de negócios) 
(CARMO, 2015).
Na década de 1970, os estudos sobre responsabilidade social nas organizações iniciaram, então, 
uma investigação acerca da capacidade de desempenho social das companhias, e pode-se inferir que 
muito mais que apenas assumir as responsabilidades dos impactos causados na sociedade, as empresas 
deveriam responder pelos seus atos, e estas respostas seriam dadas através da criação de mecanismos 
de identificação, mapeamento e ação socialmente responsáveis perante a sociedade.
A seguir é apresentada uma visão sobre a discussão de responsabilidade social ao longo das décadas:
• Décadas de 1950 e 1960: somente no início da década de 1950 que a noção de quais eram as 
responsabilidades sociais das organizações foi abordada pela literatura e pôde ser entendida como o 
começo da moderna construção de definição de responsabilidade social corporativa. Na verdade foi 
aproximando-se dos anos 1960 que a pesquisa acadêmica e teórica, foco da RSE, concentrou-se no nível 
social de análise, dando-lhe implicações práticas (CARMO, 2015).
• Década de 1970: a responsabilidade social passa, efetivamente, a fazer parte das práticas de gestão 
organizacional. O sentimento antiguerra, o contexto social geral e um crescente senso de consciência 
na sociedade durante o final da década de 1960 se traduziram em um baixo nível de confiança nos 
negócios para atender às necessidades e desejos do público (WATERHOUSE, 2017). De fato, o baixo 
nível de confiança no setor empresarial atingiu um ponto significativo quando, em 1969, um grande 
18
Unidade I
derramamento de óleo na costa de Santa Barbara, Califórnia, foi alvo de protestos maciços nos EUA 
e, eventualmente, resultou na criação do primeiro Dia da Terra, comemorado em 1970. Durante o 
evento, 20 milhões de pessoas se juntaram a protestos para exigir um ambiente limpo e sustentável, 
além de lutar contra a poluição causada principalmente por corporações (derramamentos de óleo, 
lixões tóxicos, fábricas poluidoras e usinas de energia). Esse dia influenciou a agenda política dos EUA 
de forma tão decisiva que desempenhou um papel significativo na criação da Agência de Proteção 
Ambiental (EPA) no final de 1970 e foi traduzido em uma nova estrutura regulatória que mais tarde 
motivaria o comportamento corporativo e criaria responsabilidades adicionais para corporações 
(AGUDELO; JÓHANNSDÓTTIR; DAVÍDSDÓTTIR, 2019).
• Década de 1980: com a implantação da responsabilidade social durante a década de 1970, cresceu o 
número de legislações que atendiam às preocupações sociais da época e deu um conjunto mais 
amplo de responsabilidades às corporações. Em contraste, durante a década de 1980, os governos 
de Reagan (EUA) e Thatcher (Reino Unido) promoveram uma nova linha de pensamento para a 
política com um forte foco na redução da pressão sobre as empresas e visando reduzir os altos 
níveis de inflação que ambos os locais enfrentavam. Para Reagan e Thatcher, o crescimento e a 
força das economias de seus países dependiam de sua capacidade de manter um ambiente de 
livre-mercado com o mínimo de intervenção estatal possível. Para isso, os principais objetivos 
econômicos de Reagan centraram-se na redução das regulamentações sobre o setor privado, o 
que foi complementado com reduções de impostos (AGUDELO; JÓHANNSDÓTTIR; DAVÍDSDÓTTIR, 
2019). Durante a década de 1980, com crescimento exponencial da indústria mundial, as práticas 
de responsabilidade social começaram a ser questionadas pelos governos.
• Década de 1990: importantes eventos internacionais influenciaram a perspectiva internacional 
para responsabilidade e a abordagem do desenvolvimento sustentável. Os mais relevantes incluem 
a criação do Agência Europeia do Ambiente (1990), a reunião da ONU sobre Meio Ambiente e 
Desenvolvimento realizada no Rio de Janeiro, que levou à Declaração do Rio sobre Meio Ambiente 
e Desenvolvimento, a adoção da Agenda 21 e a Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre a 
Mudança do Clima (UNFCCC) (1992), além da adoção do Protocolo de Quioto (1997). A formação 
desses organismos e a adoção de acordos internacionais representaram esforços para estabelecer 
normas no que diz respeito a questões relacionadas ao clima e diretamente ao comportamento 
corporativo. A década de 1990 retoma o intenso interesse por responsabilidade social nas 
organizações e, de fato, foi durante ela que o conceito ganhou apelo internacional, talvez como 
resultado da abordagem internacional para o desenvolvimento sustentável da época combinada 
à globalização.
• Anos 2000: logo no início dos anos 2000 intensifica-se a cobrança pelo reconhecimento e pela 
implementação da responsabilidade social nas organizações. Nesse período, a discussão estava 
pautada em dois momentos: o primeiro está focado no reconhecimento e expansão de RSO e 
sua implementação, enquanto o segundo concentra-se na abordagem estratégica para a RSO 
fornecida pelas publicações acadêmicas da época. O debate em torno da RSO foi adiantado 
várias vezes por figuras públicas, como, por exemplo, o presidente Reagan que, com o objetivo de 
estimular a economia e gerar crescimento econômico no final da década de 1980, apelou ao setor 
privado para práticas de negócios mais responsáveis e enfatizou que as corporações deveriam 
19
RESPONSABILIDADE SOCIAL NAS ORGANIZAÇÕES
assumir um papel de liderança na responsabilidade social (CARROLL, 2015). Durante a década 
de 1990, foi o presidente Clinton quem trouxe a atenção para a noção de cidadania corporativa 
e responsabilidade social com a criação do Prêmio Ron Brown de Liderança Corporativa para 
empresas que eram boas cidadãs corporativas (BATTAGELLO, 2013).
 Observação
Classificamos a responsabilidade social não considerando uma 
nomenclatura. Então, entendam responsabilidade social nas organizações 
(RSO), responsabilidade social empresarial (RSE) ou responsabilidade 
social corporativa (RSC) como o mesmo conceito.
Ainda nos anos 2000, a abordagem estratégica para RSE passou a ir além da influência institucional 
e pública na implementação da RSC, e chegaram contribuições relevantes ao conceito por meio da 
literatura acadêmica. Nos primeiros anos do século XXI, as políticas corporativas mudaram em 
resposta ao interesse público e, como resultado, muitas vezes tiveram um impacto social positivo. Isso 
significava que o escopo de responsabilidade social (do ponto de vista empresarial) era agora inclusivo 
para um conjunto mais amplo de partes interessadas, e uma nova definição de responsabilidade social 
corporativa (RSC) referia-se às obrigações da instituiçãopara com seus stakeholders – pessoas afetadas 
pelas políticas corporativas e práticas. Essas obrigações vão além das exigências legais e dos deveres da 
empresa para com seus acionistas. O cumprimento delas destina-se a minimizar qualquer prejuízo e 
maximizar o impacto benéfico em longo prazo da firma na sociedade (BATTAGELLO, 2013).
• Anos 2010: o conceito de criação de valor compartilhado foi desenvolvido por Porter e Kramer, 
que o explicaram como um passo necessário na evolução dos negócios e o definiram como: 
“políticas e práticas operacionais que melhoram a competitividade de uma empresa, ao mesmo 
tempo que promovem as condições econômicas e sociais das comunidades onde opera. Criação 
de valor compartilhado concentra-se em identificar e expandir as conexões entre o progresso 
social e o progresso econômico” (PORTER; KRAMER, 2011, p. 2).
• Anos 2020: nos dias de hoje, as organizações passaram a utilizar as práticas de responsabilidade 
social como instrumento de gestão e tomada de decisões. O surgimento de certificações de 
qualidade, ambientais, sociais e econômicas inseriram as empresas em uma busca pelas mais 
sustentáveis práticas de mercado. A responsabilidade social nas organizações abre caminho para 
uma prática mais incisiva nas companhias: a gestão ESG.
Na figura a seguir, temos uma linha do tempo resumindo a evolução da discussão da responsabilidade 
social das organizações:
20
Unidade I
Anos 1960: os empresários 
têm uma ampla obrigação 
para com a sociedade 
em termos de valores 
econômicos e humanos
Anos 2010: Poster discute 
as práticas de RSO como 
forma de agregar valor 
às organizações
Anos 2020: as práticas 
de RSO devem ser 
institucionalizadas na 
tomada de decisão e ocorre 
o surgimento do modelo de 
gestão ESG
Anos 1970: o termo 
responsabilidade social 
corporativo tornou-se 
popular graças ao 
sentimento antiguerra
Anos 2000: há o aumento 
da pressão nas organizações 
para implementação de 
práticas de RSO
Anos 1980: existe um recuo 
nas discurssões sobre RSO 
devido a alguns governos 
defenderem menos pressão 
nas organizações
Anos 1990: é apresentada a 
pirêmide de Carroll, na qual 
os tipos de responsabilidade 
são delineados
Figura 5 – Linha do tempo da discussão de RSO
No Brasil, a discussão sobre responsabilidade social nas organizações iniciou-se bem tardiamente. 
Somente no início dos anos 1990 a responsabilidade social se disseminou na forma de diretrizes de 
estratégias empresariais no país. Antes disso, a RSO era vista pelos gestores brasileiros como filantropia 
e benemerência, atuando com doações e ações de caridade em momentos isolados, visando muito mais 
a construção de uma imagem empresarial positiva que a responsabilidade social em si.
Em meados de 2010, em Genebra, na Suíça, a Organização Internacional de Normalização, visando 
uma discussão mais generalista sobre responsabilidade social, editou a ISO 26000, cujo objetivo principal 
era intensificar e padronizar o comportamento ético, transparente e responsável das empresas com foco 
no desenvolvimento sustentável.
A partir dela, o Brasil foi pioneiro em criar sua própria orientação para a RSO e implementou 
a NBR ISO 16001, em 2012, desenvolvida pela Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT). 
Esta NBR tinha o papel principal de normatizar os sistemas de gestão da responsabilidade social e 
ambiental no país.
Assim, com o objetivo de promover a RSE no Brasil, o Instituto Brasileiro de Análises Sociais e 
Econômicas (Ibase) propôs um modelo de “balanço social”. A ideia era fornecer o “Selo Balanço Social 
Ibase/Betinho”, que funcionaria como um marco para a empresa que pretendia ser vista como socialmente 
responsável. Ele seria concedido a companhias que atuassem de forma responsável com a sociedade e o 
meio ambiente (DE SINAY et al., 2019).
21
RESPONSABILIDADE SOCIAL NAS ORGANIZAÇÕES
O modelo para elaboração de balanços sociais continha informações financeiras sobre desembolsos 
obrigatórios e discricionários que beneficiam empregados (indicadores sociais internos), sociedade 
(indicadores sociais externos), meio ambiente (indicadores ambientais), não discriminatório e planejamento 
de carreira, além de informações acerca da divisão dos benefícios entre os stakeholders e detalhamento do 
papel de cidadania da corporação.
Desde então, muitas empresas brasileiras (Itaú, Natura, Bradesco, Unilever, Ambev, Magazine Luiza, 
entre outras) têm adotado práticas exitosas de responsabilidade social. Não existe uma lei que as obrigue 
a fazerem investimento em ações ambientais e sociais no país – por isso, entende-se que as companhias 
que adotam tais práticas têm como filosofia de gestão não apenas o aumento dos seus lucros, mas 
também o desenvolvimento sustentável e social (CRISÓSTOMO; FREIRE; PARENTE, 2014).
 Saiba mais
Quer saber mais sobre as práticas de responsabilidade social das 
organizações? Acesse o link a seguir e conheça os relatórios de resultados 
econômicos e socioambientais da Natura.
NATURA. Relatório Integrado Natura & Co. [s.d.]. Disponível em: 
https://cutt.ly/vMP4esF. Acesso em: 3 out. 2022.
A rede Magazine Luiza, por exemplo, em seu site, dispõe de um espaço para divulgação de 
suas práticas de responsabilidade social. Sendo os pilares dela os seguintes: funcionários, clientes, 
fornecedores, meio ambiente e sociedade. A empresa acredita que:
valorizar pessoas, promover esforços em torno de causas comuns e 
investir no cultivo da alma dos seus clientes e colaboradores são atributos 
reforçados diariamente no Magazine Luiza, que acredita que deve muito do 
que construiu até hoje à sociedade.
Ao estilo democrático de gestão e ao “Jeito Luiza de Ser” adotados pela empresa, 
está atrelada uma significativa diversidade de ações que visam promover 
benefícios para todos, quer sejam funcionários, clientes, fornecedores, meio 
ambiente ou sociedade. Afinal, o Magazine Luiza tem com um dos seus valores 
a crença de que as pessoas são a força e a vitalidade da organização.
Valorizar pessoas também significa valorizar a diversidade, independente de 
idade, sexo ou origem social, e o Magazine Luiza possui programas específicos 
para incluir e respeitar as diferenças entre as pessoas, como o programa de 
inclusão de pessoas com deficiência, o programa de contratação de jovens 
aprendizes e trainees e o atendimento diferenciado para mulheres que 
querem crescer na empresa (MAGAZINE LUIZA, s.d.).
22
Unidade I
 Saiba mais
Conheça as práticas de responsabilidade social da rede Magazine Luiza 
no link a seguir:
MAGAZINE LUIZA. Compromisso com a sociedade. Magazine Luiza, 
Franca, [s.d.]. Disponível em: https://bit.ly/2rIluoQ. Acesso em: 3 out. 2022. 
No Brasil é utilizado um ranking de empresas que vem avaliando a reputação das corporações desde 
o ano 2000 no que diz respeito à responsabilidade social e governança corporativa na Espanha e América 
Latina, chamado Ranking Merco (Monitor Empresarial de Reputação Corporativa). O estudo e o ranking 
são realizados pelo Instituto Análisis e Investigación, conforme a Norma ISO 20252 (a norma estabelece 
os termos, as definições e os requisitos de serviço para prestadores de serviço que realizam pesquisas de 
mercado, de opinião e social, incluindo insights e análises de dados).
De acordo com esse ranking, as empresas mais bem classificadas em responsabilidade e governança 
são (MERCO, 2019):
• Natura.
• Ambev.
• Grupo Boticário.
• Bradesco.
• Magazine Luiza.
• Itaú Unibanco.
• Avon.
• Nestlé.
• Coca-Cola.
• Google.
• Renner.
• Unilever.
23
RESPONSABILIDADE SOCIAL NAS ORGANIZAÇÕES
• Toyota.
• Santander.
• GPA.
• Vivo.
• Mercado Livre.
• Johnson & Johnson.
• Hospital Sírio-Libanês.
• Lojas Americanas.
• Gerdau.
• Porto Seguro.
• Banco do Brasil.
• McDonald’s.
• Amazon.
• BRF.
• Carrefour.
• Netflix.
• Petrobras.
• Alpargatas.
 Observação
O ranking mencionado não classifica apenas empresas brasileiras, mas 
também multinacionais que atuam no país.
24
UnidadeI
Já o ranking Best for the World, de acordo com a revista Forbes, apontou que 39 empresas brasileiras 
estão entre as melhores do mundo em práticas de responsabilidade social (39 EMPRESAS…, 2021). Elas 
oferecem, além do retorno financeiro, impactos positivos para a sociedade e o meio ambiente. Podemos 
citar como exemplos: YouGreen, Natura, Grupo Gaia e outras.
Pode-se perceber, então, que apesar de tardiamente discutida pelos gestores no Brasil, a 
responsabilidade social tem ganhado força nos últimos anos, e as empresas estão desenvolvendo práticas 
consolidadas e exitosas em suas gestões. É importante ressaltar que não basta ter uma atividade ou 
outra de ação social, mas sim um modelo institucionalizado que vise a sustentabilidade econômica da 
organização e o desenvolvimento ambiental e social.
1.3 Crescimento econômico, desenvolvimento econômico e desenvolvimento 
sustentável
O crescimento econômico é definido como o aumento na produção de bens e serviços em um país. 
Como ele mede o valor dos bens produzidos, e não apenas a quantidade, métricas como o Produto Interno 
Bruto (PIB) são frequentemente usadas. Em geral, os aumentos na produção agregada se correlacionam 
com a elevação da produtividade marginal de cada residente, levando ao crescimento da renda média, 
maiores gastos do consumidor e melhor padrão de vida (CARVALHO et al., 2015).
A Revolução Industrial é um exemplo significativo do crescimento econômico. A montagem automatizada 
nas fábricas transferiu os trabalhadores para funções mais qualificadas e especializadas, aprimorando a 
tecnologia. O trabalho qualificado e a tecnologia aprimorada, por sua vez, aumentaram os bens de capital 
disponíveis, resultando em maior produção e acabaram com as fomes periódicas, levando ao aumento da 
população (ROLIM; JATOBÁ; BELO, 2014).
O crescimento econômico é o aumento do valor dos bens e serviços de uma economia, o que gera 
mais lucro para as empresas. Como resultado, os preços das ações sobem. Isso dá às companhias capital 
para investir e contratar mais funcionários (CARVALHO et al., 2015).
À medida que mais empregos são criados, a renda aumenta. Os consumidores têm mais dinheiro 
para comprar produtos e serviços adicionais, e as compras geram um crescimento maior. Por essa razão, 
todos os países desejam um crescimento econômico positivo. Isso o torna o indicador econômico mais 
observado (ROLIM; JATOBÁ; BELO, 2014).
De acordo com Rolim, Jatobá e Belo (2014, p. 6),
Desenvolvimento Econômico, por sua vez, são programas, políticas ou 
atividades que buscam melhorar o bem-estar econômico e a qualidade de 
vida de uma comunidade. O que “desenvolvimento econômico” significa 
para você dependerá da comunidade em que você vive. Cada comunidade 
tem suas próprias oportunidades, desafios e prioridades.
25
RESPONSABILIDADE SOCIAL NAS ORGANIZAÇÕES
Assim, pode-se definir desenvolvimento econômico como a criação de riqueza a partir da qual os 
benefícios da comunidade são realizados. É mais do que um programa de emprego: trata-se de um 
investimento no crescimento da sua economia e na melhoria da prosperidade e qualidade de vida de 
todos os residentes (ROLIM; JATOBÁ; BELO, 2014).
Do ponto de vista público, o desenvolvimento econômico local envolve a alocação de recursos 
limitados – terra, trabalho, capital e empreendedorismo de forma que tenha um efeito positivo sobre o 
nível de atividade empresarial, emprego, padrões de distribuição de renda e solvência fiscal.
Ele, também conhecido como crescimento ou avanço econômico, refere-se à geração de riqueza 
que é encontrada em benefício e avanço da sociedade. Não se encontra apenas em projetos de 
desenvolvimento isolados, mas no avanço geral da economia em relação a fatores como educação, 
disponibilidade de recursos e padrão de vida. A importância do desenvolvimento econômico está 
no bem-estar da população. Seu conceito é um fator-chave no processo de tomada de decisão 
das autoridades soberanas na elaboração de políticas. O desenvolvimento econômico depende 
fortemente da alocação eficiente de recursos (razão para o lento crescimento das economias de 
comando). Ele não é encontrado exclusivamente em projetos, mas em abordagens econômicas, como 
os recursos são alocados para as indústrias que mais precisam deles. O estímulo do comércio por 
meio de políticas, leis e regulamentações é outra medida de promoção do crescimento econômico 
(SILVA; NELSON; SILVA, 2018).
O termo “desenvolvimento econômico” é comumente associado a conceitos como industrialização 
e modernização por ser o avanço uma característica-chave dos fundamentos dos conceitos. Se uma 
nação pode se desenvolver, seus cidadãos devem se tornar mais ricos e, assim, serem capazes de 
escapar das armadilhas da pobreza. Isso é amplamente verdade, mas não pode ser usado como um 
quadro de referência isolado por causa dos elementos econômicos que ignora. Os benefícios sociais, 
políticos e econômicos não são os únicos resultados do crescimento e do avanço; fatores como inflação, 
custos de vida mais altos e maiores disparidades de riqueza estão todos intimamente associados ao 
desenvolvimento econômico (SILVA; NELSON; SILVA, 2018).
Se uma economia está passando por um desenvolvimento significativo, ela está se expandindo e 
crescendo naturalmente. Esse crescimento é encontrado em como a força de trabalho, por exemplo, 
se torna cada vez mais educada. A educação crescente dos trabalhadores faz com que eles recebam 
salários maiores. Salários maiores significam que eles têm mais poder de compra para sair e adquirir 
bens e serviços.
Por fim, o mais importante dos conceitos: desenvolvimento sustentável. Trata-se do desenvolvimento 
que atende às necessidades do presente sem comprometer a capacidade das gerações futuras de fazê-lo 
às suas próprias demandas. Ele nasceu como um esforço das nações para promover um modelo de 
desenvolvimento econômico global compatível com a conservação ambiental e a equidade social (SILVA; 
NELSON; SILVA, 2018).
26
Unidade I
O desenvolvimento sustentável tornou-se um manifesto político a partir do qual cidadãos, organizações 
civis, empresas e governos se orientam para promover ações voltadas para um objetivo comum: 
a sustentabilidade.
De acordo com o exposto pelos autores (2018, p. 14), o desenvolvimento sustentável baseia-se em 
três pilares:
• desenvolvimento que tenha em conta a satisfação das necessidades das gerações presentes;
• desenvolvimento ecologicamente correto;
• desenvolvimento que não sacrifica os direitos das gerações futuras.
O impulso para o crescimento econômico resultou em problemas como a degradação ambiental e 
as disparidades sociais. O desenvolvimento sustentável prescreve uma abordagem mais equilibrada ao 
crescimento que progride o desenvolvimento em três pilares subjacentes: inclusão social, sustentabilidade 
ambiental e prosperidade econômica (CARVALHO et al., 2015).
Todos os países devem atender às suas necessidades básicas de emprego, alimentação, energia, 
água e saneamento. Para os autores (2015), o sustentável nos estimula a conservar e aprimorar nossos 
recursos, mudando gradualmente como desenvolvemos e usamos tecnologias. Todos os países devem 
atender às suas necessidades básicas de emprego, alimentação, energia, água e saneamento.
 Observação
O desenvolvimento sustentável refere-se ao desenvolvimento global da 
qualidade de vida em uma nação, que inclui o crescimento econômico. 
Já o desenvolvimento econômico diz respeito ao aumento do crescimento 
monetário de uma nação em um determinado período.
No conceito de desenvolvimento sustentável existe a metodologia 3 Rs (reduzir, reutilizar e reciclar), 
que trata de minimizar a quantidade de resíduos que produzimos, reutilizar produtos o máximo que 
pudermos e reciclar quaisquer materiais que possam ser usados para uma nova finalidade.
A Iniciativa 3R visa promover os 3Rs globalmente, de modo a construir uma sociedade de ciclo 
material sólido por meio do uso eficaz de recursos e materiais.Conforme Andrade (2020, p. 9),
O princípio de redução de resíduos, reutilização e reciclagem de recursos e 
produtos é frequentemente chamado de 3Rs. Reduzir significa optar por 
usar as coisas com cuidado para reduzir a quantidade de resíduos gerados. 
A reutilização envolve o uso repetido de itens ou partes de itens que ainda 
27
RESPONSABILIDADE SOCIAL NAS ORGANIZAÇÕES
possuem aspectos utilizáveis. Reciclagem significa o uso dos próprios 
resíduos como recursos. A minimização de resíduos pode ser alcançada de 
maneira eficiente, concentrando-se principalmente no primeiro dos 3Rs, 
“reduzir”, seguido de “reutilizar” e depois “reciclar”.
Reduzir é simplesmente criar menos resíduos. Trata-se do melhor método para manter o ambiente 
limpo, por isso é o primeiro dos 3 Rs. Ao reduzir, você interrompe o problema na fonte. Fazer menos 
resíduos significa que há menos itens para limpar. Reutilizar é pegar algo antigo ou indesejado que você 
poderia jogar fora e encontrar um novo uso. Existem várias maneiras de reutilizar itens para ajudar a 
reduzir sua pegada de lixo (ANDRADE, 2020).
1.3.1 Agenda 2030 e objetivos do desenvolvimento sustentável da ONU
Ganhando impulso desde a Conferência da ONU de 1972 sobre Meio Ambiente Humano até a Cúpula 
do Desenvolvimento Sustentável ONU 2015, a Agenda 2030 é o fechamento, após mais de quatro 
décadas, do diálogo multilateral e debate sobre desafios ambientais, sociais e econômicos enfrentados 
pela comunidade mundial. Adotado como resultado de extensas negociações entre os Estados membros, 
a responsabilidade pela implementação da Agenda 2030 depende principalmente dos governos dos 
grandes países (CARVALHO, 2019).
A Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável foi lançada por uma cúpula da ONU em Nova 
York, de 25 a 27 de setembro de 2015, e visava acabar com a pobreza em todas as suas formas. Ela previa 
um mundo de respeito universal pelos direitos humanos e pela dignidade humana, o Estado de Direito, 
a justiça, a igualdade e a não discriminação. Baseava-se na Declaração Universal dos Direitos Humanos 
e nos tratados internacionais de direitos humanos e enfatizava as responsabilidades de todos os Estados 
de respeitar, proteger e promover os direitos humanos. Há forte ênfase no empoderamento das mulheres 
e de grupos vulneráveis, como crianças, jovens, pessoas com deficiência, idosos, refugiados, deslocados 
internos e migrantes (MOREIRA et al., 2019).
Os 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da Agenda e suas 169 metas objetivavam 
erradicar a pobreza e realizar os direitos humanos de todos, além de alcançar a igualdade de 
gênero. Ao endossá-la, a comunidade mundial reafirmou seu compromisso com o desenvolvimento 
sustentável. No acordo, 193 Estados-membros se comprometeram a garantir um crescimento 
econômico sustentado e inclusivo, com proteção ambiental, e, para isso, pacífico e cooperativo.
A Agenda 2030 é universal, transformadora e baseada em direitos. Trata-se de um plano de ação 
ambicioso para países, o sistema da ONU e todos os outros atores. Ela é o plano mais abrangente até 
hoje para eliminar a pobreza extrema, reduzir a desigualdade, e proteger o planeta. A Agenda vai além da 
retórica e estabelece um apelo concreto à ação para pessoas, planeta e prosperidade (CARVALHO, 2019).
Os princípios fundamentais que sustentam a Agenda 2030 incorporam o seguinte núcleo de princípios 
(PNUD, 2016):
28
Unidade I
• Universalidade: tem alcance universal e comprometimento de todos os países, a despeito dos 
níveis e status de rendimento de desenvolvimento, para contribuir a um esforço abrangente 
de desenvolvimento sustentável. A Agenda é aplicável em todos os países, em quaisquer 
contextos e sempre.
• Não deixando ninguém para trás: visa beneficiar todas as pessoas e compromete-se a não 
deixar ninguém para trás, estendendo a mão a todas as pessoas necessitadas e carentes, onde 
quer que elas estejam, de maneira que demonstre seus objetivos, desafios e vulnerabilidades 
específicos. Isso gera uma demanda sem precedentes por dados desagregados para analisar os 
resultados e rastrear progressos.
• Interconexão e indivisibilidade: baseia-se na interligação e natureza indivisível de seus 17 ODS. 
É fundamental que todas entidades responsáveis pela implementação dos ODS os tratem em sua 
totalidade, em vez de abordá-los como uma lista de menus de objetivos.
• Inclusão: exige a participação de todos os segmentos da sociedade, independentemente de sua 
raça, gênero, etnia e identidade para contribuir com a implementação.
• Parcerias com várias partes interessadas: requere o estabelecimento de parcerias multissetoriais 
para mobilizar e compartilhar conhecimento, experiência, tecnologia e recursos financeiros em 
todos os países.
No centro da Agenda 2030 estão cinco dimensões: pessoas, prosperidade, planeta, parceria e paz, 
também conhecidos como os 5 Ps. Tradicionalmente, eles são vistos através da lente de três elementos 
centrais: inclusão, crescimento econômico e proteção.
O conceito de desenvolvimento sustentável ganhou um significado mais rico com a adoção da 
Agenda 2030, que se baseia nessa tradicional abordagem adicionando dois componentes críticos: 
parceria e paz. A sustentabilidade genuína fica no núcleo dessas cinco dimensões (PNUD, 2016).
 Lembrete
A Agenda 2030 afirma que, para pôr o mundo em um caminho sustentável, 
é preciso tomar medidas ousadas e transformadoras.
De acordo com Moreira et al. (2019), a Agenda 2030 deu origem, então, aos 17 ODS, que têm como pilares: 
respeito à Terra e à vida em toda a sua diversidade; cuidado da comunidade da vida com compreensão, 
compaixão e amor; construção de sociedades democráticas, justas, participativas, sustentáveis e pacíficas; 
garantia da generosidade e beleza da Terra para as gerações presentes e futuras.
Os objetivos globais e a Agenda 2030 para o desenvolvimento sustentável buscam acabar com 
a pobreza e a fome, realizar os direitos humanos de todos, alcançar a igualdade de gênero e 
o empoderamento de todas as mulheres e meninas, além de garantir a proteção duradoura do 
29
RESPONSABILIDADE SOCIAL NAS ORGANIZAÇÕES
planeta e seus recursos naturais. Tais propósitos estabelecem relação entre eles e, na maioria das 
vezes, o acerto em um deles será o ponto para o sucesso do outro. São os objetivos:
16 Paz, justiça e 
instituições 
eficazes
17 Parcerias e meios 
de implementação
14 Vida na água 15 Vida terrestre11 Cidades e 
comunidades 
sustentáveis
12 Consumo 
e produção 
sustentáveis
13 Ação contra a 
mudança global 
do clima
3 Saúde e 
bem-estar
2 Fome zero e 
agricultura 
sustentável
4 Educação de 
qualidade
5 Igualdade de 
gênero
1 Erradicação da 
pobreza
6 Água potável e 
saneamento
7 Energia acessível e 
limpa
8 Trabalho decente 
e crescimento 
econômico
9 Indústria, 
inovação e 
infraestrutura
10 Redução das 
desigualdades
Figura 6 – Dezessete objetivos do desenvolvimento sustentável (ODS)
Adaptada de: https://bit.ly/3fKgigX. Acesso em: 3 out. 2022.
• Objetivo 1: acabar com a pobreza em todas as suas formas e localidades.
• Objetivo 2: erradicar a fome e buscar o alcance da segurança alimentar através da melhoria nutricional 
e da agricultura sustentável.
• Objetivo 3: promover a vida saudável através do bem-estar para todos, indiferentemente da 
faixa etária.
• Objetivo 4: estimular a educação inclusiva, equalitária e com qualidade, visando promover 
oportunidades e aprendizagem.
• Objetivo 5: alcançar o fim da desigualdade de gênero com o empoderamento feminino.
• Objetivo 6: ter disponibilidade de gestão sustentável dos recursos hídricos e saneamento universal.
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Unidade I
• Objetivo 7: assegurar o acesso confiável, sustentável, moderno e a preço acessível à energia 
para todos.
• Objetivo 8: incentivar o crescimento econômico sustentável, inclusivo e perene, gerando empregos 
em sua plenitude e condições de trabalho decentes.
• Objetivo 9: construir infraestruturas resilientes, bem como a promoção da indústriainclusiva e 
sustentável, buscando a inovação.
• Objetivo 10: reduzir a desigualdade, dentro ou entre os países.
• Objetivo 11: transformar cidades com assentamentos humanos em locais inclusivos, seguros, 
resilientes e sustentáveis.
• Objetivo 12: tornar a produção e o consumo sustentáveis.
• Objetivo 13: buscar ações urgentes e efetivas para combater mudanças climáticas.
• Objetivo 14: atentar-se à conservação e ao uso sustentável dos oceanos, mares e recursos 
marinhos.
• Objetivo 15: impor a proteção, recuperação e promoção para uso sustentável dos ecossistemas 
terrestres, buscando a sustentabilidade das florestas, combatendo a desertificação e degradação 
da terra.
• Objetivo 16: fomentar as sociedades de forma pacífica e inclusiva para o desenvolvimento 
sustentável, de modo que todos tenham acesso à justiça, através de instituições eficazes, 
responsáveis e inclusivas em todos os níveis.
• Objetivo 17: fortalecer os meios de implementação e revitalização visando a parceria global para 
o desenvolvimento sustentável.
Os ODS fornecem orientação mundial para encarar os desafios globais enfrentados pela comunidade 
internacional. Trata-se de proteger melhor os fundamentos naturais da vida e nosso planeta em todos 
os lugares e para todos, bem como preservar as oportunidades das pessoas de viver com dignidade e 
prosperidade ao longo de gerações (MOREIRA et al., 2019).
1.4 Responsabilidade social corporativa: responsabilidade social empresarial 
e responsabilidade social ambiental
Até recentemente, a maioria das grandes empresas era conduzida quase exclusivamente com 
um objetivo em mente: lucro. A maximização dos lucros estava no centro de todas as ações ou 
iniciativas adotadas.
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RESPONSABILIDADE SOCIAL NAS ORGANIZAÇÕES
Nas últimas décadas, porém, mais líderes empresariais reconheceram que têm a responsabilidade 
de fazer mais do que simplesmente maximizar os lucros para acionistas e executivos. Em vez disso, 
eles possuem a responsabilidade social de fazer o melhor não apenas para suas empresas, mas para as 
pessoas, o planeta e a sociedade em geral (NGUYEN et al., 2020).
A responsabilidade social é um conceito de gestão pelo qual as empresas integram preocupações 
sociais e ambientais em suas operações de negócios e interações com seus stakeholders. Essa percepção 
levou ao surgimento de instituições que se identificam como socialmente responsáveis. Algumas delas 
até carregam designações ou selos, como B Corporation (B Corp), sociedades de propósito social (SPCs) 
e sociedades de responsabilidade limitada (L3Cs) (NGUYEN et al., 2020).
 Observação
Nguyen et al. (2020) classificam as empresas em três tipos:
• A certificação B Corp é a designação de que uma empresa está 
atendendo a altos padrões de desempenho verificado, responsabilidade 
e transparência em fatores de benefícios de funcionários e doações 
de caridade para práticas da cadeia de suprimentos e insumos.
• A empresa de propósito social é aquela cuja razão de ser duradoura 
é criar um mundo melhor. Trata-se de um motor do bem, gerando 
benefícios sociais pelo próprio ato de fazer negócios. Seu crescimento 
é uma força positiva na sociedade.
• A sociedade de responsabilidade limitada (LLP) opera para promover 
significativamente a realização de um ou mais propósitos beneficentes 
ou educacionais da organização.
As corporações que adotam a responsabilidade social corporativa geralmente são organizadas 
de maneira que as capacita a ser e agir de maneira socialmente responsável. Trata-se de uma forma de 
autorregulação que pode ser expressa em iniciativas ou estratégias, dependendo dos objetivos de uma 
organização (SERAO et al., 2017).
Exatamente o que significa “socialmente responsável” varia de uma organização para outra. 
As empresas geralmente são guiadas por um conceito conhecido como triple bottom line, que 
determina que elas devem se comprometer a medir seu impacto social e ambiental, bem como seus 
lucros. As palavras lucro, pessoas e planeta são frequentemente usadas para resumir a força motriz 
por trás do triple bottom line (NGUYEN et al., 2020).
Existem três tipos de responsabilidade social das organizações, que se diferenciam de acordo com 
as práticas nelas desenvolvidas: responsabilidade social corporativa (RSC), responsabilidade social 
empresarial (RSE) e responsabilidade social ambiental (RSA).
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Unidade I
A responsabilidade social corporativa refere-se a como a empresa gerencia suas relações com 
seus funcionários e suas ações para melhoria de vida deles, seus familiares e comunidades em 
que estão inseridos. A RSC está associada ao compromisso contínuo da companhia em atuar de 
forma ética, buscando desenvolvimento econômico, mas, também, promover o desenvolvimento da 
qualidade de vida de sua força de trabalho, da comunidade em que fazem parte (RIBEIRO, 2002).
Já a responsabilidade social empresarial está relacionada não apenas com a empresa, mas, 
principalmente, com todos seus stakeholders. A definição do conceito se aproxima muito à da RSC, 
mas ao contrário desta, que foca o público interno, a RSE amplia sua atuação para toda a sociedade e 
stakeholders envolvidos. Além de desenvolver a responsabilidade social para os diretamente envolvidos 
no negócio, ela aumenta seu campo de atuação (RIBEIRO, 2002).
Por fim, temos a responsabilidade social ambiental. A RSA é o tipo mais completo e abrangente 
de responsabilidade social: além de todas as ações vistas na RSC e RSE. Aqui, são incluídas atitudes que 
reduzam o impacto negativo no meio ambiente. Uma empresa ao criar um planejamento ambiental tem 
ações bem claras e específicas para levar benefícios à sociedade e ao meio ambiente (RIBEIRO, 2002).
Portanto, os três tipos de responsabilidade social podem ser aplicados em diferentes instituições 
empresariais, em diversos contextos e com variados objetivos.
A responsabilidade social, ainda, pode ser tradicionalmente dividida em quatro categorias (SERAO 
et al., 2017):
• Responsabilidade econômica: apoia todas as suas decisões financeiras em seu compromisso de 
fazer o bem nas áreas listadas anteriormente. O objetivo final não é simplesmente maximizar os 
lucros, mas impactar positivamente o meio ambiente, as pessoas e a sociedade.
• Responsabilidade legal: significa deveres específicos impostos a uma pessoa para cuidar ou 
fornecer a outra, incluindo responsabilidade por obrigações pessoais conforme concedidas por meio 
de uma procuração ou ordem judicial. Como o negócio é uma entidade em si, também deve seguir 
leis e regras. Cada empresa tem a responsabilidade de operar nos limites estabelecidos pelas leis.
• Responsabilidade ética: representa manter – e até mesmo melhorar – seus resultados financeiros, 
ao mesmo tempo em que estabelece um padrão alto para dar uma contribuição positiva à 
sociedade. Em parte, os líderes esclarecidos da empresa podem desafiar os gerentes seniores e 
outros funcionários a estabelecer metas para atividades que vão desde a filantropia comunitária 
até a excelência ambiental. As responsabilidades éticas representam aquelas normas, padrões ou 
expectativas que refletem o que funcionários, consumidores e acionistas consideram justo para 
manter a proteção ou o respeito dos direitos morais das partes interessadas. Elas são importantes 
para a atuação de maneira consistente com as expectativas das normas sociais e éticas.
• Responsabilidade filantrópica: refere-se ao objetivo de uma empresa de tornar ativamente o 
mundo e a sociedade um lugar melhor. Além de agir da forma mais ética e ambientalmente amigável 
possível, as organizações movidas pela responsabilidade filantrópica em geral dedicam uma parte de 
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RESPONSABILIDADE SOCIAL NAS ORGANIZAÇÕES
seus ganhos. Enquanto muitas companhias doam para instituições de caridade e organizações sem 
fins lucrativos que se alinham com suas missões orientadoras, outras doam para causas nobres que 
não se relacionam diretamente com seus negócios. Outros chegam ao ponto de criar seu próprio 
fundoou organização de caridade para retribuir (SERAO et al., 2017, p. 17).
2 PRINCÍPIOS DA RESPONSABILIDADE SOCIAL
2.1 Formas de atuação em responsabilidade social
É inevitável a percepção que nos dias atuais as empresas passaram a entender que deve agir de forma 
a impactar, positivamente, a comunidade em que estão inseridas. O lucro se tornou uma consequência 
da boa atuação organizacional (INSTITUTO ETHOS, 2020).
A responsabilidade social corporativa, também conhecida como RSE, é o conceito de que uma 
empresa tem a responsabilidade de fazer o bem. RSE significa que uma empresa deve autorregular suas 
ações e ser socialmente responsável perante seus clientes, partes interessadas e o mundo em geral. Mas 
o que isso realmente significa na prática?
Tipos de responsabilidade social corporativa
A responsabilidade social corporativa é tradicionalmente dividida em quatro categorias: ambiental, 
ética, filantrópica e econômica.
Responsabilidade ambiental
A responsabilidade ambiental refere-se à crença de que as organizações devem se comportar da 
maneira mais ecológica possível. É uma das formas mais comuns. Algumas empresas usam o termo 
“gestão ambiental” para se referir a tais iniciativas.
As corporações que buscam adotar a responsabilidade ambiental podem fazê-la de várias maneiras:
• redução da poluição e da emissão de gases que contribuem para intensificação do efeito estufa;
• adoção do uso de plásticos biodegradáveis, além do aumento do reaproveitamento da água e 
reciclagem do lixo gerado pelo sistema produtivo;
• potencialização do uso de energia de fonte limpa, recursos sustentáveis e materiais reciclados ou 
parcialmente reciclados;
• criação de ações que busquem compensar o impacto ambiental negativo, por exemplo, plantando 
árvores, financiando pesquisas e doando para causas relacionadas.
As preocupações ambientais regularmente são machetes – seja um problema de longo prazo, como as 
mudanças climáticas globais, ou um problema mais local, como o derramamento de produtos químicos 
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Unidade I
tóxicos. As empresas que se alinham a esses esforços ajudam a minimizar os problemas ambientais 
tomando medidas como a redução da pegada de carbono geral. Embora as grandes corporações 
recebam a maior parte da atenção por seus compromissos ambientais – a General Mills se comprometeu 
com uma redução de 28% nas emissões de gases de efeito estufa, por exemplo – também há muitas 
oportunidades para pequenas e médias instituições (TENÓRIO, 2015).
Muitas ações podem ser desenvolvidas pelas organizações. É possível elaborar programas de 
reciclagem de resíduos, uso de energia limpas (eólica, por exemplo), redução do uso de produtos químicos. 
Veja que estes são alguns caminhos, mais simples, para que a companhia possa iniciar sua atuação em 
responsabilidade ambiental. Tais ações podem, também, ser desenvolvidas em efeito cascata, envolvendo 
tanto os fornecedores quanto os revendedores de seus produtos, ampliando os compromissos ambientais 
a toda cadeia de suprimentos (TENÓRIO, 2015).
Responsabilidade ética
A responsabilidade social é uma teoria ética na qual os indivíduos são responsáveis pelo cumprimento 
de seu dever cívico, e as ações de um indivíduo devem beneficiar toda a sociedade. Dessa forma, é preciso 
haver um equilíbrio entre o crescimento econômico e o bem-estar da sociedade e do meio ambiente. Se 
esse equilíbrio for mantido, a responsabilidade social será cumprida.
As empresas desenvolveram um sistema de responsabilidade social adaptado ao seu ambiente. Se a 
responsabilidade social é mantida em uma corporação, os funcionários e o meio ambiente são 
considerados iguais à economia dela. Tal manutenção garante que a integridade da sociedade e o meio 
ambiente sejam protegidos.
Muitas vezes, as implicações éticas de uma decisão/ação são negligenciadas para ganho pessoal 
e os benefícios são em geral materiais. Isso frequentemente se manifesta em empresas que tentam 
burlar as regulamentações ambientais. A premissa da responsabilidade ética é que como os negócios 
são agentes que realizam ações que afetam o mundo ao seu redor, eles devem se comportar de maneira 
que não causem danos, sofrimento, desperdício ou destruição injustificados. Podemos entender a 
responsabilidade ética em termos de quem ou o que as ações da empresa afetam.
As comunidades locais e instituições de caridade sempre precisam de ajuda. Líderes empresariais 
inteligentes sabem que estar envolvido na comunidade de maneira produtiva também é bom para a 
empresa. Dê aos funcionários a oportunidade de ajudar uma escola local a plantar árvores ou trabalhar 
com o conselho da cidade para lidar com os sem-teto na área. Os líderes empresariais têm a oportunidade 
de escolher onde investir os esforços voluntários para melhor ajudar a área local com a instituição. O 
importante para as corporações é escolher uma causa e contribuir com seu tempo (TENÓRIO, 2015).
Responsabilidade filantrópica
A responsabilidade filantrópica refere-se ao objetivo de uma empresa de ativamente tornar o mundo 
e a sociedade um lugar melhor. Além de agir da forma mais ética e ambientalmente amigável possível, 
as organizações movidas pela responsabilidade filantrópica geralmente dedicam uma parte de seus 
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ganhos. Ela envolve o ato de promover e melhorar o bem-estar e a boa vontade humana. Isso também 
pode ser descrito como ser um bom cidadão corporativo. É digno de nota que a pirâmide de Carroll 
representa uma das primeiras tentativas de mesclar responsabilidades tangíveis e intangíveis que são 
responsabilidades econômicas e sociais, respectivamente.
Ainda conforme Tenório (2015), as maiores empresas possuem diretrizes filantrópicas. Podemos 
citar como exemplo a Microsoft, que colabora de modo direto com a Fundação Bill e Melinda Gates 
para levar tecnologia a comunidades em todos os lugares. Ela compreende que seu sucesso requer não 
apenas inovação contínua, mas a construção de uma próxima geração capaz de entender, empregar e 
aperfeiçoar a tecnologia.
Responsabilidade econômica
A responsabilidade econômica é a prática de uma empresa apoiar todas as suas decisões financeiras 
em seu compromisso de fazer o bem nas áreas listadas anteriormente. O objetivo final não é simplesmente 
maximizar os lucros, mas impactar positivamente o meio ambiente, as pessoas e a sociedade (TENÓRIO, 2015).
2.2 Responsabilidade social corporativa e cidadania empresarial
No mundo de hoje, espera-se cada vez mais que as empresas sejam responsáveis por como suas 
práticas impactam a sociedade e o meio ambiente. A responsabilidade social corporativa (RSC) não é 
mais apenas uma prática comercial respeitada ou um diferencial da marca, mas uma demanda social 
e econômica.
Ela define o modelo de negócios e o grau de responsabilidade que as empresas devem manter 
para ter um impacto positivo no mundo. O modelo de RSC descreve como uma companhia pode ser 
responsável perante si mesma, sua equipe, seus stakeholders, o público e os ambientes global e local.
Todos os negócios têm responsabilidades éticas e legais básicas; no entanto, os negócios mais 
bem-sucedidos estabelecem uma base sólida de cidadania corporativa, demonstrando um compromisso 
com o comportamento ético ao criar um equilíbrio entre as necessidades dos acionistas e aquelas da 
comunidade e do meio ambiente no entorno. Essas práticas ajudam a atrair consumidores e estabelecer 
fidelidade à marca e à empresa (SALGADO, 2021).
A implementação de um modelo de RSC faz mais do que apenas ajudar o meio ambiente e a 
sociedade, tem um impacto positivo na reputação de uma empresa. À medida que as pessoas estão se 
tornando mais socialmente conscientes, elas optam por priorizar negócios focados na responsabilidade 
social. As práticas de RSC também ajudam a aumentar o moral dos funcionários, pois colaboradores e 
empregadores ganham um maior senso de propósito em seu trabalho.
Compreender as formas adequadas de implementar um modelo de RSC tornou-se

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