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Livro do Professor Biologia Volume 8 ©Editora Positivo Ltda., 2015 Dados Internacionais para Catalogação na Publicação (CIP) (Maria Teresa A. Gonzati / CRB 9-1584 / Curitiba, PR, Brasil) B663 Bobato, Vilmarise. Biologia : ensino médio / Vilmarise Bobato ; reformulação dos originais de Augusto Borba ; ilustrações Divo ... [ et al. ]. – Curitiba : Positivo, 2016. v. 8 : il. Sistema Positivo de Ensino ISBN 978-85-467-0404-0 (Livro do aluno) ISBN 978-85-467-0405-7 (Livro do professor) 1. Biologia. 2. Ensino médio – Currículos. I. Borba, Augusto. II. Divo. III. Título. CDD 373.33 Presidente: Ruben Formighieri Diretor-Geral: Emerson Walter dos Santos Diretor Editorial: Joseph Razouk Junior Gerente Editorial: Júlio Röcker Neto Gerente de Arte e Iconografia: Cláudio Espósito Godoy Autoria: Vilmarise Bobato; reformulação dos originais de Augusto Borba Supervisão Editorial: Jeferson Freitas Edição de Conteúdo: Milena dos Passos Lima (Coord.), Ana Paula de Amorim, Cláudia Wagner de Castro e Luciane Lazarini Edição de Texto: Paula Garcia da Rocha Revisão: Mariana Bordignon e Willian Marques Supervisão de Arte: Elvira Fogaça Cilka Edição de Arte: Angela Giseli de Souza Projeto Gráfico: YAN Comunicação Ícones: ©Shutterstock/ericlefrancais, ©Shutterstock/Goritza, ©Shutterstock/Lightspring, ©Shutterstock/Chalermpol, ©Shutterstock/Macrovector e ©Shutterstock/Blinka Imagens de abertura: ©iStockphoto.com/pixdeluxe e ©iStockphotor/Asiseeit Editoração: Rafaelle Moraes Ilustrações: Divo, Eduardo Borges, Jack Art, Luis Moura, Marcos Gomes e Thiago Brayner Pesquisa Iconográfica: Janine Perucci (Supervisão) e Marina Gonçalves Grosso Engenharia de Produto: Solange Szabelski Druszcz Produção Editora Positivo Ltda. Rua Major Heitor Guimarães, 174 – Seminário 80440-120 – Curitiba – PR Tel.: (0xx41) 3312-3500 Site : www.editorapositivo.com.br Impressão e acabamento Gráfica e Editora Posigraf Ltda. Rua Senador Accioly Filho, 431/500 – CIC 81310-000 – Curitiba – PR Tel.: (0xx41) 3212-5451 E-mail : posigraf@positivo.com.br 2018 Contato editora.spe@positivo.com.br Todos os direitos reservados à Editora Positivo Ltda. 15 16 Sumário O projeto gráfico atende aos objetivos da coleção de diversas formas. As ilustrações, os diagramas e as figuras contribuem para a construção correta dos conceitos e estimulam o envolvimento com os temas de estudo. Assim, fique atento aos seguintes ícones: Fora de escala numéricaFormas em proporçãoColoração artificial Imagem ampliadaImagem microscópicaColoração semelhante ao natural Representação artísticaEscala numéricaFora de proporção Fisiologia humana: excreção e reprodução .....4 Sistema urinário ....................................................................................................5 Sistema genital ...................................................................................................10 Fisiologia humana: controle e percepção ...... 32 Sistema endócrino ...............................................................................................33 Sistema nervoso ..................................................................................................40 Sistema sensorial ................................................................................................48 Noções de primeiros socorros ..............................................................................56 Acesse o livro digital e conheça os objetos digitais e slides deste volume. 4 Os rins são órgãos altamente vascularizados e ligados a importantes artérias e veias. São responsáveis por filtrar o sangue, retirando resíduos metabólicos e controlando a quantidade de água e sais do corpo. Também auxiliam no controle da pressão arterial e produzem hormônios relacionados ao metabolismo do cálcio. 1. A excreção realizada pelos rins é uma das funções vitais dos seres humanos, e alterações em seu funcionamento podem desencadear graves consequências ao organismo. O que devemos fazer para manter o bom funciona- mento dos rins? 2. De que maneira a complexa rede sanguínea dos rins está ligada às funções que esses órgãos desempenham no organismo? Os rins são órgãos altamente vascularizados e ligados a importantes artérias e veias São responsáveis por filtrar Ponto de partida Fisiologia humana : excreção e reprodu ção 15 1 Getty Images/MedicalRF.com 55 Objetivos da unidade: reconhecer as estruturas e as fun- ções do sistema urinário humano; identificar as diferenças anatômi- cas e fisiológicas entre os sistemas genitais do homem e da mulher e discutir aspectos da sexualidade humana; compreender o processo de game- togênese humana. Objetivos da unidade: reconhecer as estruturas e as fun- Sistema urinário Constituído por dois rins e pelas vias urinárias, atua de forma harmoniosa com diversos outros sistemas do orga- nismo, o que favorece a existência de um ambiente interno equilibrado, ou seja, a homeostase. Isso se deve ao fato de o sistema urinário retirar do sangue os compostos nitrogena- dos, como amônia, ureia e ácido úrico, produzidos pela degra- dação de proteínas durante o metabolismo celular, os quais, em alta concentração no corpo, tornam-se extremamente tóxicos. Nas mulheres, a uretra é mais curta e elimina apenas urina. Nos homens, a uretra é mais longa e, além da urina, também elimina o sêmen. Sistema urinário do homem Sistema urinário da mulher Ureteres Bexiga urinária Uretra Rins Rins Pênis Bexiga urinária Ureteres Testículos OváriosUretra no interior do pênis Útero Bexiga urinária Bexiga urinária D iv o. 2 01 3. D ig ita l. Representação esquemática dos sistemas urinários do homem e da mulher A eliminação de resíduos celulares do corpo humano denomina-se excreção, e os mecanismos utilizados nesse processo envolvem diferentes estruturas. Por exemplo, o gás carbônico é transportado pelo sangue e eliminado pelo sistema respiratório na expiração; os compostos nitrogenados dissolvidos no sangue são eliminados no suor e, princi- palmente, na urina. As fezes, no entanto, não são consideradas uma excreção, pois são formadas pelos restos do processo de digestão, e não do metabolismo celular, não sendo resíduos das reações químicas que ocorrem nas células. Rins São dois órgãos castanho-avermelhados que se encontram na região abdominal, um de cada lado da coluna vertebral. Apre- sentam, aproximadamente, 12 cm de comprimento e sua função está relacionada à filtragem do sangue, retirando os resíduos me- tabólicos nitrogenados, principalmente a ureia, que, com a água, compõe a maior parte da urina. Durante a formação da urina, os rins regulam a maioria dos constituintes do plasma sanguíneo, como água, sais minerais (potássio, cloreto, sódio), glicose, aminoácidos, vitaminas e mui- tas outras substâncias em menor quantidade. Com isso, o sangue conserva as concentrações de seus componentes. Ressalte que a composição do suor é semelhante à da urina. Contudo, o que os diferencia é o fato de a concentração de sais minerais, ureia e ácido úrico ser bem maior na urina que no suor. Córtex renal Veia renal Artéria renal Ureter Pelve renal Medula renal } Representação esquemática da estrutura interna dos rins D iv o. 2 01 2. D ig ita l. Veia renal Artéria renal Medula Córtex Cápsulas glomerulares Artéria Veia Ducto coletor Capilares Ducto coletor Alça néfrica Cápsula glomerular Glomérulo Túbulo contorcido proximal Túbulo contorcido distal Formação da urina A urina é formada seguindo estas três etapas: filtração glomerular, reabsorção tubular e secreção tubular. Filtração glomerular O sangue a ser filtrado entra no rim pela artéria renal e chega ao glomérulo sob pressão, fazendo com que apro- ximadamente 12% de seu plasma passe para a cápsula glomerular. Ascélulas do sangue e as moléculas grandes (maioria das proteínas) ficam retidas, pois não conseguem atravessar as paredes do glomérulo, e voltam para o san- gue circulante. O líquido recolhido pela cápsula glomerular contendo moléculas pequenas, como água, glicose, aminoácidos, sais minerais, ureia, ácido úrico e amônia, denomina-se urina primária, que segue pelo túbulo contorcido proximal. Néfrons A formação da urina ocorre no interior das unidades funcionais dos rins, denominadas néfrons (do grego nephros, rim). Cada rim apresenta cerca de 1 milhão dessas unidades, as quais são constituídas pela cápsula glomerular (cápsula de Bowman) e pelo túbulo renal. • Cápsula glomerular: trata-se de uma porção dilatada e em forma de taça que se localiza na extremidade de cada néfron. Dentro dessa cápsula, há um pequeno novelo de capilares sanguíneos, denominado glomérulo renal. Esses capilares formam-se a partir das ramificações da artéria renal e são responsáveis pela filtração do sangue. • Túbulo renal: tubo que, ao sair do glomérulo, percorre um caminho sinuoso e apresenta três regiões, onde ocorrem as etapas da formação da urina – túbulo contorcido proximal, alça néfrica (alça de Henle) e túbulo contorcido distal, que termina no ducto coletor. D iv o. 2 01 2. D ig ita l. Representação esquemática da estrutura de um néfron Capilares do glomérulo Cápsula glomerular Filtrado glomerular Solutos Proteínas Arteríola eferente Arteríola aferente Ja ck A rt . 2 01 2. D ig ita l. A passagem de substâncias menores caracteriza a filtração glomerular. Ingerir pouca água dificulta a atividade dos rins e pode ocasionar a crista- lização de ácido úrico e sais minerais nos inúmeros túbulos no interior desses órgãos, formando os cálculos renais, popularmente chamados de “pedras nos rins”. Esses cálculos dificultam o funcionamento renal, e sua eliminação pode ocorrer com a urina, processo muito doloroso, ou por meio de cirurgia. Cálculos renais de diferentes formas e tamanhos © Sh u tt er st oc k/ Ev an L or n e 6 Volume 8 Reabsorção tubular Ocorre durante o percurso da urina primária no interior do túbulo renal. Cerca de 99% da água da urina primária volta à circulação sanguínea por meio desse processo; apenas 1% dessa água compõe a urina final. Além da água, sais minerais, moléculas de glicose e aminoácidos são reabsorvidos e devolvidos ao sangue. Após o mecanismo de reabsorção, o líquido que chega ao ducto coletor (final do túbulo renal) apresenta concen- tração e composição bem diferentes das do plasma sanguíneo. Secreção tubular Os capilares sanguíneos localizados ao redor dos túbulos renais condu- zem, especialmente, ureia do sangue para o interior desses túbulos. Desse modo, o excesso de água e sais minerais e os produtos nitrogenados, como ureia (excreta principal) e uma pequena quantidade de ácido úrico, che- gam aos ductos coletores, ocorrendo a formação da urina. Do ducto coletor, a urina é conduzida para uma cavidade denominada pelve renal e daí para o ureter. Este conduz a urina até a bexiga urinária, que tem capacidade de armazená-la. Vias urinárias Após a filtração do sangue pelos rins, forma-se a urina, líquido que deve ser conduzido pelas vias urinárias para posterior eliminação do organismo. Essas vias são formadas pela pelve renal, pelos ureteres, pela bexiga urinária e pela uretra. • Pelve renal: região dilatada em forma de funil que recebe a urina produzida e a encaminha aos ureteres. • Ureteres: dois tubos finos e compridos (25 a 30 cm) que realizam contrações musculares para que a urina possa chegar à bexiga urinária. • Bexiga urinária: bolsa muscular que armazena a urina até o momento da micção. À medida que a urina se acu- mula na bexiga, suas paredes elásticas se distendem. A vontade de urinar acontece porque, ao se dilatarem, as terminações nervosas dos músculos da parede da bexiga urinária levam o impulso nervoso ao SNC, informando que a urina precisa ser eliminada. • Uretra: canal que leva a urina da bexiga ao exterior do corpo no momento da micção. Nos homens, a ure- tra também propicia a passagem do sêmen durante a ejaculação. Neles, esse canal mede, aproximadamente, 20 cm de comprimento. Já nas mulheres, a uretra é bem menor (medindo entre 4 e 5 cm) e, em seu interior, ocorre somente a passagem da urina. Controle hormonal da excreção urinária A reabsorção tubular é controlada por mecanismos hormonais, ou seja, algumas glândulas liberam hormônios que atuam na permeabilidade das membranas celulares dos túbulos renais. Com isso, ocorre a passagem de substâncias das células tubulares ao sangue. A aldosterona é um hormônio produzido pelas glândulas suprarrenais (adrenais), localizadas acima dos rins. Sua função é aumentar a reabsorção ativa de íons, como sódio (Na+). Desse modo, o sangue fica mais concentrado e, por osmose, a água passa do túbulo para a corrente sanguínea, ocasionando um aumento na pressão arterial. Todos os dias, o volume de sangue do co rpo é filtrado várias vezes, mantendo a home os- tase e eliminando as excretas. Quanto maior a quantidade de líquidos ingerida, maior é o volume de urina produzida. Sugestão de texto complementar.2 Biologia 7 A excreção é uma das funções vitais dos seres vivos, ou seja, se ela não for realizada, em pouco tempo o organismo morre. Em relação a esse assunto, elabore um quadro elencando o modo de excreção realizada por peixes, anfíbios, répteis, aves e mamíferos. Indique, sobretudo, as diferenças nas principais substâncias excretadas nos ambientes aquático e terrestre. O ADH (hormônio antidiurético ou vasopressina) é produzido no hipotálamo e liberado pela região posterior da glândula hipófise ou neuro-hipófise. Ao ser lançado na corrente sanguínea, o ADH passa a atuar sobre os túbulos renais, tornando as células tubula- res mais permeáveis à passagem de água, ou seja, esse hormônio amplia a capacidade de reabsorção tubular, aumentando o retorno da água à corrente sanguínea. Com isso, a urina torna-se menos diluída, pois seu volume diminui e sua concentração aumenta. As bebidas alcoólicas inibem a produção do ADH, diminuindo a reabsorção tubular. Isso faz aumentar a quantidade de água na urina, deixando-a mais diluída e com volume maior. Consequen- temente, a pessoa tem mais vontade de urinar. Problemas renais Qualquer problema que afete o funcionamento dos rins ou do sistema urinário ocasiona graves consequências em todo o organismo, pois a eliminação dos compostos nitrogenados é interrompida, levando à intoxicação. A água e os sais minerais também passam a se acumular nos tecidos e no sangue, fazendo com que a pessoa fique inchada e a pressão arterial se eleve. A perda da função renal, se não tratada, leva a pessoa à morte em duas semanas. Atualmente, esse problema pode ser tratado de três maneiras, e todas elas têm como objetivo substituir as funções dos rins: diálise peritoneal, hemodiá- lise e transplante renal. A diálise peritoneal é um processo artificial que retira, por meio da filtração, as substâncias indesejáveis acumula- das pela insuficiência renal crônica. Isso pode ser feito usando a membrana filtrante do rim artificial e/ou da membrana peritoneal do próprio paciente. Na hemodiálise, é feita a filtragem mecânica do san- gue por meio de uma máquina, o que deve ser realizado em hospitais e com intervalos de dois ou três dias, com uso concomitante de medicamentos. Esse procedimento debili- ta os pacientes, que precisam realizá-lo até encontrarem um doador compatível para fazer um transplante renal. Em todos os casos que envolvem transplantes de ór- gãos, como no transplante renal, a situação é muito de- licada, pois a pessoa doadora deve ser compatível com o paciente receptor. Encontrar um doador compatível não é uma tarefa fácil. Por esse motivo, existem muitas pessoas aguardando para fazer um transplante. O diabetes insipidus,doença não relacionada à falta de insulina ou ao aumento de glicose no san gue, ocorre especialmente por dois motivos: por um defeito no SNC, que inibe a produção e a secreção de ADH, mes- mo em casos de desidratação, e por uma deficiência nas células dos túbulos renais, que não re spondem à presença do hormônio. Nos dois casos, o resultado é uma intensa diurese (poliúria) e, por isso , as pessoas que sofrem desse problema se desidratam facilmente e têm muita sede. © Sh u tt er st oc k/ Pi cs fiv e Na hemodiálise, uma máquina desempenha a função dos rins de filtrar o sangue. Sugestão de encaminhamento sobre transplante de órgãos.3 Organize as ideias 4 Sugestão de resposta. 8 Volume 8 1. Como os rins auxiliam na manutenção da homeos- tase no corpo humano? Qual é a relação desse pro- cesso com o equilíbrio das substâncias dissolvidas no sangue? Os rins realizam a eliminação dos compostos nitrogenados, que são tóxicos ao organismo. Além disso, ao filtrarem o sangue, possibilitam que este conserve as concentrações de seus componentes, mantendo seu equilíbrio também nos outros tecidos do corpo. 2. (UEPG – PR) A figura abaixo representa o funciona- mento de um nefro humano para os mecanismos de filtração, reabsorção e secreção. Com relação a todo o processo que ocorre no nefro, assinale o que for correto. Fonte: Linhares, S.; Gewandsznajder, F. Biologia hoje, os seres vivos. Volume 2. Editora Ática. São Paulo. 2010 X (01) Em 1 e 2, glomérulo e cápsula, respectivamente, ocorre a filtração. Nessa etapa, a pressão do san- gue expulsa, do glomérulo para a cápsula, a água e as pequenas partículas dissolvidas no plasma, como sais, moléculas orgânicas simples e ureia. X (02) Em 3 está representado o túbulo contorcido pro- ximal. As células da parte inicial desse túbulo reabsorvem, por transporte ativo, quase toda a glicose, os aminoácidos e parte dos sais. Atividades X (04) Após a reabsorção da glicose, dos aminoácidos e dos sais, o sangue fica mais concentrado que o líquido do túbulo. Nessa etapa, boa parte da água é reabsorvida por osmose. (08) Em 5 e 6, alça de Henle e túbulo distal, respec- tivamente, ocorre a ação dos hormônios aldos- terona e antidiurético (ADH). Ambos agem para eliminar o máximo de água na urina. (16) Na fisiologia humana, o sistema de controle da pressão arterial não está envolvido com os hor- mônios e o sistema de excreção e reabsorção de um nefro. 3. (UFG – GO) Em relação à excreção humana, responda. a) Quais são os órgãos do aparelho renal humano? Rins, ureteres, bexiga urinária e uretra. b) Quais são as estruturas microscópicas dos rins res- ponsáveis pela filtração e regulação da composição química do sangue? Néfrons. c) Qual é a composição normal da urina humana? A urina deve conter apenas água, sais minerais e excretas nitrogenadas, como ureia e traços de ácido úrico. d) Quais os principais processos que ocorrem, respec- tivamente, no glomérulo localizado na cápsula de Bowman e no túbulo do néfron? Nos glomérulos, ocorre a filtração do sangue arterial e, nos túbulos do néfron, ocorre a reabsorção das substâncias úteis ao organismo. e) Cite uma substância orgânica filtrada que será reabsorvida pelo sangue e dê o nome da principal substância tóxica que será filtrada e posteriormente eliminada pela urina. Glicose e ureia. Biologia 9 4. O diabetes mellitus é uma doença relacionada ao aumento da concentração de glicose no sangue em virtude de uma deficiência na produção de insulina ou na resposta a esse hormônio, o que afeta de diversas maneiras o metabolismo corporal. Um dos sintomas que ajuda a identificar esse problema são os altos níveis de produção de urina. Como isso pode ser explicado? Como o nível de glicose no sangue é alto, esse excesso, que não é reabsorvido nos rins, é eliminado na urina, sendo necessária uma quantidade maior de água para dissolver a glicose. Assim, o volume de urina aumenta, e a pessoa passa a tomar mais água para repor o líquido eliminado. O diabetes mellitus difere do diabetes insipidus, pois, no segundo caso, a maior eliminação de água na urina é causada por uma deficiência na produção de ADH ou na resposta a esse hormônio. Sugestão de atividades: questões 1 a 4 da seção Hora de estudo. Sistema genital Na espécie humana, a maturidade sexual possibilita que o organismo tenha condições biológicas de produzir hormônios sexuais e células reprodutivas (gametas), tornando-se apto a gerar descendentes por meio do processo reprodutivo. Os sistemas genitais do homem e da mulher estão envolvidos nesse processo, produzindo e sofrendo a ação de hormônios, o que desencadeia mudanças fisiológicas e anatômicas que propiciam a produção de gametas e o desenvolvimento do embrião no interior do corpo da mulher. Sistema genital do homem É formado pelo pênis, bolsa escrotal (que abriga os testículos), glândulas acessórias e vias espermáticas (incluindo a uretra, canal compartilhado com o sistema urinário). Além das funções relacionadas ao ato sexual, esse sistema é responsável pela produção do hormônio sexual (testosterona) e das células reprodutivas (espermatozoides). Rins Ureteres Vesícula seminal Ducto ejaculatório Bolsa escrotal Epidídimo Glândula bulbouretral Ureter liga os rins à bexiga urinária Ducto deferente Bexiga urinária Próstata Uretra Testículo Pênis Porção do intestino grosso Ânus Bexiga urinária D iv o. 2 01 2. D ig ita l.Ja ck A rt . 2 01 5. D ig ita l. Representação esquemática do sistema genital do homem Formação e maturação dos espermatozoides Os testículos são duas glândulas sexuais (gônadas) que apresentam a forma oval, com cerca de 5 cm de compri- mento, e se localizam fora da cavidade abdominal, no interior da bolsa escrotal. As paredes da bolsa escrotal são finas e auxiliam na manutenção da temperatura interna ideal para a produção de espermatozoides, que é, aproximadamente, 3 °C mais baixa que a temperatura corporal. Neste material, foram utilizados os termos homem e mulher, me- nino e menina como denominações relacionadas à determinação de sexo biológico, o qual corresponde às características fenotípicas e genotípicas do corpo, não envolvendo questões de gênero. 10 Volume 8 Cada testículo é formado por uma rede de numerosos canais fortemen- te enovelados, denominados túbulos seminíferos. Nas paredes desses finíssi- mos túbulos, inicia-se a produção de espermatozoides, processo denominado espermatogênese. Dos túbulos seminíferos, os espermatozoides seguem para o epidídimo (canal enovelado com cerca de 6 m), onde amadurecem. Os esper- matozoides levam dois dias para passar pelo epidídimo, período em que adquirem motilidade. A espermatogênese dura cerca de 70 dias. Os dois testículos pro- duzem, em média, 120 milhões de espermatozoides por dia. Os testículos contêm células (epi- teliócitos sustentadores) que nutrem os espermatozoides e células intersticiais (de Leydig), as quais secretam testosterona, hormônio que atua na formação dos es- permatozoides e no desenvolvimento e manutenção das características sexuais secundárias do homem, como engros- samento das pregas vocais, presença de pelos pubianos e desenvolvimento muscular. Epidídimo Ducto deferente Túbulos seminíferos Testículo Ja ck A rt . 2 01 2. D ig ita l. D iv o. 2 01 4. D ig ita l. Representação esquemática de corte longitudinal do testículo mostrando a disposição dos túbulos seminíferos Armazenamento e liberação dos espermatozoides Depois de formados, os espermatozoides ainda percorrem canais com diâmetro variável até serem eliminados pela uretra. Para que possam ser liberados pela ejaculação, ondas de contração muscular comprimem os espermatozoides em seus fluidos, possibilitando que saiam do epidídimo e se encaminhem ao longo do ducto deferente. Além de propiciar a liberação dos espermatozoides, o ducto deferenteos armazena, mantendo a fertilidade dos gametas por até um mês. Se não forem eliminados, os espermatozoides se degenerarão e serão reabsorvidos. O ducto deferente direito liga-se ao esquerdo, chegando à porção posterior da bexiga urinária, onde recebe o con- duto secretor das vesículas seminais e passa a se chamar ducto ejaculatório. Ao atravessar a próstata, o ducto ejacula- tório abre-se na uretra. No homem, a uretra apresenta dupla função, conduzindo a urina durante a micção (eliminação da urina) e os espermatozoides na ejaculação. Glândulas acessórias São glândulas anexas do sistema genital do homem responsáveis pela produção de secreções que se misturam aos espermatozoides, constituindo o sêmen. Essas secreções têm a função de facilitar o deslocamento e a nutrição dos espermatozoides. • Vesículas seminais: são duas glândulas responsáveis pela formação do líquido (ou fluido) seminal que é lan- çado no ducto ejaculatório. Localizadas logo abaixo da bexiga urinária, sua secreção é clara, fluida e alcalina, auxiliando na neutralização da acidez vaginal. As secreções dessas vesículas correspondem a cerca de 60% do volume do sêmen e são compostas de carboidratos, como a frutose, utilizada pelos espermatozoides na produ- ção de energia em suas mitocôndrias para a mobilidade. • Próstata: glândula de consistência esponjosa com, aproximadamente, 4 cm de diâmetro. Sua função é produzir secreções prostáticas, que auxiliam na condução dos espermatozoides. Essas secreções correspondem a cerca de 30% do sêmen. Além de produzir o líquido prostático, a próstata enche-se de sangue durante o estímulo sexual. Isso faz aumentar seu tamanho, auxiliando na obstrução do canal urinário que sai da bexiga urinária. Desse modo, o homem não consegue urinar e ejacular ao mesmo tempo. Durante a ejaculação, a urina não é liberada, pois o esfíncter (anel muscular) da base da bexiga urinária se fecha. Biologia 11 Envoltório fibroso Corpos cavernosos Glande Prepúcio Veias dorsais Artérias e nervos dorsais Corpo esponjoso Uretra Corpos cavernosos • Glândulas bulbouretrais: produzem uma secreção viscosa (correspondente a 5% do sêmen) que, por ação nervosa, lubrifica a glande do pênis, facilitando o ato sexual. Essa secreção também neutraliza a acidez dos restos de urina que existem na uretra. Pênis É o órgão sexual do homem. Em seu interior, encontram-se a uretra (canal comum aos sistemas urinário e genital) e os tecidos esponjosos (corpo esponjoso e corpos cavernosos), ricos em vasos sanguíneos. Em grande parte, a uretra localiza-se no interior de uma estrutura esponjosa longitudinal ao pênis, denominada corpo esponjoso. Os corpos cavernosos dispõem-se paralela e dorsalmente ao corpo esponjoso. Em função de estímulos do sistema nervoso au- tônomo, os vasos sanguíneos que irrigam os corpos cavernosos e o corpo esponjoso intensificam o fluxo de sangue nessas estruturas, o que possibilita o aumento e a maior rigidez do pênis, provocando a ereção. A região terminal do pênis forma a glande, estrutura constituída de uma pele fina e muitas terminações nervosas, apresentando grande sensibilidade à estimulação sexual. A glande é recoberta por uma prega protetora denominada prepúcio, que pode ser removida por meio de um procedimento cirúrgico conhecido como circuncisão. A completa retração do prepúcio, para higienização da glande, é muito importante, principalmente para prevenir problemas como a fimose e o câncer de pênis. O câncer de pênis está relacionado à má higien ização do pênis e a relações sexuais sem camisinha (há dado s científicos que sugerem que o vírus HPV, transmitido sexualmente e que pode ocasionar câncer de útero nas mulheres, também pode desen cadear essa doença). Lu is M ou ra . 2 01 2. D ig ita l. Ja ck A rt e D iv o. 2 01 5. D ig ita l. Representação esquemática do corte transversal da estrutura interna do pênis Organize as ideias Desde a produção até a liberação para o meio externo na ejaculação, os espermatozoides passam por diversos órgãos do sistema genital do homem e se misturam a diferentes secreções. Monte um esquema elencando essa sequência de eventos ou produza um texto resumindo as principais etapas. Sugestão de resposta.5 12 Volume 8 Sistema genital da mulher É formado pelos órgãos externos (pudendo ou vulva e abertura vaginal) e internos (ovários, útero, tubas uterinas e vagina). A sustentação dos órgãos genitais internos é realizada por um conjunto de ligamentos constituídos por cor- dões fibrosos de tecido conjuntivo denso modelado. Tuba uterina Útero Ovário Vagina Clitóris Conjunto de lábios Abertura da vagina Bexiga urinária Uretra Abertura da uretra Porção do intestino grosso Ânus D iv o. 2 00 8. D ig ita l. Ja ck A rt . 2 01 5. D ig ita l. Representação esquemática do sistema genital da mulher Ovários São duas pequenas glândulas sexuais (gônadas), com aproximadamente 3 cm de comprimento, localizadas no abdômen, à direita e à esquerda do útero. Sua função é produzir o ovócito secundário (gameta) durante o ciclo repro- dutivo. Os ovários também produzem os hormônios estrogênio e progesterona. O estrogênio é o hormônio sexual responsável pelas características sexuais secundárias da mulher, como aumen- to da vagina e desenvolvimento dos lábios que a circundam, presença de pelos pubianos, alargamento dos quadris e desenvolvimento das mamas. Esse hormônio também estimula o crescimento de todos os ossos logo após a puber- dade, porém provoca rápida calcificação óssea. Por isso, a mulher cresce mais rápido que o homem nessa fase. Além disso, o estrogênio é fundamental para o desenvolvimento do endométrio (revestimento da parede uterina) durante o ciclo reprodutivo. A progesterona tem pouca relação com o desenvolvimento dos caracteres sexuais femininos. Sua principal função é a preparação do útero para a implantação do embrião e das mamas para a lactação. Tubas uterinas São dois ductos (canais), com cerca de 12 cm de comprimento cada, que ligam os ovários ao útero. Quando o folículo maduro, situado na parede do ová- rio, se abre, o ovócito secundário é guiado pelas fím- brias (franjas que envolvem o ovário) para o interior da tuba uterina. Em seguida, as contrações musculares da tuba uterina, com o movimento ciliar ondulatório de seu revestimento interno, possibilitam que o ovócito secundário siga em direção ao útero. De modo geral, o processo de fecundação ocorre no terço final da tuba uterina, próximo à região das fímbrias. Representação esquemática do caminho percorrido pelo ovócito secundário, após sua liberação do ovário, e da fixação do embrião no útero, depois da fecundação Útero Tuba uterina Ovócito secundário Fímbrias Ovário D iv o. 2 00 5. D ig ita l. Biologia 13 Útero O útero é um órgão musculoso que aloja o embrião durante a gestação. É formado por uma parede muscular espessa, denominada miométrio, com grande capacidade de distensão. Seu revestimento interno é constituído por um tecido bastante vascularizado chamado endométrio, local onde o embrião geralmente se fixa (nidação) após a fecundação. O colo uterino é a região inferior do útero que se estende em direção à vagina. Ao final da ges- tação, essa região se torna mais fina e macia, favore- cendo o parto. A menstruação consiste na descamação da parte su- perficial do endométrio e acontece quando não ocorre a fecundação. A constrição e a ruptura de vasos sanguíneos da camada superficial do útero liberam grande quanti- dade de água e sangue, que se exterioriza pela vagina, caracterizando o fluxo menstrual. Vagina É formada por um canal muscular com cerca de 8 cm de comprimento que se estende desde o orifício vaginal até o colo do útero, constituindo o órgão copulatório da mulher. As paredes vaginais apresentam grande elastici- dade e contratilidade, possibilitando a eliminação do san- gue menstrualdo endométrio e a saída do bebê durante o parto. Na vagina, aproximadamente a 2 cm da abertura vagi- nal, existe uma membrana mucosa perfurada e altamente vascularizada, denominada hímen, cuja função é proteger a entrada da vagina. O hímen apresenta um orifício central que possibilita a saída do fluxo menstrual. Essa membrana geralmente é rompida durante a primeira relação sexual, provocando ou não um sangramento, que pode variar em quantidade. Ao redor da vagina, situam-se os ductos das glândulas vestibulares maiores, que a lubrificam durante o estímulo sexual, facilitando o ato sexual. Pudendo (vulva) Constitui a genitália externa da mulher, por onde o canal vaginal se abre para o meio exterior. O pudendo é formado pelos grandes e pequenos lábios e pelo clitó- ris, pequena saliência arredondada e erétil encontrada na junção superior dos pequenos lábios. O clitóris tem a função de estímulo sexual semelhante à sensibilidade da glande do pênis, pois apresenta muitas terminações nervosas. Gametogênese humana Os sistemas genitais da mulher e do homem apre- sentam órgãos que produzem células reprodutivas ou gametas. O conjunto de mecanismos que possibilita essa produção denomina-se gametogênese e forma óvulos (no caso das mulheres) e espermatozoides (no caso dos homens). Os gametas, originados de células das gônadas (glân- dulas sexuais), são haploides (n), mas as células que formam os gametas são originalmente diploides (2n). Por isso, é necessário que sofram uma redução cromos- sômica durante a meiose. Essas transformações são im- portantes para que ocorra a fecundação, ou seja, a fusão dos gametas, restabelecendo o número cromossômico diploide no zigoto. Durante a gametogênese, as células sexuais do homem e da mulher passam por três fases: de multipli- cação (sucessivas mitoses), de crescimento (as células cessam as mitoses e aumentam de volume) e de matu- ração (meiose). Espermatogênese Os espermatozoides constituem as células reproduti- vas dos homens e sua formação, ou seja, a espermato- gênese, inicia-se na puberdade, em torno dos 12 anos. Esse mecanismo se processa no interior dos testículos, na parede dos túbulos seminíferos. Até a puberdade, os túbulos seminíferos são maciços, existindo apenas algumas células sexuais primárias ou germinativas em suas paredes internas. Por meio da ação do hormônio sexual testosterona, os túbulos seminíferos amadurecem, e essas células se multiplicam, iniciando as etapas da espermatogênese. • Fase de multiplicação: etapa em que as mito- ses das células germinativas (2n) se intensificam, formando as espermatogônias (2n). Essa fase se inicia na puberdade e prossegue até o fim da vida do homem, havendo, assim, uma grande quanti- dade de gametas sendo produzida. No entanto, essa produção diminui com a idade em virtu- de da redução da testosterona no processo de envelhecimento. 14 Volume 8 Células germinativas (2n) 2n Crescimento sem divisão celular Túbulo seminífero (em corte transversal) Espermatogônia Espermatócitos I (2n) Espermatócitos II (n cromossomos duplicados) Espermátides (n) Espermatozoides Epiteliócito sustentador Testículo Ducto deferente Fase de multiplicação Fase de crescimento Fase de maturação Espermiogênese 2n 2n Mitose 2n n n Meiose I n n n n nnnn Epidídimo Meiose II Ja ck A rt . 2 01 1. M is ta . Representação esquemática da espermatogênese e do túbulo seminífero, com destaque para a produção e maturação dos espermatozoides • Fase de crescimento: um grupo de espermatogônias cessa a mitose e, em virtude da intensa síntese proteica, aumenta de volume. Formam-se, assim, os espermatócitos primários (espermatócitos de primeira ordem), que continuam sendo diploides (2n). O aumento do volume celular sem que ocorram divisões caracteriza essa fase. • Fase de maturação: cada espermatócito primário (2n) inicia a primeira divisão da meiose (I), originando dois espermatócitos secundários (n). Depois disso, os espermatócitos secundários realizam a segunda divisão da meiose (II) e formam quatro espermátides, que continuam haploides (n). Cada espermatogônia forma, portan- to, quatro espermátides. Na finalização da espermatogênese, cada espermátide se diferencia em um espermatozoide, etapa denominada espermiogênese. Nesse processo, o complexo golgiense origina o acrossomo, bolsa que contém a enzima hialuronidase; o núcleo torna-se compacto e o citoplasma que o circunda é eliminado; os centríolos formam o flagelo do espermatozoide; e as mitocôndrias migram do citoplasma concentrando-se próximo ao flagelo, formando a peça intermediária. Essas organelas fornecem energia para a mobilidade do flagelo. O processo de espermatogênese, desde a espermatogônia até a formação do espermatozoide, demora entre 64 e 74 dias. A ação da enzima hialuronidase possibilita o rompimento da mem- brana do ovócito II. Complexo golgiense Mitocôndria Espermátide Acrossomo Fragmento citoplasmático Núcleo Peça intermediária Cauda (flagelo) Mitocôndrias Formação do flagelo Migração das mitocôndrias Cabeça Representação esquemática da formação do acrossomo no espermatozoide Ja ck A rt . 2 01 1. D ig ita l. primeira divisão da meiose: etapa reducional da meiose. Nela, ocorre o crossing-over durante a prófase I. Biologia 15 6 Sugestão de encaminhamento e atividade complementar. A espermatogênese é um mecanismo fisiológico sensível a temperaturas elevadas. A localização dos testículos no interior da bolsa escrotal, fora da cavidade abdominal, possibilita essa diminuição de temperatura. De modo geral, acontece algo semelhante com os outros mamíferos, com exceção dos coelhos, que têm os testículos localizados dentro da cavidade abdominal, os quais descem para a bolsa escrotal somente no período reprodutivo. O hábito de utilizar roupas muito justas, realizar exercícios por períodos prolongados com roupas apertadas ou permanecer muito tempo em banhos de imersão pode aumentar a temperatura dos testículos e prejudicar a produção de espermatozoides. Ovulogênese Apesar de apresentar as mesmas fases e os mesmos processos de divisão celular, a ovulogênese é bem diferente da espermatogênese. Essas diferenças referem-se ao tamanho do gameta feminino, às células que apresentam atividades funcionais, à duração e ao local de ocorrência do processo. A ovulogênese ocorre no interior dos ovários, em pe- quenas bolsas denominadas folículos ovarianos. De modo geral, em cada ciclo reprodutivo de 28 dias (esse número pode variar), apenas um folículo amadurece liberando a célula reprodutiva para fecundação. • Fase de multiplicação: a gametogênese na mulher inicia-se antes de ela nascer. As células germinativas (primordiais) começam a realizar atividade mitótica a partir do quinto mês de desenvolvimento embrio- nário. Nessa etapa da vida, ocorre a multiplicação das células, em que as ovogônias (2n) realizam sucessivas mitoses. Ao final dessa fase, as mitoses param, e as ovogônias não se dividem mais. • Fase de crescimento: as ovogônias aumentam con- sideravelmente o volume celular, transformando-se em ovócitos primários (2n). Comparando com a gametogênese masculina, a fase de crescimento da ovulogênese tem duração maior pelo fato de essas células realizarem intensa síntese proteica. Isso pos- sibilita o acúmulo de reservas nutritivas necessá- rias ao processo de fecundação e às fases iniciais do desenvolvimento embrionário. • Fase de maturação: depois do sétimo mês de vida intrauterina, os ovócitos primários realizam a primeira etapa da meiose (I). Ao chegar quase ao final da prófase I, verifica-se um fenômeno muito curioso: os ovócitos primários (2n) interrompem a meiose ao mesmo tempo. Essa interrupção, deno- minada dictióteno (do grego diktyon, rede), perma- nece até a puberdade. Nessa etapa, verifica-se um grande crescimento celular. Normalmente,as mulheres desenvolv em somente uma célula ativa na ovulogênese, ciclo que se repete a cada mês. Se a gam e- togênese na mulher formasse quatro célu las haploides funcionais, existiria a possibilid a- de de formação de muitos gêmeos fratern os, os quais se formam apenas quando oco rre mais de um processo de ovulogênese no mesmo ciclo. Assim, os espermatozoid es podem fecundar ovócitos secundár ios diferentes. Ovócito Tecido do ovário Células foliculares © Sh u tt er st oc k/ Jo se L u is C al vo Secção do ovário, com destaque para três folículos ovarianos em diferentes estágios de desenvolvimento. Micrografia óptica, sem informação de aumento. 16 Volume 8 Na puberdade, quando se iniciam as atividades dos hormônios sexuais que atuam no desenvolvimento das carac- terísticas sexuais secundárias da mulher, a meiose prossegue, porém apenas um ovócito primário completa o processo em cada ciclo reprodutivo, formando duas células haploides (n) de tamanhos diferentes: o ovócito secundário (ovóci- to II) e uma célula pequena que não apresenta função. Essa célula não funcional denomina-se primeiro corpúsculo ou glóbulo polar. O ovócito secundário é o gameta feminino, ou seja, a célula que o ovário libera na tuba uterina quando o folículo ovariano está totalmente maduro. Esse processo é conhecido como ovulação, e a presença do ovócito secundário disponível para fertilização caracteriza o período fértil da mulher. A meiose II ocorre apenas se o ovócito secundário for fecundado. Nesse caso, ele dá origem a duas células desi- guais: o óvulo, que já apresenta o núcleo do espermatozoide em seu interior, e outro corpúsculo polar. O primeiro corpúsculo polar também completa a meiose II, formando dois corpúsculos polares inativos. Portanto, caso ocorra a fecundação, ao final do processo, formam-se um óvulo e três corpúsculos polares, células menores que se degeneram. No entanto, se não ocorrer a fecundação, o processo de ovulogênese é encerrado com a produção do ovócito secundário, que é eliminado antes da menstruação. Assim, quando ovulam, as mulheres liberam o ovócito secundário, que, na maior parte das vezes, não completa a divisão meiótica. Células germinativas (2n) 2n Crescimento sem divisão celular Fase de multiplicação Fase de crescimento Fase de maturação 2n 2n Mitose 2n n n Meiose I n n n n Ovogônia Ovogônias Ovócito I Ovócito II (n cromossomos duplicados) Óvulo (n) 3 corpúsculos polares Folículo maduro Ovário Corpo lúteo Ovócito II OvulaçãoFolículo ovariano primário Meiose II (se houver fecundação) 1º. corpúsculo polar Núcleo Ovócito Células que revestem o folículo e o conectam com o tecido do ovário Fluido folicular La tin St oc k/ Sc ie n ce P h ot o Li b ra ry /S te ve G sc h em ei ss n er Ja ck A rt . 2 01 1. D ig ita l. Representação esquemática da ovulogênese e do ovário; em destaque, o folículo ovariano. Micrografia óptica, sem informação de aumento, colorido artificialmente. Organize as ideias A espermatogênese e a ovulogênese apresentam as mesmas fases: multiplicação, crescimento e maturação. Ela- bore um quadro comparando o que ocorre em cada uma dessas três fases dos processos de espermatogênese e ovulogênese. Ciclo reprodutivo da mulher A ovulogênese está relacionada ao ciclo reprodutivo, conjunto de alterações que ocorrem no sistema genital da mulher periodicamente (em média, a cada 28 dias). Durante esse período, há uma intensa oscilação entre os hormô- nios hipofisários e ovarianos. Sugestão de resposta.7 Biologia 17 O primeiro dia do ciclo reprodutivo caracteriza-se pelo sangramento, denominado menstruação ou fluxo menstrual, que é liberado pela vagina e ocorre até o quinto dia, aproximadamente. Em geral, a cada ciclo, de forma intercalada, um dos ovários produz e libera um ovócito secundário. O primeiro ciclo, que geralmente ocorre entre 11 e 13 anos, caracteriza a menarca. A interrupção do ciclo, por volta dos 50 anos, denomina-se menopausa. As etapas do ciclo reprodutivo, envolvendo as variações hormonais e as transformações que ocorrem no folículo e no útero (endométrio), são as seguintes: • o hormônio folículo-estimulante (FSH) propicia o desenvolvimento do folículo, que passa a produzir o hormônio estrogênio, o qual atua na proliferação do endométrio uterino. O aumento de estrogênio inibe a produção de FSH pela adeno-hipófise (feedback negativo) e estimula a produção do hormônio luteinizante (LH); • por volta do 14.º dia (metade do ciclo), o aumento da concentração de LH estimula o rompimento do folículo maduro e, consequentemente, a saída do ovócito secundário para a tuba uterina. Esse pro- cesso denomina-se ovulação e constitui o perío- do fértil da mulher (pode ser de 48 horas), pois o ovócito está sujeito a encontrar um espermatozoi- de e ser fecundado; • após a ovulação, a maior concentração de LH pos- sibilita a formação do corpo lúteo, que, originado do folículo rompido que acabou de liberar o ovó- cito secundário, inicia a secreção de progesterona. O corpo lúteo também secreta estrogênio, porém em menor quantidade; • a maior quantidade de progesterona inibe a se- creção de LH (feedback negativo) e possibilita a manutenção do endométrio, estimulando o cres- cimento de vasos sanguíneos e de glândulas que produzem secreções nutritivas; • se não ocorrer fecundação, o corpo lúteo atrofia-se, transformando-se em corpo albicans ou branco. Esse fato provoca diminuição do estímulo hormo- nal sobre o endométrio. Com isso, esse tecido ute- rino sofre rompimento e descamação, produzindo um sangramento que caracteriza a menstruação. É o início de um novo ciclo reprodutivo; • caso o ovócito secundário seja fecundado, o em- brião (blastocisto) adere ao endométrio uterino, o que possibilita a formação da placenta, estrutura que produz o hormônio gonadotrofina coriônica (HCG). Esse hormônio mantém o corpo lúteo fun- cionando, propiciando a manutenção da proges- terona e do estrogênio e, consequentemente, do endométrio. Por isso, a suspensão da menstrua- ção é um dos indicadores da gravidez (ainda que possa ocorrer em algumas mulheres nesse perío- do), pois o endométrio não é liberado, atuando na sustentação do embrião no útero. O ciclo reprodutivo pode variar entre as mulheres, e a ovulação, para mulheres de ciclos irregulares, pode não corresponder exatamente ao 14.º dia. 2. Um dos folículos amadurece pela ação do FSH 3. As células foliculares nutrem o ovócito I e secretam estrogênio 4. A meiose I determina a formação do ovócito II no interior do folículo maduro 5. Ruptura do folículo e ovulação Tuba uterina Vasos sanguíneos do sistema porta-hipofisário Hipófise posterior Hipófise anterior Hormônio LH Hormônio FSH Progesterona Estrogênio 6. Se não ocorrer gravidez, o corpo lúteo se transforma em corpo albicans e se degenera 1. Ovócitos primários dentro de folículos imaturos Ja ck A rt . 2 01 1/ 20 15 . D ig ita l. Representação esquemática do ciclo reprodutivo da mulher 18 Volume 8 Organize as ideias As pílulas anticoncepcionais contêm hormônios ovarianos (estrogênio e progesterona), que inibem a produção normal de hormônios hipofisários (FSH e LH) por meio do mecanismo de feedback negativo. Com isso, o folículo não se desenvolve e, consequentemente, não ocorre a ovulação. MENSTRUAÇÃO PRÉ-OVULAÇÃO (FASE PROLIFERATIVA) OVULAÇÃO PÓS-OVULAÇÃO H O R M Ô N IO S D ES EN VO LV IM EN TO D O O VÓ C IT O II EN D O M ÉT R IO FSH Inicia o desenvolvimento dos folículos ovarianos Estrogênio Produzido pelo folículo em desenvolvimento, seu ponto máximo ocorre imediatamente antes da ovulação LH Dá início à ovulação aproximadamente no 14º. dia do ciclo reprodutivo Progesterona Produzida pelo corpo lúteo, leva ao espessamento do endométrio O ovócito começa a crescer O FSH estimula o folículo ovarianoOvócito em desenvolvimento Ovócito secundário Rompimento do folículo O ovócito secundário é liberado durante a ovulação Corpo lúteo Secreta progesterona Corpo albicans do ciclo reprodutivo Ovócito secundário liberado deslocando-se em direção ao útero Corpo lúteo em redução Sangue e células tissulares O útero desprende sua mucosa no início do ciclo Ovócito secundário não fertilizado Deixa o útero durante a menstruação Vasos sanguíneos O aumento dos níveis de estrogênio leva à proliferação dos vasos sanguíneos Mucosa espessada Ovócito não fertilizado 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 1 Dias do ciclo reprodutivo O ciclo reprodutivo da mulher é coordenado por uma complexa rede de controle hormonal por feedbacks positivo e negativo. Monte um esquema representando esse controle, indicando com “−” o feedback negativo e com “+” o feedback positivo. Sugestão de resposta.8 Ja ck A rt . 2 01 1. D ig ita l. Representação esquemática das etapas do ciclo reprodutivo mostrando as variações hormonais, os acontecimentos no ovário e o revestimento uterino Biologia 19 A sexualidade, portanto, não se baseia apenas no sexo biológico, pois a identidade de gênero é influenciada por fatores pessoais, culturais e realidade social. Ao garantir direitos iguais para todos se expressarem, diminui-se o espaço para preconceitos e discriminação. Além disso, a completa saúde do corpo passa pela sexualidade, ela nos acompanha desde o nascimento até a velhice, e todas as pessoas têm o direito de receber orientações para lidar com a sexualidade com responsabilidade. Ter informações sobre o próprio corpo, sobre maneiras de prevenir doenças sexualmente transmissíveis (DST), cuidado pessoal, gravidez e métodos contraceptivos está entre os temas que auxiliam na expressão da sexualidade de maneira positiva e saudável. Métodos contraceptivos A reprodução na espécie humana envolve, além do ato sexual, demonstração de emoções, carinho, afeto e prazer. Os métodos contraceptivos possibilitam que homens e mulheres estabeleçam esses vínculos e, ao mesmo tempo, façam seu planejamento familiar, ou seja, decidam se terão filhos, em qual momento e quan- tos serão. Existem diferentes tipos de métodos contraceptivos, e a escolha de qual usar deve ser orientada por um médico. Isso porque alguns métodos evitam a gravidez, mas não previnem infecções sexualmente transmissíveis, visto que não evitam o contato entre a mucosa e as secreções da vagina e do pênis. ConexõesConexões A maioria das espécies de mamíferos placentários apresenta mudanças fisiológicas, conhecidas como cio ou ciclo estral, em razão dos hormônios sexuais. Os ciclos estrais começam depois da puberdade em fêmeas sexualmente maduras e são intercalados por fases anaestrais ou descanso sexual. Durante tais ciclos, as fêmeas apresentam sinais de receptividade sexual, seguidos de ovulação. Essa fase é controlada pela integração entre os hormônios FSH, LH, estro- gênio e progesterona, comuns nas diversas espécies de mamíferos. No entanto, seus padrões de secreção e seus efeitos variam entre as diferentes espécies. Essas diferenças provocam variações na extensão das fases luteínica e folicular do ciclo, assim como na duração do cio. Sexualidade humana A sexualidade sofre influências dos valores e das nor- mas da cultura, da família, da comunidade e do período em que se vive. As pessoas nascem com o sexo biológico, ou seja, conjunto de características que identificam externamen- te a carga genética do homem (XY) ou da mulher (XX). Essas características influenciam, desde o nascimento, como a pessoa será educada e envolvem costumes, tipos de roupas, divisão de trabalho e comportamentos que são instituídos nas relações sociais, variando nos diferen- tes grupos humanos ou épocas históricas. 9 Sugestão de abordagem sobre a sexualidade. 10 Sugestão de encaminhamento sobre intersexo. 11 Sugestão de encaminhamento sobre a sexualidade. Existem situações em que não se observa uma exata definição das características sexuais, ou seja, não há sintonia entre o sexo aparente e o biológico. Esse fenômeno se denomina intersexo. O intersexo pode expressar-se de diferentes ma- neiras, como ter órgãos genitais exteriores de mulher, mas órgãos genitais internos de homem, ou vice- -versa; uma menina nascer sem abertura vaginal e clitóris grande (aparentando sexo masculino); e um menino nascer com saco escrotal não totalmente fundido, assemelhando-se com lábios do puden- do (aparentando sexo feminino). Pessoas intersexo podem identificar-se com o gênero masculino ou o feminino, independentemente de seus órgãos geni- tais, e, até mesmo, passar boa parte da vida sem o conhecimento dessa variação. 20 Volume 8 a) Métodos de barreira: impedem que os espermatozoides entrem no útero da mulher. © iS to ck p h ot o. co m /j en je n 42 Diafragma Anel de látex que deve ser colocado, com espermicida, na entrada do útero até 6 horas antes da relação sexual e retirado de 6 a 24 horas depois. O diafragma é produzido sob prescrição médica para cada mulher especificamente. Ele não protege os parceiros sexuais de infecções sexualmente transmissíveis, pois não evita o contato entre a vagina e o pênis. D iv o. 2 01 3. D ig ita l. 3 D ig ita l Preservativo para homens e mulheres Nos homens, o envoltório de látex deve ser colocado no pênis ereto, impedindo que o sêmen seja liberado dentro do corpo da mulher. Nas mulheres, a bolsa de látex deve ser inserida na vagina antes da relação sexual. Canal vaginal Úteroo lJa ck A rt . 2 01 1. D ig ita l. © iS to ck ph ot o. co m /E du ar do Lu zz at ti Bu yé O uso dos dois tipos de preservativos (separadamente), além de evitar uma gravidez não planejada, é o único método que previne doenças sexualmente transmissíveis, como a aids (síndrome da imunodeficiência adquiri- da) e o HPV (papilomavírus humano), principal causador de câncer no colo uterino. b) Métodos hormonais: medicamentos que atuam na produção de hormônios, impedindo que ocorra a ovu- lação. Como qualquer outro medicamento, devem ser prescritos e avaliados por um médico, principalmente porque podem apresentar efeitos colaterais em mulheres sensíveis às formulações hormonais. Esses métodos não protegem contra infecções sexualmente transmissíveis. 12 Sugestão de encaminhamento sobre planejamento familiar. espermicida: substância química em forma de creme, gel ou espuma que destrói os espermatozoides, impedindo que entrem no útero e cheguem até o ovócito. D iv o. 2 00 5. D ig ita l. Canal vaginal Útero Tubas uterinas Ovários DIU Dispositivo intrauterino (DIU de cobre) Estrutura de cobre que libera íons Cu2+ que atuam como espermicida. Além disso, o DIU causa uma pequena inflamação, atraindo macrófagos que destroem os eventuais embriões que tentam se implantar na mucosa uterina. O método exige acompanhamento médico periódico. Biologia 21 Implante hormonal subcutâneo Por meio de uma cirurgia com anestesia local, é introduzido no tecido subcutâneo um bastonete, com cerca de 4 cm de comprimento, com o hormônio sintético (semelhante à progesterona), que é liberado lentamente na corrente sanguínea. Seu efeito pode durar três anos ou mais, havendo a necessidade de novo procedimento para substituição ao fim de seu prazo de validade. Dispositivo intrauterino hormonal (DIU hormonal ou SIU) Estrutura plástica que é inserida no interior do útero e libera hormônios progestágenos, os quais atrofiam e prejudicam o funcionamento das glândulas endometriais, tornando o endométrio mais fino. Anticoncepção de emergência Chamada popularmente de “pílula do dia seguinte”, pois precisa ser ingerida até no máximo 72 horas após a relação sexual desprotegida. Comumente, apresenta progesterona sintética, que atua alterando a motilidade nas tubas uterinas,dificultando o deslocamento dos gametas. Além disso, causa a regressão do endométrio, inibindo a implantação do blastocisto. Seu uso é indicado em casos eventuais em que tenha ocorrido uma relação sexual desprotegida. A anticoncepção de emergência não deve substituir os métodos contraceptivos de uso regular, que apresentam mais eficácia e menos efeitos colaterais. Divo. 2013. Digital. La tin St oc k/ Sc ie n ce P h ot o Li b ra ry /H at tie Y ou n g D iv o. 2 01 3. D ig ita l. Anticoncepcionais em pílulas Constituídos, principalmente, por hormônios ovarianos sintéticos (estrogênio e progesterona, ou somente progesterona), os anticoncepcionais em pílulas devem ser tomados diariamente. A progesterona inibe a produção dos hormônios hipofisários FSH e LH, que impedem, respectivamente, a maturação e a liberação do ovócito secundário durante o ciclo reprodutivo. Além de inibirem a ovulação, as pílulas alteram o muco cervical, a motilidade tubária e o endométrio, fatores que interferem na mobilidade dos espermatozoides. © Sh ut te rs to ck /S ka la p en d ra 22 Volume 8 c) Métodos comportamentais: métodos baseados no acompanhamento do ciclo reprodutivo, identificando o período de ovulação. 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 Menstruação Posss íi ve etr iséf dsai Método da tabela Também conhecido como “tabelinha”, é um método rítmico que considera o período fértil do ciclo reprodutivo, em que as relações sexuais devem ser evitadas de três a quatro dias antes da ovulação, no dia da ovulação e de três a quatro dias depois. Isso considerando que a mulher produz apenas um ovócito secundário em cada ciclo, que sobrevive entre 24 e 48 horas, e que os espermatozoides podem sobreviver até 72 horas dentro do sistema genital da mulher. Entretanto, existe um problema em sua aplicação, pois é difícil saber ao certo qual é o dia fértil. Diversos fatores, inclusive emocionais, podem interferir na atividade hormonal e, consequentemente, o suposto dia fértil pode sofrer alteração. Para as mulheres jovens, esse método é mais arriscado, pois muitas delas apresentam um ciclo bastante inconstante e em fase de regularização. Além disso, não previne contra infecções sexualmente transmissíveis. ç Representação esquemática do método de tabela para um ciclo regular de 28 dias Ja ck A rt . 2 01 1. D ig ita l. d) Métodos cirúrgicos: podem ser realizados tanto em homens quanto em mulheres, porém, por envolverem intervenção cirúrgica e na maioria das vezes serem irreversíveis, precisam ser bem avaliados. Além disso, não evitam infecções sexualmente transmissíveis. Ja ck A rt . 2 01 3. D ig ita l. D iv o. 2 00 5. D ig ita l. Vagina Útero Tubas uterinas Ovários As tubas uterinas são cortadas e amarradas Deferentectomia (vasectomia) Procedimento relativamente simples que consiste na secção dos ductos deferentes por meio de um pequeno corte na pele da bolsa escrotal. Com isso, impede-se apenas que os espermatozoides cheguem à uretra, não modificando o comportamento sexual do indivíduo, pois o hormônio testosterona continua a ser secretado na corrente sanguínea. Além disso, a produção do sêmen se mantém pelas glândulas acessórias, embora não contenha espermatozoides. Ligadura tubária (laqueadura) Procedimento cirúrgico que consiste em seccionar as tubas uterinas para que não ocorra o encontro dos gametas. A mulher continua ovulando, mas não acontece a fecundação, pois a ligação do ovário com o útero foi interrompida. Infecções sexualmente transmissíveis (IST) Constituem um grupo de doenças infecciosas que apresentam, entre diversas causas, a transmissão por contato sexual. Sua importância se deve ao grande risco de disseminação e aos graves efeitos à saúde humana. As principais consequências para o organismo são distúrbios emocionais, doenças inflamatórias e infecciosas, problemas de inferti- lidade, lesões fetais, câncer e, até mesmo, morte. 13 Informações sobre a terminologia IST. Biologia 23 • Sífilis: doença transmitida por contato sexual (ou sanguíneo) causada pela bactéria Treponema pallidum. Apre- senta evolução lenta e se desenvolve em três estágios, produzindo diferentes sintomas. • Estágio primário: surge, aproximadamente, um mês após o contato sexual, com inflamação dos linfonodos (gânglios linfáticos). • Estágio secundário: disseminação da doença pela corrente sanguínea, caracterizada pelo aparecimento de erupções cutâneo-maculosas (roséolas sifilíticas). • Estágio terciário: ocorre a localização visceral, afetando o coração e o sistema nervoso. Esses sintomas podem provocar graves alterações nervosas e a morte do indivíduo. O diagnóstico se dá por meio de exames de sangue, e o tratamento, em qualquer dos estágios, é feito com o uso de antibióticos. Pode ser causa de infertilidade, abortos espontâneos e má-formação fetal, pois a bactéria (presente na gestante portadora) pode atravessar a barreira placentária e alcançar o feto. • Blenorragia (gonorreia): causada pela bactéria Neisseria gonorrhoeae, caracteriza-se pela eliminação de uma secreção amarelada e fétida pela uretra (uretrite gonocócica) e pela sensação de ardência ao urinar. A blenor- ragia é transmitida durante as relações sexuais desprotegidas e aparece entre dois e seis dias após o contato sexual. Pode causar a infertilidade masculina. Nas mulheres, essa infecção bacteriana pode não ser aparente, o que é grave, porque faz com que a mulher não se trate e continue transmitindo a doença caso não utilize preservativos em suas relações sexuais. Se passar despercebida, pode se tornar crônica e atingir os órgãos inter- nos do sistema genital feminino (tubas uterinas, útero e ovários), além de causar doença inflamatória pélvica e infertilidade. O tratamento é feito sob orientação médica, com uso de antibióticos. • Herpes simples: doença causada pelo vírus da Família Herpesviridae. Geralmente, aparece após certas doenças, como pneumonia e gripe, ou quando o indivíduo está com o sistema imunitário debilitado. O quadro clínico constitui-se de pequenas vesículas agrupadas, antecedidas de minúsculas elevações avermelhadas. Essas vesí- culas desenvolvem-se e arrebentam, causando ferimentos na pele, que regridem e desaparecem espontanea- mente. A herpes também pode ocorrer na região genital. Nesse caso, denomina-se herpes genital. • Tricomoníase: provocada pelo protozoário Trichomonas vaginalis, é transmitida pelo contato entre a mucosa in- fectada de um indivíduo e a mucosa de outro durante a relação sexual sem a utilização de preservativos, sendo mais comum nas mulheres. Muitas delas não apresentam sintomas e, quando estes ocorrem, os principais são corrimento amarelo-esverdeado e fétido, desconforto durante as relações sexuais, ardência ao urinar e prurido vaginal. Quando os sintomas aparecem no homem, ocorre irritação na glande, ardência uretral e secreção pu- rulenta amarelada. O período de incubação é, em média, de 10 a 30 dias. • Clamídia: causada pela bactéria Chlamydia trachomatis, manifesta-se em um período de 10 a 12 dias após o contato sexual sem proteção. Na fase inicial, as lesões vaginais são muito pequenas e quase imperceptíveis. • Aids: causada pelo vírus HIV (human immunodeficiency virus ou vírus da imunodeficiência humana), afeta o sis- tema imunitário, tornando-o deficiente. Isso faz com que o indivíduo passe a desenvolver doenças oportunistas, ou seja, causadas por diversos agentes que se instalam no corpo em virtude de sua imunidade debilitada. O contágio ocorre, principalmente, por meio de sêmen, sangue, leite materno, placenta e secreções vaginais que entram em contato com o sangue de outra pessoa por meio de lesões na pele ou nas mucosas. • HPV: corresponde ao papilomavírus humano, que pode infectar a pele e as mucosas. Existem inúmeros tipos desse vírus,e cerca de 40 deles podem infectar o sistema genital e ser transmitidos em relações sexuais. Nos casos sintomáticos da doença, ocorre o aparecimento de verrugas (condilomas acuminados) nos órgãos geni- tais. Entretanto, a maioria das infecções é assintomática. Normalmente, essas infecções regridem espontanea- mente, porém alguns tipos do vírus podem ocasionar lesões microscópicas, que, se não forem diagnosticadas, podem levar ao desenvolvimento de câncer, principalmente no colo do útero e no pênis. A maneira mais efi- ciente de evitar o contágio com o HPV é pelo uso de preservativos e pela vacinação. 14 Sugestão de site com diversas informações sobre a aids. 24 Volume 8 Ao perceber um ou mais desses sintomas, procure assistência médica. Evite a automedicação. Direitos humanos, saúde sexual, saúde reprodutiva: o que os adolescentes têm a ver com isso? [...] Os Direitos Humanos são direitos considerados fundamentais das pessoas. O direito à vida, à alimentação, à saúde, à moradia, à educação, ao afeto e à livre expressão da sexualidade são alguns dos Direitos Humanos fundamentais porque, sem eles, a pessoa não é capaz de se desenvolver e de participar plenamente da vida. Nas últimas décadas, leis internacionais e nacionais vêm reconhecendo os direitos sexuais e os direitos reprodutivos como Direitos Humanos, considerando-os como direitos fundamentais das pessoas – obviamente, que os adolescentes e os jovens estão incluídos nesses direitos, visto que eles dizem respeito a todas as pessoas. [...] Entre os direitos reprodutivos estão: • o direito de as pessoas decidirem, de forma livre e responsável, se querem ou não ter filhos, quan- tos filhos desejam ter e em que momento de suas vidas; • [...] • o direito de exercer a sexualidade e a reprodução livre de discriminação, imposição e violência. E entre os direitos sexuais temos: • o direito de viver e expressar livremente a sexualidade sem violência, discriminações e imposições, e com total respeito pelo corpo do(a) parceiro(a); • o direito de escolher o(a) parceiro(a) sexual; • o direito de viver plenamente a sexualidade sem medo, vergonha, culpa e falsas crenças; • [...] • o direito de ter relação sexual independentemente da reprodução; [...] ABREU, Isa Paula Hamouche. Direitos humanos, saúde sexual, saúde reprodutiva: o que os adolescentes têm a ver com isso? In: CIÊNCIA Hoje na Escola. Conversando sobre saúde com adolescentes. Rio de Janeiro: Instituto Ciência Hoje, 2007. p. 17-23. ConexõesConexões Atividades 1. Sobre o sistema genital da mulher, assinale V para as alternativas verdadeiras e F para as falsas. a) ( V ) Os ovários, além de liberarem o ovócito secundário a cada ciclo reprodutivo, secretam os hormônios estrogênio e progesterona. b) ( F ) As fímbrias revestem todo o interior das tubas uterinas, facilitando o deslocamento do ovócito secundário até o útero. c) ( V ) O útero é formado por uma parede muscular, denominada miométrio, e um revestimento interno de tecido vascularizado, chamado endométrio. d) ( F ) De modo geral, a fecundação ocorre no interior do útero. No homem, podem aparecer pequenas lesões ou ocorrer a formação de pequenas quantidades de secreções purulentas que saem pela uretra. No estágio secundário, pode causar inflamação dos linfonodos (ínguas). Além disso, as clamídias podem atingir as pálpebras e provocar cegueira e afetar os pulmões. Biologia 25 2. Na ovulogênese, a fase de crescimento apresenta um tempo de duração maior se comparada à mesma fase na es- permatogênese. Explique a que se deve essa maior duração e sua importância para a fecundação. Nessa fase, as ovogônias aumentam consideravelmente o volume celular, transformando-se em ovócitos primários (2n). A maior duração se deve à intensa síntese proteica realizada, possibilitando o acúmulo de reservas nutritivas, que serão utilizadas no processo de fecundação e nas fases iniciais do desenvolvimento embrionário. 3. Milhares de espermatozoides são produzidos diariamente no sistema genital do homem. Na ejaculação, é liberado o sêmen, formado pelos espermatozoides e pelas secreções produzidas por glândulas anexas. a) Qual é a importância dessas secreções para a manutenção dos espermatozoides até serem eliminados na ejaculação? Essas secreções nutrem, protegem da acidez da uretra e da vagina e facilitam a movimentação dos espermatozoides pelos canais do sistema genital do homem. b) Indique, no esquema, o nome das estruturas do sistema genital do homem e circule as glândulas que contribuem com secreções para a formação do sêmen. Vesícula seminalBexiga urinária Ducto deferente Uretra Pênis Epidídimo Testículo Bolsa escrotal Porção do intestino grosso Ânus Glândulas bulbouretrais Ducto ejaculatório Próstata 4. (UFRJ) A pílula anticoncepcional feminina compõe-se de estrógenos e progestacionais sintéticos. Em geral, a mulher toma a pílula por 21 dias consecutivos, interrompe o uso por alguns dias e, em seguida, inicia uma nova série. Alguns médicos, entretanto, prescrevem o uso continuado da pílula, sem interrupções. a) Como atua a pílula anticoncepcional? A pílula anticoncepcional inibe (feedback negativo) a secreção de LH e FSH (hormônios gonadotróficos secretados pela hipófise). Sem o FSH, não ocorre a formação do ovócito secundário e, sem o LH, não acontece a ovulação. Ao finalizar a cartela de pílulas, em razão dos baixos níveis de estrogênio e progesterona, ocorre a menstruação. b) Que diferença no ciclo feminino, particularmente no útero, terá o segundo procedimento, quando comparado ao uso interrompido do medicamento? Se a mulher usar a pílula anticoncepcional continuamente, os níveis de estrogênio e progesterona nas concentrações sanguíneas continuarão altos. Assim, não ocorrerá a menstruação. 26 Volume 8 Biologia em foco Adolescente e grávida. E agora? A adolescência é uma das etapas de desenvolvimento mais significativas pela qual passa todo ser humano. [...] Entre as experiências importantes dessa fase, temos o início da vida sexual e reprodutiva e as expectativas levantadas em torno da vida produtiva. Nesse contexto, temos a gravidez na adolescência, um grave problema de saúde pública. [...] No Brasil o número de grávidas adolescentes é alarmante. Pesquisas mostram que 1/3 dos bebês nascidos no Brasil são filhos de “meninas” com menos de 18 anos de idade, a grande maioria solteiras. E quando falamos em “meninas” temos que considerar inúmeros aspectos: encontram-se em plena fase de desenvolvimento, a maioria não possui condições financeiras nem emocionais para compreender e assumir em toda a sua plenitude o real sentido da maternidade. [...] Sendo assim, algumas adolescentes grávidas saem de seus lares e parte delas evade-se da escola, abandonando seus projetos de vida, inter- rompendo seu processo de socialização e abdicando de sua cidadania. Contudo a gravidez na adolescência não é unicamente uma responsabilidade das meninas, pois esse filho não é gerado por uma única pessoa. O jovem pai também deve saber sobre os riscos da gravidez não planejada em todos os seus aspectos, do moral ao social, assim como também da grande responsa- bilidade e da privação que pode ocasionar ao gerar um filho. [...] Por esse e outros motivos, os pais precisam estar conscientes de que na hora de esclarecer dúvidas sobre sexo ou sexualidade, inclusive gravidez, é bem melhor que os filhos os procurem, que se sintam seguros para essa abordagem e saibam que esse tipo de dúvida é muito natural nessa idade. Dessa forma, os pais devem estar atentos e acompanhar as mudanças pelas quais os adolescentes passam, e assim tornarem-se disponíveis para um diálogo franco e aberto. Guiando-os e informando-os não so- mente sobre gravidez e sexualidade, mas também sobre métodos anticoncepcionais, DST e, acima de tudo, sobre virtudes e sentimentos como afeto, amor e respeito a si mesmo e ao próximo, irão possibi- litar independência e segurançapara assumirem as atitudes e consequências próprias a uma vida sexual ativa e responsável. LIMA, Christiane. Adolescente e grávida. E agora? Disponível em: <http://elo.com.br/portal/colunistas/ver/218236/adolescente-e-grÁvida-e- agora-.html>. Acesso em: 20 maio 2015. Discuta com os colegas e o professor sobre os impactos de uma gravidez não planejada na adolescência para meni- nos e meninas e a respeito do que define uma vida sexual ativa e responsável. Sugestão de resposta. Sugestão de atividade complementar. 15 16 5. Em cada ciclo reprodutivo da mulher, ocorre a liberação do ovócito secundário do ovário para a tuba uterina. a) Que hormônios desencadeiam o processo de ovulação e como eles agem nesse processo? O hormônio folículo-estimulante (FSH) desencadeia o início da maturação dos ovócitos primários e o hormônio luteinizante (LH) promove a saída dos ovócitos secundários para a tuba uterina. b) Após a ovulação, células do ovário produzem estrogênio e progesterona por, aproximadamente, duas semanas. Qual é a atuação desses hormônios? Esses hormônios atuam estimulando o crescimento e a manutenção do endométrio, que fica mais espesso em virtude do aumento da quantidade de sangue e de secreções nutritivas. Sugestão de atividades: questões 5 a 14 da seção Hora de estudo. Biologia 27 Hora de estudo A resolução das questões discursivas desta seção deve ser feita no caderno. 17 Gabaritos numerações na figura abaixo e assinale a alternativa correta. a) O sangue chega aos rins (3) proveniente das veias (7) e artérias renais (8). b) O sangue atravessa o córtex renal (1) e penetra os néfrons, localizados na medula renal (2). c) Nos néfrons estão os glomérulos renais, que filtram o sangue liberando na urina, através dos ureteres (4), proteínas de baixo peso molecular. X d) A bexiga (5) contém a urina que é amarelada devido à presença de resquícios de hemoglobina. e) A urina acumula-se na bexiga devido ao relaxamen- to do esfíncter uretral e depois é liberada através da uretra (6). 3. (UFCG – PB) Cálculos renais ou pedras nos rins são nomes populares para a calculose urinária ou litíase urinária, uma doença comum, que atinge três vezes mais homens do que mulheres a partir dos 20 anos de idade, com maior incidência entre os 50 e os 60 anos de vida. O principal resíduo eliminado pela urina é a(o) (I) (proveniente da digestão de carne, fer- mentos e algumas verduras). Mas existem também outras substâncias que, quando em excesso no orga- nismo, acabam sendo eliminadas pela filtragem dos rins, é o caso de (II) e (III) . Quando essas substâncias estão no corpo em excesso, ou quando se consome pouca água, surge a possibili- dade de formação de cálculos renais. Para completar corretamente as lacunas, assinale a alternativa: 1. (UNIFACS – BA) Ao completar dois anos e meio, uma criança terá usado até 5 000 fraldas descartáveis. É pre- ciso testar vários modelos e marcas até chegar à fralda que melhor se adapte à anatomia dos bebês. Há diferenças significativas entre as fral- das descartáveis. É o que revela um estudo téc- nico comparativo feito a pedido da Pro-Teste, entidade de defesa do consumidor. Uma fralda eficaz deve absorver um mínimo de 250,0 mL sem vazar. SANDOVAL, Gabriella. O teste das fraldas. Veja. São Paulo: Abril, ed. 2154, ano 43, n. 9, 3 mar. 2010. p. 118-120. De acordo com o conhecimento relacionado à consti- tuição da urina humana e a sua forma de eliminação, analise as afirmativas, marcando com V as verdadeiras e com F as falsas. ( V ) A urina é um fluido aquoso, que contém ureia e pe- quenas quantidades de ácido úrico, amônia e sais. ( F ) Indivíduos, em condições normais, apresentam ín- dices elevados de glicose e aminoácidos secreta- dos na urina. ( V ) Durante o processo de formação da urina, ocorre reabsorção de substâncias úteis ao organismo. ( F ) A cor amarelada da urina é decorrente de altas concentrações de ácido úrico presentes nessa ex- creta. A alternativa que indica a sequência correta, de cima para baixo, é a (01) F V V F (02) F F F V x (03) V F V F (04) V F V V (05) V V F V 2. (UESPI) A excreção da urina compreende um proces- so fisiológico que visa à retirada do sangue de com- postos como a ureia e, assim, garantir a homeostase hídrica do organismo. Sobre este assunto, observe as 28 Volume 8 a) ácido úrico, ureia e cloreto de sódio. b) ácido úrico, ureia e sais (cálcio e oxalato). c) cloreto de sódio, ácido úrico e ureia. X d) ureia, ácido úrico e sais (cálcio e oxalato). e) ureia, sais (cálcio e oxalato) e ácido úrico. 4. (PUCSP) Uma pessoa apresenta o seguinte quadro de sintomas: eliminação de grande volume de urina, sede e desidratação. Exames clínicos revelaram alteração hormonal, tratando-se de a) aumento do hormônio aldosterona, produzido pela adrenal, que levou a um aumento na reabsorção de água pelos rins. b) diminuição do hormônio aldosterona, produzido pela hipófise, que levou a um aumento na reabsorção de água pelos rins. c) aumento do hormônio antidiurético, produzido pela adrenal, que levou a uma diminuição na reabsorção de água pelos rins. X d) diminuição do hormônio antidiurético, produzido pela hipófise, que levou a uma diminuição na reab- sorção de água pelos rins. e) aumento do hormônio antidiurético, produzido pela hipófise, que levou a uma diminuição na reabsorção de água pelos rins. 5. (UEG – GO) Disponível em: <http://saude.discoveryportugues.com/verticalz/ z129/dsez12901.asp>. Sobre o sistema reprodutor masculino, é correto afirmar. a) Os espermatozoides maduros são produzidos nos testículos e armazenados no epidídimo desde os pri- mórdios da formação do indivíduo do sexo masculino, quando este ainda se encontrava no interior do útero. b) A próstata é um órgão muito importante, pois du- rante o estado de excitação envia líquidos para os corpos esponjosos do pênis, permitindo a ereção. c) Por estar conectada diretamente com o pênis, a be- xiga urinária também faz parte do sistema reprodu- tor masculino, pois a passagem da urina lubrifica a uretra, facilitando a passagem dos espermatozoides. d) O prepúcio é uma membrana que envolve a glande do pênis e que geralmente se solta durante a pu- berdade. Caso haja a persistência dessa membrana, recomenda-se cirurgia de laqueadura. X e) Os testículos são normalmente originados na cavida- de abdominal e descem para a bolsa escrotal duran- te o período fetal, onde encontram uma temperatura mais amena para a produção dos espermatozoides. 6. (UEM – PR) Sobre o processo de gametogênese huma- na, assinale o que for correto. (01) A ovulogênese inicia-se durante o desenvolvi- mento embrionário das mulheres. Quando elas nascem, todos os seus óvulos já estão formados nos ovários. X (02) Espermiogênese é o processo de transformação das espermátides em espermatozoides, também conhecida como fase de especialização. (04) Durante o processo de gametogênese, a divisão reducional ocorre para a formação das ovogônias e das espermatogônias. X (08) O número de cromossomos do ovócito primário é diferente do número de cromossomos do ovócito secundário. (16) Durante o processo de espermatogênese serão produzidos, a partir de 100 espermatócitos pri- mários, 400 espermatócitos secundários e 1 600 espermatozoides. 7. Sobre a figura a seguir, referente ao sistema genital da mulher, marque a alternativa correta. Biologia 29 a) Os espermatozoides são liberados na estrutura 5 e migram até o útero, onde ocorre a fecundação. b) Os ovócitos secundários são liberados pela estru- tura 1 e migram pela estrutura 2 até o útero, onde ocorre a fecundação. X c) A estrutura 1 é denominada ovário e, além de liberar o ovócito secundário, sintetiza hormônios. d) As fímbrias são encontradas nas estruturas 2 e 3 e auxiliam na movimentação do ovócito secundário. 8. Em relação aos processos de gametogênese humana,
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