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ASSOCIAÇÕES COMUNITÁRIAS

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3 
 
INTRODUÇÃO 
Neste trabalho será abordado sobre as associações comunitárias, as 
associações comunitárias são aquelas que têm como objetivo organizar e 
centralizar forças de moradores de uma determinada comunidade para 
representar, de maneira mais eficaz, e que tratam de interesses comuns. 
A associação desenvolve muitas das suas ações em parceria com várias 
entidades, governamentais e não governamentais. As parcerias são importantes 
pois garantem a continuidade das ações que são ofertadas pela associação para 
a comunidade. Sem esse apoio, a associação não sobreviveria e não teria 
condições de avançar rumo ao seu objetivo. 
É importante ressaltar que, embora os fins das associações não sejam de 
ordem econômica, elas não estão proibidas de realizar atividades geradoras de 
receita, visto que não há vedação legal ao desempenho de tais atividades, desde 
que as mesmas se caracterizem como meios para atendimento de seus fins. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
4 
 
Associações Comunitárias 
 O que é? 
União de pessoas que se organizam em torno das necessidades em 
comum da comunidade, como educação, saúde, segurança pública, entre 
outros. 
 Por que criar associações comunitárias? 
 A comunidade, organizada em formato de associação, passa a ter 
espaço junto ao poder público - “voz”, de forma que aproxime as políticas 
públicas das demandas locais, como saúde, educação, segurança pública, 
mobilidade, saneamento básico e lazer. Ademais, proporciona um espaço para 
a difusão de informação à sociedade de seus direitos e deveres como cidadão, 
possibilitando que os mesmos reivindiquem seus direitos junto aos órgãos 
competentes. 
 Para que criar associações comunitárias? 
Promover o esclarecimento e a informação de um assunto de interesse 
comum da comunidade, através reuniões, debates, palestras, cursos 
capacitantes entre outros; 
Reivindicar melhorias dos serviços, apresentar propostas e fiscalizar as 
ações dos poderes públicos; 
Promover mutirões e solidariedade, como arrecadação de alimentos para 
os carentes, doação de sangue aos bancos de coleta da cidade; 
Desenvolver projetos locais, como hortas comunitárias, atividades de 
lazer e de promoção de hábitos saudáveis, a exemplo de atividades físicas; 
Promover eventos. 
 Como formar uma associação comunitária? 
1ª Fase – Conhecimento. 
O primeiro passo é mobilizar os interessados, buscar informações sobre 
o tema, a legislação, como funciona, os direitos e deveres dos associados, quais 
as finalidades em comum do grupo, qual será a forma de custeio. Nessa fase, já 
é recomendada a participação de advogado para que disponibilize as 
informações necessárias ao grupo. 
2ª Fase – Constituição 
 
 
5 
 
Na presença de todos os associados, reunidos na assembleia de 
constituição, acompanhados do advogado, é discutido, definido e aprovado o 
Estatuto Social, que conterá os direitos e deveres dos associados, o nome, a 
finalidade do grupo, como será a eleição dos órgãos de direção, e como se dará 
a exclusão de associado. Nessa assembleia também é realizada a eleição dos 
membros que irão compor os órgãos de direção. 
Para constituir de pleno direito a associação é necessário dirigir-se ao 
Cartório de Registro das Pessoas jurídicas portando a documentação exigida 
pela Lei nº 6.015/73, quais sejam: a) ata de Fundação; b) duas vias do Estatuto 
Social; c) a relação dos associados fundadores e dos membros da diretoria 
eleita; e, d) ofício encaminhado ao cartório. 
Após a constituição, é necessário ainda providenciar o Cadastro Nacional 
de Pessoa Jurídica - CNPJ, junto à Receita Federal, e a inscrição da associação 
junto ao poder municipal e estadual, em alguns casos. 
3ª Fase - Pré-operacional 
Essa é a fase de estruturação da associação, momento em que será 
definida a sua localização, contratado os profissionais necessários ao seu 
funcionamento, como o contador, uma secretária, aberta conta bancária, serão 
obtidas licenças exigidas para prática de algumas atividades que a associação 
se disponha a fazer. 
4ª Fase – Operacional 
A partir de agora a associação já está pronta para dar início às suas 
atividades. Deve-se ressaltar a necessidade de comprometimento dos 
associados com a finalidade do grupo, bem como o dever de transparência dos 
dirigentes para que os objetivos sejam efetivamente alcançados. 
 O papel das Associações Comunitárias 
Alguns pensam que o papel das Associações Comunitárias é só 
reivindicar do poder público as melhorias para a comunidade. Outros acham que 
ela é uma espécie de clubinho, que cuida de organizar o lazer para uns poucos 
cidadãos. Existem ainda os que entendem a associação como sendo um comitê 
eleitoral. Ou seja, a diretoria pede aos vereadores ou secretários da prefeitura 
algumas melhorias e, os “favores” recebidos, são pagos na próxima eleição 
através da campanha em favor do “benfeitor” ou dos candidatos indicados por 
ele. 
 
 
6 
 
 Mas, qual o papel das Associações Comunitárias? 
Ora, é um conjunto de ações em defesa dos interesses dos moradores, 
em qualquer área que eles se apresentarem. Colocamos, a seguir, algumas 
maneiras de realizar a defesa destes interesses. Esta lista, porém, deve ser 
completada numa reunião com os moradores da sua comunidade. 
 Esclarecer, Informar e Formar. 
Uma das funções principais da Associação de Moradores é promover o 
esclarecimento, a informação e a formação da comunidade para que ela 
reivindique, e muito bem, os seus direitos. É muito importante que a Diretoria 
divulgue todas as informações que ela possuir. Deve também promover 
reuniões, debates, palestras, cursos ou outras atividades de formação abertas à 
participação da população local. 
 Reivindicar Melhorias 
Pode ser feita através de abaixo-assinados, reuniões com as autoridades 
responsáveis, manifestações na comunidade ou em frente aos órgãos públicos, 
ou de outra forma que o pessoal achar mais eficiente. 
Vale lembrar que quanto maior a participação os moradores na luta por 
uma melhoria, mais rápida ela vai chegar. Quanto maior também, a divulgação 
sobre o pedido mais chance ele tem de ser atendido. Isso pode ser feito através 
de telefonemas para rádios, televisões e jornais falando sobre o problema, 
avisando de uma manifestação, comunicando uma ida até a prefeitura ou, 
simplesmente, dizendo que o bairro insiste na reivindicação e cobra uma posição 
das autoridades. 
Outra forma de divulgar a luta, que também serve para mobilizar os 
moradores, é fazer um panfleto (um folheto falando sobre o assunto) e distribuir 
na comunidade. Custa caro? Nem tanto. Solicite um patrocínio de um comércio 
existente na comunidade. 
Você pode também, dar um recado no final das missas e cultos, pode 
emprestar o alto-falante do verdureiro ou o carro de som de um sindicato. 
Enfim, use a criatividade e faça o maior barulho possível antes, durante e 
depois da batalha. Se a melhoria foi conquistada, todos têm de saber disso e 
celebrar a vitória. Se o pedido não foi atendido, de um jeito da população ficar 
sabendo do descaso das autoridades. Ao mesmo tempo, deve ser convocada 
uma reunião dos moradores para pensar outra maneira de continuar a luta. 
 
 
7 
 
 Conhecer bem a comunidade, a região, a cidade, o país. 
Para reivindicar melhorias para a comunidade ou para defender melhor 
os interesses dos moradores, a associação precisa conhecer bem a 
comunidade, a região, a cidade e, até mesmo o país. Deve saber, por exemplo, 
dos mínimos detalhes, tudo que existe na comunidade e na região: quantas 
escolas, quantas vagas existem nelas, quantas consultas no posto de saúde, 
como é o atendimento na creche, etc. deve conhecer também a vida e as 
dificuldades dos moradores da comunidade. Para isso, podem ser realizadas 
pesquisas junto aos próprios moradores.Cabe à Associação, também, buscar nos órgãos públicos todas as 
informações necessárias. Por exemplo: procurar saber na prefeitura todos os 
programas que ela desenvolve na área da saúde, da educação, da geração de 
emprego e renda, da habitação, etc. Buscar informações também em outros 
órgãos como as secretarias do governo do estado, previdência social e demais 
órgãos federais, como também, nas universidades. Em todos os órgãos públicos 
existem programas, serviços e produtos que, muitas vezes, a população não usa 
porque não sabe que eles existem e que ela tem o direito de usar. 
 Apresentar propostas 
Já passou o tempo que as Associações de Moradores e os movimentos 
populares em geral ficavam só na reivindicação e no protesto. Hoje, para ter 
sucesso na luta por melhores condições de vida para a população é preciso 
elaborar propostas, apresentar projetos ao poder público, promover a “iniciativa 
popular de lei” junto aos legislativos, enfim, negociar com as autoridades. 
 Fiscalizar as ações dos poderes públicos 
Você sabe qual o valor total do orçamento anual de sua cidade? Qual o 
montante de recursos repassados a ela pelo governo do estado e federal? Sabe 
como é gasto o dinheiro da população? Quanto é usado na saúde? E na 
educação? E para habitação quanto está previsto para este ano? Quanto o 
prefeito gasta com propaganda ou viagens? 
É muito comum a Associação de Moradores apresentar uma reivindicação 
e o prefeito, o vereador, ou o secretário, dizer que o pedido não é possível por 
não ter dinheiro. Mas, será que não tem mesmo? Às vezes é verdade. Na 
maioria, porém, o problema está na distribuição dos recursos, na decisão sobre 
o que é mais importante e mais urgente de ser feito. 
 
 
8 
 
Outras vezes, o problema está na corrupção e no desperdício do dinheiro 
público. 
Discutir o orçamento, lutar pela sua democratização, acompanhar de 
perto a aplicação das verbas, fiscalizar para que os gastos sejam feitos de 
acordo com o que é mais necessário ao bem estar da população, é dever da 
Associação de Moradores. 
 Desenvolver projetos comunitários 
Para resolver alguns problemas da comunidade, a Associação pode 
buscar apoio de órgãos públicos ou de ONG's para projetos comunitários. 
Estes projetos podem ser na área da educação ou saúde, por exemplo, 
cursos sobre utilização de ervas medicinais ou hortas comunitárias. A 
Associação pode, também, organizar cooperativas de geração de emprego e 
renda (de produção ou de consumo) para as famílias da comunidade, ou ainda, 
organizar feiras para comercialização de produtos fabricados pelas famílias com 
o objetivo de complementar seu sustento. 
 Agir em conjunto com outras organizações 
A união faz a força. Quem já não ouviu este ditado popular? Pois é, mas 
não basta só ouvir e falar. É preciso fazer isso acontecer. Se a gente realmente 
quer mudar nossa situação de vida, não podemos ficar sozinhos ou num 
pequeno grupo. Por exemplo: pessoas de uma comunidade já têm experiência 
acumulada na luta por saneamento básico ou fizeram várias visitas ao prefeito. 
Elas podem ajudar outra comunidade que esta começando, socializando aos 
iniciantes formas mais eficiente ou mais rápida. Quem tem mais experiência 
ajuda quem tem menos. 
Além da troca de experiência a união pode trazer mais força para todos 
na resolução dos problemas. Por exemplo: a fundação de uma União das 
Associações de Moradores, catalisando e unificando as lutas locais por mais ou 
melhores equipamentos de saúde e educação, com certeza, trará mais 
resultados para todos. 
Buscar ajuda ou unir-se a outros movimentos organizados, também pode 
trazer a solução para algumas situações, por exemplo, na luta por creches para 
as crianças da comunidade, a Associação pode contar com o Fórum Catarinense 
de Luta por Creches. 
 CIDADANIA: DIREITO DE TODOS 
 
 
9 
 
Associação de Moradores e luta pela cidadania para todos são duas 
coisas que caminham juntas. Vamos ver por que: 
A cidadania não existe de forma pronta e acabada. Nem é alguma coisa 
que se pode comprar ou ganhar de alguém. Cidadania é sempre construção. E, 
essa construção permanente da cidadania acontece de dois jeitos ao mesmo 
tempo, como dois lados da mesma moeda: 
1. De um lado, para ter cidadania (para sermos). Cidadãos (ãs) é preciso 
que todos gozem dos direitos garantidos na lei, e cumpram seus deveres na 
sociedade. No Brasil, porém, é preciso mais do que isso, temos que lutar para 
garantir o cumprimento do que está escrito na lei e lutar para que sejam escritos 
na lei muitos outros direitos da população (ampliar direitos). 
2. De outro lado, a verdadeira e plena cidadania só existirá com o fim de 
toda forma de preconceito e discriminação, com a construção de uma cultura de 
respeito entre as pessoas, de convivência fraterna, baseada na solidariedade. 
Assim, a cidadania só vai existir se muitas mudanças econômicas, políticas e 
culturais forem feitas em nosso país 
 Mudanças na economia 
Não da para falar em cidadania tendo muita gente sem direito à educação, 
à saúde, à moradia, à informação; muitos trabalhadores rurais sem direito a um 
pedaço de terra, muitos moradores das cidades sem direito ao emprego e à 
moradia digna. A cidadania não é possível sem distribuição de renda, sem 
aumento do salário mínimo. 
Os relatórios internacionais, como os do Banco Mundial, ONU e etc, 
demonstram que embora se tenha melhorado muito a situação nos últimos três 
anos, o Brasil continua entre os campeões de desigualdades sociais, 
posicionando-se entre os piores países do mundo em distribuição de renda. A 
tendência, na melhor das hipóteses, é que essa situação fique inalterada, a não 
ser que o povo se organize e busque formas de combater a política de 
empobrecimento da maioria da população. 
Além disso, com o aumento do número gigantesco de desempregados na 
década de 1990 e, com a diminuição da renda da maioria dos que encontram 
alguma ocupação, se torna maior a necessidade do chamado “salário indireto” 
(educação e saúde pública de qualidade e gratuita, habitação com prestações 
 
 
10 
 
pequenas e sem juros, creches, cultura e lazer, etc). Ou seja, aumenta a 
necessidade de garantir a chegada deste salário indireto até as pessoas. 
Cabe à Associação fazer com que cada vez mais moradores tenham a 
consciência de que isso tudo é direito de cidadania da população. Não é favor 
de nenhum político, não é do prefeito nem dos vereadores ou deputados. 
 Mudanças na política e na cultura 
Precisa ser mudada tanto a política do Estado, quanto aquela política 
nossa do dia-a-dia. A dominação política e cultural acontece no poder municipal, 
estadual e nacional; mas, também na família, na escola, nas empresas, nas 
igrejas, nos sindicatos e nas Associações de Moradores. 
O clientelismo é uma das formas mais usadas de dominação política. Ele 
acontece quando achamos que a política tem dono. Quando não lutamos pelo 
reconhecimento dos direitos, mas aceitamos as melhorias nas condições de vida 
como um “favor”. Quando, na hora da eleição, votamos e fazemos campanha 
para aquele que resolveu um problema e não escolhemos um candidato com 
base na sua história de luta por uma vida melhor sempre para todos. 
Um grande passo, no sentido de acabar com o clientelismo, acontece 
quando os moradores de um bairro entendem que têm poder, que este poder 
vem de sua união e pode ser usado para fazer valer seus direitos de cidadãos. 
Outro grande passo, de mudança política e cultural, é percebermos como 
e quanto somos individualistas e autoritários em nosso dia-a-dia. 
Somos individualistas quando pensamos no “cada um por si”, no “salve-
se quem puder”, na competição, na vontade de crescer sozinho, não prestando 
atenção nos outros ou desrespeitando a natureza. 
Somos autoritários toda vez que nos tornamos donos de outras pessoas,quando tiramos ou paralisamos suas capacidades, quando não respeitamos os 
outros nas suas diferenças, quando não contribuímos para a plena realização 
das pessoas. 
Além destas formas de dominação, existe ainda, entre nós, o machismo, 
o racismo e outras formas de preconceito e discriminação (dos idosos, dos 
deficientes, dos homossexuais, etc). Estas formas de dominação cultural devem 
ser enfrentadas todo dia, a todo o momento, pois a dignidade humana e a 
cidadania não são direitos de uns poucos escolhidos, mas de todos. 
 
 
11 
 
 REFORMA URBANA: UMA NECESSIDADE 
No dia-a-dia de uma Associação se luta por habitação, transporte, saúde, 
educação, meio ambiente sadio, saneamento básico, segurança pública, etc, 
sempre com a finalidade de melhorar a qualidade de vida da população. A luta 
maior da associação se dá frente ao poder público e é a partir desse 
enfrentamento que a situação do bairro vai se definindo. 
A lógica dos setores dominantes nas cidades tem transformado, no 
decorrer dos anos, os direitos de cada cidadão em mercadorias que para serem 
compradas necessitam poder aquisitivo (dinheiro) para se pagar o preço 
estabelecido. Essa visão faz com que a riqueza se concentre na mão de poucos 
e a pobreza e miséria se distribuía entre a maioria da população. 
O resultado dessa realidade é um crescente número de sem-teto, sem-
terra, prostituição, crianças na rua, violência, favelas, lotes irregulares, 
sucateamento da saúde, etc. 
Para enfrentarmos esta situação todo dia, os Movimentos Populares 
foram se organizando mais e, assim, surgiram vários movimentos específicos: 
Moradia, Saúde, Educação, Transporte, Saneamento, etc. Esses movimentos, 
com tantos anos de luta e experiências, não conseguiram resolver todos os 
problemas definitivamente. 
É importante lembrar que muitas vezes as reivindicações do movimento 
são atendidas, mas que muitos proprietários ou empresários, acabam se 
enriquecendo com a solução desse ou daquele problema. Ex: em muitas vezes 
o Movimento pelo Transporte conquista a ampliação da linha de ônibus para 
determinado bairro. O prefeito faz um Projeto cheio de curvas, por muitos 
terrenos vazios (de imobiliárias ou de especuladores), que ganham muito 
dinheiro com a valorização de seus terrenos. Em outras vezes, o prefeito e 
vereadores resolvem fazer um Conjunto Habitacional ou Loteamento bem longe 
da cidade para aumentar o preço das terras intermediárias ali existentes, que 
ficarão servidas de rede elétrica, água, asfalto, rede de água, ônibus, etc. 
 O que fazer para que isto não aconteça mais? 
Para se resolver esse problema é preciso que os movimentos organizados 
se unam e enfrentem a raiz dos problemas que é o sistema neoliberal, que hoje 
se espalha pelo mundo, e sua lógica de construir a cidade. 
 
 
12 
 
Quando os Movimentos de Moradia, Saúde, Segurança e outros se 
articulam e lutam em conjunto, unidos, chamamos essa luta de REFORMA 
URBANA. Assim, estão resgatando a luta pela democratização da cidade e de 
sua construção coletiva. É o que alguns chamam de “Direito à Cidade”. 
A Reforma Urbana melhora as condições de vida da cidade como um 
todo. Do mesmo modo como as melhores terras garantem melhores e maiores 
produções e, portanto, maior renda, as áreas mais valorizadas garantem 
melhores condições de vida, maior oferta de serviços, menor necessidade de 
transporte, o que quer dizer ganho de tempo e economia de dinheiro. 
Lutar por Reforma Urbana é lutar por um lugar na cidade, é garantir melhor 
acesso e melhores condições de serviços. Por isso a Reforma Urbana é uma 
luta de todos. De que adiantam boas escolas se for quase impossível deslocar-
se até elas? De que adianta ter um Posto de Saúde se no seu local de moradia 
não tem água, esgoto tratado e as crianças passam o dia brincando dentro de 
valetas mau-cheirosas, a céu aberto? 
 ASSOCIAÇÃO É DOS MORADORES 
 Quem participa? 
Para que realmente o trabalho da Associação funcione bem, todos os 
moradores da área precisam se sentir donos dela, e não apenas esperar da sua 
Diretoria as decisões e atitudes. É preciso se envolver, opinar, dialogar, ver quais 
as idéias que todos têm e colocá-las em comum, de forma que as decisões 
tomadas sejam as mais coletivas possíveis. 
 Como participar? 
A Diretoria da Associação precisa estar sensível e aberta à participação 
de todos os moradores, mesmo aqueles que ainda não tem uma caminhada de 
envolvimento tão frequente, pois, se derem condições para que isso ocorra, tais 
pessoas serão novas lideranças na vida do bairro. Não centralizar as atividades 
é a melhor forma de ampliar a participação e envolvimento de novas pessoas. 
Algumas dicas: 
a) Pessoas que já tem algum cargo na Igreja, na Escola ou Entidades, 
que lhe toma praticamente todo o tempo, não devem assumir cargos principais 
na Associação, pois será impossível desenvolvê-los; 
 
 
13 
 
b) Informar sempre à população o que a Associação está pensando ou 
fazendo. Para isso, usar cartazes, panfletos, alto-falantes e meios de 
comunicação (confiáveis) que poderiam contribuir no repasse de informações; 
c) Promover atividades em horários que permitam a participação do maior 
número de pessoas (Ex: à noite, em finais de semana etc); 
d) Diretoria e associados precisam conhecer melhor seu bairro ou 
município, o que acontece, seu funcionamento, as leis, etc; 
e) Formar Comissões de trabalho para atuarem em área específica 
(esporte, saúde e etc). 
 Qual a área de atuação? 
A realidade urbana é bastante complicada, difícil, com muitos problemas 
e necessidades com as quais a população convive diariamente. A Associação 
deve se posicionar frente a eles e, para tanto, é preciso definir qual sua área de 
abrangência, observando-se o seguinte: 
1. Respeitar a planta geral da cidade e definir as áreas de atuação e seus 
limites; 
2. Pontuar áreas de risco ou de maior necessidade de atenção social; 
3. Definir as prioridades de ação e os prazos de cumprimento das 
mesmas; 
4. Comprometer-se como Associação representante daquela área junto a 
Prefeitura, órgãos públicos ou privados, na busca de soluções para problemas 
comuns. 
 As autoridades conhecem bem o movimento popular? 
É claro que o poder público em todos os níveis (local, estadual e nacional), 
conhece muito bem a força que o povo organizado tem. Muitas pessoas que hoje 
estão na condição de autoridades políticas começaram sua vida política numa 
Associação de Moradores. Conhecem por dentro como funciona e, por isso, 
quando não concordam com uma crítica às suas ações, ou reprimem fortemente 
as organizações do povo ou as desprezam, ignoram, fazendo de conta que não 
existem. 
É preciso lembrar sempre que: 
Pobre não é sinônimo de incapaz; 
O saber que tenho deve ser partilhado com outras pessoas, para 
enriquecê-las com novas experiências; 
 
 
14 
 
A luta para se construir algo não é só de um, é de todos; 
Se acho errado algo que já esta feito tenho que participar da discussão 
conjunta para que o problema seja resolvido; 
Para se conhecer é preciso informar, se formar. Há diversas maneiras de 
se contribuir com a formação: 
a) Através de boletins mensais com assuntos de interesse popular, 
distribuídos gratuitamente aos moradores. Além de informar, o “jornalzinho” 
forma opinião; 
b) Na prestação e realização de cursos, encontros, palestras sobre 
assuntos de interesse local; 
c) Na parceria com ONG's, Sindicatos e outras entidades que se 
disponham em ajudar a discutir algum tema ou projeto; 
d) Na atualização e divulgação sempre constante de dados, pesquisas, 
que mostrem a realidade atual de determinada área (ex:desemprego). Só é 
possível mudar a realidade ruim para uma mais humana e digna se todos a 
conhecerem bem, juntarem esforços e lutarem para a mudança. CRUZAR OS 
BRAÇOS QUASE NUNCAÉ A MELHOR DECISÃO. 
O famoso filósofo grego, Sócrates, morreu afirmando “só sei que nada 
sei”. A nossa vida nos ensina sempre, até o ultimo momento. Por isso, na 
Associação é sempre bom que pessoas participem das reuniões formativas, 
cursos, passeatas e todas as formas de aprendizado que sempre trazem algo a 
mais para a “bagagem intelectual” das pessoas. 
E O TEMPO? Esta aí um fator importantíssimo a ser considerado. Às 
vezes as pessoas não têm paciência nem consigo mesmas, quanto mais com a 
dinâmica dos movimentos que tem serviço de montão e pouquíssima gente para 
levar em frente à luta. Não se pode querer tudo mudado de hoje para a semana 
que vem. Nem sempre isso é possível. 
 REUNIÕES E ASSEMBLÉIAS 
 As reuniões 
Para se passar à população da área o que se pretende fazer, é necessário 
reunir pessoas para discutir, estudar determinado assunto, traçar metas. Não é 
democrático monopolizar as decisões, ou seja, só aceitar uma opinião. É preciso 
abrir-se ao novo, ao diferente, não perdendo, no entanto, tais pontos: 
 
 
15 
 
Definir qual é o público que deve participar da reunião (Ex: Só a Diretoria, 
chamar moradores de cada rua); 
Escolher local conhecido por todos; 
Preparar bem os assuntos, tendo clareza de onde se quer chegar (Listar 
assuntos); 
Marcar horário de início e término da reunião para que não seja longa 
demais e acabe esvaziada (Controlar bem o tempo); 
Preferencialmente, propor que as pessoas se sentem em círculo, para que 
todos se vejam e se comuniquem melhor; 
O Coordenador(a) deve permitir que todos falem, opinem, porém de forma 
que cada um(a), na sua vez, seja ouvido(a) e entendido(a); Alguém secretaria a 
reunião para que esta seja registrada em ata e assinada por todos os 
participantes; 
Os resultados devem ser bem entendidos e as decisões assumidas por 
todos; 
Quando estranhos ou contrários à atuação da Diretoria se fizerem 
presentes, é importante ter firmeza para que as decisões certas sejam tomadas 
pela maioria e não apenas por palpiteiros que não colaboram com os trabalhos 
no dia-a-dia do bairro. 
Reunião Ordinária: É aquela que acontece regularmente dentro dos 
prazos estabelecidos no Estatuto, Regimento Interno, ou pela Diretoria. O 
Conselho Fiscal também deve seguir estas condições. 
Reunião Extraordinária: É toda aquela que for chamada fora do prazo das 
reuniões ordinárias, cumprindo formas e prazos especiais. Geralmente são 
convocadas para discutir assuntos de extrema importância e urgência. 
Obs.: É aconselhável que a Diretoria Executiva e o Conselho Fiscal 
estabeleçam calendários anuais e passem por escrito a todos os seus membros, 
para que estes não esqueçam de agendar os compromissos com as reuniões da 
entidade, visto que após determinado número de faltas, podem ser substituídos. 
• O Conselho Fiscal também deve fazer suas atas no livro da entidade e registrar 
as presenças; 
• Quem vota nas reuniões ordinárias são os membros da Diretoria, sob pena de 
nulidade da votação; 
 
 
16 
 
• Nas reuniões extraordinárias este direito pode ser estendido aos conselheiros 
fiscais e demais associados que estejam em dia com suas obrigações para com 
a entidade. 
 As Assembléias 
Essa reunião é mais pública, aberta, e, reunindo mais gente, se torna a 
expressão comum da maioria dos moradores do local. 
As Assembléias acontecem de acordo com o que manda o Estatuto da 
Associação. Como nas reuniões, todos os itens devem ser observados 
rigorosamente para o bom andamento dos trabalhos: 
Encontrar local adequado; 
Se houver votação, providenciar as cédulas eleitorais, definir quem vota, 
quem confere os votos, como será o processo eleitoral; 
O que for definido deve ser documentado e constado em Ata; 
Se forem formadas Comissões de moradores para trabalhos específicos 
estabelecer um prazo para a apresentação de resultados. 
Ordinárias: Aquelas com prazos previstos no Estatuto, a exemplo das de 
Eleição ou de Prestação de Contas. 
Extraordinárias: Toda aquela convocada fora do prazo das assembléias 
ordinárias, que atendam a forma e prazos legais de chamada, conforme previsto 
no Estatuto e/ou outras na forma da Lei. 
Atenção: Deve ser claramente definido quem tem direito a voz e voto, 
tanto nas Reuniões ou Assembléias, para que não haja questionamentos futuros. 
Só têm direito a votar quem estiver em dia com suas obrigações para com a 
entidade, conforme previsão do Estatuto ou outros documentos que regulem a 
situação, devendo ainda, assinar à lista dos presentes. 
 PLANEJANDO A AÇÃO 
Uma dona de casa, ao preparar um pão, no mínimo precisa verificar se 
tem todos os ingredientes, caso contrário seu objetivo não será conquistado. Se 
não tiver o fermento, por exemplo, recorrerá à vizinha. O ato de ela ir até o 
armário, verificar se tem tudo, calcular o tempo de feitio de seu saboroso pão 
podemos chamar de Planejamento 
Da mesma forma, tudo o que for realizado numa Associação de 
Moradores precisa ser bem pensado, discutido, planejado. Não se pode, por 
 
 
17 
 
exemplo, querer fazer uma praça na vila se a maioria do povo insiste na 
instalação de rede de esgoto. Cada coisa em sua vez. 
Ao se planejar uma ação qualquer, é sempre bom ter claros alguns 
pontos: 
A realidade do bairro e seus limites; 
A carência financeira dos moradores; 
As forças aliadas, os que ajudam a Associação (Ex: O dono do 
supermercado, a diretora da escola local, etc); 
As forças contrárias à existência da Associação (Ex: Alguém que perdeu 
a eleição, etc); 
O tempo que será gasto para a realização de cada objetivo. (Ex: Construir 
uma sede em 18 meses); 
 Não dando certo na primeira tentativa, como procederão? 
Ao se planejar não se pode ver somente o hoje. É preciso olhar mais longe 
e mais fundo. Se a luta é pelo transporte coletivo não para só aí. Com ela vem a 
luta do asfalto onde o ônibus vai passar e, ainda, a da rede de esgoto. Uma coisa 
está intimamente ligada à outra. 
 Planejamento Passo a Passo: 
1º Passo - Identificar Problemas 
• Agricultura 
• Assistência Social (renda mínima, defesa mulher) 
• Cultura, Esporte e Lazer (eventos, praças e quadras públicas) 
• Educação (infantil, fundamental e médio, jovens e adultos, superior) 
• Meio Ambiente (lixo, reciclagem, rio) 
• Mobilidade Humana (acesso deficientes, transporte público) 
• Planejamento Urbano (plano diretor, pavimentação de vias) 
• Saúde (postos/ambulatórios, hospital, PSF's, saneamento) 
• Segurança Pública 
• Trabalho e Renda (cooperativas populares) 
• Controle Social (conselhos deliberativos, orçamento 
participativo) 
2º Passo - Apontar Soluções para os Problemas (Tarefas, Ações) 
3º Passo - Indicar Responsáveis para cada uma das Tarefas Definidas 
4º Passo - Indicar Equipes que contribuirão com os Responsáveis 
 
 
18 
 
5º Passo - Estipular Prazos de Execução das Tarefas (para cada). 
etapa) 
Alguns Elementos Básicos que devem ser Analisados durante o 
Planejamento Estratégico: 
 ORGANIZAÇÃO 
• A entidade possui Estatuto Social atualizado registrado em cartório 
(conforme determinações do novo código civil); 
• Possui CNPJ registrado na Receita Federal (a titularidade encontra-se 
no nome do atual presidente); 
• Esta em dia com todas as Declarações de Imposto de Renda (possui 
dívidas por atraso de envio); 
• Possui Conta Bancária vinculada ao CNPJ (a conta é em banco público 
BESC) 
• É Declarada de Utilidade Pública (municipal e estadual); 
• Possui Livro de Presenças, de Atas e Caixa (faz uso regular e correto); 
• Esta Filiada a FAMESC (em dia com suas obrigações); 
• Possui Cadastro de seus Associados; 
• Possui Sede (tem estrutura mínima suficiente); 
• Possui Convênios com Universidades, Poder Público e outros. 
 COMUNICAÇÃO 
• Possui Informativo Impresso (periodicamente); 
• Possui Sítiona Internet (atualizado); 
• Possui Endereço Eletrônico/e-mail (consulta-o regularmente); 
• A direção costuma Ocupar Espaços na Imprensa Local divulgando seu 
trabalho (rádio, jornais e TV comerciais, como também, comunitárias); 
• Envia Ofícios aos poderes públicos (prefeitura, câmara de vereadores e 
etc), documentando suas reivindicações e divulgando suas ações; 
• Possui Cadastro Atualizado de seus Associados (telefone, endereço e 
e-mail), mantém contato regular. 
 FINANÇAS 
• Tem uma Política de Finanças junto aos Associados (mensalidade); 
• Possui algum tipo de Convênio para captar fundos junto à comunidade 
em geral (CELESC); 
 
 
19 
 
• Possui algum dirigente ou colaborador indicado e capacitado para 
Desenvolver Projetos e/ou Captar Quando se tratar de União de Associação de 
Moradores; 
• Tem uma Política de Finanças junto as Filiadas (mensalidade). 
 PRESTAÇÃO DE CONTAS E AVALIAÇÃO 
Nas organizações do povo sempre se verifica uma falha, todos querem e 
sabem o que fazer para melhorar as condições de vida e do local. O que muita 
gente não faz é avaliar, pesar os resultados, verificar a caminhada e somar os 
ganhos da luta. 
Avaliar o processo desenvolvido é um fator importantíssimo a ser 
considerado pelas lideranças comunitárias. No final de cada ano ou período de 
atuação, é bom a Diretoria dar uma paradinha para verificar o que foi avanço, o 
que precisa melhorar e como melhorar, o que continua parado e o que é que 
ficou pior que antes. 
A avaliação bem feita serve como orientação para não se errar mais e 
para aumentar a melhoria da qualidade de atuação da Associação como um 
todo. 
Além disso, a avaliação serve como memória histórica daquela Diretoria 
atuante no momento. Um povo sem memória é um povo sem história, sem 
cultura. 
Da mesma forma faz-se necessário prestar contas à comunidade daquilo 
que a Diretoria da Associação realizou. Geralmente as pessoas de fora do 
trabalho mais criticam, mais menosprezam, do que ajudam. Quando a 
desconfiança aparecer a verdade triunfará, desde que se tenha como provar o 
que se fez. 
Nosso país é marcado pela corrupção e malandragem e nas 
Organizações Populares essa prática do jeitinho brasileiro precisa ser 
abandonada, pois não se deve esquecer que se queremos a justiça e a verdade 
é preciso que esta parta primeiro de nós mesmos. 
 NÃO TEM ASSOCIAÇÃO? É FÁCIL ORGANIZAR UMA! 
As lutas de uma comunidade exigem, às vezes, uma representatividade 
de maneira oficial. Os órgãos públicos exigem sempre a existência de uma 
entidade que represente os moradores do bairro para poder passar algum 
benefício à comunidade. Muitas vezes indústrias grandes causam danos ao meio 
 
 
20 
 
ambiente e deixam pessoas doentes na área de atuação de uma associação. 
Esta, pode entrar com ação na justiça, pedindo providências. 
Daí a necessidade de criar uma entidade que represente os moradores 
de uma determinada área. 
Para que a Associação seja porta-voz dos moradores de determinado 
local faz-se necessário o interesse de todos na hora da criação e discussão do 
funcionamento da entidade. É preciso definir entre todos os moradores como e 
qual será a diretoria, quanto tempo atuará, quando serão as Assembleias... A 
esse conjunto de decisões chamamos ESTATUTO. Eles são as normas que 
mostrarão como deve funcionar a Associação. Para serem verdadeiros e legais, 
é preciso registrá-los em cartório. 
É bom convidar todas as pessoas da vizinhança para que falem, discutam 
suas ideias. Essas ideias comuns serão a lei, o estatuto, que precisará ser 
assumido por todos da comunidade. 
 A Assembleia de Fundação 
Um grupo prepara uma proposta de estatuto, com as questões que 
consideram importante; 
Estes devem convidar (por cartazes, alto-falante, cartas, etc) o maior 
número de pessoas da comunidade para a Assembleia de fundação; 
Na Assembleia, eles devem apresentar proposta do estatuto para 
discussão e aprovação dos presentes, elegendo ainda, a primeira Diretoria; 
Todos que compareceram a Assembleia de fundação se tornam Sócio 
Fundador e devem assinar um livro de presenças onde conste a abertura e o 
encerramento das atividades; 
No início da Assembleia, deve ser escolhido um secretário para anotar 
tudo o que acontecer. Ao final ele deve transcrever para o Livro de Atas suas 
anotações, inclusive o conteúdo do estatuto na íntegra; 
Aprovado o estatuto, passa-se a inscrição e apresentação de chapas que 
concorrerão à eleição da primeira Diretoria e demais órgãos que constarem no 
estatuto; 
Como último ato todos os eleitos devem assinar a ata. 
 EXEMPLOS NÃO FALTAM 
Ao conversar com pessoas de outros bairros sobre a situação da sua 
comunidade, parece que elas estão falando da sua própria. São os mesmos 
 
 
21 
 
problemas, pois o modelo da cidade estabelece, em geral, apenas dois 
diferentes espaços dentro dela: o do centro e o da periferia. 
Isso ocorre também em nível mundial, onde os países subdesenvolvidos 
têm o papel de fornecer riquezas aos países centrais (desenvolvidos), como os 
Estados Unidos da América. 
Na periferia das cidades, também aqueles que trabalham construindo e 
enriquecendo a cidade, são excluídos, muitas vezes, do mínimo de condições 
de sobrevivência, como é o caso dos pedreiros que constroem mansões e não 
tem sua casa própria para morar. 
E por falar nisso, você conhece o teatro, cinema da sua cidade, a capital 
do Estado de Santa Catarina, Florianópolis? Porque será que grande parte dos 
habitantes do seu município e de Santa Catarina ainda não os conhece? 
As organizações do povo não podem se contentar apenas com a beleza 
turística. É preciso unir forças no bairro e melhorá-los. Exemplo disso é a 
FAMESC, entidade que reúne Conselhos Comunitários, Associações e Uniões 
de Associações de Moradores de todos os 293 municípios do Estado de Santa 
Catarina com sua história que reaviva a nossa esperança e vontade de lutar. 
 Alguns tipos de associações: 
Associação filantrópica: reúne voluntários que prestam assistência social 
a crianças, idosos, pessoas carentes. Seu caráter é basicamente o da 
assistência social. 
Associação em defesa da vida: normalmente é organizada para defender 
pessoas em condições marginais na sociedade ou que não estão em condições 
de superar as próprias limitações. 
Associações culturais, desportivas e sociais: organizadas por pessoas 
ligadas ao meio artístico, têm objetivos educacionais e de promoção de temas 
relacionados às artes e a questões polêmicas da sociedade. Fazem parte desse 
grupo ainda os clubes esportivos e sociais. 
 
 
 
 
 
 
 
22 
 
Conclusão 
Pode-se concluir que, a comunidade organizada em formato de 
associação, passa a ter um espaço junto ao poder público, ou seja, "a voz do 
povo", de forma que aproxime as políticas públicas das demandas locais, como 
por exemplo, a saúde, a educação, a segurança pública, o saneamento básico 
e diversos outros. Essas associações também são capazes de nos proporcionar 
um espaço para a difusão de informação a sociedade dos seus direitos e deveres 
como cidadão, possibilitando que os mesmos possam reivindicar os seus direitos 
juntamente aos órgãos competentes. 
Sendo assim, as associações comunitárias são criadas para promover o 
esclarecimento e a informação de um assunto de interesse comum da 
comunidade, de reivindicar melhorias dos serviços, promover mutirões e 
solidariedade, desenvolvendo inúmeros projetos sociais e etc. E para formar 
uma associação, os responsáveis precisam ter os devidos conhecimento em 
relação ao assunto, precisam organizar e construir uma assembleia de 
constituição para serem realizadas as reuniões entre os associados. Logo após, 
eles irão passar por duas fases, a pré-operacional e a operacional, onde, na 
primeira fase é a de estruturação e a segunda fase é quandoa associação já 
está pronta para dar início as suas atividades. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
23 
 
Referências Bibliográficas 
Piva, Severino. UMANC. http://www.umamc.com.br/noticias/562-o-papel-da-
associacao-na-comunidade 
Acesso: 03/09/2019 ás 15:38 
Saraiva,Ane.Jusbrasil.https://anesamorim.jusbrasil.com.br/artigos/489118906/a
ssociacoes-comunitarias-o-que-por-que-para-que-como 
Acesso: 03/09/2019 ás 15:56 
Nacional,Sebrae.http://www.sebrae.com.br/sites/PortalSebrae/artigos/artigosho
me/conheca-os-tipos-de-associacoes-existentes-no-
brasil,1dee438af1c92410VgnVCM100000b272010aRCRD 
Acesso: 03/09/2019 ás 16:19 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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ANEXOS 
Exemplos de Associações Comunitárias: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Confederação Nacional das 
Associações de Moradores

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